Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. DOS FATOS
Romualdo trafegava em alta velocidade por uma via escura e praticamente
deserta, quando atingiu 03 (três) pedestres que atravessavam fora da faixa de pedestre.
Imediatamente Romualdo saiu de seu veículo, notando que havia causado a morte de
um pedestre e ferido dois gravemente. No mesmo instante, o requerente chamou por
socorro médico, e após a remoção das vítimas, ele se dirigiu a delegacia de polícia mais
próxima e comunicou o ocorrido à autoridade local. Após a oitiva dos fatos o delegado
plantonista efetuou a prisão em flagrante de Romualdo pelos crimes de homicídio
praticado mediante dolo eventual e lesão corporal em sentido formal, conforme o auto
de prisão em flagrante presente em anexo.
É necessário evidenciar que, passado dois dias da lavratura do auto de
prisão em flagrante a família de Romualdo comunicou que não conseguia vê-lo nem
entrar em contato com o mesmo, além do fato do delegado não ter comunicado o fato ao
juízo competente, tampouco comunicou o fato a defensoria pública. Além disso,
registraram ainda que o requerente sequer tinha ciência dos crimes pelos quais estaria
preso, uma vez que não recebeu a nota de culpa.
Destarte, diante do cometimento de todas estas ilegalidades pontuadas
acima, resta evidente a necessidade oferecer o presente Relaxamento de prisão.
2. DO DIREITO
A) DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE.
O artigo 301 do CTB estabelece que, quando o condutor de veículo estiver
envolvido em acidente de trânsito e deixar de prestar socorro à vítima, não adotar
providências no sentido de evitar perigo pessoal, omitir-se quanto aos procedimentos de
socorro, ou não aguardar a chegada da autoridade de trânsito, ele poderá ser preso em
flagrante.
Veja que diz o artigo 301 do Código de Trânsito:
“Art. 301 CTB. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de
trânsito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em
flagrante nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral
socorro àquela.”
C) DA COMUNICAÇÃO À FAMÍLIA
Primeiramente, cabe destacar que a comunicação à família não é apenas
uma formalidade, mas uma salvaguarda dos direitos fundamentais do detido. Ela
permite que os familiares estejam cientes da situação, garantindo não apenas o direito à
informação, mas também a possibilidade de buscar assistência legal adequada para o
preso.
A comunicação da prisão à família de uma pessoa detida é um aspecto
crucial do devido processo legal e está respaldada tanto no Código de Processo
Penal,em seu artigo 306, que estabelece que a prisão de qualquer pessoa e o local onde
se encontra serão imediatamente comunicados ao juiz competente e à família do preso
ou à pessoa por ele indicada, quanto na Constituição Federal do Brasil, por sua vez, em
seu artigo 5º, inciso LXII, assegura que "a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada".
No caso apresentado, a família de Romualdo não conseguiu vê-lo ou
contatá-lo após dois dias da prisão, constituindo uma violação desses dispositivos
legais. A demora na comunicação prejudica a capacidade da família de exercer seus
direitos e contribui para a falta de transparência no processo penal. Esse aspecto reforça
a necessidade do relaxamento da prisão ilegal de Romualdo.
3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja deferido este relaxamento de prisão em
flagrante, para que se expeça o respectivo alvará de soltura em favor do requerente.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Local, data
Advogado
OAB nº..