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323)
fls. 323
Q.)
Q.)
(_)
CD
CD
c
c
o
o
"
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO CEARÁ.
rt,
(O
Lr)
cy
a)
cy
O
O
O)
o
RECORRENTE: FRANCISCO LEONARDO DE SOUSA
(é)
o
-c) RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
o
\I
M".
ai
c;
a)
O
cy
cy
C:)
r")
E
FRANCISCO LEONARDO DE SOUSA, já devidamente qualificado nos
-o autos em epígrafe, por sua advogada, que a esta subscreve, com fundamento no
o
o
o Art. 105, III, a da CF/88, bem como, no artigo 1.029 do Novo Código de Processo
Civil, não se conformando, com o respeitável acórdão publicado em 13.12.2019, com
--J inicio do prazo em 16/12/2019, vem a presença de Vossa Excelência interpor o
',C Lr)
CU- o presente:
Ct
LU 'ti
o
U.1 L'
° RECURSO ESPECIAL
LU lb
CC
C.) c)
-)
o
co
No recurso interposto ao Tribunal de Justiça, foram previamente
cc ;
tratadas as matérias trazidas pelo Recorrente.
Q9
c:,
L. NO
o
a o.,
C° O Recorrente teve sua sentença condenatória em sede recursal, por
w 4
c 0)
unanimidade de votos, mantida em sede de segundo grau, tornando-se esta,
(é) (£)-,
ca
--e) o passível deste recurso.
O (/)
-O
(coO CD
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È
N g_
G
O
-O -Q
CI3 Ui
.1)
cu " 4".>
O
(é)
O Q.
o .e.
,.-Q)
11 O
(e-STJ Fl.324)
f Is 324
a.)
5
(i)
ro
.
o)
o
o
o
o Embora não esteja contida na tipificação do artigo
o
C
o 311 do CPB, a placa do veículo constituisinal externo
(13
-cts
o)
O
Entendimento diverso do que preceitua literalmente, o caput do artigo
E
311, do Código Penal Brasileiro.
cu
o
to
o "Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de
o
o
b". veículo automotor, de seu componente ou equipamento: Pena - reclusão, de três a
a.
ce e.;
ce
seis anos, e multa."
-J u j'-
CC (4)
o Desta forma, mostra-se nítida e inequivocamente, que o acórdão
CC c»
CLL11
75
-o recorrido, fere lei federal, qual seja, DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO
LIJ
2 ° DE 1940.
LU e
CC
c,
C.)CD
o (6
Requer que seja o presente recebido e seja ordenado o seu
çE
1:C
c,; processamento e seja submetido a julgamento perante o Egrégio Superior Tribunal
O
N `c;
O, m
e° de Justiça.
4
cy,
42").
C-5
(e.
rà
Nestes Termos,
ES') C'
( 9,
Lo Pede deferimento.
-0
O o
C
c-75
(,) C).
CO ° Caucaia (CE), 30 de dezembro de 2019.
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
t
'E-5
o S.
.2
MARIA JUCIRENE PEREIRA LIMA
o
Cl
Vi
'O
U
(1,
OAB/CE Nº 27.260
o
cu
E
O ei
o
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1-0
LL o
(e-STJ Fl.325)
fls. 325
cL)
CD
CD
Cr)
.c
o
o
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
o
Processo n2. 0031694-98.2010.8.06.0064
CD
Cd
RECORRENTE: FRANCISCO LEONARDO DE SOUSA
Lr)
CNJ
a)
CNJ
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
O
O
O
LLl
C.)
ti
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
(é)
o
o
o
N
Eminentes Ministros,
ai
a,
CNJ
CNJ
o
O Recorrente foi processado e condenado, nos termos do acórdão
Cf - proferido pela 32 Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Ceará que, por
--J u_
Lu
unanimidade, negou provimento ao Recurso de Apelação, mantendo integralmente a
ÇC ir)
Cr
a.1 o
Sentença, sendo o Acórdão do julgamento, publicado em 13/12/2019, assim lavrado:
rs,
Lu -e,
tl. -o
Lu L'
O
Lu Q)
Processo: 0031694-98.2010.8.06.0064 - Apelação
e.3
o c:,
Qz; Apelante: Francisco Leonardo de Sousa Apelado:
,c c,
cc co
.,c c:,
Ministério Público do Estado do Ceará Custos legis:
,-
o
C°
CN
Ministério Público Estadual
2
c a)
(é) -r)-
c,
EMENTA: EMENTA: PENAL E PROCESSO PENAL.
7o- 0 ART. 311 DO CPB. ADULTERAÇÃO DE SINAL
° IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. PROVAS
o oO
-C-3--
-o Q>
SUFICIENTES. DEPOIMENTOS. FASE INQUISITORIAL
G ()O
Q.
, E INSTRUÇÃO PROCESSUAL. COERÊNCIA. AUTORIA
o o
E MATERIALIDADE COMPROVADAS. VEÍCULO
Documento recebido eletronicamente da origem
"H
-6, o APREENDIDO EM PODER DO RÉU. COMPROVAÇÃO
o -e
o DE LICITUDE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
'o r: ABSOLVIÇÃO DO DELITO. INVIABILIDADE. RECURSO
o (,)
.o.,
ch DESPROVIDO.
O (.)
,I1) r.5,
O Trata-se de recurso de apelação interposto contra
2
o
°-
-0
LU o
(e-STJ Fl.326)
fls. 326
O
5
(i)
ro
.
o)
C
o
O
o sentença condenatória por crime de adulteração de sinal
o identificador de veículo automotor, tipificado no artigo 311
o
do Código Penal.
(13
")
em pleno delito em situação de flagrância.
As circunstâncias de flagrância do delito, em que o agente
-cts
é surpreendido na posse do veículo com placa adulterada,
o>
enseja a comprovação de sua boa -fé, a teor do artigo 156
do CPP, ou a indicação de provas, se negar o delito em
c>
juízo, conforme previsão do artigo 189 do mesmo diploma
E
legal. Recurso conhecido e desprovido.
cu
o
1:3
ro
ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos os presentes
o autos de Apelação Criminal n° 0031694-
o
e 98.2010.8.06.0064, em que figuram as partes indicadas,
a.
ACORDA a 32 Câmara Criminal do egrégio Tribunal de
gR, Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em
o CO
NEGAR PROVIMENTO ao recurso de acordo com o voto
do relator.
CC
75
-o
CLL11
LIJ
Fortaleza, 10 de dezembro de 2019
2 °
LU e
CC DES. FRANCISCO LINCOLN ARAÚJO E SILVA
C.)
o,
çE
(6
O
Presidente do Órgão Julgador
1:C
c,; DES. JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA -Relator
O
N `c;
O, m
e°
4
O42"). cy,
o
(,
Lo
Apelante: Francisco Leonardo de Sousa Apelado:
-0 W
ro
C o Ministério Público do Estado do Ceará Custos legis:
c-75
(,)
g
ft
Ministério Público Estadual
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
'E-5
o S.
o
RELATÓRIO
ro Vi
6
'O (1,
Trata-se de apelação interposta por Francisco Leonardo
(..)
de Sousa contra sentença proferida pelo Juiz de Direito da
o
cu
42 Vara Criminal da comarca de Caucaia - Ceará, pela
E
O ei
o
.ch
LL o
(e-STJ Fl.327)
fls. 327
cL)
cti
CD
c
'G
o
o
"c
qual restou condenado por crime previsto no art. 180,
caput, e art. 311, ambos do CPB - págs. 234/239.
O
Cc
Conforme já relatado, trata-se de autos em que foi
ei) O
"C e interposta apelação por Francisco Leonardo de Sousa
O
-O
Vi contra sentença proferida pelo Juiz de Direito da 4ª Vara
"CL
0 .1)
(.)
Criminal de Caucaia, pela qual restou condenado por
O "4".>
O
O
(é)
2 °-
o
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.328)
fls. 328
Q.)
fls. 311
Q.)
CD
c
c
o
o
"
crimes de receptação e adulteração de sinal identificador
(1,
de veículo automotor.
O
2
Co Compulsando os autos, vejo que a análise dos
Cd argumentos do apelo não merece prosperar.
Lr)
cy
a)
cy
cy A princípio, merece destaque a sentença emitida na
O
O
a)
origem sobre o reconhecimento da prescrição do crime de
o
receptação, com a consequente extinção de punibilidade
ti do réu - vide págs. 206/207.
o
(é)
Assim, a apreciação da insurgência deve se limitar a
o análise das provas para justificar a condenação pelo crime
o
O
(i) de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
cN Tal limitação decorre do princípio da dialeticidade que
M
ai orienta o exame dos recursos criminais, conforme:
-c;
a) "AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO
cy ESPECIAL. PRELIMINAR. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO
cy
CPP E DO ART. 1.022 DO CPC. OMISSÃO. MENÇÃO
M
E
AO ART. 1.022 DO CPC. DESCABIMENTO. ART. 619 DO
-o
o CPP. IMPROCEDÊNCIA. FLAGRANTE INOVAÇÃO
o
(_)
RECURSAL. TEMAS QUE NÃO FORAM
o
SUSCITADOS NA APELAÇÃO DEFENSIVA. 1. A
Cf.
jurisprudência desta Corte sedimentou o
--J Lu entendimento de que, embora o recurso de apelação
ÇC ir)
Cr devolva ao Juízo ad quem toda a matéria objeto de
CU- 0
t:3)
LU '-cj
controvérsia, o seu efeito devolutivo encontra limites
U.1
,c2.
L'
nas razões aventadas pelo agravante, em homenagem
° ao princípio da dialeticidade, razão pela qual a Corte de
LU (L)
C.) c)
(.0
origem só pode ser instada a se manifestar, em
o
`,C c2,
aclaratórios, acerca do que foi efetivamente alegado pela
Q
cd
9 parte na apelação. 2. O argumento de que, por
c:,
O
CN supostamente serem passíveis de enfrentamento em
C°
w4 revisão, tais teses deveriam ser debatidas em
c 0)
(é)
aclaratórios, é absolutamente descabido, pois a revisão
--e»
ca criminal, enquanto ação autônoma de impugnação, está
° sujeita a um normativo próprio, sendo descabido postular
O (/)
-O
(co CD
Cc
firma a existência de omissão, pois o Código de Processo
"C e Penal já ostenta previsão normativa apta a salvaguardar a
O
-O
Vi liberdade individual (art. 654, § 2°, do CPP); não se nega
"CL
0 .1)
(.)
a possibilidade de que a Corte de origem, no âmbito
o
" 4".>
penal, possa debater e declarar de ofício uma ilegalidade,
O
Ci,
(é)
O
(1,
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.329)
fls. 329
Q)
fls. 311
CD
CD
c
o
o
"
o que é inviável é acoimar de omisso o pronunciamento
o de um órgão jurisdicional que não foi instado,
O
oportunamente, a se manifestar. 4. Agravo regimental
CD
improvido." (STJ, AgRg no AREsp 1269851/RS, Rel. Min.
Cd
cy
cy
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
a)
cy
cy
04/09/2018, DJe 17/09/2018).
O
O
a) Neste tocante, entendo que não deva ser considerada a
pretensão da defesa quanto à absolvição do réu, posto
E ---
C.)
(.0
c:,
o(c;
sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as
`,C c2,
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN."
cc;
9:
c:, A Corte Suprema estabelece que a adulteração da placa
NO
O
0. o.,C° do veículo se insere na tipificação do mencionado artigo,
w 4
c 0) conforme:"Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Art.
(é)
-O
traseira do veículo. 4. Reconhecimento da tipicidade da
"CL
Vi conduta atribuída ao recorrente. Recurso a que se nega
0
O "4".>
.1)
(.)
provimento." (STF, RHC 116371/DF - DISTRITO
O
O
Ci,
(é)
O
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.330)
fls. 330
cL)
cti
CD
c
Cr)
c
o
o
'G
FEDERAL RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS
CORPUS, Rel. Min. GILMAR MENDES,
O
cy
1. A adulteração de sinal identificador de veículo
cy automotor será típica independentemente da forma pela
M qual a modificação for realizada, pois a conduta atinge a fé
E
O
pública, que é o bem juridicamente protegido pelo tipo
cti penal.
o
o 2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de
Justiça firmou-se no sentido de que o crime previsto
--J Lu
\ no art. 311 do Código Penal se configura com a
cYco
adulteração ou remarcação do chassi ou de qualquer
CU-
Ct
o
0)
sinal identificador do veículo, componente ou
'b-
LU
tl. 'O equipamento, incluindo-se neste rol a pintura da placa
U.1 L'
LU
°
lb
com o intuito de que o automóvel conste como táxi.
MATÉRIA NÃO ARGUIDA EM SEDE DE APELAÇÃO.
C.)
o
c:,
Qz; INOVAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
ÇC c2,
cc; ACLARATÓRIOS REJEITADOS. AUSÊNCIA DE
ç 9:
c:,
CN
PREQUESTIONAMENTO. ÓBICE DAS SÚMULAS N.
O
o.,
C° 211/STJ E 282/STF.
w
c 0)4
(é) 1. Se a questão que é objeto do recurso especial não
-2o
--e) o
(0°
foi debatida nas instâncias ordinárias, tratando-se de
O (/)
inovação em sede de embargos declaratórios, os quais
(coOO
-O
Cc
ei) O
"C e
282/STF para o conhecimento da matéria por este
O
o Superior Tribunal de Justiça.
-O Q
Vi
"CL
2. Agravo regimental a que se nega provimento." (STJ,
0 .1)
(.) AgRg no REsp 1612728/SC, Rel. Min. JORGE MUSSI,
O "4".>
O QUINTA TURMA, julgado 20/10/2016, DJe 26/10/2016).
O
Ci,
(é)
O
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.331)
fls. 331
Q)
cti
CD
c
'G
o
o
"c
No caso em análise, argumenta a defesa que nada restou
O comprovado quanto à autoria deste delito pelo apelante,
O
vez que não houve testemunha do fato e o acusado
CD
adquiriu, de boa -fé, um bem em transações informais que
Cd
cy
cy
não sabia a procedência, sendo, também, vítima do
a)
cy
cy
negócio praticado de forma escusa.
O
O
a) Prossegue a defesa argumentando, de forma genérica,
sobre a inexistência de receptação e do crime de
ti
o adulteração, ressaltando, mais uma vez, que não foi
(é) comprovado este crime e que não fez nenhuma alteração
o no veículo, como previsto no mencionado art. 311 do CP.
o
O
Entretanto, o que se extrai dos autos é que o acusado foi
cN
flagrado em poder de uma moto com placas adulteradas,
ai
afirmando em juízo a sua propriedade por ter comprado
a)
em uma feira, tendo conferido placas e numeração do
cy
chassi sem identificar fraude.
cy
Cc
"C e
O
Destaca-se ainda a notícia do roubo da motocicleta
-O
vermelha, cuja placa, HVB 0338, se encontrava na
"CL
Vi motocicleta preta conduzida pelo acusado no momento da
0 .1)
O "4".>
(.)
abordagem policial - págs. 74/75, mídia pág. 282.
O
(é)
Ci,
O
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.332)
fls. 332
Q)
cti
CD
c
'G
o
o
"c
Informa o réu que adquiriu sua moto na feira da
o Parangaba, nesta capital, cerca de três meses antes da
O
apreensão, ou seja, pouco tempo após o furto do veículo,
CD
como declarado pelo proprietário às págs. 31 e 38.
Cd
cy
cy
a)
cy
Considerando que não havia motivos para que a troca da
cy
placa fosse efetuada pelo proprietário do veículo, é
a) imperioso concluir que a adulteração se deu no período
em que o veículo permaneceu com o recorrente.
ti
o
Considerando ainda o tempo de permanência do veículo
(é)
C.)
(.0
c:, Também o art. 156 do CPP permite a inversão do ônus
o
ÇC c2,
probante, especificando que "a prova da alegação
cc; incumbirá a quem a fizer...". Entendo assim que, dada a
ç 9:
O
c:,
CN circunstância de que foi capturado na posse de veículo
C° com placa adulterada e tendo confessado este fato, mas
w 4
c 0)
(é)
negado a adulteração, caberia ao apelante comprovar que
-2o
--e) o
não o fez, o que não se deu na espécie.
°
O
-O
(coO
(1)
CD De qualquer modo, é de se destacar a confissão do
.z agente de que adquiriu o bem sem qualquer recibo e o
0.
(/)
ro
manteve consigo mesmo afirmando ter sido extraviado o
Documento recebido eletronicamente da origem
"C e
documento que recebeu do vendedor, sem qualquer
O
iniciativa em providenciar a regularização do veículo.
-O
Vi
"CL
0 .1)
(.)
Ressalto que a convicção da autoria em relação ao
O "4".>
o agente decorre das circunstâncias do flagrante,
O
Ci,
(é)
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.333)
fls. 333
Q.)
Q.)
Co
Co
c
Cr)
c
o
o
"
notadamente dos depoimentos dos policiais militares
responsáveis pela prisão, (p. 08/13 e mídia de p. 283),
O
o
veículo. RECURSO CONHECIDO E I MP ROVI DO.
o SENTENÇA MANTIDA." (TJCE, ApC 767871-
73.2014.8.06.0001, Rel. HAROLDO CORREIA DE
\i OLIVEIRA MAXIMO; Comarca: Fortaleza; Órgão julgador:
--J Luu_
',C 'O
Cr Co
2g Câmara Criminal; Julgamento: 07/12/2016; Registro:
CU- o
Ct 0)
07/12/2016). De outra sorte, a adulteração da placa não
LU 'ti
ei- ,c) inibe a imputação a quem detém a posse do veículo,
LU L'
LU
°
lb
mesmo que praticada por terceiro, posto que o delito se
"m
encontra consumado, tornando inaceitável a pueril
C.) c)
o(.0
C
ri 5 Q.
(/)
ro
Documento recebido eletronicamente da origem
- C.
O
e
-O -Q
(13 Vi
0 .1)
cu " 4".>
O
(é)
O Q.
o
N
r4 -
O
(e-STJ Fl.334)
fls. 334
cL)
cti
CD
c
Cr)
'G
o
o
"c
1. É firme a jurisprudência deste Superior Tribunal de
o
O
Justiça no sentido da tipicidade da conduta consistente
em alterar a placa de veículo automotor por meio da
colocação de fita adesiva, sendo irrelevante, para tanto,
Cd
cy
cy
que o proprietário o tenha feito pessoalmente ou por
a)
cy
cy intermédio de terceira pessoa não credenciada junto
O ao Departamento de Trânsito.
O
a)
o
2. Agravo regimental desprovido." (STJ, AgRg no REsp
ti 1186950/RJ, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS
o
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe
(é)
14/05/2013).
o
o
o
Firme em tais argumentos, entendo não proceder o
cN recurso quanto à absolvição do apelante pelo crime de
ai adulteração de sinal identificador de veículo automotor,
CD considerando a simplória justificativa apresentada em
a)
Juízo de que não tinha conhecimento do fato.
cy
cy
Atento ainda aos argumentos do apelo, ressalto pedido
M
E
alternativo quanto à concessão ao direito de cumprir a
pena em liberdade, considerando as boas condições
cti
o pessoais do réu, como emprego regular e residência fixa.
o
O
Cf. Cediço que o entendimento geral sobre o assunto é que
as condições pessoais favoráveis não são suficientes
--J Lu
para garantir a liberdade do réu em eventual segregação
cYco
CU- o momentânea, desde que presente os requisitos para
ts,
LU'b-
ei- 'O imposição da medida gravosa.
U.1 L'
°
LU lb
Veja-se, neste sentido, a jurisprudência adiante:
C.)
o
(.0
c:,
Q9
cc;
TRÁFICO DE DROGAS. GRAVIDADE CONCRETA.
c:,
O
CN NATUREZA DOS ENTORPECENTES APREENDIDOS.
C° ENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTE. MODUS
w 4
c 0)
OPERANDI. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.
-- (-
(é)
-2 o
--e) o
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PRI MARI EDADE.
O (1)
° (0
IRRELEVÂNCIA. IMPOSSBILIDADE DE PREVISÃO
O CD
(coO OBJETIVA DE EVENTUAL REGIME INICIAL DE
0.
(/) CUMPRIMENTO DE PENA. RECURSO ORDINÁRIO EM
Documento recebido eletronicamente da origem
-O
1. [...]; 2. {...];
Vi
"CL
0 .1)
(.) 3. [...];
O "4".>
o 4. 4. Presentes os requisitos autorizadores da
O
Ci,
(é)
O
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.335)
fls. 335
Q.)
Q.)
Co
Co
c
c
o
o
"
segregação preventiva, eventuais condições
o pessoais favoráveis não são suficientes para
o
afastá-la.
Co
5. Não é possível a realização de uma prognose em
Cd
Lr)
cy
relação ao futuro regime aplicado ao recorrente no caso
a)
cy
cy de eventual condenação, em razão, principalmente, dos
O
O
a)
elementos táticos e probatórios a serem analisados pelo
juízo sentenciante. Nessa perspectiva, "Não prospera a
C.)
assertiva de que a custódia cautelar é desproporcional à
o
futura pena do paciente, pois só a conclusão da instrução
(é)
-o
o 6. Recurso ordinário em Habeas corpus não provido."
Co
o (STJ, RHC 118.383/MG, Rel. Min. REYNALDO SOARES
o
DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 05/11/2019,
DJe 12/11/2019).
--I
c\J
Lu11-
Entendo assim que, se as boas condições pessoais do
`ZZ
Cr Co
Lr)
réu não impedem uma prisão momentânea, muito menos
CU- o
Ct servem para dispensar o cumprimento da pena
LU 'ti
tl. ,o estabelecida em sentença penal condenatória, dada a
LU L'
° definitividade da decisão. Não procede, portanto, a
LU lb
CC
-)
oc)
Qz;
¢ O
Pelo exposto, em consonância com o parecer emitido no
cc;
O9
c:, âmbito desta Corte, NEGO PROVIMENTO à apelação
NO
O
o.,
C° interposta para manter a decisão de primeiro grau quanto
2
c 0) à prática do crime previsto no artigo 311 do Código Penal
cé)
Cc
È
"O
O
e c, da CF/88. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
o
-O
O Ui
'O .1)
cu " 4".>
O
(é)
O Q.
o
-o
r4-
11 O
(e-STJ Fl.336)
f I s 336
5
5
N
(ri
-rt;
o)
o
O
o
G
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância,
ci)
2á
_
pena sem prévia cominação legal (CF/88, art. 5°, XXXIX e Código Penal (CP) art.
1°).
b")
o
175 (9)
o v,
a) b) Princípio da proibição da analogia "in malam partem": Proibição da
2
E75
"lã :é:
o' ,2
t
o
c
o A autoria de adulteração da placa do veículo não pode ser
-0 -Q
ch
afastada pela simples negativa do agente ou da simplória
C
o(1,
-4
Ui o
(e-STJ Fl.337)
fls. 337
(7)
5
(i)
cb
ro
Dt;
C
o)
o
o
o As circunstâncias de flagrância do delito, em que o agente
o
O
é surpreendido na posse do veículo com placa
o
adulterada, enseja a comprovação de sua boa -fé, a teor
(13
çài
o
N adulteração. Não há como presumir, por mais que soubesse
g0,03
da irregularidade do veículo, que fora ele mesmo quem fez a
-e J,
52 adulteração. Meros indícios não são suficientes para a
'13 ( 9)
condenação. RECURSO DESPROVIDO.
v,
-o o Apelação crime - Quarta Câmara Criminal de Porto Alegre
r13
C
E75
v,
g N° 70077443836( N° CNJ: 0109595-94.2018.8.21.7000
o o
Documento recebido eletronicamente da origem
is
lã :é: Apelante: Ministério Público
.e .2c
o
o F-
Apelado: Antonio Aderlan Fonseca Cardoso Júnior
"tr -Q
vi
ACÓRDÃO
ro
2Ã.
ta a)
o o
o Vistos, relatados e discutidos os autos.
cb
E .1,
cg
o
ch
o r75
(e-STJ Fl.338)
fls. 338
cL)
cti
c
c
o
o
"c
Acordam os Desembargadores integrantes da Quarta
(1,
o
o Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, à
2
unanimidade, em negar provimento ao recurso.
Cd
cy
cy Custas na forma da lei.
a)
cy
Participaram do julgamento, além do signatário, os
O
a)
eminentes Senhores DES. NEWTON BRASIL DE LEÃO
ti (PRESIDENTE) E DES. JULIO CESAR FINGER.
o
(é) Porto Alegre, 21 de junho de 2018.
o
o
o DES. ROGÉRIO GESTA LEAL,
cN
Relator.
M
ai
O
a)
O
cy
cy
M
E
cL)
RELATÓRIO
o
cti DES. ROGÉRIO GESTA LEAL (RELATOR)
o
o
Trata-se de apelação do Ministério Público, contra
Cf.
\
sentença do juízo da 22 Vara Criminal e Jecrime do Foro
--J Lu
Regional Sarandi desta Capital, que julgou parcialmente
cYco
CU- o
Ct 0) procedente a denúncia para absolver o réu da prática do
LU 't5-
0-
U.1 L' delito previsto 311, do CP, com base no art. 386, inciso
°
LU lb
"m
(.0
VII, do CPP, e após o transito em julgado, o retorno dos
C.) c:,
o
ÇóÇC
autos para que o Ministério Público manifeste sobre a
cc;
ç 9: suspensão condicional do processo em relação ao delito
c:,
NO
O
o.,
C° do art. 180, do CP.
w 4
c 0)
(é)
Eis os fatos delituosos:
-2 o
(0°
"1° FATO
O (1)
-O
(coO CD
Cc
.-Cr)
"C e Sarandi, nesta Capital, o denunciado, ANTONIO ADELAR
O
O
-o
CD
r4 -
LU O
(e-STJ Fl.339)
fls. 339
Q.)
Q.)
CD
CD
c
c
o
o
"
Honda/CG 125 Fan KS, cor preta, placas MIS3168, coisa
o
o que sabia ser produto de crime (Ocorrência Policial
81/2015/101424), avaliada em R$ 2.000,00 (dois mil reais,
Cd
Lr)
cy
conforme auto de avaliação indireta da fl. 35, do APF).
a)
cy
2° FATO
O
O
O)
No período entre os dias 03 de janeiro de 2015 e 17 de
o
E ---
o
fevereiro de 2015, o denunciado, ANTONIO ADELAR
(é) FONSECA CARDOSO, em comunhão de esforços e
-c)
o acordo de vontades com o inimputável Daniel de Lima
o
Faustino, adulterou sinal identificador da motocicleta
cN
-c;
sejam, as placas e o chassi da motocicleta, nela
a)
cy
transplantando outras placas de forma irregular (IQD-
cy
4848).
M
E
Na ocasião, os policiais militares em patrulhamento de
o
-o
Co
o rotina visualizaram o denunciado e o inimputável em
o
atitude suspeita, em via pública mexendo na motocicleta
em questão, momento que decidiram abordá-los.
-.I Lu
çC
Cr Co Em verificação a motocicleta, os policiais constataram que
CU- o
Ct
LU 'ti o chassi do motor da motocicleta havia sido raspado.
tl.
LU L'
LU
°
lb
Posteriormente, em Laudo Pericial n° 51241/2015 foi
C.)
(.0
c)
o descoberta sua numeração original, indicando uma
¢ c2, motocicleta de mesmo modelo, ano e cor, mas com as
¢ 9:
c:,
CN
placas MIS -3168, o qual estava em ocorrência de roubo
O
o.,
C°
2 (Ocorrência Policial 81/2015/101424)."
c 0)
(é)
Nas razões (fls.100/105), o Ministério Público alegou que
--e) o
ca
° (0 o acervo probatório é seguro, harmônico e convergente
o (/)
-O
(coO CD
(ti
visto que não apresentou qualquer documento relativo ao
Documento recebido eletronicamente da origem
cc
È
'c e veículo e a apreensão da res em seu poder representa
O
-O -Q
CI3 Ui
liame idôneo entre a autoria e o evento, conduzindo à sua
'O .1)
responsabilidade e invertendo o ônus da prova. Além
" 4".>
O
disso, asseverou que o réu, a fim de assegurar a sua
O
(é)
O Q.
O
r.--
."0"'
LU O
(e-STJ Fl.340)
fls. 340
Q.)
Q.)
Co
Co
c
c
o
o
"
impunidade, adulterou o sinal identificador do veículo
o apreendido, suprimindo a numeração do motor. Sustentou
o
ro
Co que o veículo foi roubado e adulterado pouco mais de um
Cd
Lr)
cy
mês antes de ser apreendido em poder do réu, não sendo
a)
cy razoável que o réu tenha o adquirido de boa -fé.
O
O
a)
Nas contrarrazões (fls.107/112), a defesa do apelado
G:1
ai
-c;
VOTOS
a)
C.-2;
DES. ROGÉRIO GESTA LEAL (RELATOR)
cy
cy
Em termos de antecedentes criminais, registro que o réu é
M
E primário (fls. 44/47).
o
-o
Co
o A materialidade dos delitos está demonstrada através dos
o
o
boletins de ocorrência (fls.06/07), no auto de apreensão
\i (fl. 08), laudo pericial (fls. 30/32), no auto de avaliação
--I Lu11-
Co
CrCo
indireta (fl. 38), no auto de restituição (fl. 95), assim como
CU- o
Ct
LU 'ti
pela prova oral coligida.
Cl .0
L'
LU
° Com relação à autoria, ao réu foi decretada a revelia.
LU lb
CC
o
(.0
C.) c) O policial militar Pedro Silva relatou que em
-)
¢ c2, patrulhamento montado para a realização da segurança
cc;
O 9:
c:,
CN
do carnaval em torno do sambódromo, observaram dois
O
o.,
C°
2 indivíduos mexendo em uma moto e foram verificar. Em
c 0)
(é) revista veicular, verificou-se que o chassi do motor estava
ca
--e) o
(0°
raspado. Antonio afirmou que estava conduzindo a
O (/)
-O
(coO CD
motocicleta, que era emprestada, e parou para arrumar a
ri 5 Q.
ro correia. Não apresentou documento do veículo (mídia - fl.
Documento recebido eletronicamente da origem
Cc
È
"O e 83).
O
o
-O
O Ui
O policial militar Eduardo Silva Nascimento narrou que no
'O .1)
dia dos fatos, estava trabalhando no Porto Seco, era
cu " 4".>
O
carnaval e avistaram o réu e outro rapaz. Na abordagem,
O
(é)
O Q.
O
r4-
11 O
(e-STJ Fl.341)
f Is 341
o
5
(i)
o
ro
.
o)
C
O
o
o o réu informou que a correia da moto tinha arrebentado e
o
C
o o dono do veículo estava por perto. Em seguida, o
(13
Cr)
intimado para comparecer à audiência (mídia - fl. 83).
2
,Q)
A testemunha Daniel de Lima relatou que estava com seu
E
cu
amigo Antonio no carnaval em Porto Seco e na sinaleira a
o
ro
o
moto arrebentou a correia, pararam para arrumar e foram
o
o
e
abordados pelos policiais. Pegou a moto emprestada com
a.
seu amigo já falecido chamado André, pagando R$ 50,00
-J u-
Lu
(cinquenta reais). Os policiais "puxaram" a placa e
CC
171.-J
(6
na numeração constante no motor da motocicleta, o que
Qo
c,;
1:C
foi confirmado pelos relatos dos policiais militares e
N `c;
O
m
O, e° corroborado no exame pericial. Contudo, a mera
4
O42"). cy,
apreensão do bem em poder do réu, nessas condições
C-5 c,
ES') o sem qualquer outro elemento probatório não é capaz de
( 9,
cÉ)
'E-5
como presumir, por mais que soubesse da irregularidade
o g
do veículo, que fora ele mesmo quem fez a adulteração.
o L
MV)
'0 g,
Meros indícios não são suficientes para a
L,
o
condenação.(grifo nosso)
cu -
E
2
o
-o
ch
:*3
L1.1 o
(e-STJ Fl.342)
fls. 342
Q.)
Q.)
Co
Co
c
Cr)
c
o
o
"
Nesse sentido: APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 311 DO CP.
O
O ADULTERAÇAO DE SINAL IDENTIFICADOR DE
ro
Co VEÍCULO. DÚVIDA QUANTO À AUTORIA. ABSOLVIÇÃO
Cd
Lr)
cy
MANTIDA. A troca de placas do veículo caracteriza a
a)
cy infração do art. 311 do CP. Todavia, a simples
O
O
a) apreensão da motocicleta com o acusado, nessas
G:1
o circunstâncias, não é suficiente para comprovar a
E ---
o
autoria. No caso dos autos, a prova se mostrou
(é)
¢ 9:
cc; RECURSO MINISTERIAL DESPROVIDO. (Apelação
c:,
O
CN
Crime Nº 70068560200, Quarta Câmara Criminal,
C°
112
o 0) Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mauro Evely Vieira de
(é)
--e) o
ca Borba, Julgado em 14/04/2016)
(0°
-O
(/) CÓDIGO PENAL. CRIMES CONTRA O PATRIMONIO.
(coO CD
C
ri 5
(/)
Q. ART. 180. RECEPTAÇÃO. FALSIDADE DOCUMENTAL.
(ti
Documento recebido eletronicamente da origem
(é)
O Q.
O
r.--
."0"'
LU O
(e-STJ Fl.343)
fls. 343
Q.)
Q.)
Co
Co
c
c
o
o
"
poder do réu, de um veículo Chevrolet/Cruze LT HB,
o produto de roubo, com placa adulterada, e apresentado
ro
Co documento de trânsito falsificado. RECEPTAÇÃO. DOLO.
Cd
Lr)
cy
No crime de receptação, o dolo se comprova por
a)
cy circunstâncias objetivas do fato. Trata-se de veículo com
O
O
a) registro de roubo poucos dias antes, com aposição de
G:1
o outras placas, com documento falsificado, sem que o réu
E ---
o
tenha comprovado a forma de aquisição. Ademais,
(é)
o
(0°
(/)
PENA. Quantidade da pena, condição pessoal do agente,
-O CD
Cti
ri 5
O
Q.
e natureza do crime, autorizam o abrandamento do
(/)
ro
regime para o semi-aberto. APELO DEFENSIVO
Documento recebido eletronicamente da origem
C.- È
O
PROVIDO, EM PARTE. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº
-O -Q
(13 Ui
70066730029, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de
'O
cu
.1)
" 4".>
Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em
O
O
28/01/2016)
(é)
O Q.
O
-0
N
r4 -
O
(e-STJ Fl.344)
f Is 344
(i)
cb
ro
o)
o
U
o
Dessa forma, existe dúvida razoável à condenação pelo
delito previsto no art. 311, do CP, a ser resolvida em favor
do réu, em apreço ao princípio do in dublo pro reo, com
(13
a_
(."
Corrobora com tal entendimento, a decisão no STF, quando do
julgamento da AP 858/DF, proferida pelo Eminente Ministro Gilmar Mendes:
o
o
o AP 858/DF RELATOR: Ministro Gilmar Mendes
o
VOTO DO MINISTRO CELSO DE MELLO: A absoluta
gR, insuficiência da prova penal existente nos autos não pode
Lu
L r) legitimar a formulação de um juízo de certeza quanto à
ec
o culpabilidade do réu. -
CC o,
LIJ -b-
-o
LIJ AP 858/DF* RELATOR: Ministro Gilmar Mendes
z o
Lu
cc
c-3 2
VOTO DO MINISTRO CELSO DE MELLO: A absoluta
c 2,
,c 0 insuficiência da prova penal existente nos autos não pode
CC DD
çC legitimar a formulação de um juízo de certeza quanto à
o culpabilidade do réu.
o. 0,
03
o,
CL, _
C£'
,z)
en
)
O estado de dúvida que emerge deste processo penal de
o v,
Q,
0 conhecimento, tão bem destacado da tribuna desta Corte
g
E75
(,)
cb pelo eminente Professor ALEXANDRE DE MORAES,
Documento recebido eletronicamente da origem
7-2
2
É)
desautoriza, por completo, qualquer decreto condenatório,
o E
-Q não sendo acolhível, por isso mesmo, a proposta do
m v,
2Ã.
o
(1, eminente Chefe do Ministério Público da União no sentido
-erzs
UJ o
(e-STJ Fl.345)
lis. 345
O
5
(i)
ro
.
o)
O
o
o probabilidade" bastaria para justificar a condenação
o
G
o criminal do ora acusado.
(13
ro
0_
4-)
O)
Na realidade, em nosso sistema jurídico, como ninguém o
C,
C,
desconhece, a situação de dúvida razoável só pode
beneficiar o réu, jamais prejudicá-lo, pois esse é um
o
- princípio básico que deve sempre prevalecer nos modelos
o
a.)
R
"5
constitucionais que consagram o Estado democrático de
C
o
-Q
Direito.
(2)
V)
M).
CV
r")
C) O exame dos elementos constantes destes autos
-c13
CC
171J o
CC
-IS
4 -o Como sabemos, nenhuma acusação penal se presume
LIJ
°
LU e provada. Esta afirmação, que decorre do consenso
C.)
o c,
CD
Lo
-0
ro
g)
o
Com a superveniência da Constituição de 1988,
C e
c-75
(,)
Q.
. proclamou-se, explicitamente (art. 52, LVII), um princípio
Documento recebido eletronicamente da origem
'E-5
cÉ)
que sempre existira, de modo imanente, em nosso
o g
ordenamento positivo: o princípio da não culpabilidade (ou
o L
M V)
5 do estado de inocência) das pessoas sujeitas a
'O L>
o
procedimentos persecutórios (DALMO DE ABREU
cu -
E
o
úQ
-c3
ch
1.7)
L1.1 o
(e-STJ Fl.346)
f Is 346
o
5
(i)
o
ro
.
o)
C
o
o
o DALLARI, "O Renascer do Direito", p. 94/103, 1976,
o
G
o Bushatsky; WEBER MARTINS BATISTA, "Liberdade
(13
C,
C,
Esse postulado - cujo domínio de incidência mais
crt
expressivo é o da disciplina da prova - impede que se
C.)
F-
o
atribuam à denúncia penal consequências jurídicas
a.)
R
"5
apenas compatíveis com decretos judiciais de
o
condenação definitiva. Esse princípio tutelar da liberdade
o
V)
gR,
-J u-
CC É preciso relembrar, Senhor Presidente, que não compete
CC
L11
CL
ti
-o
ao réu demonstrar a sua inocência. Antes, cabe ao
LIJ
LU e
° Ministério Público demonstrar, de forma inequívoca, a
CC
c,
C.)CD
o
culpabilidade do acusado. Hoje já não mais prevalece, em
(6
çE nosso sistema de direito positivo, a regra hedionda que,
cd
c,;
N `c; em dado momento histórico de nosso processo político,
O
o, m
e°
42").
criou, para o réu, com a falta de pudor que caracteriza os
cy,
c£- regimes autoritários, a obrigação de ele, acusado, provar
C-5 c,
ES') C'
(, a sua própria inocência!!!
o Lo
-0 O
ro L)
C e
c-75 Q.
(,)
o C'
Refiro-me ao art. 20, inciso 5, do Decreto-lei n° 88, de
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
'E-5
LL o
(e-STJ Fl.347)
f Is 347
a.)
5
(i)
ro
.
ro
c
o)
o
O
o
o inteira pertinência com estas observações, uma fórmula
oo
o jurídica de despotismo explícito: "Presume-se provada a
(13
1-
o
formação social organizada sob a égide do regime
a.)
R democrático, não se justifica, sem base probatória idônea,
C
o
.Q
a formulação possível de qualquer juízo condenatório, que
o
V)
C)
CY
ato revestido de validade ético -jurídica - em elementos de
-cts certeza, os quais, ao dissiparem ambiguidades, ao
a>
esclarecerem situações equívocas e ao desfazerem
2
dados eivados de obscuridade, revelem-se capazes de
E
cu informar e de subsidiar, com objetividade, o órgão
o
to
o
judiciário competente, afastando, desse modo, dúvidas
o
o
b".
razoáveis, sérias e fundadas cuja ocorrência só pode
a.
ce e.; conduzir a um decreto de absolvição penal.
:.J"
;C
CC (4)
171J o
CC
4
.-43 Não se pode - considerada a presunção constitucional de
LIJ
LU e
° inocência dos réus - atribuir relevo e eficácia a juízos
CC
c,
C.)CD
o
meramente conjecturais, para, com fundamento neles,
(6
Qo apoiar um inadmissível decreto condenatório.
cd
c,;
O
N `c;
o, m
e°
4
cy,
42").
Não custa enfatizar que, no sistema jurídico brasileiro,
C-5
2c, não existe qualquer possibilidade de o Poder Judiciário,
ES') o
Lo
( 9,
por simples presunção ou com fundamento em meras
-0 CLI
(13
o
G
c-75
suspeitas, reconhecer, em sede penal, a culpa de alguém.
(,) C).
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
0o .2c
'E-5
-
É sempre importante advertir, Senhor Presidente, na linha
o L
et1
21.
'O (1,
U
o
estruturantes do regime democrático, que, "Por exclusão,
cu
E '1%.
o . "e
-o
ch
:*3
L1.1 o
(e-STJ Fl.348)
f Is 348
o
5
(i)
o
ro
.
o)
C
o
o
o suspeita ou presunção, ninguém pode ser condenado em
o
C
o nosso sistema jurídico -penal" (RT 165/596, Rel. Des.
(13
4")
O)
")
C)
pretendido pelo eminente Procurador -Geral da República,
-c13
de que um "altíssimo grau de probabilidade" revelar-se-ia
Cr)
o
o
O
a. Essa pretensão formulada pelo Ministério Público jamais
-J u-
poderá ser acolhida em sistemas, como o vigente em
CC nosso País, que consagram a presunção constitucional de
171.-J o
CC
4
-IS
-o
inocência em favor de quem sofre persecução penal
LIJ
LU e
° estatal, independentemente da gravidade do crime que
C.)
o c,
CD
(6
lhe tenha sido atribuído.
cd
c,;
O
N `c;
É preciso sempre relembrar que as limitações à atividade
o, m
e°
4
42").
cy, persecutório -penal do Estado traduzem garantias
c£-
C-5 o constitucionais insuprimíveis que a ordem jurídica confere
ES') o
Lo
( 9,
ao suspeito, ao indiciado e ao acusado, com a finalidade
-0 o
n3
o
G
c-75 g de fazer prevalecer o seu estado de liberdade em razão
(,)
o
do direito fundamental - que assiste a qualquer um - de
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
'E-5
o
Cumpre ter presente, bem por isso, neste ponto, em face
cu -
E
o
-o
ch
L1.1 o
(e-STJ Fl.349)
f Is 349
a.)
5
(i)
ro
.
o)
C
o
o
o de sua permanente atualidade, a advertência feita por RUI
o
C
o BARBOSA ("Novos Discursos e Conferências", p. 75,
(13
çE
(6 veiculem dados consistentes que possam legitimar a
c,;
1:C
prolação de um decreto condenatório pelo Poder
o
N `c;
O, m
e° Judiciário.
42").
4
cy,
C-5 c,
ES') o'
( 9,
O entendimento que venho de referir encontra apoio em
o Lo
-0 g)
O o
C
autorizado magistério doutrinário (EDUARDO ESPÍNOLA
c-75 g
(,)
ft FILHO, "Código de Processo Penal Brasileiro Anotado",
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
'E-5 vol. IV/126-127, item n. 765, 32 ed., 1955, Borsoi; JULIO
o S.
o L FABBRINI MIRABETE, "Código de Processo Penal
Vi
'O
(..)
(1, Interpretado" p. 1.004, item n. 386.3, 11a ed., 2003, Atlas;
o GUILHERME DE SOUZA NUCCI, "Código de Processo
cu
E
O ei
o
.ch
LL o
(e-STJ Fl.350)
fls. 350
o
5
(i)
o
ro
.
o)
C
o
o
o Penal Comentado", p. 679, item n. 48, 5ª ed., 2006, RT),
o
C
o valendo referir, no ponto, ante a extrema pertinência de
suas observações, a lição de FERNANDO DA COSTA
(13
0_
")
Mais ainda: prova séria é aquela colhida sob o crivo do
contraditório. Na hipótese de, na instrução, não ter sido
-cts
o>
feita nenhuma prova a respeito da autoria, não pode o
Juiz louvar-se no apurado na fase inquisitorial presidida
c>
E
pela Autoridade Policial. Não que o inquérito não
cu
o
.ts
rts
apresente valor probatório; este, contudo, somente
o
o
o poderá ser levado em conta se, na instrução, surgir
O
a.
alguma prova, quando, então, é lícito ao Juiz considerar
u- tanto as provas do inquérito quanto aquelas por ele
CC
o
(,
Lo
certeza quanto à culpabilidade do ora acusado, no que
-0 o
n3
G
c-75
o
g concerne ao teor da imputação penal contra ele deduzida.
(,)
o
Documento recebido eletronicamente da origem
cÉ)
'E-5
fls. 351
5
(i)
ro
.
,t3
o)
o
o
o presente ação penal, para, em consequência, absolver o
oo
o réu, **, da imputação penal contra ele deduzida.
(13
ro
0_
ti Não restam dúvidas, que o entendimento supra citado tem em sua essência o
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a.)
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princípio do In dublo pro reo, que garante ao acusado, que estão asseguradas
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-Q todas as garantias e direitos ante a aplicação de quaisquer reprimendas.
(2)
V)
M).
DOS PEDIDOS
O)
Por todas estas razões elencadas, tendo em vista a ilegalidade
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Cr)
consubstanciada no v. Acórdão guerreado, requer:
a) que o presente Recurso Especial seja conhecido e provido para reformar ou
,Q) invalidar a decisão recorrida, com a consequente ABSOLVIÇAO da acusação
E do crime de Adulteração de Veículo Automotor, em razão de o recorrente não tê-
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o la praticado, como está explícito no acordão recorrido.
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b) que a parte contrária, MINISTÉRIO PÚBLICO, seja notificada para apresentar
O contrarrazões no prazo de 15 dias.
a.
Nestes Termos,
CC Pede deferimento.
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