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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE LINHARES-ES.

Processo n.º 0000207-07.2023.8.08.0030

VINICIUS MAROVETA DOS SANTOS , já qualificado aos autos em epígrafe, por sua
advogada que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar e requerer REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTICA C/C
DEFESA PRÉVIA com fulcro no Art. 5º, inciso LXV, da CR/88, bem como os
artigos 312 e 313 do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I - SÍNTESE DOS FATOS

O acusado foi preso em flagrante dia 17 de janeiro de 2013, em virtude da suposta


pratica dos delitos previstos nos artigos 33 e 35 c/c 40 da Lei 11.343/06.

O auto de prisão em flagrante consta que, a equipe de investigadores da Polícia Civil, Vinicius
Rocha e o Francisco Soares , estavam no bairro Salvador, em Sooretama-ES, investigando um
veículo chevrolet Prisma branco suspeito de ser utilizado para homicídios na região, foi feita
abordagem pela civil e militar no veículo, ocorre que, enquanto estavam realizando esta
ocorrência tiveram ciência de outra ocorrência próxima dali referente a um veículo honda Fit
cor prata, veículo suspeito de ser utilizado no tráfico, veículo também abordado sendo
identificado o acusado como motorista do mesmo e mais dois indivíduos no interior do honda
Fit.

Durante a abordagem ao veículo honda Fit, encontraram uma sacola com R$ 19.806,00 e um
pedaço de maconha, abordagem ocorrida próximo ao prédio que a namorada de Tiago
(abordado também no honda fit) mora, sendo este saído minutos antes da residência dela e
adentrado no veículo, nesta feita, os policiais se locomoveram a residência da moça que é no
último andar do prédio e nada de ilícito encontrado, porém, supostamente havia uma janela
aberta no apartamento do segundo andar, este vazio e sem morador, mas, estava SUPOSTA
JANELA ABERTA, onde foi encontrado materiais ilícitos descritos na ocorrência, sendo que não
havia vestígios de morador no local.
Mediante os fatos, os três indivíduos do HONDA FIT foram conduzidos ao DPJ e foi dado início
ao procedimento legal da prisão dos suspeitos e encaminhados a audiência de custódia onde
a prisão em flagrante foi convertida em preventiva, não cabe prosperar este entendimento.

II DA CONDUTA DO ACUSADO

Cumpre ressaltar Excelência, antes de qualquer coisa e acima de tudo, que o


Requerente é pessoa íntegra, voltada para os estudos e trabalho, COM PROFISSÃO
DEFINIDA UBER

O Acusado jamais teve participação em qualquer tipo de delito, é PRIMÁRIO e possui


BONS ANTECEDENTES, sendo, o delito que o levou à prisão, crime de mera
conduta, o que, por si só, descaracteriza a presunção de periculosidade.

O Requerente possui residência fixa - mora com os pais e irmãs.

Não se vislumbra razão para se manter um jovem em cumprimento antecipado de


uma pena, diante da possibilidade da suspensão condicional do processo em caso de
eventual condenação - ou até de absolvição, caso o entendimento siga a linha de
pensamento do il. Min. Sepúlveda Pertence, que, no julgamento do RHC 81057/SP,
deliberou que porte de arma sem munição não apresenta potencialidade lesiva,
motivo pelo qual não configura crime.

Inexistem motivos para que o Requerente seja enclausurado, uma vez que preenche
os requisitos constantes da lei para a concessão da liberdade provisória.

Com a devida vênia, não se apresenta como medida justa o encarceramento de


pessoa cuja conduta sempre se baseou na honestidade e no trabalho. O
enclausuramento do Requerente em nada contribui para a segurança da sociedade,
até mesmo por que o Requerente trabalha e convive em harmonia com seus
familiares.

Dessa feita, o encarceramento do Requerente, como medida de antecipação de uma


possível pena, é medida que se afasta dos anseios da sociedade. O Acusado, em
nenhum momento, cometera crime de grande repercussão social ou, até mesmo,
crime violento ou que causasse intranquilidade social.

III - FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Inicialmente há necessidade de ponderar a necessidade do réu permanecer preso em
contrapartida com sua soltura.

Restando comprovada a ausência de risco a ordem pública (motivação ensejadora de


conversão da prisão em flagrante em preventiva) e mesmo diante de descumprimento
de medida anterior, tem-se que deve ser considerado o grave risco de perecimento
familiar, impondo-se a revogação de prisão preventiva.

A prisão cautelar reveste-se de caráter de excepcionalidade, pois somente deve ser


decretada quando ficarem demonstrados o fumus bonis iuris e o periculum in mora, o
que não ocorreu no presente caso.

Para a legítima manutenção em cárcere, na forma de prisão preventiva, há de ser


preenchido os requisitos do art. 312 e 313 do Código de Processo Penal. Passa-se a
análise destes:

O Requerente é primário, possui endereço fixo, e trabalho estável e conforme


comprova documentos anexo, logo, não há risco à ordem pública se posto em
liberdade.

Da mesma forma, não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em


risco a instrução criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem
econômica.

Portanto, não há risco à aplicação da lei penal e, destarte, não há fundamento que


sustente a manutenção do cárcere.

Assim, conforme lesiona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão ausentes os
requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de
Processo Penal, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina o
artigo 321, do Código de Processo Penal:

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o


juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do
art. 282 deste Código.

III - DO PEDIDO
Ante o exposto, requer que seja REVOGADA A PRISÃO PREVENTIVA do Réu, dada
a ausência de requisitos para sua manutenção em cárcere, com a expedição do
devido alvará de soltura.

Por tudo, requer a intimação do Ilustre representante do Ministério Público, nos


termos da lei.

Nesses termos, pede deferimento.

Linhares-ES, 01 de janeiro de 2023.

DEO MORAES DIAS

OAB/ES 25021

TATIANA CARVALHINHO MOTA

OAB-ES 19.360

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