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EMENTA
ACÓRDÃO
EMENTA
RELATÓRIO
É o relatório.
VOTO
[...]
Passo, doravante, a analisar a possibilidade de conceder o benefício da
liberdade provisória aos flagrados, ou de decretar a sua prisão preventiva, em
obediência a nova redação do artigo 310 do CPP.
A prisão cautelar preventiva - prisão processual, medida excepcional
restritiva do direito de liberdade do indivíduo, antes de eventual decisão
penal condenatória definitiva - poderá ser decretada se presentes os requisitos e
fundamentos legais necessários e indispensáveis para a hipótese.
Trata-se, portanto, de medida extrema e excepcional, eis que a regra é a de
que os réus devem responder em liberdade aos termos da ação penal - e não o
contrário. Ou seja, somente se presentes a prova da existência do crime (fato) e os
indícios suficientes da autoria, os quais caracterizam e consubstanciam o
denominado fumus comissi delicti, bem como, um fundamento ético necessário e
indispensável, que caracteriza o periculum libertatis, poderá ser decretada ou
mantida a custódia cautelar preventiva.
Entendo que, no caso em comento, resta configurado o fumus comissi delicti,
comprovado pelos consideráveis indícios de materialidade e autoria do delito (foi
encontrado em poder dos autuados objetos que foram produto de crime anterior).
Passo à análise do periculum libertatis.
Em consulta à certidão de antecedentes dos flagrados, verifica-se que são
primários e não possuem nenhum procedimento lavrado em seu desfavor.
Do exposto, conclui-se que não se perfazem nos autos quaisquer dos
requisitos legais previstos no art. 312 do Código de Processo Penal para a
decretação da prisão preventiva. Não há perigo à ordem pública ou econômica no
fato; a conveniência da instrução criminal muito menos exige a prisão, já que não
há relato de que tenham buscado resistir ou evadir-se da prisão em flagrante.
Por ultimo, também não há qualquer demonstração de que os autuados vão
se furtar à aplicação da lei penal.
Desta forma, a princípio, denoto estarem satisfeitos os requisitos legais
autorizadores da concessão de liberdade provisória, com a imposição de outras
medidas cautelares diversas da prisão, consoante art. 321 c/c artigo 319, ambos
do Código de Processo Penal. Ante o exposto, nos termos dos arts. 310, III, c/c
319, I e IV, todos do Código de Processo Penal, CONCEDO LIBERDADE
PROVISÓRIA SEM FIANÇA AOS AUTUADOS THAMERA CAROLAINE ALVES
[...]
[...]
É o caso de averiguar, então, se está presente algum dos requisitos do art.
312 do referido diploma legal. Analisando detidamente o caso, entendo que a
liberdade da denunciada representa risco à ordem pública e ao sucesso da
persecução penal.
O fato apresenta considerável gravidade concreta.
Consta que a acusada, na companhia de terceira pessoa não identificada,
abordou a vítima em via pública, no amanhecer do dia, e subtraiu uma bolsa, uma
mochila térmica e vários objetos pessoais, incluindo celular e cartões bancários.
Consta, ainda, que além de proferir ameaças e dizeres de baixo calão,
utilizando-se de um capacete, a acusada desferiu um golpe na cabeça da
vítima, que chegou a cair no chão em razão da violência empregada.
Ressalto que o aparelho celular subtraído, fora apreendido na possa da
acusada e que a vítima reconhecera THAMERA como sendo uma das autoras do
crime.
Nesse quadro, penso estarem nítidos o perigo gerado pelo estado de
liberdade e a insuficiência de medidas constritivas menos gravosas para
resguardar o bem jurídico em apreço. Ante o exposto, com base nos arts. 312,
caput, e 313, I, do CPP, defiro a representação da Órgão Ministerial e DECRETO A
PRISÃO PREVENTIVA de THAMERA CAROLAINE ALVESLEMOS.
[...]
A propósito:
AgRg no
Número Registro: 2022/0175738-6 HC 748.026 / G O
MATÉRIA CRIMINAL
Relator
Exmo. Sr. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. PAULO DE SOUZA QUEIROZ
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : PRICILLA FABIANE ALVES SOUZA
ADVOGADO : PRICILLA FABIANE ALVES SOUZA TELES - GO042898
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
PACIENTE : THAMERA CAROLAINE ALVES LEMOS (PRESO)
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Roubo Majorado
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : THAMERA CAROLAINE ALVES LEMOS (PRESO)
ADVOGADO : PRICILLA FABIANE ALVES SOUZA TELES - GO042898
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Rogerio Schietti Cruz, Antonio Saldanha Palheiro, Olindo
Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região) e Laurita Vaz votaram com o Sr.
Ministro Relator.