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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

17/04/2023

Número: 0800383-62.2023.8.15.0351
Classe: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Órgão julgador: 2ª Vara Mista de Sapé
Última distribuição : 18/02/2023
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Crimes do Sistema Nacional de Armas, Associação para a Produção e Tráfico e
Condutas Afins
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Delegacia de Comarca de Sapé (AUTORIDADE)
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA PARAIBA
(AUTORIDADE)
DENILSON FERREIRA DE FRANCA (FLAGRANTEADO) PLATINI DE SOUSA ROCHA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
69329 18/02/2023 15:06 Termo de Audiência com Sentença Termo de Audiência com Sentença
993
ESTADO DA PARAÍBA

PODER JUDICIÁRIO

JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA DA COMARCA DE SAPÉ

TERMO DE AUDIÊNCIA

Ao(s) 18 de fevereiro de 2023, às 14:30, na sala de audiências DO NÚCLEO DE CUSTODIAS DO PLANTÃO NA Comarca de
GUARABIRA/PB, foi aberta audiência de CUSTÓDIA, nos Autos da ação em epígrafe.

TERMO DE AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Processo: 0800383-62.2023.8.15.0351
Classe: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (280)

Presentes Presencialmente

Promotor(a) de Justiça: DANIELE LUCENA DA COSTA ROCHA

Acusado(a): DENILSON FERREIRA DE FRANCA

Advogado(a): PLATINI DE SOUSA ROCHA OAB/PB: 24568

Presentes Virtualmente

DRA ANDRÉA COSTA DANTAS BOTTO TARGINO, tendo em vista teletrabalho total deferido pelo TJPB, nos autos do PA n.
2022139031, publicado no DJE do dia 10 de novembro de 2022, conforme art. 3 da Resolução CNJ N. 343/2020 e art. 3 da
Resolução TJPB N. 35/2021 (que dispõem sobre condições especiais de trabalho para magistrados).

Aberto os trabalhos, verificou-se a presença das pessoas acima nominadas. Dando seguimento, as pessoas
presentes foram esclarecidas da sistemática adotada na realização do presente ato por videoconferência,
na modalidade telepresencial, antes do início da gravação. Após, foi(ram) ouvido(s) o(s) preso(s)
DENILSON FERREIRA DE FRANCA, após contato prévio com o(a) seu Advogado(a). O(s) preso(s)
foi(ram) cientificado(a) de sus direitos constitucionais e legais. Foi(ram) indagado(s) pelo(a)
magistrado(a) sobre a efetivação e execução da prisão, sobre possível reação por parte do(s) preso(s) e
possível(eis) agressão(es) cometida(s) pela força policial. Em sequência, (a) Promotor(a) de Justiça e a
defesa manifestaram-se oralmente, conforme mídia. Dando seguimento, dada a palavra ao MP, este
requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva. Dada a palavra à defesa, requereu a liberdade

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provisória, conforme mídia. PELO(A) JUIZ(A) PRESIDENTE DO ATO FOI PROLATADA A
SEGUINTE DECISÃO: Vistos, etc. Trata-se de auto de prisão em flagrante delito lavrado em desfavor
de DENILSON FERREIRA DE FRANCA, a quem se atribui a prática, em tese, dos delitos tipificados
no art. 33 da Lei 11.343/2006 e no art. 12 da Lei 10.826/2003, fato ocorrido no dia 17 de fevereiro de
2023, por volta das 19 horas e 40 minutos, na cidade de Sobrado/PB. Segundo consta no auto de prisão
em flagrante, os policiais militares estavam de serviço quando receberam várias denúncias dando conta de
que na zona rural do Município de Sobrado, no Sítio Caruçu II, havia um ponto de comercialização de
drogas. Ao se dirigir ao mencionado local, flagraram DENILSON FERREIRA DE FRANCA repassando
droga para VALDIR MACENA DA SILVA e, em seguida, recebendo dinheiro deste, razão pela qual
deram voz de prisão ao custodiado, tendo este confirmado aos policiais que a droga lhe pertencia. Um
terceiro indivíduo não identificado se evadiu do local correndo pelos fundos da casa ao perceber a
presença policial. Relatou-se, ainda, que após realizada uma busca na casa, foi apreendida certa
quantidade de maconha, crack e cocaína, além de objetos usados para comercialização de entorpecentes
tais como saquinhos plásticos, papéis, balança de precisão e triturador de drogas. Ademais, foi apreendida
a quantia de R$ 2.476,40 em cédulas e moedas diversas, 01 (um) revólver calibre 38 e 12 munições, das
quais 11 intactas e 1 deflagrada. Antecedentes criminais do flagranteado acostados. Em audiência de
custódia, o MP requereu a homologação da prisão em flagrante e a conversão da segregação em prisão
preventiva. Em seguida, instada a se manifestar, a defesa pugnou pela concessão da liberdade provisória
ao acusado. É o relatório. DECIDO. Inicialmente, registro que a prisão em flagrante preenche os
requisitos formais (art. 304 do CPP), visto que o(s) segregado(s) foi(ram) apresentado(s) à autoridade
policial competente, a qual ouviu o condutor e as testemunhas e realizou o(s) interrogatório(s) do(s)
custodiado(s), lavrando, em seguida, o auto de prisão. Consta no caderno processual, ainda, a via da nota
de culpa fornecida ao(s) preso(s) e a nota de ciência das garantias constitucionais. Ademais, a autoridade
policial comunicou a prisão no prazo legal (art. 306 do CPP). Verifica-se, portanto, que houve
observância às garantias constitucionais e legais dos presos provisórios (art. 5º, incisos XLIX, LXIII,
LXIV, da Constituição Federal), não existindo nenhum motivo para ser relaxada a prisão. De outra banda,
além de os crimes praticados, em tese, pelo flagranteado serem punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a quatro anos, verifico que estão presentes os requisitos para a conversão da prisão em
flagrante em preventiva. Com efeito, à luz do art. 312 do Código de Processo Penal, constituem
pressupostos para a decretação da prisão preventiva a prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria, além do perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, sendo seu fundamento a garantia da
ordem pública ou da ordem econômica, a conveniência da instrução criminal ou a aplicação da lei penal.
A materialidade do crime encontra-se provada, pelo auto de apreensão e apresentação, bem como pelo
laudo provisório de exame químico toxicológico, que constatou que as substâncias apreendidas se tratam
de maconha e cocaína. Os indícios de autoria são veementes, porquanto, apesar de o flagranteado ter
negado ser proprietário das substâncias, arma, munição e demais materiais apreendidos, verifico que,
pelos depoimentos das testemunhas, ele foi preso em situação de flagrância, tendo sido abordado pela
guarnição na residência onde foi encontrada a droga, arma, munição e demais objetos apreendidos.
Registre-se que para a adoção da custódia preventiva não se pode exigir a mesma certeza necessária a um
juízo condenatório. No que tange ao fundamento, a medida se justifica como garantia da ordem pública.
Sobre o conceito de ordem pública, Guilherme de Souza Nucci ensina (in Código de Processo Penal
Comentado, 11 ed., Revista dos Tribunais, p. 658): “Entende-se pela expressão a necessidade de se
manter a ordem na sociedade, que, como regra, é abalada pela prática de um delito. Se este for grave, de
particular repercussão, com reflexos negativos e traumáticos na vida de muitos, propiciando àqueles que
tomam conhecimento da sua realização um forte sentimento de impunidade e de insegurança, cabe ao
Judiciário determinar o recolhimento do agente”. No caso em apreço, as medidas cautelares previstas no
art. 319 do CPP revelam-se inadequadas e insuficientes, pois, embora o custodiado não responda a outro
processo crime, o fato praticado reveste-se de gravidade, mormente diante da variedade e quantidade de
droga apreendida e a natureza do entorpecente (maconha e cocaína), sendo esta última bastante nociva à
saúde. Além disso, foi encontrado em seu poder a quantia de R$ 2.476,40, em dinheiro trocado, e vários
apetrechos, o que denota a dedicação à atividade de traficância. Nesse cenário, não há dúvidas de que a
liberdade do acusado põe em risco a ordem social, no caso em apreço. Neste sentido, tem se posicionado a
jurisprudência: EMENTA: HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE DROGAS - PRISÃO PREVENTIVA -
GRANDE QUANTIDADE DE DROGAS - GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. A decretação da
prisão preventiva se sustenta diante da comprovação da materialidade e dos indícios suficientes da autoria
do crime, associados ao motivo legal da garantia da ordem pública, especificamente no que se refere à
apreensão de expressiva quantidade de droga e às circunstâncias da prisão da paciente. (TJ-MG - HC:

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10000200045128000 MG, Relator: Maria Luíza de Marilac, Data de Julgamento: 16/02/0020, Data de
Publicação: 20/02/2020) AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE
RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O
TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. SEGREGAÇÃO CAUTELAR DEVIDAMENTE
FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. GRAVIDADE
CONCRETA. EXCESSO DE PRAZO. RAZOABILIDADE. PANDEMIA DE COVID-19.
PREPONDERANTES OS FUNDAMENTOS PARA MANUTENÇÃO DA PRISÃO. AUTORIA.
REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE NOVOS ARGUMENTOS APTOS
A DESCONSTITUIR A DECISÃO IMPUGNADA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I - A
Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela Primeira Turma do col. Pretório
Excelso, firmou orientação no sentido de não admitir a impetração de habeas corpus em substituição ao
recurso adequado, situação que implica o não-conhecimento da impetração, ressalvados casos
excepcionais em que, configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja possível
a concessão da ordem de ofício. II - A segregação cautelar deve ser considerada exceção, já que tal
medida constritiva só se justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade para assegurar a ordem
pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo
Penal. III - Na hipótese, o decreto prisional encontra-se devidamente fundamentado em dados concretos
extraídos dos autos, que evidenciam que a liberdade do Agravante acarretaria risco à ordem pública,
notadamente se considerada a gravidade concreta da conduta a ele imputada, vez que, supostamente, teria
associado para mercancia ilícita de substância entorpecente, tendo o magistrado primevo consignado no
decreto prisional que, "foi constatado pelos agentes públicos que Alexcoordenaria o comércio de
entorpecentes" ressaltando, outrossim, na decisão de fls. 313-314, que "foram apreendidas, em posse do
réu Adilson, 100 gramas de crack, que teriam sido fornecidos pelo réu Alex, quantidade essa que é indício
da prática da traficância", circunstâncias que revelam a gravidade concreta da conduta e a sua
periculosidade, tudo a justificar a imposição da medida extrema na hipótese. IV - No que tange ao
excesso de prazo aventado, da análise dos autos, em que pese a Defesa alegar excesso de prazo para
formação da culpa, não verifico na espécie a ocorrência de demora exacerbada a configurar o
constrangimento ilegal suscitado, levando em consideração a prisão decretada, em 22/05/2019, mormente,
em virtude das particularidades da causa, a exemplo da pluralidade de pessoas a que se atribui a prática
delitiva, no caso, "06 (seis) réus", tendo ressaltado a eg. Corte de origem que "dois não foram localizados,
razão pela qual promoveu-se a citação por edital de Juliana e, também, a notificação editalícia de Edson".
No ponto, tenho que não qualquer elemento que evidencie a desídia do aparelho judiciário na condução
do feito, vez que, o magistrado condutor vem empreendendo esforços para o seu término, o que não
permite a conclusão, ao menos por ora, da configuração de constrangimento ilegal passível de ser sanado
pela presente via. V - No que concerne à situação de pandemia, verifica-se que, embora a conduta delitiva
não envolva violência ou grave ameaça, as instâncias precedentes, ao avaliarem o alegado risco de
contaminação advindo da pandemia da COVID-19, entenderam preponderantes os fundamentos que
justificam a segregação cautelar do Agravante, ante o perigo à ordem pública gerado por sua liberdade,
razão pela qual deve ser mantida a medida cautelar extrema imposta ao Agravante. VI - Consoante a
jurisprudência desta Corte Superior: "A aferição da existência de indícios de autoria e materialidade
delitiva demanda revolvimento fático-probatório, não condizente com a angusta via do writ, devendo ser a
questão dirimida no trâmite da instrução criminal" (HC n. 363.791/MG, Sexta Turma, Relª. Minª. Maria
Thereza de Assis Moura, DJe de 30/9/2016). VII - É assente nesta Corte Superior que o agravo
regimental deve trazer novos argumentos capazes de alterar o entendimento anteriormente firmado, sob
pena de ser mantida a r. decisão vergastada pelos próprios fundamentos. Precedentes. Agravo regimental
desprovido. (AgRg no HC 575.750/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
16/06/2020, DJe 23/06/2020). Registre-se, por oportuno, que o posicionamento firmado pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ) é de que as condições subjetivas favoráveis do flagranteado, tais como
primariedade, bons antecedentes, residência fixa e trabalho lícito, por si sós, não obstam a segregação
cautelar, quando presentes os requisitos legais para a decretação da prisão preventiva. Ante o exposto,
com esteio nas disposições do art. 310, II, art. 312 e art. 313, I e parágrafo único do Código de Processo
Penal, como garantia da ordem pública, CONVERTO EM PRISÃO PREVENTIVA a prisão em
flagrante de DENILSON FERREIRA DE FRANCA, qualificado nos autos, devendo este ser recolhido
no presídio regional de sape. Expeça-se mandado de prisão com prazo de validade até 17 de fevereiro
de 2043. Ciência ao Ministério Público, à defesa e ao acusado. Com o fim do plantão, REMETAM-SE os
autos ao Juízo Competente (2ª Vara Mista de Sapé/PB), com nossos cumprimentos. Publicado
eletronicamente. Intimem-se. CUMPRA-SE COM URGÊNCIA. SERVE O PRESENTE TERMO COMO

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OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO AO PRESÍDIO DE SAPÉ. A audiência foi encerrada sem
impugnações. OBSERVAÇÕES: A via lançada no sistema PJe foi digitalmente assinada apenas pelo
magistrado, nos termos do art. 25 da Resolução CNJ 185/2013. Os arquivos gravados em mídia serão
disponibilizados na nuvem, na plataforma PJE Mídias, sem prejuízo da disponibilização por outras
plataformas, cujo acesso será franqueado às partes, pelos meios digitais cabíveis. Os arquivos podem ser
executados em qualquer programa nativo apropriado dos principais sistemas operacionais, não havendo
quaisquer empecilhos à sua reprodução nos demais órgãos jurisdicionais.

(..
ANDREA COSTA DANTOS BOTTO TARGINO

JUIZ(A) DE DIREITO PLANTONISTA

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