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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BAURU-SP

PROCESSO: ____________________

JUSTIÇA PÚBLICA

F, já qualificado nos autos em epígrafe, cujo trâmite


se processa perante este Douto Juízo, por sua advogada que esta subscreve,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a
CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA, nos termos da legislação
processual penal vigente, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos:

I – DOS FATOS

Em resumo, trata-se de inquérito policial instaurado


em razão do auto de prisão em flagrante do Réu F, pois fora encontrado em
seu veículo no banco do passageiro, uma porção de maconha com 30.93
gramas que estavam divididas em 28 porções menores, e ainda, 9.18 gramas
de maconha no porta objetos do painel do carro.

Em revista pessoal a F, foi apreendido também R$


600,00 de sua carteira, um celular Motorola e outro celular Samsung.

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F estava junto com L e após abordagem policial, e
foram detidos por suposta prática criminosa em flagrante delito pelas
infrações penais de Tráfico de Drogas e Associação para o Tráfico.

II - DA INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO


PREVENTIVA

Vale ressaltar que a recomendação do auto de prisão


em flagrante fls. __, em (dia, mês e ano) – se deu pela autoridade policial sob
os argumentos da: conveniência da instrução criminal, assegurar a aplicação
da lei penal e perigo gerado pelo estado de liberdade dos imputados.

Ocorre que, tais requisitos não estão evidentes no


caso concreto evidenciado, tendo em vista que a autoridade policial que
lavrou o auto de prisão em flagrante, utilizou-se da Gravidade Abstrata do
Delito, isto é, a suposta justificativa não está enquadrada nos requisitos legais
da decretação da prisão preventiva nos termos do art. 312 e 313 do Código de
Processo Penal, pois não há a devida subsunção da situação concreta ao tipo
processual.

Para decretação da prisão preventiva, o art. 312 do


CPP é taxativo, sendo incabível a decretação de prisão preventiva com base
nas em abstrações jurídicas.

Com relação à justificativa da conveniência da


instrução criminal, não há como se aplicar no presente caso, pois o réu F não
se opôs a prestar os devidos esclarecimentos e segue a disposição da justiça,
podendo comparecer e apresentar-se sempre que preciso.

Além disso, o réu em nenhum momento interrompeu


o cumprimento da aplicação da lei penal e nem mesmo furtou-se de instrução
criminal, e assim, não está configurado o periculum libertatis, pois ele apenas
se configura quando a busca de provas ou o regular trâmite do processo está
em risco, em razão de má-conduta do réu que pode estar intimidando ou

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ameaçando a vítima, perito e testemunhas, ou ainda, houver
adulteração/destruição do local o crime pelo indiciado.

Fundamentar-se utilizando a gravidade abstrata do


delito e aspectos sociais para decretar a prisão preventiva é uma medida
contrária ao princípio da presunção de inocência e do devido processo legal.

Ainda, a prisão preventiva não tem caráter de sansão


e nem função de prevenção geral, e por isso, o acolhimento dos argumentos
de que possa gerar “desmotivação a outros indivíduos que por ventura tenham
interesse em ingressar no crime pernicioso que é o Tráfico de Drogas e
Associação para o Tráfico, servindo de exemplo para toda comunidade com
quem convive” resulta em verdadeira injusta e violação dos direitos e
princípios constitucionais do réu.

Assevera-se que prisão preventiva é a última ratio do


sistema penal, e só deve ser admitida em casos excepcionais, quando se
mostrarem plenamente ineficazes as alternativas.

Por se tratar de requisitos indispensáveis para a


condução da prisão em flagrante para preventiva, não há motivos para a
manutenção da prisão em flagrante, devendo ser concedida a liberdade
provisória sem medidas cautelares.

III - DO CABIMENTO DE MEDIDAS CAUTELARES

Considerando a ausência dos requisitos que


configuram a prisão preventiva e o fato de que o réu é o maior interessado na
devida instrução penal a fim de provar a sua inocência, caso Vossa Excelência
não entenda pela concessão da liberdade pura, requer a aplicação do art. 319
do CPP.

Nos termos do artigo 282, II, poderá o juiz decidir


sobre qual ou quais as medidas cautelares serão aplicadas serão aplicadas.

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Ademais, no §4º e §6º do referido artigo,
demonstram o caráter excepcional da prisão preventiva, aplicando-se apenas
quando não há qualquer outro recurso cautelar pessoal.

Conforme já demonstrado, o réu não oferece perigo


algum em liberdade e não restaram configurados os requisitos para a
aplicação da prisão preventiva.

Desta feita, a prisão preventiva não se mostra


razoável, e requer de forma subsidiária a concessão da liberdade provisória de
forma conjunta com a medida cautelar de comparecimento periódico em
juízo, nos termos do art. 319, inciso I do CPP.

IV- DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

I – Que não seja acolhida a recomendação da


autoridade policial de decretação de prisão preventiva em desfavor do réu;

II – Que seja deferido o presente requerimento


para conceder a liberdade provisória ao réu a fim de que responda o
processo em liberdade, sem imposição de qualquer medida cautelar do
art. 319 do CPP;

III – Subsidiariamente, requer a concessão da


liberdade provisória do réu com determinação de cumprimento da medida
cautelar de comparecimento em juízo periódico, conforme disposto no art.
319, inciso I do CPP.

IV- Subsidiariamente, caso seja decretada a prisão


preventiva, que esta seja convertida em domiciliar, a ser cumprida na
residência indicada nos autos do processo, impondo-se medida cautelar de
monitoramento eletrônico (art. 319, inciso IX CPP);

V – Por fim, requer a expedição do alvará de soltura


em favor do réu, em caráter urgente e imediato.

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Pede Deferimento.

Cidade, data.

ADVOGADO (A)
OAB/SP (n.)

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