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Rodrigo Moreira Marinho–OAB/MT 18791

EXCELÊNTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS - MT.

IMPETRANTE: RODRIGO MOREIRA MARINHO


PACIENTE: ANTONIO JUNIOR DA SILVA XAVIER
AUTORIDADE COATORA: DELEGADO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL DO
MUNICÍPIO DE CAMPO NOVO DO PARECIS-MT

RODRIGO MOREIRA MARINHO, Advogado inscrito na


OAB/MT sob o nº 19.791, com endereço profissional no rodapé, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso
LXVIII, da Constituição Federal, e nos artigos 647 e 648, inciso I, do Código de
Processo Penal, impetrar

HABEAS CORPUS PREVENTIVO


C/C PEDIDO LIMINAR

em favor de ANTONIO JUNIOR DA SILVA XAVIER, por


estar na iminência de sofrer constrangimento ilegal decorrente de ato do Douto
Delegado de Polícia Judiciária Civil do Município de Campo Novo do Parecis-
MT, pelas razões de fato e fundamentos:

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CEP: 78058-753
Rodrigo Moreira Marinho–OAB/MT 18791

1 - DOS FATOS

O paciente foi surpreendido no último dia 22 de abril de


2024 com informações de populares e familiares de que estaria sendo apontado
como o autor de um homicídio ocorrido nesta urbe, na qual em entrevista dada
à imprensa local o Delegado de Polícia Judiciária, afirmou que representaria pela
ordem de prisão preventiva do paciente nos próximos dias.

Ocorre que o paciente foi vinculado a tal situação por conta


de suposto caso extraconjugal que sua companheira estaria tendo com a vítima,
sendo por isso apontado como o autor do homicídio.

No entanto tais ilações não devem ser levadas em


consideração, vez que não correspondem a verdade.

Fato é que sua companheira se encontra em local


desconhecido desde o acontecido, não tendo o paciente noticias sobre o seu
paradeiro e nem para onde possa ter ido, ficando o requerente sem saber o que
realmente aconteceu.

Imperioso esclarecer que Antônio Junior continua residindo


no mesmo endereço e levando sua vida e rotina normal, estando a disposição
da policia e do poder judiciário para quaisquer tipos de esclarecimentos assim
que for convocado.

Necessário informar que o paciente, por seu advogado,


procurou a autoridade policial buscando agendamento para comparecer a
Delegacia de Policia e sanar quaisquer duvidas que pesem em seu desfavor,
tendo sido negado pelo douto delegado recebe-lo naquela Depol, tendo por
conta disso formalizado tal pedido pelo e-mail oficial da delegacia
(mcnparecis@pjc.mt.gov.br) para que não reste duvidas sobre sua vontade de
comparecer e colaborar com as autoridades para o esclarecimento de quaisquer

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dúvidas. Segue cópia de requerimento anexo.

Cabe ainda destacar a ausência de supressão de


instância, uma vez que, nos termos do Art. 654, §2º do CPP, "Os juízes e os
tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus,
quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na
iminência de sofrer coação ilegal".

2 - DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS PREVENTIVO

Consoante dispõe a Constituição Federal, em seu art. 5.º,


inciso LXVIII:

"conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer


ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder" destaquei

No mesmo sentido, dispõe o art. 647, do Código de


Processo Penal:

"dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se


achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal
na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição
disciplina” destaquei

Portanto, diante de IMINENTE ato coator pela


autoridade impetrada, consubstanciada em manifesta ilegalidade contida na
narrativa da inverídica representação policial.

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3 – DO DIREITO
3.1 – DA AUSÊNCIA DE FUGA

Como se vê no requerimento feito à autoridade policial, o


paciente encontra-se em local certo e sabido, conforme comprovante de
endereço anexo e os dados de sua localização gravados na procuração.

No mais não existe estado de flagrância e nem qualquer


resquício de materialidade além de suposições populares sobre a suposta
autoria dos fatos.

3.3 - DOS BONS ANTECEDENTES, ENDEREÇO CERTO E EMPREGO FIXO

Não obstante, importa destacar que o paciente é


PRIMÁRIO e CONTROLADOR DE PRAGAS- CALDEIRO, tratando-se de
pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais respondeu a qualquer
processo crime.

4 - AUSÊNCIA DO PERICULUM LIBERTATIS

Nos termos do art. 321 do CPP, "ausentes os requisitos


que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no
art. 319 (...)".

Ou seja, a prisão preventiva será mantida SOMENTE


quando presentes os requisitos e não for cabível a sua substituição por
outra medida cautelar, conforme clara redação do Art. 282, §6 do CPP.

No entanto, não há nos autos do processo, qualquer

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elemento a evidenciar a manutenção da prisão preventiva. Afinal, a gravidade


abstrata do delito não ostenta motivo legal suficiente ao enquadramento em uma
das hipóteses que cabível se revelaria à prisão cautelar. (CPP, arts. 282 e 312)

A prisão preventiva tem caráter cautelar diante da


manutenção das circunstâncias que a fundamentam, previstas no Art. 282 do
CPP:

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título


deverão ser aplicadas observando-se a:

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a


investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;

II - adequação da medida à gravidade do crime,


circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
ou acusado.
(...)

§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,


revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como
voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando


não for cabível a sua substituição por outra medida
cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não
cabimento da substituição por outra medida cautelar
deverá ser justificado de forma fundamentada nos

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elementos presentes do caso concreto, de forma


individualizada.

Tais requisitos devem estar presentes não somente no ato


da prisão, mas durante todo o lapso temporal de sua manutenção.

Todavia, considerando que o paciente é primário, não


permanece qualquer risco à investigação ou instrução criminal, desfazendo-se
qualquer periculum libertatis que pudesse fundamentar a continuidade da
prisão, conforme leciona o STJ:

"Sabe-se que o ordenamento jurídico vigente traz a


liberdade do indivíduo como regra. Desse modo, antes da
confirmação da condenação pelo Tribunal de Justiça, a
prisão revela-se cabível tão somente quando estiver
concretamente comprovada a existência do periculum
libertatis, sendo impossível o recolhimento de alguém
ao cárcere caso se mostrem inexistentes os
pressupostos autorizadores da medida extrema,
previstos na legislação processual penal." (HC
430.460/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTA TURMA, DJe 16/04/2018, #73546203)

Trata-se da aplicação do princípio da provisionalidade,


conforme desta respeitável doutrina, de forma esclarecedora:

"Nas prisões cautelares, a provisionalidade é um princípio


básico, pois são elas, acima de tudo, situacionais, na
medida em que tutelam uma situação fática. Uma vez
desaparecido o suporte fático legitimador da medida e
corporificado no fumus commissi delicti e/ou no
periculum libertatis, deve cessar a prisão. O

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desaparecimento de qualquer uma das "fumaças" impõe a


imediata soltura do imputado, na medida em que é exigida
a presença concomitante de ambas (requisito e
fundamento) para manutenção da prisão." (LOPES JR,
AURY. Direito Processual Penal. 15ª ed. Editora Saraiva
jur, 2018. Versão Kindle, P. 12555)

Ou seja, os "indigitados fundamentos de cautelaridade


devem ser apreciados sob o signo temporal, devendo ser atuais
independentemente de se tratar de novo decreto de prisão ou de
restabelecimento de prisão há muito revogada, seja em virtude da
ausência dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal,
seja em virtude da ausência de fundamentação idônea" (AgRg no REsp
1.195.873/MT, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA).

Afinal, a conversão em prisão preventiva seria cabível


somente diante dos requisitos dos arts. 312 e 313 do CPP:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como


garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado
pelo estado de liberdade do imputado.

Art. 313. Nos termos do Art. 312 deste Código, será


admitida a decretação da prisão preventiva:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de


liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

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II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em


sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
noInciso I do Caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar


contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;

Situações que não estão mais presentes no presente


quadro., uma vez que não há indícios de que o acusado em liberdade ponha
em risco a instrução criminal, a ordem pública ou risco à ordem econômica.

Portanto, considerando que ausentes os requisitos que


pudessem motivar a conversão em prisão preventiva, não subsistem motivos à
manutenção da prisão cautelar, conforme precedentes sobre o tema:

HABEAS CORPUS. DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.


AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. ILEGALIDADE
FLAGRANTE. ORDEM CONCEDIDA. PRISÃO
REVOGADA. RESSALVADA A POSSIBILIDADE DE QUE
NOVA CUSTÓDIA VENHA A SER DECRETADA, SE
APONTADAS RAZÕES CONCRETAS. 1. As instâncias
ordinárias, in casu, não indicaram fatos concretos
aptos a justificar a segregação cautelar do paciente,
estando a decisão fundamentada apenas em conjecturas e
na gravidade abstrata do tráfico de drogas, o que configura
nítido constrangimento ilegal. No caso, a quantidade de
droga apreendida (4 mudas de maconha e 885 g de
maconha) não constitui elemento concreto a
evidenciar a periculosidade do paciente para o fim de

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justificar a determinação da prisão cautelar. 2. Desde


11/5/2012, após o Plenário do Supremo Tribunal Federal
declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade de parte
do art. 44 da Lei n. 11.343/2006, a saber, da que proibia a
concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico de
drogas, a fundamentação calcada nesse dispositivo
simplesmente perdeu o respaldo. De acordo com o
julgamento da Suprema Corte, a regra prevista no referido
art. 44 da Lei n. 11.343/2006 é incompatível com o princípio
constitucional da presunção de inocência e do devido
processo legal, dentre outros princípios. Assim, para se
manter a prisão, imprescindível seria a presença de
algum dos requisitos do art. 312 do Código de
Processo Penal, o que não ocorreu no caso. 3. Ordem
concedida, confirmando-se a liminar, para garantir ao
paciente o direito de responder ao processo em liberdade,
salvo se por outro motivo estiver preso e ressalvada a
possibilidade de haver nova decretação de prisão ou a
aplicação de uma das medidas cautelares previstas no art.
319 do Código de Processo Penal, caso se apresente
motivo concreto para tanto. (STJ - HC: 401830 MG
2017/0127983-6, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS
JÚNIOR, Data de Julgamento: 18/09/2018, T6 - SEXTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 07/11/2018, #03546203)

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.


PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM
PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM
CONCEDIDA. 1. Sabe-se que o ordenamento jurídico
vigente traz a liberdade do indivíduo como regra. Desse
modo, antes da confirmação da condenação pelo Tribunal

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de Justiça, a prisão revela-se cabível tão somente quando


estiver concretamente comprovada a existência do
periculum libertatis, sendo impossível o recolhimento de
alguém ao cárcere caso se mostrem inexistentes os
pressupostos autorizadores da medida extrema, previstos
na legislação processual penal. 2. Na espécie, ao
converter a prisão em flagrante em preventiva, deteve-
se o Juízo de piso a fazer ilações acerca da gravidade
abstrata do crime de tráfico, a mencionar a prova de
materialidade e os indícios de autoria, a supor a fuga
do distrito da culpa e a invocar a quantidade do
entorpecente apreendido, o que, na hipótese específica
dos autos, não constitui motivação suficiente para a
segregação antecipada, sobretudo porque não há falar,
no caso, em apreensão de elevada quantidade de droga,
já que encontradas com o paciente 20 porções de cocaína,
com peso líquido de 26,9g (vinte e seis gramas e nove
decigramas). 3. Habeas corpus concedido. (STJ - HC:
458857 SP 2018/0171330-9, Relator: Ministro ANTONIO
SALDANHA PALHEIRO, Data de Julgamento: 09/10/2018,
T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/10/2018,
#73546203)

EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - LESÃO


CORPORAL E AMEAÇA - DECRETAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA - IMPOSSIBILIDADE -
EXCEPCIONALIDADE DA PRISÃO CAUTELAR. No
processo penal brasileiro a prisão cautelar, antes do
trânsito em julgado, deve ser entendida como medida
excepcional, sendo cabível exclusivamente quando
comprovada a sua real necessidade, pautando-se em fatos
e circunstâncias do processo, que preencham os requisitos

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previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal.


Ausentes os requisitos do artigo 312 do Código de
Processo Penal, não há como se decretar a prisão
preventiva. (TJ-MG - Emb Infring e de Nulidade:
10433150282450002 MG, Relator: Maria Luíza de Marilac,
Data de Julgamento: 10/04/2018, Data de Publicação:
20/04/2018, #03546203)

HABEAS CORPUS. REVOGAÇÃO DA PRISÃO


PREVENTIVA. A prisão sem condenação é medida
excepcional, devendo ser imposta, ou mantida, apenas
quando houver prova da existência do crime, indício
suficiente de autoria e, ainda, forem atendidas as
exigências dos artigos 312 e 313, ambos do Código de
Processo Penal. Decisão que carecedora de
fundamentação, não sendo possível inferir necessidade de
garantia da ordem pública, da ordem econômica, a
conveniência da instrução criminal e tampouco a exigência
da prisão do paciente para garantir a aplicação da lei penal.
(TJ-SP 20325049820188260000 SP 2032504-
98.2018.8.26.0000, Relator: Kenarik Boujikian, Data de
Julgamento: 09/04/2018, 2ª Câmara de Direito Criminal,
Data de Publicação: 13/04/2018, #73546203)

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. LIBERDADE


PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE. A gravidade do crime em
abstrato, por si só, não pode fundamentar prisão
preventiva, sob pena de séria violação aos mais basilares
princípios constitucionais. Caso em que nada no fato
concreto ou nas circunstâncias pessoais do paciente
poderia justificar a alegação de que sua soltura é um perigo
concreto à ordem pública, assim como nada indica que

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possam prejudicar a instrução criminal ou eventual


aplicação da lei penal. ORDEM CONCEDIDA. UNÂNIME.
(Habeas Corpus Nº 70077105138, Segunda Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Mello
Guimarães, Julgado em 12/04/2018).

Por se tratar de requisitos indispensáveis para a condução


da prisão, não há motivos para a decretação da prisão em preventiva.

Motivos pelos quais, requer o provimento do presente


Habeas Corpus Preventivo.

5. DA CONCESSÃO DA LIMINAR

Preenchidos os requisitos exigidos para a concessão


liminar da ordem de habeas corpus, nos termos do art. 660, § 2º, do Código de
Processo Penal, quais sejam: o fumus boni juris, presente na argumentação e
documentos anexos e o periculum in mora, existente no constrangimento ilegal
ensejado pela possibilidade de decretação da prisão do paciente com base em
informação equivocada da Autoridade Policial de que o paciente esteja foragido,
sendo a concessão liminar da presente ordem medida salutar e urgente, requer-
se a MANUTENÇÃO DA LIBERDADE do paciente ANTONIO JUNIOR DA
SILVA XAVIER, proibindo-se a decretação de sua prisão em face dos fatos que
venham a ser narrados pela autoridade policial e de todos os que deles
derivarem.

6 - DOS PEDIDOS

À vista do exposto, requer-se a V. Exa., LIMINARMENTE,


a MANUTENÇÃO DA LIBERDADE do paciente ANTONIO JUNIOR DA SILVA
XAVIER, proibindo-se a decretação de sua prisão em razão dos fatos que
venham a ser narrados pela autoridade policial e de todos os que deles
derivarem, bem como seja concedida a ordem, DEFINITIVAMENTE, em caráter

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preventivo, impedindo qualquer coação ou restrição da liberdade ao requerente,


a fim de ver-se caso ocorra, processado em liberdade.

Termos em que, pede deferimento.

Cuiabá-MT, 23 de abril de 2024.

Rodrigo Moreira Marinho


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