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DECISÃO

Vistos.

Trata-se de pedido de prisão preventiva formulado pela Autoridade Policial em


desfavor de Pedro Pedreira, brasileiro, solteiro, nascido em 11/09/1980, na cidade de Fortaleza
– CE, residente e domiciliado na Rua dos Alfeneiros, nº 4, Bairro Alameda dos Trouxas,
Brasília/DF, para garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal, com
fundamento nos artigos 312 e 313, do Código de Processo Penal.
Com vista, a Representante Ministerial manifestou requerendo a conversão da prisão
em flagrante em prisão preventiva, com base no art. 313, I do Código de Processo Penal.
A Defesa do autuado sustentou que é imperiosa a concessão da liberdade provisória ao
flagranteado, com concessão de medidas cautelares, uma vez que o fundamento da
conveniência da instrução processual não está presente.

Decido.

Não vislubrando ilegalidade ou irregularidade no feito e presentes os requisitos legais


consoantes nos arts. 304 a 306 do CPP, homologo o presente Auto de Prisão em Flagrante.
De início, cumpre ressaltar que para o deferimento de prisão preventiva há de estar
preenchidos os requisitos autorizadores descritos no art. 312 e seguintes do Código de Processo
Penal.
No presente caso, é imputada ao acusado a prática de diversos crimes contra o
patrimônio público, crime de dano e crimes contra o Estado Democrático de Direito, havendo
nos autos prova da materialidade e indícios suficientes da autoria. E muito embora o réu esteja
preso atualmente em virtude de flagrante no Presídio Regional de Doutor Ricardo, caso solto,
representa ameaça à ordem pública.
Com efeito, tratando-se de diversos crimes que violem o Estado Democrático de Direito
e a Ordem Pública, que por sua natureza reclama rigorosa apuração, vislumbra-se que o
deferimento do pedido de prisão preventiva do acusado deve ser deferido para a garantia da
ordem pública.
Frise-se que a PF prestou ao Ministro Relator informações relativas aos atos praticados
pelos vândalos, bem como a PGR e a AGU endossaram junto ao STF a necessidade de se
decretar a custódia máxima dos desordeiros.
Colhe-se da doutrina de JÚLIO FABBRINI MIRABETE: "O conceito de ordem pública
não se limita a prevenir a reprodução de fatos criminosos, mas também a acautelar o meio
social e a própria credibilidade da justiça em face da gravidade do crime e de sua repercussão.
A conveniência da medida, como já se decidiu no STF, deve ser regulada pela sensibilidade do
juiz à reação do meio ambiente à ação criminosa." (Processo Penal, 4a ed., SP: Atlas, 1995. p.
381).
Ainda, os crimes foram praticados com violência, gerando grande prejuízo ao erário e
possuem pena privativa de liberdade superior a 04 (quatro) anos.
Assim, por haver numerosa quantidade de dano gerado na ocorrência dos fatos e ainda
suspeita de crime organizado, bem como a possibilidade de que o acusado volte a delinquir,
deve ser acolhido o pleito de segregação.
Diante do exposto, converto a prisão em flagrante em prisão preventiva do autuado
Pedro Pedreira, com fulcro no art. 312 e seguintes do Código de Processo Penal.
Expeça-se mandado de prisão preventiva com observância dos preceitos
constitucionais pertinentes à espécie.
Notifique-se o Ministério Público e a Defesa do autuado.
Após, remetam-se os autos ao Juízo Competente, observados os critérios legais de
prevenção e/ou competência.

Brasília, 27 de fevereiro de 2023.


Cornélio Fudge
Juiz de Direito

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