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O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): O
procedimento está tramitando regularmente, tendo sido ampliada a
extensão da medida cautelar em decisão ulterior e autônoma, objeto de
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segundo Agravo Regimental, também pautado, sucedido do exercício da
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ação penal pelo Ministério Público Federal, com o devido processamento,
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nos termos da Lei. 8.038/1990.
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Mantenho a decisão agravada, a seguir transcrita:
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“Trata-se de pedido de decretação de medidas cautelares e de
outras providências formulado pela Procuradoria-Geral da República
to
relacionados à investigação de evento ocorrido no dia 29.10.2022, por
vo
volta das 16:30 hs., em que a Deputada Federal CARLA ZAMBELLI
SALGADO DE OLIVEIRA, no cruzamento das Alamedas Joaquim
de
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Federal, conforme mídia anexa, oportunidade em que a parlamentar
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relatou, em apertada síntese, que foi interceptada por apoiadores do
candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que teriam passado a ofendê-la
com xingamentos e palavras de baixo calão, e dizendo que amanhã é
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Lula, circunstância que lhe fez sacar a arma de fogo e apontá-la em
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direção a LUAN ARAUJO em legítima defesa de sua honra.
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Em princípio, os ilícitos investigados caracterizam o crime de
porte ilegal de arma de fogo, na medida em que a falta de iniciativa
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persecutória da provável vítima do delito previsto no artigo 147 do
Código Penal impede o início da persecução penal por crime de ação
penal pública condicionada à representação, nos termos do parágrafo
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único do mesmo dispositivo legal.
Conquanto a autoridade com foro prerrogativa de foro tenha
to
porte de arma de fogo para defesa pessoal, o artigo 20, caput, do
vo
Decreto nº 9.847/20193, não lhe autoriza o seu uso ostensivo, nem
adentrar ou permanecer em locais públicos ou onde haja aglomeração
de
o delito, nos termos do artigo 240, §1º, alínea d, e do artigo 282, inciso I
e II, ambos do Código de Processo Penal.
ná
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reprovação do crime, considerando a periculosidade social da ação, o
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grau de reprovabilidade do comportamento do agente e o grau de
lesão jurídica provada.
Nesse contexto, faz-se necessário a concessão de prazo para que as
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tratativas do acordo sejam ultimadas pelo Ministério Público Federal,
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a investigada e a sua defesa.
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Ante o exposto, a Procuradoria-Geral da República requer, nos
termos do artigo 240, §1º, alínea d, e do artigo 282, inciso I e II, ambos
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do Código de Processo Penal, e do artigo 139, inciso IV, do Código de
Processo Civil, a decretação das medidas cautelares de (a) suspensão
do porte de arma de fogo sob registro de nº A00111149 com a imediata
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comunicação da medida à Superintendência da Polícia Federal no
Distrito Federal; e (b) apreensão da pistola, marca Taurus Armas S.A.,
to
modelo G3C, calibre 9 MM., arma nº ACM665908, cadastro SINARM
vo
nº 2021/904709329-61, e das respectivas munições (artigo 28- A, inciso
II, do Código de Processo Penal), no endereço residencial ou
de
É o breve relatório.
Passo a decidir.
O caráter limitador do legítimo direito de punir estatal atribuído à
al
nas no devido processo legal. Para que a intervenção estatal opere nas
liberdades individuais de forma legítima, é imprescindível que se
Vi
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status de medidas autônomas. Inobstante sua autonomia em relação à
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preventiva, não deixam de ser medidas cautelares e, portanto, exigem,
além do fumus comissi delicti e o periculum libertatis, a observância
da principiologia constitucional’.
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Assim é que, em atendimento ao princípio da proporcionalidade,
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cabe ao magistrado sempre mediante requerimento do titular da ação
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penal, frise-se a adoção da solução processual acautelatória menos
gravosa e mais adequada à preservação dos bens jurídicos envolvidos,
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reduzindo a intervenção ao estritamente necessário à integridade do
objeto da apuração, dos envolvidos e do interesse público subjacente.
De acordo com os ensinamentos de Renato Brasileiro de Lima
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(Manual de Processo Penal . Salvador: JusPodivm, 2020, p. 1159):
‘Refere-se à possibilidade de adoção de medidas não previstas em
to
lei, porém menos danosas em relação às normativamente positivadas.
vo
Em síntese, a medida alternativa menos gravosa assegura a
consecução do fim cautelar mediante a restrição daqueles direitos que
de
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Diante dos elementos até então colhidos, observo que os
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documentos juntados aos autos, especificamente o auto de prisão em
flagrante, os vídeos do evento e o conteúdo das declarações da
investigada, autorizam inferir a presença do 6 fumus comissi delicti,
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consistente na utilização de arma de fogo para além dos limites da
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autorização de legítima defesa, desde já afastada a suposta defesa da
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honra que, além de rejeitada abstratamente pelo Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da Arguição de Descumprimento Preceito
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Fundamental 779, mostra-se incoerente com a dinâmica dos fatos até
agora apurados. O periculum in mora decorre tanto das circunstâncias
do evento quanto das manifestações subsequentes promovidas pela
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investigada na mídia e nas redes sociais quanto à suposta legitimidade
do comportamento e, também, com ataques verbais às instituições
to
democráticas, instigando práticas em descompasso com as premissas
vo
do Estado Democrático de Direito.
Nesse cenário, entendo que a determinação de busca e apreensão
de
São Paulo;
(b) DETERMINO a suspensão da autorização de porte de arma de
Ple
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(e) Decorrido o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sem a entrega
voluntária da arma de fogo e das munições, a contar da publicação da
presente decisão, dada a ciência inequívoca da informação por parte
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da investigada, EXPEÇA-SE mandado de busca e apreensão, nos
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termos do art. 240, do Código de Processo Penal da pistola, marca
Taurus Armas S.A., modelo G3C, calibre 9 MM., arma nº ACM665908,
cadastro SINARM nº 2021/904709329-61, e das respectivas munições.
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A presente decisão serve de mandado de intimação e de ofício às
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autoridades policiais.
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Intime-se e expeçam-se as comunicações necessárias para
efetivação das medidas.
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Os atos subsequentes serão concentrados nos autos da Pet. 10674,
evitando-se a duplicidade, motivo pelo qual as respostas e
manifestações ulteriores devem ser direcionadas aos autos da Pet.
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10674. A Pet. 10665 tramitará em conjunto.
Cumpra-se. Intimem-se. Publique-se.
to
Brasília, 20 de dezembro de 2022”.
vo
Para os fins do processamento dos pedidos cautelares formulados pelo
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Questão de Ordem no Inquérito 687 (Rel. Min. Sydney Sanches, j.
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25.08.1999)”.
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Para fixação da competência, nos casos de Deputado Federal ou de
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Senador da República, a teor do art. 102, I, b e c, da Constituição da
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República, os requisitos são:
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“(a) prerrogativa durante o exercício de mandato parlamentar, a
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partir da diplomação; e,
(b) relação de causalidade entre a conduta investigada ou em
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julgamento com as funções ou em decorrência do exercício da função
parlamentar.”
vo
de
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No julgamento do Inq. 2.330, Min. CELSO DE MELLO, decidiu-se:
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“MEMBRO DO CONGRESSO NACIONAL. ENTREVISTA
JORNALÍSTICA CONCEDIDA A EMISSORA DE RÁDIO.
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AFIRMAÇÕES REPUTADAS MORALMENTE OFENSIVAS.
PRETENDIDA RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DA CONGRESSISTA
POR SUPOSTA PRÁTICA DE CRIME CONTRA A HONRA.
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IMPOSSIBILIDADE. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DISPENSADA
AO INTEGRANTE DO PODER LEGISLATIVO. IMUNIDADE
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PARLAMENTAR MATERIAL (CF, ART. 53, ‘CAPUT’). ALCANCE
DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL. TUTELA QUE SE
to
ESTENDE ÀS OPINIÕES, PALAVRAS E PRONUNCIAMENTOS,
vo
INDEPENDENTEMENTE DO ‘LOCUS’ (ÂMBITO ESPACIAL) EM
QUE PROFERIDOS, ABRANGENDO AS ENTREVISTAS
de
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Taurus, de munição calibre 9 mm., nº de série ACM665908, com
carregador e 04 (quatro) munições intactas 9 mm., cf. Auto de Prisão
em Flagrante (fls. 1-18) e Auto de Entrega (fl. 33).
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Nas mesmas condições temporais, no Bar e Lanchonete Flor de
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Lima, localizado na Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 1420 - Jardim
Paulista, São Paulo - SP, a Deputada Federal CARLA ZAMBELLI
SALGADO DE OLIVEIRA, de forma livre, consciente e voluntária,
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constrangeu LUAN ARAÚJO, mediante grave ameaça exercida com o
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emprego de arma de fogo, a fazer o que a lei não manda, consistente
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em permanecer no mencionado estabelecimento comercial e a deitar
no chão.
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Segundo consta do caderno apuratório e de vídeos veiculados
amplamente na mídia , no dia, hora e local dos fatos, havia um
aglomerado de pessoas em via pública, dentre eles a vítima LUAN
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ARAÚJO e a Deputada Federal CARLA ZAMBELLI SALGADO DE
OLIVEIRA.
to
Na ocasião, LUAN ARAÚJO repetiu algumas vezes dirigindo-se
vo
ao grupo, no qual a parlamentar integrava, os seguintes dizeres:
‘Amanhã é Lula’, ‘Amanhã é Lula, irmão’ (‘tira o celular de sua mão’),
de
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Seguindo no propósito de alcançar a vítima, CARLA ZAMBELLI
SALGADO DE OLIVEIRA sacou, em via pública, a pistola municiada,
colocando em risco a incolumidade de todas as pessoas que ali se
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encontravam, empunhando-a até o lugar onde LUAN ARAÚJO se
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homiziou.
Ao ingressar no Bar e Lanchonete Flor de Lima, CARLA
ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA, fazendo uso ostensivo da
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arma de fogo e apontando-a em direção à vítima, ordenou repetidas
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vezes para que LUAN ARAÚJO deitasse no chão do estabelecimento
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comercial, constrangendo-o a realizar conduta não prevista em lei.
Em oitiva realizada via videoconferência, bem como nos vídeos
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carreados aos autos, a denunciada buscou justificar a sua conduta ao
afirmar ter sido agredida, empurrada ao chão e xingada. A
parlamentar argumentou ter conscientemente perseguido a vítima,
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empunhando a arma de fogo, em suposta legítima defesa, a fim de
que LUAN ARAÚJO parasse e fosse preso em flagrante delito. Disse,
to
ainda, que o ofendido teria lhe pedido desculpas e, após filmar tal
vo
pedido, aceitou as escusas e o deixou ir embora. Acrescentou que, no
dia anterior aos fatos, recebeu uma série de ameaças via aplicativo
de
WhatsApp, com destaque para uma em que disseram que sua vida
seria ceifada com um tiro de 12 (doze).
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interpretação conforme a Constituição Federal, de modo a excluir a
defesa da honra do âmbito da hipótese de exclusão de ilicitude
consubstanciada na legítima defesa.
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Cumpre destacar que a utilização ostensiva de armamento em via
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pública por CARLA ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA foge do
abrigo permissivo do porte e modificou a situação de perigo abstrato
para situação de perigo concreto, não só em face de LUAN ARAÚJO
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contra quem foi dirigida a ação, como em face de toda a coletividade
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cuja segurança e paz sob a tutela do artigo 14, caput, da Lei nº 10.826
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/2003 foram sensivelmente comprometidas.
Diante dos fatos elencados, a PROCURADORIA-GERAL DA
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REPÚBLICA oferece a presente DENÚNCIA em desfavor de CARLA
ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA como incursa no artigo 14,
caput, da Lei 10.826/20038 (porte ilegal de arma de fogo) e artigo 146,
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§ 1º, do Código Penal9 (constrangimento ilegal com emprego de arma
de fogo), observadas as regras do artigo 69, caput, do Código Penal
to
(concurso material). À luz da imputação criminal descrita, o
vo
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL requer:
a) a notificação da denunciada para a apresentação de resposta
de
LIMA”.
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“Presente nesta Distrital a parte Carla Zambelli, a qual realiza
atividade laboral na qualidade de Deputada Federal, nos informando
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que na data dos fatos se encontrava no interior 15 Revisado PET 10674
AGR / SP estabelecimento comercial denominado "Kiichi" localizado
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na Alameda Lorena, 138 - Jardins, São Paulo junto de seu filho e
amigos, em uma mesa situada em local visível para as pessoas que
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transitavam pelo passeio público, onde, logo em seguida, se
deslocariam até uma Delegacia de Polícia para o registro de diversas
ameaças sofridas […]”. (grifo meu)
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to
O conduzido VALDECIR SILVA DE LIMA DIAS (e-DOC 1, p. 10), por
vo
sua vez, afirmou expressamente:
de
nariz em Car1a. Aduz que na sequência ele disse: ‘amanhã é Lula sua
vagabunda’”. (grifo meu)
rio
corroboram o liame:
Ple
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Em consequência, a causa do evento vincula-se diretamente à condição
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de Deputada Federal, atraindo a competência do Supremo Tribunal
Federal, nos termos do art. 102, I, b, da Constituição e da Questão de Ordem
na Ação Penal 937.
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Aliás, a ausência de prisão em flagrante da Deputada Federal CARLA
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ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA decorreu justamente da incidência
do Foro por Prerrogativa de Função que, contraditoriamente, pretende ver
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afastada no momento. Por essas razões, reafirmo a competência do
Supremo Tribunal Federal.
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A alegação de legítima defesa putativa deverá ser analisada quando do
to
julgamento de mérito, inexistindo elementos suficientes ao acolhimento do
pleito na atual fase procedimental. A legítima defesa invocada, exigiria
vo
demonstração inequívoca, ausente no contexto, sem prejuízo de avaliação
oportuna.
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Em consequência, a decisão cautelar que determinou a entrega
voluntária do armamento e suspendeu o porte de arma considerou a
existência de fumus comissi delicti, consistente no uso de arma de fogo, em
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princípio, fora dos limites legais, e do periculum in mora, decorrente da
00:
permanência dos artefatos com a Deputada CARLA ZAMBELLI SALGADO
DE OLIVEIRA, além das declarações subsequentes quanto à legitimidade
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do comportamento. Transcrevo o tópico da decisão recorrida:
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“Diante dos elementos até então colhidos, observo que os
documentos juntados aos autos, especificamente o auto de prisão em
0/0
flagrante, os vídeos do evento e o conteúdo das declarações da
investigada, autorizam inferir a presença do fumus comissi delicti,
-1
consistente na utilização de arma de fogo para além dos limites da
autorização de legítima defesa, desde já afastada a suposta defesa da
to
honra que, além de rejeitada abstratamente pelo Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da Arguição de Descumprimento Preceito
vo
Fundamental 779, mostra-se incoerente com a dinâmica dos fatos até
agora apurados. O periculum in mora decorre tanto das circunstâncias
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de n A00111149, devendo-se comunicar imediatamente a
Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal”.
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Por isso, sem prejuízo de posterior análise, entendo presentes os
00:
requisitos legais autorizadores da concessão e manutenção das medidas
cautelares impostas pela decisão agravada.
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Ante o exposto, reafirmando o conteúdo da decisão, nego provimento
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ao agravo regimental.
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É como voto.
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to
vo
de
ta
inu
-m
al
rtu
Vi
rio
ná
Ple
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