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Artigo 5º CF LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
DOS FATOS
O Requerente em **/**/**** por volta das 23:30 minutos horas estava visitando assistidos
da ONG ******************* da cidade de ******, no Bairro do *********, e parou seu
veículo de fronte à residência do corréu (*************), pessoa que conhece do bairro pela
alcunha de “neguinho” que neste ato lhe solicitou carona, este indivíduo já conhecido dos
meios policiais como usuário e traficante de drogas.
A Requerente por receio de sua segurança concordou com a carona e transportá-lo, pois o
mesmo disse que levaria a mulher no hospital, neste momento, enquanto aguardava a
companheira de “neguinho” entrar no veículo, a Viatura da Polícia Militar abordou o seu
veículo e encontrou na bolsa de “neguinho” pequena quantidade de drogas, e mediante
“conversa” com os Policiais o corréu mostrou o local onde guardava maior quantidade de
drogas escondidas em sua casa.
A Requerente não viu problema algum na detenção de “neguinho”, no primeiro momento,
até que os Militares lhe imputaram participação na propriedade das drogas encontradas.
E por não aceitar este tipo de imputação a levou ao desespero, mesmo argumentando com os
PMS de nada adiantou, pois disseram que as placas do seu carro foi alvo de Disk Denuncia e,
uma vez que Ela estava com conhecido “marginal” da favela, era participante do crime. (sic.)
Sendo assim, conforme indicado pelo delegado de plantão do **º DP foi lavrado o APDF
oriundo do RDO nº ****/****, e por assim dizer, a Requerente esteve no dia e horário em
companhia de pessoa de baixa credibilidade e contumaz no mundo do crime, mas para fins de
transportar o corréu e sua Companheira ao hospital e jamais drogas.
Para sua tremenda surpresa o delegado de plantão não deu crédito aos seus reclamos e
lavrando o flagrante como incursa no crime de tráfico de drogas, mas sobre o todo arcabouço
do ocorrido, uma vez que, sendo pessoa de bem, sem quaisquer antecedentes criminais,
jamais, sujeitar-se-ia aquele ato criminoso.
DO DIREITO
Consoante disposto no art. 310, III do CPP, o réu, mesmo tendo sido detido em Prisão em
Flagrante, tem direito à Liberdade Provisória com ou sem fiança.
É oportuno lembrar que a Liberdade Provisória é sempre admitida quando não houver
comprovadamente nos autos, a hipótese da necessariedade da decretação de prisão
preventiva, necessidade que não pode ser presumida, mas de fato.
Nunca é demais repetir que entre os primados fundamentais da nossa Constituição estão o
direito à liberdade e a dignidade da pessoa humana e da presunção da inocência.
(art. 5º LVII CF) sendo encarceramento uma exceção.
No passado, MM Juiz, a possibilidade de liberdade provisória, era aplicado com rigor das
prisões cautelares, um ativismo judicial penal que ao final após os trâmites do processo
redundavam em absolvições por falta de provas, e por causa do inc. II do art. 2º da
Lei 8072/90, considerando a natureza da infração, de caráter genérico e absoluto como certa
tipologia de delitos, triste em nossas plagas pois vigorou entre nós.
Eis que, os ventos da dignidade da pessoa humana e da justiça sopraram dos Tribunais
Superiores e tal entendimento mudou e hodiernamente a jurisprudência que merece
decalque é esta:
"O legislador do art. 2º I, II, in fine, da Lei 8072/90, fugindo do princípio da subordinação da
Lei à Constituição, acrescentou, quanto aos crimes hediondos e prática de tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e terrorismo, impedimento ao indulto e à liberdade provisória, pela
presumida periculosidade dos agentes, sem que a Carta Magna contenha qualquer proibição
a respeito (art. 5º, XLIII). Excedeu-se, portanto, e restringiu direitos, ferindo profundamente
a Constituição. A vedação à liberdade provisória contraria os incs. LXVI, LVI, LV e LVII do
art. 5º da CF (respectivamente: princípio da liberdade provisória, princípio do devido
processo legal, princípio do contraditório e da ampla defesa, princípio da presunção da
inocência). Assim, ante as flagrantes violações ao texto constitucional e considerando que
toda prisão processual cautelar deve sempre estar adstritas a um juízo de necessidade - que
não pode ser presumido por lei - torna-se possível a concessão de liberdade provisória aos
autores dos denominados crimes hediondos e de prática de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e terrorismo se comprovadamente não houver nos autos hipótese da
necessidade de decretação da prisão preventiva." ( RT 671/323).
Assim, devido a inexistência de características que determinem a prisão da Requerente, deve-
se optar pela concessão da Liberdade Provisória, já que preenche todos requisitos legais e
não justifica sua prisão antecipadamente, que por sua vez, a privação de liberdade como
antecipação da pena deságua em condição por demais ilícita, conforme art. 310 , II CPP e
art. 5º LXVI da CF.
DOS PEDIDOS
Isto posto, preenchendo os requisitos acima elencados e reprisados, requer-se digne V. Exa.
atender ao pedido supramencionado, promovendo a LIBERDADE PROVISÓRIA, cujo o
flagrante lavrado contra a Requerente, formalmente legal, porém materialmente claudicante
para fundamentar sua prisão provisória.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local e data
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Segue anexo.
1- Procuração ad juditia.