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(e-STJ Fl.

323)

fls. 323

Q.)

Q.)
(_)
CD

CD
c
c
o
o
"
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO CEARÁ.
rt,

(O
Lr)
cy
a)
cy
O
O
O)

1:1" Processo n2. 0031694-98.2010.8.06.0064


o
E ---

o
RECORRENTE: FRANCISCO LEONARDO DE SOUSA
(é)

o
-c) RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
o

\I
M".
ai

c;
a)
O
cy
cy

C:)
r")
E
FRANCISCO LEONARDO DE SOUSA, já devidamente qualificado nos
-o autos em epígrafe, por sua advogada, que a esta subscreve, com fundamento no
o
o
o Art. 105, III, a da CF/88, bem como, no artigo 1.029 do Novo Código de Processo
Civil, não se conformando, com o respeitável acórdão publicado em 13.12.2019, com
--J inicio do prazo em 16/12/2019, vem a presença de Vossa Excelência interpor o
',C Lr)

CU- o presente:
Ct
LU 'ti
o
U.1 L'
° RECURSO ESPECIAL
LU lb
CC

C.) c)
-)
o
co
No recurso interposto ao Tribunal de Justiça, foram previamente
cc ;
tratadas as matérias trazidas pelo Recorrente.
Q9
c:,
L. NO
o
a o.,
C° O Recorrente teve sua sentença condenatória em sede recursal, por
w 4
c 0)
unanimidade de votos, mantida em sede de segundo grau, tornando-se esta,
(é) (£)-,

ca
--e) o passível deste recurso.
O (/)
-O
(coO CD

Assim dispõe trecho do acórdão prolatado, ao qual se opõe recurso


rI5
o
(ti
especial.
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc
È
N g_
G
O

-O -Q
CI3 Ui

.1)

cu " 4".>

O
(é)
O Q.
o .e.
,.-Q)

11 O
(e-STJ Fl.324)

f Is 324

a.)
5
(i)

ro
.

o)
o
o
o
o Embora não esteja contida na tipificação do artigo
o
C
o 311 do CPB, a placa do veículo constituisinal externo
(13

de identificação nos termos do artigo 115 do CTB.4.


0_
Liz;
4-) A materialidade do crime de adulteração de sinal
O)
er
identificador de veículo se concretiza na troca de
O
O
placas, caracterizando remarcação de um de seus
o signos.5. A autoria de adulteração da placa do
1-
o
a.)
R
veículo não pode ser afastada pela simples negativa
c do agente ou da simplória justificativa de que
o
o
V) desconhecia o fato, se foi abordado em pleno
Q;
CV
delitoem situação de flagrância.
o;

-cts
o)
O
Entendimento diverso do que preceitua literalmente, o caput do artigo

E
311, do Código Penal Brasileiro.
cu
o
to
o "Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de
o
o
b". veículo automotor, de seu componente ou equipamento: Pena - reclusão, de três a
a.
ce e.;
ce
seis anos, e multa."
-J u j'-

CC (4)
o Desta forma, mostra-se nítida e inequivocamente, que o acórdão
CC c»
CLL11
75
-o recorrido, fere lei federal, qual seja, DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO
LIJ
2 ° DE 1940.
LU e
CC

c,
C.)CD
o (6
Requer que seja o presente recebido e seja ordenado o seu
çE
1:C
c,; processamento e seja submetido a julgamento perante o Egrégio Superior Tribunal
O
N `c;

O, m
e° de Justiça.
4
cy,
42").

C-5
(e.

Nestes Termos,
ES') C'
( 9,

Lo Pede deferimento.
-0
O o
C
c-75
(,) C).
CO ° Caucaia (CE), 30 de dezembro de 2019.
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
t
'E-5

o S.
.2
MARIA JUCIRENE PEREIRA LIMA
o
Cl
Vi
'O
U
(1,
OAB/CE Nº 27.260
o
cu
E
O ei
o
.ch
1-0
LL o
(e-STJ Fl.325)

fls. 325

cL)

CD

CD

Cr)
.c
o
o
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
o
Processo n2. 0031694-98.2010.8.06.0064
CD

Cd
RECORRENTE: FRANCISCO LEONARDO DE SOUSA
Lr)
CNJ
a)
CNJ
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
O
O
O
LLl
C.)
ti
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
(é)

o
o
o
N
Eminentes Ministros,
ai

a,

CNJ

CNJ

M EXPOSIÇÃO DOS FATOS E DO DIREITO


E
O
ct,

o
O Recorrente foi processado e condenado, nos termos do acórdão
Cf - proferido pela 32 Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Ceará que, por
--J u_
Lu
unanimidade, negou provimento ao Recurso de Apelação, mantendo integralmente a
ÇC ir)
Cr
a.1 o
Sentença, sendo o Acórdão do julgamento, publicado em 13/12/2019, assim lavrado:
rs,
Lu -e,
tl. -o
Lu L'
O
Lu Q)
Processo: 0031694-98.2010.8.06.0064 - Apelação
e.3
o c:,
Qz; Apelante: Francisco Leonardo de Sousa Apelado:
,c c,
cc co
.,c c:,
Ministério Público do Estado do Ceará Custos legis:
,-
o

CN
Ministério Público Estadual
2
c a)
(é) -r)-
c,
EMENTA: EMENTA: PENAL E PROCESSO PENAL.
7o- 0 ART. 311 DO CPB. ADULTERAÇÃO DE SINAL
° IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. PROVAS
o oO
-C-3--

-o Q>
SUFICIENTES. DEPOIMENTOS. FASE INQUISITORIAL
G ()O
Q.
, E INSTRUÇÃO PROCESSUAL. COERÊNCIA. AUTORIA
o o
E MATERIALIDADE COMPROVADAS. VEÍCULO
Documento recebido eletronicamente da origem

"H
-6, o APREENDIDO EM PODER DO RÉU. COMPROVAÇÃO
o -e
o DE LICITUDE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
'o r: ABSOLVIÇÃO DO DELITO. INVIABILIDADE. RECURSO
o (,)
.o.,
ch DESPROVIDO.
O (.)
,I1) r.5,
O Trata-se de recurso de apelação interposto contra

2
o
°-
-0

LU o
(e-STJ Fl.326)

fls. 326

O
5
(i)

ro
.

o)
C
o
O
o sentença condenatória por crime de adulteração de sinal
o identificador de veículo automotor, tipificado no artigo 311
o
do Código Penal.
(13

O Presentes a materialidade e autoria do crime, conforme a


0_
prova dos autos e depoimentos colhidos na instrução
4-)
O)
criminal, impõe-se a manutenção da condenação.
Embora não esteja contida na tipificação do artigo 311 do
C,
C,
O)
CPB, a placa do veículo constitui sinal externo de
identificação nos termos do artigo 115 do CTB.
o A materialidade do crime de adulteração de sinal
-
o identificador de veículo se concretiza na troca de placas,
a.)
R caracterizando remarcação de um de seus signos.
o A autoria de adulteração da placa do veículo não pode ser
o afastada pela simples negativa do agente ou da simplória
V)

0)- justificativa de que desconhecia o fato, se foi abordado


CV

")
em pleno delito em situação de flagrância.
As circunstâncias de flagrância do delito, em que o agente
-cts
é surpreendido na posse do veículo com placa adulterada,
o>
enseja a comprovação de sua boa -fé, a teor do artigo 156
do CPP, ou a indicação de provas, se negar o delito em
c>
juízo, conforme previsão do artigo 189 do mesmo diploma
E
legal. Recurso conhecido e desprovido.
cu
o
1:3
ro
ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos os presentes
o autos de Apelação Criminal n° 0031694-
o
e 98.2010.8.06.0064, em que figuram as partes indicadas,
a.
ACORDA a 32 Câmara Criminal do egrégio Tribunal de
gR, Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em
o CO
NEGAR PROVIMENTO ao recurso de acordo com o voto
do relator.
CC
75
-o
CLL11

LIJ
Fortaleza, 10 de dezembro de 2019
2 °
LU e
CC DES. FRANCISCO LINCOLN ARAÚJO E SILVA
C.)
o,

çE
(6
O
Presidente do Órgão Julgador
1:C
c,; DES. JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA -Relator
O
N `c;

O, m

4
O42"). cy,

C-5 c, Processo: 0031694-98.2010.8.06.0064 - Apelação


ES') o
.-"6"

o
(,
Lo
Apelante: Francisco Leonardo de Sousa Apelado:
-0 W
ro
C o Ministério Público do Estado do Ceará Custos legis:
c-75
(,)
g
ft
Ministério Público Estadual
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
'E-5

o S.
o
RELATÓRIO
ro Vi
6
'O (1,
Trata-se de apelação interposta por Francisco Leonardo
(..)
de Sousa contra sentença proferida pelo Juiz de Direito da
o
cu
42 Vara Criminal da comarca de Caucaia - Ceará, pela
E
O ei
o
.ch

LL o
(e-STJ Fl.327)

fls. 327

cL)

cti

CD
c
'G
o
o
"c
qual restou condenado por crime previsto no art. 180,
caput, e art. 311, ambos do CPB - págs. 234/239.
O

Quanto aos fatos, o apelante foi denunciado por cometer


Cd
cy
crime de receptação e adulteração de sinal identificador
cy
a)
cy
de veículo, ao ser flagrado de posse de uma motocicleta
cy
roubada e com placas trocadas, fato ocorrido em
a) 29/08/2010 na rua São Germano, 1728, bairro
Metropolitano, situada em Caucaia/CE.
ti
o
A sentença recorrida, prolatada em 20/02/2018,
(é)

considerando comprovadas a materialidade e autoria dos


o
o
O
crimes imputados, condenou o apelante ao cumprimento
da pena de 4 anos e 10 meses de reclusão em regime
cN
fechado, cumulando ainda ao pagamento de 97DM, fixada
ai
cada fração pelo mínimo legal - págs. 191/203.
a)
Insere-se nos autos sentença de reconhecimento da
cy
cy prescrição relativa ao crime de receptação - págs.
M 206/207.
E
o Em suas razões o apelante pretende a absolvição pelo
cti
o crime de adulteração de sinal identificador de veículo e a
o
manutenção da prescrição pelo crime de receptação, ou o
direito de cumprir a pena em liberdade.
\
--J Lu
Contrarrazões da Procuradoria de Justiça no sentido de
cYco
CU- o se negar provimento ao apelo - págs. 277/279.
Ct 0)
LU 't5-
0-
LU L'
Encaminhado o recurso a esta Corte, a douta
°
LU lb Procuradoria de Justiça, através da eminente Procuradora
C.)
(.0
c:,
o Nádia Costa Maia, apresentou manifestação pela qual
co
ÇC c2,
reitera a argumentação quanto à autoria do crime,
cc; pugnando pelo desprovimento do recurso - págs.
Q9
c:,
O
CN 294/300.

-2 4 É o breve relatório.
c 0)
éco
-2o
--e) o
VOTO
°
0 Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço da
-O
(coO C(/)D

.z presente apelação criminal.


0.
(/)
ro
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc
Conforme já relatado, trata-se de autos em que foi
ei) O
"C e interposta apelação por Francisco Leonardo de Sousa
O

-O
Vi contra sentença proferida pelo Juiz de Direito da 4ª Vara
"CL
0 .1)
(.)
Criminal de Caucaia, pela qual restou condenado por
O "4".>
O

O
(é)

2 °-
o
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.328)

fls. 328

Q.)
fls. 311
Q.)

CD

c
c
o
o
"
crimes de receptação e adulteração de sinal identificador
(1,
de veículo automotor.
O

2
Co Compulsando os autos, vejo que a análise dos
Cd argumentos do apelo não merece prosperar.
Lr)
cy
a)
cy
cy A princípio, merece destaque a sentença emitida na
O
O
a)
origem sobre o reconhecimento da prescrição do crime de
o
receptação, com a consequente extinção de punibilidade
ti do réu - vide págs. 206/207.
o
(é)
Assim, a apreciação da insurgência deve se limitar a
o análise das provas para justificar a condenação pelo crime
o
O
(i) de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
cN Tal limitação decorre do princípio da dialeticidade que
M
ai orienta o exame dos recursos criminais, conforme:
-c;
a) "AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO
cy ESPECIAL. PRELIMINAR. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO
cy
CPP E DO ART. 1.022 DO CPC. OMISSÃO. MENÇÃO
M
E
AO ART. 1.022 DO CPC. DESCABIMENTO. ART. 619 DO
-o
o CPP. IMPROCEDÊNCIA. FLAGRANTE INOVAÇÃO
o
(_)
RECURSAL. TEMAS QUE NÃO FORAM
o
SUSCITADOS NA APELAÇÃO DEFENSIVA. 1. A
Cf.
jurisprudência desta Corte sedimentou o
--J Lu entendimento de que, embora o recurso de apelação
ÇC ir)
Cr devolva ao Juízo ad quem toda a matéria objeto de
CU- 0
t:3)
LU '-cj
controvérsia, o seu efeito devolutivo encontra limites
U.1
,c2.

L'
nas razões aventadas pelo agravante, em homenagem
° ao princípio da dialeticidade, razão pela qual a Corte de
LU (L)

C.) c)
(.0
origem só pode ser instada a se manifestar, em
o
`,C c2,
aclaratórios, acerca do que foi efetivamente alegado pela
Q
cd
9 parte na apelação. 2. O argumento de que, por
c:,
O
CN supostamente serem passíveis de enfrentamento em

w4 revisão, tais teses deveriam ser debatidas em
c 0)
(é)
aclaratórios, é absolutamente descabido, pois a revisão
--e»
ca criminal, enquanto ação autônoma de impugnação, está
° sujeita a um normativo próprio, sendo descabido postular
O (/)
-O
(co CD

a transposição de sua disciplina para os aclaratórios. 3. O


,C O
0.
(/) fato de a matéria versar sobre liberdade também não
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc
firma a existência de omissão, pois o Código de Processo
"C e Penal já ostenta previsão normativa apta a salvaguardar a
O

-O
Vi liberdade individual (art. 654, § 2°, do CPP); não se nega
"CL
0 .1)
(.)
a possibilidade de que a Corte de origem, no âmbito
o
" 4".>
penal, possa debater e declarar de ofício uma ilegalidade,
O
Ci,
(é)

O
(1,
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.329)

fls. 329

Q)
fls. 311

CD

CD

c
o
o
"
o que é inviável é acoimar de omisso o pronunciamento
o de um órgão jurisdicional que não foi instado,
O
oportunamente, a se manifestar. 4. Agravo regimental
CD
improvido." (STJ, AgRg no AREsp 1269851/RS, Rel. Min.
Cd
cy
cy
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
a)
cy
cy
04/09/2018, DJe 17/09/2018).
O
O
a) Neste tocante, entendo que não deva ser considerada a
pretensão da defesa quanto à absolvição do réu, posto
E ---

o que as provas são consistentes ao indicar sua efetiva


(é) participação no delito.
o
-c)
o
Assim, extinta a punibilidade do ré quanto ao crime de
receptação, resta a análise da ocorrência de adulteração
cN
de sinal identificador de veículo prevista no art. 311 do
ai
Código Penal, pelo qual o réu foi apenado em 3 anos e 3
CD
-c;
a)
meses de reclusão, além do pagamento de multa
cy
pecuniária de 65DM, no valor mínimo legal.
cy

M O artigo mencionado visa proteger a fé pública ao regular


E conduta típica que consiste em "adulterar ou remarcar
O
-o
Co
número de chassi ou qualquer sinal identificador de
o
o
o veículo automotor, de seu componente ou equipamento."
O
Cf.
Embora não conste na tipificação penal, é certo que a
--J Lu placa do veículo é um de seus componentes, ou mais
ir)
ÇC
Ct co precisamente sinal identificador externo, conforme
c,
CU-
ts)
LU '-cj
expressa o caput do art. 115 do Código de Trânsito
tl. 'O Brasileiro, pelo qual "o veículo será identificado
U.1 L'
° externamente por meio de placas dianteira e traseira,
LU (L)

C.)
(.0
c:,
o(c;
sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as
`,C c2,
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN."
cc;
9:
c:, A Corte Suprema estabelece que a adulteração da placa
NO
O
0. o.,C° do veículo se insere na tipificação do mencionado artigo,
w 4
c 0) conforme:"Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Art.
(é)

ca 311, caput, do CP. Adulteração de placa traseira do


--e) o
° veículo com aposição de fita isolante preta. 3. As placas
O
-O
(/)

(coO CD de um automóvel são sinais identificadores externos do


C
(/)
0. veículo, obrigatórios conforme dispõe o Código de
ro
Trânsito Brasileiro. A jurisprudência do STF considera
Documento recebido eletronicamente da origem

"C e típica a adulteração de placa numerada dianteira ou


O

-O
traseira do veículo. 4. Reconhecimento da tipicidade da
"CL
Vi conduta atribuída ao recorrente. Recurso a que se nega
0
O "4".>
.1)
(.)
provimento." (STF, RHC 116371/DF - DISTRITO
O

O
Ci,
(é)

O
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.330)

fls. 330

cL)

cti

CD
c
Cr)
c
o
o
'G
FEDERAL RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS
CORPUS, Rel. Min. GILMAR MENDES,
O

Julgamento: 13/08/2013, Órgão Julgador: Segunda


CO
Turma, Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe-230
cy
cy
a) DIVULG 21-11-2013 PUBLIC 22-11-2013).
cy
O
O A Corte Superior de Justiça também orienta quanto à
a)
configuração do crime de adulteração da placa do veículo,
o
incluída na tipificação em destaque, conforme:
o
(é)
"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
o
ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE
o VEÍCULO AUTOMOTOR. ART. 311 DO CÓDIGO PENAL.
O
PINTURA DAS PLACAS PARA CONSTAR COMO TÁXI.
cN
CONDUTA TÍPICA. OFENSA AO BEM JURIDICAMENTE
ai
TUTELADO. INSURGÊNCIA DESPROVIDA.
a)

cy
1. A adulteração de sinal identificador de veículo
cy automotor será típica independentemente da forma pela
M qual a modificação for realizada, pois a conduta atinge a fé
E
O
pública, que é o bem juridicamente protegido pelo tipo
cti penal.
o
o 2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de
Justiça firmou-se no sentido de que o crime previsto
--J Lu
\ no art. 311 do Código Penal se configura com a
cYco
adulteração ou remarcação do chassi ou de qualquer
CU-
Ct
o
0)
sinal identificador do veículo, componente ou
'b-
LU
tl. 'O equipamento, incluindo-se neste rol a pintura da placa
U.1 L'
LU
°
lb
com o intuito de que o automóvel conste como táxi.
MATÉRIA NÃO ARGUIDA EM SEDE DE APELAÇÃO.
C.)
o
c:,
Qz; INOVAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
ÇC c2,
cc; ACLARATÓRIOS REJEITADOS. AUSÊNCIA DE
ç 9:
c:,
CN
PREQUESTIONAMENTO. ÓBICE DAS SÚMULAS N.
O
o.,
C° 211/STJ E 282/STF.
w
c 0)4
(é) 1. Se a questão que é objeto do recurso especial não
-2o
--e) o
(0°
foi debatida nas instâncias ordinárias, tratando-se de
O (/)
inovação em sede de embargos declaratórios, os quais
(coOO
-O

0. foram rejeitados, se mostra inviável a sua análise na via


(/)
do especial, pois recai o óbice das Súmulas n. 211/STJ e
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc

ei) O
"C e
282/STF para o conhecimento da matéria por este
O
o Superior Tribunal de Justiça.
-O Q
Vi
"CL
2. Agravo regimental a que se nega provimento." (STJ,
0 .1)
(.) AgRg no REsp 1612728/SC, Rel. Min. JORGE MUSSI,
O "4".>
O QUINTA TURMA, julgado 20/10/2016, DJe 26/10/2016).
O
Ci,
(é)

O
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.331)

fls. 331

Q)

cti

CD
c
'G
o
o
"c
No caso em análise, argumenta a defesa que nada restou
O comprovado quanto à autoria deste delito pelo apelante,
O
vez que não houve testemunha do fato e o acusado
CD
adquiriu, de boa -fé, um bem em transações informais que
Cd
cy
cy
não sabia a procedência, sendo, também, vítima do
a)
cy
cy
negócio praticado de forma escusa.
O
O
a) Prossegue a defesa argumentando, de forma genérica,
sobre a inexistência de receptação e do crime de
ti
o adulteração, ressaltando, mais uma vez, que não foi
(é) comprovado este crime e que não fez nenhuma alteração
o no veículo, como previsto no mencionado art. 311 do CP.
o
O
Entretanto, o que se extrai dos autos é que o acusado foi
cN
flagrado em poder de uma moto com placas adulteradas,
ai
afirmando em juízo a sua propriedade por ter comprado
a)
em uma feira, tendo conferido placas e numeração do
cy
chassi sem identificar fraude.
cy

M Ou seja, o acusado não nega o fato de estar com a moto


E em situação irregular, insistindo apenas que não
O
cti
identificou qualquer ilegalidade na placa da moto nem
o
o praticou adulteração no veículo.
O
Cf.
Como dito, a defesa do apelante é incisiva quanto à
--J Lu ausência de comprovação da prática da adulteração para
ir)
Ctco fins de absolvição do réu.
CU- o
Ct 0)
LU
tl. 'O
'b- Com efeito, não obstante a comprovação do delito, não há
U.1 L'
° como se verificar a efetiva autoria pelos depoimentos das
LU lb
(.0
testemunhas ou da vítima. Entendo, entretanto, que tal
C.) c:,
o verificação deverá se efetuar à luz do bom senso em
ÇC c2,
cc; decorrência dos indícios inegáveis ao caso.
ç 9:
c:,
O
CN Neste tocante, o veículo flagrado em poder do acusado

w 4 em 29/08/2010, a motocicleta Honda/CG 125 FAN de cor
c 0)
(é)
preta, de placa original HYJ 1488, mas ostentando na
-1!?.
--e) o
0 ocasião a placa HVB 0338, esta pertencente à moto
°
0 Honda/CG 125 TITAN, de cor vermelha, foi furtada da
-O
(coO C(/)D

residência do proprietário em 20/04/2010 (vide termo de


.z
0.
(/)
ro pág. 31 e B.O. de pág. 38).
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc

"C e
O
Destaca-se ainda a notícia do roubo da motocicleta
-O
vermelha, cuja placa, HVB 0338, se encontrava na
"CL
Vi motocicleta preta conduzida pelo acusado no momento da
0 .1)

O "4".>
(.)
abordagem policial - págs. 74/75, mídia pág. 282.
O

(é)
Ci,
O
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.332)

fls. 332

Q)

cti

CD
c
'G
o
o
"c
Informa o réu que adquiriu sua moto na feira da
o Parangaba, nesta capital, cerca de três meses antes da
O
apreensão, ou seja, pouco tempo após o furto do veículo,
CD
como declarado pelo proprietário às págs. 31 e 38.
Cd
cy
cy
a)
cy
Considerando que não havia motivos para que a troca da
cy
placa fosse efetuada pelo proprietário do veículo, é
a) imperioso concluir que a adulteração se deu no período
em que o veículo permaneceu com o recorrente.
ti
o
Considerando ainda o tempo de permanência do veículo
(é)

em poder do apelante, assim como a imediata


o
o
o
constatação da adulteração no momento da abordagem
policial, é altamente razoável concluir que o delito tenha
cN
sido cometido pelo recorrente.
ai
Em que pese a negativa, em juízo, quanto à alteração na
a)
placa, há contradição em relação à declaração anterior
cy
cy quanto à regularização do veículo, afirmando
M anteriormente que no ato da compra foi cientificado da
E impossibilidade de sua transferência, quando afirmou em
O
cti
juízo que marcou com o vendedor para realizar dita
o
o
o transferência.
1.
Observe-se ainda que a negativa da autoria delitiva
\ submete o réu à comprovação de suas declarações,
--J Lu
ir)
Ctco consoante o art. 189 do CPP, que exprime:
ts,
CU- o
LU 'b- "Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em
ei- 'O
U.1 L'
° parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas;"
LU lb

C.)
(.0
c:, Também o art. 156 do CPP permite a inversão do ônus
o
ÇC c2,
probante, especificando que "a prova da alegação
cc; incumbirá a quem a fizer...". Entendo assim que, dada a
ç 9:

O
c:,
CN circunstância de que foi capturado na posse de veículo
C° com placa adulterada e tendo confessado este fato, mas
w 4
c 0)
(é)
negado a adulteração, caberia ao apelante comprovar que
-2o
--e) o
não o fez, o que não se deu na espécie.
°
O
-O
(coO
(1)
CD De qualquer modo, é de se destacar a confissão do
.z agente de que adquiriu o bem sem qualquer recibo e o
0.
(/)
ro
manteve consigo mesmo afirmando ter sido extraviado o
Documento recebido eletronicamente da origem

"C e
documento que recebeu do vendedor, sem qualquer
O
iniciativa em providenciar a regularização do veículo.
-O
Vi
"CL
0 .1)
(.)
Ressalto que a convicção da autoria em relação ao
O "4".>
o agente decorre das circunstâncias do flagrante,
O
Ci,
(é)

CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.333)

fls. 333

Q.)

Q.)

Co

Co
c
Cr)
c
o
o
"
notadamente dos depoimentos dos policiais militares
responsáveis pela prisão, (p. 08/13 e mídia de p. 283),
O

ro elementos que dão conta de que Francisco Leonardo de


Co
Sousa se encontrava em posse de veículo objeto de
Lr)
cy
roubo, além de constar adulteração em sua placa, trocada
a)
cy
cy
pela de outro veículo, circunstância denotada e dada a
O
O conhecer no ato da abordagem. Esta Corte de justiça já
a)
se pronunciou sobre a autoria delitiva de adulteração de
o
placa em caso semelhante, conforme: "PENAL E
o
PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME.
(é)
RECEPTAÇÃO E ADULTERAÇÃO DE SINAL
o
o IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
O
CONDENAÇÃO. PRETENSÃO ABSOLUTÓRIA.
cN
IMPROCEDÊNCIA. A prova de que o acusado estava
ai na posse do bem de boa -fé incumbe à defesa.
-c;
a)
CD
Ausente tal comprovação, sendo o agente flagrado na
cy
condução de veículo automotor que pelas
cy
circunstâncias, sabidamente, objeto de roubo, com as
M placas adulteradas, enquadra-se, a conduta, como
E
O
receptação e adulteração de sinal identificador de
-o
CL1

o
veículo. RECURSO CONHECIDO E I MP ROVI DO.
o SENTENÇA MANTIDA." (TJCE, ApC 767871-
73.2014.8.06.0001, Rel. HAROLDO CORREIA DE
\i OLIVEIRA MAXIMO; Comarca: Fortaleza; Órgão julgador:
--J Luu_

',C 'O
Cr Co
2g Câmara Criminal; Julgamento: 07/12/2016; Registro:
CU- o
Ct 0)
07/12/2016). De outra sorte, a adulteração da placa não
LU 'ti
ei- ,c) inibe a imputação a quem detém a posse do veículo,
LU L'
LU
°
lb
mesmo que praticada por terceiro, posto que o delito se
"m
encontra consumado, tornando inaceitável a pueril
C.) c)
o(.0

Qz; justificava de desconhecimento do fato incriminador por


¢ O
cd parte do condutor. Para tanto, pertinente a jurisprudência
Q9
c:,
CN
adiante:
O

w4
c 0) "AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.
(é) PENAL. ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE
ca
--e) o VEÍCULO AUTOMOTOR. UTILIZAÇÃO DE FITA
(0°
O
-O
(0 ISOLANTE. TI PICI DADE.
(coO CD

C
ri 5 Q.
(/)
ro
Documento recebido eletronicamente da origem

- C.

O
e
-O -Q
(13 Vi

0 .1)

cu " 4".>

O
(é)
O Q.
o
N
r4 -
O
(e-STJ Fl.334)

fls. 334

cL)

cti

CD
c
Cr)
'G
o
o
"c
1. É firme a jurisprudência deste Superior Tribunal de
o
O
Justiça no sentido da tipicidade da conduta consistente
em alterar a placa de veículo automotor por meio da
colocação de fita adesiva, sendo irrelevante, para tanto,
Cd
cy
cy
que o proprietário o tenha feito pessoalmente ou por
a)
cy
cy intermédio de terceira pessoa não credenciada junto
O ao Departamento de Trânsito.
O
a)

o
2. Agravo regimental desprovido." (STJ, AgRg no REsp
ti 1186950/RJ, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS
o
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe
(é)

14/05/2013).
o
o
o
Firme em tais argumentos, entendo não proceder o
cN recurso quanto à absolvição do apelante pelo crime de
ai adulteração de sinal identificador de veículo automotor,
CD considerando a simplória justificativa apresentada em
a)
Juízo de que não tinha conhecimento do fato.
cy
cy
Atento ainda aos argumentos do apelo, ressalto pedido
M
E
alternativo quanto à concessão ao direito de cumprir a
pena em liberdade, considerando as boas condições
cti
o pessoais do réu, como emprego regular e residência fixa.
o
O
Cf. Cediço que o entendimento geral sobre o assunto é que
as condições pessoais favoráveis não são suficientes
--J Lu
para garantir a liberdade do réu em eventual segregação
cYco
CU- o momentânea, desde que presente os requisitos para
ts,
LU'b-
ei- 'O imposição da medida gravosa.
U.1 L'
°
LU lb
Veja-se, neste sentido, a jurisprudência adiante:
C.)
o
(.0
c:,

"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


ÇóÇC

Q9
cc;
TRÁFICO DE DROGAS. GRAVIDADE CONCRETA.
c:,
O
CN NATUREZA DOS ENTORPECENTES APREENDIDOS.
C° ENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTE. MODUS
w 4
c 0)
OPERANDI. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.
-- (-
(é)

-2 o
--e) o
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PRI MARI EDADE.
O (1)
° (0
IRRELEVÂNCIA. IMPOSSBILIDADE DE PREVISÃO
O CD
(coO OBJETIVA DE EVENTUAL REGIME INICIAL DE
0.
(/) CUMPRIMENTO DE PENA. RECURSO ORDINÁRIO EM
Documento recebido eletronicamente da origem

HABEAS CORPUS IMPROVIDO.


"C e
O

-O
1. [...]; 2. {...];
Vi
"CL
0 .1)
(.) 3. [...];
O "4".>
o 4. 4. Presentes os requisitos autorizadores da
O
Ci,
(é)

O
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.335)

fls. 335

Q.)

Q.)

Co

Co
c
c
o
o
"
segregação preventiva, eventuais condições
o pessoais favoráveis não são suficientes para
o
afastá-la.
Co
5. Não é possível a realização de uma prognose em
Cd
Lr)
cy
relação ao futuro regime aplicado ao recorrente no caso
a)
cy
cy de eventual condenação, em razão, principalmente, dos
O
O
a)
elementos táticos e probatórios a serem analisados pelo
juízo sentenciante. Nessa perspectiva, "Não prospera a
C.)
assertiva de que a custódia cautelar é desproporcional à
o
futura pena do paciente, pois só a conclusão da instrução
(é)

criminal será capaz de revelar qual será a pena adequada


o
o
o
e o regime ideal para o seu cumprimento, sendo inviável
essa discussão nesta ação de Habeas Corpus" (HC n.
cN
187.669/BA, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
ai Quinta Turma, julgado em 24/5/2011, DJe 27/6/2011).
CD
-c;
a)
5. Demonstrados os pressupostos e motivos
cy autorizadores da custódia cautelar, elencados no art. 312
cy
do CPP, não se vislumbra constrangimento ilegal a ser
M
E
reparado por este Superior Tribunal de Justiça.
cL)

-o
o 6. Recurso ordinário em Habeas corpus não provido."
Co
o (STJ, RHC 118.383/MG, Rel. Min. REYNALDO SOARES
o
DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 05/11/2019,
DJe 12/11/2019).
--I
c\J
Lu11-
Entendo assim que, se as boas condições pessoais do
`ZZ
Cr Co
Lr)
réu não impedem uma prisão momentânea, muito menos
CU- o
Ct servem para dispensar o cumprimento da pena
LU 'ti
tl. ,o estabelecida em sentença penal condenatória, dada a
LU L'
° definitividade da decisão. Não procede, portanto, a
LU lb
CC

pretensão da defesa neste ponto.


C.)

-)
oc)
Qz;

¢ O
Pelo exposto, em consonância com o parecer emitido no
cc;
O9
c:, âmbito desta Corte, NEGO PROVIMENTO à apelação
NO
O
o.,
C° interposta para manter a decisão de primeiro grau quanto
2
c 0) à prática do crime previsto no artigo 311 do Código Penal
cé)

ca Brasileiro. É como voto. Fortaleza, 10 de dezembro de


--e)
(0°
2019. DES. JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA Relator
O (/)
-O
(coO CD

DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL


C
ri 5 Q.
o
O recurso especial está previsto no artigo Art. 105. Inc III, alíneas: a e
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc
È
"O
O
e c, da CF/88. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
o
-O
O Ui
'O .1)

cu " 4".>

O
(é)
O Q.
o
-o

r4-
11 O
(e-STJ Fl.336)

f I s 336

5
5
N
(ri

-rt;

o)
o
O
o
G
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância,
ci)

o pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito


(13

Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:


a_

Lr) a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;


b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
o
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação
Uj
dada pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004)
e
a.) c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal. (grifei)
Ressalte-se que não se trata de hipótese compreendida na SÚMULA 7
do STJ. "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial".
O acórdão recorrido traz entendimento diverso do que preceitua
-n3
literalmente, o caput do artigo 311, do Código Penal Brasileiro.
0-
çài
"Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador
de veículo automotor, de seu componente ou equipamento: Pena - reclusão, de três
o
a seis anos, e multa."
o
O
O
e- Desta forma, mostra-se nítida e inequivocamente, que o acórdão
a.

N recorrido, fere lei federal, qual seja, DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE


ce
DEZEMBRO DE 1940.
0
CC
LIJ -b
a. o AS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA/INVALIDAÇÃO DA DECISÃO
Lu
zo RECORRIDA
Lu e
cc .1-
c3 2 Como pode-se observar, o acórdão proferido em sede de apelação
cz
CC C°
desconsidera princípios basilares do direito penal, tais como: Princípio da
cc
o Legalidade ou da reserva legal. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
O
m e°


_
pena sem prévia cominação legal (CF/88, art. 5°, XXXIX e Código Penal (CP) art.
1°).
b")
o
175 (9)

o v,
a) b) Princípio da proibição da analogia "in malam partem": Proibição da
2
E75

ru o adequação típica "por semelhança" entre os fatos.


Documento recebido eletronicamente da origem

"lã :é:
o' ,2
t
o
c
o A autoria de adulteração da placa do veículo não pode ser
-0 -Q
ch
afastada pela simples negativa do agente ou da simplória
C
o(1,

justificativa de que desconhecia o fato, se foi abordado


o em pleno delito em situação de flagrância.
cb
E
cg
o
o:a-
o ch

-4
Ui o
(e-STJ Fl.337)

fls. 337

(7)
5
(i)
cb

ro

Dt;
C
o)
o
o
o As circunstâncias de flagrância do delito, em que o agente
o
O
é surpreendido na posse do veículo com placa
o
adulterada, enseja a comprovação de sua boa -fé, a teor
(13

O do artigo 156 do CPP, ou a indicação de provas, se negar


a_
e o delito em juízo, conforme previsão do artigo 189 do
Lo
cv
o)
mesmo diploma legal. Recurso conhecido e desprovido.
<1 -

Não parece razóavel que o julgador imbuído pelo desejo de condenar,


U -j
ignore garantias constitucionais ao individuo, é inaceitável. A conduta do
F-
e
a.)
recorrente não está descrita no tipo penal do artigo 311 do Código Penal
Brasileito.
o
Cita-se entendendimento de outros tribunais brasileiros, que
O).
asseguram a aplicação da lei, porém sem esquecer que há limites na atuação
a.; jurisdicional, não se pode olvidar da pratica de delitos, mas a autoria delitiva ser
provada, no direito penal, é proibido a analogia "in matam partem"!
plz"5"

çài

APELAÇÃO CRIME. RECEPTAÇÃO. ART. 180, CAPUT, DO


(1,
o CP. ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO
(T,
o AUTOMOTOR. NUMERAÇÃO DO CHASSI. ART. 311, DO
o
o
CP. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.
N Não há dúvidas de que houve a adulteração na numeração

ç constante no motor da motocicleta, o que foi confirmado


g, CCpelos relatos dos policiais militares e corroborado no exame
a. ,0
Lu L' pericial. Contudo, a mera apreensão do bem em poder do
zLu oo
cc réu, nessas condições, sem qualquer outro elemento
c3 2
ce,
probatório, não é capaz de ensejar a condenação, e com isso
CC c° não há como afirmar que foi o acusado o responsável pela
,:c c>

o
N adulteração. Não há como presumir, por mais que soubesse
g0,03
da irregularidade do veículo, que fora ele mesmo quem fez a
-e J,
52 adulteração. Meros indícios não são suficientes para a

'13 ( 9)
condenação. RECURSO DESPROVIDO.
v,
-o o Apelação crime - Quarta Câmara Criminal de Porto Alegre
r13
C
E75
v,
g N° 70077443836( N° CNJ: 0109595-94.2018.8.21.7000
o o
Documento recebido eletronicamente da origem

is
lã :é: Apelante: Ministério Público
.e .2c
o
o F-
Apelado: Antonio Aderlan Fonseca Cardoso Júnior
"tr -Q
vi

ACÓRDÃO
ro
2Ã.
ta a)
o o
o Vistos, relatados e discutidos os autos.
cb
E .1,
cg
o
ch

o r75
(e-STJ Fl.338)

fls. 338

cL)

cti

c
c
o
o
"c
Acordam os Desembargadores integrantes da Quarta
(1,
o
o Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, à
2
unanimidade, em negar provimento ao recurso.
Cd
cy
cy Custas na forma da lei.
a)
cy
Participaram do julgamento, além do signatário, os
O
a)
eminentes Senhores DES. NEWTON BRASIL DE LEÃO
ti (PRESIDENTE) E DES. JULIO CESAR FINGER.
o
(é) Porto Alegre, 21 de junho de 2018.
o
o
o DES. ROGÉRIO GESTA LEAL,

cN
Relator.
M
ai
O
a)
O
cy
cy

M
E
cL)
RELATÓRIO
o
cti DES. ROGÉRIO GESTA LEAL (RELATOR)
o
o
Trata-se de apelação do Ministério Público, contra
Cf.

\
sentença do juízo da 22 Vara Criminal e Jecrime do Foro
--J Lu
Regional Sarandi desta Capital, que julgou parcialmente
cYco
CU- o
Ct 0) procedente a denúncia para absolver o réu da prática do
LU 't5-
0-
U.1 L' delito previsto 311, do CP, com base no art. 386, inciso
°
LU lb
"m
(.0
VII, do CPP, e após o transito em julgado, o retorno dos
C.) c:,
o
ÇóÇC
autos para que o Ministério Público manifeste sobre a
cc;
ç 9: suspensão condicional do processo em relação ao delito
c:,
NO
O
o.,
C° do art. 180, do CP.
w 4
c 0)
(é)
Eis os fatos delituosos:
-2 o
(0°
"1° FATO
O (1)
-O
(coO CD

No dia 17 de fevereiro de 2015, às 02h5Omin, na Av.


,C
ri5 o_
o
Plínio Kroeff, em frente ao n2 1250, em via pública, bairro
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc

.-Cr)
"C e Sarandi, nesta Capital, o denunciado, ANTONIO ADELAR
O

o á FONSECA CARDOSO, em comunhão de esforços e


Vi
0 .1)
(.)
acordo de vontades com o inimputável Daniel de Lima
" 4".>

O Faustino, recebeu, transportou e conduziu a motocicleta


O
Ci,
(é)

O
-o
CD

r4 -
LU O
(e-STJ Fl.339)

fls. 339

Q.)

Q.)

CD

CD
c
c
o
o
"
Honda/CG 125 Fan KS, cor preta, placas MIS3168, coisa
o
o que sabia ser produto de crime (Ocorrência Policial
81/2015/101424), avaliada em R$ 2.000,00 (dois mil reais,
Cd
Lr)
cy
conforme auto de avaliação indireta da fl. 35, do APF).
a)
cy
2° FATO
O
O
O)
No período entre os dias 03 de janeiro de 2015 e 17 de
o
E ---

o
fevereiro de 2015, o denunciado, ANTONIO ADELAR
(é) FONSECA CARDOSO, em comunhão de esforços e
-c)
o acordo de vontades com o inimputável Daniel de Lima
o
Faustino, adulterou sinal identificador da motocicleta
cN

Honda/CG 125 Fan KS, cor preta, placas MIS3168, quais


ai

-c;
sejam, as placas e o chassi da motocicleta, nela
a)

cy
transplantando outras placas de forma irregular (IQD-
cy
4848).
M
E
Na ocasião, os policiais militares em patrulhamento de
o
-o
Co
o rotina visualizaram o denunciado e o inimputável em
o
atitude suspeita, em via pública mexendo na motocicleta
em questão, momento que decidiram abordá-los.
-.I Lu
çC
Cr Co Em verificação a motocicleta, os policiais constataram que
CU- o
Ct
LU 'ti o chassi do motor da motocicleta havia sido raspado.
tl.
LU L'
LU
°
lb
Posteriormente, em Laudo Pericial n° 51241/2015 foi
C.)
(.0
c)
o descoberta sua numeração original, indicando uma
¢ c2, motocicleta de mesmo modelo, ano e cor, mas com as
¢ 9:
c:,
CN
placas MIS -3168, o qual estava em ocorrência de roubo
O
o.,

2 (Ocorrência Policial 81/2015/101424)."
c 0)
(é)
Nas razões (fls.100/105), o Ministério Público alegou que
--e) o
ca
° (0 o acervo probatório é seguro, harmônico e convergente
o (/)
-O
(coO CD

no sentido de que o réu cometeu o delito de receptação,


CDoQ.
ri 5

(ti
visto que não apresentou qualquer documento relativo ao
Documento recebido eletronicamente da origem

cc
È
'c e veículo e a apreensão da res em seu poder representa
O

-O -Q
CI3 Ui
liame idôneo entre a autoria e o evento, conduzindo à sua
'O .1)
responsabilidade e invertendo o ônus da prova. Além
" 4".>

O
disso, asseverou que o réu, a fim de assegurar a sua
O
(é)
O Q.
O

r.--
."0"'
LU O
(e-STJ Fl.340)

fls. 340

Q.)

Q.)

Co

Co
c
c
o
o
"
impunidade, adulterou o sinal identificador do veículo
o apreendido, suprimindo a numeração do motor. Sustentou
o
ro
Co que o veículo foi roubado e adulterado pouco mais de um
Cd
Lr)
cy
mês antes de ser apreendido em poder do réu, não sendo
a)
cy razoável que o réu tenha o adquirido de boa -fé.
O
O
a)
Nas contrarrazões (fls.107/112), a defesa do apelado
G:1

E --- postulou o improvimento do recurso.


o
(é) Nesta instância, o Procurador de Justiça, Dr. Gilmar
-c)
o Bortolotto, opinou pelo desprovimento do apelo.
o
ti)
É o relatório.
cN

ai

-c;
VOTOS
a)
C.-2;
DES. ROGÉRIO GESTA LEAL (RELATOR)
cy
cy
Em termos de antecedentes criminais, registro que o réu é
M
E primário (fls. 44/47).
o
-o
Co
o A materialidade dos delitos está demonstrada através dos
o
o
boletins de ocorrência (fls.06/07), no auto de apreensão
\i (fl. 08), laudo pericial (fls. 30/32), no auto de avaliação
--I Lu11-

Co
CrCo
indireta (fl. 38), no auto de restituição (fl. 95), assim como
CU- o
Ct
LU 'ti
pela prova oral coligida.
Cl .0
L'
LU
° Com relação à autoria, ao réu foi decretada a revelia.
LU lb
CC

o
(.0
C.) c) O policial militar Pedro Silva relatou que em
-)
¢ c2, patrulhamento montado para a realização da segurança
cc;
O 9:
c:,
CN
do carnaval em torno do sambódromo, observaram dois
O
o.,

2 indivíduos mexendo em uma moto e foram verificar. Em
c 0)
(é) revista veicular, verificou-se que o chassi do motor estava
ca
--e) o
(0°
raspado. Antonio afirmou que estava conduzindo a
O (/)
-O
(coO CD
motocicleta, que era emprestada, e parou para arrumar a
ri 5 Q.
ro correia. Não apresentou documento do veículo (mídia - fl.
Documento recebido eletronicamente da origem

Cc
È
"O e 83).
O
o
-O
O Ui
O policial militar Eduardo Silva Nascimento narrou que no
'O .1)
dia dos fatos, estava trabalhando no Porto Seco, era
cu " 4".>

O
carnaval e avistaram o réu e outro rapaz. Na abordagem,
O
(é)
O Q.
O

r4-
11 O
(e-STJ Fl.341)

f Is 341

o
5
(i)
o
ro
.

o)
C
O
o
o o réu informou que a correia da moto tinha arrebentado e
o
C
o o dono do veículo estava por perto. Em seguida, o
(13

O acusado saiu para chamar o suposto dono da motocicleta


0_
cri
4-) e logo em seguida retornou sem apresentar tal pessoa.
O)
Seu colega verificou que o chassi da moto estava
C,
C,
raspado. Não lembra se foi apresentado documento do
o veículo. O acusado estava conduzindo a moto (mídia - fl.
ti
a.) 83).
R
C
o A testemunha Jean Pierre explicou que em 04 de janeiro
-Q
(2)
V)
de 2015, estava indo em direção à casa da sua irmã e
M).
eg
") dois rapazes passaram de motocicleta e levaram a sua.
C)

Ficou sabendo da recuperação da motocicleta quando foi


-c13

Cr)
intimado para comparecer à audiência (mídia - fl. 83).
2
,Q)
A testemunha Daniel de Lima relatou que estava com seu
E
cu
amigo Antonio no carnaval em Porto Seco e na sinaleira a
o
ro
o
moto arrebentou a correia, pararam para arrumar e foram
o
o
e
abordados pelos policiais. Pegou a moto emprestada com
a.
seu amigo já falecido chamado André, pagando R$ 50,00
-J u-
Lu
(cinquenta reais). Os policiais "puxaram" a placa e
CC

171.-J

CC verificaram que estava roubada e foram levados para a


-IS
4 -o
LIJ Delegacia (mídia - fl. 83).
°
LU e
Como se vê, não há dúvidas de que houve a adulteração
C.)
o c,
CD

(6
na numeração constante no motor da motocicleta, o que
Qo
c,;
1:C
foi confirmado pelos relatos dos policiais militares e
N `c;
O
m
O, e° corroborado no exame pericial. Contudo, a mera
4
O42"). cy,
apreensão do bem em poder do réu, nessas condições
C-5 c,
ES') o sem qualquer outro elemento probatório não é capaz de
( 9,

Lo ensejar a condenação, e com isso não há como afirmar


-0
ee
ro L,

g que foi o acusado o responsável pela adulteração. Não há


.
c-75
(,)
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
'E-5
como presumir, por mais que soubesse da irregularidade
o g
do veículo, que fora ele mesmo quem fez a adulteração.
o L
MV)
'0 g,
Meros indícios não são suficientes para a
L,

o
condenação.(grifo nosso)
cu -
E
2
o
-o
ch

:*3
L1.1 o
(e-STJ Fl.342)

fls. 342

Q.)

Q.)

Co

Co
c
Cr)
c
o
o
"
Nesse sentido: APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 311 DO CP.
O
O ADULTERAÇAO DE SINAL IDENTIFICADOR DE
ro
Co VEÍCULO. DÚVIDA QUANTO À AUTORIA. ABSOLVIÇÃO
Cd
Lr)
cy
MANTIDA. A troca de placas do veículo caracteriza a
a)
cy infração do art. 311 do CP. Todavia, a simples
O
O
a) apreensão da motocicleta com o acusado, nessas
G:1
o circunstâncias, não é suficiente para comprovar a
E ---

o
autoria. No caso dos autos, a prova se mostrou
(é)

o insuficiente. APELAÇÃO NÃO PROVIDA. (Apelação


-c)
o
ti) Crime Nº 70072198559, Quarta Câmara Criminal,
cN
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Julio Cesar Finger,
ai
Julgado em 27/04/2017)
-c;
a)
C.-2;
APELAÇÃO CRIME. ADULTERAÇÃO DE SINAL
cy
cy
IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR (ART.
M
E 311, DO CP). INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. A prova
O
-o
CO
dos autos não se mostrou suficiente a édito
o
o condenatório, pois, em nenhum momento foi
demonstrado, estreme de dúvidas, que foi o acusado
\i
u_
--J Lu
QCo
que efetivamente trocou a placa de motocicleta
Cr Co
CU- o
Ct
apreendida. Por estar nítida a ausência de contexto
LU 'ti
Cl
LU
.0
L'
probatório a comprovar a autoria e ainda, a
°
LU
CC
lb
impossibilidade de condenação baseada em meras
(.0
C.) c)
o presunções, deve ser mantida a absolvição.
¢ c2,

¢ 9:
cc; RECURSO MINISTERIAL DESPROVIDO. (Apelação
c:,
O
CN
Crime Nº 70068560200, Quarta Câmara Criminal,

112
o 0) Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mauro Evely Vieira de
(é)

--e) o
ca Borba, Julgado em 14/04/2016)
(0°

-O
(/) CÓDIGO PENAL. CRIMES CONTRA O PATRIMONIO.
(coO CD

C
ri 5
(/)
Q. ART. 180. RECEPTAÇÃO. FALSIDADE DOCUMENTAL.
(ti
Documento recebido eletronicamente da origem

C.- È ART. 304. USO DE DOCUMENTO FALSO. OUTRAS


O FALSIDADES. ART. 311. ADULTERAÇÃO DE SINAL
-O -Q
(13 Ui
INDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
'O .1)

" 4".> EXISTÊNCIA DOS FATOS E AUTORIA. Apreensão, em


O

(é)
O Q.
O

r.--
."0"'
LU O
(e-STJ Fl.343)

fls. 343

Q.)

Q.)

Co

Co
c
c
o
o
"
poder do réu, de um veículo Chevrolet/Cruze LT HB,
o produto de roubo, com placa adulterada, e apresentado
ro
Co documento de trânsito falsificado. RECEPTAÇÃO. DOLO.
Cd
Lr)
cy
No crime de receptação, o dolo se comprova por
a)
cy circunstâncias objetivas do fato. Trata-se de veículo com
O
O
a) registro de roubo poucos dias antes, com aposição de
G:1
o outras placas, com documento falsificado, sem que o réu
E ---

o
tenha comprovado a forma de aquisição. Ademais,
(é)

o quando da abordagem policial, tentou escapar.


-c)
o
ti) Condenação mantida. ADULTERAÇÃO DE SINAL
cN
IDENTIFICADOR. A substituição das placas originais
ai
por outra caracteriza o crime. Todavia, o tipo penal
-c;
a)
C.-2;
exige demonstração da autoria, o que não ficou
cy
cy demonstrado. Possuir, ter em depósito, trafegar, com
M
E
veículo adulterado não caracteriza o crime.
o
-o
Co
Absolvição. USO DE DOCUMENTO FALSO.
o
(_)
o Apresentado CRLV falsificado, caracterizado o crime do
O

art. 304. PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE. Para fins


\i
--I Lu11- de análise da circunstância judicial antecedentes, não
çC
Cr Co
CU- o devem ser considerados processos em andamento.
Ct
LU 'ti
Cl .0 Direito sumular. Válido, entretanto, ponderar a natureza
LU L'
°
LU
CC
lb do bem, e seu valor, como circunstância judicial, para
o
(.0
C.) c)
-) co
melhor atendimento ao preceito constitucional de
çc
cc ; individualização da pena. Penas reduzidas. PENAS
¢ 9:
c:,
O
CN SUBSTITUTIVAS. Primário o agente, e pena definitiva

2
c 0) inferior a quatro anos, viável a substituição, por duas
éco
ca restritivas de direitos. REGIME DE CUMPRIMENTO DA
--e) o

o
(0°
(/)
PENA. Quantidade da pena, condição pessoal do agente,
-O CD
Cti

ri 5
O
Q.
e natureza do crime, autorizam o abrandamento do
(/)
ro
regime para o semi-aberto. APELO DEFENSIVO
Documento recebido eletronicamente da origem

C.- È

O
PROVIDO, EM PARTE. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº
-O -Q
(13 Ui
70066730029, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de
'O
cu
.1)

" 4".>
Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em
O

O
28/01/2016)
(é)
O Q.
O
-0
N
r4 -
O
(e-STJ Fl.344)

f Is 344

(i)
cb
ro

o)
o
U
o
Dessa forma, existe dúvida razoável à condenação pelo
delito previsto no art. 311, do CP, a ser resolvida em favor
do réu, em apreço ao princípio do in dublo pro reo, com
(13

a_

fundamento no art. 386, inc. VII, do CPP, devendo,


Of

portanto, ser mantida a absolvição.

Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO.


Lu-

DES. JULIO CESAR FINGER (REVISOR) - De acordo


e
com o(a) Relator(a).
5
DES. NEWTON BRASIL DE LEÃO (PRESIDENTE) - De
acordo com o(a) Relator(a).
o
C».
DES. NEWTON BRASIL DE LEÃO - Presidente -
Apelação Crime n° 70077443836, Comarca de Porto
Alegre: "À UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO
AO RECURSO."
rn

N Julgador(a) de 1° Grau: LEO PIETROWSKI

(."
Corrobora com tal entendimento, a decisão no STF, quando do
julgamento da AP 858/DF, proferida pelo Eminente Ministro Gilmar Mendes:
o

o
o AP 858/DF RELATOR: Ministro Gilmar Mendes
o
VOTO DO MINISTRO CELSO DE MELLO: A absoluta
gR, insuficiência da prova penal existente nos autos não pode
Lu
L r) legitimar a formulação de um juízo de certeza quanto à
ec
o culpabilidade do réu. -
CC o,
LIJ -b-
-o
LIJ AP 858/DF* RELATOR: Ministro Gilmar Mendes
z o
Lu
cc
c-3 2
VOTO DO MINISTRO CELSO DE MELLO: A absoluta
c 2,
,c 0 insuficiência da prova penal existente nos autos não pode
CC DD
çC legitimar a formulação de um juízo de certeza quanto à
o culpabilidade do réu.
o. 0,
03

o,
CL, _

C£'
,z)
en
)
O estado de dúvida que emerge deste processo penal de
o v,
Q,
0 conhecimento, tão bem destacado da tribuna desta Corte
g
E75
(,)
cb pelo eminente Professor ALEXANDRE DE MORAES,
Documento recebido eletronicamente da origem

7-2
2
É)
desautoriza, por completo, qualquer decreto condenatório,
o E
-Q não sendo acolhível, por isso mesmo, a proposta do
m v,
2Ã.

o
(1, eminente Chefe do Ministério Público da União no sentido
-erzs

o de que a existência de um "altíssimo grau de


E
2
o
g
ch

UJ o
(e-STJ Fl.345)

lis. 345

O
5
(i)

ro
.

o)
O
o
o probabilidade" bastaria para justificar a condenação
o
G
o criminal do ora acusado.
(13

ro
0_

4-)
O)
Na realidade, em nosso sistema jurídico, como ninguém o
C,
C,
desconhece, a situação de dúvida razoável só pode
beneficiar o réu, jamais prejudicá-lo, pois esse é um
o
- princípio básico que deve sempre prevalecer nos modelos
o
a.)
R
"5
constitucionais que consagram o Estado democrático de
C
o
-Q
Direito.
(2)
V)

M).
CV

r")
C) O exame dos elementos constantes destes autos
-c13

Cr) evidencia que o Ministério Público deixou de produzir


2 prova penal lícita que corroborasse o conteúdo da
,Q)
imputação penal deduzida contra o réu, não sendo capaz
E
cu
o de cumprir, por isso mesmo, a norma inscrita no art. 156,
ro

o "capur, do CPP, que atribui ao órgão estatal da acusação


o
O
a. penal o encargo de provar, para além de qualquer dúvida
gR, razoável, a autoria e a materialidade do fato delituoso.
u-

CC

171J o
CC
-IS
4 -o Como sabemos, nenhuma acusação penal se presume
LIJ
°
LU e provada. Esta afirmação, que decorre do consenso
C.)
o c,
CD

doutrinário e jurisprudencial em torno do tema, apenas


Qo
c,;
1:C acentua a inteira sujeição do Ministério Público ao ônus
O
N `c;
material de provar a imputação penal consubstanciada na
O, m

4
cy,
42").
denúncia.
c£-
C-5 o
ES') o
( 9,

Lo
-0
ro
g)
o
Com a superveniência da Constituição de 1988,
C e
c-75
(,)
Q.
. proclamou-se, explicitamente (art. 52, LVII), um princípio
Documento recebido eletronicamente da origem

'E-5
cÉ)
que sempre existira, de modo imanente, em nosso
o g
ordenamento positivo: o princípio da não culpabilidade (ou
o L
M V)
5 do estado de inocência) das pessoas sujeitas a
'O L>

o
procedimentos persecutórios (DALMO DE ABREU
cu -
E

o
úQ
-c3
ch

1.7)

L1.1 o
(e-STJ Fl.346)

f Is 346

o
5
(i)
o
ro
.

o)
C
o
o
o DALLARI, "O Renascer do Direito", p. 94/103, 1976,
o
G
o Bushatsky; WEBER MARTINS BATISTA, "Liberdade
(13

Provisória", p. 34, 1981, Forense).


0_
cri
4-)
O)
rt-

C,
C,
Esse postulado - cujo domínio de incidência mais
crt
expressivo é o da disciplina da prova - impede que se
C.)

F-
o
atribuam à denúncia penal consequências jurídicas
a.)
R
"5
apenas compatíveis com decretos judiciais de
o
condenação definitiva. Esse princípio tutelar da liberdade
o
V)

0)- individual repudia presunções contrárias ao imputado, que


C) não deverá sofrer punições antecipadas nem ser
-cts reduzido, em sua pessoal dimensão jurídica, ao "status
o>

poenalis" de condenado. De outro lado, faz recair sobre o


c> órgão da acusação, agora de modo muito mais intenso, o
E
cu ônus substancial da prova, fixando diretriz a ser
o
.ts
ro
o
indeclinavelmente observada pelo magistrado e pelo
o
o
e legislador.
a.

gR,
-J u-
CC É preciso relembrar, Senhor Presidente, que não compete
CC
L11
CL
ti
-o
ao réu demonstrar a sua inocência. Antes, cabe ao
LIJ

LU e
° Ministério Público demonstrar, de forma inequívoca, a
CC

c,
C.)CD
o
culpabilidade do acusado. Hoje já não mais prevalece, em
(6
çE nosso sistema de direito positivo, a regra hedionda que,
cd
c,;
N `c; em dado momento histórico de nosso processo político,
O
o, m

42").
criou, para o réu, com a falta de pudor que caracteriza os
cy,
c£- regimes autoritários, a obrigação de ele, acusado, provar
C-5 c,
ES') C'
(, a sua própria inocência!!!
o Lo
-0 O
ro L)
C e
c-75 Q.
(,)
o C'
Refiro-me ao art. 20, inciso 5, do Decreto-lei n° 88, de
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)

'E-5

o S. 20/12/1937 - editado sob a égide do nefando Estado


o
-0
ro Vi Novo de VARGAS -, que veiculava, no que se refere aos
6
'O (1,
(..)
delitos submetidos a julgamento pelo tristemente célebre
o
cu
Tribunal de Segurança Nacional, e em ponto que guarda
E
ei
o
-c3
.ch
In" 1:*3

LL o
(e-STJ Fl.347)

f Is 347

a.)
5
(i)

ro
.
ro
c
o)
o
O
o
o inteira pertinência com estas observações, uma fórmula
oo
o jurídica de despotismo explícito: "Presume-se provada a
(13

acusação, cabendo ao réu prova em contrário (...)" (grifei).


0_
CO
4-)
O)
er
-
C, O fato indiscutivelmente relevante no domínio processual
C,

penal, Senhor Presidente, é que, no âmbito de uma


C.)

1-
o
formação social organizada sob a égide do regime
a.)
R democrático, não se justifica, sem base probatória idônea,
C
o
.Q
a formulação possível de qualquer juízo condenatório, que
o
V)

0). deve sempre assentar-se - para que se qualifique como


CV

C)
CY
ato revestido de validade ético -jurídica - em elementos de
-cts certeza, os quais, ao dissiparem ambiguidades, ao
a>
esclarecerem situações equívocas e ao desfazerem
2
dados eivados de obscuridade, revelem-se capazes de
E
cu informar e de subsidiar, com objetividade, o órgão
o
to
o
judiciário competente, afastando, desse modo, dúvidas
o
o
b".
razoáveis, sérias e fundadas cuja ocorrência só pode
a.
ce e.; conduzir a um decreto de absolvição penal.
:.J"
;C
CC (4)
171J o
CC

4
.-43 Não se pode - considerada a presunção constitucional de
LIJ

LU e
° inocência dos réus - atribuir relevo e eficácia a juízos
CC

c,
C.)CD
o
meramente conjecturais, para, com fundamento neles,
(6
Qo apoiar um inadmissível decreto condenatório.
cd
c,;
O
N `c;

o, m

4
cy,
42").
Não custa enfatizar que, no sistema jurídico brasileiro,
C-5
2c, não existe qualquer possibilidade de o Poder Judiciário,
ES') o

Lo
( 9,
por simples presunção ou com fundamento em meras
-0 CLI
(13
o
G
c-75
suspeitas, reconhecer, em sede penal, a culpa de alguém.
(,) C).
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
0o .2c
'E-5

-
É sempre importante advertir, Senhor Presidente, na linha
o L
et1

do magistério jurisprudencial e em respeito aos princípios


,13

21.
'O (1,
U

o
estruturantes do regime democrático, que, "Por exclusão,
cu
E '1%.

o . "e
-o
ch

:*3
L1.1 o
(e-STJ Fl.348)

f Is 348

o
5
(i)
o
ro
.

o)
C
o
o
o suspeita ou presunção, ninguém pode ser condenado em
o
C
o nosso sistema jurídico -penal" (RT 165/596, Rel. Des.
(13

VICENTE DE AZEVEDO - grifei).


0_

4")

O)

C, Na realidade, os princípios democráticos que informam o


C,
O)
modelo constitucional consagrado na Carta Política de
o
ti 1988 repelem qualquer ato estatal que transgrida o
o
a.)
R dogma de que não haverá culpa penal por presunção nem
C
o
-Q
responsabilidade criminal por mera suspeita,
(2)
V)

M). circunstâncias essas que desautorizam o reconhecimento,


CV

")
C)
pretendido pelo eminente Procurador -Geral da República,
-c13
de que um "altíssimo grau de probabilidade" revelar-se-ia
Cr)

suficiente - consoante por ele expressamente sustentado


2
,Q)
e pleiteado - para legitimar a imposição, ao réu, de um
E
cu decreto judicial de condenação criminal.
o
ro

o
o
O
a. Essa pretensão formulada pelo Ministério Público jamais

-J u-
poderá ser acolhida em sistemas, como o vigente em
CC nosso País, que consagram a presunção constitucional de
171.-J o
CC

4
-IS
-o
inocência em favor de quem sofre persecução penal
LIJ

LU e
° estatal, independentemente da gravidade do crime que
C.)
o c,
CD

(6
lhe tenha sido atribuído.

cd
c,;
O
N `c;
É preciso sempre relembrar que as limitações à atividade
o, m

4
42").
cy, persecutório -penal do Estado traduzem garantias
c£-
C-5 o constitucionais insuprimíveis que a ordem jurídica confere
ES') o

Lo
( 9,
ao suspeito, ao indiciado e ao acusado, com a finalidade
-0 o
n3
o
G
c-75 g de fazer prevalecer o seu estado de liberdade em razão
(,)
o
do direito fundamental - que assiste a qualquer um - de
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
'E-5

o g ser presumido inocente.


o
a J0
M V)
'0 g,

o
Cumpre ter presente, bem por isso, neste ponto, em face
cu -
E

o
-o
ch

L1.1 o
(e-STJ Fl.349)

f Is 349

a.)
5
(i)

ro
.

o)
C
o
o
o de sua permanente atualidade, a advertência feita por RUI
o
C
o BARBOSA ("Novos Discursos e Conferências", p. 75,
(13

O 1933, Saraiva), no sentido de que "Quanto mais


0_
CO
4-) abominável é o crime, tanto mais imperiosa, para os
O)
guardas da ordem social, a obrigação de não aventurar
C,
C,
inferências, de não revelar prevenções, de não se
o extraviar em conjecturas (...)".
-
o
a.)
R
j5 -

o Não podemos desconhecer que o processo penal,


o
V)
representando uma estrutura formal de cooperação, rege-
CV

C) se pelo princípio da contraposição dialética, que, além de


-cts não admitir condenações judiciais baseadas em prova
o>

alguma, também não legitima nem tolera decretos


c> condenatórios apoiados em elementos de informação
E
cu unilateralmente produzidos pelos órgãos da acusação
o
1:3
ro
o
penal. A condenação do réu pela prática de qualquer
o
o
e delito -
até mesmo pela prática de uma simples
a.

gR, contravenção penal - somente se justificará quando


o CO
existentes, no processo, e sempre colhidos sob a égide
LU o
CC do postulado constitucional do contraditório, elementos de
75
CLL11 -o
LIJ
2 °
convicção que, projetando-se "beyond ali reasonable
LU e
CC doubt' (além, portanto, de qualquer dúvida razoável),
(-)

çE
(6 veiculem dados consistentes que possam legitimar a
c,;
1:C
prolação de um decreto condenatório pelo Poder
o
N `c;

O, m
e° Judiciário.
42").
4
cy,
C-5 c,
ES') o'
( 9,
O entendimento que venho de referir encontra apoio em
o Lo
-0 g)
O o
C
autorizado magistério doutrinário (EDUARDO ESPÍNOLA
c-75 g
(,)
ft FILHO, "Código de Processo Penal Brasileiro Anotado",
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
'E-5 vol. IV/126-127, item n. 765, 32 ed., 1955, Borsoi; JULIO
o S.
o L FABBRINI MIRABETE, "Código de Processo Penal
Vi
'O
(..)
(1, Interpretado" p. 1.004, item n. 386.3, 11a ed., 2003, Atlas;
o GUILHERME DE SOUZA NUCCI, "Código de Processo
cu
E
O ei
o
.ch

LL o
(e-STJ Fl.350)

fls. 350

o
5
(i)
o
ro
.

o)
C
o
o
o Penal Comentado", p. 679, item n. 48, 5ª ed., 2006, RT),
o
C
o valendo referir, no ponto, ante a extrema pertinência de
suas observações, a lição de FERNANDO DA COSTA
(13

0_

4-) TOURINHO FILHO ("Código de Processo Penal


O)
rt-
Comentado", vol. 1/655, item n. VI, 5° ed., 1999, Saraiva):
C,
C,
O)

o "(...) Para que o Juiz possa proferir um decreto


ti
a.)
R
condenatório é preciso haja prova da materialidade

o delitiva e da autoria. Na dúvida, a absolvição se impõe.


o
V) Evidente que a prova deve ser séria, ao menos sensata.
0)-
CV

")
Mais ainda: prova séria é aquela colhida sob o crivo do
contraditório. Na hipótese de, na instrução, não ter sido
-cts
o>
feita nenhuma prova a respeito da autoria, não pode o
Juiz louvar-se no apurado na fase inquisitorial presidida
c>

E
pela Autoridade Policial. Não que o inquérito não
cu
o
.ts
rts
apresente valor probatório; este, contudo, somente
o
o
o poderá ser levado em conta se, na instrução, surgir
O
a.
alguma prova, quando, então, é lícito ao Juiz considerar
u- tanto as provas do inquérito quanto aquelas por ele
CC

erl o colhidas, mesmo porque, não fosse assim, estaria


CC
75
CLL11 -o proferindo um decreto condenatório sem permitir ao réu o
LIJ
°
LU e
CC
direito constitucional do contraditório. (...)." (grifei)
c,
C.)CD
o (6
çE O
CC Em suma: a análise dos elementos de informação
c,;
O
N `c;
contidos neste processo leva-me a reconhecer a
O, m

42").
cy, inexistência de prova penal convincente e necessária que
C-5
c£-
c, permita, de modo seguro, a formulação de um juízo de
ES') o

o
(,
Lo
certeza quanto à culpabilidade do ora acusado, no que
-0 o
n3
G
c-75
o
g concerne ao teor da imputação penal contra ele deduzida.
(,)
o
Documento recebido eletronicamente da origem

cÉ)
'E-5

o S. Sendo assim, consideradas as razões por mim expostas e


o
a-0
Vi tendo em vista, ainda, os votos dos eminentes Ministro
5
'O (1,
(..)
Cs.
Relatar e Ministra Revisora, também julgo improcedente a
o
cu
E
ei
o
.ch
In" :*3
LL o
(e-STJ Fl.351)

fls. 351

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o presente ação penal, para, em consequência, absolver o
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o réu, **, da imputação penal contra ele deduzida.
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4-) É o meu voto. *acórdão publicado no DJe de 7.11.2014


O)
** nome suprimido pelo Informativo Fonte: Informativo
C,
C,
O) STF n° 768
Lu -

ti Não restam dúvidas, que o entendimento supra citado tem em sua essência o
o
a.)
R
j5-
princípio do In dublo pro reo, que garante ao acusado, que estão asseguradas
o
-Q todas as garantias e direitos ante a aplicação de quaisquer reprimendas.
(2)
V)

M).
DOS PEDIDOS
O)
Por todas estas razões elencadas, tendo em vista a ilegalidade
-c13

Cr)
consubstanciada no v. Acórdão guerreado, requer:
a) que o presente Recurso Especial seja conhecido e provido para reformar ou
,Q) invalidar a decisão recorrida, com a consequente ABSOLVIÇAO da acusação
E do crime de Adulteração de Veículo Automotor, em razão de o recorrente não tê-
cu
o la praticado, como está explícito no acordão recorrido.
ro
o
o
b) que a parte contrária, MINISTÉRIO PÚBLICO, seja notificada para apresentar
O contrarrazões no prazo de 15 dias.
a.

Nestes Termos,
CC Pede deferimento.
171.-J o
CC

4 Caucaia(CE), 30 de dezembro de 2019.


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MARIA JUCIRENE PEREIRA LIMA
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1:C OAB/CE Nº 27.260
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