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Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal


Com 2 Volumes
VOL. 2
)

TEMA 103
I
AGRAVO DE INSTRUMENTO

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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no
endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1200707
Emissão: 15/01/2010
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do EsJado da Bahia
SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS - AGRAVO
Termo de Autuação .

PROCESSO 0019095-89.2009.805.0000 - o Datà Auiuação 16/11/2009


Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Assunto: Cabimento
Competência: SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS
Volumes: 2
Origem do Processo: SALVADOR
Processo do 20. Grau: 0001402-97.2006.805.0000 - O - MANDADO DE SEGURANÇA
Classe do 10 Grau:
Observaçao:

"'IDENTiFICAÇÃO DAS PARTES

Tipo Nome ,,. Documento


AGRAVANTE ':
AGRAVADO
ESTADO DA BAHIA
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ADONEL FRANCISCO DOS REIS
.
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AGRAVADO MARIA DE LOURDES FERREIRA PINTO
CARRILH01
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AGRAVADO BENEDITA CARVALHO SANTOS E OUTROS
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. Advogado ROBERTIO LEMOS E CORREIA OAB 7672BA
PROCURADOR RENATO DÚNHAM
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DO ESTADO
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Estes autos foram recebidos, autua~o~, ·r~gistiados em meio magnético e contém 3 (;,j folhas.
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Salvador, 15 de janeiro de 2010.
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Página: 1 até 1

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento
A.60.16.0109
pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1200707
Emissão: 16/11/2009
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIBUiÇÃO
Termo de Autuação.

PROCESSO 82458-2/2009 Data Autuação 16/11/2009


Classe: . AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Assunto: Cabimento
Competência: SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS
Volumes: 2
Origem do Processo: SALVADOR
Processo do 20. Grau: 38759-3/2006 - MANDADO DE SEGURANÇA
Classe do l' Grau:
Observação:

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Tipo Nome Documento


AGRAVANTE' ESTADO DA BAHIA
AGRAVADO . ADONEL FRANCISCO DOS REIS
AGRAVADO MARIA DE LOURDES FERREIRA PINTO
CARRILHO
AGRAVADO BENEDITA CARVALHO SANTOS E OUTROS
Advogado ROBERTTCl LEMOS E CORREIA OAB 7672BA
PROCURADOR RENATO DUNHAM
DO ESTADO

.
Estes autos foram recebidos, autuados, registrados em meio magnético e contém ~
ll/ folhas.


Página: 1 até 1

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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A60.16.0109
/

TERMO DE ABERTURA DE VOLUME


• Atendendo ao dispositivo ao disposto no Decreto Judiciário n° 29/95, publicado
no D.P. J. de 07.07.95, faço a abertura às fls.~I. .... do .G..b. .. volume destes
autos.
Salvador, {6...I./.{ ..l200.9 .


Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DA BAHIA
PROCESSO Ir 38759-3/2006 -IIlANDADO DIIõ SBOURANÇA
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inativos. Apenas criou critérios para a sua concessão nos seus diversos
níveis (cinco), levando-se em conta o local e a natureza do exercício
funcional; o grau de risco inerente às atribuições normais do posto ou
graduação; e o conceito e o nível de desempenho do policial militar.

Vemos, ainda, no artigo 11 da mesma lei 7.145, o comando


legislativo de que ·os inativos terão a parte básica dos seus proventos
ajustada aos valores de soldos fixados por esta Lei". Tal comando, no
entanto, não fora respeitado pelo Decreto n° 6.749/97, de 12.09.1997,
que regulamentou a citada Lei 7.145, ao excluir do seu alcance os
• inativados, atingindo um direito líquido e certo dos requerente, então


vejamos:

Art. 11 - Os servidores inativos terão a parte básica


dos seus proventos ajustada aos valores de soldos
fixados por esta Lei.

O Decreto n° 6.749/97, exarado pelo Poder Executivo para


regulamentar a Lei n° 7.145/97, instituído com o propósito inicial de
privilegiar apenas os servidores policiais militares da ativa, de todos os

• postos e graduações, à exceção da


inconstitucionalmente, determina em seu artigo 11 -.capítulo IV - das
Disposições Transitórias e Finais, que:
graduação de recruta,

• Decreto n° 6.749/97

Art. 11 - Os Servidores Policiais Militares da


ATIVA, de todos os postos e graduações, à exceção
da graduação de Recruta, farão jus, a partir de 1° de
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- ~., DO ESTADO DA BAHIA

agosto de 1997, à percepção da Gratificação de


Atividade Policial Militar, no valor correspondente à
referência I, estabelecida para o respectivo grau
hierárquico. (Ressalva dos grifos)

Quanto à tese levantada pelo Impetrado de que a vantagem


instituída pela Lei 7.145/97 representa um beneficio "pro labore
faciendo" que veio beneficiar apenas alguns dos policiais militares, fica,
esta, totalmente descaracterizada pela norma do artigo 14 desse

• mesmo dispositivo legal, que a considera como uma vantagem


adicional incorporável, senão veja-se:

Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial Militar


incorpora-se aos proventos da inatividade,
qualquer que seja o seu tempo de percepção.
(Ressalva dos Grifos)

Dessa forma, não se pode confundir um adicional genérico e


incorporável com uma gratificação pro labore faderulo. (gratificação


propter laborem) .

o referido Decreto n° 6.749/97, expedido para regulamentar


os artigos 6° ao .9° da lei 7.145 desrespeitou, como já se disse, o próprio
comando da Lei a que veio regulamentar em parte, bem como aos
mandamentos contidos no artigo 40 parágrafo 4° e 8° da Constituição
Federal e artigo 42 parágrafo 2° da Constituição Estadual que trata da
isonomia salarial entre ativos e inativos, quando excluiu do seu alcance
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. DO ESTADO DA BAHIA
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os servidores estaduais inativos, que preenchem todos os requisitos por


ela exigidos.

Esse Decreto, por conseguinte, desconheceu da lei MAIOR o


seu espírito de universalidade, isto é, de que todo beneficio concedido à
ativa dever ser estendido a todo o pessoal inativo, na mesma proporção
e na mesma data, visando a preservar o equilíbrio econômico entre o
inativo e seu correspondente na ativa.

Nesse passo, os Impetrantes, inativados que são, assistiram

• esta GAPM ser incorporada à remuneração do pessoal da ativa, sem que


fossem, a sua vez, contemplados com tal elevação salarial, em flagrante

• confronto com a norma inserta no artigo 40, paràgrafo 4° da


Constituição Federal, que prescreve:

Os proventos da aposentadoria serão revistos, na


mesma proporção e na mesma data, sempre que se
modificar a remuneração dos servidores em
atividade, sendo também estendidos aos inativos
rI quaisquer beneficios e vantagens posteriormente

• concedidos aos servidores em atividade inclusive


quando decorrentes de
reclassificação de cargo ou função em que se deu a
transformação ou

• aposentadoria, na forma da lei"(Constituição Federal


artigo 40 parágrafo 4°). (Ressalva dos grifos)

A Constituição do Estado da Bahia, no seu artigo 42,


parágrafo 2°, guardou fidelíssima correspondência com o preceito da
Carta Federal, acima citado. veja-se:l~
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- .
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Os proventos da aposentadoria serão revistos


SEMPRE na mesma data em que se modificar a
remuneração dos servidores ativos, sendo também
estendidos aos inativos quaisquer beneficios ou
vantagens concedidos posteriormente aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes da
transformação. ( Constituição do Estado da Bahia,
artigo 42, parágrafo 2 0 )


Observa-se, pois, que os legisladores constituintes, tanto o
federal quanto o estadual, pretenderilln e protegeram o inativado,


conferindo-lhe os mesmos beneficios concedidos ao servidores públicos,
civis e militares, em atividade.

Resta claro que tais mandamentos não estão sendo observados


quanto às pessoas dos Impetrantes. Isto porque, a Polícia Militar deixou
de contemplar o pessoal inativo com tal elevação, em flagrante confronto
com a norma inserta no artigo 40, parágrafo 4°.da Constituição Federal
e artigo 42, parágrafo 2 0 da Constituição do Estado da Bahia, como já se
aIlrmOU anteriormente.

Evidencia-se, quanto aos Impetrantes, flagrante prejuízo nos


seus vencimentos de aposentados, uma vez que, na atual composição

• da remuneração não há
(GAPM).
a Gratificação de Atividade Policial Militar

A questão aqui posta gira em torno do alcance da regra


constitucional, portanto de norma maior do ordenamento juridico. wr
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4.l.'. MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO Ir 38759-3/2006 - IIIlA1'lDADO DE SEGURANÇA/"""

-- ~., DO ESTADO DA BAHIA

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De superficial observação sobre o texto legal que se ataca,
emerge a clara inconstitucionalidade.

Nesse diapasão, vale lembrar o magistério sábio de Reale, que


profetiza:

[... ) ao Executivo, como aos demais poderes, impõe-


se de atuar no seu campo específico de atribuições,
em estreita observância à ordem jurídica É curial,
portanto, que deve, toda vez que tenha que dar

• execução a uma lei, examiná-la, interpretá-la e,


naturalmente, também, considerá-la em cotejo com a
Carta Magna. Ao contrário do que pretendem os que
perfilham opiniões divergentes, todos os Poderes têm
a missão de guardiães da Constituição, e não apenas
o Judiciário e a todos é de rigor cumpri-Ia, toda vez
que tenham de agir no âmbito de sua esfera de
atribuições. (Apud Controle da Constitucionalidade
das Leis, R. Roletti, pág. 127/128).

• Por tudo isso, os Impetrantes estão a buscar o amparo do


poder judiciário para ver restabelecida a isonomia determinada pela
Constituição Federal em seu artigo 40 parágrafo 4°. que foi


acompanhada pela própria Constituição Estadual em seu artigo 42,
parágrafo 2°.

Sobre a isonomia no aumento de vencimentos entre ativos e


inativos, tal entendimento é pacificado em sede jurisprudencial. Na
doutrina, não há quem divirja, em se tratando deste tema. rr
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- DO ESTADO DA BAHIA

A jurisprudência do Pretório Excelso, sobre a aplicabilidade


imediata da norma do artigo 40 parágrafo 4°. da Constituição Federal
abona a pretensão dos Impetrantes, senão vejamos:

EMENTA ; - ISONOMIA - ATIVOS E INATIVOS -


PARÃGRAFO 4° DO ARTIGO 40 DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL - APLICABILIDADE.

A Garantia insculpida no parágrafo 4° do artigo 40

• da Constituição Federal é de eficácia imediata. A


revisão dos proventos da aposentadoria e a extensão
aos inativos de quaisquer beneficios e vantagens
posteriormente concedidos aos servidores em
atividade pressupóe, tão somente, a existência de lei
prevendo-os em relação a estes últimos. O silêncio do
diploma legal quanto aos inativos não é molde para
afastar a observância da igualação, sob pena de
relegar-se o preceito constitucional a plano
secundário, potencializando-se a atuação do


legislador ordinário como se a este fosse possível
introduzir, no cenário juridico, temperamento à
igualdade. Uma vez editada lei que implique outorga


de direito aos servidores em atividade, dá-se pela
existência da norma constitucional, a repercursão no
campo patrimonial dos aposentados. A locução - "na
forma da lei"· apenas submete a situação dos
inativos às balizas impostas na outorga do direito
aos servidores da ativa. (Ressalva dos grifos) ~

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- DO ESTADO DA BAHIA

o voto do relator, Ministro Marco Aurélio, acompanhado à


unanimidade pelos seus pares, pela sua lucidez, é de ser transcrito:

o SENHOR MIMSTRO MARCO AURÉLIO (Relator): -


Na parte relativa ao mérito, improcede o
inconformismo do Agravante. No parágrafo 4° artigo
40 da Constituição Federal assegura-se a revisão dos
proventos da aposentadoria na mesma proporção e


na mesma data, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade. Também


alcança o direito dos inativos a extensão de
quaisquer beneficios ou vantagens posteriormente
concedidos aos servidores em atividade. Esta
previsão mais se aproxima da explicitação da
primeira parte do preceito, na qual se cuida da
revisão dos proventos uma vez ocorrida modificação
na remuneração dos servidores em atividade. É certo
que na parte final do preceito cogita-se da
(i concretização do direito em harmonia com a lei que o

• rege. Mas isto não conduz à necessidade de ser


editado diploma específico para a disciplina da
matéria no que tange aos inativos. Prevista a

• isonomia da forma que o foi, suficiente é que haja


diploma legal assegurando o direito ao pessoal da
ativa. A extensão aos inativos faz-se mediante
aplicação do comando constitucional. A não se
entender assim, atribuir-se-á ao legislador ordinário
a possibilidade, até mesmo, tratamento diferenciado.
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- ,.., DO ESTADO DA BAHIA


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Outra finalidade não teria a exigência da lei referente


aos inativos. Dai haver assentado na decisão atacada
que a regra constitucional encerra, em si, a isonomia
de tratamento entre ativos e inativos, sendo
categórica ao consignar que os proventos serão
revistos na mesma proporção e na mesma data em
que ocorra o fenômeno para os servidores em
atividade, sendo estendidos aos inativos quaisquer
beneficios ou vantagens posteriormente concedidos
aos servidores em atividade .

• No tocante à expressão "na forma da lei" contida na

• parte final do preceito. fiz ver que ela não é molde a


esvaziar o comando constitucional
isonomia. Existente no caso a legislação alusiva ao
atinente à

direito, pouco importa não haja referência explícita


aos inativos. Estes são contemplados a partir da
aplicação da norma constitucional. Por isso, nego
acolhida ao pedido formulado neste agravo
regimental.

É como voto.(agr.) n' 141.189-9 - DF - ReI. Min.


Marco Aurélio. Agte.: O Distrito Federal. Agdos.:


Ernesto dos Santos Rosa e outros. À unanimidade
provimento negado. 2a Turma, 09.06.92. In LEX nO
173, págs. 100/l03. (ReSSalVadosgrifoS).~

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CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO ')...09

Certifico que foi publicada no Diário do Poder Judiciário does) dia(s) (() +- 1 I )... 12007 a
intimação ao(s) recorrido(s) para apresentar(em) querendo, contra-razões ao(s) recurso(s)
G"i:?-c<9J2 ;l C=;tú.<.v. . . &v""l:v:-' interposto(s).

'. Salvador, em "Vt- de /1 de 2007

TJIBA - Secretaria Especial de Recursos

RETIRADA DE AUTOS

Certifico que os presentes autos foram retirados pelo(a) Dr.(a)

, j, :Em _ _.....:1_ _--'1_ __

• TJIBA - Secretaria Especial de Recursos

DEVOLUÇÃO DE AUTOS
, ,

Certifico que os presentes autos foram devolvidos em _ _.....:1 1_-

TJll?A - Secretaria" Especial de Recursos

(i JUNTADA

Em de _ _ _ _ _ _ _de _ _, junto a estes autos petição de _ _ _ __

_ _ _ _ _ _ _ _- - - - - protocolada no SECOMGE sob o ,no _ _ __

E eu, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _-.--_ _ Secretário(a) Especial de Recursos

• lavrei e subscrevi este t«;rrno.

JUNTADA

Em de _ _ _ _ _ _ _ de - ' junto a estes autos petição de _ _ _ __

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ protocolada no SECOMGE sob o n° _ _ __

E eu, _ _ _ _......,-_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Secretário(a) Especial de Recursos

lavrei e subscrevi este termo.

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Competência:


.Dat·a de Autuação:
Origem do Processo: SALVÁDOR • ... .


.PODER>JUDICI.ÃRI'O .
. .volum'!:· 2

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rmpet~'ante: ". .ApONEL FRANCfP.~~~~~et~'il.:t$ít'5~-3(20V6
Advogado: 7672BA· ROBERT~EMOS-E-CORRErA·
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Relator: JUIZ SUBSTITUTO .ElULIO SALOMAO PINTO RESEDA
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SUba.tJ.tuindo .. Des Cill .VERA LT1CI~' ir'REXRÉ;iE CARVALHO ..
órgiio·Julgador: CÂMARAS CÍVEIS' REuNIDAS'

• Da ta de Dist_r,~~U~9.!'?.0.uO~L~_Q",o,",.6".,".,

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Tipo dÍoDis tribuiçãc> : Sºª,~!!j:.O",-_.,-~_ _,-,--_ _,;. __ ,. ____ ._~_., .. _., .'
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. Des( a." .VERA" LUCIA' FREIRE DE CARVÍlMIO


Documento assinado digitalmente conforme MP n°CÂr1.f:i.HÃS
2.200-2/2001CÍVEIS.
de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
REUNIDAS
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MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO Ir 38759-3/2006 - MANDADO DE SEGURANÇA

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~., DO ESTADO DA BAHIA

o Pretório Excelso, julgando o Agravo Regimental no 177.352-


O PRo ReI. Min. Mauricio Corrêa, 2 a Turma, julgado de 04.03.96, DJU de
19.04.96, p. 12.228, assim se posicionou:

EMENTA: Agravo regimental em agravo de


instrumento. Constitucional. Auto-aplicabilidade do
art. 40, §§ 4° e 5°, da Constituição Federal. Remissão
ao art. 20 do ADCT-CF/88. Pensionista. Totalidade
~--"'I. dos vencimentos ou proventos do servidor falecido.
f'


J

As normas contidas nos §§ 4° e 5° do art. 40 da


a• Constituição Federal são auto-aplicáveis. A revisão


.,.
f. .'
•,
.
dos proventos da aposentadoria e a extensão aos
inativos de quaisquer beneficios e vantagens
concedidos aos servidores em atividade pressupõe,
tão-somente, a existência de lei prevendo-os em
relação a estes últimos. Uma vez editada lei que
implique outorga de direito aos servidores em
atividade, dá-se, pela existência da norma
constitucional, a repercussão no campo patrimonial
c\

dos aposentados.

o entendimento vem se mantendo invariável na. Câmara

• Especializada:

Ação Ordinária de inclusão (incorpo,ração) de



Gratificação de Comando a Oficiais da Reserva. A
intenção da norma constitucional é
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J-J2-

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PROCESSO N" 38759-3/2006 - JIIIAlIIDADO DE SBOURAl'fÇA ~l

- ~., DO ESTADO DA BAHIA


9~Q

indiscutivelmente manter o status quo ante do


servidor púbiico aposentado, ao conceder-lhe os
mesmos beneficios auferidos pelo servidor ativo.
Recurso Improvido. Apelação Cível no 43.706-1, ReI,
Des. Paulo Gomes.

Necessária a transcrição de trecho do voto lavrado no RE


206.083-6/SP - Rel. Min. Ilmar Galvão - Publicado D.J.U. 13.03.98 -
C) Ementário 1902-05), dilucidando a questão:



É fora de dúvida que o art. 40, § 4", da Constituição
não se refere a vantagens de natureza transitória e
contingente como as gratificações de serviço que
contemplam servidores que trabalham em condições
anormais de segurança, de salubridade ou de
horário, e as gratificações pessoais, deferidas a
servidores sujeitos a encargos pessoais especificados
em lei, as quais de ordinário, não se incorporam aos
proventos da inatividade, salvo quando a lei
C1

• expressamente o determinar .
No caso dos autos, ao que se colhe do texto da LC n°
700/92, não se está diante de gratificação de serviço

• nem de gratificação pessoal, nem de vantagem que


tenha por pressuposto requisito que, forçosamente,
somente na atividade, a partir de determinado
momento pl'Qjetado no futuro, possa vir a ser
preenchido, cuidando-se, antes, de estímulo defer~).v-

14

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4j..' MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO N° 38759-3/2006 -IIIAl'i'DADO DI!: SB:GURANÇA
~.., DO ESTADO DA BAHIA

vencimentos dos servidores da ativa", sem que a lei fixasse sua extensão
aos inativos. Vejamos:

ReclassifIcações vazias de conteúdo, e que nada mais


signiflcavam do que revisão de vencimentos, eram
realizadas, sem que a lei fixasse sua extensão aos
inativos. Gratiflcações e vantagens eram concedidas
aos da ativa, buscando tão somente recuperar a
J
perda do valor da remuneração, corroída pelo
CJ


processo inflacionário. Eram, no dizer de José Afonso
da Silva, 'vezos meio marotos de rever vencimentos


dos servidores da ativa'.

De tudo isso, temos que, o Impetrado de fato viola Direito


Líquido e Certo amparado Constitucionalmente- em suas duas esferas,
Federal e Estadual, ao impedir a extensão dos beneficios da GAPM aos
inativos e seus pensionistas.

A vista dos argumentos fáticos e juridicos aqui apontados, esta


Procuradoria de Justiça entende que deve ser concedida a segurança
pleiteada, determinando a imediata integração aos soldos dos
Impetrantes da GAPM, com a devida restituição das diferenças, CASIl

contrário estará o Impetrado agindo em absoluta desconformidade com

• os regramentos Constitucionais e infraconstitucionais que tratam da


matéria.

Impende. por fim. ressaltar a necessidade de correta


numeracão da documentacão acostada aos aJJ~9s., hajªyista que após a
folha 133 a contagem reinicia-se com a juntada da resposta da
~

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1200707
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MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO N° 38759-3/2006 - MANDADO DE SEGURANÇA)

- .
~.., DO ESTADO DA BAHIA

autoridade coatora. documento imediatamente subseqüente. a partir da


folha 154 e não 134. que correto seria.

Salvador, 10 de Janeiro de 2007.

~~h*HlA
T~1I1'adora ~~stiça



17

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1200707
UUUlr DO ESTADO DA BAHIA

REMESSA



o

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS
CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS

JULGADO: SESSÃO DEA lt1 DE b"c)\o;. DE 2007.

DECISÃO: " ~~"-v~c cC cV> CA../"> P'U-c:/~ ~~ J

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• AÇÃO:
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COMARCA:
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PRESIDENTE :Des(a).~ C j IVI. "1... c
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f.," RELATOR(A) : Des(a). 5c. .Kc ~ cS ~~ cºé

• REVISOR(A)

PROCURADOR(A)
: Des(a).

: Bel(a). e~,y..;.· LE' cí!e. ~ -L. 1--. <:"

• SECRETÁRIA
~~~
Mana Adelaide MaUS Figueiredo

SECRETÁRIA Maria de Fátima Mendes da Costa

Observações:

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_
~ TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS


MANDADO DE SEGURANÇA N° 38.759-3/2006 - SALVADOR
IMPETRANTES: ADONEL FRANCISCO DOS REIS E OUTROS
IMPETRADO: SECRETÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO
DA BAHIA
RELATOR: EMíLIO SALOMÃO PINTO RESEDÁ

MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAIS


INATIVOS E PENSIONISTAS DA POLíCIA
.0
• MILITAR. ORDEM IMPETRADA VISANDO A
PERCEPÇÃO DA GRATIFICAÇÃO POLICIAL


MILITAR CONCEDIDA AO MILITARISTA EM
A TlVlDADE. IMPETRAÇÃO CONTRA A
SECRETÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO DO
ESTADO DA BAHIA. PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE DA IMPETRADA POR NÃO
TER PRATICADO ATO IMPUGNADO.
PREFACIAL REJEITADA EM FACE DA
TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. PREAMBULAR
DE DESCABIMENTO DO MANDAMUS
FUNDADA NA ALEGAÇÃO DE ATAQUE À
LEI EM TESE. TEXTO LEGAL DE EFEITOS
CONCRETOS. POSSIBILIDADE DA
UTILIZAÇÃO DA VIA MANDAMENTAL.
PRELIMINAR REJEITADA. BENEFíCIO DE
TRA TO SUCESSIVO. DECADÊNCIA.
DESCARACTERIZAÇÃO. ALEGAÇÃO

• REJEITADA.

PRETENSÃO
REJEITADA.
INICIAL.

DEDUZIDA.
PERCEPÇÃO
INÉPCIA.
INOCORRÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE
ENTRE OS FATOS NARRADOS E A
PRELIMINAR
DA
GRA TIFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL
POR MILITARES INATIVOS E POR
PENSIONISTAS. POSSIBILIDADE.
GARANTIA CONSTITUCIONAL DE VISÃO
DE
RECONHECIDA
PROVENTOS
POR
E DE
S
P HSÕESI
l 'ENTADA

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1.00.01.0/89

"

TRIBUNAL DE JUSTiÇA
1,::.,,- BAHIA

JURISPRUDÊNCIA. SEGURANÇA.
CONCESSÃO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


o mandado de segurança n° 38.759-3/2006, de Salvador, em que são

• partes, como impetrantes Adonel Francisco dos Reis e outros, e


como impetrada, a Secretária da Administração do Estado da Bahia.

• ACORDAM os Desembargadores componentes


das Câmaras Cíveis Reunidas do Tribunal de Justiça da Bahia, à
unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de ilegitimidade,
. descabimento do mandamus, decadência e. inépcia da inicial e
CONCEDER A SEGURANÇA, pelos motivos seguintes.
Trata-se de mandado de segurança, com pedido
de liminar, impetrado por Adonel Francisco dos Reis, Maria de
Lourdes Ferreira Pinto Carrilho, Benedita Carvalho Santos, Elisabete
Silva da Mota, Erisvaldo Santos, Gilberto Gomes da Silva, Josefa
Alves de Almeida, Manoel Soares, Maria de Lourdes Araújo Sales,
Maria José dos Santos Marques, Maria Rita de Almeida Abreu,
o

Raimunda Maria da Conceição Rabelo, Tereza Isidoria Reis da Cruz,
contra ato da Excelentíssima Senhora Secretária da Administração
do Estado da Bahia, sustentando os impetrantes que o Estado da
Bahia malferiu a norma inserta no art. 40, § 8° da Constituição


Federal, com a nova redação dada pelo art. ]O da EC 41, ao negar a
concessão da GAP (gratificação de atividade policial) instituída pela
Lei estadual 7.145/97 aos inativos e pensionistas da PM baiana,
categoria em que se enquadram os impetrantes, que postulam a
concessão da segurança para ordenar a inclusão do dito benefício,
na sua referência 111, como vem sendo pago a toda corporação, nos
. proventos e pensões por eles recebidos, e a restituição das
diferenças, desde a impetração, com juros de 6% a.a, e correção
monetária.
O Estado da Bahia apresentou o pronuncia e to
de fls. 155/178, argüindo, preliminarmente, a ilegitimidad s iva
I
da Secretária de Administração, o descabimento do a mus
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1.00.01.0189
cRQu}. 7- L-~-P Lt '57-

tI1
·~ .
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
BAHIA

contra lei em tese, a decadência do direito de impugnar o ato pela


via do mandado de segurança, inépcia da inicial por
incompatibilidade lógica entre os fatos narrados e a pretensão
postulada, aduzindo, quanto ao mérito, em resumo, a
impossibilidade de extensão da GAPM a servidor inativo por força de
sua natureza-gratificação pro labore faciendo, ressaltando também a
aplicação do princípio da irretroatividade das leis e o conceito de
direito adquirido, além de sustentar que as normas contidas no art.
40, § 8° da CF e 42, § 2°da Constituição do Estado da Bahia
determinam, tão-somente, a paridade de revisão entre os proventos

i . e a remuneração da ativa, incluindo os benefícios e vantagens


genericamente concedidos aos servidores em atividade. Aduziu,


também, que, se as razões acima expostas não forem suficientes
para afastar a pretensão em tela, há ainda a impossibilidade de
cumulação da GAP com outras gratificações já percebidas pelos
. autores mediante incorporação nos proventos da inatividade,
acrescentando ainda que se a GAP fosse devida, os impetrantes
não poderiam percebê-Ia pela referência 111, desde quando a própria
lei prevê a concessão pela referência I, o que conduz ao
indeferimento da postulação. Pugnou pela improcedência da ação,
e, por cautela, para·a hipótese de vir a ser concedida a segurança,
sejam extintas a· Gratificação de Função Policial, Gratificação de
Habilitação, Gratificação de Comando e FEASPOL, que
relativamente aos policiais ativos foram extintas e substituídas pela
GAPM.
A autoridade indigitada coatora prestou as
informações de fls. 182/183, sustentando, em resumo, que na forma
da Lei n° 7.145/07, a gratificação em questão só pode ser percebida

• pelos servidores em atividade, eis que os pressupostos de sua


percepção e a fixação de seu valor de referência condicionam-se ao
efetivo exercício do servidor público e das funções respectivamente
concedidas.
Instada a manifestar-se, a Procuradoria de Justiça
opinou pela concessão da segurança, fls. 188/203.
Substituindo, honrosamente, a Desa. Vera Lucia
Freire de Carvalho, a relatoria do mandamus foi-me confiada, c o
que elaborei este relatório e pedi a inclusão do feito em pauta. J.
É o relatório.
,.
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1.00.01.0189
J.QuJ, 7- 6 ~T.f Li '5? .1:l- 2n1
a "
mIOUNA< DE ,uonçA
BAHIA

Não merece acolhimento a preliminar de


ilegitimidade da impetrada, considerando o posicionamento de S.
Exa. no feito no defender o ato impugnado, a intervenção do Estado
da Bahia adotando a mesma postura, e a complexidade da estrutura
dos órgãos administrativos que dificulta a correta indicação da
autoridade coatora, circunstâncias, como dito, que conduzem à
rejeição da aludida prefaciaI.
Com efeito, o STJ já pacificou o entendimento de
que se o impetrado ao apresentar as suas informações defende o
o ato atacado, passa o mesmo a ter legitimidade para a causa em face

• da teoria da encampação, não se podendo falar em ilegitimidade ad


causam passiva da mesma, tendo este Egrégio Tribunal, como se vê

• das fls. 107/112, no mandado de segurança de nO 20259-7/05,


concluído que "nos termos do entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, aplica-se a teoria da encampação se autoridade indigitada
. coatora não se limita a alegar sua ilegitimidade passiva e defende o
ato impugnado".
Diante do exposto, rejeita-se a preliminar de
ilegitimidade passiva ad causam.
De acordo com sedimentado entendimento
jurisprudencial, como demonstrado na impetração, leis e decretos de
efeitos concretos podem ser alvo de ação mandamental, à
semelhança do que ocorre no caso em tela, vez que a pretensão
deduzida neste mandamus vai de encontro a textos com essas
características; cujos atos normativos limitam-se apenas aos
policiais militares, não sendo de se aplicar à hipótese a Súmula 266
do STF, pelo que fica rejeitada a preambular de descabimento da

• impetração.
Se é certo que o direito de requer mandado de
segurança extingue-se em cento e vinte dias da ciência do ato
impugnado, certo é também que em se tratando de direito vinculado
a prestações de trato sucessivo, de acordo com a Súmula 85 do
STJ, a perda dó direito atinge apenas as prestações vencidas antes
. do qüinqüênio anterior à propositura da ação, tendo-se como
praticada a ilegalidade a cada mês no qual o valor da prestação
deixou de ser satisfeito, ocorrendo em cada um deles uma nova
violação ao direito pleiteado, o que enseja, por via de conseqüênci ,
um novo prazo decadencial, posto que "cuidando-se efetivame d
prestação de trato sucessivo, não há que se falar em deca • n

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1.00.0f .n/89
TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

caso, eis que a lesão se renova periodicamente, como decidiu o STF


no julgado publicado no DJ de 18/11/91 ", com o que fica rejeitada a
preliminar de decadência.
Por não apresentar a inicial qualquer
incompatibilidade entre os fatos narrados e a pretensão nela
deduzida, é de se rejeitar a preliminar de inépcia da aludida peça.
Com efeito, os impetrantes sustentam o direito de
percepção da GAPM e pedem o reconhecimento dessa pretensão
mediante os fatos articulados na vestibular, pelo que não se pode
falar em inépcia apenas porque não se atacou a natureza jurídica do
aludido benefício.
Assim, .fica rejeitada a preliminar de inépcia da
inicial.
A segurança deve ser concedida, não só em face
da garantia constitucional da revisão dos proventos assegurada ao
servidor aposentado antes de 2003, mas também em virtude de
harmônico entendimento jurisprudencial nesse sentido destas
Câmaras Cíveis Reunidas e da Câmara Especializada deste Egrégio
Tribunal, como demonstramos seguintes julgados:

"MANDADO DE SEGURANÇA.
GRA TlFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL.
LEI ESTADUAL 7145/97. SERVIDORES
INATIVOS. DIREITO A PERCEPÇÃO.
DECRETO 6749/97. INAPLlCABILlDADE.
SEGURANÇA CONCEDIDA.

• Inaplicável o Decreto 6749/97


regulamentador da Lei 7145/97 que, por
sua vez, instituiu a gratificação de
atividade policial e, em observiincia ao
comando constitucional, determinou o seu
pagamento tanto aos servidores da ativa
quanto aos inativos, vez que ao instituir
tratamento privilegiado aos servidores em
atividade, o referido Decreto maculou a
isonomia garanüda constitucionalmente e
violou o direito adquirido". MS 17611-6/1 5.
Rei. Des. Carlos A. D. Cintra.
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1 0001 0/89
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TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL


EXTENSÃO AOS INATIVOS. DECISÃO
MANTIDA. RECURSOS VOLUNTÁRIO E
NECESSÁRIO IMPROVIDOS.
A "GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE
POLICIAL MILITAR" CONCEDIDA AOS
POLICIAIS MILITARES DA ATIVA É
TAMBÉM DEVIDA AOS SERVIDORES
MILITARES INATIVOS. INTELIGÊNCIA DO
ART. 40, PARÁG; 8°, DA CF (PARÁGRAFO
INTRODUZIDO PELA EC 20/98)". Apelação
Cível 271-6/02. Rei. Des. Salvador
Gonza/es da Silva.

"AÇÃO ORDINÁRIA. OBRIGAÇÃO DE


TRATO SUCESSIVO. PRECRIÇÃO.
INOCORRÊNCIA. PRELIMINAR
REJEITADA. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO
POLICIAL MILITAR. EXTENSÃO AOS
INA TlVOS. DECISÃO REFORMADA, EM
PARTE. RECURSOS NECESSÁRIO E
VOLUNTÁRIO PROVIDOS
PARCIALMENTE.
ENQUANTO PERSISTENTE O VíNCULO
MANTIDO ENTRE O SERVIDOR PÚBLICO
E O ESTADO, GERA OBRIGAÇÃO DE

• TRATO SUCESSIVO, INSUSCEPTíVEL DE


SER TRAGADO PELA PRESCRiÇÃO
TOTAL PRELIMINAR REJEITADA. A
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO POLICIAL
MILITAR CONCEDIDA AOS SERVIDORES
EM ATIVIDADE É DEVIDA, EM SUA
INTEGRALIDADE, AOS SERVIDORES
MILITARES INATIVOS. EXTENSÃO AO
AUTOR, A PARTIR DE JANEIRO/97,
QUANDO SUPERADA A VEDAÇÃO DE
CUMULAÇÃO DE GRA TlFICAÇÕES" /-
Apelação Cível 23.779-6/01. Rei. D - . -'
Salvador Gonza/es. J. 18/06/02.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
BAHIA

"CONSTITUCIONAL. AÇÃO ORDINÁRIA.


GRA TlFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL
MILITAR ("GAP 1/1',. EXTENSÃO AOS
INA TlVOS. PROCEDÊNCIA. APELAÇÃO.
PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS DE
ADMISSIBILIDADE. GRA TIFICAÇÃO
DEVIDA. INCORPORAÇÃO ADMiSSiVEL.
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 40, § 8°, DA
CF/88 (parágrafo introduzido pela EC
o 20/98). HONORÁRIOS ADVOCATlcIOS.

• FIXAÇÃO EXCESSIVA. REDUÇÃO


ADMiSSiVEL. RECURSO VOLUNTÁRIO


PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA
REFORMADA, EM PARTE, EM
NECESSÁRIO REEXAME.
A gratificação de Atividade Policial Militar,
concedida aos militares da ativa, estende-
se aos servidores militares inativos,
reformados ou transferidos para a reserva
remunerada. Inteligência do art. 40, § 8°,
da CFI88 (parágrafo introduzido pela EC
20198).
Admissível a redução do percentual fixado
a título de honorários advocatícios,
considerando o disposto no § 3°, alíneas
"a", "b", e "c", e § 4°, do art. 20, do CPC.

• A matéria encontra-se pacificada por, como dito,


predominante entendimento desta Corte, não merecendo outras
considerações, especialmente no tocante à natureza da aludida
gratificação, alegação de sua cumulação com outros benefícios,
seus critérios objetivos e o regime de trabalho do servidor para
recebê-Ia, valendo enfatizar que alguns dos impetrantes já vinham
recebendo as gratificações de função policial, de habilitação, de
comando e FEASPOL, cujos benefícios já foram incorporados aos
patrimônios dos mesmos, não se podendo promover a exclusão
dessas gratificações ante a consolidação da situação, sob pena de
ferir-se o princípio do direito adquirido que tem o escopo mai de
direito e garantia fundamental constitucionalmente ass urMWf~~
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:& TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

circunstância que afasta a alegação de ofensa ao disposto no inciso


XIV, do art. 37, da C.Federal.
No tocante ao nível da GAP, em face da falta de
prova de que os impetrantes não atendem a exigência para sua •
percepção no nível 111, neste deve ser deferido o mencionado
benefício.
Como acentuado pela Douta Procuradoria de
Justiça, a impetrada "de fato viola direito liquido e certo amparado
constitucionalmente em suas duas esferas, Federal e Estadual, ao
o

impedir a extensão dos benefícios da GAPM aos inativos e
pensionistas", sendo de "ser concedido a segurança pleiteada,
determinando a imediata integração aos soldos dos impetrantes da

• GAPM, com a devida restituição das diferenças, caso contrário


estará o impetrado agindo em absoluta desconformidade com os
regramentos Constitucionais e infraconstitucionais que tratam da
matéria".
Por tais razões, em consonância com a Douta
Procuradoria de Justiça, rejeitam-se as preliminares mencionadas
CONCEDE-SE A SEGURANÇA pleiteada, para que a gratificação
de atividade policial militar, na referência 111, seja integrada aos
proventos e pensões dos impetrantes, a partir da data da
impetração, com juros e correção monetária, restituindo-se aos
mesmos as diferenças resultantes dessa inc~são.
Sala das Sessões, em de 2007 l/de O.»


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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTiÇA
FÓRUM RUY BARBOSA

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!
22~
Poder Jud",ciário
Tribunal de JustH;B ctO Estado da Bahia
SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIBUICÃO
Recibo de Entrega de Processo

RECURSO DO PROCESSO DO 2°GRAU: 33708-5/200~


TIPO DO PROCESSO: EMBARGOS DE DECLARAÇA6

DATA DE ENTRADA: 06/07/2007


PROCESSO DO 2° GRAU: 3B759-3/200~"
TIPO DO PROCESSO ORIGINARIO: MANDADO DE SEGURANCÁ
ORGÃO: CÃMARAS CrVEIS REUNIDAS/
RELATOR: Juiz(a) Substituto(a) EMILlO SALOMAO PINTO RESEDA

rI Expedido em ~~~~7/2007
.~.
I

• SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIBUiÇÃO

--_ - .. - ---


Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
.-
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.- .- .-
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL
EX1\10, SR. DESEMBARGADOR RELATOR DO MANDADO DE SEGURANÇA
N° 38.759-3/2006

Câmaras Cíveis Reunidas


Mandado de Segurança n. 38.759-3/2006

• Impetrantes: Adonel Francisco dos Reis e outros


Imptrado: Secretário da Administração do Estado da Bahia

• (IA parte tem direito à entrega da prestaçdo jurisdicional de


forma c/ara, precisa e completa. Assim, cumpre ao órgão
julgador apreciar os embargos de declaração com espírüo
aberto, entendendo.os como meio indispensável à segurança
nos provimentos judiciais (RTJ 65/170 e 138/249)"

o ESTADO DA BAHIA, pessoa jurídica de Direito Público Interno, por seu


Procurador ex lege, in fine assinado, nos autos da Ação Ordinária supra epigrafada, vem,
respeitosamente, diante de V. Ex.a., opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fulcro
no art. 535, do CPC, ultimando os efeitos modificativos pertinentes, além do propósito
notório de preqü,\!stionamento (Súmula 98 do STJ) mediante os fundamentos jurídicos
f
'~
,
adiante explicitados, e, neste ato restituindo-se os autos acompanhando o presente recurso:
\ ,j '

• Embargos de declaração - preqüestionamento - efeito modificativo

Logo de início quer o Suplicante reiterar e ponderar que os presentes


Embargos Declaratórios objetivam o preqüestionamento e a supressão de omissões e
adoção de tese juridica e fundamentação explícitas acerca das matérias suscitadas, bem

• como lhes sejam reconhecidos e atribuídos efeitos modificativos, conforme permissivos


alentados em construção doutrinária e pretoriana, esta, adotada e corroborada pelo
Supremo-Tribunal Federal.

Do preqüestionamento

Por obra de construção pretoriana, o preqüestionamento de matéria acerca da


qual se pretenda' interpor Recursos a Tribunais Superiores, através de Embargos de
Declaração, foi alçado à condição de pressuposto de admissibilidade e conhecimento de
tais recursos (Súmulas 282 e 356 do S.T.F.). Nesta ordem, diz-se preqüestionada a matxia

.1 1

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quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese jurídica a respeito do
tema sub judice, incumbindo à parte interessada interpor embargos declaratórios
objetivando o proRunciamento sobre a matéria temática, sob pena de preclusão.

Pretendendo interpor os recursos que lhe possam ser cabíveis até onde
venha a ser necessário, e para evitar o improvimento de algum deles, ao fundamento de
preclusão, o Embargante invoca a notória sensibilidade e saber de V.Exa., para suplicar
que sejam sanadas as omissões e contradições apontadas no R. Decisum, com a necessária
adoção de tese jurídica e fundamentação explícita a respeito das matérias veiculadas na
seqüência desta promoção.

Finalmente, e lembrando o pacífico entendimento dos Tribunais Pátrios,


incluindo-se o Excelso STF, no sentido de que a natureza da omissão a ser suprida pelo
julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado, o
) Embargante 'pede tal conseqüência para esta súplica, confonne entender V.Exa.

• Do .efeito modificativo - Considerações


Em inúmeras oportunidades, o STF tem decidido que os embargos
declaratórios "podem ter efeito modificativo, em vários casos, entre os quais o de a
decisão embargada conter omissão cujo suprimento impunha necessariamente a
alteração de seu dispositivo. Jurisprudência conhecida e reiterada do Supremo Tribunal
Federal" (RTJ 86/359-362).

A partir do Código de 1939, a doutrina e a jurisprudência, em corrente que


se avoluma, vêm admitindo qúe os embargos de declaração têm, mesmo em caráter
excepcional, efeitos infringentes. (.. ). Neste passo, no RE 55.940, de que foi relator o
Min. VICTOR NUNES LEAL, assentou-se que, "em caso de omissão do julgado, os
embargos declaratórios podem ter excepcionalmente efeito modificativo". Já no RE
60.146 - relator o Min. LUIZ GALLOTI - se decidiu, no caso de erro de fato, em
circunstância decisiva numa causa de locação, manter o acórdão que recebera os embargos
de declaração para modificar o resultado do julgamento, e, no Agr. nO 32.997, o Pleno do
PRETÓRIO EXCELSO admitiu fossem recebidos embargos de declaração para reforma

• do acórdão embargado, restabelecendo-se, por essa via, decisão que, na assentada anterior,
fora cassada.

Os embargos de declaração "podem ter efeito modificativo em certos casos,


entre os quais o de a decisão embargada conter omissão cujo suprimento imponha
necessariamente a alteração do seu dispositivo" (Supremo Tribunal Federal, RTf, v.
86/359). E, em outra oportunidade, ratificando o entendimento na esteira de várias decisões
semelhantes: "Se o acórdão se 'omite em apreciar pedido da parte no sentido de que, no
caso de se dar por incompetente, remeta os autos ao juízo competente, e, por isso, julga o
autor carecedor da ação, ess"a omissão pode ser sanada por meio de embargos
declaratórios, modificando-se a conclusão de carência, se acolhida a pretensão da
remessa" (RTJ, v. 88/325).

Pontes de Miranda, em seus Comentários ao Código de Processo Civil de


1939, já acentuava que: "Os embargos de declaração afirmam e têm de provar que a

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sentença, como está, não satisfaz as exigências de prestação jurisdicional de que se saiba,
ao certo, de que consta. " (vol. V/334).

E acrescenta: "Este último caso é de particular delicadeza, pois, às vezes,


suprida a omissão, impossível se torna, sem manifesta incoerência, deixar subsistir o que
se decidira (ou parte do que se decidira), no pronunciamento embargado; assim, p. ex.,
se o órgão julgador saltara por sobre alguma preliminar e, apreciando-a nos embargos de
declaração, vem a.acolhê-la, necessariamente cai a decisão sobre a restante matéria, a cujo
exame obstaria o acolhimento da preliminar" (Comentários ao Código de Processo Civil,
Forense, 5" ed., pp. 627 e 628). E continua: "Em tal medida é lícito reconhecer ao
julgamento dos embargos efeito modificativo." (p. 628).

Essa lição já havia sido dada por Luiz Machado Guimarães, que, em seu
trabalho, que se tomou conhecido, assim se exprimiu: "Corrige-se omissão,
) complementando a sentença, isto é, agregando-lhe, acrescentando-lhe um novo


elemento, portanto, modificando-a." (Estudos de Direito Processual Civil, ed. Juridica e
Universitária, São Paulo, 1969, p. 256).


Isso significa que, em se tratando de corrigir omissão ou contradição, os
embargos não são propriamente declaratórios, mas modificativos.

Nesse particular, Theotônio Negrão, comentando o art. 535 da lei


processual civil, àssim se exprimiu: "Suprida a omissão 'pode, eventualmente, ser
alterada a conclusão do acórdão, se incompatível com esse suprimento" (Código de
Processo Civil, 6'·ed.).

Aliás, é o que se verifica no disposto no art. 463, lI, do mesmo Código, que
permite ao juiz, ao prolatar sentença de mérito, alterá-la, "por meio de embargos de
declaração".

Que os embargos 'declaratórios têm efeitos modificativos hoje não mais se


discute, porque tal interpretação já foi encampada pelo STF em inúmeros acórdãos
prolatados em recursos extraordinários (RTJ, 40/44, 57/145, 65/869, 63/424, 86/359,

• 88/325 e 89/548) .

Como se verifica, não só a doutrina, mas também, a jurisprudência, tem sido


unânime em admitir os efeitos modificativos dos embargos de declaração.

• quanto segue:
Fixl)das tais premissas, quer o Embargante ponderar e reqnerer o

SINOPSE PROCESSUAL

o Acionantes, policiais militares inativos e pensionistas, pretendem, através


da presente ação, obter o direito à percepção da Gratificação de Atividade Policial, GAP,
instituída pela Lei 7.145/1997, por força do disposto no art. 40, § 4° da Constituição
Federal (atualmente art. 40, § 8o 'da C. F. ) e art. 42, § 2° da Constituição Estadual. ~J
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Segundo a linha de raciocínio desenvolvida pelos Impetrantes, a tão-só


criação da Gratificação de Atividade Policial Militar já fazia pressupor o direito de
percepção da vantagem pelos inativos.

Isto porque, no exame da Lei 7.145/1997, os Acionantes vislumbraram que a


Gratificação de Atividade Policial Militar seria um mero adicional criado com o objetivo
único de majorar indiretamente os vencimentos dos servidores da ativa em detrimento dos
inativos.

E então, os Acionantes destacam que o direito de isonomia de vencimentos


entre servidores da ativa e os inativos, proclamado constitucionalmente, restaria vulnerado
caso a referida Gr~tificação de Atividade Policial Militar não lhes fosse estendida.

) Em que pese, a sólida argumentação desenvolvida na contestação do Estado


da Bahia, a C. Corte julgou procedente a ação, declarando o direito dos Acionantes à

• percepção da vantagem criada pela Lei n° 7.145/97 e condenando o Acionado ao


pagamento das diferenças de vencimentos em razão da referida nonna.

• Todavia, esta decisão, data 'venia, apresenta-se incompleta a reclamar a


interposição dos presentes Embargos Declaratórios.

Da omissão quanto à apreciação de matéria defensiva e carência de


fundamentação jurídica suficiente

Em intervenção visando a defesa do ato impugnado o Estado da Bahia


suscitou ampla matéria defensiva consistente de várias preliminares, seguidas de matéria
de mérito.

Permissa venta, ocorreu que R. Decisum não enfrentou diversos pontos


suscitados e quando o fez foi de insuficiente quanto à fundamentação, o que implica em
violação de regras da magna Carta e do Código de Processo Civil que regem a matéria.
)


Esta constatação· conduz à necessidade de que seja proferida decisão
integrativa e complementar do E. Julgado para sejam supridas as lacunas existentes e seja
completada a prestação jurisdicional que ficou maculada pela insuficiência.

Isto posto, o Embargante aduz:

• Ataque à Lei em Tese e Decadência - Contradição

Dentre as matérias defensivas suscitadas pelo Estado da Bahia para


evidenciar a insubsistência da impetração, está a sustentação de que a hipótese sub judice
configurou um ataque à lei em tese por via de Mandado de Segurança, o que constitui uma
impropriedade inaceita no Direito Pátrio. .

De -fonna alternativa e sucessiva, aduziu que se não fosse a hipótese de


ataque à lei em tese, fatalmente estaria configurada a decadência caso se entendesse q~~s:

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trata de ato legislativo de efeitos imediatos, concretos e pennanentes, hipótese na qual o
prazo decadencial"e contado da edição do ato.

No Acórdão embargado, a as matérias foram decididas nos seguintes


termos:

"De acordo com sedimentado entendimento jurisprudencial , como


demonstrado na impetração, leis e decretos de efeitos concretos podem ser
alvo de ação mandamental, à semelhança do que ocorre com o caSO em
tela, 'vez que a pretensão deduzida neste mandamus vai de encontro a textos
com essas características, cujos atos normativos limitam-se apenas aos
policiais militares, não sendo de se aplicar à hipótese a Súmula 266 do
STF, pelo que fica rejeitada a preambular de descabimento da
impetração. "
( )


Na seqüência, decide:

"Se é certo que o direito de requer mandado de segurança extingue-se em


cento e vinte dias da ciência do ato impugnado, certo é também que em se
tratando de direito vinculado a prestações de trato sucessivo, de acordo
com a Súmula 85 do STJ, a perda do direito atinge apenas as prestações
vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação, tendo-se
como praticada a ilegalidade a cada mês no qual o valor da prestação
deixou de ser satisfeito, ocorrendo em cada um deles uma nova violação ao
direito pleiteado, o que enseja, por via de conseqüência, um novo prazo
decadencial, posto que 'cuidando-se efetivamente de prestação de trato
sucessivo, não há que se falar em decadência, no caso, eis que a lesão se
renova periodicamente, como decidiu o STF no julgado publicado no DJ de
18111191', com o que fica rejeitada a preliminar de decadência . ..

Data vênia, a contradição é patente na exata medida em que as duas


hipóteses não podem subsistir cumulativamente. Ou seja se se trata de ato legislativo de
efeitos concretos e imediatos, foi ele quem teria violado direito do jurisdicionado no

• momento único de sua edição, não gerando e nem dando ensejo a uma superveniente
seqüência de violações (trato sucessivo).

Ocorrendo a hipótese de uma vantagem não ser concedida e paga mês a mês


em decorrência de ato nonnativo de efeito concreto, isto constituirá apenas e tão somente
os efeitos no tempo daquele ato único e não uma sucessão de violações a direito o que
ocorreu em um momento único, qual seja a entrada em vigor do aludido ato nonnativo.
Portanto, não se confunde e não constitui a hipótese de prestação de trato sucessivo.

Confonne resta evidenciado, não há possibilidade fático-juridica de as duas


hipóteses sustentadas no R. Acórdão ocorrerem de fonna cumulativa e concomitante como
está posto naquele decisum. Ou é uma ou outra, posto que são auto-excludentes.

;'.

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Então, se hipótese prevalente for a de ato nonnativo de efeitos concretos,
terá ocorrido a decadência. E se for a de violação por não pagamento de prestações de trato
sucessivo, o ataque terá sido diretamente à lei em tese, o que é incabível.

Impõe-se, pois, que seja proferida decisão integrativa para que a contradição
seja sanada.

IRRETROA TlVIDADE DO BENEFÍCIO

Na intervenção interposta, o Estado da Bahia argüiu a insubsistência da


pretensão dos Acionantes ao fundamento de encontrar obstáculo de ordem constitucional
insculpido no próprio § 4° do art. 40 da carta Magna, o qual não só recepciona, mas
também traz expressamente declarada a adoção do princípio da irretroatividade de
natureza universal e constitucional- art. 5°, XXXVI da CF/88 (fls. 152/153).
)


Acrescentou que as aposentações dos Acionantes ocorreram segundo as
regras vigentes à época, qualificando-se como atos juridicos perfeitos e acabados,
tomando-se insuscetíveis de ser alcançados por lei posterior (P. Ex.: Lei nO 7.146/97), em

• observância ao princípio da irretroatividade .

o Aresto vergastado simplesmente silenciou acerca da matéria posta sub


judice, o que implica em omissão passível de pronunciamento integrativo e complementar
o que fica requeri4o.

DA NATUREZA JURÍDICA DA GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE


POLICIAL MILITAR

Sob este título, nilS razões de apelante o Estado da Bahia ponderou, em


síntese que:

A Gratificação de Atividade Policial Militar, criada pela Lei 7.145/1997,


()


nos tennos das uníssonas concepções doutrinárias, Ê TIPICAMENTE UMA
GRATIFICAÇÃO TEMPORÁRIA, "PROPTEM LABOREM" (por força de
condições anormais de segurança), revelada no subtipo "PRO LABORE
FACIENDO" (dependente da atividade a ser realizada).


Afitma-se isto desde quando a Gratificação de Atividade Policial, nos
tennos da multicitada Lei 7.145 de 19 de agosto de 1997, é devida nos moldes
preceituados em seu art. 6°, a saber:

"Art. 6~ Fica instituída a Gratificação de Atividade Policial, nas


referências e valores constantes do Anexo lI. que será concedida aos
servidores policiais militares com o objetivo de compensar o exercício de
suas atividades e os riscos dela decorrentes, levando-se em conta:

1- o local e a natureza do exercício funcional;

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11- O grau de risco inerente às atribuições normais do posto ou
graduação;
111- o conceito e o nível do desempenho do policial militar. " (grifos
aditados)

A intenção do legislador estadual é ainda mais clara na regulamentação do


beneficio, através do Decreto n.O 6.749 de 12 de setembro de 1997, quando, no art. 7°,
estabelece as condições e critérios para concessão da Gratificação de Atividade Policial,
sempre atrelados ao tipo de atividade desempenhada, ao risco dela decorrente e ao conceito
obtido pelo policiai militar.

Verifica-se, então, que a Gratificação de Atividade Policial é concedida


tendo em vista os riscos inerentes à função policial (que caracteriza os tipos de
gratificação "propter laborem '? e em atenção as atividades a serem desempenhadas
) (critério típico das gratificações "pro labore faciendo").

• Se é assim, é evidente que a Gratificação de Atividade Policial, ao alvedrio


do exposto na exordial, não cohstitui um adicional e sim uma gratificação temporária,


classificada na espécie "pro labore faciendo" e que, por esta razão, jamais pode ser vista
como majoração de remuneração, mas apenas como beneficio instituído em razão das
atividades desempenhadas na função policial.

Com isto, a Gratificação de Atividade Policial somente pode ser tida como
devida àqueles que exercem efetivamente a função, com os riscos a ela inerentes e nas
condições específicas previstas na norma instituidora.

Entrementes, o R. Acórdão vergastado não enfrentou a matéria defensiva


acima sintetizada e suscitada pelo Estado da Bahia. Isto reclama que agora o faça em
caráter complementar e integrativo objetivando que efetivamente se configure a completa
entrega da prestação jurisdicional.

o PRINCÍPIO DA ISONOMIA

• Na sua intervençãoo Estado da Bahia evidenciou até não mais poder que, a
correta aplicação do princípió da isonomia à hipótese posta sub judice, implica
necessariamente no reconhecimento de insubsistência da pretensão deduzida pelos
Acionantes, posto que, isto é que representa a violação ao referido princípio. Tais


ponderações formuladas às fls. ficam aqui reiteradas como se transcritas estivessem
visando evitar repetitividade de textos .

Ocorreu que o R. Julgado aqui guerreado simplesmente olvida e até ignora


por completo a matéria suscitada pelo Estado da Bahia em defesa dos seus direitos.

Isto impõe seja a E. Corte instada a reapreciar as razões de apelante, em


específico sobre a,temática retro mencionada, objetivando ser alcançada a completude da
prestação jurisdicional.

DA INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 40, § 8° DA


(97
I,

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ART. 42, § 2°, DA CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL

o Estado da Bahia suscitou que as nonnas contidas no arts. 40, § 8° da


Constituição Federal e 42, § 2° da Constituição do Estado da Bahia detenninam, tão-
somente, a paridade de revisão entre os proventos e a remuneração da ativa, incluindo os
beneficios e vantagens genericamente concedidos aos servidores em atividade.

A paridade ou isonomia entre os vencimentos e os proventos deve ser


entendida, então, como a obrigatoriedade de observância dos mesmos critérios de
majoração da remuneração, nestes contidos todos os beneficios e vantagens genéricos, que
não requeiram condições específicas para a concessão.

Logo, o pagamento da Gratificação de Atividade Policial não pode ser


) abrangido pelas referidas nonnas constitucionais, desde quando trata-se de gratificação


"pro labore faciendo" destinada especificamente aos exercentes da função na ativa, sem
caráter de generaI1dade e definitividade que pennitiriam a incorporação na remuneração .


Entender de modo contrário seria admitir que uma gratificação pelo efetivo
exercício de função polícial, que visa remunerar os riscos dela decorrentes, pudesse ser
revertida aos aposentados, ainda que sem as condições específicas que a nonna instituidora
prevê, o que é absurdo se imaginar.

Por tais razões, o Réu confia na IMPROCEDÊNCIA da pretensão dos


Autores, ante ao caráter específico da Gratificação de Atividade Policial, que a exclui da
disciplina contida nos arts. 40, § 4° da Constituição Federal clc art. 42, § 2° da
Constituição do Estado da Bahia, invocadas como causa de pedir dos pleitos.

O R. Decisum embargado é silente sobre a matéria, incorrendo em omissão


e negativa de prestação jurisdicional. Fica requerida a correção por via de decisão
integrativa do R. Julgado.

DA. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DA GRATIFICAÇA'O DE

• ATiVIDADE POLICIAL COM OUTRAS GRATIFICAÇÕES IA


PERCEBIDAS PELOS AUTORES MEDIANTE INCORPORAÇÃO NOS
PROVENTOS DA INATIVIDADE.

O Estado da Bahia postou à apreciação jurisdicional à título de matéria

• defensiva, as ponderações adiant!! reiteradas:

Ainda que as razões despendidas acima não fossem suficientes a afastar a


pretensão em tela, é certo que a percepção da Gratificação de Atividade Policial jamais
poderia ser cumulada com outras gratificações que já vêm sendo recebidas pelos Autores,
consoante se passa a demonstrar:

Ao instituir a Gratificação de Atividade Policial, a Lei 7. 145, de 19 de


agosto de 1997, estabeleceu, em seu art. 12, que ficavam extintas, por conseguinte, a
Gratificação de Função Policial, Gratificação de Comando, Gratificação de Habilitaçãfo :

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FEASPOL - Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais, cessando os
respectivos pagamentos:

"Art. 12. Ficam extintas, a partir da vigência desta Lei, as Gratificações de


Fu,!ção Policial, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais do
Fundo Especial de Apeifeiçoamento dos Serviços Policiais- FEASPOL,
previstas, respectivamente, nas Leis n. o 4.454, de 15 de maio de 1985,
6.403, de 20 de maio de 1992, 6.896, de 28 dejulho de 1995, e cancelados,
consequentemente, os respectivos pagamentos. "

Com isto, o legislªdor estadual deixou clara a impossibilidade de cumulação


das Gratificações de Função Policial, de Habilitação, de Comando e FEASPOL com a
Gratificação de Atividade Policial instituída, tanto que ordenou a extinção daquelas e o
cancelamento dos pagamentos em função da criação desta última.


OCOITe que todos os Autores recebem algumas das gratificações extintas e
substitui das pela Gratificação de Função Policial, sendo que alguns deles ainda de forma
cumulativa, e aditadas aos proventos da inatividade .

• Se 'é assim, os Autores não podem pretender o pagamento da Gratificação


de Atividade Policial, que, pela incompatibilidade legal, ocasiona o cancelamento do
pagamento das Gratificações de Função Policial, de Comando, de Habilitação e
FEASPOL.

Portanto, já não fosse a natureza da própria Gratificação de Atividade


Policial, a pretensão é IMPROCEDENTE pela impossibilidade legal de cumulação desta
com as gratificações já recebidas (P. Ex.: Gratificação de Função Policial, de Comando, .de
Habilitação ou FEASPOL), ou caso assim não se entenda, a concessão da Gratificação de
Atividade Policial deve ser compensada com os valores já recebidos a título das demais
gratificações incorporadas, cujos pagamentos devem ser suspensos e extintos.

O R . Acórdão não cuidou da mesma incorrendo em omissão que necessita


ser sanada, o que fica requerido.

DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE ACRÉSCIMO CUMULATIVO


DE VANTAGENS - PRETENSA"O QUE VIOLA O ART. 37, XIV, DA
CF/SS.

• O Estado da Bahia ainda argüiu o que segue:

Encontra-se vedada constitucionalmente a concessão de qualquer parcela ou


vantagem remuneratória com incidência cumulativa (CF/88, art. 37,XIV), visando-se, com
isto, evitar o conhecido "efeito cascata" (cálculo de vantagens sobre vantagens) e também
o bis in idem, consistente na c~mcessão de vantagens iguais apenas diferenciadas pelo
nomen iuris.

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Na hipótese concreta, os Autores visam acumular indevidamente vantagens
iguais, Senão vejamos, O fato gerador da Função Policial seria o exercício de atividades
típicas militares, O fato gerador da Habilitação, a pontuação de cursos realizados com
aproveitamento para o cargo (Lei 3,803/80),

Ora, o fato gerador da Gratificação de Atividade Policial abrange todas as


hipóteses anteriores CP, Ex,: Habilitação e Função Policial percebidas pelos Autores),
estabelecendo percentuais diferenciados pelas condições de lugar, serviço e tempo, em que
se incluem o aperfeiçoamento do policial e a efetiva função de chefia (vide Lei 7,145/97).

Acumular as vantagens significaria, pois, duplicidade de remuneração pelo


mesmo fato, o que encontra proibição constitucional. Neste sentido, a jurisprudência pátria:

STF - RMS-23458 / DF, RECURSO DE MANDADO DE SEGURANCA,


Relator(a): Min, MARCO AURÉLIO, ReI. Acórdão Min, MAURÍCIO


CORRÉA, Publicpção: DJ DATA-03-05-02 PP-00022 EMENT VOL-
02067-01 PP-00116, Julgamento: 16/10/2001 - Segunda Turma
EMENTA: RECURSO ORDINÁRiO EM MANDADO DE SEGURANÇA,


REMUNERAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL BIENAL.
ACUMULAÇA"O COM GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO.
IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRiDO.
JURiSPRUDÊNCIA PREDOMINANTE DO STF.
1. Acumulação de vantagens çoncedidas sob o mesmo título, Vedação
constitucional (CF, artigo 37, XIVI, Adicional bienal e qüinqüênios:
acrescimos à remuneração que têm o tempo de serviço público como
fundamento. 2. Jurisprudência do STF no sentido de que não cabe invocar
direito adquirido contra regime jurídico se o patrimônio do servidor
legalmente consolidado não foi reduzido, Recurso não provido.

STF, RE-178802 / RS, RECURSO EXTRAORDINARiO, Relator(a): Min.


MAURiCIO CORREA, Publicação: DJ DATA-19-04-96 PP-12229 EMENT

o VOL-01824-07 PP-01396, Julgamento: 23/02/1996 - SEGUNDA TURMA


EMENTA: RECURSO EXTRAORDINARio. ADMINISTRATIVO,

• FUNCIONARio. GRATIFICACOES SUPERVENIENCIA DO REGIME


JURiDICO UNICO E PLANO DE CARREIRA PARA OS SERVIDORES DO
MUNICIPIo. INCORPORACAO DAS GRATIFICA COES
VENCIMENTOS E PROVENTOS. REDUCAO DOS PROVENTOS E
AOS


EXISTENCIA DE DIREITO ADQUIRiDO AS GRATlFICACOES
VIGENTES AO TEMPO DA APOSENTACAo. ALEGA COES
IMPROCEDENTES
1, Os proventos da inatividade são regulados pela norma vigente ao tempo
da ~ua aposentadoria, mas o servidor não tem direito adquirido aos
criterios legais com base em que "quantum" foi estabelecido, nem a
prevalência do regime jurídico então vigente, ainda mais quando, em
obediência a preceito constitucional a esse superveniente, lei nova vem
disciplinar o regime jurídico e o plano de carreira dos servidores,
incorporando aos vencimentos e proventos as gratificações antes
percebidas "em cascata" ou "repique", que não são permitidas pela nova

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL
ordem constitucional. 2, Redução de proventos. Alegacão improcedente. vez
que aos valores desses fOram incorporadas duas das três gratificações
existentes no regime anterior, de modo a compensar as vantagens então
percebidas.
INEXISTÊNCIA . DE DIREITO ADOUIRIDO A RECEBER
GRATIFICACÕES PREVISTAS NA NORMA VIGENTE AO TEMPO DA
lNATIVACA-o. POIS. EM FACE DO NOVO REENOUADRAMENTo.
HAVERIA VERDADEIRO "BIS IN IDEM". Recurso extraordinário
conhecido e provido.

o R Aresto não cuidou da matéria. Portanto, encontra-se omisso o que


reclama seja sanado através de decisão integrativa.

COMPENSAÇÃO

o Estado da Bahia evidenciou a identidade de finalidades da Gratificação de


Atividade Policial Militar e outras tantas já incorporadas aos proventos e percebidas pelos
Impetrantes, e requereu a compensação na hipótese de deferimento da incorporação


daquela primeira .

No R Acórdão a matéria foi simplesmente ignorada posto que não há


apreciação e nem decisão acerca ·mesma.

E obviamente que isto constitui omissão que necessariamente deverá ser


sanada para que seja alcançada a completude da prestação jurisdicional.

REFERÊNCIA DA GAP

o
R. Acórdão foi expresso em deferir a concessão da Gratificação de
Atividade Policial na sua referência UI. E o fez nos seguintes termos:

o "NQ. tocante ao nível da GAP, em face da falta de prova de que os


impetrantes não atendem a exigência para sua percepção no nível lI!, neste

• deve ser deferido o mencionado beneficio"

Data vênia O R Julgado comete duplo equívoco que implicam em omissão


quanto à correta aplicação do direito e das regras legais incidentes na espécie.

• o primeiro é adotar posição que implica em exigir prova negativa. É público


e notório em direito que a prova compete à parte que alega o direito. In casu, foram os
Impetrantes que se disseram titulares do direito à percepção no nívelllI ao fundamento de
todos os policiais da ativa assim estariam percebendo. Trata-se de fato que sena o
constitutivo do direito, e, portanto, ônus de prová-lo foi dos Impetrantes.

o segundo é que
tal prova deveria vir de forma pré-constituída (o que não
ocorreu), já que a ação é um Mandado de Segurança. Isto enseja a negativa da pretensão e
não o seu deferimento.

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL
O Estado da Bahia pede e requer seja proferida decisão complementar na
qual se explicite os fundamentos e se adote tese juridica para tão inusitada decisão.

INlJEPEDÊNCIA DOS PODERES

O decisum adotado no V. Acórdão obviamente implica em violação do


princípio da independência dos Poderes, insculpido no art. 2° da CF/88, desde quando
permite a ingerência do Judiciário em questão definitivamente fixada pelo Legislativo ao
editar a Lei nO 7.146/97, quando este Poder estabelece a concessão de Gratificação de
Atividade Policial apenas aos policiais da ativa e enquadrados nos requisitos para a
percepção da vantagem.

Isto reclama a adoção de tese jurídica explícita para fundamentar tal decisão
dada a sua importância e singularidade e à vista da inteligência do art. 93, IX da Carta
) Política, o que fica requerido.

•• CONCLUSÃO - REQUERIMENTO
,
Diante das razões e fundamentos retro aduzidos, requer se digne V. Exa. em
julgar oportunamente os presentes Embargos Declaratórios, em consonância com o
ordenamento jurídico e ainda, venhá conhecê-lo e provê-lo sanando-se as omissões
apontadas e pronunciando-se em específico sobre todas as matérias suscitadas, visando
caracterizar o preqüestionamento e para que seja alcançada a completude da prestação
jurisdicional, por ser de mSnçA.

Nestes termos,
Pelo provimento.
Salvador, 06 de julho de 2007

(, Ren[;;;r;;;,.1ham
Procurad'l:do Estado
OABIBA nO 4131


12

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J..lfo ~
Emissao: 09/07/2007
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGE INFORMAÇÃO
/ ' , Extrato do Processo
Processo: 38759-3/20(Z
Tipo de Processo: MANDADO DE SEGURANCA
Competência: CÂMARAS CIVEIS REUNIDAS
Data de Entrada: 28/08/2006 Data de Autuação: 29/08/2006
Volume: 1

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES


Tipo Nome Documento
IMPETRANTE ADONEL FRANCISCO DOS REIS
IMPETRANTE MARIA DE LOURDES FERREIRA PINTO
CARRILHO
IMPETRANTE BENEDITA CARVALHO SANTOS E OUTROS
Advogado ROBERTTO LEMOS E CORREIA 7672BA

• IMPETRADO SECRETARIA DA ADMINISTRACAO DO ESTADO


DA BAHIA ;

• DADOS DE DISTRIBUIÇÃO
Data:
Tipo:
Órgão Julgador:
Relator: '
29/08/2006
SORTEIO
CÂMARAS CfVEIS REUNID~
JUIZ SUBSTITUTO EMILlO SALOMAO PINTO RESEDA
...

PETiÇÕES
Número Tipo Data
49805-4/2006 HABILITAÇÃO NOS AUTOS 09/11/2006
50362-7/2006 PRESTANDO INFORMAÇÕES 10/11/2006

ri RECURSOS'-


_, Número Tipo /" Data Entrada
33708-5/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 06/07/2007


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Página: 1 até 2

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?-VI 22<::]
Emissão: 09/07/2007
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGE INFORMAÇÃO
Extrato do Processo

MOVIMENTAÇÕES
Data Movimentação Data Lançamento
06/07/2007 ENTRADA DE PROCESSO ~' 06/07/2007
Órgão de Origem: PROCURADORIA DO ESTAD .
Órgão de Destino: CÂMARAS CíVEIS REUNlb '
03/07/2007 SAíDA DE PROCESSO 03/07/2007
Observação: a dra maria machado livia em 27/06/2007
Órgão de Origem: CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS
Órgão de Destino: ADVOGADO
27/06/2007 PUBLICAÇÃO DE ACÓRDÂO 27/06/2007
Observação: Livro 7 E - Fls.435
LIVRO: 7
PÁGINA: 435
NÚMERO DE FOLHAS: 3


DATA DA PUBLICAÇÃO: 28/06/2007

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Página: 2 até 2

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTiÇA
FÓRUM RUY BARBOSA

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TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTiÇA DO ESTADO DA BAHIA
CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS
CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS

JULGADO: SESSÃO DFJ-?" oE~-k/\" . . ",LM~ DE 2007.

DECISÃO: "


\ ; \. \. /

• SECRETÁ.RIA

SECRET Á.RIA Maria de F~#i!;;aCosta


Observações:

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TRIBUNAL DE JUSTiÇA
BAHIA

CÂMARAS CíVEIS REUNIDAS


EMBARGOS DE DECLARAÇÂO NO MANDADO DE
SEGURANÇA N° 38.759-3/2006 - SALVADOR
EMBARGANTE: ESTADO DA BAHIA
EMBARGADOS:' ADNOEL FRANCISCO DOS 'REIS E OUTROS
RELATOR: EMíLIO SALOMÃO PINTO RESEBÁ

. :' I ,~
,'
:) ·EM8'ARGOS ". DECLARATÓRIOS

• ' -
INEXISTENCIA 'DE CONTRADIÇAO E
OMISSÃO. REEXAME DO JULGADO.
-

• INADMISSIBILIDADE.
REJEiÇÃO.

MAS SOMENTE
OS
RECURSO.
EMBARGOS
DECLARATÓRIOS NÃO SE PRESTAM A
REDISCUTIR A MA TÉRIA JÁ JULGADA,
PARA· SUPRIR
"EVENTUAIS OMISSÕES E ESCLARECER
.' OBSCURIDADES E CONTRADiÇÕES NO
JULGADO. MESMO PARA
.:'I',PREQUESTlONAMENTO DEVEM ESTAR
. 'PRESENTES OS REQUISITOS
., ELENCADOS NO ART. 535, DO CPC,
~


.. \S/TUAÇÃO INOCORRENTE NO CASO EM
EXAME E QUE ENSEJA A REJEiÇÃO DO
DITO RECURSO.

• ACÓRDÃO

,.
Vistos, relatados e discutidos os embargos
declar.atórios, Op?stQ,~,' pelo Estado ,da Bahia, ao v. Acórdão
profendo nos autos d.o mandado de segurança nO 38,759-3/2006,
d,e Salvador. .
, . '. ACORDAM os desembargadores compont::U'\t'l!!:\
da Turma Julgadora das Câmaras Cíveis Reunidas do T "',,U r I ' "

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vL{!. U).
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
BAHIA
':
,'I .~ .
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Justiça da Bahia, à ,unanimidade de votos" em REJEITAR OS
EMBARGOS, pelas seguintes razões:
Estes embargos foram opostos em face do v.
acórdão de fls. 206/213, sob alegação de contradição e omissão
acerca dos dispositivos relacionados na peça recursal. Expostos
seus argumentos, ao final, requereu o embargante fossem
conhecidos e providos os embargos.
É o relatório .
. R~ssalte-se, de logo, que os embargos de
declaração não servem para obrigar o juiz a renovar ou reforçar a

• fundamentação do decisório, nem para reexaminar a matéria de


mérito e nem se prestam para explicitar dispositivos legais, quando

• o magistrado' já te~ha .' encontrado fundamento suficiente para


embasar sua decisão: resolvendo a matéria controvertida. Cumpre
à' parte que dissente dói fundamentos esposados no acórdão,
utilizar da via recursal adequada. Ainda que para fins de
prequestionamento, não prescindem os declaratórios da ocorrência
de um dos pressupostos do art. 535, I e 11 do CPC.
A decisão judicial tem por objetivo "compor,
. precipuamente, litígios .. Não é peça acadêmica ou doutrinária,
tampouco se destina a responder a argumentos, à guisa de
quesitos, como se laudo pericial fora. Contenta-se o sistema com a
solução da controvérsia" (REsp. n.o 611'.518/MA, ReI: Min.
:J FRANCIULLI NETTO, bJ de 5/9/2006, p. 222)'-

• Conforme se observa, a decisão embargada não


se reveste de {1enhu!ljl~ dos vícios auto'rizadores do oferecimento de
embargos de declaração, pois não há, no acórdão, obscuridade,


contradição ou omissão em' ponto sobre o qual deveria haver
pronunciamento desta' Corte, como exig'e b supracitado dispositivo
legal.
Nesse sentido, é o entendimento dos nossos
Tribunais:
EMBARGOS DECLARA TÓRIOS-
REDISCUSSÃO DA MA TÉRIA- VIA
,j
PROCESSUAL INADEQUADA-
. PREQUESTIONAMENTO- REQUISITOS
ART. 535, DO CPC AUSENTES- ALEGilt,M1M
':
,'I .~ .

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TRIBUNAL DE JU~TlÇA
BAHIA

. ,"IPONTRADIÇÃO _ EXTERNA-
'IMPOSSIBILlDADE- REJEIÇAO
, .' tOS-ÉMBARGOS. DECLARATÓRIOS NÃO
SE PRESTAM A 'RIEDISCUTlR A MATÉRIA
JÁ JULGADA, MAS SOMENTE PARA
SUPRIR EVENTUAIS OMISSÕES E
ESCLARECER OBSCURIDADES E
CONTRADiÇÕES NO JULGADO. - MESMO
PARA PREQUESTIONAMENTO DEVEM
:J


. ESTAR PRESENTES OS REQUISITOS
,'ELENCADOS NO ART. 535, DO cPC.-
, 'NÃO ENSEJA EMBARGOS. DE

• , ..
DECLARAÇÃO A EXISTÊNCIA EVENTUAL
,:'I".DE ÇONTRADIÇÃO EXTERNA, SENÃO A
.'QUE SE ACHA NO PRÓPRIO ACÓRDÃO
EMBARGADO. (STJ, 4a TURMA,
\EDCLAGRGAG '27417-7-RJ, REL. MIN.
DIAS TRINDADE, VOTAÇÃO UNÂNIME).

Efetivamente, ainda que atingindo apenas os


policiais militares, como assinalado no acórdão atacado, o ato alvo
da impetração refere-se a prestações de trato sucessivo, como
colocado no julgado, incorrendo na hipótese a contradição

• apontada pelo embargante,


Restou consignado no decisum em causa que "a
matéria encontra-se· pacificada por, como dito, predominante


entendimento desta ;d)orfê,' não merecendo outras considerações,
especialmente no tocante .à natureza da aludida gratificação,
àlegação de sua cum,ulação com' outro~ ben'efícios, seus critérios
objetivos e o regime de trabalho do servidor para recebê-Ia, valendo
enfatizar que alguns dos impetrantes já vinham recebendo as
gratificações de função policial, de habilitação, de comando e
FEASPOL, cujos benefícios já foram incorporados aos patrimônios
dos mesmos, não se. podendo promover a exclusão dessas
gratificações, ante a consolidação da situação, sob pena de ferir-se
os princípios do direito adquirido e da irredutibilidade
vencimentos, que têm o escopo maior de' direitos e gar
fundamentais constituCionalmente C!ssegurados, circu • '

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~ TRIBUNAL DE JUSTiÇA
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afasta a alegação de ofensa ao disposto no iociso XIV, do art. 37,
da C.FederaL '
,', .. .N0..rpcante a? nível da GAP, e~ !ac~ da falta de
prova de atendimento pelos Impetrantes da eXlgencla para sua
p,ercepção no.hível III,neste deve ser deferido o mencionado
benefício". '
Assinale-se, por último, que, de acordo com
sedimentada jurisprudência do STJ, "o juiz não está obrigado a
responder a todas as alegações das partes, quando já tenha
Q encontrado motivo suficiente para fundar a decisão, nem se obriga

• a ater-se aos fundamentos indicados por elas e, tampouco a


responder um a um todos os seus argumentos". ED nos Eis na AR


2937/PR, j. em 25/05/05. '
, Ante o exposto, REJEI'R\~-SE os çy\claratórios.
, Sala das Sessões, ell1::;) -rde O~ de 2007
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
FÓRUM RUY BARBOSA

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A.30.79.DJ91
CAMÂRAS CIVEIS REUNIDAS
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POder Judiciário
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SECOMGEPROTOCQLÓ EDISTRIBUICAO
ReCibo de Enrrega de. PrQcesso

RECURSO DO PROCESSO DO 2"~RAU: 61992-1Ik007 i

TIPODO PROCESSO: RECURSb ESPECIAL:

DATA DE ENTRADA: 0811112007 .


PROCCSSO\DO 2" GRAU: 38159- 312006
'\. ~. • j
j

TIPO DO PROCESSO ORiGINARIO: MANDADO DE SEGURÀNCA

ORGÃO: CÂMARAS Ç;fVEIS REUNIDAS


RELATOR: Juiz(a) S'~bstituto(a) EMILlO SALOMAO PINTO RESEDA

•• Expedido em
(
97/2007

SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIBUiÇÃO


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'~

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA


PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL
EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA.

) Recurso Especial

•• Mandado de Segurança n. 38.759-3


Recorrente: Estado da Bahia
Recorridos: Adollel Francisco dos Reis e outros

o ESTADO DA BAHIA pessoa jurídica de direito público interno, por


i

seu Procurador ex lege e in fine assinado, nos autos da Apelação Cível supra
referenciado, irresignado, data venia, com a R. decisão proferida no referido recurso
(Cumulação e consolidação dos Acórdãos de fls. 2061213 - julgando da ação; e fls.
232/234 - julgando Embargos de Declaração e ainda sem numeração), vem,
respeitosamente diante de V.Ex.a., interpor o cabível RECURSO ESPECIAL, com
espeque no que dispõe o Art. lOS, inciso m, alínea "a" e "c", da Constituição Federal,
da Constituição Federal, combinado com o Art. 541, e seguintes do CPC, em virtude da
nulidade do decisum hostilizado e também em face de contrariedade e negativa de
vigência de dispositivos de Lei Federais, bem como da Carta Política de 1988, tudo a
ser explicitado, mediante as anexas RAZÕES DE RECORRENTE, requerendo após


regular processamento, seja o mesmo admitido, tendo em vista a relevância da tese
jurídica que o fundamenta e remetido ao Egrégio Ad Quem, ao tempo em que restitui os
respectivos autos em cartório.

Termos em que,

• Pede deferimento .
Salvador, 08 de novembro de 2007

RenaGc:Jham
Procurad't:~o Estado
OABIBA n" 4131

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECURSO ESPECIAL

Recorrente: ESTADO DA BAHIA.


Recorridos: Adonel Francisco dos Reis e outros
Processo de Origem: Mandado de Segurança n. 38.759-312006

•• RAZÕES DE RECORRENTE

Doutos Ministros:

sUMÁRIO DA SITUAÇÃO PROCESSUAL.

Os Autores, policiais militares transferidos para a reserva remunerada ou


reformados, pretenderam, através da presente ação, obterem o direito à percepção da
Gratificação de Atividade Policial, GAP, instituída pela Lei 7.145 de 19 de agosto de
1997 e regulamentada pelo Decreto n.o 6.749 de 12 de setembro de 1997, invocando
como suporte legal o disposto no art. 40, § 8° da Constituição Federal e art. 42, § 2° da
Constituição Estadual .
.--'"
\ i


Segundo a linha de raClOcmlO desenvolvida pelos Autores a tão-só
criação da Gratificação de Atividade Policial já fazia pressupor o direito de percepção
da vantagem pelos inativos.

Isto porque, no exame da Lei 7.145 de 19 de agosto de 1997,

• regulamentada pelo Decreto n.o 6.749 de 12 de setembro de 1997, os Autores


vislumbraram que a Gratificação de Atividade Policial seria um mero adicional criado
com o objetivo único de majorar indiretamente os vencimentos dos servidores da ativa
em detrimento dos inativos.

E, com inúmeras citações doutrinárias e jurisprudências, e até mesmo


referência a pareceres da Procuradoria Geral do Estado, os Autores destacam que o
direito de isonomia de vencimentos entre servidores da ativa e os inativos, pi'Oclamado
constitucionalmente, restaria vulnerado caso a referida Gratificação de Atividade
Policial não lhes fosse estendida.

Alegaram:

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a) a Gratificação de Atividade Policial Militar substituiu as extintas Gratificações de


Função Policial Militar, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais' do Fundo
Especial de Aperfeiçoamento de Serviços Especiais, constituindo, por via indireta,
aumento das referidas vantagens e, por óbvio, dos vencimentos dos servidores ativos;

b) teria ocorrido, portanto, violação aos arts. 40, § 4° (§ 8°) da CF/88, e 42, § 2° da
CE/89, que determinam a revisão dos proventos de aposentadoria na mesma proporção
e data dos vencimentos dos servidores inativos (princípio isonômico);

c) a Lei 7.145/97 permitiu a incorporação da Gratificação de Atividade Policial Militar


aos proventos, qualquer que fosse o tempo de percepção, instituindo beneficio para os
servidores ativos, que ganharam direito adquirido a ser exercido quando da passagem

••
para a inatividade;

d) a Gratificação deveria ser deferida na referência ill;

Em verdade, após a leitura da inicial, conclui-se que a pretensão dos


Autores consistiu em alcançar a Gratificação de Atividade Policial Militar e, como são
sabedores da impossibilidade existente, desenvolveram inconsistente tese de
aplicabilidade do disposto no art. 40 da CF/88 e art. 42 da CE/89.

o Estado da Bahia apresentou defesa na qual evidenciou até não mais


poder, a insubsistência e improcedência da ação e da pretensão nela deduzida, conforme
defesa de fls. , cujo inteiro teor fica reiterado e ratificado como razões de Recorrente
como se aqui transcritas estivesse.

(--:) Julgando o feito, a M. M. Coirte a quo proferiu decisão concessiva da


segurança.

o Estado da Bahia interpôs Embargos de Declaração que foram


rejeitados. A oposição de embargos declaratórios, teve o escopo de suprir omissões,
bem como não deixar dúvidas sobre o prequestionamento .

• No entanto, a E. Corte rejeitou os embargos de declaração opostos, sem


prestar os esclarecimentos necessários quanto aos pontos omissos.

DO CABIMENTO DO PRESENTE APELO

o presente recurso encontra supedâneo no permissivo estatuído no Art.


105, inciso 111, alínea "a" e "c" , da Constituição Federal, combinado com o Art. 541, e
seguintes do CPC, em virtude da nulidade do decisum hostilizado por negativa de
prestação jurisdicional resultando em contrariedade e negativa de vigência, do artigo 5°,
inciso XXXIV, alínea "a", XXXV e LV e art. 93, inciso IX, arts. 2°, 37, X, 39, § 1°,40,

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§§ 4° e 8°, 42 , § I ° e 142, X, da Carta Política de 1988 e arts. 126, 458 e 535, incisos I
e lI, 295, parágrafo único, inciso lI, e 267, incisos I e IV do Código de Ritos e art 6·
do Decreto-Lei n° 4.657/42 (LICC), arU o da Lei n° 5.670171, arts. 389, 395 e 404 do
Código Civil Brasileiro.

DA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

a) Em face do não acolhimento e conseqüente rejeição pura e simples


dos Embargos Declaratórios relativamente à matérias que foram
manejadas deforma idônea como via de exercício de direito.

o ora Recorrente interpôs Embargos de Declaração objetivando obter a

••
completude do R. Julgado embargado,' bem corno com o escopo de preqüestionar
matéria passível de hostilização por via de Recurso Especial e Extraordinário.

A E. Corte Estadual não acolheu os Embargos Declaratórios.

A rejeição dos Embargos de Declaração, associada às omissões ocorridas


no R. Acórdão embargado, e, ainda, a escusa de oferecer uma apreciação explícita sobre
as matérias ventiladas, configura uma decisão nula, na exata medida que incorre em
negativa de prestação jurisdicional e recusa ao Recorrente do seu direito de acesso ao
Judiciário para interpor e ver conhecida, apreciada e julgada ampla matéria defensiva
manejada por via processual apropriada (prestação jurisdicional).

Neste passo, o M. M. Colegiado a quo contraria o quanto preceituam os


arts. 126,458 e 535, incisos I e II do Código de Ritos e ainda o art. 5, XXXIV, XXXV e
LV, e art. 93, IX, da Carta Política.


A E. Corte de origem, através do Acórdão de fls., decretou a condenação
ao pagamento da Gratificação de Atividade Policial Militar - GAPM, aos Recorridos,
servidores inativos, sob o equivocado argumento de que se tratava de majoração
genérica da remuneração dos servidores ativos, provocando a aplicação da regra ditada
pelo art. 40, parágrafos quarto e oitavo, bem corno o contrário violaria o direito

• adquirido, o que é vedado pela Constituição Federal .

Todavia, a conclusão levada a efeito pela E. Corte era fruto de manifestos


equívocos e omissões.

A primeira omissão que interferiu na conclusão do Acórdão proferido


consistiu na inobservância de que a Gratificação de Atividade Policial- GAP- jamais se
revelou em aumento ou majoração genérica de vencimentos concedida aos servidores da
ativa.

Ao alvedrio disto, a Gratificação de Atividade Policial Militar '- GAPM,


criada pela Lei nO 7.145 de 19 de agosto de 1997 e regulamentada pelo Decreto W,O

• 4

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6.749 de 12 de setembro de 1997, sempre foi TIPICAMENTE UMA
GRATIFICAÇÃO TEMPORÁRIA, "PROPTEM LABOREM" (por força de
condições anormais de segurança), REVELADA NO SUBTIPO "PRO LABORE
FACIENDO" (dependente da atividade a ser realizada).

Afirma-se isto desde quando a Gratificação de Atividade Policial-GAP,


nos termos da multicitada Lei 7.145 de 19 de agosto de 1997, é devida nos moldes
preceituados em seu art. 6°, a saber:

"Art. 6~ Fica instituída a Gratificação de Atividade Policial, nas referências e


valores constantes do Anexo lI, que será concedida aos servidores policiais
militares com o objetivo de compensar o exercício de suas atividades e os
riscos dela decorrentes, levando-se em conta:

• 1-
Il-
o local e a natureza do exercício funcional;
o grau de risco inerente às atribuições normais do posto ou graduação;

• IlI- o conceito e o nível do desempenho do policial militar." (grifos


aditados)

A intenção do legislador estadual é ainda mais clara na regulamentação


do beneficio, através do Decreto n.O 6.749 de 12 de setembro de 1997, quando, no art.
7°, estabelece as condições e critérios para concessão da Gratificação de Atividade
Policial, sempre atrelados ao tipo de atividade desempenhada, ao risco dela decorrente e
ao conceito obtido pelo policial militar.

Verifica-se, então, que a Gratificação de Atividade Policial é concedida


tendo em vista os riscos inerentes à função policial (que caracteriza os tipos de
gratificação "propter laborem'~ e em atenção as atividades a serem desempenhadas
(critério típico das gratificações ''pro labore faciendo").

• Se é assim, é evidente que a Gratificação de Atividade Policial, ao


contrário do exposto na exordia1 e do quanto reconhecido pelo Acórdão embargado, não
constitui um adicional e sim uma gratificação temporária, classificada na espécie "pro
labore faciendo" e que, por esta razão, jamais pode ser vista como majoração de

• remuneração, mas apenas como beneficio instituído em razão das atividades


desempenhadas na função policial.

Com isto, a Gratificação de Atividade Policial somente pode ser tida


como devida àqueles que exercem efetivamente a função, com os riscos a ela inerentes e
nas condições específicas previstas na norma instituidora, afastando a aplicação do
disposto na redação atual do parágrafo oitavo do art. 40 da Constituição Federal, sob
pena de violar os seus termos.

Ao mesmo passo, o v. Acórdão defls. havia se omitido ao asseverar que a


conclusão levada a efeito no caso concreto violava o princípio da igualdade, desde
quando estende tratamento submetido a condições específicas, qual seja o pagamento da

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!, 5

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J-'5V
:JJ/3
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Gratificação de Atividade Policial Militar - GAPM, a pessoas que se encontram em
situações desiguais (ativos no exercício de funções de risco e inativos).

o princípio
da igualdade jamais albergou o tratamento igual a situações
desiguais, como ocorre no caso concreto, em que os oficiais em efetivo exercício de
funções que os expõe a riscos não se encontram em situação similar a dos inativos, o
que provoca, na realidade, uma infração ao referido princípio da igualdade.

O v. Acórdão também havia omitido que a conclusão levada a efeito no


caso concreto também violava a independência entre os poderes assegurada no art. 2° da
Constituição Federal, desde quando permite a ingerência do Judiciário em questão
definitivamente decidida pelo legislativo ao editar a Lei 7.145, de 19 de agosto de 1997,
e estender a Gratificação de Atividade Policial Militar apenas àqueles que estivessem no

•• efetivo exercício de funções de riscos e à medida da graduação destes riscos .

Ademais, o v. Acórdão havia se omitido ao afirmar que a Lei 7.145/97


jamais previu a incompatibilidade de percepção da Gratificação de Atividade Policial
com outras gratificações extintas de habilitação e de função policial militar.

Com efeito, ao instituir a Gratificação de Atividade Policial, a Lei 7. 145,


de 19 de agosto de 1997, estabeleceu, em seu art. 12, que ficavam extintas, por
conseguinte, as Gratificações de Função Policial, as gratificação de habilitação e a
FEASPOL, cessando os respectivos pagamentos:

"Art. 12. Ficam extintas, a partir da vigência desta Lei, as Gratificações de


Função Policial, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais do
Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais- FEASPOL,
previstas, respectivamente, nas Leis n. o 4.454, de 15 de maio de 1985, 6.403, de
( 20 de maio de 1992, 6.896, de 28 de julho de 1995, e cancelados,


consequentemente, os respectivos pagamentos. "

Com isto, o legislador estadual deixou clara a impossibilidade de


cumulação das Gratificações de Função Policial, de Habilitação, de Comando e
FEASPOL com a Gratificação de Atividade Policial instituída, tanto que ordenou a

• extinção daquelas e o cancelamento dos pagamentos em função da criação desta última.

Ocorre que o v. Acórdão de fls. havia se omitido de apreciar que todos os


Recorridos recebiam Gratificação de Função Policial, sendo que alguns deles ainda de
forma cumulativa com a Gratificação de Habilitação.

Se é assim, os Recorridos não poderiam pretender o pagamento da


Gratificação de Atividade Policial, que, pela incompatibilidade legal, ocasiona o
cancelamento do pagamento das Gratificações de Função Policial e de Habilitação.

Então, já não fosse a natureza da própria Gratificação de Atividade


Policial, a pretensão de reforma da r. sentença recorrida era inafastável pela

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impossibilidade legal de cumulação desta com as gratificações já recebidas de Função
Policial e de Habilitação.

Por fim, em face da omissão de desprezar que a Lei 7.145/97 previu a


incompatibilidade entre a Gratificação de Atividade Policial e as outras já percebidas
pelos Recorridos, o Acórdão deixou de se manifestar sobre a pretensão de reforma
consistente na compensação daquela com estas.

Diante de tantas e tão graves omissões, o Recorrente opôs embargos de


declaração, a fim de que fossem sanados os vícios e prestada atividade jurisdicional
completa e motivada, PRINCIPALMENTE QUANTO A INOBSERVÂNCIA DE
OUE A LEI QUE CRIOU A GRATIFICACÃO DE ATIVIDADE POLICIAL
TORNOU-A INCOMPATÍVEL COM OUTRAS GRATIFICACÕES JÁ

• PERCEBIDAS PELOS RECORRIDOS, INVIABILIZANDO A CUMULACÃO.


Ocorre que o Acórdão (decidindo Embargos Declaratórios) preferiu
PERSISTIR nas omissões já apontadas, negando provimento aos embargos de
declaração opostos e deixando sem resposta os questionamentos formulados.

Por tais razões, o Recorrente pugna pelo reconhecimento da nulidade dos


Acórdãos, uma vez que os M. M. Julgadores se negaram a esgotar a prestação da
atividade jurisdicional, violando o disposto nos artigos 126, 458 e 535, I e 11, do Código
Adjetivo e ainda os artigos 5°, inciso XXXV e 93, inciso IX, da CF, autorizando a
interposição do presente recurso com fundamento no artigo 105, inciso I1I, da CF.

Com efeito, além de maculada por nulidade, a postura adotada pela Corte
recorrida, tem sido condenada pelos mais renomados juristas, dentre os quais se
destacam os componentes dos Egrégios Pretórios Superiores.


Quanto ao particular, toma-se oportuno invocar a lição de NELSON
NERY JUNIOR que, com espeque na melhor Jurisprudência de nossas Cortes
Superiores, sustenta:

"Edel e preqüestionamento. Podem ser interpostos Edel quando a decisão for

• omissa quanto a ponto ou matéria que deveria ter decidido ou porque a parte o
requereu expressamente, ou porque é matéria de ordem pública que exigia o
pronunciamento 'ex officio' do órgão jurisdicional. Persistindo o tribunal na
omissão, cabem novos Edel ou, por derradeiro, REsp por ofensa ao CPC 535.
Neste último caso, o REsp deve ter como matéria de mérito a disposição ao
dispositivo legal sobre o qual o acórdão se omitiu de decidir
(preqüestionamento impllcito), bem como a violação do CPC 535, sob pena de
não conhecimento pelo STJ. Edel preqüestionadores não são protelatórios
descabendo a multa de que trata o CPC 538 par. ún. V. STF 356; STJ 98"
In Código de Processo Civil Anotado, RT, 1997.

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O certo é que os Acórdãos ora hostilizados não esgotaram a matéria que
foi posta à apreciação judicial, incidindo nos vícios da negativa de prestação
jurisdicional, insuficiência de fundamentação e da negativa de apreciar lesão a direito
oportunamente invocado pelo Jurisdicionado.

Atinente à escusa de apreciação explícita de matéria ventilada ~om efeito


de preqüestionamento, os Egrégios STF e STJ, já adotaram posicionamento de severo
repúdio, conforme se extrai dos termos do seguinte aresto:

"O rigorismo do preqüestionamento explicito tem levado os pronunciamentos


a verdadeiros paradoxos e a posições incontornáveis de extrema dureza,
impedidndo que a omissão dolosa do tribunal local, em se manifestar sobre
temas constantes dos embargos de declaração e que haviam sido omitidos no

••
primeiro julgamento de apelação fiquem sem o recurso extraordinário cabiveL
Prevalece como coisa julgada imoral o capricho ou o dolo da corte local,
imune a qualquer critica." (STF, Ag. 132.867, DJU-1 de 2.4.91, p. 3.446;
STJ, Ag. 10.404-MG, DJU-1 de 9.8.91, p. 10.246). Grifamos .

"RECURSO ESPECIAL N" 228143 - BA


Relator: Ministro Fernando Gonçalves
Recorrente: Estado da Bahia
Advogado: Dylson Dorya e outos
Recorrido: Francisco Moreira de Feitas
Advogado: Lucia Leão Jacobina Mesquita e outros

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL.OMISSÃo.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


--, PERSISTÊNCIA DA FALHA. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.
I
OCORRÊNCIA.

• I - Constatada omissão no acórdão recorrido que, mesmo após a oposição de


embargos declaratórios, ainda persiste, exurge violado o ar!. 535, I, do CPC.
2 - Recurso conhecido para determinar a volta dos autos ao Tribunal de
origem, com vistas ao suprimento dafalha_"

• Algumas considerações acerca de jurisdição e prestação jurisdicional


como poder-dever do Estado de Direito.

Acerca da jurisdição, o dizer de Carlos Eduardo Ferraz de Mattos


Barroso, em Teoria Geral do Processo de Conhecimento, Ed. Saraiva, ano 2000, tem o
seguinte conteúdo:

"Portanto, a jurisdição é definida como o poder-dever do Estado de aplicar o


direito ao caso concreto submetido pelas partes, através da atividade exercida
pelos seus órgãos investidos (juízes). "
Ob cit. - pago 23

, 8

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Em outra passagem:

"A análise etimológica da expressão 'jurisdição' indica a presença de duas


palavras unidas:juris (direito) e dictio (dizer).

E esse "dizer o direito ", a partir do instante em que o Estado chama para si a
responsabilidade de solucionar as lides, transforma estafunção em nítido poder
estatal, poder este exercido não só pela obrigatoriedade da jurisdição estatal,
mas também pela sujeição imposta à parte perdedora na demanda judicial de
observar o julgado, sob pena de cumprimento coercitivo.

De outro lado. o reverso da moeda é o surgimento de um dever do Estado de


solucionar todo e qualquer tipo de lide submetida ao seu crivo. 20sto que

re inexistente para os cidadãos outra fOrma de solução fOrçada do conflito. É o


dever constitucional de que nenhuma lesão de direito deixará de ser apreciada


pelo Poder Judiciário." - Sublinhamos .

Dentre os princípios norteadores e informativos da jurisdição, quais


sejam, inevitabilidade, indelegabilidade, inércia, aderência, unicidade, investidura e
indeclinabilidade, avulta dedicar especial atenção para os dois últimos, na medida em
que:

a) Investidura: significa que somente os agentes políticos (poder


Judiciário) e legitimamente investidos do poder-dever estatal é que podem exercer a
jurisdição;

b) Indeclinabilidade: emerge do comando constitucional erigido no

o sentido de que nenhuma lesão de direito deixará de ser apreciada pelo Poder Judiciário.
Na medida em que o Estado torna obrigatório que seus cidadãos submetam-se à sua


jurisdição, assume a contrapartida do dever de oferecer a prestação jurisdicional.

A prestação jurisdicional se constitui em poder-dever do Estado,


indelegável e indeclinável. Portanto, obrigatório na medida em que é acionado pelo


jurisdicionado. E a decisão que implica em sua negativa é nula de pleno direito .

É o que ocorre com o decisum extraído da conjugação dos Arestos


prolatados como decisão da ação e na rejeição de Embargos de Declaração,' e que é o
objeto hostilizado no presente apelo especial, precisamente por violar a lei federal e
conflitar com a jurisprudência adiante transcrita, especialmente nas partes grifadas, o
que deve ser entendido como cotejo e demonstrativo de divergência.

A Jurisprudência:

"PROCESSUAL CIVIL EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - QUESTÃO


SUSCITADA - OMISSÃO NO JULGAMENTO - OFENSA AO ARTIGO 535. 11,

~19
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CPC - 1. Incompleta a prestacão jurisdicional. o Tribunal a quo deve suprir a
falta realizando novo julgamento sobre a questão debatida e objeto dos
embargos declaratórios. 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Recurso provido.
(STJ - RESP 250126 - ES - la T. - Rei. Min. Milton Luiz Pereira - DJU
05.02.2001 - p. 00075). "

"AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE DÁ PROVIMENTO A


RECURSO ESPECIAL POR OFENSA AO ART. 535 DO CPC - I - Como já
decidiu este STJ é dever do Tribunal manifestar-se sobre ponto omisso. sob pena
de negar prestação jurisdicional. II - Regimental improvido. (STJ - AGRESP
225434 - GO - 3 0 T. - Rei. Min. Waldemar Zveiter - DJU 11.12.2000 - p.
00193). "

I. "Sentença que não esgota a prestação jurisdicional e. em consequencia. não


aprecia todas as questões de fato e de direito fOrmuladas pelas partes. é ato
processual nulo. face o prescrito no art. 458. n. lI, do CPC, não obstante o


previsto no art. 515, da mesma lei adjetiva civil (Ac. unân. Da 2" Câm. -
TJ/SC)"
In Processo Civil à Luz da Jurisprudência - Alexandre de Paula - vol. XII - 1°
suplemento - pago 136.

"É nula a sentença que não esgota a prestação jurisdicional porq:le omissa
sobre questões relevantes suscitadas pela defesa. (Ac. unân. Da 6 0 T do TFR de
22.05.85 - Ap. 86.918 - DF - ReI. Min. Miguel Ferrante, Rev. Do TFR, vaI.
128, p.I95).
In Processo Civil à Luz da Jurisprudência - Alexandre de Paula - vol. XII - 1°
suplemento - pago 154.

E assim, evidencia-se que o referido decisum implica em:

a) negativa de prestação jurisdicional resultando na violação dos artigos


126,458, II, 459 e 535, lI, do Código de Ritos, bem como do artigo 5°, inciso XXXIV,
alínea "a", XXXV e LV da Carta Política de 1988;


b) conseqüente negativa de vigência e aplicabilidade dos mesmos artigos
126, 458, Inciso II e 535, lI, do CPC, art. 6° da LICC, bem como do artigo 5°, inciso
XXXIV, alínea "a", XXXV e LV, e art. 93, inciso IX da Carta Política de 1988.

Então, Douto Tribunal, é de ser requerida a declaração da nulidade do R.


Decisum recorrido, face à sua manifesta contrariedade e negativa de vigência do art. 5°,
XXXIV, XXXV, XXXVI e LV da Constituição da República e aos arts. I~ 3", 126,
128, 282, 111, 293, 458,459, 460, e mais 535, I e lI, do Código de Processo Civil, bem
como do art. 6" da Lei de Introdução ao Código CiviL

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ATAQUE À LEI EM TESE E DECADÊNCIA - CONTRADIÇÃO

Dentre as matérias defensivas suscitadas pelo Estado da Bahia para


evidenciar a insubsistência da impetração, está a sustentação de que a hipótese sub
judice configurou um ataque à lei em tese por via de Mandado de Segurança, o que
constitui uma impropriedade inaceita no Direito Pátrio.

De forma alternativa e sucessiva, aduziu que se não fosse a hipótese de


ataque à lei em tese, fatalmente estaria configurada a decadência caso se entendesse que
se trata de ato legislativo de efeitos imediatos, concretos e permanentes, hipótese na
qual o prazo decadencial é contado da edição do ato.

•••
No Acórdão embargado, a as matérias foram decididas nos seguintes
termos:

"De acordo com sedimentado entendimento jurisprudencial, como


demonstrado na impetração, leis e decretos de efeitos concretos podem
ser alvo de ação mandamental, à semelhança do que ocorre com o caso
em tela, vez que a pretensão deduzida neste mandamus vai de encontro a
textos com essas características, cujos atos normativos /imitam-se
apenas aos policiais militares, não sendo de se aplicar à hipótese a
Súmula 266 do STF, pelo que fica rejeitada a preambular de
descabimento da impetração. "

Na seqüência, decide:

"Se é certo que o direito de requer mandado de segurança extingue-se


(j em cento c vinte dias da ciênciu du ulo Impugnado, certo é também que
em se tratando de direito vinculado a prestações de trato sucessivo, de

• acordo com a Súmula 85 do STJ, a perda do direito atinge apenas as


prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação,
tendo-se como praticada a ilegalidade a cada mês no qual o valor da
prestação deixou de ser satisjéito, oCO/Tendo em cada um deles uma


nova violação ao direito pleiteado, o que enseja, por via de
conseqüência, um novo prazo decadencial, posto que 'cuidando-se
efetivamente de prestação de trato sucessivo, não há que se falar em
decadência, no caso, eis que a lesão se renova periodicamente, como
decidiu o STF no julgado publicado no DJ de 18/11/91', com o que fica
rejeitada a preliminar de decadência. "

Data vênia, a contradição é patente na exata medida em que as duas


hipóteses não podem subsistir cumulativamente. Ou seja se se trata de ato legislativo de
efeitos concretos e imediatos, foi ele quem teria violado direito do jurisdicionado no
momento único de sua edição, não gerando e nem dando ensejo a uma superveniente
seqüência de violações (trato sucessivo). ~

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Ocorrendo a hipótese de uma vantagem não ser concedida e paga mês a


mês em decorrência de ato normativo de efeito concreto, isto constituirá ap.enas e tão
somente os efeitos no tempo daquele ato único e não uma sucessão de violações a
direito o que ocorreu em um momento único, qual seja a entrada em vigor do aludido
ato normativo. Portanto, não se confunde e não constitui a hipótese de prestação de
trato sucessivo.

Conforme resta evidenciado, não há possibilidade fático-jurídica de as


duas hipóteses sustentadas no R. Acórdão ocorrerem de forma cumulativa e
concomitante como está posto naquele decisum. Ou é uma ou outra, posto que são auto-
excludentes.

Então, se hipótese prevalente for a de ato normativo de efeitos concretos,

•• terá ocorrido a decadência. E se for a de violação por não pagamento de prestações de


trato sucessivo, o ataque terá sido diretamente à lei em tese, o que é incabível.

DA INÉPCIA DA INICIAL POR INCOMPATIBILIDADE LÓGICA


ENTRE OS FATOS NARRADOS E A PRETENSÃO POSTULADA

Em momento algum da exordial, os Acionantes/Apelados discordam da


natureza jurídica da Gratificação de Atividade Policial Militar, tanto que a trataram
como GRATIFICAÇÃO durante toda a narrativa dos fatos e fundamentos jurídicos que
serviam como lastro das pretensões formuladas.

Por outro lado, os Autores reconheceram que, nos termos da Lei


7.145/97, a sua percepção era adstrita aos que se encontravam na ATIVA.

Ora, se os Autores não se insurgiram contra a natureza da Gratificação de


Atividade Policial como de gratificação "pró labore faciendo" e se as suas respectivas
transferências para a inatividade ocorreu antes do advento da lei 7.145/97, decerto
que jamais poderia postular o reconhecimento do direito à percepção desta,
principalmente quando passou para a inatividade muito antes de sua instituição
(confissão real).

• Por tais razões, o Recorrente confia no acolhimento da inépcia da inicial


em decorrência da incompatibilidade lógica entre os fatos narrados e a pretensão de
reconhecimento do direito à percepção da Gratificação de Atividade Polióal, com a
conseqüente extinção do processo, a teor dos artigos 295, parágrafo único, inciso n, e
267, incisos I e IV, do CPC, restaram violados no R. Decisum recorrido.

GRATIFICAÇÃO NO NÍVEL III

O R. Acórdão concedeu a segurança para determinar o pagamento da


GAPM no padrão m, a partir da edição da Lei Estadual nO 7.145/97. (11

\, 12

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Ocorre que tal decisão, data venia, confronta o melhor direito e traduz
uma contradição a ser corrigida.

o Estado da Bahia sustenta a insubsistência da possibilidade de


deferimento na referência III, até porque isto implicaria em afronta à própria lei que
criou a vantagem. Com efeito, a Lei Estadual na 7.145/97, no seu art. 13, preconiza:

'~rt. 13 - Será concedida, aos atuais ocupantes de postos e graduações da


Policia Militar do Estado da Bahia, a Gratificação de Atividade Policial
Militar, na referência I. sendo seu pagamento devido a partir de 01 de agosto
de 1997.

r -
'.
§ No prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias, contado da data da
publicação desta Lei, o Poder Executivo procederá à revisão da referência da
gratificação autorizada por este artigo, com vistas à sua elevação para a


referência 11. exclusivamente para os policiais militares que, em regime de
trabalho de 30 (trinta) horas semanais e em razão das atribuições de seus
cargos, desempenhem atividades de policiamento ostensivo, patrulhamento e
rondas, extinção de incêndios, prestação de socorro público, busca e
salvamento, bem como as inerentes ao seu planejamento, coordenação,
orientação e controle e outras de natureza correlata.

§ 2° - Observado o prazo estabelecido no parágrafo anterior, deverá, ainda, o


Poder Executivo definir a concessão da Gratificação. na referência IJI, aos
servidores policiais militares, que, por absoluta necessidade do serviço, estejam
obrigados a cumprir jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. "

() Em igual sentido encontra-se a inteligência do Decreto Estadual na


6.749/97 que regulamentou a referida lei.

E tudo isto reclama que seja reformado o R. Decisum aqui recorrido.


DO PRINCÍPIO DA IRRETROAT1VIDADE DAS LEIS - DO CONCEITO
DE DIREITO ADQUIRIDO - Violação do arL 6° da UCc.

Considerando que os próprios Autores esclarecem que a Lei na 7.145/97


criou a GAP, exclusivamente para policiais da ativa, em momento posterior à suas
respectivas inativações, necessário se faz relembrar relevantes conceitos básicos a saber:
o de irretroatividade das leis e o do direito adquirido.

o princípio da irretroatividade das leis, consagrado no art. 50, XXXVI, da


CF/88, e na LICC - Lei de Introdução ao Código Civil, impõe a não aplicação de lei
nova às situações típicas de ato jurídico perfeito (ato celebrado em consonância com as

~ 13

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regras vigentes no momento de sua constituição); coisa julgada (decisão judicial
irrecorrível); e direito adquirido (direito já incorporado ao patrimônio jurídico).

CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA o explica:

"Outras vezes o princípio da não-retroatividade é assentado com caráter mais


rijo do que uma simples medida de política legislativa, pois assume o sentido de
uma norma de natureza constitucional. Com uma tal valência, reflete muito
maior extensão e, especialmente, mais profunda intensidade. Não é apenas uma
regra imposta ao juiz, a quem é vedado atribuir à lei efeito retrooperante. Mais
longe do que isto, é uma norma cogente para o legislador, a sua vez proibido de
ditar leis retroativas. Diferentemente daqueles sistemas que admitem possa o
legislador manifestar claramente o propósito de impor às disposições legais


efeito retroativo, aqui esta liberdade lhe é negada. Assim, a lei que tenha um tal
efeito vem maculada da eiva de inconstitucionalidade, cabendo ao Poder
Judiciário declará-lo e recusar-lhe aplicação, pela maioria absoluta dos


tribunais (Constituição federal, art. 116). O sistema brasileiro inscreve-se nesta
corrente ". (em "Instituições de Direito Civil". Rio de Janeiro: Editora Forense,
1992, págs. 102 e 103).

Sobre direito adquirido, aprofunde-se o seu conceito através das lições de


MARIA HELENA DINIZ:

"O direito adquirido é aquele cujo exercício está inteiramente ligado ao arbítrio
de seu titular ou de alguém que o represente, efetivado sob a égide da lei vigente
no local e ao tempo do ato idôneo a produzi-lo, sendo uma conseqüência, ainda
que pendente, daquele ato, tendo utilidade concreta ao seu titular, uma vez que
se verificaram os requisitos legais para sua configuração. (...)"
A lei nova não poderá retroagir no que atina ao direito em si, mas poderá ser
() aplicada no que for concernente ao uso ou exercício desse direito, mesmo às


situações já existentes antes de sua publicação. "
Em "Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretada". São Paulo:
Editora Saraiva, 1996, pp.184 e 185)


Consiste entendimento cristalizado que a aposentadoria será processada e
declarada segundo a lei vigente no momento em que nasce o direito do servidor de
passar para a inatividade, ou seja, quando haja a observância de todos os requisitos
legais previstos para este ato (aposentação).

Qualificando-se o ato de aposentação como ato jurídico perfeito, posto


que constituído na forma estabelecida por lei vigente naquele período, não é permitida a
sua revisão, para que agora se acrescente ou retire parcelas, como é o caso da GAPM.

E, tendo-se em vista que foram fixados os proventos segundo o cálculo


do vencimento (na hipótese, soldo) e das vantagens incorporáveis (gratificações),
constituiu-se direito adquirido do servidor inativado perceber aquele quantum fixado

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nos moldes da legislação então vigente. Aplica-se, por conseguinte, o princípio da
irretroatividade da lei (CF/88, art. 5°, XXXVI, e LICC, art. 6°).

Analisando o caso concreto, sob a perspectiva inafastável desses


conceitos, conclui-se a perfeita constitucionalidade e legalidade da Lei 7.145/97, ao
extinguir ex nunc algumas gratificações somente para os servidores da ativa, porque
submetidos ainda ao regime estatutário, e, restando preservado o pagamento das
referidas gratificações nas hipóteses de pretérita incorporação, a exemplo dos proventos
de inati vos.

Com efeito, os servidores policiais inativos continuaram a perceber as


aludidas gratificações, quando incorporadas aos seus proventos, tendo-se respeitado o
seu direito adquirido.

• sobre o tema:
Interessantes e pertinentes às lições de HELY LOPES MEIRELLES

• "A lei posterior pode extinguir e alterar cargos e funções de quaisquer titulares-
vitalícios, estáveis e instáveis.
O servidor pode adquirir direito à permanência no serviço público, mas não
adquirirá nunca direito ao exercício da mesma função, no mesmo lugar e nas
mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção
constitucional à regra estatutária. O poder de organizar e reorganizar os
serviços públicos, de lotar e relotar servidores, de criar e extinguir cargos, é
indespojável da Administração, por inerente à soberania interna do próprio
Estado. "

"Os vencimentos- padrão e vantagens- só por lei podem ser fIXados, segundo as
conveniências e possibilidades da Administração, observando-se que a nova
Constituição consagrou aos servidores públicos a irredutibilidade de seus


vencimentos (art. 37, XD, o que anteriormente só era assegurado aos
magistrados. (..).
Desde que o Estado não firma contrato com seus servidores, mas para eles
estabelece unilateralmente um regime de trabalho e de retribuição por via
estatutária, lícito lhe é, a todo tempo, alterar as condicões de serviço e

• pagamento, uma vez que o faça por lei. visando às conveniências da


Administração. "(em "Curso de Direito Administrativo Brasileiro". São Paulo:
Malheiros Editores, 1996, págs. 370 e 403) - grifos nossos.

Analisando o caso concreto, sob a perspectiva inafastável desses


conceitos, conclui-se a perfeita constitucionalidade e legalidade da Lei 7.145/97, ao
extinguir ex nunc as gratificações de Função Policial Militar, de Habilitação, de
Comando e de Encargos Especiais do Fundo Especial de Aperfeiçoamento de Serviços
Especiais somente para os servidores da ativa, porque submetidos ainda ao regime
estatutário.

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d-53
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OS servidores inativos continuaram a perceber as aludidas gratificações,
incorporadas aos seus proventos, tendo-se respeitado o seu direito adquirido.

As afirmações dos Autores de que tais gratificações estariam também


extintas para os inativos, por força do princípio isonômico e de uma suposta
retroatividade benéfica, encontram por óbice a Constituição Federal, diante da
impossibilidade de igualar os servidores ativo e inativo para efeitos de extinção de
vantagens, por força do princípio da irretroatividade o qual restou violado (CF/88, art.
5°, XXXVI, e LICC, art. 6°).

DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE ACRÉSCIMO


CUMULATIVO DE VANTAGENS - PRETENSÃO QUE V/OLA O
ART. 37, XIV, DA CF/88.
Divergência Jurisprudencial


Encontra-se vedada constitucionalmente a concessão de qualquer parcela
ou vantagem remuneratória com incidência cumulativa (CF/88, art. 37)'N), visando-
se, com isto, evitar o conhecido "efeito cascata" (cálculo de vantagens sobre vantagens)
e também o bis in idem, consistente na concessão de vantagens iguais apenas
diferenciadas pelo nomen iuris.

Na hipótese concreta, os Autores visam acumular indevidamente


vantagens iguais. Senão vejamos. O fato gerador da Função Policial seria o exercício de
atividades típicas militares. O fato gerador da Habilitação, a pontuação de cursos
realizados cum aproveitamcnto para o cargo (Lei 3.803/80).

Ora, o fato gerador da Gratificação de Atividade Policial abrange todas


o as hipóteses anteriores (p. Ex.: Habilitação e Função Policial percebidas pelos Autores),
estabelecendo percentuais diferenciados pelas condições de lugar, serviço e tempo, em


que se incluem o aperfeiçoamento do policial e a efetiva função de chefia (vide Lei
7.145/97).

Acumular as vantagens significaria, pois, duplicidade de remuneracão


pelo mesmo fato, o que encontra proibição constitucional. Neste sentido, a
jurisprudência pátria:

STF - RMS-23458 / DF. RECURSO DE MANDADO DE SEGURANCA,


Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, ReI. Acórdão Min. MAURÍCIO CORRÊA,
Publicação: DJ DATA-03-05-02 PP-00022 EMENT VOL-02067-01 PP-00116,
Julgamento: 16/10/2001 - Segunda Turma
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
REMUNERAÇÃO DE SERViDOR PÚBLICO. ADICIONAL BIENAL.
ACUMULAÇÃO COM GRATIF1CAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO.
IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE DIRE1TO ADQUIRIDO.
JURISPRUDÊNCIA PREDOM1NANTE DO STF. ('I
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i. Acumulacão de vantagens concedidas sob o mesmo título. Vedação
constitucional (CF. artigo 37. XiV). Adicional bienal e qüinqüênios: acréscimos
à remuneração que têm o tempo de serviço público como fondamento. 2.
Jurisprudência do STF no sentido de que não cabe invocar direito adquirido
contra regime jurídico se o patrimônio do servidor legalmente consolidado não
foi reduzido. Recurso não provido.

STF, RE-i78802 / RS, RECURSO EXTRAORDiNARiO, Relator(a): Min.


MAURiCIO CORREA, Publicação: DJ DATA-i9-04-96 PP-i2229 EMENT
VOL-Oi824-07 PP-0J396, Julgamento: 23/02/i996 - SEGUNDA TURMA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINARIo. ADMiNISTRATIVO.
FUNCIONARio. GRATIFICACOES. SUPERVENIENCIA DO REGIME
JURiDiCO UNICO E PLANO DE CARREIRA PARA OS SERVIDORES DO
MUNICIPlo. INCORPORACAO DAS GRATIFlCACOES AOS VENCIMENTOS

• E PROVENTOS. REDUCAO DOS PROVENTOS E EXISTENCIA DE DIREITO


ADQUIRiDO AS GRATIFICACOES VIGENTES AO TEMPO DA


APOSENTACAo.ALEGACOESIMPROCEDENTES.
1. Os proventos da inatividade são regulados pela norma vigente ao tempo da
sua aposentadoria, mas o servidor não tem direito adquirido aos critérios legais
com base em que "quantum" foi estabelecido, nem a prevalência do regime
jurídico então vigente, ainda mais quando, em obediência a preceito
constitucional a esse superveniente, lei nova vem disciplinar o regime jurídico e
o plano de carreira dos servidores, incorporando aos vencimentos e proventos
as gratificacões antes percebidas "em cascata" ou "repique", que não são
permitidas pela nova ordem constitucional. 2. Redução de proventos. Alegacão
improcedente. vez que aos valores desses fOram incorporadas duas das três
gratificacões existentes no regime anterior. de modo a compensar as vantagens
então percebidas.
() INEXISTÊNCIA DE DiREITO ADOUIRIDO A RECEBER GRATIFlCACÕES
PREVISTAS NA NORMA VIGENTE AO TEMPO DA INATIVACÃO, POIS. EM
FACE DO NOVO REENQUADRAMENTO. HAVERIA VERDADEIRO "BIS IN
'.~
, ,
IDEM". Recurso extraordinário conhecido e provido.

Conforme se vê, quando defere a acumulação de gratificações com o


mesmo fato gerador, o R. Decisum ora recorrido decide de forma diametralmente oposta
a V. Julgados de outros Tribunais, em flagrante divergência jurisprudencial.

INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA - INSUBISTÊNCIA A


PRÁTICA.
Da insubsistência da adoção de correção monetária - Inobservância do
principio da reserva legal positiva - Inexistência da necessária norma
determinante ou autorizadora.

o R. Decisum profere condenação em incidência de Correção Monetária.


o 17

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A incidência de correção monetária sobre créditos/débitos expressos em
dinheiro, aí incluídos aqueles deferidos em condenações judiciais cíveis, tornou-se
subsumida a severo óbice após a sanção da Lei n° 8.177, de 01 de março de 1991. É que
a entrada em vigor do referido diploma legal, trouxe como conseqüência um vazio
legislativo quanto à instituição e existência de um índice próprio de correção monetária,
criado por via de lei federal, requisito este que é de caráter legal e constitucional e
indispensável para tornar possível a incidência e quantificação da verba de atualização
monetária. Demonstra-se:

Com o advento da Constituição de 1988, consolidou-se no Direito


Brasileiro o princípio da estrita' legalidade (art. 5°, inciso 11). Também foi recepcionado
o nominalismo monetário já instituído desde o Código Civil/1916 (art. 947), e que foi
mantido no novel Código Civil/2002 (art. 315).

Cotejando nominalismo e correção monetária à luz do pnncIplO da


legalidade, a Dra. Ivone de Souza Toniolo do Prado Queiroz (Juíza do Trabalho do TRT


da 2a Região - São Paulo), sentencia:

"O Direito pátrio adota como regra geral o princípio do nominalismo, de modo que o
devedor de uma importáncia em dinheiro se libera pagando o valor nominal da moeda
corrente no lugar do cumprimento da obrigação (art. 947 do Código Civil). O princípio
do nominalismo aplica-se, como regra geral, a todas as dívidas em dinheiro. Assim, a
correção monetária do valor nominal só é devida se prevista em lei e no modo como
previsto em lei ou se ajustada entre as partes em observância aos preceitos legais. Isso
porque, como ensina o mestre SILVIO RODRIGUES (3), a moeda representa um
elemento da soberania nacional e constitui um instrumento através do qual o Estado
intervém na economia interna. Por meio dela, o Poder Público efetua seus pagamentos,
razão por que é mister que o dinheiro nacional conserve um poder liberatório absoluto.
(3) In "Direito Civil", vol. 2, Ed Saraiva, 22" edição, 1994, pág. /34."
() Artigo "O Tenno Inicial da Correção Monetária dos Débitos Trabalhistas" - publicada
na Síntese Trabalhista nO 113 - nov11998, pág. 18).

• Com efeito, no Direito Pátrio o nominalismo representa o principio


vigorante e a regra geral enquanto a correcão monetária, fruto da espiral inflacionária
que outrora se instalou no País, constitui a exceção, de modo que a correção monetária


de um valor nominal, somente será devida se prevista em leifederal (determinante ou
autorizadora) e no modo como previsto em tal lei, ou se ajustada entre as partes,
porém, sujeita à estrita observância aos preceitos legais regedores da matéria.

A necessidade da previsão legal está consignada não só no princípio da


legalidade mas, também, em expressa disposição de lei e em iterativa jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal. Com efeito, o comando normativo do art. 1° da Lei n° 5.670,
de 2 de julho de 1971, é no sentido de dispor que o cálculo da correção monetária deve
ser previsto em lei. Veja:

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"Art, r o cálculo da correcão monetária não recairá, em qualquer caso, sobre o
período anterior à data em que tenha entrado em vigor a lei que a instituiu, " (grifos
nossos)

A Jurisprudência do STF:

"", em se tratando de dívida de dinheiro, não se admite a correção monetária sem lei
expressa que a imponha e que, somente, lei reservada ao âmbito da União pode alterar
esse princípio (in voto do relator designado para o acórdão, Min, Rodrigues Alkmin, no
RE nO 79.663-SP, do Tribunal Pleno - RTJ 79/250)."

Também está sedimentado que a correção monetária tem como objetivo


primeiro e único, a recomposição do valor real da moeda corroído pela inflação. Então,
') só pode ser retratada por um indexador legal que reflita, exclusivamente, a variação do
poder aquisitivo da moeda e absolutamente desprovido de qualquer componente de

'e· natureza remuneratória. Esta concepção é, a um só tempo, normativa, doutrinária e


pretoriana.

• Outro relevante requisito de incidência de correção monetária, é que o


índice a ser aplicado tenba sido criado por via de lei federal. É o que se colhe não só na
legislação ordinária que rege a matéria, mas, sobretudo, de expresso comando
normativo emanado da Carta Política de 1988, que, no seu artigo 22, inciso VI,
estabelece in verbis:

"Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


- omissis-
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;"

Na ótica do STJ - Superior Tribunal de Justiça, o referido dispositivo tem


() a seguinte exegese:

"SISTEMA MONETÁRIO COMPETÊNCIA LEGISLATIVA RESERVADA À


UNIÃO (ART. 22, VI DA CF) - A TR não serve como padrão de atualização por isso
que reflete variações do custo primário dos depósitos a prazo fixo, e não afere a
oscilação do poder aquisitivo da moeda (STF ADI n° 493-0) ........ " ... A competência
para legislar sobre sistema monetário é privativa da União (arL 22, VI da CF) e


compreende tudo quanto se relaciona clJm a moeda nacional, inclusive a prerrogativa
de [IXar o índice que deverá servir de padrão de atualização de seu valor nominal. que
deverá ter necessariamente sido criado por lei federal. .""",,(STJ - EDiv-REsp 61.329
- C. E. - ReI. Min, Demócrito Reinaldo - DJU 27.05.1996)." Grifo nosso.

Percebe-se, assim, que após a CF/88, a validade jurídica da correção


monetária está condicionada à reserva legal positiva, ou seja, depende da existência de
uma disposição legal que determine ou autorize a sua incidência, bem como, de um
índice criado por via de lei federal.

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E para alcançar o status de "criado por lei federal ", não basta que um
dispositivo legal simplesmente mencione que o índice está criado e lhe dê uma sigla ou
uma denominação qualquer. Isto porque a mesma lei federal que criar o índice, deverá
necessariamente disciplinar a forma de sua aferição e exteriorização quântica, ou seja,
deve estabelecer os critérios, a sistemática, a metodologia e os procedimentos afms para
a composição numérica do índice criado, bem como indicar o órgão oficial que irá aferi-
lo.

A tese é reforçada pelo novel Código Civil quando, ao dispor sobre


correção monetária, expressamente alude a "índices oficiais regularmente
estabelecidos" - arts. 389, 395 e 404. Leia-se: índices próprios de correção monetária
criados por lei federal.
()
É certo que existe previsão legal para a incidência de correção monetária

• nos débitos decorrentes de condenações judiciais cíveis, mais precisamente na Lei nO


6.899/81 (art. 1°). Também é certo que o Decreto nO 86.649/81, regulamentando a


aludida lei, expressamente instituiu que o indexador da correção monetária prevista
naquele diploma legal, seria a ORTN - Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional, no
que se houve em correta conformidade com os ditames da Lei nO 6.423/77.

Nesta altura torna-se necessário consignar que a ORTN foi


posteriormente substituída pela OTN, que por seu turno foi substituída pelo BTN. Com
efeito, o indice corretivo de atualização monetária foi representado durante largo
periodo pela ORTN e depois pelo OTN e BTN, sucessivamente. Tal situação perdurou
até a entrada em vigor tia Lei 8.177, de OI/março/1991 que, estabelecendo regras para a
desindexação da economia, extinguiu aquele indexador de correção monetária (art.
3°, lI) l~gaIm~nle instituJdo e vigente à época. Concomitantemente, o mesmo diploma
legal criou e adotou expressamente a TR - Taxa Referencial, como índice destinado
o a promover a atualização monetária de débitos em dinheiro (inclusos os decorrentes de
condenações judiciais).

'. Verdade que o referido diploma, no seu artigo 4°, alude à manutenção do
cálculo do INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor pelo IBGE - Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Todavia é necessária a compreensão no


sentido de que, no dispositivo mencionado, o legislador não aponta aquele índice como
apropriado para ser aplicado em cálculo de correção monetária, posto que se limitou a
determinar, restritivamente, que o IBGE mantenha o cálculo do INPC, e só.

Verdadeiramente a Lei nO 8.177/91 não determina e nem autoriza


expressamente que o INPC, levantado pelo IBGE, deva ou possa ser utilizado para
efeito de correção monetária de créditos ou débitos de quaisquer naturezas, até porque
não cria o referido índice, que pré-existia à dita lei, e também, repita-se, se restringe a
autorizar a manutenção do seu cálculo, segundo a metodologia instituída pelo próprio
IBGE e não pela via legislativa. O mencionado art. 4° in verbis:

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"Art. 4. A partir da vigência da Medida Provisória que deu origem a esta Lei, a
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística deixará de calcular o Índice
de Reajustes de Valores Físcais (IRVF) e o Índice da Cesta Básica (ICB), mantido o
cálculo do Índice Nacional de Precos ao Consumidor aNPCi . ..

Ademais, quando o legislador quis dispor sobre a utilização do INPC


como indexador de alguma coisa, fê-lo de forma expressa e específica, conforme está
consignado no art. 18, § 5°, inciso m, da Lei 8.177/91, sendo relevante sublinhar que o
teor do dito dispositivo, refere-se ao INPC como um indexador de índole
remuneratória, e não como um índice próprio de correção monetária, Veja:

"Art. 18 - omiss is -
§ 5° - As instituições financeiras detentoras de Carteira de Crédito Imobiliário ficam
autorizadas a emitir letras hipotecárias, adotando-se, para efeito de remuneração
básica, os índices abaixo relacionados, obedecendo o previsto na Lei nO 7.684, de 2 de

• dezembro de 1988:
- omissis-


III - Índice Nacional de Precos ao Consumidor (!NPCj, divulgado pela Fundacão
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE:

Oportuno rememorar que a correção monetária tem como objetivo


específico a recomposição do valor real da moeda corroído pela inflação. Então, deve
ser retratada por um indexador legal que reflita a desvalorização média da moeda,
aferida de forma ampla, geral e não por um índice que represente unicamente a variação
de preços ao consumidor e até apontado como índice remuneratório em texto de lei,
como é o caso do INPC.

Então, é certo que o INPC, traduzindo restritamente a variação de preços


na seara consumerista, não pode refletir a desvalorização da moeda nos moldes exigidos

o para efeito de enquadramento como um índice próprio de correção monetária que, para
sua aferição, deve ser utilizada uma metodologia e uma sistemática mais abrangentes de
apuração da perda do valor real da moeda, levando-se em conta uma ampla gama de
eventos econômicos que interferem e repercutem no índice inflacionário geral, a
exemplo da variação do valor de aluguéis, preços administrados pelo Poder Público,
variação cambial, custos de produção e construção, e outros tantos não considerados na
apuração do INPC (Obs.: informações colhidas junto a economistas e financistas).

• Sintetizando: a variação de preços ao consumidor, apurada <! refletida


pelo INPC, não coincide necessariamente com a desvalorização real do valor da
moeda, num mesmo período de aferição. Disto resulta que o INPC, por mais este
motivo, não se enquadra no conceito e nos requisitos necessários para que um
índice seja considerado como próprio de correção monetária.

Assim, o fato constatado é: o INPC não foi criado pela lei federal sob
comento e, de resto, por lei nenhuma. E muito menos com a configuração de um índice
específico e próprio de correção monetária. Também não houve determinação ou
autorização legal no sentido de que deva ou possa ser adotado para efeito de atualiza~o

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monetária de créditos ou débitos. A conclusão óbvia é que o INPC jamais se enquadrou
como um índice próprio de correção monetária.

Tanto que, concomitantemente às disposições acima examinadas e


conforme já dito alhures, a Lei nO 8.177/91, extinguiu o índice próprio de correção
monetária então vigente e, ao mesmo tempo, criou e adotou expressamente a TR -
Taxa Referencial, como índice destinado a promover a atualização monetária de
débitos em dinheiro (inclusos os decorrentes de condenações judiciais).

Ocorreu que logo em seguida à entrada em vigor da Lei nO 8.177/91, o


STF rejeitou e desqualificou a TR como indexador próprio de correção monetária, ao
fundamento de que "a Taxa Referencial (l'R) não é fndice de correção monetária, pois,
refletindo as variações do custo primário da captação dos depósitos a prazo flxo, não
constitui índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda" (ementa do

• acórdão da ADIn 493-DF, DJ de 04.09.92, in REVISTA JURÍDICA, 181198).


A desqualificação da TR como índice próprio de correção monetária foi
definitivamente confirmada com o advento da Lei n° 9.069/95 que, no § 5° do art. 27
estatui, in verbis:

"Art. 27 - omissis-
§ Y A Taxa Referencial - TR somente poderá ser utilizada nas operações realizadas
nos mercados financeiro, de valores mobiliários, de seguros, de previdência privada, de
capitalização e de futuros. "

Porém, o certo é que, como corolário da aludida decisão do Supremo


Tribunal Federal, estabeleceu-se um vazio legislativo do qual resultou uma
impossibilidade juridica para que uma variada gama de dívidas de dinheiro pudesse
sofrer a incidência de correção monetária, em face da inexistência de índice próprio e
() legalmente instituido para tal finalidade (inclusive as oriundas de decisões judiciais).

• O referido vazio somente foi fustigado pelo advento da Lei nO 9.069, de


29/junho/1995, que elegeu o IPCr - índice de Preços ao Consumidor, Série r, como
indexador de correção monetária para as hipóteses de previsão/disposição legal,
conforme teor do seu art. 27, in verbis:

• r
"Art. 27. A correção, em virtude de disposição legal ou estipulação de negócio
jurídico, da expressão monetária de obrigação pecuniária contraída a partir de
de julho de i994, inçlusive, somente poderá dar-se pela variação acumulada
do Índice de Preços ao Consumidor. Série r -iPC-r. "

"DAS DiSPOSiÇÕES FiNAiS


Art. 83. Observado o disposto no § 3" do artigo 23 desta Lei, ficam revogadas as
Leis n~ .. omissis... , e demais disposições em contrário. "

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;)(;0
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É discutível a eficácia jurídica e aplicabilidade do dispositivo. Isto
porque, além de não criar o índice, o diploma legal é silente quanto aos critérios, a
metodologia, a sistemática e os procedimentos afins para a aferição e quantificação do
índice. Também não indica o órgão oficial que deveria aferi-lo.

Todavia, mesmo que se admita a plena aplicabilidade e eficácia do


dispositivo (só para argumentar), a adoção e incidência do IPCr estaria restrita a: I) às
obrigações contraídas a partir de 10/julho/1994 (art. 27) e; lI) ao período no qual foi
regularmente aferido (entre Julho/I 994 e Junho/95, pelo illGE).

A par das constatações até aqui alinhadas, importa ainda ser sublinhado
que o Poder Judiciário, ainda. que motivado pela melhor das intenções, não pode
adentrar na seara do Poder Legislativo e usurpar a competência privativa e exclusiva do
Congresso Nacional, para criar índices de correção monetária (ou mesmo apenas

• eleger), conforme equivocadamente tem feito. É que tal prática implica em violação do
princípio e do pacto federativo, da separação dos poderes e da reserva legal (Art. 2°, 5°,


11, combinados com os art. 21, VII e art. 22, VI, da Carta Política Federal).

A jurisprudência do STF - Supremo Tribunal Federal e também a do STJ


- Superior Tribunal de Justiça, corroboram o entendimento acima esposado, senão veja-
se:

Do STF:

"(. ..)0. PRINCÍPIo. CaNSTITUClaNAL DA RESERVA DE LEI FaRMAL TRADUZ


LIMITAÇÃO. AO. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL Da ESTADO, - A
reserva de lei constitui postulado revestido de função excludente, de carát€1' lIegativo,
pois veda, nas matérias a ela sujeitas, quaisquer intervenções normativas, a título
primário, de órgãos estatais não-legislativos. Essa cláusula constitucional, por sua vez,
projeta-se em uma dimensão positiva, eis que a sua incidência reforça o prillcípio, que,
fundado na auto/'idadp. da Constitui,av, impüe, à adminlstraçl10 e à jurisdiçao, a
necessária submissão aos comandos estatais emanados, exclusivamente, do legislador.
- Não cabe, ao Poder Judiciário, em tema regido pelo postulado constitucional da
reserva de lei. atuar na anômala condicão de legislador positivo (RTJ /26/48 - RTJ
143/57 - RTJ 146/461-462 - RTJ 153/765 - RTJ 161/739-740 - RTJ 175/1137, v.g.),


para. em assim agindo. proceder à imposição de seus próprios critérios. a(Wo'/undIJ.
desse modo, os (atores que. no âmbito de nO.f.m sistema constitucional. só podem ser
legitimamente definidos pelo Parlamento. É que, se tal fosse possível. o Poder
Judiciário - que não dispõe de (uncão legislativa - passaria a desempenhar atribuicão
que lhe é il/stiJuciIJnulmen/e estranha (a de legislador positivo). usurpal/do. desse
modo. no COl/texto de um sistema de poderes essel/cialmel/te limitados. competência
que não lhe pertence. com evidente transgressão ao princípio constitucional da
separação de poderes. .. - trecho da Ementa do RE 322348 AgRlSC, ReI. Min. Celso de
Mello, 2' Turma, DJ de 06112/2002, p.74, v.u. (grifamos)

Do STJ:

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"EMENTA: PROCESSUAL CIVIL EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
UNIFORMIZAÇÃO DE ·JURlSPRUDÊNClA - AFASTAMENTO DA TR COMO
INDEXADOR - DEFINIÇÃO DE OUTRO ÍNDICE
I - Em tese é viável o incidente de uniformização de jurisprudência, por ocasião do
julgamento de embargos de declaração, uma vez verificados os pressupostos, que, no
caso, se afastam, por não comprovada divergência.

11- Não cabe ao órgão julgador definir índice de correcão monetária em substituicão
à TR. não admitida como taL"
(EDcI-REsp 39.285.3/SP, (93.0027178-4), 4" T., DJ 11.04.1994) (grifo nosso).

Há ainda de ser considerada a seguinte situação fático-jurídica: existem

o de inúmeros índices levantados por vários organismos de aferição da variação de


preços, os quais sempre oscilam quanto a percentuais mensais. Disto resulta a


possibilidade de um Juiz ou um Tribunal eleger detenninado índice para corrigir
monetariamente um certo débito e, outro Juiz ou Tribunal, eleger um índice diferente
para atualizar um débito de natureza jurídica idêntica àquele, ocorrendo então, uma


inolvidável quebra e violação do principio da isonomia.

Diante da possibilidadc retro aventada, e que na prática já ocorreu


(variação de índices eleitos em diferentes decisões judiciais), toma-se oportuno
relembrar a lição de Celso Antonio Bandeira de Melo, vertente sobre a violação de
princípios constitucionais e gizada nos seguintes tennos:

"Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A


desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio
atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de
o seus valores fundamentais, contumé/ia irremissível a seu arcabouço lógico e
corrosão de sua estrutura meslra. l.vlo porque, com ofendê-lo, abatem-se as

• vigas que () sllsl~m fi alui-se toda estrutura neles esjorçada. "


In O Estado e a Ordem Econômica - Revista de Direito Administrativo nO 143,
pag.47.


Falando-se em princípios constitucionais e rememorando que a
impossibilidade de incidência de correção monetãria tem gênese na Magna Carta (art.
22, VI), toma-se oportuna uma visitação à doutrina do insigne Ruy Barbosa, expoente
da ciência jurídica, qUlllldo obtcmpera:

"Não há numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente valor


moral de conselhos, avisos ou lições. Todas têm força imperatíva de regras,
ditadas pela soberania nacional ou popular de seus órgãos. "
(Comentários à Constituição Federal, Ed. 1993, pág. 489). (Grifos postos).

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A Suprema Corte do País também já reconheceu e sustentou que os
comandos emanados da Constituição da República incorporam uma elevada carga de
imperatividade, a ser respeitada de modo incondicional, quando, com elevada lucidez,
cunhou o seguinte pronunciamento:

"É preciso respeitar, de modo incondicional, os parâmetros de atuação


delineados no texto constitucional. Uma constituição escrita não configura mera
peça jurídica, nem é simples escritura de normatividade e nem pode
caracterizar um irrelevante acidente histórico na vida dos povos e das nações.
Todos os atos estatais que repugnem a Constituição expõem-se a censura
jurídica - dos tribunais, especialmente - porque são írritos, nulos e desvestidos
de qualquer validade. A Constituição não pode submeter-se à vontade dos
poderes constituídos e nem ao império dos fatos e das circunstâncias. A
supremacia de que ela se reveste - enquanto for respeitada - constituirá a

• garantia mais efetiva de que os direitos e as liberdades não serão jamais


ofendidos. Ao Supremo Tribunal Federal incumbe a tarefa, magna e eminente,


de velar por que essa realidade não seja desfigurada. (STF - ADI 293 (MC) -
RTJ 146/707, DF - TP - Rei. Min, Celso de Mello - DJU 16.04.1993)"

Conforme resta evidenciado, considerando-se a imperatividade da


Constituição da República, combinada com o advento da Lei nO 8.177/91, constata-se
que, com a entrada em vigor desta última, passou a insubsistir a incidência de correção
monetária em débitos/créditos em dinheiro, inclusive aqueles decorrentes de
condenações judiciais, em face da inexistência de um índice próprio de correção
monetária que se enquadre na moldura Constitucional, sendo certo que a única exceção
possível, porém discutível, seria a incidência do IPC-r sobre as obrigações contraidas
após IO/julho11994 e no período no qual houve aferição daquele índice, caso se admita
o que a simples eleição inserida no art. 27 da Lei n° Lei n° 9.069/95, pode ser considerada
suficientemente eficaz para efeito de elidir, ou suprir, o requisito de ter sido 'criado por


lei federal .

Verdadeiramente o que resta positivada é a inexistência de índice


próprio de correção monetária, que tenha sido criado por lei federal, nos moldes


Constitucionalmente preconizados, segundo o pronunciamento do STJ - Superior
Tribunal de Justiça, interpretando o comando normativo insculpido no ar!. 22, VI,
da Carla Polltica.

Então, a conclusão óbvia é no sentido de que após a Lei n° 8.177/91,


insubsiste a incidência de correção monetária sobre uma variada gama de
débitos/créditos, inclusive aqueles decorrentes de condenação judicial, em face da
inexistência de elemento imprescindível (índice apropriado) para a sua
liquidação/quantificação e, conseqüentemente, viabilizar uma possível execução.

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Por derradeiro, não será ociosa uma alusão às palavras atribuídas ao
eminente Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, em publicação
veiculada no Jornal da Tarde, 13.1 0.1998, p. 13, onde externou com brilho singular que:

"Paga-se um preço para se viver numa democracia e o preço é o respeito ao


arcabouço jurídico em vigor. "

E, conforme o arcabouço jurídico em vigor, é impraticável a incidência


de correção monetária decorrente de determinação ou autorização legal, e condenações
judiciais, em face da inexistência de índice próprio e que se enquadre na moldura
Constitucional (criado por lei federal). Então, a condenação aqui tratada implica em
violação da Lei Federal nO 5.670, de 2 de julho de 1971, art. 1°, do Código Civil
brasileiro e da CF/88.

• Ante as ponderações até aqui alinhadas, constata-se a insustentabilidade


da determinação de incidência de correção monetária, a qual haverá de ser suprimida da


R. decisão recorrida. Na improvável hipótese de ser mantida a condenação em correção
monetária, fica requerido que o M.M. Julgador eleja qual o indice a ser utilizado, com a
necessária fundamentação e adoção de tese jurídica explícita para tal condenação e
eleição.

REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente Recurso


Especial, com base no art. 105, inciso III, alínea "a" e "c", da Constituição Federal,
combinado com o Art. 541, e seguintes do CPC, para reconhecer a nulidade dos
Acórdãos recorridos, determinando a remessa dos autos à instãncia de origem a fim de
() que se pronuncie sobre os pontos omissos, ou, assim não entendendo, sejam reformados
os acórdãos proferidos, e, em conseqüência, que se julgue Improcedente o pleito dos


Recorridos, declarando-se a impossibilidade de incorporação aos proventos da GAP
(Gratificação de Atividade Policial Militar) e invertendo-se os ônus sucumbenciais, a
teor dos arts. 5°, caput, XXXVI, 39, § 10 e 40, § 4 0 da Lei Maior.


Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador, 08 de novembro de 2007

~
Rena D nham
Procura or do Estado
OABlBA. n D 4131

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...... . 2?-S-
Emissão: 09/11/:ro07

.' . , ' Poder Judiciário, .'. .


Tribunal de Justiçado Estadodi3 Bahia·
SECOMGE INFORMAÇÃO
. Extrato do Processo
Processo: . .38759-3/;:>006
. , . Tipo de Processo: MANDADO. DESEGURANCA
Competência: CÂMARAS CfVEISREUNIDÀS'
Data de Entrada:. . 28/08/2006. 'Datade Autuação: .' 29/08/2006
Volume: 1

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES


Tipo. . Nome '. . :. . .' .' . Documento
IMPETRANTE .A.Do.I'lEL~NCISCÓ Do.S, REIS '.' .
IMPETRANTE MARIA DE~o.URDESFE;RREIRA PINTO.
ÇARRILHo. I " .• f i
IMPETRANTE B~NEDrirAC,fI.RIÍA~HásANTÓS'E OUTRo.S '.'
RÔBE~T.r0Ú:MOS EcbR~ÊIAi

•••
Advogado .• 7672BA
IMPETRADO. . SECFtETARIADÁ ADMJNISTRÀCAO DOESTADo.
DA BAHI~·:. 1 . . ,I', . >' . I",
.' "\

DADOS PEDISTRIBUIÇÃO ! \1
~ata: '29/Q8/200él / ,\ \ i
Tipo: ·
S o.RT·· ElO.' I
' '. .. í
/' : ~/ ... .: I
Órgão Julgador: CÂMARAS [CIVEIS ~EUNiDA~ \ . :'. '.
Relator: JUIZ SUBS;rITUT?/~MILlo.SAL.O~À? PINTpRESEDA.
, .;'.... \ f·
.. ' '. \ - :.' ',:. o,.
PETiÇÕES : ,\. \

-- "., .
: Númerb Tipo : ~. . .. Data
49805-4/2006\HABIUTAC;ÃÔ NOS AUTOS ' "09/11i2006
50362-7/2006(PRESTANDQ INFo.RMAÇÕES . ' '" , .10/11/2006
\. o', .:. ,'_ .' ' •• " •• ::."' - _'.,
i
; .

RECURSO~·~__~\~~~-7~~~'~··F,,·~,~···~~~~·~i__________________

• Número "Trp.ó-"'; {. :.~:''''''


33708-5/2007. EMBARGo.S.DE DECLARAÇÃO. '.
61992-1/2007 RECURSO ESPECIAL
. 6199:}-O/2007RECURSOEXTRAo.RDINÁRiO
'
;-'; .1 :'\" "TI
. .;.
. Data Entrada
06/07/2007
. 08/11/2007
, 08/11/2007

• __________
MOVIMENTAÇÕES
Data
~------------~--~~~----~~~~~--~--~------------_I

08/11/2007
Movimeniação .
ENTRADA DE PROCESSO
Data lançamento

Órgão de Origem: PRo.CURADo.RIA DO ESTADO·


08/11/2007

Órgão de Destino: CÂMARAS CfVEIS REUNIDAS


11/10/2007 SAIDADE PRo.CESSo. . 11/10/2007
'Observação: ao prót:urador. do estadodr. renalo dunh,an em 1. 1/1 Oi2007 .
Órgão de o.rigem:'CÂMARAS CfVEIS REUNIDAs .
ÓrgãO de DeslirlO: PRo.CURADo.RIADO ESTADO.
09/10/2007 Do.CUMENTo.EXPEDIDO .... 09/10/2007

Página: 1 até 1

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Pó der .Judiciário;
'" \ .
Iriburia\ de Justiça d~'Estado da Bahia
, ; • 1 \

SECQMGE PROTOCOLO E DISTRIBUICÃO


" :Recibo de Entrega d~ Processo i

RECURSO DO PROCESS.o DO 2'GRAU: 61993·0/2007


TIPO/DO PROCESSO: RECUf<SO EXTRAORDINÁRIO \
. . . ,
DATA DE ENTRADA: 08/11/2007
PROCESSO\DO.2'GRAU:.3.8759 c 3/Z006 i

TIPO DO PROCESSO 6Rldl~~RIO: MA~ÓI\D~ DE SEGURANtA:


ÓRGÃO: CAMAf<As~rVEIS RE;UNIDAS
RELATOR' Juiz(a) S~bstituto(a) EMILlO SALOMAO PINTO RESEDA

Expedido em 08/11/2007
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• SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIBUiÇÃO


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-
GOVERNO DO ESTADO DA BAmA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL
EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA.

• Recurso Extraordinário

• Mandado de Segurança n. 38.759-3


Recorrente: Estado da Bahia
Recorridos: Adonel Francisco dos Reis e outros

o ESTADO DA BAHIA pessoa jurídica de direito público interno, por seu


Procurador ex lege e in fine assinado, nos autos da Apelação Cível supra referenciado,
irresignado, data venia, com a R. decisão proferida no referido recurso (Cumulação e
consolidação dos Acórdãos de fls. 2061213 - julgando da ação; e fls. 232/234 -
julgando Embargos de Declaração e ainda sem numeração), vem, respeitosamente diante
de V.Ex.a., interpor o cabível RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com espeque no que dispõe o
Art. 102, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, da Constituição Federal, combinado
com o Art. 541, e seguintes do CPC, em virtude da nulidade do decisum hostiliZ2do e também

.: em face de contrariedade e negativa de vigência de dispositivos de Lei Federais, bem como da


Carta Política de 1988, tudo a ser explicitado, mediante as anexas RAZÕES DE
RECORRENTE, requerendo após regular processamento, seja o mesmo admitido, tendo em
vista a relevância da tese jurídica que o fundamenta e remetido ao Egrégio Ad Quem, ao tempo


em que restitui os respectivos autos em cartório.

Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador, 08 de novembro de 2007
"m
Ren~ham
pro;";;;iJ; do Estado
OABlBA n 413I D

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PROCURADORIA JUDICIAL

EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Recorrente: ESTADO DA BAHIA.


Recorridos: Adonel Francisco dos Reis e outros.
Processo de Origem: Mandado de Segurança n. 38.759-312006

RAZÕES DE RECORRENTE

Doutos Ministros:


• SUMARIO DA SITUAÇÃO PROCESSUAL

Os Autores, policiais militares transferidos para a reserva remunerada ou


reformados, pretenderam, através da presente ação, obterem o direito à percepção da
Gratificação de Atividade Policial, GAP, instituída pela Lei 7.145 de 19 de agosto de
1997 e regulamentada pelo Decreto n.O 6.749 de 12 de setembro de 1997, invocando
como suporte legal o disposto no art. 40, § 8° da Constituição Federal e art. 42, § 2° da
Constituição Estadual.

Segundo a linha de raciocIDIO desenvolvida pelos Autores, a tão-só


criação da Gratificação de Atividade Policial já fazia pressupor o direito de percepção
da vantagem pelos inativos.

Isto porque, no exame da Lei 7.145 de 19 de agosto de 1997,

• regulamentada pelo Decreto n.o 6.749 de 12 de setembro de 1997, os Autores


vislumbraram que a Gratificação de Atividade Policial seria um mero adicional criado
com o objetivo único de majorar indiretamente os vencimentos dos servidores da ativa
em detrimento dos inativos.

• E, com inúmeras citações doutrinárias e jurisprudências, e até mesmo


referência a pareceres da Procuradoria Geral do Estado, os Autores destacam que o
direito de isonomia de vencimentos entre servidores da ativa e os inativos, proclamado
constitucionalmente, restaria vulnerado caso a referida Gratificação de Atividade
Policial não lhes fosse estendida.

Alegaram:

a) a Gratificação de Atividade Policial Militar substituiu as extintas Gratificações de


Função Policial Militar, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais do Fundo

~2
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..
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Especial de Aperfeiçoamento de Serviços Especiais, constituindo, por via indireta,
aumento das referidas vantagens e, por óbvio, dos vencimentos dos servidores ativos;

b) teria ocorrido, portanto, violação aos arts. 40, § 4° (§ 8°) da CF/88, e 42, § 2° da
CE/89, que determinam a revisão dos proventos de aposentadoria na mesma proporção
e data dos vencimentos dos servidores inativos (princípio isonômico);

c) a Lei 7.145/97 permitiu a incorporação da Gratificação de Atividade Policial Militar


aos proventos, qualquer que fosse o tempo de percepção, instituindo benetlcio para os
servidores ativos, que ganharam direito adquirido a ser exercido quando da passagem
para a inatividade;

d) a Gratificação deveria ser deferida na referência III;

• Em verdade, após a leitura da inicial, conclui-se que. a pretensão dos


Autores consistiu em alcançar a Gratificação de Atividade Policial Militar e, como são


sabedores da impossibilidade existente, desenvolveram inconsistente tese de
aplicabilidade do disposto no art. 40 da CF/88 e art. 42 da CE/89.

o Estado da Bahia apresentou defesa na qual evidenciou até não mais


poder, a insubsistência e improcedência da ação e da pretensão nela deduzida, conforme
defesa de fls. , cujo inteiro teor fica reiterado e ratificado como razões de Recorrente
como se aqui transcritas estivesse.

Julgando o feito, a M. M. Coirte a quo proferiu decisão concessiva da


segurança.

o
Estado da Bahia interpôs Embargos de Declaração que foram
rejeitados. A oposição de embargos declaratórios, teve o escopo de suprir omissões,
bem como não deixar dúvidas sobre o prequestionamento.

• No entanto, a E. Corte rejeitou os embargos de declaraçãocpostos, sem


prestar os esclarecimentos necessários quanto aos pontos omissos.

• DO CABIMENTO DO PRESENTE APELO

o presente recurso encontra supedâneo no permissivo estatuído no Art. 102,


inciso m, alínea "a", da Constituição Federal, combinado com o Art. 541, e seguintes do CPC,
em virtude da nulidade do decisum hostilizado por negativa de prestação jurisdicional
resultando em contrariedade e negativa de vigência, do artigo 5~ inciso XXXIV, alínea "a",
XXXV e LV e art. 93, inciso IX, arts. 2°, 37, X, 39, § 1~ 40, §§ 4° e 8~ 42, § r e 142, X, da
Carta Política de 1988 e arts. 126,458 e 535, incisos I e 11, 295, parágrafo único, inciso 11, e
267, incisos I e IV do Código de Ritos e art. 6° do Decreto-Lei nO 4.657/42 (LICC), art. 1° da Lei
n° 5.670/71, arts. 389, 395 e 404 do Código Civil Brasileiro.

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PRELIMINAR DE CABIMENTO - DA TRANSCENDÊNCIA DO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Atendendo ao art. 103, §3°, da Constituição Federal, o Estado da Bahia


sustenta a existência de repercussão geral para o presente apelo extremo, decorrendo a
transcendência da quaestio vexata que lhe dá ensejo da discrepância flagrante e latente
entre o entendimento firmado pelo acórdão recorrido e a jurisprudência dominante da
Augusta Corte, na forma do art. 543-A, § 3°, do Código de Processo Civil no que
respeita à inexistência de direito adquirido e isonomia entre servidores ativos ou
inativos, acerca de toda e qualquer alteração remuneratória decorrente de reestruturação
do quadro de pessoal ou de determinada carreira, como também da impossibilidade do
Judiciário atuar como legislador positivo.

• Com efeito, o r. acórdão guerreado determinou a observância do princípio


da isonomia entre ativos e inativos, encartado na CF/88 pelo art. 40, § 8°, atual art. 7° da


Emenda Constitucional n° 41/2003, em hipótese na qual esse c. STF já reconheceu a
in aplicabilidade do dispositivo, o que, por óbvio, traz grande repercussão sob o ponto
de vista jurídico.

Outrossim, a matéria encerra caráter geral por concernir a pleito que


possibilita reiteração de demandas, havendo várias já ajuizadas, denotando a ocorrência
do chamado efeito mutiplicador, especialmente por discutir questão atinente ao
enquadramento de gratificação de natureza pro labore faciendo aos proventos da
inatividade.

Assim é que, sem embargo da repercussão geral no âmbito juridico, a


causa também traz repercussão geral sob o ponto de vista econômico, porque,
considerando a quantidade de policiais militares inativos no Estado da Bahia e o efeito
multiplicador que a decisão recorrida poderá ensejar, é certo que, acaso seja ela


mantida, o seu impacto orçamentário será deveras expressivo, prejudicando as políticas
públicas do ente federativo baiano, haja vista a necessidade deslocamento de
significativa quantia para o cumprimento do comando judicial dos inúmeros processos
que existem e existirão em tomo da questão.

• É de se esclarecer que segundo levantamento que ora se anexa, procedido


pelo Comando da Polícia Militar do Estado da Bahia, o incremento e oneração
financeira que seria imposta à Administração se concedida a GAPM - Gratificação de
Atividade Policial Militar, Referência III, a todos os Policiais inativados, seda da ordem
de R$8.780.930,25 (oito milhões, setecentos e oitenta mil, novecentos e trinta reais e
vinve e cinco centavos) por mês.

Outrossim, no R. Decisum recorrido há severa violação do princípio do


devido processo legal (contraditório e ampla defesa), com inescondível cerceio de
defesa e obstacularização do livre acesso ao Judiciário, tudo a reforçar a argüição de que

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O interesse e a matéria versada no Recurso transcende, e muito, interesses meramente
individuais das partes.

Logo, comprovada a transcendência caracterizadora da repercussão geral,


impõe-se a admissão do Recurso Extraordinário a fim de que não prevaleça como
precedente decisão tão incompatível com o entendimento firmado pela Corte acerca do
art. 7° da Emenda Constitucional nO 41/2003, e dos arts. 2°, 5°, incisos LIV, LV e
XXXVI, do art. 37, inciso XV, e 93, inciso IX, da Constituição Federal.

DA NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

a) Em face do não acolhimento e conseqtiente rejeição pura e simples dos


Embargos Declaratórios relativamente à matérias que foram manejadas de


forma idônea como via de exercido de direito.

oora Recorrente interpôs Embargos de Declaração objetivando obter a


completude do R. Julgado embargado, bem como com o escopo de preqüestionar matéria
passível de hostilização por via de Recurso Especial e Extraordinário.

A E. Corte Estadual não acolheu os Embargos Declaratórios.

A rejeição dos Embargos de Declaração, associada às omissões ocorridas no R.


Acórdão embargado, e, ainda, a escusa de oferecer uma apreciação explícita sobre as matérias
ventiladas, configura uma decisão nula, na exata medida que incorre em negativa de prestação
jurisdicional e recusa ao Recorrente do seu direito de acesso ao Judiciário para interpor e ver
conhecida, apreciada e julgada matéria defensiva manejada por via processual apropriada
(prestação jurisdicional).

Neste passo, o M. M. Colegiado a quo contraria o quanto preceituam os arts.


(' 126, 458 e 535, incisos I e TI do Código de Ritos e ainda os arts. 5, XXXIV, XXXV e LV, e
art. 93, IX, da Carta Política.

• A E. Corte a quo, através do Acórdão de fls., deu provimento à impetração para


impor a condenação ao pagamento da Gratificação de Atividade Policial Militar - GAPM, aos
Recorridos, servidores inativos, sob o equivocado argumento de que se tratava de majoração
genérica da remuneração dos servidores ativos, provocando a aplicação da regra ditada pelo art.

• 40, parágrafos quarto e oitavo, bem como o contrário violaria o direito adquirido, o que é
vedado pela Constituição Federal.

Todavia, a conclusão levada a efeito pela E. Corte a quo é fruto de manifestos


equívocos e omissões.

A primeira omissão que interferiu na conclusão do Acórdão proferido consistiu


na inobservância de que a Gratificação de Atividade Policial- GAP- jamais se revelou em
aumento ou majoração genérica de vencimentos concedida aos servidores da ativa.

Ao alvedrio disto, a Gratificação de Atividade Policial Militar - GAPM, criada


pela Lei n° 7.145 de 19 de agosto de 1997 e regulamentada pelo Decreto n.o 6.749 de 12 de

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setembro de 1997, sempre foi TIPICAMENTE UMA GRATIFICAÇÃO TEMPORÁRIA,
"PROPTEM LABOREM" (por força de condições anormais de segurança), REVELADA
NO SUBTIPO "PRO LABORE FACIENDO" (dependente da atividade a ser realizada).

Afirma-se isto desde quando a Gratificação de Atividade Policial-GAP, nos


termos da multicitada Lei 7.145 de 19 de agosto de 1997, é devida nos moldes preceituados em
seu art. 6°, a saber:

"Art. 6~ Fica instituída a Gratificação de Atividade Policial, nas referências e valores


constantes do Anexo fI, que será concedida aos servidores policiais militares com o
objetivo de compensar o exercício de suas atividades e os riscos dela decorrentes,
levando-se em conta:

f- o local e a natureza do exercfcio funcional;


11- o grau de risco inerente às atribuições normais do posto ou graduação;

••
111- o conceito e o nivel do desempenho do policial militar. " (grifos aditados)

A intenção do legislador estadual é ainda mais clara na regulamentação do


beneficio, através do Decreto n.o 6.749 de 12 de setembro de 1997, quando, no art. 7°,
estabelece as condições e critérios para concessão da Gratificação de Atividade Policial, sempre
atrelados ao tipo de atividade desempenhada, ao risco dela decorrente e ao conceito obtido pelo
policial militar.

Verifica-se, então, que a Gratificação de Atividade Policial é concedida tendo


em vista os riscos inerentes à função policial(que caracteriza os tipos de gratificação ''propter
laborem") e em atenção as atividades a serem desempenhadas (critério típico das gratificações
"pro labore faciendo").

Se é assim, é evidente que a Gratificação de Atividade Policial, ao contrário do


exposto na exordial e do quanto reconhecido pelo Acórdão embargado, não constitui um
adicional e sim uma gratificação temporária, classificada na espécie "pro labore faciendo" e
que, por esta razão, jamais pode ser vista como majoração de remuneração, mas apenas como
beneficio instituído em razão das atividades desempenhadas na função policial.

• Com isto, a Gratificação de Atividade Policial somente pode ser tida como
devida àqueles que exercem efetivamente a função, com os riscos a ela inerentes e nas
condições específicas previstas na norma instituidora, afastando a aplicação do disposto na
redação atual do parágrafo oitavo do art. 40 da Constituição Federal, sob pena de violar os seus

• termos.

Ao mesmo passo, o v. Acórdão de fls. havia se omitido ao asseverar que a


conclusão levada a efeito no caso concreto violava o princípio da igualdade, desde quando
estende tratamento submetido a condições específicas, qual seja o pagamento da Gratificação de
Atividade Policial Militar - GAPM, a pessoas que se encontram em situações desiguais (ativos
no exercício de funções de risco e inativos).

o princípio da igualdade jamais albergou o tratamento igual a situações desiguais,


como ocorre no caso concreto, em que os oficiais em efetivo exercício de funções que os expõe
a riscos não se encontram em situação similar a dos inativos, o que provoca, na realidade, uma
infração ao referido princípio da igualdade. &6

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o v. Acórdão também havia omitido que a conclusão levada a efeito no caso


concreto também violava a independência entre os poderes assegurada no art. 20 da Constituição
Federal, desde quando permite a ingerência do Judiciário em questão definitivamente decidida
pelo legislativo ao editar a Lei 7.145, de 19 de agosto de 1997, e estender a Gratificação de
Atividade Policial Militar apenas àqueles que estivessem no efetivo exercício de funções de
riscos e à medida da graduação destes riscos.

Ademais, o v. Acórdão havia se omitido ao afirmar que a Lei 7.145/97 jamais


previu a incompatibilidade de percepção da Gratificação de Atividade Policial com outras
gratificações extintas de habilitação e de função policial militar.

Com efeito, ao instituir a Gratificação de Atividade Policial, a Lei 7. 145, de 19


de agosto de 1997, estabeleceu, em seu art. 12, que ficavam extintas, por conseguinte, as
Gratificações de Função Policial, as gratificação de habilitação e a FEASPOL, cessando os


respectivos pagamentos:

"Art. 12. Ficam extintas, a partir da vigência desta Lei, as Gratificações de Função


Policial, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais do Fundo Especial de
Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais- FEASPOL, previstas, respectivamente, nas
Leis n. o 4.454, de 15 de maio de 1985, 6.403, de 20 de maio de 1992, 6.896, de 28 de
julho de 1995, e cancelados, consequentemente, os respectivos pagamentos. "

Com isto, o legislador estadual deixou clara a impossibilidade de cumulação das


Gratificações de Função Policial, de Habilitação, de Comando e FEASPOL com a Gratificação
de Atividade Policial instituída, tanto que ordenou a extinção daquelas e o cancelamento dos
pagamentos em função da criação desta última.

Ocorre que O v. Acórdão de fls. havia se omitido de apreciar que todos os


Recorridos recebiam Gratificação de Função Policial, sendo que alguns deles ainda de forma
cumulativa com a Gratificação de Habilitação.

Se é assim, os Recorridos não poderiam pretender o pagamento da Gratificação

• de Atividade Policial, que, pela incompatibilidade legal, ocasiona o cancelamento do pagamento


das Gratificações de Função Policial e de Habilitação.

Então, já não fosse a natureza da própria Gratificação de Atividade Policial, a


pretensão de reforma da r. sentença recorrida era inafastável pela impossibilidade legal de

• cumulação desta com as gratificações já recebidas de Função Policial e de Habilitação.

Por fim, em face da omissão de desprezar que a Lei 7.145/97 previu a


incompatibilidade entre a Gratificação de Atividade Policial e as outras já percebidas pelos
Recorridos, o Acórdão deixou de se manifestar sobre a pretensão de reforma consistente na
compensação daquela com estas.

Diante de tantas e ·tão graves omissões, o Recorrente opôs embargos de


declaração, a fim de que fossem sanados os vícios e prestada atividade jurisdicional completa
e motivada, PRINCIPALMENTE QUANTO A INOBSERVÂNCIA DE QUE A LEI QUE
CRIOU A GRATIFICACÃO DE ATIVIDADE POLICIAL TORNOU-A

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INCOMPATÍVEL COM OUTRAS GRATIFICACÕES JÁ PERCEBIDAS PELOS
RECORRIDOS. INVIABILIZANDO A CUMULACÃO.

Ocorre que o Acórdão (decidindo Embargos Declaratórios) preferiu


PERSISTffi nas omissões já apontadas, negando provimento aos embargos de declaração
opostos e deixando sem resposta os questionamentos formulados.

Por tais razões, o Recorrente pugna pelo reconhecimento da nulidade dos


Acórdãos, uma vez que os M. M. Julgadores se negaram a esgotar a prestação da atividade
jurisdicional, violando o disposto nos artigos 126,458 e 535, I e lI, do Código Adjetivo e ainda
os artigos 5°, inciso XXXV e 93, inciso IX, da CF, autorizando a interposição do presente
recurso com fundamento no artigo 105, inciso m, da CF.

Com efeito, além de maculada por nulidade, a postura adotada pela Corte
recorrida, tem sido condenada pelos mais renomados juristas, dentre os quais se destacam os

• componentes dos Egrégios Pretórios Superiores.

Quanto ao particular, torna-se oportuno invocar a lição de NELSON NERY

• JUNIOR que, com espeque na melhor Jurisprudência de nossas Cortes Superiores, sustenta:

"Edel e preqüestionamento. Podem ser interpostos Edel quando a decisão for omissa
quanto a ponto ou matéria que deveria ter decidido ou porque a parte o requereu
expressamente, ou porque é matéria de ordem pública que exigia o pronunciamento
'ex officÚl' do órgão jurisdicÚlnaL Persistindo o tribunal na omissão, cabem novos
Edel ou, por derradeiro, REsp por ofensa ao CPC 535. Neste último caso, o REsp
deve ter como matéria de mérito a disposição ao dispositivo legal sobre o qual o
acórdão se omitiu de decidir (preqüestionamento impllcito), bem como a violação do
CPC 535, sob pena de não conhecimento pelo STJ. Edel preqüestionadores não são
protelatórios descabendo a multa de que trata o CPC 538 par. ún. V. STF 356; STJ
98"
In Código de Processo Civil Anotado, RT, 1997.

O certo é que os Acórdãos ora hostilizados não esgotaram a matéria que foi

• posta à apreciação judicial, incidindo nos vícios da negativa de prestação jurisdicional,


insuficiência de fundamentação e da negativa de apreciar lesão a direito oportunamente
invocado pelo Jurisdicionado.


Atinente à escusa de apreciação explícita de matéria ventilada com efeito de
preqOestionamento, os Egrégios STF e STJ, já adotaram posicionamento de severo repúdio,
conforme se extrai dos termos do seguinte aresto:

"O rigorismo do preqüestionamento explícito tem levado os pronunciamentos a


verdadeiros paradoxos e a posições incontornáveis de extrema dureza, impedidndo
que a omissão dolosa do tribunal local, em se manifestar sobre temas constantes dos
embargos de declaração e que haviam sido omitidos no primeiro julgamento de
apelação fiquem sem o recurso extraordinário cabível. Prevalece como coisa julgada
imoral o capricho ou o dolo da corte local, imune a qualquer crftica." (STF, Ag.
132.867, DJU-1 de 2.4.91, p. 3.446; STJ, Ag. 10.404-MG, DJU-1 de 9.8.91, p.
10.246). Grifamos.

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PROCURADORIA JUDICIAL
"RECURSO. ESPECIAL N° 228143 - BA
Relator: Ministro Fernando Gonçalves
Recorrente: Estado da Bahia
Advogado: Dylson Dorya e autos
Recorrido: Francisco Moreira de Feitas
Advogado: Lucia Leão Jacobina Mesquita e outros

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL.o.MISSÃo..EMBARGo.S DE DECLARAÇÃO. PERSISTÊNCIA


DA FALHA. VIo.LAÇÃo. AO. ART. 535 DO. CPC. o.Co.RRÊNCIA.
1 - Constatada omissão no acórdão recorrido que, mesmo após a oposição de
embargos declaratórios, ainda persiste, exurge violado o art. 535, I, do Cpc.
2 - Recurso conhecido para determinar a volta dos autos ao Tribunal de origem, com
vistas ao suprimento da falha. "

• Algumas considerações acerca de jurisdição e prestação jurisdicional como


poder-dever do Estado de Direito.

• ".. Acerca da jurisdição, o dizer de Carlos Eduardo Ferraz de Mattos Barroso, em


Teoria Geral do Processo de Conhecimento, Ed. Saraiva, ano 2000, tem o seguinte conteúdo:

"Portanto, a jurisdição é definida como o poder-dever do Estado de aplicar o direito


ao caso concreto submetido pelas partes, através da atividade exercida pelos seus
órgãos investidos (juizes). "
Ob cit. - pago 23

Em outra passagem:

"A análise etimológica da expressão 'jurisdição' indica a presença de duas palavras


unidas:juris (direito) e dictio (dizer).

E esse "dizer o direito ", a partir do instante em que o Estado chama para si a
responsabilidade de solucionar as lides, transforma estafunção em nítido poder estatal,
poder este exercido não só pela obrigatoriedade da jurisdição estatal, mas também pela
sujeição imposta à parte perdedora na demanda judicial de observar o julgado, sob
pena de cumprimento coercitivo.

• De outro lado, o reverso da moeda é o surgimento de um dever do Estado de solucionar


todo e qualquer tipo de lide submetida ao seu crivo, vasto que inexistente vara os
cidadãos outra forma de solucão forcada do conflito. É O dever constitucional de que
nenhuma lesão de direito deixará de ser apreciada pelo Poder Judiciário."
Sublinhamos.

Dentre os princípios norteadores e informativos da jurisdição, quais sejam,


inevitabilidade, indelegabilidade, inércia, aderência, unicidade, investidura e indeclinabilidade,
avulta dedicar especial atenção para os dois últimos, na medida em que:

a) Investidura: significa que somente os agentes políticos (Poder Judiciário) e


legitimamente investidos do poder-dever estatal é que podem exercer a jurisdição; ~

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b) Indeclinabilidade: emerge do comando constitucional erigido no sentido de


que nenhuma lesão de direito deixará de ser apreciada pelo Poder Judiciário. Na medida em que
o Estado toma obrigatório que seus cidadãos submetam-se à sua jurisdição, assume a
contrapartida do dever de oferecer a prestação jurisdicional.

A prestação jurisdicional se constitui em poder-dever do Estado, indelegável e


indeclinável. Portanto, obrigatório na medida em que é acionado pelo jurisdicionado. E a
decisão que implica em sua negativa é nula de pleno direito.

É o que ocorre com o decisum extraído da conjugação dos Arestos prolatados


como decisão da ação e na rejeição de Embargos de Declaração, e que é o objeto hostilizado no
presente apelo especiul, precisamente por violar a lei federal e conflitar com a jurisprudência
adiante transcrita, especialmente nas partes grifadas, o que deve ser entendido como cotejo e
demonstrativo de divergência.

• A Jurisprudência:


"PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - QUESTÃO SUSCITADA
- OMISSÃO NO JULGAMENTO - OFENSA AO ARTIGO 535, 11, CPC -I. Incompleta
a prestacão jurisdicional, o Tribunal a quo deve suprir a falta realizando novo
julgamento sobre a questão debatida e objeto dos embargos declaratórios. 2.
Precedentes jurisprudenciais. 3. Recurso provido. (STJ - RESP 250126 - ES - r T. -
Rei. Min. Milton Luiz Pereira-DJU05.02.2001-p. 00075)."

"AGRA VO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE DÁ PROVIMENTO A RECURSO


ESPECIAL POR OFENSA AO ART. 535 DO CPC - I - Como já decidiu este STJ g
dever do Tribunal manifestar-se sobre ponto omisso. sob pena de negar prestacão
jurisdicional. 11 - Regimental improvido. (STJ - AGRESP 225434 - GO - 3" T. - Rei.
Min. Waldemar Zveiter-DJU 1l.12.2000-p. 00193)."

"Sentenca que não esgota a prestacão jurisdiCional e. em conseqüência. não aprecia


todas as questões de fato e de direito fOrmuladas pelas partes. é ato processual nulo.

• face o prescrito no art. 458, n. lI, do CPC, não obstante o previsto no art. 515, da
mesma lei adjetiva civil (Ac. unân. Da 2"Câm. - TJ/SC) "
In Processo Civil à Luz da Jurisprudência - Alexandre de Paula - vol. xn - 1°
suplemento - pago 136.

• "É nula a sentenca que não esgota a prestacão jurisdicional porque ·rymissa sobre
questões relevantes suscitadas pela defesa. (Ac. unân. Da 6" T do TFR de 22.05.85-
Ap. 86.918-DF -ReI. Min. Miguel Ferrante. Rev. Do TFR. vol. 128, p.195).
In Processo Civil à Luz da Jurisprudência - Alexandre de Paula - vol. XII - 1°
suplemento - pago 154.

E assim, evidencia-se que o referido decisum implica em:

a) negativa de prestação jurisdicional resultando na violação dos artigos 126,


458, 11, 459 e 535, 11, do Código de Ritos, bem como do artigo 5°, inciso XXXIV, alínea "a",
XXXV e LV da Carta Política de 1988;

IIlO

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PROCURADORIA JUDICIAL
b) conseqüente negativa de vigência e aplicabilidade dos mesmos artigos 126,
458, Inciso II e 535, lI, do CPC, art. 6° da LICC, bem como do artigo 5°, inciso XXXIV, alínea
"a", XXXV e LV, e art. 93, inciso IX da Carta Política de 1988.

Então, Douto Tribunal, é de ser requerida a declaração da nulidade do R.


Decisum recorrido, face à sua manifesta contrariedade e negativa de vigência dos arts. 5°,
XXXIV, XXXV, XXXVI e LV da Constituição da República e aos arts. 1~ 3~ 126, 128, 282,
lII, 293, 458,459, 460, e mais 535, 1 e lI, do Código de Processo Civil, bem como do art. 6° da
Lei de Introdução ao Código Civil.

DO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS - DO CONCEITO


DE DIREITO ADQUIRIDO - Violação do art. 5~ XXXVI, da CF/88, e arl. 6·
daL/CC.


Considerando que os próprios Autores esclarecem que a Lei nO 7.145/97 criou a
GAP, exclusivamente para policiais da ativa, em momento posterior à suas respectivas
inativações, necessário se faz relembrar relevantes conceitos básicos a saber: o de


irretroatividade das leis e O do direito adquirido.

o princípio da irretroatividade das leis, consagrado no art. 5°, XXXVI, da


CF/88, e na LICC - Lei de Introdução ao Código Civil, impõe a não aplicação c;e lei nova às
situações típicas de ato jurídico perfeito (ato celebrado em consonância com as regras vigentes
no momento de sua constituição); coisa julgada (decisão judicial irrecorrível); e direito
adquirido (direito já incorporado ao patrimônio jurídico).

CAIO MÁRIo DA SILVA PEREIRA o explica:

"Outras vezes o princípio da não-retroatividade é assentado com caráter mais rijo do


que uma simples medida de política legislativa, pois assume o sentido de uma norma de
natureza constitucional. Com uma tal valência, reflete muito maior extensão e,
especialmente, mais profunda intensidade. Não é apenas uma regra imposta ao juiz, a
quem é vedado atribuir à lei efeito retrooperante. Mais longe do que isto, é uma norma

• cogente para o legislador, a sua vez proibido de ditar leis retroativas. Diferentemente
daqueles sistemas que admitem possa o legislador manifestar claramente o propósito
de impor às disposições legais efeito retroativo, aqui esta liberdade lhe é negada.
Assim, a lei que tenha um tal efeito vem maculada da eiva de inconstitucionalidade,
cabendo ao Poder Judiciário declará-lo e recusar-lhe aplicação, pela maioria absoluta

• dos tribunais (Constituição federal, art. 116). O sistema brasileiro inscreve-se nesta
corrente". (em "Instituições de Direito Civil". Rio de Janeiro: Editora Forense, 1992,
págs. 102 e 103).

Sobre direito adquirido, aprofunde-se o seu conceito através das lições de


MARIA HELENA DINIZ:

"O direito adquirido é aquele cujo exercício está inteiramente ligado ao arbítrio de seu
titular ou de alguém que o represente, efetivado sob a égide da lei vigente,no local e ao
tempo do ato idôneo a produzi-lo, sendo uma conseqüência, ainda que pendente,
daquele ato, tendo utilidade concreta ao seu titular, uma vez que se verificaram os
requisitos legais para sua configuração. (. ..)" /1
11

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A lei nova não poderá retroagir no que atina ao direito em si. mas poderá ser aplicada
no que for concernente ao uso ou exercício desse direito. mesmo às situações já
existentes antes de sua publicação. ..
Em "Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretada". São Paulo: Editora
Saraiva. 1996, pp.l84 e 185)

Consiste entendimento cristalizado que a aposentadoria será processada e


declarada segundo a lei vigente no momento em que nasce o direito do servidor de passar para a
inatividade, ou seja, quando haja a observância de todos os requisitos legais previstos para este
ato (aposentação).

Qualificando-se o ato de aposentação como ato juridico perfeito, posto que


constituído na fonna estabelecida por lei vigente naquele período, não é pennitida a sua revisão,
para que agora se acrescente ou retire parcelas, como é o casO da GAPM.


E, tendo-se em vista que foram fixados os proventos segundo o cálculo do
vencimento (na hipótese, soldo) e das vantagens incorporáveis (gratificações), constituiu-se
direito adquirido do servidor inativado perceber aquele quantum fixado nos moldes da


legislação então vigente. Aplica-se, por conseguinte, o princípio da irretroatividade da lei
(CF/88, art. 5°, XXXVI, e LICC, art. 6°).

Analisando o caso concreto, sob a perspectiva inafastável desses conceitos,


conclui-se a perfeita constitucionalidade e legalidade da Lei 7.145/97, ao extinguir ex nunc
algumas gratificações somente para os servidores da ativa, porque submetidos ainda ao
regime estatutário, e, restando preservado o pagamento das referidas gratificações nas
hipóteses de pretérita incorporação, a exemplo dos proventos de inativos.

Com efeito, os servidores policiais inativos continuaram a perceber as aludidas


~"'"._ gratificações, quando incorporadas aos seus proventos, tendo-se respeitado o seu direito
adquirido.

Interessantes e pertinentes às lições de HEL Y LOPES MElRELLES sobre o


tema:

• "A lei posterior pode extinguir e alterar cargos e funções de quaisquer titulares-
vitallcios. estáveis e instáveis.
O servidor pode adquirir direito à permanência no serviço público. mas não adquirirá
nunca direito ao exercício da mesma função. no mesmo lugar e nas mesmas condições.

• salvo os vitalícios. que constituem uma exceção constitucional à regra estatutária. O


poder de organizar e reorganizar os serviços públicos, de lotar e relotar servidores, de
criar e extinguir cargos, é indespojável da Administração, por inerente à soberania
interna do próprio Estado• ..

"Os vencimentos- padrão e vantagens- só por lei podem ser fixados. segundo as
conveniências e possibilidades da Administração. observando-se que a nova
Constituição consagrou aos servidores públicos a irredutibilidade de seus vencimentos
(art. 37. XV). o que anteriormente só era assegurado aos magistrados. (. ..).
Desde que o Estado não (irma contrato com seus servidores. mas para eles estabelece
unilateralmente um regime de trabalho e de retribuicão por via estatutária. lícito lhe
i. • ,.., """".••,~ m ro."""" -ip>' -~""'.•~ '" ,w. ir:
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lei. visando às conveniências da Administração." (em "Curso de Direito
Administrativo Brasileiro". São Paulo: Malheiros Editores, 1996, págs. 370 e 403) -
grifas nossos. .

Analisando o caso concreto, sob a perspectiva inafastável desses conceitos,


conclui-se a perfeita constitucionalidade e legalidade da Lei 7.145/97, ao extinguir ex nunc as
gratificações de Função Policial Militar, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais
do Fundo Especial de Aperfeiçoamento de Serviços Especiais somente para os servidores da
ativa, porque submetidos ainda ao regime estatutário.

Os servidores inativos continuaram a perceber as aludidas gratificações,


incorporadas aos seus proventos, tendo-se respeitado o seu direito adquirido.

As afirmações dos Autores de que tais gratificações estariam também extintas


para os inativos, por força do princípio isonômico e de uma suposta retroatividade benéfica,


encontram por óbice a Constituição Federal, diante da impossibilidade de igualar os servidores
ativo e inativo para efeitos de extinção de vantagens, por força do princípio da irretroatividade o
qual restou violado (CF/88, art. 5·, XXXVI, e LICC, art. 6·).

• DA NATUREZA JURÍDICA DA GRATIFICAÇÃO DE ATWIDADE


POLICIAL

A Gratificação de Atividade Policial, criada pela Lei 7.145 de 19 de agosto de


1997 e regulamentada pelo Decreto n.· 6.749 de 12 de setembro de 1997, nos termos das
concepções doutrinárias acima descritas, É TIPICAMENTE UMA GRATIFICAÇÃO
TEMPORÁRIA, "PROPTEM LABOREM" (por força de condições anormais de
segurança), REVELADA NO SUBTIPO "PRO LABORE FACIENDO" (dependente da
atividade a ser realizada).

Afirma-se isto desde quando a Gratificação de Atividade Policial, nos termos da


multicitada Lei 7.145 de 19 de agosto de 1997, é devida nos moldes preceituados em seu art. 6·,
a saber:

• "Art. 6°. Fica institulda a Gratificação de Atividade Policial, nas referências e valores
constantes do Anexo IL que será concedida aos servidores policiais militares com o
objetivo de compensar o exercicio de suas atividades e os riscos dela decorrentes,
levando-se em conta:

• IV-
V-
VI-
o local e a natureza do exercício funcional;
o grau de risco inerente às atribuições normais do posto ou graduação;
o conceito e o nível do desempenho do policial militar. " (grifos aditados)

A intenção do legislador estadual é ainda mais clara na regulamentação do


beneficio, através do Decreto n.· 6.749 de 12 de setembro de 1997, quando, no art. 7·,
estabelece as condições e critérios para concessão da Gratificação de Atividade Policial, sempre
atrelados ao tipo de atividade desempenhada, ao risco dela decorrente e ao conceito obtido pelo
policial militar.

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Verifica-se, então, que a Gratificação de Atividade Policial é concedida tendo
em vista os riscos inerentes à função policial (que caracteriza os tipos de gratificação
''propter laborem'~ e em atenção as atividades a serem desempenhadas (critério típico das
gratificações ''pro labore faciendo").

Se é assim, é evidente que a Gratificação de Atividade Policial, ao alvedrio do


exposto na exordial, não constitui um adicional e sim uma gratificação temporária, classificada
na espécie ''pro labore faciendo" e que, por esta razão, jamais pode ser vista como majoração de
remuneração, mas apenas como beneficio instituído em razão das atividades desempenhadas na
função policial.

Com isto, a Gratificação de Atívidade Policial somente pode ser tida como
devida àqueles que exercem efetivamente a função, com os riscos a ela inerentes e nas
condições específicas previstas na norma instituidora.

• DA INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 40, § 8° DA


CONSTITUIÇA-O FEDERAL E ART. 42, § 2°, DA CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL

As normas contidas no arts. 40, § 8° da Constituição Federal ~ 42, § 2° da


Constituição do Estado da Bahia determinam, tão-somente, a paridade de revisão entre os
proventos e a remuneração da ativa, incluindo os beneficios e vantagens genericamente
concedidos aos servidores em atividade.

A paridade ou isonomia entre os vencimentos e os proventos deve ser


entendida, então, como a obrigatoriedade de observância dos mesmos critérios de majoração da
remuneração, nestes contidos todos os beneficios e vantagens genéricos, que não requeiram
condições específicas para a concessão.

Logo, o pagamento da Gratificação de Atividade Policial não pode ser abrangido


pelas referidas normas constitucionais, desde quando trata-se de gratificação ''pro labore
faciendo" destinada especificamente aos exercentes da função na ativa, sem caráter de
.• generalidade e definitividade que permitiriam a incorporação na remuneração.

Entender de modo contrário seria admitir que uma gratificação pelo efetivo
exercício de função policial, que visa remunerar os riscos dela decorrentes, pudesse ser revertida
aos aposentados, ainda que sem as condições específicas que a norma instituidora prevê, o que é
• absurdo se imaginar.

Por tais razões, o Réu confia na IMPROCEDÊNCIA da pretensão dos Autores,


ante ao caráter específico da Gratificação de Atividade Policial, que a exclui da disciplina
contida nos arts. 40, § 4° da Constituição Federal c/c art. 42, § 2° da Constituição do Estado da
Bahia, invocadas como causa de pedir dos pleitos.

Sobre a matéria, o E. STF já decidiu no sentido do Aresto que adiante se


transcreve:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nr. 459418

~4
RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA

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Agravante: ESTADO DA BAHIA
Agravado: FLODOARDO CALDAS MEDEIROS DE AZEVEDO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso


extraordinário (art. 102, IlI, a, da Constituição Federal) interposto de acórdão
prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia que mantém sentença
condenatória da parte agravante, determinando a extensão da Gratificação de
Atividade Policial Militar-GAPM aos servidores policiais inativos. 2. O recurso
extraordinário, ao alegar que o acórdão recorrido ofendeu Opreceito do art. 37, XIV,
versou questão constitucional não ventilada na decisão recorrida e que não foi objeto
dos embargos de declaração interpostos (fls. 89-96),faltando-lhe, pois, O indispensável
prequestionamento (Súmulas 282 e 356). Sustenta ainda o agravante que o acórdão
recorrido não deu interpretação acertada aos arts. 5': caput, e 40, § 4° e § 8~ da Carta
Magna. 3. Em matéria de gratificações do funcionalismo público, esta Corte,
interpretando o art. 40, § 8~ da Constituição, tem entendido que, uma vez assentado o
caráter geral da gratificação concedida e comprovado que os servidores preenchem os
requisitos legais exigidos, deve ser estendida aos inativos a vantagem assegurada aos
servidores em atividade. Essa tem sido a orientação tanto da Primeira quanto da

• Segunda Turma (cf RE 366.400, reI. mino Sepúlveda Pertence, DJ 27.06.2003, e AI


346.978-AgR, reI. mino Carlos Velloso, DJ 05.04.2002). 4. Contudo, a mesma
jurisprudência restringe essa interpretação quando a gratificação está vinculada a
alguns requisitos estabelecidos em lei e o servidor inativo não os preenche nem os pode
alcançar. Assimficou decidido nO RE 199.141 (Segunda Turma, DJ 24.04.1998), e nos
RE 212.465 (DJ 24.06.1997) e 133.984 (DJ 18.06.1999), ambos julgados pela Primeira
Turma. Todas essas decisões, embora digam respeito a gratificações diversas, como
regra geral se aplicam ao presente caso. Transcrevo a seguir trecho pertinente da
ementa do último acórdão mencionado: "3. Se nem todos os servidores ativos faziam
jus à incorporação da gratificação, a seus vencimentos, e se mesmo os contemplados
não seriam beneficiados, sem que satisfizessem certos requisitos previstos na Lei
n 6.794/76, com a redação dada pela L. C. n 21/84, do Paraná, não é compreensível que
ela pudesse ser estendida a todos os inativos, como os autores, que,já desinvestidos de
qualquer cargo ou função, obviamente 'não os puderam satisfazer. 4. Em outras
palavras, se nem todos os ativos faziam jus ao beneficio da incorporação, enquanto não

• preenchidos tais requisitos temporais, não é de se admitir que todos os inativos a ele
fazem jus, mesmo sem os preencher. A tanto não chega a norma do parágrafo 4 do
art. 40 da C.F./88, que não concede incondicionadamente aos inativos aquilo que a
alguns ativos - e nem todos - só é outorgado condicionadamente. 5. Caracterizada
violação, pelo acórdão recorrido, ao parágrafo 4 do art. 40 da C.F./88, os RREE. são

• conhecidos e providos para o indeferimento do Mandado de Segurança. 6. r Turma.


Decisão unânime." 5. No presente agravo, o acórdão recorrido, em confronto com os
precedentes supra citados, afirma textualmente que a isonomia prevista no art. 40, § 8~
assegura que "qualquer vantagem, concedida após a promulgação da CF, deve
obrigatoriamente ser repassada ao servidor inativo" (fls. 86), considerando irrelevante
que a GAPM seja uma "gratificação propter laborem" e que "requisitos como horas de
serviço" estejam "fora do universo dos inativos" (fls. 87). 6. Ante o exposto e com base
no art. 544, § 3° e § 4~ do Código de Processo Civil, dou provimento ao agravo e o
converto em recurso extraordinário, para, nos termos do art. 557, § 1°_A, do referido
diploma, dele conhecer e dar-lhe provimento, para julgar improcedente o pedido de
extensão da GAPM aos servidores policiais inativos. Brasília, 02 de agosto de 2004.
Ministro JOAQUIM BARBOSA Relator fI
15

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o PRINCÍPIO DA ISONOMIA APLICADO AOS SERVIDORES


PÚBLICOS ATIVOS E INATIVOS.

o princípio da isonomia deve ser entendido não no seu sentido material -


através da equivalência prática entre todos os cidadãos (OU servidores, no caso concreto,
partindo-se da garantia legal para transformar a realidade) - mas no seu sentido jurídico, ou
seja, garantindo a igualdade entre todos aqueles que se encontrem nas mesmas condições
abstratamente consideradas em lei, ou seja, não realizando qualquer discriminação entre
cidadãos que consigam tipificar a previsão normativa.

Assim, permanecem as diferenças, necessárias dentro de uma estrutura política,

i.
social e jurídica. Imperioso, em verdade, perquirir não se existe diferença, mas se esta
desigualdade ofende o princípio isonômico. São três os critérios adotados para a formulação de
uma resposta: o fator discriminante, o nexO lógico abstrato entre este fator e a desigualdade
estabelecida no sistema jurídico; e a correlação entre este liame e os interesses protegidos
constitucionalmente•

• CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, em monografia sobre o tema,


explica cada um dos critérios acima apontados:

"Esclarecendo melhor: tem-se que investigar. de um lado, aquilo que é adotado como
critério discriminatório; de outro lado, cumpre verificar se há justificativa racional,
isto é, fondamento lógico, para, à vista do traço desigualador acolhido, atribuir o
especifico tratamento jurídico construído em fUnção da desigualdade proclamada.
Finalmente, impende analisar se a correlação ou fUndamento racional abstratamente
existente é, in concreto. afinado com os valores prestigiados no sistema normativo
constitucional. A dizer: se guarda ou não harmonia com eles." (em "Conteúdo Jurídico
do Princípio da Igualdade", Malheiros Editores, 1995, págs. 21/2).

No caso sub judice, a querela versa em torno da "Gratificação de Atividade


Policial Militar - GAPM" instituída pela Lei Estadual 7. 145 de 19 de agosto de 1997, em seu

• arts. 6° e segs., nos quais decreta, in verbis:

"Art. 6° - Fica instituída a Gratificação de Atividade Policial Militar, nas referências e


valores constantes do Anexo I/, que será concedida aos servidores policiais militares
com o objetivo de compensar o exercicio de suas atividades e os riscos dela

• decorrentes, levando-se em conta:


I - o local e a natureza do exercicio funcional;
11 - o grau de risco inerente às atribuições normais do posto ou graduação;
111 - o conceito e o nlvel de desempenho do policial militar.

Art. 12 - Ficam extintas, a partir da vigência desta Lei, as Gratificações de Função


Policial Militar, de Habilitação, de Comando e de Encargos Especiais do Fundo
Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais - FEASPOL, previstas,
respectivamente, nas Leis nOs 4.454, de 15 de maio de 1985, 6.043, de 20 de maio de
1992 e 6.896, de 28 djulho de 1995, e cancelados, conseqüentemente, os respectivos
pagamentos. &
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Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial Militar incorpora-se os proventos de
inatividade, qualquer que seja o seu tempo de percepção. " (grifos nossos).

Seguindo a valiosa orientação do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello,


identifica-se que o fator de discrímen é servidor militar em exercício da função policial
militar arriscada.

E nem se venha a alegar que toda função policial militar é arriscada. O


qualificativo "policial militar", ao que se saiba não constitui sinônimo de periculoso. A
exemplo, cite-se o policial militar que exerça as funções de secretário do Comandante: é função
típica de policial militar, porém nada arriscada.

Tal critério (servidor militar em exercício da função policial militar arriscada)


não especifica, de modo absoluto e definitivo, apenas um único sujeito. Ao reverso, atinge
abstrata e genericamente toda uma categoria de sujeitos, capacitando, destarte, a sua reprodução

• futura. Por outro lado, trata-se de um elemento residente na situação que se quis discriminar
(posição fuucional), e não estranho, neutro, que ensejasse, de logo, a ilegalidade da
diferenciação.

Num segundo momento, verifica-se que há efetiva correlação lógica entre o


fator do discrímen e a desigualdade estabelecida entre servidores ativos e inativos, qual seja, em
razão do exercício de determinada atividade, far-se-á jus ao recebimento de gratificação
propter laborem ( pro labore faciendo), ou vantagem acrescida ao vencimento (soldo),
justamente por conta do desenvolvimento de um labor.

Houve, aqui, a previsão expressa da incorporação da vantagem aos futuros


servidores inativos que, a partir do advento da lei e ainda na ativa, percebessem a
gratificação por qualquer tempo.

Isto porque os servidores já em reserva remunerada, na época, faziam jus às


gratificações substituídas pela atual GAP (art. 12), como é exemplo os Autores, consoante
cópias dos contracheques por si juntadas.

• Portanto. restando clara a permissão jurídica para a instituicão da gratificacão


pro labore (aciendo. apenas os servidores militares estaduais ativos em efetivo exercício de
funcão policial. ou os servidores militares inativos que. na ativa. viessem a perceber a aludida
vantagem poderiam ter direito a GAP.

• A gratificacão. por conseguinte. não se estendeu aos servidores já em situacão


de inatividade. vez que estes não mais exercitavam qualquer funcão policial. Além de que.
hodiemamente, recebem, por forca de incorporacão, as Gratificacões de Funcão Policial Militar
e a de Habilitacão, substituídas pela mencionada GAP.

O dantes citado CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO preconiza que:


"é o vínculo de conexão lógica entre os elementos diferenciais colecionados e a disparidade
das disciplinas estabelecidas em vista deles, o quid determinante da validade ou invalidade de
uma regra perante a isonomia" (pág.37). Pelo que é admissível considerar a lei plenamente
válida dentro do ordenamento jurídico, ao propor a diferenciação entre ativos e inativos,
considerando-se a natureza da GAP: vantagem pro labore faciendo e criada em substituição a
antigas gratificações de semelhantes características. /l
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Por fim, examine-se se aquela correlação lógica abstrata possui fundamentos


concretos, isto é, seja pertinente em função dos interesses constitucionalmente protegidos.

Ora, a Constituição Federal de 1988, em seu art 5°, consagrou o princípio da


isonomia e, em especial, no tocante aos servidores públicos, previu-o nos arts. 39, § 1°, e 40,
§4°, in verbis:

"Art 39 - omissis...
§ 1" - A lei assegurará, oos servidores da administração direta, isonomia de
vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou
entre os servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho ".

"Art. 40 - omissis...
§ 4° - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo
também estendidos aos inativos quaisquer beneficios ou vantagens posteriormente


concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria,
naforma da lei. "

Forçoso reconhecer que o próprio Texto Constitucional, em correto


entendimento do princípio da isonomia, já diferencia os cidadãos em posições distintas.

Desta maneira, a isonomia entre os servidores ativos existe em função de cargos


de iguais ou assemelhadas atribuições, pelo que é perfeitamente válido frente à Constituição
Federal, que somente os servidores ativos, em exercício das funções, ou os servidores inativos,
que as tiverem exercitado após a edição da lei, titularizem o direito ao recebimento da
gratificação.

Aqueles em situação de inatividade preexistente, que já percebiam gratificação


equivalente, nunca farão jus ao recebimento da vantagem, inclusive sob pena de bis in idem


enriquecimento ilícito em desfavor da Administração .

Repetindo, de referência aos servidores inativos ou aposentados, em uma


interpretação correta, posto que balizada pela lógica da razoabilidade, estes terão direito aos
beneficios e vantagens compatíveis com a situação em que ora se encontram (inatividade), daí

• porque serão restritas àquelas decorrentes de "reclassificacão do cargo ou função em que se deu
a aposentadoria"; e nunca quaisquer vantagens. Lembre-se que estas pressupõem atívidade
presente, o que não mais existe para os servidores aposentados.

Nesse sentido, manifestou-se o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do


RE 206.083-SP, sendo relator o Min. limar Galvão, bem como ao apreciar a Ação Direta de
Inconstitucionalidade nO 778:

Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 778:

"Nem todos os beneficios e vantagens concedidos aos servidores em atividade são


compatíveis com a situação do aposentado, como é o caso das férias anuais e ~a

. {18

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i •. w· -
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gratificação paga "durante o exercício" em locais adversos. Toda incorporação e
extensão de vantagens devem ser feitas 'na forma da lei', e a lei, no caso, não previu
qualquer extensão ou incorporação ". .

E, na realidade, nem a norma infra-constitucional poderia dispor em sentido


contrário, como pareceria numa interpretação superficial, pois, aí sim, violaria frontalmente o
princípio da isonomia. O Supremo Tribunal Federal, inclusive, ao apreciar a Ação Direta de
Inconstitucionalidade nO 1.158, contra dispositivo da Lei nO 1.897 de 05 de janeiro de 1989 do
Estado do Amazonas, que determinava a extensão aos inativos do adicional de férias, decidiu
que houve abuso da função legislativa, por ofensa ao "substantive due process of law ",
consagrado no art. 5°, LIV, da CF/88. Interessante conhecer trechos do voto do Relator Ministro
CELSO DE MELLO:

"A essência do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os


direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislação que se


revele opressiva ou, como no caso, destituída do necessário coeficiente de
razoabilidade.
Isto significa, dentro da perspectiva de extensão da teoria do desvio de poder ao plano


das atividades legislativas do Estado que este não dispõe de competência para legislar
ilimitadamente, de forma imoderada e irresponsável, quando, com o seu
comportamento institucional, situações normativas de absoluta distorção e, até mesmo,
de subversão dos fins que regem o desempenho dafunção estatal.
Daí a advertência de CAIO TÁCITO (in RDP 100IIJ-12) que, ao relembrar a lição
pioneira de SANTI ROMANO, destacou que afigura do desvio de poder legislativo
impõe o reconhecimento de que, mesmo nas hipóteses de seu discricionário exercício, a
atividade legislativa deve desenvolver-se em estrita relação de harmonia com o
interesse público "(op. RDA nO 200, junho11995, p. 244.)

Também a Doutrina manifesta-se uníssona quanto à matéria, como se depreende


das lições de DIÓGENES GASPARINI e HELY LOPES MEIRELLES, respectivamente, a
quem, mais uma vez se recorre:

"O preceptivo constitucional em apreço ressalva da isonomia ou da paridade de

• vencimentos as vantagens de caráter individual e às relativas à natureza ou ao local de


trabalho. Isto significa que, para tais fins, essas vantagens não podem ser
consideradas. Sendo assim, pode haver diferença entre os vencimentos de dois
servidores públicos cívis, titulares de cargos de atribuições iguais. Da mesma forma,
não se devem levar em conta outras vantagens indiretas, como são a residência e o

• carro de representação. Sendo assim, não se há de estranhar que um servidor, com


mais tempo de serviço, ganhe mais que o outro que desempenha atribuições idênticas
às suas. Essas vantagens são as pecuniárias, em face do fato de estar o dispositivo a
tratar de vencimentos. São acréscimos, definitivos ou temporários, instituídos por lei
que se somam ao vencimento do servidor público civil em razão do simples decurso do
tempo de serviço (2 anos, 5 anos) ou das condições anormais em que o serviço é
executado (insalubridade) ou, ainda, das condições pessoais desses agentes públicos
(ter dependentes). " (ob. cit., págs. 15112)

"O princípio da isonomia vem sendo freqüentemente invocado para a equiparação de


servidores não contemplados nas leis majoradoras de vencimentos ou concessivas de

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vantagens. Tal princípio decorre do disposto no §i" do art. 39 da CF Mas há de ser
entendido e aplicado nos justos limites do mandamento igualitário.

o que a Constituição assegura é a igualdade juridica, ou seja, tratamento igual, aos


especificadamente iguais perante a lei. A igualdade genérica dos servidores públicos
não os equipara em direitos e vantagens. Genericamente, todos os servidores são
iguais, mas pode haver diferenças especificas de função, de tempo de serviço, de
condições de trabalho, de habilitação profissional e outras mais, que desigualem os
genericamente iguais. Se assim não o fosse, ficaria a Administração obrigada a dar os
mesmos vencimentos e vantagens aos portadores de iguais títulos de habilitação, aos
que desempenham o mesmo oficio, aos que realizam o mesmo serviço embora em
cargos diferentes ou em circunstâncias diversas. Todavia, não é assim, porque cada
servidor ou c/asse de servidor pode exercer as mesmas funções ()!,g. de médico,
engenheiro, escriturário, porteiro etc.) em condições funcionais ou pessoais distintas,
fazendo jus a retribuições diferentes, sem ofensa ao princípio isonômico. Até mesmo a
organização da carreira, com escalonamento de classes para acesso sucessivo, com
gradação crescente dos vencimentos, importa diferenciar os servidores sem os
desigualar perante a lei. É uma contingência da hierarquia e da seleção de valores


humanos na escala dos servidores públicos. "(ob. cit., págs. 404/5) .

Concluindo, a diferenciação estabelecida pela Lei Estadual 7.145/97 não ofende


o princípio da isonomia. Ao inverso, por se encontrar em conexão lógica com o sistema jurídico
brasileiro, seja em abstrato (critério discriminativo e relação entre este e a diferença imposta) ou
em concreto (observância dos princípios e garantias constitucionalmente previstos) constitui
aplicação mesma do princípio isonômico.

Utilizando-se de critério uniforme e devidamente previsto em Lei, a conduta da


Administração Pública, em conformidade com os principios basilares do nosso sistema jurídico,
coincide com a conhecida definiçãO aristotélica, tratando igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais, ou seja, concede a gratificação aos que estão na ativa e submetido a riscos
inerentes à atividade policial e não a concede aos que não preencham estes requisitos.

Por derradeiro, vale trazer a colação notícia sobre o Acórdão do Tribunal de


Justiça do Estado da Bahia, Apelação Cível n° 19.829-4, na qual figurou como apelante o
Estado da Bahia e como apelado Adeodato Fávila Silva e outros, cuja ementa se transcreve:

"EMENTA. Apelação Cível. Ação Ordinária julgada procedente. Gratificação de


Comando e de Chefia Militar. Despende a lei que a vantagem é deferida pelo efotivo

• exercício de comando e direção de unidades da organização policíal militar atual, não


podendo ser estendida aos inativos e aos que foram reformados, não se cuida de
adicional, mas de gratificação, não se incorporando, por isso, ao posto. Recurso
provido. "

Em conseqüência dos fundamentos de fato e direito acima narrados, o Réu


também confia na IMPROCEDÊNCIA da ação.

DA IMPOSSIBILIDADE JURiDICA DE ACRÉSCIMO CUMULATIVO DE


VANTAGENS - PRETENSÃO QUE VIOLA O ART. 37, XiV, DA CF/SS. ~

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Encontra-se vedada constitucionalmente a concessão de qualquer parcela ou
vantagem remuneratória com incidência cumulativa (CF/88, art. 37,XN), visando-se, com isto,
evitar o conhecido "efeito cascata" (cálculo de vantagens sobre vantagens) e também o bis in
idem, consistente na concessão de vantagens iguais apenas diferenciadas pelo nomen iuris.

Na hipótese concreta, os Autores visam acumular indevidamente vantagens


iguais. Senão vejamos. O fato gerador da Função Policial seria o exercício de atividades típicas
militares. O fato gerador da Habilitação, a pontuação de cursos realizados com aproveitamento
para o cargo (Lei 3.803/80).

Ora, o fato gerador da Gratificação de Atividade Policial abrange todas as


hipóteses anteriores (P. Ex.: Habilitação e Função Policial percebidas pelos Autores),
estabelecendo percentuais diferenciados pelas condições de lugar, serviço e tempo, em que se
"')
incluem o aperfeiçoamento do policial e a efetiva função de chefia (vide Lei 7.145/97).


Acumular as vantagens significaria, pois, duplicidade de remuneração pelo
mesmo fato, o que encontra proibição constitucional. Neste sentido, a jurisprudência pátria:


STF - RMS-23458 1 DF, RECURSO DE MANDADO DE SEGURANCA,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Rei. Acórdão Min. MAURÍCIO CORRÉA,
Publicação: DJ DATA-03-05-02 PP-00022 EMENT VOL-02067-0I PP-00I16,
Julgamento: 16/1012001- Segunda Turma
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
REMUNERAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL BIENAL. ACUMULAÇÃO
COM GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. IMPOSSIBILIDADE.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO. JURISPRUDÊNCIA PREDOMINANTE
DOSTF.
1. Acumulação de vantagens concedidas sob o mesmo título. Vedação constitucional
(CF. artigo 37. XIV). Adicional bienal e qüinqüênios: açréscimos à remuneração que
têm o tempo de serviço público como fundamento. 2. Jurisprudência do STF no sentido
~'.
de que não cabe invocar direito adquirido contra regime jurídico se o patrimônio do
\ ) servidor legalmente consolidado não foi reduzido. Recurso não provido.


STF, RE-J78802 1 RS, RECURSO EXTRAORDINARIO, Relator(a): Min. MAURICIO
CORREA, Publicação: DJ DATA-I9-04-96 PP-I2229 EMENT VOL-OI824-07 PP-
01396, Julgamento: 2310211996 - SEGUNDA TURMA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINARIO. ADMINISTRATIVO. FUNCIONARIo.
GRATIFICACOES. SUPERVENIENCIA DO REGIME JURIDICO UNICO E PLANO

• DE CARREIRA PARA OS SERVIDORES DO MUNICIPlo. INCORPORACAO DAS


GRATIFICA COES AOS VENCIMENTOS E PROVENTOS. REDUCAO DOS
PROVENTOS E EXISTENCIA DE DIREITO ADQUIRIDO AS GRATIFICACOES
VIGENTES AO TEMPO DA APOSENTACAo. ALEGA COES IMPROCEDENTES.
1. Os proventos da inatividade são regulados pela norma vigente ao tempo da sua
aposentadoria, mas o servidor não tem direito adquirido aos critérios legais com base
em que "quantum" foi estabelecido, nem a prevalência do regime jurídico então
vigente, ainda mais quando, em obediência a preceito constitucional a esse
superveniente, lei nOva vem disciplinar o regime jurídico e o plano de carreira dos
servidores, incorporando aos vencimentos e proventos as gratificacões antes
percebidas "em cascata" ou "repique". que não são permitidas pela nova ordem
constitucional. 2. Redução de proventos. Alegacão improcedente. vez que aos valores

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desses foram incorporadas duas das três rrratificacões existentes no regime anterior. de
modo a compensar as vantagens então percebidas.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADOUIRIDO A RECEBER GRATIFICACÕES
PREVISTAS NA NORMA VIGENTE AO TEMPO DA INATIVACÃo. POIS. EM FACE
DO NOVO REENOUADRAMENTO. HAVERIA VERDADEIRO "BIS IN IDEM".
Recurso extraordinário conhecido e provido.

Confonne se vê, quando defere a acumulação de gratificações com o mesmo


fato gerador, o R. Decisum ora recorrido decide de fonna diametralmente oposta a V. Julgados
de outros Tribunais, em flagrante divergência jurisprudencial, bem como com frontal violação
da nonna constitucional.

i INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA INSUBISTÊNCIA A


PRÁTICA.
Da insubsistência da adoção de correção monetária - Inobservância do
princípio da reserva legal positiva - Inexistência da necessária norma
determinante ou autorizadora.

• o R. Decisum traz uma condenação em incidência de Correção Monetária.


A incidência de correção monetária sobre créditos/débitos expressos em
dinheiro, ai incluídos aqueles deferidos em condenações judiciais cíveis, tomou-se subsumida a
severo óbice após a sanção da Lei nO 8.177, de O1 de março de 1991. É que a entrada em vigor
do referido diploma legal, trouxe como conseqüência um vazio legislativo quanto à instituição e
existência de um índice próprio de correção monetária, criado por via de lei federal, requisito
este que é de caráter legal e constitucional e indispensável para tomar possível a incidência e
quantificação da verba de atualização monetária. Demonstra-se:

Com o advento da Constituição de 1988, consolidou-se no Direito Brasileiro o


princípio da estrita legalidade (art. 5°, inciso II). Também foi recepcionado o nominalismo
monetário já instituído desde o Código Civil/1916 (art. 947), e que foi mantido no novel Código
Civil/2002 (art. 315) .

• Cotejando nominalismo e correção monetária à luz do princípio da legalidade, a


Dra. Ivone de Souza Toniolo do Prado Queiroz (Juíza do Trabalho do TRT da 2' Região - São
Paulo), sentencia:

• "O Direito pátrio adota como regra geral o princípio do nominalismo, de modo que o
devedor de uma importância em dinheiro se libera pagando o valor nominal da moeda
corrente no lugar do cumprimento da obrigação (art. 947 do Código Civil). O princípio
do nominalismo aplica-se, como regra geral, a todas as dívidas em dinheiro. Assim, a
correção monetária do valor nominal só é devida se prevista em lei e no modo como
previsto em lei ou se ajustada entre as partes em observância aos preceitos legais. Isso
porque, como ensina o mestre SILVIO RODRIGUES (3), a moeda representa um
elemento da soberania nacional e constitui um instrumento através do qual o Estado
intervém na economia interna. Por meio dela, o Poder Público efetua seus pagamentos,
razão por que é mister que o dinheiro nacional conserve um poder Iiberatório absoluto.
(3) In "Direito Civil': vol. 2, Ed Saraiva, 22"edição, 1994, pág. 134."

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Artigo "O Tenno Inicial da Correção Monetária dos Débitos Trabalhistas" - publicada
na Síntese Trabalhista nO 113 - nov1l998, pág. 18).

Com efeito, no Direito Pátrio o nominalismo representa o princípio vigorante e


a regra geral enquanto a correção monetária, fruto da espiral inflacionária que outrora se
instalou no País, constitui a exceção, de modo que a correção monetária de um valor nominal,
somente será devida se prevista em lei federal (determinante ou autorizadora) e no modo
como previsto em tal lei, ou se ajustada entre as partes, porém, sujeita à estrita observância
aos preceitos legais regedores da matéria. .

A necessidade da previsão legal está consignada não só no prinCipIO da


legalidade mas, também, em expressa disposição de lei e em iterativa jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal. Com efeito, o comando nonnativo do art. l° da Lei nO 5.670, de 2 de
julho de 1971, é no sentido de dispor que o cálculo da correção monetária deve ser previsto em
lei. Veja:

•• "Art. r o cálculo da correcão monetária não recairá, em qualquer caso, sobre o


período anterior à data em que tenha entrado em vigor a lei que a instituiu. " (grifos
nossos)

A Jurisprudência do STF:

" ... em se tratando de dívida de dinheiro, não se admite a correção monetária sem lei
expressa que a imponha e que, somente, lei reservada ao âmbito da União pode alterar
esse princípio (in voto do relator designado para o acórdão, Min. Rodrigues Alkmin, no
RE nO 79.663-SP, do Tribunal Pleno - RTJ 79/250)."

Também está sedimentado que a correção monetária tem como objetivo primeiro
e único, a recomposição do valor real da moeda corroído pela inflação. Então, só pode ser
retratada por um indexador legal que reflita, exclusivamente, a variação do poder aquisitivo da
moeda e absolutamente desprovido de qualquer componente de natureza remuneratória. Esta
concepção é, a um só tempo, nonnativa, doutrinária e pretoriana.


Outro relevante requisito de incidência de correção monetária, é que o índice a
ser aplicado tenha sido criado por via de lei federal. É o que se colhe não só na legislação
ordinária que rege a matéria, mas, sobretudo, de expresso comando nonnativo emanado da
Carta Política de 1988, que, no seu artigo 22, inciso VI, estabelece in verbis:

• ''Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


- omissis-
VI - sistema monetário e de medidas, tltulos e garantias dos metais;"

Na ótica do STJ - Superior Tribunal de Justiça,


seguinte exegese:
O referido dispositivo tem a

"SISTEMA MONETÁRIO - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA RESERVADA À


UNIÃO (ART. 22, VI DA CF) - A TR não serve como padrão de atualização por isso
que reflete variações do custo primário dos depósitos a prazo fixo, e não afere a
oscilação do poder aquisitivo da moeda (STF AD! nO 493-0) ............. A competência
para legislar sobre sistema monetário é privativa da União (art. 22, VI da CF) e

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compreende tudo quanto se relaciona com a moeda nacional, inclusive a prerrogativa
de [lXar o Indice que deverá servir de padrão de atualização de seu valor nominal. que
deverá ter necessariamente sido criado por lei federaL ......... (STJ - EDiv-REsp 6\.329
- C. E. - ReI. Min. Demócrito Reinaldo - DJU 27.05.\996)." Grifo nosso.

Percebe-se, assim, que após a CF/88, a validade jurídica da correção monetária


está condicionada à reserva legal positiva, ou seja, depende da existência de uma disposição
legal que determine ou autorize a sua incidência, bem como, de um índice criado por via de lei
federal.

E para alcançar o status de "criado por lei federal", não basta que um
dispositivo legal simplesmente mencione que O índice está criado e lhe dê uma sigla ou uma
denominação qualquer. Isto porque a mesma lei federal que criar o índice, deverá
necessariamente disciplinar a forma de sua aferição e exteriorização quântica, ou seja, deve
estabelecer os critérios, a sistemática, a metodologia e os procedimentos afins para a


composição numérica do índice criado, bem como indicar o órgão oficial que irá aferi-lo.

A tese é reforçada pelo novel Código Civil quando, ao dispor sobre correção


monetária, expressamente alude a "índices oficiais regularmente estabelecidos" - arts. 389,
395 e 404. Leia-se: índices próprios de correção monetária criados por lei federal.

É certo que existe previsão legal para a incidência de correção monetária nos
débitos decorrentes de condenações judiciais cíveis, mais precisamente na Lei nO 6.899/81 (art.
l°). Também é certo que o Decreto nO 86.649/8\, regulamentando a aludida lei, expressamente
instituiu que o indexador da correção monetária prevista naquele diploma legal, seria a ORTN -
Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional, no que se houve em correta conformidade com os
ditames da Lei nO 6.423/77.

Nesta altura toma-se necessário consignar que a ORTN foi posteriormente


substituída pela OTN, que por seu turno foi substituída pelo BTN. Com efeito, o índice
-", corretivo de atualização monetária foi representado durante largo período pela ORTN e depois
pelo OTN e BTN, sucessivamente. Tal situação perdurou até a entrada em vigor da Lei 8.177,
de 0Ilmarço/199\ que, estabelecendo regras para a desindexação da economia, extinguiu

• aquele indexador de correção monetária (art. 3°, lI) legalmente instituído e vigente à época .
Concomitantemente, o mesmo diploma legal criou e adotou expressamente a TR - Taxa
Referencial, como índice destinado a promover a atualização monetária de débitos em dinheiro
(inclusos os decorrentes de condenações judiciais).

• Verdade que o referido diploma, no seu artigo 4°, alude à manutenção do cálculo
do INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor pelo reGE - Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística. Todavia é necessária a compreensão no sentido de que, no
dispositivo mencionado, o legislador não aponta aquele índice como apropriado para ser
aplicado em cálculo de correção monetária, posto que se limitou a determinar, restritivamente,
que o reGE mantenha o cálculo do INPC, e só.

Verdadeiramente a Lei nO 8.177/91 não determina e nem autoriza expressamente


que o INPC, levantado pelo reGE, deva ou possa ser utilizado para efeito de correção monetária
de créditos ou débitos de quaisquer naturezas, até porque não cria o referido índice, que pré-
existia à dita lei, e também, repita-se, se restringe a autorizar a manutenção do seu cálculo,

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segundo a metodologia instituída pelo próprio IBGE e não pela via legislativa. O mencionado
art. 4° in verbis:

"Art. 4. A partir da vigência da Medida Provisória que deu origem a esta Lei, a
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística deixará de calcular o lndice
de Reajustes de Valores Fiscais (IRVF) e o Índice da Cesta Básica (ICB), mantido o
cálculo do lndice Nacional de Precos ao Consumidor (!NPC) . ..

Ademais, quando o legislador quis dispor sobre a utilização do INPC como


indexador de alguma coisa, te-lo de forma expressa e específica, conforme está consignado no
art. 18, § 5°, inciso m, da Lei 8.177/91, sendo relevante sublinhar que o teor do dito dispositivo,
refere-se ao INPC como um indexador de índole remuneratória, e não como um índice próprio
de correção monetária. Veja:
')

"Art. 18 - omissis -
§ 5° - As instituições financeiras detentoras de Carteira de Crédito Imobiliário ficam
autorizadas a emitir letras hipotecárias, adotando-se, para efeito de remuneração
básica, os índices abaixo relacionados, obedecendo o previsto na Lei n° 7.684, de 2 de


dezembro de 1988:
- omissis-
III - lndice Nacional de Precos ao Consumidor (INPC), divulgado pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;

Oportuno rememorar que a correção monetária tem como objetivo específico a


recomposição do valor real da moeda corroído pela inflação. Então, deve ser retratada por um
indexador legal que reflita a desvalorização média da moeda, aferida de forma ampla, geral e
não por um índice que represente unicamente a variação de preços ao consumidor e até
apontado como índice remuneratório em texto de lei, como é o caso do INPC.

Então, é certo que o INPC, traduzindo restritamente a variação de preços na seara


consumerista, não pode refletir a desvalorização da moeda nos moldes exigidos para efeito de
enquadramento como um índice próprio de correção monetária que, para sua aferição, deve ser
utilizada uma metodologia e uma sistemática mais abrangentes de apuração da perda do valor


real da moeda, levando-se em conta uma ampla gama de eventos econômicos que interferem e
repercutem no índice inflacionário geral, a exemplo da variação do valor de aluguéis, preços
administrados pelo Poder Público, variação cambial, custos de produção e construção, e outros
tantos não considerados na apuração do INPC (Obs.: informações colhidas junto a economistas
e financistas).

• Sintetizando: a variação de preços ao consumidor, apurada e refletida pelo INPC,


não coincide necessariamente com a desvalorização real do valor da moeda, num mesmo
período de aferição. Disto resulta que o INPC, por mais este motivo, não se enquadra no
conceito e nos requisitos necessários para que um índice seja considerado como próprio
de correção monetária.

Assim, o fato constatado é: o INPC não foi criado pela lei federal sob comento e,
de resto, por lei nenhuma. E muito menos com a configuração de um índice específico e próprio
de correção monetária. Também não houve determinação ou autorização legal no sentido de que
deva ou possa ser adotado para efeito de atualização monetária de créditos ou débitos. A

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conclusão óbvia é que o INPC jamais se enquadrou como um índice próprio de correção
monetária. .

Tanto que, concomitantemente às disposições acima examinadas e conforme já


dito alhures, a Lei nO 8.177/91, extinguiu o índice próprio de correção monetária então vigente
e, ao mesmo tempo, criou e adotou expressamente a TR - Taxa Referencial, como índice
destinado a promover a atualização monetária de débitos em dinheiro (inclusos os decorrentes
de condenações judiciais).

Ocorreu que logo em seguida à entrada em vigor da Lei nO 8.177/91, O STF


rejeitou e desqualificou a TR como indexador próprio de correção monetária, ao fundamento de
que "a Taxa Referencial (TR) não é índice de correção monetária, pois, refletindo as variações
do custo primário da captação dos depósitos a prazo fIXo, não constitui índice que reflita a
variação do poder aquisitivo da moeda" (ementa do acórdão da ADIn 493-DF, DJ de 04.09.92,
in REVISTA JURÍDICA, 181198).

• A desqualificação da TR como índice próprio de correção monetária foi


definitivamente confirmada com o advento da Lei nO 9.069/95 que, no § 5° do art. 27 estatui, in


verbis:

"Art. 27 - omissis-
§ 5~ A Taxa Referencial - TR somente poderá ser utilizada nas operações realizadas
nos mercados financeiro, de valores mobiliários, de seguros, de previdência privada, de
capitalização e de futuros . ..

Porém, o certo é que, como corolário da aludida decisão do Supremo Tribunal


Federal, estabeleceu-se um vazio legislativo do qual resultou uma impossibilidade jurídica para
que uma variada gama de dividas de dinheiro pudesse sofrer a incidência de correção monetária,
em face da inexistência de índice próprio e legalmente instituido para tal finalidade (inclusive as
oriundas de decisões judiciais).

n O referido vazio somente foi fustigado pelo advento da Lei n° 9.069, de


29/junho/1995, que elegeu o IPCr - Índice de Preços ao Consumidor, Série r, como indexador

• de correção monetária para as hipóteses de previsão/disposição legal, conforme teor do seu art .
27, in verbis:

"Art. 27. A correcão. em virtude de disposicão legal ou estipulação de negócio jurídico,


da expressão monetária de obrigação pecuniária contraída a partir de 1" de julho de

• 1994, inclusive, somente poderá dar-se pela variacão acumulada do Índice de Preços
ao Consumidor. Série r - IPC-r. ..

"DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 83. Observado o disposto no § 3° do artigo 23 desta Lei, ficam revogadas as Leis
n~ .. omissis... , e demais disposicões em contrário. ..

É discutível a eficácia jurídica e aplicabilidade do dispositivo. Isto porque, além


de não criar o índice, o diploma legal é silente quanto aos critérios, a metodologia, a
sistemática e os procedimentos afins para a aferição e quantificação do índice. Também não
indica o órgão oficial que deveria aferi-lo.

t
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Todavia, mesmo que se admita a plena aplicabilidade e eficácia do dispositivo
(s6 para argumentar), a adoção e incidência do IPCr estaria restrita a: I) às obrigações
contraídas a partir de 10/julho11994 (art. 27) e; lI) ao período no qual foi regularmente aferido
(entre Julhol1994 e Junho/95, pelo IBGE).

A par das constatações até aqui alinhadas, importa ainda ser sublinhado que o
Poder Judiciário, ainda que motivado pela melhor das intenções, não pode adentrar na seara do
Poder Legislativo e usurpar a competência privativa e exclusiva do Congresso Nacional, para
criar índices de correção monetária (ou mesmo apenas eleger), conforme equivocadamente tem
feito. É que tal prática implica em violação do princípio e do pacto federativo, da ~eparação dos
poderes e da reserva legal (Art. 2°, 5°, lI, combinados com os art. 21, VII e art. 22, VI, da Carta
Polftica Federal).

A jurisprudência do STF - Supremo Tribunal Federal e também a do STJ -


Superior Tribunal de Justiça, corroboram o entendimento acima esposado, senão veja-se:

• Do STF:

• "(. ..)0 PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI FORMAL TRADUZ


LIMITAÇÃO AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL DO ESTADO. - A
reserva de lei constitui postulado revestido de função excludente, de caráter negativo,
pois veda, nas matérias a ela sujeitas, quaisquer intervenções normativas, a título
primário, de órgãos estatais não-legislativos. Essa cláusula constitucionai, por sua vez,
projeta-se em uma dimensão positiva, eis que a sua incidência reforça o princípio, que,
fundado na autoridade da Constituição, impõe, à administração e à jurisdição, a
necessária submissão aos comandos estatais emanados, exclusivamente, do legislador.
- Não cabe, ao Poder Judiciário, em tema regido pelo postulado constitucional da
reserva de lei, atuar na anômala condicão de legislador positivo (RTJ 126/48 - RTJ
143/57 - RTJ 146/461-462 - RTJ 153/765 - RTJ 161/739-740 - RTJ 175/1137, v.g.),
para, em assim agindo, proceder à imposicão de seus próprios critérios, afastando,
desse modo, os fatores que, no âmbito de nosso sistema constitucional, só podem ser
(I legitimamente definidos pelo Parlamento. E que, se tal fosse possível, o Poder
Judiciário - que não dispõe de [uncão legislativa - passaria a desempenhar atribuição

• que lhe é institucionalmente estranha Ca de legislador positivo), usurpando, desse


modo, no contexto de um sistema de poderes essencialmente limitados. competência
que não lhe pertence, com evidente transgressão ao princípio constitucional da
separação de poderes. .. - trecho da Ementa do RE 322348 AgR/SC, ReI. Min. Celso de
Mello, 2' Turma, DJ de 06112/2002, p.74, v.u. (grifamos)

• Do STJ:

"EMENTA: PROCESSUAL CIVIL EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - AFASTAMENTO DA TR COMO
INDEXADOR - DEFINIÇÃO DE OUTRO ÍNDICE
I - Em tese é viável o incidente de uniformização de jurisprudência, por ocasião do
julgamento de embargos de declaração, uma vez verificados os pressupostos, que, no
caso, se afastam, por não comprovada divergência.

II - Não cabe ao órgão julgador definir índice de correcão monetária em substituição


à TR, não admitida como tal. " /p
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PROCURADORIA JUDICIAL
(EDcI-REsp 39.285.3/SP, (93.0027178-4), 4" T., DJ 11.04.1994) (grifo nosso).

Há ainda de ser considerada a seguinte situação fático-juridica: existem de


inúmeros índices levantados por vários organismos de aferição da variação de preços, os quais
sempre oscilam quanto a percentuais mensais. Disto resulta a possibilidade de um Juiz ou um
Tribunal eleger determinado índice para corrigir monetariamente um certo débito e, outro Juiz
ou Tribunal, eleger um índice diferente para atualizar um débito de natureza jurídica idêntica
àquele, ocorrendo então, uma inolvidável quebra e violação do principio da isonomia.

Diante da possibilidade retro aventada, e que na prática já ocorreu (variação de


Índices eleitos em diferentes decisões judiciais), torna-se oportuno relembrar a lição de Celso
Antonio Bandeira de Melo, vertente sobre a violação de principios constitucionais e gizada nos
seguintes termos:

"Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao


princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a
todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade. conforme o escalão do princípio atingido, porqve representa


insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia
irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque,
com ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda estrutura neles
esforçada."
In O Estado e a Ordem Econômica - Revista de Direito Administrativo nO 143, pago 47.

Falando-se em princípios constitucionais e rememorando que a impossibilidade


de incidência de correção monetária tem gênese na Magna Carta (art. 22, VI), torna-se oportuna
uma visitação à doutrina do insigne Ruy Barbosa, expoente da ciência jurídica, quando
obtempera:

"Não há numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente valor moral
de conselhos, avisos ou lições. Todas têm força imperativa de regras, ditadas pela
(' soberania nacional ou popular de seus órgãos. "
(Comentários à Constituição Federal, Ed. 1993, pág. 489). (Grifos postos) .

• A Suprema Corte do País também já reconheceu e sustentou que os comandos


emanados da Constituição da República incorporam urna elevada carga de imperatividade, a ser
respeitada de modo incondicional, quando, com elevada lucidez, cunhou o seguinte
pronunciamento:

• "É preciso respeitar, de modo incondicional, os parâmetros de atuação delineados no


texto constitucional. Uma constituição escrita não configura mera peça jurídica, nem é
simples escritura de normatividade e nem pode caracterizar um irrelevante acidente
histórico na vida dos povos e das nações. Todos os atos estatais que repugnem a
Constituição expõem-se a censura jurídica - dos tribunais, especialmente - porque são
írritos, nulos e desvestidos de qualquer validade. A Constituição não pode submeter-se
à vontade dos poderes constituídos e nem ao império dos fatos e das circunstâncias. A
supremacia de que ela se reveste - enquanto for respeitada - constituirá a garantia mais
efetiva de que os direitos e as liberdades não serão jamais ofendidos. Ao Supremo
Tribunal Federal incumbe a tarefa, magna e eminente, de velar por que essa realidade

fI
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não seja desfigurada. (STF - ADI293 (MC) - RTJ 146/707, DF - TP - ReI. Min. Celso
de Mello - DJU 16.04.1993)"

Confonne resta evidenciado, considerando-se a imperatividade da Constituição


da República, combinada com O advento da Lei nO 8.177/91, constata-se que, com a entrada em
vigor desta última, passou a insubsistir a incidência de correção monetária em débitos/créditos
em dinheiro, inclusive aqueles decorrentes de condenações judiciais, em face da inexistência de
um índice próprio de correção monetária que se enquadre na moldura Constitucional, sendo
certo que a única exceção possível, porém discutível, seria a incidência do IPC-r sobre as
obrigações contraídas após 10/julho/1994 e no período no qual houve aferição daquele índice,
caso se admita que a simples eleição inserida no art. 27 da Lei nO Lei nO 9.069/95, pode ser
considerada suficientemente eficaz para efeito de elidir, ou suprir, o requisito de ter sido criado
) por lei federal.


Verdadeiramente o que resta positivada é a inexistência de índice próprio de
correção monetária, que tenha sido criado por lei federal, nos moldes Constitucionalmente
preconizados, segundo o pronunciamento do STJ - Superior Tribunal de Justiça,

• interpretando o comando normativo inscu/pido no art.. 22, VI, da Carta Polftica.

Então, a conclusão óbvia é no sentido de que após a Lei nO 8.177/91, insubsiste a


incidência de correção monetária sobre uma variada gama de débitos/créditos, inclusive aqueles
decorrentes de condenação judicial, em face da inexistência de elemento imprescindível (indice
apropriado) para a sua liquidação/quantificação e, conseqUentemente, viabilizar uma possível
execução.

Por derradeiro, não será ociosa uma alusão às palavras atribuídas ao eminente
Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, em publicação veiculada no Jornal da
Tarde, 13.10.1998, p. 13, onde externou com brilho singular que:

"Paga-se um preço para se viver numa democracia e o preço é o respeito ao arcabouço


jurídico em vigor. "

• E, confonne O arcabouço jurídico em vigor, é impraticável a incidência de


correção monetária decorrente de detenninação ou autorização legal, e condenações judiciais,
em face da inexistência de índice próprio e que se enquadre na moldura Constitucional (criado
por lei federal). Então, a condenação aqui tratada implica em violação da Lei Federal nO 5.670,


de 2 de julho de 1971, art. 1°, do Código Civil brasileiro e da CF/88.

Ante as ponderações até aqui alinhadas, constata-se a insustentabilidade da


detenninação de incidência de correção monetária, a qual haverá de ser suprimida da R. decisão
recorrida. Na improvável hipótese de ser mantida a condenação em correção monetária, fica
requerido que o M.M. Julgador eleja qual o indice a ser utilizado, com a necessária
fundamentação e adoção de tese jurídica explfcita para tal condenação e eleição.

REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente Recurso Especial,


com base no art. 105, inciso m, alínea "a" e "c", da Constituição Federal, combinado co~ o

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA


PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA JUDICIAL
Art. 54 I, e seguintes do CPC , para reconhecer a nulidade dos Acórdãos recorridos,
determinando a remessa dos autos à instância de origem a fim de que se pronuncie sobre os
pontos omissos, ou, assim não entendendo, sejam reformados os acórdãos proferidos, e, em
conseqüência, que Se julgue Improcedente o pleito dos Recorridos, declarando-se a
impossibilidade de incorporação aos proventos da GAP (Gratificação de Atividade Policial
Militar) e invertendo-se os ônus sucumbenciais, a teor dos arts. 5°, caput, XXXVI, 39, § I ° e 40,
§ 4° da Lei Maior.

Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador, 08 de novembro de 2007

./ )
Ren~2ham
Procurador do Estado


OABIBA. n° 4131


30

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POLÍCIA MILITAR DA BAHIA


DEPARTAMENTO DE PESSOAL

Ofício W CGFFP/CAFP/SC/46 1/09107 Salvador. 25 de setembro de 2007


Anexo: Cópia oficio 1795107 da PGE e
planilha de cálculos.


• Em atenção ao despacho de V.Exa. que recomenda atender a solicitação firmada pela Ora.
Anna Beatriz Passos, Procuradora Chefe da Procuradoria Judicial do Estado. este
Departamento elabora as planilhas demonstrativas da repercussão geral com as condenações
que possam advir das decisões judiciais transitadas em julgado. para fins de apreciação e
medidas julgadas cabíveis.

Atenciosamente,

Doe, 0504070429029

~~c:~

HORA

15.803

Ao:
Exm o Sr Cel PM Antônio Jorge Ribeiro de Santana
Comandante Geral da PMBA
Nesta .

RlI<t Conselheiro Sríntda. 16 ~ Rílrrls· Salvador/Bit· CEP 40070-I.:HJ


OS' TclcJ~lne (()71) JI17-4666/46(Í7 - 'ill:::r Tt-'I..t~~\.· tfl11111 I i.AJ:..r_Y

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~
30S
291'
Visto POlÍCIA 'VIIUTAR DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE PESSOAL
@3
em-.-f_'_
Coordenação de Administração da Folha de Pagamento
Comandante

PLANILHAS DE CAlCUlOS ELABORADA CONFORME ORIENTAÇÃO


DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA BAHIA
(Oficio n~ PGE 179SJ(l7, datado dê IO/SeV20Q7)

1 • Conforme orientação da PGE, a planilha de cálculos abaixo representa o valor total que
o Estado gastaria caso inclulsse a gratificação de habilitação PM (GHPM) para TODOS
os policiais militares da ativa, inclusive para aqueles que não percebiam a refen'da gra/i:
ficaÇ.ao il é (2.0 ca, ou seia foram admirdos
I Doslenormenle il Le'I 7 145 de 19108/1997
Valor da Numeros
Posto e Soldo GHPM GHPM (R$) PMem Valor Total
Graduação Devido em% porPM atividade Mensal (R$)
CElPM 641,98 110% 706,18 42 29.659,48
TCPM 591,96 110% 651,16 134 87.254,90
MajPM 551.78 100% 551,78 198 109.252,44
CAPPM 484,02 100% 484.02 605 292.832,10
1° TEN PM 44003 80% 352,02 1.146 403.419,50
ASP.PM 379.12 80% 303,30 164 49.740,54
Subtenente 379,12 100% 379,12 1 379,12
10 SGT PM 371,89 70% 260,32 5.984 1.557.772,83
CBPM 364,63 55% 200.55 35 7.01913
SDPM1'Cl 357,34 55% 196,54 19.399 3.812.621,26
6.349.951,31
.
I_eiS mllhoes Ire2entos e Quarenta e nove mrl novecentos e clnQuenta e um reaIs e tnnta e um centavos

2 - Conforme orientação da PGE, a planilha de cálculos abaixo representa o valor total que
o Estado gastaria caso incluísse a;gratifiêâÇãõdé~atii,ijdade PM na'referêncial111(GAP 111) '!
TODOS os militares inativos

~I~~~~~
Oito milhões setecentos e oitenta mil e vinte e cinco centavos
•.,

3 • Conforme orientação da PGE, a planilha de cálculos abaixo representa o valor total que
/)
o Estado gastaria caso reajustasse a GAP 1/1 na mesma proporção do soldo ocorrido
no mês de abril/OO para TODOS os policiais mílitares. Não foram incluldos aqueles que
~~cordo da GAP I ICOITUG I do E ;tadod'!g__hia

r-:;;~'~CI" g:~~; abr/OO Lei Q ,GAP.y I~~~; a GAP 111 PM


1jCElPM 00% O,OO~ ).00% · 70 .
02) TC PM 3.669,61 0,00% O,OO~ 0,00% · 67 .
.03J 1I.t~. 'M 1.418,97 0,00% 0,00'" 0,00% · '55
1.92% 0,81' 24,6 '56 6.318,55
A05~ 19% 65.5. 347
2 , 4.583,
,1' :T 14 2 31
CB_ \t 1.076. ,1 3 16% 2: 85 13.299,31
I SD_ 'CL 1.037.10 32,35% 22,65% 9, '0% 10 ,7 2.1 : 218.748,52
• . ,,,,,'o ",,,.",ou0 de. '~w'ou, H"
Trezentos e cinco mil seiscentos e noventa e seis reaIs e tnnta e alto centavos

As quantidades de policiais militares foram discriminadas om base em relatórios disponibilizados


no SIRH pela Secretaria de Administração. Este Oepartam não dispõe de dados para discriminar
a quantidade de policiais militares que ingressaram co judicial propos ra o Ente Estatal.

Damffl?r~p
Quartel aos Barris, 25 de setembro d

'Y"-'-~";O\Jo..uc~ ~ O» . ........... I v,-"
nio Carl~s CI~dio Brandão· Cel PM /" H,~Iy' Mago Denys PM
Diretor «e Pessoal <--~,."-" Chefe da UAPI

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-~-----
._-~'.-----
~JÓ
. Emissão: 09/11/2007

Poder Judiciário .
Tribunal de Justiça do. Estado Bahia da
$ECOMGE,INFORMAÇÃO'
. EXtrato do Processo . . ..

Processo: 38759-3/2006
Tipo de Processo: MANDADO DE SEGURANCA .
Competência: CÂMARAS CfVEIS REUNIDAs, .
Data de Entrada: 28/08/2006 Data de Autuação: 29/08/2006
Volume: . .1

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES .


Tipo Nome Documento
IMPETRANTE . ADONELFRANCISCO DOS .REIS' .'
. ~. ,. 1 . : -.
IMPETRANTE MAf~JA'.DELOqR[)ES F,ERREIRA PINTO
, CARRILHOl j "
J .. I .]. .
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\·.1,
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IMPETRANTE
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CARVALHO
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'SANTOS
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E OUTROS
", . " . 1 ' •

Advogado. " ROB~~n;OiLEMÇ>'S ~ pd~~EIA ii .... ' ,'. .' . . . . 7672BA


\. '", . . : . . .. ,... ... ... .


IMPETRADO SECRETARIA DN ADMINISTRACAQ,DOESTADO
DA BAHIA' ..' ...I~ ( ._~::~,-:::~;';..-. ;~,., :'~i
1\ . "
i ,: . 1

I

DADOS DE DISTRIBUIÇÃej . / \ '
Data: 29/08/2006 1 . " .
. ' ',', \ , 1/' i\. -\ . .,'.- ..
Tipo: SORTEIO \ . ' . ) ,,; . \ '1
. Órgão Julgador: CÂMARAS CfVEIS ReÚNIDAS.' \' .. ' i ". .
Relator:' JUIZ SUBS~ITI~JT(:i iMiLlOSÁLOMA(;, PINTO RESEDÀ ' .
'. .;', 'ro o" li .~\ ~.~:_,~ .. ~.:.. i~·I\ \ . -',' i,' .' .
PETiÇÕES I' i / " J . ;' ' \ \ :J-'~----~--~~--~-
. . -~e:'1
"
Data
. 'f .09/11/2006
10/11/2006
o RECURSOS , \' .. " "'., .. '.-,
NÚrTUÚO Ti~·.S :jU}i. (.\.! t":;)j ~'. 1·,; t-:;:)."\H,~i: ../'. Data Entrada


. .......... . -- . ..,,,'"
.33708-5/2007 EMBARGOS. 9.eqEClA.I3f-Çf.0 .'.>;,~,. ,.-' . 06/07/2007
61992-1/2007 RECURSO''!=SPEq'IAL.>', •.' ) .'-::,'__,i.' . '. 08/11/2007
61993-0/2007 RECURSO EX-r.RÀORDINf.:i:i.!'o. \.,. 08/11/2007


' .'. MDa~~I,M
'" ,
.., E. NTAÇÕES
MovimentaçãO , '. Data.Lançamento
08/11/2007 ENTRADA DE PROCESSO . . . . . . ..• '. .' 08/11/2007
Órgão de. Origem: PROCURADORIA DO ESTADO'
Órgão de Destino: CÂMARAs CfVEIS REUNIDAS
11/10/2007 . SAfDA DE PROCESSO . .. 11/10/2007
Observação: ao procuradordoeshido dr; renato dUrihaném .11/10/2007
Órgão (je Origérn: CÂMARAS CfVEIS REUNIDAS .
Órgão de Destino: PROCURADORIA DO ESTADo
09/10/2007 DOCUMENTO EXPEDIPO . . 09110/2007
_~_'. n°

.' página: 1 até 1

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTiÇA
FÓRUM RUY BARBOSA

CAMÃRAS CíVEIS REUNIDAS


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TRIBl:NA~.D[ JUS1'lÇA 00 ESTADO DA BAHIA
;\SSESSORIA n~CL'RSAL DA rRI:':SIi)Ê~CIA -
. OESPACHO, ( " I[ ~
Tendo em.vista::.s !111"jalidJdes recursais intcrr.ostas às n~~~L_ c J:,ç "1 '1 SI de
'! _ . -,-I'_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ordl'lll. intime-se a parte adwr$:1 pi.li'~, que "ldc, arrcscn~tlr contra-razõeS no prazo de lei. ublique-se.
'~ Sa!\'ador,ct,i~' de~ÚJ7.
-
AlIgusw di! a m~I?O
Jl[i~~ A~~cssor tia l'rcsidêncin -

-----------------------~----~ SECRETARIA \I DE RECURSOS

A.30.79.0191
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PROCESSO\ ,1 :

PETIçÃO: 69699 c 012007· ,


TIPO DA PETIÇÃO: CONTRA RAiOES
DATA DE ENTRADA: 13/1212007
DOCUMENTOS ANEXOS: 1

Numerado e conferido por mim, no total de ........... folhas

Expe~rr.(2~.~___1_31=2~=J2=O~07
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;. 3ECOMGE PROTOCOLO E DISTRI

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Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.

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• AUTOS MS N° 38.759-3/2006.

ADONEL FRANCISCO DOS REIS outros, nos autos da MANDADO


DE SEGURANÇA de número à epígrafe, onde contendem com o
ESTADO DA BAHIA, intimados para apresentar contra-razões ao
recurso nobre, vêm, exclusivamente por cautela, fazê-lo em
anexo, requerendo seja o mesmo illadmilido, face à inocorrência da
violação à Lei Federal, na decisão desse Egrégio Sodalício, como
enquadra o Recorrente para viabilizar o seguimento de seu recurso.

A propósito, o Art. 105, UI, "a" da Constituição Federal e nos arts .

• 541 e seguintes do CPC, condiciona a admissão de recurso especial


quando a decisão recorrida contrariá-Ia.

Na espécie, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, na


decisão recorrida, em vez de contrariar a Lei Federal ou negá-Ia
vigência, declarou a inconstitucionalidade de Lei Estadual N°
7.145/97 face à norma do Artigo 40, § 8°, sendo impossível o
seguimento do recurso'ff
,
Rua Senador Teotónio Vilella. 110. Sala 203. Cidadella Center 11. Salvador·Sa. CEP 40.279-435 (0 .. )71 3355.0500
robertto@atarde.com.br

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;
Razão assistisse ao Recorrente, ainda assim a perseguida
admissibilidade não poderia ser emprestada ao recurso do Estado.
As provas, à saciedade, foram carreadas aos autos e sobre as
mesmas nada foi refutado. Nos Tribunais, então, a discussão
cingiria ao acerto do direito aplicado, sendo inconveniente
qualquer outra derivação.

Por cautela, exclusivamente, apresentam os recorridos, em anexo,


suas contra-razões ao Recurso Especial.

Pedem Deferimento .

• Salvador, 13 de dezembro de 2007.


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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1200707
Autos nO 38.759-3/2006.
Recurso Especial.
Recorrente: O Estado da Bahia.
Recorridos: ADONEL FRANCISCO DOS REIS e outros.
CONTRAMINUTA DOS RECORRIDOS.

n

• Em inentes Ministros:

Preliminarmente, esperam os recorridos o não conhecimento do


Recurso Especial vez que a matéria nessa sede agitada não fora
apreciada nos embargos declaratórios na instância "a quo". Assim
como determina a Súmula do E.ST J, o Recurso Especial não
o 211

. )
pode ser conhecido .

MÉRITO -

• Insurge-se o Estado da Bahia contra acórdão das Câmaras Cíveis


Reunidas do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia que, julgando
o Mandado de Segurança nO 44.087-5/2005, asseverou ser de
meridiana clareza a dicção do § 8° do Artigo 40 da CF /88 em vedar
a exclusão dos aposentados aos benefícios de leis estaduais
contempladoras de vantagens concedidas aos servidores em
atividade, alçando, inclusive, jurisprudência, tanto do Egrégio
STF., quanto do ST,J. E Tribunais dos Estados. ~-
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A suposta vulneração à norma do artigo 535, II do CPC., deu-se
pelo fato dos embargos de declaração interpostos na instância "a
quo" não haverem satisfeito do desiderato objetivado pelo
Recorrente.

Entretanto, pelo ngor da Súmula 211, cUJa redação é transcrita, o


Recurso Especial não pode ser conhecido:

"Inadmissível recurso especial quanto à


," ) questão que, a despeito da oposição de
embargos declaratórios, não foi apreciada

.' pelo tribunal a quo",

• Data vênia, o Acórdão vergastado


enfrentamento de todas as questões postas a julgamento. Se,
entretanto, o resultado do julgamento não foi o esperado pelo
solveu a lide com o

Recorrente, não seriam os embargos de declaração o meio idôneo


para a rediscussão da matéria, como restou evidente na sua
interposição. Demais, como assente na firme jurisprudência do
ST J, o juiz não está obrigado a responder, uma por uma, como quer
a parte, as questões postas a julgamento:
o
"EMBARGOS DE lJi'.·CLARAc,,'ÃO EM
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO
ESPECIAL - EFEITOS MODIFICATIVOS -

• DESCABIMENTO -
não padece de
1. O aresto embargado
qualquer
obscuridade ou contradição que justifique a
omissão,

oposição de embargos, havendo, em verdade,


inconformismo do el1lburyunle com o
resultado do julgamento que lhe foi
desfavorável, porquanto aplicou-se, in casu,
o enlendimento pacífico no âmbito da
í\t;:::.!
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Primeira Turma do Superior Tribunal de
Justiça, sendo certo que os desejados efeitos
modificativos são incabíveis na espécie. 2.
Embargos de declaração rejeitados. (STJ -
EARESP 413340 - PR - la T. - Rei. Min. Luiz
Fux - DJU 28.10.2003 - p. 00192)".

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO


ESPECIAL - OMISSÃO INEXISTENTE
APRECIAÇÃO DE MATÉRIA
CONSTITUCIONAL - IMPOSSIBILIDADE -

'.'
REJEIÇÃO Há o prequestionamento
, viabilizador do apelo especial quando a


questão jurídica abordada pelo preceito
legal invocado como contrariado foi
explicitamente decidido pelo V. Aresto
hostilizado, sendo insuficiente que a mesma
tenha sido apenas suscitada nas instâncias
ordinárias. Descabe apreciação de questões
constitucionais no âmbito do Recurso
Especial, cuja finalidade é dirimir
controvérsias que envolvam legislação
o federal, como determinado na Carta Magna
(CF, art. lOS, III). Embargos de declaração
rejeitados. (STJ - EDRESP 249772 - RS - 2 a
T. - Rei. Min. Francisco Peçanha Martins -

• DJU
JCF·lOS·1I1
28.10.2003 p. 0024S) JCF.lOS

Quanto à suposta violação ao artigo 6° do Código Civil revogado,


tal também não existiu. A lide foi solvida com espeque no artigo 40,
§ 8° da CF, cuja emenda datou de 15.12.98. Entretanto, se lida com
cuidado, aquela emenda manteve a redação original do antigo § 4°

I ·1/Í1 {,
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do mesmo artigo 40, descaracterizando-se, aí, a aventada
vulneração ao princípio da irretroatividade das leis.

Assim, Eminentes Ministros, é de se concluir como incensurável o


Acórdão. Primeiro pelas próprias contradições do Recurso Especial
manejado, que se fundamenta em três premissas falsas. Segundo,
porque o Acórdão situa-se em fina sintonia com a Constituição
Federal, com a Constituição Estadual, com a jurisprudêncía pacífica
nesse Superior Tribunal de Justiça, como adiante transcritas.

o objetivo do legislador estadual foi a burla ao que determina a


Constituição Federal, para aumentar os vencimentos do policial da
ativa com a exclusão dos inativos. Isto porque, fato incontestado,


todos os integrantes da ativa da Polícia Militar do Estado da Bahia,
desde a edição da lei inconstitucional impugnada, estão a perceber
a vantagem criada na mesma.

A Douta PG E, na sua Revista da Procuradoria Geral do Estado da


Bahia, volume 18 de Julho/Dezembro de 1992, páginas 69/76,
transcreveu parecer lavrado nos autos do Processo Administrativo
nO 92.00221072, já identificava os propósitos inconfessáveis do
Legislador Estadual, ao criar "gratificações" e "vantagens", cujo
único propósito era a disfarçada burla à Constituição:

"Reclassificações vazIas de conteúdo, e que


nada mais significavam do que revisão de
vencimentos, eram realizadas, sem que a lei
fixasse sua extensão aos inativos.
Gratificações e vuntugens el·am concedidas
aos da ativa, buscando tão somente
recuperar a perda do valor da
remuneração, corroída pelo processo
inflacionário. Eram, no dizer de José Afonso

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da Silva, 'vezos melO mal'otos de rever
vencimentos dos servidores da ativa.' "

Sérgio de Andréa Ferreira observa que:

"... sendo a remuneração em . atividade


irredutível, os 'proventos têm de abranger
todas as verbas percebidas na ativa'.
Acrescenta que, agora, 'a paridade, um
velho sonho, é absoluta, o que evita a

(-) defasagem aviltante da remuneração do


aposentado'. Mais adiante, conclui: 'Quando
o servidor se aposenta, incorporando, por


exemplo, as vantagens de cargo em
comissão que exerceu, a verba incorporada
aos proventos se alterará, se modificar - e
em idêntica medida - a remuneração - ou o
respectivo sistema - daquele cargo, se essa
modificação for benéfica. O que não pode
ocorrer é a diminuição ou a extinção -
ainda que disfarçadas sob as formas,
insidiosas, da incorporação, da fusão, da
o absorção, da assimilação - de verbas, dada
a subjetivação da situação jurídica do
inativo. As alterações só podem ser para


melhorar, especialmente, em termos reais,
absolutos, segundo já referido princípio da
retroatividade benigna." (Comentários à
Constituição, 3° vol., pp. 463/465, Freitas
Bastos, Rio, 1991).

Celso Ribeiro Bastos, em passagem lapidar de seus Comentários à


Constituição do Brasil, escreve:

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..No texto atual basta que haja qualquer
sorte de mudança no estado do servidor na
ativa, decorrente ou não de alteração do
poder aquisitivo da moeda. Tal acréscimo
deverá necessariamente incidir também nos
proventos do inativo" (Sar-aiva, 3° vol., t.
III, p. 215).

Mas no estado da Bahia, com especial ênfase para os quadros da


sua Polícia Militar, infelizmente a norma constitucional
amplamente invocada não tem o menor acatamento do legislador
estadual. Tal enseja, especialmente que naquela corporação, hoje
em dia, que se registre a maior disparidade entre os vencimentos e


proventos dos seus integrantes, a se constatar que, em atividade,
um tenente em início de carreira perceba maiores vencimentos que
os proventos pagos a um velho coronel, de última patente, que
tenha, inclusive, comandado a Corporação.

Assenta-se o mérito do RECURSO ESPECIAL em duas premissas: A


primeira, de que a "GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL
MILITAR" é uma gratificação temporária, de caráter transitório e
que não se incorpora dos vencimentos, e não tem caráter de
o generalidade. A Segunda, que a referida gratificação tem o seu
pagamento condicionado ao exercício da atividade policial militar e
que, não sendo i ncorporável, não pode ser estendida aos inativos .

• Da primeira premissa, é o próprio texto da Lei nO 7.145/97, art. 14,


que instituiu a "Gratificação de Atividade .Policial" que contradiz as
razões do apelo:

"Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial Militar


incorpora-se aos proventos da inatividade, qualquer que
seja o scu tempo de percepção."

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3:;..2-
Quanto à segunda, a mesma contradiz o que dispõe
o artigo 11 do Decreto 6.749/97, que regulamentou
a Lei nO 7.145/97, que determinou o seguinte:

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 11 Os servidores
policiais militares da ativa, de todos os postos e
graduações, à exceção da graduação de Recruta,
farão jus, a partir de 1° de agosto de 1997, à
C) percepção da Gratificação de Atividade Policial
Militar, no valor correspondente à referência I,
estabelecida para o respectivo grau hierárquico .

• (GN).

Assim, Eminentes Ministros, é de se concluir como incensurável o


Acórdão, pelas próprias contradições do Recurso manejado,
fundamentado em duas premissas insubsistentes.

Sustenta, ainda, com veemência, que a vantagem instituída pela


referida lei, nO 7.145/97, se constituía em um benefício "pro labore

o faciendo" que contempla apenas alguns dos policiais militares.

.' Mas, para se afastar qualquer discussão doutrinária sobre a


natureza jurídica da vantagem criada pela Lei estadual nO 7.145/97,
basta simples leitura do seu artigo 14, que a configura

• simplesmente como adicional incorporável, senão vejamos:

"Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial


Militar incorpora-se aos proventos da inatividade,
qualquer que seja o seu tempo de percepção."

Como se pode observar, tratando-se de adicional


genérico e incorporável, não pode a gratificação
#I.
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em comento ser confundida com "gratificação pro
labore faciendo".
Então, eis onde o legislador infraconstitucional revela o " vezo
meio maroto ", nas palavras de José Afonso da Silva, ao rever
vencimentos de servidores da ativa com exclusão dos inativos, o
artigo 11 da Lei nO 7.145(97, que propositadamente "esquece" os
inativos do alcance da "GAP" ao fazer referência aos mesmos,
concedendo-lhes apenas um aumento de 5% no soldo:

Art. 10 - O Poder Executivo expedirá regulamento


disciplinando o procedimento para concessão e
pagamento da Gratificação instituída por esta Lei,

o

definindo a forma de apuração dos critérios que
fundamentam a sua atribuição .
\


Art. 11 - Os servidores inativos terão a parte básica dos
seus proventos ajustada aos valores de soldos fixados por
esta Lei.

Art. 13 - Será concedida, aos atuais ocupantes de postos


e graduações da Polícia Militar do Estado da Bahia, a
Gratificação de Atividade Policial Militar, na referência
I, sendo seu pagamento devido a partir de 01 de agosto
de 1997. ".

o E, abaixo, os termos do Decreto nO 6.749(97, regulamentador da


Lei nO 7.145(97, de onde exsurge visceralmente a
inconstitueionalidade do mesmo, tão bem repelida na r.SentençA:

• CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 11 - Os servidores policiais militares da ativa,
de todos os postos c graduações, à exceção da graduação
de Recruta, farão jus, a partir de 10 de agosto de 1997, à
percepção da Gratificação de Atividade Policial Militar, no
valor correspondente à referência I, estabelecida para o
respectivo grau hierárquico. (GN). ~
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...94. L

o intérprete excepcionou onde o legislador não excepclOnara, uma


vez que o texto da Lei 7.145 determina, no seu artigo 13, que se
conceda aos atuais ocupantes de postos e graduações da Pol ícia
Militar do Estado da Bahia, a Gratificação de Atividade Policial
Militar. Tal determinação abrange os inativos, uma vez que o oficial
só perde o posto e o graduado a graduação em caso de indignidade,
a rigor da norma inserta no Artigo 46, § 6° da Constituição
Estadual. Deriva daí, então, a inconstitucionalidade do Decreto
Estadual nO 6.749/97, tão bem acentuada na r.Sentença confirmada
pelo Acórdão lavrado no apelo do Estado.

Adentrando as doutrinas magnânimas de Celso Antonio Bandeira de


Mello, Gasparini e Hely Meirelles, que em nada correspondem ao
que foi posto a julgamento, a muque, quer fazer entender que tal
gratificação de atividade policial-militar precede, para sua
percepção, de um específico trabalho a realizar, dizendo-a guardar
estrita relação com o exercício da função policial. A aí excepciona o
que a norma do Art. 40, § 8° da CF /88 não o faz, afirmando que aos
inativos ou aposentados apenas caberia as sobras decorrentes de
transformação ou reclassificação de cargos em que se deu a
aposentadoria.
o
A Constituição Federal assegura tratamento igual aos
especificamente IguaIS perante a lei. E IguaIS, perante a
Constituição, são os servidores inativos que quando em atividade

• exerceram as mesmas funções dos que são contemplados com a


vantagem reclamada, não se admitindo qualquer discriminação
entre os mesmos, salvo em se tratando de gratificações
personalíssimas, o que não é o caso aqui tratado, uma vez que como
se anuncia desde a exordial, sem contestação, toda a oficialidade da
Polícia Militar da Bahia, menos os inativos, estão a perceber a
"gratificação de atividade policial-militar". ~

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o Estado da Bahia, neste caso, pretende que o Judiciário molde
interpretação divergente às normas insertas nos artigos citados
para, assim, chancelar a burla à Constituição Federal que cometeu.
Entretanto, para pacificar a questão sobre a natureza jurídica da
"GAPM", de se conferir os termos do Parecer SEGOV-
010030027986, lavrado pelo decano Procurador do Estado da
Bahia, o ilustrado Professor da Faculdade de Direito da UFBa,
Fernando Santana Rocha, verbis:

"Este processo renova pleito de servidores policiais militares


da reserva e reformados. Reclamam a extensão e incorporação
)
aos seus proventos da chamada gratificação de atividade

• ?
policial militar (GAP),
regulamentada pelo
instituída pela Lei nO
Decreto nO 6.749/97.
7.145/97 e
Tomam como

• preceito autorizativo o disposto no § 4° do art. 40


Constituição Federal (redação atual do § 8° do mesmo artigo
40, nos moldes da Emenda 20/98).
A Procuradoria Geral do Estado, por via dos Pareceres PEH-
da

AH-37/98, no processo 980004117, aprovado pela chefia (fls.24


a 37), e PP-AH-901-:l002 (fl.;)8 a 51), ambos da autoria da i.
procuradora Ana Cristina Costa Meirelles (embora o último
penda de apreciação da i. chefia), examinou exaustiva e
proficientemente a matéJ'Ía, sinalizando a ol'ientação que
prevalece no âmbito da Procuradoria de Pessoal.
Com efeito, assentou-se que a GAP é extensível aos inativos,
porque não se trata de vantagem de caráter pessoal, nem é
aplicada a uma situação particular referente aos servidores

• ativos, sendo esta a leitura que se deve fazer da Lei nO


7.145/97, a que confiJ'ma a instituição de vantagem de caráter
geral.
Assim, salvo melhor juízo da chefia, sou por que este processo
seja reunido ao que se acha na Procuradoria de Pessoal (SAEB-
02000020309813), subindo ambos a superior e final
consideração, para que tenham conclusão uniforme com o de
nO 980004117, já no Gabinete do Exm O Senhor Procurador
Geral. À consideração da Chefia. Procuradoria de Pessoal, 26
de julho de 2003. ,#\
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FERNANDO SANTANA - Procurador do Estado".

Vê-se, do mais culto dos procuradores do Estado da Bahia, e que tal


afirmação se constitua em demérito para os demais, o exemplar
deslinde da questão.

Por todo o exposto, esperam os RECORRIDOS o acolhimento de


uma das preliminares de não conhecimento do RECURSO.
Entretanto, acaso o mérito venha ser enfrentado, pelas fartas
razões de direito, inclusive pela própria jurisprudência dessa Corte,
esperam os RECORRIDOS a integral confirmação do aresto


vergastado no apelo extremo por


Justiça!

Salvador/Brasília, 13 de dezembro de 2007.

I
.672

()

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8J.-? 3'~
Emissão: 14/12/2007 (fJ
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGE INFORMAÇÃO
Extrato do Processo

Processo: 38759-3/2006
Tipo de Processo: MANDADO DE SEGURANCA
Competência: CÂMARAS CIVEIS REUNIDAS
Data de Entrada: 28/08/2000 Data de Autuação: 29/08/2006
Volume: 2

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES


Tipo Nome Documento
IMPETRANTE ADONEL FRAN<:;ISCO DOS REIS
IMPETRANTE MARIA DE WURDESFERREIRAPINTO
CÁRRILI;lÓ!. .:
,1 li' ,
IMPETRANTE BENEDITA CARVAlHO SANT0SE OUTROS
'" : . .. i... 1.., .
Advogado ROBERTTO LE~OS I: CORREIAl

.'
7672BA
IMPETRADO SECRETARIA [jAAOMI~ISTRACA0 DO ESTADO
DA BAHIA .. -
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• DADOS DE DISTRIBUIÇÃb
Data:
Tipo:
Órgão Julgador:
Relator:
29/08/200~
SORTEIO:
I
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I

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CÂMARASiCIVEIS ~EUNIDAS
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:
JUIZ SUBSTITUTo' EMIUO ~ALOMfi;o PINTb RESEDA
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! /.<"-", -::; .- ........ ,.-\.\ i


PETiÇÕES .
Númerb Tipo ,. } Data
49805-4/2006' HABILlTAÇÂO'NOS AUTOS ..
"- 09/11/2006
50362-7/20QE( PRESTANDO INFORMAÇÕES 10/11/2006
\. ./
RECURSOS ,
'. ,.:, : ..
Número Tipo Data Entrada
33708-5/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÂO. ,. 06/07/2007
61992-1/2007 RECURSO. ESPECIAL .. 08/11/2007
61993-0/2007 RECURSO EXTRAORDINÁRIO 08/11/2007


Página: 1 até 2

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Emissão: 14/12/2007 ~
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGEINFORMAÇÃO
Extrato do Processo

MOVIMENTAÇÕES
Data Movimentação Data Lançamento
13/12/2007 ENTRADA DE PROCESSO 13/12/2007
Observação: em 02 vol 299 fls
Órgão de Origem: ADVOGADO
Órgão de Destino: SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS
10/12/2007 SAlDA DE PROCESSO 10/12/2007
Observação: Sr"Diana Perez Rios,TeI3355-0500,Rua Senador Teotonio Vilella 110,sl
203,Cidadella 2,vls 2,fls 299
Órgão de Origem: SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS
Órgão de Destino:,ADV<DGADO
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07/12/2007 PUBLICAÇÃO-DA NOT.P/ CONTRA~RAZÕES AO RECURSO 07/12/2007


observaçflo: Re~urs!>s Esp~Ci~l:e Extr~o~dinário em 07/12/2007
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Petição: 69699-012007
Data de Entrada: 13/12/2007
Tipo de Petição: 'CONTRA RAZÕES
Qtde. Anexos: ,1
Data de Registro: 14/12/2007
Requerente: ADONEL FRANCISCO DOS REIS

Resumo: Ao Recurso Especial - 13 fls. I I

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Associada a: Processo de 2º Ç>rau : 1 : \
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[Nova Pesquisa] [Associar Parte e Advogado) "!

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Poder Judiciário
Tribunal de Just'lça do Estado da Bahia
SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIBUI CÃO
Recibo de Entrega de Petição Complementar

PROCESSO:
PETiÇÃO: 69698-112007
TIPO DA PETiÇÃO: CONTRA RAZOES
DATA DE ENTRADA: 1311212007
DOCUMENTOS ANEXOS: 1

Numerado e conferido por mim. no total de .. " .. , .... folhas


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ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 1200707


Excelentíssimo Senhor Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado da Bahia .



MANDADO DE SEGURANÇA N° 38.759-3/2006 .

Adonel Francisco dos Reis e outros, nos autos do


SEGURANÇA número à epígrafe, ante o Recurso Extraordinário
interposto, intimado, tempestivamente, apresentam anexo sua
impugnação às razões estatais, requerendo a não admissibilidade
do mesmo por ser incabível o recurso manejado. Na hipótese, ao
STF caberia julgar, em recurso ordinário, art. 102, II da CF, o
mandado de segurança decidido pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão, não havendo previsão específica para a
hipótese de denegatória em segurança pelos Tribunais estaduais,
como sói ocorrer na espécie, sendo de se aplicar, à hipótese, ~

Súmula 281:

• "É inadmissível o recurso extraordinário, quando coube


na Justiça
impugnada". (Súmula nO
de origem, recurso
281 do STF).
ordinário da decisão

Cotejando-se tal omissão com a Súmula nO 281 do Supremo


Tribunal Federal, verifica-se a impossibilidade de transitar o
recurso extremo.~0
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~. (

UÉ inadmissível o recurso extraordinário, quando não


ventilada, na decisão recorrida, a questão federal
suscitada". (Súmula 282).

Mais uma vez, o Estado da Bahia não ventilou opportuno tempore,


as questões que pretende elevar ao Pretório Excelso, o que se
constitui óbice ao trânsito do recurso.

Por todas estas razoes, sem elencar outras existentes, tais como
violação reflexa por norma local, ausência de pré-questionamento,
etc., para não viciar de redundância a impossibilidade do trânsito

• ao Recurso Extraordinário, esperam os RECORRIDOS que Vossa


Excelência haja por negar o seu seguimento .

• Pede deferimento.

Salvador, 13 de dezembro de 2007 .


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~
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EM MANDADO DE SEGURANÇA N° 38.759-3/2006.
RECORRENTE: O Estado da Bahia.
RECORRIDOS: ADONEL FRANCISCO DOS REIS E OUTROS.
CONTRARAZÕES AO RECURSO


i
Eminentes Ministros:

• PRELIMINARES -
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÀRIO
- SÚMULAS 281, 282 e 356 DO STF.

Preliminar de não conhecimento do Recurso. Suposta violação


constitucional, se existente, se daria de forma reflexa. E o
entendimento pacificado Supremo Tribunal Federal é no sentido de
que se a controvérsia foi decidida com amparo na legislação local,


() .

tal circunstância que impede a admissão do extraordinário,


incidindo o óbice da Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal.

• Ainda, para dissentir-se do acórdão recorrido, no Pretório Excelso


seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório que o
orientou, o que é vedado nesta instância, em face da incidência do
óbice da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

"É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber,


na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão
impugnada". (Súmula nO 281 do STF~-

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Registre-se que o Estado da Bahia não recorreu do acórdão como
lhe era facultado pelo artigo 105, rI, "b" da Constituição Federal,
deixando fluir in albis o seu prazo de recurso. Cotejando-se tal
omissão com a Súmula nO 281 do Supremo Tribunal Federal,
verifica-se a impossibilidade de transitar o recurso extremo.

De outro modo, há necessidade, para que se admita o recurso


extraordinário, de "alegação razoável" a significar "a
probabilidade de ter havido a alegada contrariedade ou
negativa de vigência do dispositivo legal invocado( ... )". O
aresto recorrido é incensurável, devendo, por ISSO mesmo,

•• prevalecer. O recurso extraordinário não pode ser conhecido sem


que se vulnere o princípio da alegação razoável uma vez que nas

• suas razões o RECORRENTE se limita, ipsis litteris, aos mesmos


termos da contestação, ainda em primeiro grau.

Ainda como preliminar, com fulcro no art. 324 do RISTF,


requerem os recorridos o nao conhecimento do Recurso
Extraordinário que, embora fosse enquadrado nos arts. 5°, XXXVI
e 40, § 8° da Constituição Federal, ocorre, na espécie, a
insurgência pelo Recorrente quanto à declaração de
inconstitucionalidade da Lei Estadual nO 7.145/97, pelo T J IBa.

LEI N° 7.145 DE 19 DE AGOSTO DE 1997


Reorganiza a escala hierárquica da Polícia Militar do
Estado da Bahia, reajusta os soldos dos policiais

• militares e dá outras providências.


O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que
a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Ar·t. 1° - Os postos e graduações da Polícia Militar do
Estado da Bahia ficam reorganizados na forma da escala
hierár'quica seguinte: ~r

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Art. 11 - Os servidores inativos terão a parte
básica dos seus proventos ajustada aos valores de
soldos fixados por esta Lei.

Art. 13 - Será concedida. aos at·uais ocupantes de


postos e graduacões da Policia Militar do Estado
da Bahia. a Gratificacão de Atividade Policial
Militar. na referência I. sendo seu pagamento
devido a partir de 01 de agosto de 1997.

Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial


Militar incorpora-se aos proventos de inatividade.
qualquer que seja o seu tempo de percepcão.

Art. 21 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua

• publicação, produzindo efeitos financei,'os a par·tir de


de agosto de 1997.
Art. 22 - Revogam-se as
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 19 de
disposições em contrário.
01

agosto de 1997.
PAULO SOUTO Governador
Pedro Henrique Uno de Souza Sérgio Augusto Martins
Moysés Secretário de Governo Secretário da
Administração Francisco de Souza Andrade Netto
Secretário da Segurança Pública

A pacífica jurisprudência do Pretória Excelso veda exame de


vulneração constitucional pela via reflexa por normativo de direito

• local, a SE VER DAS DECISÕES ABAIXO TRANSCRITAS, TODAS


VERSANTES
INATIVOS.
SOBRE A EXTENSIBILIDADE DA "GAPM" AOS

Do sempre lembrado Ministro Nery da Silveira, analisando a


"GAPM", assim julgou:

AGRAVO DE INSTRUMENTO N,. 3~.


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PROCEDo :BAHIA
RELATOR :MIN. NÉRI DA SILVEIRA
AGTE.:ESTADO DA BAHIA
ADV.: PGE-BA ANTÔNIO JOSÉ TELLES DE
VASCONCELLOS
AGDOS.:ALBENZIO TADEU KUHN FERNANDES
ADV.:ROBERTO LEMOS E CORREIA

DESPACHO: Vistos. Trata-se de agravo de instrumento


contra despacho do ilustre Senhor Desembargador
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,
que negou seguimento a recurso extraordil1ário, fundado
no art. 102, III, .a., da Constituição Federal. 2. O agravo

• não comporta seguimento. 3. Alega-se no apelo extl'emo


ofensa aos artigos 5·, XXXVI; 39, 1.; e 40, 4·, da

• Constituição Federal. 4· Não


p requ estiona me nto da alegada matéria co nstituci o n a I.
Incidem as Sumulas 282 e 356. De oUtra parte, o acórdão
examinou a controvérsia a luz
houve

da
regular

legislação
infraconstitucional regente da matéria. Não há falar em
ofensa direta e imediata a norma constitucional, mas,
somente, por via reflexa. Se, para dar pela ofensa a
Constituição, e mister, por primeIrO, demonstrar
vulneração a normas infraconstitucionais, estas e que
contam, não sendo possível, em decorrência, desde logo,
ter como satisfeitos os pressupostos do art. 102, III, a, da
Lei Maior, aos fins de admissibilidade do apelo
derradeiro. 5. Ademais, a contenda foi solvida com

• amparo na legislação local. Incide, na espécie, a Sumula


280. Nesse sentido, o AgRgRE n. 197.883-0, Segunda
Turma, a unam idade, relator
CARLOS VELLOSO, D.J.U. de 22/05/98, assim ementado:
o eminente Ministro

EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.


POLICIAIS MILITARES: SAO PAULO. ADICIONAL
INSALUBRIDADE. EXTENSA O AOS INATIVOS. I. - A
interpretação de normas locais e feita, sobel'anamente,
pelo Tribunal do Estado-membro. No caso, interpretando

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40.2~ ~1 3355.0500
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6

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normas locais, assentou o Tribunal à quo o caráter
objetivo da gratificação de insalubridade deferida a
todos os policiais militares da ativa, portanto extensível
aos inativos. lI. - Precedentes : RREE 198.180-SP e
218.317-SP. IIl. - R.E. indeferido. Agravo não provido .. 6.
Em face do exposto, com apoio no art. 557, do Código de
Processo Civil, combinado com o art. 21, 1., do
Regimento Interno, nego seguimento ao agravo.
Publique-se. Brasília, 06 de novembro de 2001. < >
Ministro NERI DA SIL VEIRA Relator

Igualmente, o culto Ministro Carlos Velloso, enfrentando a


matéria, assim decidiu:


AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 508.737

REL. MIN. CARLOS VELLOSO

AGTE: O ESTADO DA BAHIA

ADV. ANDRÉ MONTEIRO DO REGO

AGDO: ALCYONE AMARO DE ARAGÃO

ADV: EDVALDO ANDRADE

DECISAO: Vistos. O acórdão recorrido, em ação sob o


rito ordinário, assegurou aos policiais militares inativos
do Estado da Bahia a percepção da gratificação por
atividades de policia militar GAPM, instituída pela Lei

• estadual 7.145/97, dado o seu caráter genérico. Dai oRE,


interposto pelo ESTADO DA BAHIA, com fundamento no
art. 102, IIl, a, da Constituição Fede/'al, sustentado, em
síntese, violação aos arts. 5., caput e XXXVI; 39, . 1.; e
40, . 8., da mesma Carta, porquanto não extensível aos
inativos a referida gratificação. O recurso
extraordinário foi inadmitido na origem. Autos conclusos
no dia 16 do corrente mês. Decido. A decisão e de ser
mantida. O acórdão, interpretando norma local,
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entendeu que a gratificação por atividades de policia
militar GAPM tem cw·áter genérico, motivo por que
integ1'a os proventos dos inativos ou a estes se estendem.
Ora, a interpretação de lei local e feita, soberwlQmente,
pelo Tribunal local (Sumula 280-STF). Em caso similar,
RE 281.260-a, Relator o Ministro Mauricio Correa,
decidiu a 2. Turma: .EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL
EM RECURSO EXTRAORDINARIO. CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO. ARTIGO 40, 4., DA CARTA
FEDERAL. EXTENSA O AOS INATIVOS DE VANTAGNES
CONCEDIDAS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE.
NATUREZA JURIDICA DAS GRA TIFICA COES.
IMPRESCINDIBILIDADE DE PREVIO EXAME DOS


)
DISPOSITIVOS LEGAIS QUE AS INSTITUIRAM.
IMPOSSIBILIDADE. 1. E pacifica a jurisprudência desta

• Corte no sentido de que a garantia


parágrafo 4. do artigo 40 da Constituição Federal e de
eficácia imediata. 2. Natureza jurídica das gratificações
deferidas aos servidores em atividade pelas Leis n.s
insculpida no

2.148/77 e 2.613/87. Questão impossível de ser apreciado


em sede extraordinária, por exigir prévio exame das leis
que as instituí1'am, o que encontra óbice na Sumula 280
desta Corte. Agravo regimental não provido.11 Ademais,
ressalte-se que o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
<. > e a coisa julgada encontram proteção em dois níveis:
em nível infraconstitucional, na LICC, art. 6., e em nível
constitucional, art. 5., XXXVI, C.F. Todavia, o conceito
de tais institutos não se encontra na Constituição, art. 5.,

• XXXVI, mas na LICC, art. 6 .. Assim, a decisão que da


pela ocorrência, ou não, no caso concreto, de tais
institutos, situa-se no contencioso de direito comum, que
não autoriza a admissão do recurso extraordinário. No
mesmo sentido: AI 135.632-AgR/RS, ReI. Min. Celso de
Mello; AAIl 437.139-AgR/RJ, 418.766-AgR/GO e
430.042-AgR/SP, esses últimos de minha relatoria. Assim
posta a questão, nego seguimento ao agravo (art. 557,
(l/V\
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CEP·~355.0500 8

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caput. do CPC). Publique-se. Brasília, 23 de junho de
2004. Ministro CARLOS VELLOSO - Relator.

Acaso se verificasse a violação apontada, em juízo equivocado pelo


Recorrente, ainda assim a jurisprudência do Pretório Excelso, de
forma pacífica, afastaria a possibilidade de cabimento de recurso
extremo:

" ... Não cabe apelo extremo por ofensa reflexa a


norma constitucional ... " (RE 216.297), No mesmo
sentido: RREE 163.136; 225.400; 134.330;


AGRAG's. 183.380; 204.134; 201.617; 196.674;
178.323; 220.4 2 3).

• De outro modo, ainda que tal requisito de admissibilidade recursal


tivesse sido atendido, faltaria ao recurso extraordinário
razoabilidade em suas alegações, condição absolutamente
inexistente, data vênia, no recurso impugnado.

Esperam os Recorridos o acolhimento das preliminares aCima


suscitada para o não conhecimento do Recurso Extraordinário.

.'
)
MÉRITO

Insurge-se o Estado da Bahia contra acórdão Câmaras Cíveis

• Reunidas do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia que,


julgando o mandado de segurança asseverou ser de meridiana
clareza a dicção do § 8° do Artigo 40 da CF /88 em vedar a exclusão
dos aposentados aos benefícios de leis estaduais contempladoras de
vantagens concedidas aos servidores em atividade, alçando,
inclusive, jurisprudência, tanto do Egrégio STF., quanto do STJ. E
Tribunais dos Estados;fL(
~
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~> 6

o Acórdão, de forma muito inteligente, deixa entendido que o cerne


da questão é saber se, estando em atividade, os autores
perceberiam a vantagem. Certamente a resposta é positiva e,
conseqüentemente, plenamente cabível o pleito dos recorridos.

Assenta-se o RECURSO em duas premIssas: A prImeIra, de que a


"GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL MILITAR" é uma
gratificação temporária, de caráter transitório e que não se
incorpora dos vencimentos, e não tem caráter de generalidade. A
Segunda, que a referida gratificação tem o seu pagamento
condicionado ao exercício da atividade policial militar e que, não
sendo incorporável, não pode ser estendida aos inativos .

• Da primeira premissa, é o próprio texto da Lei nO 7.145/97, art. 14,

• que instituiu a "Gratificação de Atividade Policial" que contradiz as


razões do apelo:

"Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial Militar


incorpora-se aos proventos da inatividade, qualquer que
seja o seu tempo de percepção."

Quanto à segunda, a mesma contradiz o que dispõe


o artigo 11 do Decreto 6.749/97, que regulamentou
a Lei nO 7.145/97, que determinou o seguinte:

• CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSIT6RIAS E FINAIS
Art. 11 Os servidores
policiais militares da ativa, dc todos os postos e
graduações, à exceção da graduação de Recruta,
farão jus, a partir de 1° de agosto de 1997, à
percepção da Gratificação de Atividade Policial
Militar, no valor corrcspondente à referência I,
/!
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:30/..
~
estabelecida para o respectivo grau hierárquico.
3V1
(GN).

Assim, Eminentes Ministros, é de se concluir como incensurável o


Acórdão, pelas próprias contradições do Recurso manej ado,
fundamentado em duas premissas insubsistentes.

Demais, o Acórdão vergastado situa-se em fina sintonia com a


Constituição Federal, com a Constituição Estadual, com a
jurisprudência pacífica nesse Pretório Excelso e no Superior
Tribunal de Justiça, como adiante transcritas.


)

Sustenta, ainda, com veemência, que a vantagem instituída pela


referida lei, nO 7.145/97, se constituía em um benefício "pro labore

• faciendo" que contempla apenas alguns dos policiais militares .


Mas, para se afastar qualquer discussão doutrinária sobre a
natureza jurídica da vantagem criada pela Lei estadual nO 7.145/97,
basta simples leitura do seu artigo 14, que a configura
simplesmente como adicional incorporável, senão vejamos:

"Art. 14 - A gratificação de Atividade Policial Militar


incorpora-se aos proventos da inatividade, qualquer que
seja o seu tempo de percepção."

Como se pode observar, tratando-se de adicional


genérico e incorporável, não pode a gratificação

• em comento ser confundida com "gratificação pro


labore faciendo".

Então, eis onde o legislador infraconstitucional revela o " vezo


meio mamto ", nas palavras de José Afonso da Silva, ao rever
vencimentos de servidores da ativa com exclusão dos inativos, o
artigo 11 da Lei nO 7.145/97, que propositadamente "esquece" os
inativos do alcance da "GAP" ao fazer referência aos mesmos,
concedendo-lhes apenas um aumento de 5% no soldo~.

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40.2~ (0:.)71 3355.0500 II

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33J
J(IQ@/
Art. 10 - O Poder Executivo expedirá regulamento
disciplinando o procedimento para concessao e
pagamento da Gratificação instituída por esta Lei,
definindo a forma de apuração dos cl'itérios que
fundamentam a sua atribuição.

Art. 11 - Os servidores inativos terão a parte básica dos


seus proventos ajustada aos valores de soldos fixados por
esta Lei.

Art. 13 - Será concedida, aos atuais ocupantes de postos


e graduações da Polícia Militar do Estado da Bahia, a
Gratificação de Atividade Policial Militar, na referência
I, sendo seu pagamento devido a partir de 01 de agosto
de 1997. ".

• E, abaixo, os termos do Decreto nO 6.749/97, regulamentador da


Lei nO 7.145/97, de onde exsurge visceralmente a
inconstitucionalidade do mesmo, tão bem repelida na r.Sentença:

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 11 - Os servidores policiais militares da ativa,
de todos os postos e graduações, à exceção da graduação


, ')
dc Recruta, farão jus, a partir de l° de agosto de 1997, à
percepção da Gratificação de Atividade Policial Militar, no
valor correspondente à referência I, estabelecida para o

• respectivo grau hierárquico. (GN) .

o intérprete excepcionou onde o legislador nao excepcionara, uma


vez que o texto da Lei 7.145 determina, no seu artigo 13, que se
conceda aos atuais ocupantes de postos e graduações da Polícia
Militar do Estado da Bahia, a Gratificação de Atividade Policial
Militar. Tal determinação abrange os inativos, uma vez que o oficial
só perde o posto e o graduado a graduação em caso de indignidade,
a rigor da norma inserta no Artigo 46, § 6° da Constituição
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40.279·r.
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3).
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3B C
Estadual. Deriva daí, então, a inconstitucionalidade do Decreto
Estadual nO 6.749/97, tão bem acentuada na r.Sentença confirmada
pelo Acórdão lavrado no apelo do Estado.

Adentrando as doutrinas magnânimas de Celso Antonio Bandeira de


Mello, Gasparini e Hely Meirelles, que em nada correspondem ao
que foi posto a julgamento, a muque, quer fazer entender que tal
gratificação de atividade policial-militar precede, para sua
percepção, de um específico trabalho a realizar, dizendo-a guardar
estrita relação com o exercício da função policial. A aí excepciona o
que a norma do Art. 40, § 8° da CF/88 não o faz, afirmando que aos
inativos ou aposentados apenas caberia as sobras decorrentes de
transformação ou reclassificação de cargos em que se deu a


aposentadoria .

A Constituição Federal assegura tratamento igual aos


especificamente IguaIs perante a lei. E IguaIs, perante a
Constituição, são os servidores inativos que quando em atividade
exerceram as mesmas funções dos que são contemplados com a
vantagem reclamada, não se admitindo qualquer discriminação
entre os mesmos, salvo em se tratando de gratificações
personalíssimas, o que não é o caso aqui tratado, uma vez que como
se anuncia desde a exordial, sem contestação, toda a oficialidade da
Polícia Militar da Bahia, menos os inativos, estão a perceber a
"gratificação de atividade policial-militar" .

• o Estado da Bahia, neste caso, pretende que o Judiciário molde


interpretação divergente às normas insertas nos artigos citados
para, assim, chancelar a burla à Constituição Federal que cometeu.
Entretanto, para pacificar a questão sobre a natureza jurídica da
"GAPM", de se conferir os termos do Parecer SEGOV-
010030027986, lavrado pelo decano Procurador do Estado da
Bahia, o ilustrado Professor da Faculdade de Direito da UFBa,
Fernando Santana Rocha, verbis: X-
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"Este processo renova pleito de servidores
policiais militares da reserva e reformados.
Reclamam a extensão e incorporação aos seus
proventos da chamada gratificação de atividade
policial militar (GAP) , instituída pela Lei nO
7.145/97 e regulamentada pelo Decreto nO
6.749/97. Tomam como preceito autorizativo o
disposto no § 4° do art. 40 da Constituição
Federal (redação atual do § 8° do mesmo artigo
40, nos moldes da Emenda 20/98).
A Procuradoria Geral do Estado, por via dos
Pareceres PEH-AH-37/98, no processo 980004117,
aprovado pela chefia (fls.24 a 37), e PP-AH-90l-
2002 (fl.38 a 51), ambos da autoria da i.

• procuradora Ana Cristina Costa Meirelles (embora


o último penda de apreciação
examinou exaustiva e proficientemente a matéria,
sinalizando a orientação que prevalece no âmbito
da i. chefia),

da Procuradoria de Pessoal.
Com efeito, assentou-se que a GAP é extensível aos
inativos, porque não se trata de vantagem de
caráter pessoal, nem é aplicada a uma situação
particular referente aos servidores ativos, sendo
esta a leitura que se deve fazer da Lei nO 7.145/97,
a que confirma a instituição de vantagem de'
caráter geral.
Assim, salvo melhor juízo da chefia, sou por que

• este processo seja reunido ao que se acha na


Procw·adoria de Pessoal (SAEB-02000020309813),
subindo ambos a superior e final consideração,
para que tenham conclusão uniforme com o de nO
980004117, já no Gabinete do Exm O Senhor
Procurador Geral.
À consideração da Chefia.
Procuradoria de Pessoal, 26 de julho de 2003.

FERNANDOSANTAN~
,
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Procurador do Estado".

Vê-se, do mais culto dos procuradores do Estado da Bahia, e que tal


afirmação se constitua em demérito para os demais, o exemplar
deslinde da questão.

Finalmente, o Estado da Bahia alça o único julgado contrário ao


entendimento pacífico do STF, Min. Pertence, AGRAVO DE
INSTRUMENTO Nr. 446724, Min. Velloso, Min. Celso de Mello,
Min. N ery da Silveira, todos de entendimento unânime, que a
"GAP" é extensível aos aposentados. E o único entendimento
divergente, até então, do Min. Joaquim Barbosa, manifestado no AI

• 459418, foi reformado.

• "AG.REG.NO
PROCEDo : BAHIA
AGRAVO

RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA


DE

AGTE.(S): FLODOARDO CALDAS MEDEIROS DE AZEVEDO E


INSTRUMENTO Nr. 459418

OUTRO(AIS)
ADV.(AjS): ERENALDO DE SOUSA BRITO E OUTRO(AjS)
AGDO.(AjS) : ESTADO DA BAHIA
ADV.(AjS) : PGE-BA - LUIZ VIANA QUEIROZ
DECISÃO: Em decisão de 02.09.2004, dei provimento ao
agravo de instrumento inte"posto pelo estado da Bahia,
convertendo-o em recurso extraordinário, para julgar
improcedente o pedido de extensão da Gratljicação de
Atividade Policial Militar (GAPM) aos servidores policiais
inativos.


Concluí, naquela ocasião, que o Tribunal a quo entrou em
confronto com a jurisprudência desta Corte ao entender que
iqualquer vantagem, concedida após a promulgação da CF,
deve obrigatoriamente ser repassada ao servidor inativoi.
Na oportunidade, ressaltei o seguinte:
i3. Em matéria de gratificações do funcionalismo público,
esta Corte, interpretando O art. 40, § 8 0 , da Constituição, tem
entendido que, uma vez assentado O caráter geral da
gratificação concedida e comprovado que os servidores
preenchem os requisitos legais exigidos, deve se" estendida
aos inativos a vantagem assegurada aos servidores em
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quanto da Segunda Turma (cf. RE 366.400, reI. mino
Sepúlveda Pertence, DJ 27.06.2003, e AI 346.978-AgR, reI.
mino Carlos Velloso, DJ 05.04.2002).
4. Contudo, a mesma jurisprudência "estringe essa
interp"etação quando a gratificação está vinculada a alguns
requisitos estabelecidos em lei e o servidor inativo não os
preenche nem os pode alcançar. Assim ficou decidido no RE
199.141, julgado pela Segunda Turma (DJ 24.04.1998), e nos
RE 212.465 (DJ 24·06.1997) e 133.984 (DJ 18.06.1999), ambos
julgados pela Primeira Turma.i
Entretanto, no julgamento do AI 577.093-AgR (reI. mino
Carlos Velloso, DJ de 16.12.2005), revi meu posicionamento e
aderi ao entendimento unânime da Segunda Turma, no
sentido de que a análise da matéria aqui debatida
demandaria reexame de legislação local, de modo que incide,

• na espécie, o disposto na Súmula 280 do STF. Transcrevo a


ementa
ADMINISTRATIVO.
BAHIA.
daquele

GRATIFICAÇÃO
julgamento:
SERVIDOR
DE
MILITAR: INCLUSÃO NOS PROVENTOS. CF, art. 40, § 8°.
ATIVIDADE
iCONSTITUCIONAL.
PÚBLICO: ESTADO
DE POLÍCIA
DA

I. - O TribU/JaI do Estado-membro, interpretando normas


locais, entendeu que a gratIficação objeto da causa integra os
proventos do aposentado. A interpretação de normas locais,
pelo Tribunal local, é feita de forma soberana,
lI. - Alegação de ofensa ao inciso IX do art. 93, CF:
improcedência, porque o que pretende o recorrente, no ponto,
é impugnar a decisão que lhes é contrária, certo que o
acórdão está suficientemente fundamentado.
IlI. - Agravo não provido.i
Do exposto, com base no art. 557, § 1°, do Código de Processo

• Civil e no art. 317, § 2°, do RISTF, reconsidero a decisão de


fls. 177-178 e nego seguimento ao agravo de instrtlmento.
Brasília, 06 de março de 2006.
Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator",

Por todo o exposto, esperam os RECORRIDOS o acolhimento de


uma das preliminares de não conhecimento do RECURSO face à
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ABSOLUTA IMPOSSIBILIDADE DO SEU CONHECIMENTO,
QUE O QUE TEM JULGADO A CORTE EXCELSA.

Entretanto, acaso o mérito venha ser enfrentado, pelas fartas


razões de direito, inclusive pela própria jurisprudência dessa Corte
Suprema, esperam os RECORRIDOS a integral confirmação do
aresto vergastado no apelo extremo por

Justiça!

Salvador/Brasília, 13 de dezembro de 2007 .


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~?'\
Emissão: 14/12/2007 fi'
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGEINFORMAÇÃO
Extrato do Processo

Processo: 38759-3/2006
Tipo de Processo: MANDADO DE SEGURANCA
Competência: CÂMARAS CIVEIS REUNIDAS
Data de Entrada: 28/08/2006 Data de Autuação: 29/08/2006
Volume: 2

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES


Tipo Nome Documento
IMPETRANTE ADONEL FRANCISCO DOS REIS
IMPETRANTE MARIADÉ LOl:JRDES F:ERREIRAPINTO
CARRILHO
.
'\ .i ',i
"
i
I
IMPETRANTE BEf(lEI?ITA G:~RVI,I-LHÔ $ANTOS É OUTROS


I
Advogado ROBERnd LEMbsE'CÓRREIA. 7672BA
IMPETRADO SECR'ETARIADÁ ADMINISTRACAq DO ESTADO
DA BAHIA
\

• DADOS DE DISTRIBUIÇÃq
Data:
Tipo:
Órgão Julgador:
Relator:
29/08/2006
SORTEIO ;I
'!
i

i
(
."
' - .
"
CÂMARAS C[VEIS REUNIDAs

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I
i

JUIZ SUBSTITUTO'EMILlO SALOMAO PINT0 RESEDA


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j\
"
. \\
\

\
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PETiÇÕES .~
NúmeroJipo : .,", i j, Data
49805-4/2006 HABILlTAÇÂO NOS AUTOS 09/11/2006
50362-7/2006 ,PRESTANDO INFORMÁÇÓES 10/11/2006

RECURSOS \ ! : : I
!'
"
"

, )

-
Número Tipo. . Data Entrada
33708-5/2007 EMBARGOS DE (?EC~RAÇ~O , 06/07/2007
61992-1/2007 RECURSO ESPECIAL ., 08/11/2007
: I .
61993-0/2007 RECURSO EXTRAORDINÁRIO 08/11/2007


Página: 1 até 2
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""'''O
'Q/
Emissão: 14/12/2007 f
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
SECOMGE INFORMAÇAO
Extrato do Processo

MOVIMENTAÇÕES
Data Movimentação Data Lançamento
13/12/2007 ENTRADA DE PROCESSO 13/12/2007
Observação: em 02 vol 299 fls
Órgão de Origem: ADVOGADO
Órgão de Destino: SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS
10/12/2007 SAlDA DE PROCESSO ' 10/12/2007
Observação: Sr"Diana Perez Rios,Tel 3355-0500,Rua Senador Teotonio Vilella 110,sl
203,Cidadella 2,vls 2,fls 299
Órgão de Origem: SEC8ETARIA ESPECIAL DE RECURSOS
órgão de Destino: ADVOGADO " ,
07/12/2007 PUBLlCA,Ç;ÂODA N6T.'P/,c6t{T~-RAl:CES AO RECURSO 07/12/2007
Observação: Re.cursps Especi!1f e Extr,aordinário em 07/12/2007
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Página: 2 até 2

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Cadastra dados complementares de petição


S5J~
Sucesso! ?#o
Registro salvo

Petição: 69698-112007
Data de Entrada: 13/12/2007
Tipo de Petição: CONTRA RAZÕES L1
Qtde. Anexos: 1
Data de Registro: 14/12/2007
Requerente: ADONEL FRANCISCO DOS REIS E OUTROS.

Resumo: AO RECURSO EXTRAORDINARIO, EM 17 FLS.

".,0

: !

Associada a: Processo de 2Q q~àU


, . \'. :/(9 .. i \.:

~ados de Processo de,.2° Grau ,

.Processo de 2" Grau: 38759-3/20q6

Dados de Processo de 1° Grau


i
Processo de 10 Grau:
Órgão: \ \ \ "
\. ..
Dados de Processo da Turma Recursal
\.
Processo da Turma Recursal: " i .'
\. ",'
).~
,'Atualizar Restaurar

[NQva Pesquisa] [Associar Parte e Advogado]

Documento assinado digitalmente


http://saipro. conforme
tj. ba.gov. MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001,
br/sap2g/cadpet$PETI .Action View que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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1200707
;)"{V
(l)-
3 5/

ISENÇÃO DE PREPARO

Certifico que O(S) recorrentes está(ão) isento do preparo ou recolhimento das


despesas do porte de remessa e retomo, em razão de
ser 'fAhç/:v 1.4..- .I3a/uo~

Salvador-Ba éJ '+- de <:; I de 200 ~


aja~:tA--
Secretaria Especial de Recursos

CONCLUSÃO

• Nesta data, faço estes autos concluso ao Exrno. Sr. Des. Presidente do Tribunal
de Justiça do Estado da Bahia.

Salvador-Ba, 0-1 de _-"O.L.!.-I__de 200 Ii'.

Secretaria Especial de Recursos

Seção de Recursos-2" Vice-Presidência

• C1i fI!':)'

Salvador,
HEM ESSA
Nesta data, faça H!meSSa de.'ftú;,~ au+..os à
seer~!aritrfi.' d. Rocur"". com allclsão
.....~

23~:;t::~:Z
~_ ..,.. _
.. .... ;"".- ., "-'"

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SECRETARIA ESPECIAl,. DE RECURSOS
JUNTADA
Nesta data, j~nto estes a~tos oDE'CISÃO de
fls.3!f1/J!l~ para constar, lavro presente termo
Salvador, li 4e
- I P deO
R~
7 •

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Seção de Recursos

RECURSOS ESPECIAL-E-EXTRAORDINÁRIO NO_MANDAD9


DE SEGURANÇA N° 38759-3/2006
ORIGEM : SAL VADOR
RECORRENTE : ESTADO DA BAHIA
PROCURADOR : RENATO DUNHAM
RECORRIDOS : ADONEL FRANCISCO DOS REIS e outros
ADVOGADO : ROBERTTO LEMOS E CORREIA

DECISÃO

........
' -~
Estado da Bahia interpôs Recursos Especial e

• Extraordinário contra o Acórdão de fls. 206/215, das Câmaras Cíveis


Reunidas deste Tribunal de Justiça, que concedeu a segurança
pleiteada pelos ora recorridos "para que a gratificação da atividade
policial militar, na referência III, seja integrada aos proventos e
pensões dos impetrantes, a partir da data da impetração, com juros e
correção monetária, restituindo-se aos mesmos as diferenças
resultantes dessa inclusão./I

Os Embargos Declaratórios opostos às fls. 216/227


foram rejeitados pelo Acórdão de fls. 232/235.
..-
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Seção de Recursos

o Recurso Especial foi interposto com supedâneo nas


alíneas "a" e "e", do inciso lU, do art. 105, da Constituição Federal,
aduzindo o recorrente que o decisum vergastado violou os arts. 1º, 3º,
126, 128, 267, I e IV, 282, III, 293, 295, parágrafo único, II, 458, 459, 460,
e 535, I e II, do Código de Processo Civil, o art. 6º, do Decreto-Lei n 2
4.657/42 (LICC), os arts. 389, 395 e 404, do Código Civil de 2002, e o
art. 1º, da Lei nº 5.670/71, ao argumento de que houve negativa de
prestação jurisdicional, esquivando-se o órgão julgador de apreciar
todas as questões jurídicas suscitadas, a segurança perseguida é
incompatível com os fatos narrados, o aresto reconheceu direito

• adquirido a vantagens extintas e substituídas a servidores públicos,


em detrimento das normas constitucionais moralizadoras do sistema
remuneratório, e inexiste índice próprio de correção monetária, de
forma que sua condenação é indevida.

Alega que houve ofensa à Lei Estadual nº 7.145/97,


pois o aresto combatido concedeu a vantagem de que trata a
mencionada lei inobservando os parâmetros por ela estabelecidos.

Assevera ainda, que o Acórdão invectivado violou os


arts. 2º, 52, XXXIV, "ali, XXXV, XXXVI e LV, 37, X e XIV, 39, § 1 40, §§ Q,

4Q e 8º, 42, § 12, 93, IX, e 142, X, todos da Constituição Federal, pois
teria negado a prestação jurisdicional, desrespeitado o princípio da
separação dos poderes e o instituto do direito adquirido, além de ter

• permitido a cumulação de vantagens sobre o mesmo fato gerador, ao


considerar a determinada gratificação como aumento genérico de
vantagens.

Ademais, apresentou decisão paradigma de outros


Tribunais, a fim de caracterizar a divergência jurisprudencial na
interpretação da lei referente à matéria.

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ti
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Seção de Recursos

o Recurso Extraordinário, por sua vez, foi interposto


com supedâneo na alínea "a", do inciso IH, do art. 102, da
Constituição Federal, oportunidade em que o recorrente, reiterando
em todos os termos as razões do Recurso Especial, alegou que o
aresto farpeado ofendeu os arts. 22, 5º, XXXIV, "a", XXXV, XXXVI e
LV, 37, X e XIV, 39, § 12,40, §§ 4º e 8º, 42, § 12, 93, IX, e 142, X, todos
da Constituição Federal, porque: a) houve negativa de prestação
jurisdicional, pois o aresto combatido não enfrentou devidamente as
matérias aduzidas na defesa; b) o Poder Judiciário não pode instituir
obrigação só exigível por lei, sob pena de violação ao princípio da

• separação dos poderes; c) o Acórdão guerreado considerou a


gratificação instituída pela Lei nº 7.145/97 como um aumento genérico
de vencimentos, em detrimento das normas constitucionais
moralizadoras de sistema remuneratório; e d) não há direito
adquirido a regime jurídico, e há vedação constitucional a cumulação
de vantagens sob o mesmo título.

Pugna, ao final, pelo provimento dos recursos


interpostos.

Devidamente intimado, os recorridos apresentaram


suas contra-razões a ambos os recursos, às fls. 303/315 e 320/336, após
o que, atendendo ao disposto no § 12, do art. 542, do CPC, os
presentes autos vieram conclusos a esta 2ª Vice-Presidência para o

• exame da admissibilidade dos apelos manejados .

Em sintese, é o relatório.

Inicialmente, não se mostra razoável a alegada


violação aos arts. 126, 458, 459, e 535, I e lI, do Código de Processo
Civil, tendo em vista que o Acórdão invectivado tratou de toda a
matéria suscitada no processo, com fundamentação idônea e
suficiente, inexistindo, pois, qualquer omissão na prestação

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" sob o número 1200707
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Seção de Recursos

jurisdicional que justifique a interposição do apelo examinado, sob


esse argumento.

Também não há razoabilidade no argumento de que


os arts. 267, I e IV, e 295, parágrafo único, 11, do CPC teriam sido
contrariados, uma vez que o Superior Tribunal de Justiça já pacificou
seu entendimento no sentido de "Não é inepta a petição inicial que
atende aos requisitos do artigo 282 do Código de Processo Civil, onde
a descrição dos fatos e fundamentos permitem à parte contrária
contestá-la em todos os seus termos." (STj, AgRG no Resp 509170/PA, ReI.

• Ministro PAULO FURTADO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJlBA), T3 -


TERCEIRA TURMA, j. 24/03/2009, Pub. Dje 15/04/2009). No mesmo sentido: STJ,
AgRg no Ag 1043771/SP, ReI. Ministro SIDNEI BENETI, T3 - TERCEIRA TURMA, J.
16/06/2009, Pub. DJe 25.06.2009; STJ, REsp 926628JMT, ReI. Ministra DENISE
ARRUDA, TI - PRIMEIRA TURMA, J. 19/05/2009, Pub. DJe 18.06.2009.

Igualmente, não se mostra sensata a alegação de que


o art. 1º, da Lei nº 5.670/71 foi violado, uma vez que liA orientação
desta Corte é firme no sentido de que 'a correção monetária nada
acrescenta ao valor da moeda, adaptando-a à realidade e evitando a
corrosão do valor pelos efeitos da inflação' (Resp 676.133/MG, 1Jl
Turma, Rei. Min. Luiz Fux, Dl de 13.2.2006), ou seja, constitui mera
atualização da dívida." (STJ, Edcl no REsp 848545/RJ, Rei. Ministra DENISE
ARRUDA, TI - PRIMEIRA TURMA, f. 17/02/2009, Pub. DJe 23.04.2009) .

• Outrossim, é inadmissível a interposição do Recurso


Especial sob a alegação de contrariedade à Lei Estadual nº 7.145/97,
porque encontra óbice no Enunciado nº 280, da Súmula do STF,
aplicável por analogia, a seguir transcrita:

"Súmula 280. Por ofensa a direito local não cabe recurso


extraordinário."

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Seção de Recursos

No tocante a contrariedade aos arts. 1º, 3º, 128, 282,


IH, 293, 460, do Digesto Processual, e arts. 389, 395 e 404, do Código
Civil pátrio, olvidou-se o recorrente de tecer qualquer argumento
sobre eventual violação, limitando-se a citar que teriam sido
contrariados no preâmbulo da peça, de sorte que, da narrativa de
suas razões de recurso, não se chega à conclusão lógica de violação
aos dispositivos invocados. Por isso, a pretensão recursal, neste
tocante, encontra óbice no Enunciado nº 284, da Súmula do STF,
aplicável por analogia, in verbis:

"Súmula 284. É inadmissível o recurso extraordinário,


quando a deficiência na sua fundamentação não permite a
exata compreensão da controvérsia."

A interposição do Recurso Especial sob a alegação de


que os arts. 6º, da Lei de Introdução ao Código Civil, e arts. 2º, 5º,
XXXIV, "a", XXXV, XXXVI e LV, 37, X e XIV, 39, § lº, 40, §§ 42 e 8º, 42,
§ 1º, 93, IX, e 142, X , da Constituição Federal teriam sido violados,
não se mostra admissível, uma vez que o STJ já pacificou seu
entendimento no sentido de que "A matéria contida no art. 69 da
LICC, relativa ao direito adquirido e à preservação do ato jurídico
perfeito, tem índole nitidamente constitucional, razão pela qual é
insuscetível de exame na estreita via do Especial." (STI, AgRg no Ag
f. 0610812009,
1128952ISP, ReI. Ministro SIDNEI BENETI, T3 - TERCEIRA TURMA,
Pub. Dje 17/0812009), e é cediço que não cabe ao Superior Tribunal de

• Justiça julgar matéria de índole constitucional, já que foge à sua


competência. Neste sentido, a jurisprudência do STJ é remansosa,
como se infere da decisão abaixo:

"PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL - FALTA DE


PREQUESTIONAMENTO - SÚMULAS 282 E 356/STF -
AFERIÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO DIREITO -
SÚMULA 07/STJ - REPARTIÇÃO DE RECEITA ENTRE OS
ENTES FEDERATIVOS - ART. 158, IV, DA C.F. - MATÉRIA
CONSTITUCIONAL.

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Seção de Recursos

1. A Corte a quo não analisou a matéria recursal à luz dos


dispositivos legais apontados como violados. Assim, incide o
enunciado das Súmulas 282 e 356/STF. Ressalte-se que não foram
opostos os cabíveis embargos declaratórios a fim de suprir a
omissão do julgado.
2. In casu, aferir a existência ou não de direito líquido e certo
demandaria a reapreciação do conjunto fático-probatório, o que
é vedado em sede de recurso especial em face do preceituado na
Súmula 07/STJ.
3. Não cabe ao STJ examinar na via especial, sequer a título de
prequestionamento, eventual violação de dispositivo
constitucional, tarefa reservada, pela Constituição da


República, ao Supremo Tribunal Federal .
Agravo regimental improvido."
(ST], AgRg no REsp 1018337/SC, Rei. Ministro HUMBERTO
MARTINS (1130), 72 - SEGUNDA TURMA, ]. 18/08/2009, Pub.
D]e 31108/2009)

Com referência à alínea "c", do inciso III, do art. 105,


da Constituição Federal, o apelo não é admissível, posto que os
Acórdãos citados como paradigmas não instruíram a petição de
recurso nos moldes do art. 255, do RIST], e do art. 541, parágrafo
único, do Código de Ritos, nem sequer fora indicado na peça o
repositório oficial em que foram publicados. Abaixo, o referido artigo
541 do CPc, in verbis:

"Art.541. Omissis

• Parágrafo único. Quando o recurso fundar-se em dissídio


jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência
mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do
repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive
em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão
divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na
Internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em
qualquer caso, a circunstâncias que identifiquem ou assemelhem
os casos confrontados."

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Neste sentido, vale transcrever decisão proferida


pelo Égregio Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL
DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO.
DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS.
PRECEDENTES DO STJ. DESCUMPRIMENTO DO AGRAVO
REGIMENTAL.
1....
2. É inviável a apreciação do recurso especial fundado em

• divergência jurisprudencial quando o recorrente não demonstra


o suposto dissídio pretoriano por meio: (a) da juntada de
certidão ou de c6pia autenticada do ac6rdão paradigma, ou, em
sua falta, da declaração pelo advogado da autenticidade dessas;
(b) da citação de reposit6rio oficial, autorizado ou credenciado
em que o acórdão divergente foi publicado; (c) do cotejo
analítico, com a transcrição dos trechos dos ac6rdãos em que se
funda a divergência, além da demonstração das circunstâncias
que identificam ou assemelham os casos confrontados, não
bastando, para tanto, a mera transcrição da ementa e de trechos
do voto condutor do ac6rdão paradigma.
3....
4. Desprovimento do agravo regimental).
(STJ, AgRg no REsp 756.027/RS, ReI. Ministra DENISE ARRUDA
(1126), TI - PRIMEIRA TURMA, /. 19/06/2008, Pub. D/e
04/08/2008)"

• Quanto ao Recurso Extraordinário, a violação aos


arts. 5º, XXXIV, "a", XXXV, LV e 93, IX, da Constituição Federal não
se mostra razoável, pois o Tribunais Superiores tem decidido,
reiteradamente, que o órgão julgador não tem o dever de se
manifestar sobre todos os argumentos alegados pelas partes, mas
somente sobre aqueles que entender necessários para o julgamento da
questão, o que foi feito no acórdão objurgado, de forma clara e
fundamentada. Assim, não se revela razoável a alegação de ofensa ao
mencionado dispositivo.

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a- --
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Também se mostra inadmissível a interposição do


Recurso Extraordinário sob a alegação de violação aos arts. 2º, 52,
XXXVI, 37, X e XIV, 39, § 1º, e 40, §§ 4º e 82, da Constituição Federal,
uma vez que o Tribunal a quo fundamentou sua decisão na legislação
local, e o STF, pacificou a sua jurisprudência no sentido de que, em
casos como tais, a matéria é restrita ao âmbito infraconstitucional, e o
recurso encontra óbice no Enunciado n 2 280, da Súmula do STF. A
seguir, transcrição da pertinente Súmula e do julgado:

• "Súmula 280. Por ofensa a direito local não cabe recurso


extraordinário."

"AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADE POLICIAL MILITAR -
GAPM. EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS.
ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA
BAHIA, QUE DECIDIU A CONTROVÉRSIA COM BASE NA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL
PERTINENTE (LEI N' 7.145/97). INCIDÊNCIA DA SÚMULA
280 DO STF. Questão restrita ao âmbito infraconstitucional,
que não enseja apreciação em recurso extraordinário.
Precedentes: o AI 636.111-AgR, da relataria do ministro Ricardo
Lewandowski; o AI 639.129, da relataria da ministra Cármen
Lúcia; AI 661.219, da relataria do ministro Marco Aure1io; e o


AI 712.275-AgR, da relataria do ministro Eros Grau. Agravo
regimental desprovido."
(STF, AI 618737 AgRlBA, Rei. Ministro CARLOS BRITTO,
PRIMEIRA TURMA, J. 28110/2008, Pub. DJe 05/12/2008)

No mesmo sentido: STF, AI 604931 AgR/BA, ReI. Ministro


CARLOS BRITTO, PRIMEIRA TURMA, 1.05/09/2006, Pub. 0127/10/2006, p. 45.

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Seção de Recursos

Por fim, no tocante a violação aos arts. 42, § 1º, e 142,


X, da Carta Magna, também aqui o recorrente se eximiu de
argumentar sobre a alegada afronta, limitando-se a citar que teriam
sido contrariados no preâmbulo da peça, de sorte que, da narrativa de
suas razões de recurso, não se chega à conclusão lógica de violação
aos referidos artigos. Por isso, a pretensão recursal, neste tocante,
também encontra óbice no acima citado Enunciado nº 284, da súmula
do STF, in verbis:

"Súmula 284. É inadmissível o recurso extraordinário,

• interpostos.
quando a deficiência na sua fundamentação não permite a
exata compreensão da controvérsia."

Ante o exposto, NÃO ADMITO ambos os recursos

Publique-se e intimem-se.

Salvador, 21 de outubro de 2009.

Des. ~mo s~1il dos


ice-Presidente


RDC

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TRIBUNAL DE JUSTiÇA DO ESTADO DA BAHIA
2a VICE-PRESIDÊNCIA
SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS

CERTIDÃO

CERTIFICO que nos autos de h''''Xl:Q..;) ~ )~(à~MNCA

- nO 381-5j -_]).).00(" de ~=I'~:..=-.!...!::- _ _ _ _, em que é

• Recorrente gc~ b!J ~j.h;1l

e ,
Recorrido MJ--q,V!7L mM 01 J (;..o per }7.f.Lf.

Foi disponibilizada no Diário do Judiciário Eletrônico,


desta data, a Decisão que INADMITIU o(s)
Recurso(s) Wrc.._~ ,-;; e<-1TVJOiP.A)ÚV:?&o

o referido é verdade e dou fé,


Salvador, em 2'8 de 10 de 2009.
Eu, lU, Maria Eulina Daneu


âaudic< t!J1lI/21l-
Fernandes, subscrevo .

Ala Norte, Sala 206, Tribunal de Justiça do Estado da Bahia

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,;ECRETARIA ESPECIAL oe ReCURSOS
RETIRADA DE AUTOS
C1rtiflco que os sentes lutos forlm retirados
pelo(a) Dr.(') ib fJ/L..
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PODER JUDICIÁRIO

Informação para o processo N° Folha N° .$


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THJBUNAL DE JUSTiÇA DO ESTADO DA BAmA
SEÇÃO DE RECURSOS -
DESI'ACHO
Te"",, em vista j",odalidade recursal interposta à!; Ih _122~ c -
documentos de Os.. E f!61. de ordem intim~··sc a part~ advcr.Ja para..
lj:Jcrendo. uf,J"/:sentar ...:onlfarrazões no prazo d~ lei. PLlbliquc~5c. -
~al·,'ador. 16! Oll2ow. ~.~
l\lewt:y . 1 a ~1I un a
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ftuiza AS"il!sS rll da 2 Vice Pn.:>idfincin
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Secretaria Especial de,Recursos Agravo


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Certifico haver pU~ica,do.,.~ 9~~~ de
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intimação para a agravado responder.
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"~cretaria Especial de Rec'ltsos .Il.grav r

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dI'D~T''''~. &,,,~t.!~ . ri . Àel'll"~C''''
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Poder Judiciário

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l-ribuna\ de Justiça do Estado da Bahia 363
i ~.'im···::~... "'~:\ SECOMGE PROTOCOLO E DISTRIB~ICÃO
\,
....-.... .ir Recibo de Entrega de Petição G:&nplementar

PROCESSO: 0019095-89.2009.805.0000 - (;

PETiÇÃO: 7049-2/2010
TIPO DA PETiÇÃO: . PETiÇÃO
DATA DE ENTRADA: 08/02/2010
DOCUMENTOS ANEXOS:

Numerado e conferido por mim, no total de ." ........ folhas

• . E;ped;dO~08ll2l2010
3ECOMGE PROTOCOLO E DISTRI
\

~

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Excelentíssimo Senhor Desembargador Vice-Presidente do Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado da Bahia .



AGRAVO DE INSTRUMENTO
N° 0019905.89.2009.805.000-0.

ADONEL FRANCISCO DOS REIS e outros, nos autos do Agravo de

• Instrumento de número á epígrafe, interposto pelo Estado da Bahia


ante a
tempestivamente,
inadmissão do
apresentam
seu Recurso
anexo sua
Extraordinário,
impugnação
intimados,
ás razões
estatais, requerendo o envio das mesmas e dos autos ao Pretória
Excelso .

• Pede deferimento.

Salvador, OWe fevereiro de 2010.

1
Rua Senador
Documento assinado digitalmente Teotônio
conforme Vilella,
MP n° 110, Cidadella
2.200-2/2001 Centerque
de 24/08/2001, 11, Conj.
institui2031204, CEP 40279-435
a Infra-estrutura - Salvador-Ba
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
Fone:
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QLC advogados associados

AGRAVO DE INSTRUMENTO
N° 0019261-24.2009.805.0000.0
AGRAVANTE: O Estado da Bahia.
AGRAVADOS: ADONEL FRANCISCO DOS REIS e outros.
CONTRARAZÕES DOS AGRAVADOS


• Eminentes Ministros:

Eminentes Ministros:

PRELIMINARES -

• NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO


NÃO APRESENTAÇÃO FORMAL E FUNDAMENTADA DA


PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL:

Em atendimento à nova norma processual em vigor do art.543-A do


Código de Processo Civil, acrescentado pela Lei nO 11.418/06, deve
o Recorrente de forma explícita e fundamentada demonstrar a
relevância social e jurídica da questâo constitucional trazida à baila
pelo AGRAVO, o que se constitui em repercussão geral.

V ,

Rua Senador Teotõnio Vilella, 11 O, Cidadella Center 11, Conj. 203/204, CEP 40279-435 - Salvador-Ba 2
Fone: (71) 3355 0500 robertto@atarde.com.br
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QLC
--
o AGRAVANTE, entretanto, não fez expressa, formal e
fundamentada preliminar sobre repercussão geral no recurso
extraordinário como Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, §
2°, do Código de Processo Civil, que exige a apresentação de
preliminar formal e fundamentada sobre a repercussão geral,
significando a demonstração da existência de questões
constitucionais relevantes sob o ponto de vista econômico, político,
social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos das
partes, em tópico destacado na petição de recurso extraordinário .

• É imprescindível a observância desse requisito formal mesmo nas


hipóteses de presunção de existência da repercussão geral prevista
no art. 323, § 1°, do RISTF. A ausência dessa preliminar permite que

• a Presidência do Supremo Tribunal Federal negue, liminarmente, o


processamento do recurso extraordinário, bem como do agravo de
instrumento interposto contra a decisão que o inadmitiu na origem
(13, V, c, e 327, caput e § 1°, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal).

Não observando tal dispositiva, não há como o Supremo Tribunal


Federal sequer processar o presente recurso .

• INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL

• Supremo Tribunal Federal negará de plano, seguimento a Agravo de


Instrumento que não contenha preliminar de Repercussão Geral. Foi
o que decidiu o Pleno do Tribunal, reforçando a necessidade de
apresentação, na petição de agravo, de preliminar sobre a
repercussão geral.

É um novo requisito de admissibilidade pelo qual o agravante deverá


demonstrar a existência de questões constitucionais relevantes sob o

Rua Senador Teotônio Vilella, 110, Cidadella Center 11, Conj. 203/204, CEP 40279-435· alvador-Ba 3
Fone: (71) 3355 0500 robertto@atarde.com.br
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ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que
ultrapassem os interesses subjetivos das partes.

o instituto da Repercussão Geral, previsto no § 3° do art. 102 da


Constituição Federal e tratado nos arts. 543-A e 543-8 do Código de
Processo Civil, é uma espécie de "filtro recursal" que visa a redução
do número de processos na Corte, possibilitando que o Tribunal se
ocupe de questões relevantes na seara da análise da
constitucionalidade das Leis. Veja a ementa:

• "AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO


EXTRA ORDINARIO. REPERCUSSÃO GERAL DA
MATÉRIA CONSTITUCIONAL SUSCITADA
PRELIMINAR FORMAL E FUNDAMENTADA.
NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO. ART. 543-A, §
2°, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1.
Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, § 2°, do
Código de Processo Civil, que exige a apresentação de
preliminar sobre a repercussão geral na petição de

• recurso extraordinário, significando a demonstração da


existência de questões constitucionais relevantes sob o
ponto de vista econômico, político, social ou jurídico,
que ultrapassem os interesses subjetivos das partes. 2.
A ausência dessa preliminar na petição de interposição

• permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal


negue,
extraordinário,
liminarmente, o processamento
bem como do agravo de instrumento
do recurso

interposto contra a decisão que o in admitiu na origem


(13, V, c, e 327, caput e § 1°, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal). 3. Cuida-se de novo
requisito de admissibilidade que se traduz em
verdadeiro ônus conferido ao recorrente pelo legislador,

fY.t-
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~l:S

QLC advogados. associados

instituído com o objetivo de tornar mais célere a


prestação jurisdicional almejada. 4. O simples fato de
haver outros recursos extraordinários sobrestados,
aguardando a conclusão do julgamento de ação direta
de inconstitucionalidade, não eXIme o recorrente de
demonstrar o cabimento do recurso interposto. 5.
Agravo regimental desprovido." (STF PLENO
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO N° 569.476 / se. Relator(a): Min.
GILMAR MENDES. Data da Decisão: 02/04/2008. Data

• da Publicação/Fonte: DJE, 25/04/2008, VOL-02316-09,


p 1926)

• NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO - SÚMULA 280 DO STF,

É assente na Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal o não


cabimento de recurso extraordinário sobre suposta violação reflexa à
Constituição por norma de direito local.

De outro modo, o Pretório Excelso pontifica o não cabimento do

• recurso extraordinário
membro a norma de direito local.
por interpretação de tribunal de estado

AI-AgR 6203871 BA - BAHIA


AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 1310312007
Órgão Julgador; Segunda Turma

AGTE.(S)· ESTADO DA BAHIA


ADV.(AlS) :PGE-BA - CÂNDICE LUDWIG ROMANO
AGDO. (AIS) : ANTONIO PEREIRA DA SIL VA
ADV.(AIS) . NARCISO DE OLIVEIRA CORREIA

&-
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Ementa

EMENTA." AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. GRA TlFICAÇÃO POR A TlVIDADES DE
POLíCIA MILITAR - GAP. EXTENSÃ O AOS INA TlVOS.
DIREITO LOCAL. SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. 1. A controvérsia foi decidida com fundamento
em legislação de índole local, circunstância que impede a
admissão do extraordinário em virtude do óbice da Súmula
n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. Agravo


regimental a que se nega provimento .
Decisão
A Turma, por votação unânime, negou provimento ao
recurso de agravo,

• nos termos do voto do Relator. 2" Turma, 13.03.2007 .


SUM-000280
SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF".

"AI-AgR 6030301 MG - MINAS GERAIS


AGREG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a): Min. SEPÚL VEDA PERTENCE
Julgamento. 0210312007


Órgão Julgador: Primeira Turma
Parte(s)
AGTE.(S) : MARIA MARTA BELA TO
AO V. (AIS) NORMA SUELI MENDES ROCHA E
OUTRO(AIS)


AGDO.(AIS) : ESTADO DE MINAS GERAIS
ADV.(AlS) . ADVOCACIA GERAL DO ESTADO - MG -
EDUARDO
GOULART PIMENTA
Ementa

EMENTA: 1. Recurso extraordinário: descabimento: questão


relativa á natureza da pensão por morte de servidor do foro
extrajudicial decidida com base na interpretação das Leis
estaduais (MG) 552149 e 10.420191 e na análise de

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questões de fato, de reexame vedado no RE: incidência das


Súmulas 280 e 279. 2. Agravo regimental: necessidade de
impugnação de todos os fundamentos da decisão agravada.
Decisão
A Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo
de instrumento,
nos termos do voto do Relator. Unânime. Ausentes,
justificadamente, os Ministros Marco Aurélio e Carlos Britto.
1 a. Turma, 02.03.2007" .

• É o entendimento pacificado Supremo Tribunal Federal no sentido de


que se a controvérsia foi decidida com amparo na legislação local tal
circunstância impede a admissão do extraordinário, incidindo o óbice

• da Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal.

NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO

- SÚMULAS 281,282 e 356 DO STF.

Preliminar de não conhecimento do Recurso. Suposta violação

• constitucional, se existente, se daria


entendimento pacificado 'Supremo Tribunal Federal é no sentido de
que se a controvérsia foi decidida com amparo na legislação local,
de forma reflexa. E o

tal circunstância que impede a admissão do extraordinário, incidindo


o óbice da Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal.

De outro modo, há necessidade, para que se admita o recurso


extraordinário, de "alegação razoável" a significar "a probabilidade
de ter havido a alegada contrariedade ou negativa de vigência do
dispositivo legal invocado(... )". O aresto recorrido é incensurável,
devendo, por isso mesmo, prevalecer. O recurso extraordinário não
pode ser conhecido sem que se vulnere o princípio da alegação
razoável uma vez que nas suas razões o RECORRENTE se limita,

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ípsís lítterís, aos mesmos termos da contestação, ainda em primeiro
grau.

Ainda como preliminar, com fulcro no art. 324 do RISTF, requerem os


recorridos o não conhecimento do Recurso Extraordinário que,
embora fosse enquadrado nos arts. 5°, XXXVI e 40, § 8° da
Constituição Federal, ocorre, na especle, a insurgência pelo
Recorrente quanto á declaração de inconstitucionalidade da Lei
Estadual nO 7.145/97, pelo TJ/Ba .

• MÉRITO

Insurge-se o Estado da Bahia contra decisão do Presidente do

• Tribunal de Justiça da Bahia que, em juízo de admíssíbilidade, negou


trãnsito a RECURSO EXTRAORDINÁRIO proposto contra acórdão da
Cãmara Especializada do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da
Bahia que, julgando a apelação cível nO 7.521-7/2004, asseverou ser
de meridiana clareza a dicção do § 8° do Artigo 40 da CF/88 em
vedar a exclusão dos aposentados aos benefícios de leis estaduais
contempladoras de vantagens concedidas aos servidores em
atividade, alçando, inclusive, jurisprudência, tanto do Egrégio STF.,

• quanto do STJ. E Tribunais dos Estados.

Como bem enfatizado no aresto alvejado, ainda que as letras da Lei


nO 7.145/97 levem a conclusão que a "GAPM" se trata de uma

• gratificação proptem labore, a tentativa de burla ao princípio da


isonomia é desnudo quando confere a vantagem a todos os policiais-
militares em atividade e apenas àqueles permite o privilégio da sua
incorporação quando da aposentadoria, a se conferir de seu artigo
14°, e, como bem acentuou o acórdão, tal não é permitido
constitucional mente.

O Acórdão, de forma muito inteligente, indaga: "o cerne da questão é


saber se, estando em atividade, os autores perceb i m a vantagem.

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Certamente a resposta é positiva e, conseqüentemente, plenamente
cabível o pleito dos recorridos". (Fls. 314). A incorporabilidade de
"GAP" aos proventos dos inativos é matéria tratada e afirmada, com
trânsito em julgado certificado, nos seguintes excertos pretorianos:
1) no AG.REG. no AI nO 355.267-9, sob relatoria do Min. Néri da
Silveira; 2) AG.REG. no AI nO 508.737-8, relator Min. Carlos Velloso;
3) AG.Reg. no REEXTR. N° 281.260-9, relator Min. Maurício Corrêa;
4) AG.REG no AI nO 518.118-3, ReI. Min. Carlos Velloso.

DA INEXIST~NCIA DE APLlCAÇAO ANALÓGICA A QUE ALUDE O

• RECURSO:

Determinava a norma do então Artigo 40, § 8° da CF que as

• vantagens genéricas e incorporáveis, que fossem concedidas aos


servidores ativos, seriam necessariamente estendidas aos servidores
inativos. E só.

É FALACIOSA A AFIRMAÇAO DE QUE A VANTAGEM DA LEI N"


7.145 É DE NATUREZA PRO LABORE FACIENDO:

Assentado ao longo da instrução, todos os Policiais Militares do

• Estado da Bahia, até mesmo os que estão de férias, de licença-


médica e de licença com vencimentos estão percebendo a vantagem,
e os que se inativaram após o mês de Agosto de 1997, incorporaram
a vantagem criada pela Lei Estadual nO 7.145/97, a chamada "GAP",

• sendo, portanto, falaciosa


desconsidera o princípio da lealdade processual.
a afirmação

De resto, Eminente Relator, a peça recursal em impugnação copia da


recursal, inclusive

contestação e cola no Recurso Extraordinário, que por sua vez a cola


no AGRAVO DE INSTRUMENTO, em suas longas e repetitivas
razões, sem qualquer substrato que demonstre malferimento
constitucional a ensejar o seu conhecim~

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Como bem enfatizado no aresto alvejado, ainda que as letras da Lei


nO 7.145/97 levem a conclusão que a "GAPM" se trata de uma
gratificação proptem labore, a tentativa de burla ao princípio da
isonomia é desnudo quando confere a vantagem a todos os policiais-
militares em atividade e apenas àqueles permite o privilégio da sua
incorporação quando da aposentadoria, a se conferir de seu artigo
14°, e, como bem acentuou o acórdão, tal não é permitido
constituciona Imente.


Assenta-se o RECURSO em duas premissas: A primeira, de que a
"GRATIFICAÇAO DE ATIVIDADE POLICIAL MILITAR" é uma
gratificação temporària, de caráter transitório e que não se incorpora
dos vencimentos, e não tem caráter de generalidade. A Segunda,

• que a referida gratificação tem o seu pagamento condicionado ao


exercício da atividade policial militar e que, não sendo incorporável,
não pode ser estendida aos inativos.

Da primeira premissa, é o próprio texto da Lei nO 7.145/97, ar!. 14,


que instituiu a "Gratificação de Atividade Policial" que contradiz as
razões do apeio:

• "Art. 14 - A gratificação
Policial Militar incorpora-se aos proventos
da inatividade, qualquer que seja
de Atividade

o seu
tempo de percepção,"

• Quanto à segunda, a mesma contradiz o que dispõe o artigo 11 do


Decreto 6.749/97,
determinou o seguinte:
que regulamentou a Lei nO 7.145/97, que

CAPíTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 11 - Os servidores policiais militares
da ativa, de todos os postos e graduações,

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que
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à exceção da graduação de Recruta, farão
jus, a partir de 1° de agosto de 1997, à
percepção da Gratificação de Atividade
Policial Militar, no valor correspondente à
referência I, estabelecida para o respectivo
grau hierárquico. (GN).

o Estado da Bahia, neste caso, pretende que o Judiciário molde


interpretação divergente às normas insertas nos artigos citados para,


assim, chancelar a burla à Constituição Federal que cometeu.
Entretanto, para pacificar a questão sobre a natureza jurídica da
"GAPM", de se conferir os termos do Parecer SEGOV-
010030027986, lavrado pelo decano Procu rador do Estado da Bah ia,

• o ilustrado Professor da Faculdade de Direito da UFB a ,


Santana Rocha, verbis:
Fernando

"A Procuradoria Geral do Estado, por via dos


Pareceres PEH-AH-37/98, no processo
980004117, aprovado pela chefia (fls.24 a 37),
e PP-AH-901-2002 (fI.38 a 51), ambos da


autoria da i. procuradora Ana Cristina Costa
Meirelles (embora o último penda de
apreciação da i. chefia), examinou exaustiva e
proficientemente a matéria, sinalizando a
orientação que prevalece no âmbito da

• Procuradoria de Pessoal.
Com efeito, assentou-se
extensível aos inativos, porque não se trata de
vantagem de caráter pessoal, nem é aplicada
que a GAP é

a uma situação aos


particular referente
servidores ativos, sendo esta a leitura que se
deve fazer da Lei nO 7.145/97, a que confirma
a instituição de vantagem de caráter geral.
Assim, salvo melhor juízo da chefia, sou por

~ 11
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que este processo seja reunido ao que se
acha na Procuradoria de Pessoal (SAEB-
02000020309813), subindo ambos a superior e
final consideração, para que tenham
conclusão uniforme com o de nO 980004117, já
no Gabinete do Exm o Senhor Procurador
Geral.
A consideração da Chefia.n Procuradoria de
Pessoal, 26 de julho de 2003. FERNANDO


SANTANA Procurador do Estado".

Por todo o exposto, esperam os AGRAVADOS o acolhimento de uma


das preliminares de não conhecimento do AGRAVO face à
ABSOLUTA IMPOSSIBILIDADE DO SEU CONHECIMENTO, PELO
QUE TEM JULGADO A CORTE EXCELSA.

Entretanto, acaso, na eventual hipótese do provimento ao AGRAVO


DE INSTRUMENTO para enfrentar o mérito do RECURSIO
EXTRAORDINÁRIO, pelas fartas razões de direito, inclusive pela
própria jurisprudência dessa Corte Suprema, esperam os


AGRAVADOS a integral confirmação da SENTENÇA DE PRIMEIRO
GRAU integralmente confirmada pelo ACÓRDÃO RECORRIDO na
origem por

Justiça!

• de fevereiro de 2010.

rreia

12
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: Cadastra dados complementares de petição Página 1 de 1 11*
~
Cadastra dados complementares de petição
Sucesso!
Registro salvo

Petição: 7049-212010
Data de Entrada: '08/02/20101
Tipo de Petição: CONTRA RAZÕES
Qtde. Anexos:
Data de Registro: 09/0212010
Requerente: ADONEL FRANCISCO DOS REIS
'AO AGI/STF, E~l 11 FLS .


Resumo:

Associada a: Processo de 2 Grau


Q
O

~ados de Processo de 2° Grau


, Processo de 2° G ra u: 0019095-89.2009805.0000
-_.. ."._-
_-~
' - o

•Dados de Processo de 1° Grau

Processo de 10 Grau:
• Órgão:

Dados de Processo da Turma Recursal

Processo da Turma Recursal:

• Atualizar II Restaurar I
[Nova Pesquisa] [Associar Palte eAdvogado]

http://saipro.ti.ba.gov.brlsap2g/cadpet$PETI.Action View 9/2/2010

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ti
PODER JUDlCIARIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
2 a VICE PRESIDÊNCIA
SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS

CONCLUSÃO

Nesta data, faço os presentes autos conclusos à 2a


Vice-Presidente do Tribunal de Justiça da Bahia.
Salvador, em /]\) I 03 I ri Q 1 O .

12!~t~~
• TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
SEÇÃO DE RECURSOS
DESPACHO
Cuidam-se de Recursos Especial c Extraordinário inadmitidos.
,. l?esse modo. con.sidcrando o deliberado pelo Egrégio SuprcíYRT4butlaJ Federal, cm~essilQ
administrativa de 21/08/92. ao apreciar o Processo nO~~~O_Q.9 .1oS .. OOtr'tRcmt.no o
sobrestamento deste Agravo de Instrumento, referente à dedsilo 9,.ue in admitiu o Recu(j0 EX~<tordináriO até o
_ . dos Autos de Agcavo de Instrumento n' 0013:lG1-.J. '\ JooggOr 00. IlJa
retorno tl -Oremessa.
• ~
eJetromca ao Superior Tribunal de Justiçajá foi ordenada.
Publique-se.
Salvador,10ft)') /2010. ~<:c.~'.., SI .... "

Sílvia Lúcia Bon ~c;o Andrade Carva'lr,o


Juiza Assessora da 2~ ViccMPresidência
'G

SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS


CERTIDÃO

Certifico ter disponibilizado no DJE


de 1. 5 / 03 /~01() ,o despacho de sobrestamento

• destes autos.

Salvador, '1 5 de ~ de 2010

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Fls. 3W IMJFS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA ESPECIAL DE RECURSOS

! 'ICERTIDAO DE REMESSA

EM CUMPRIME~TS;.~~àY~úÁ~1d~'DISPOSTO
NO ART. 544 DO

•~ CÓDIGO DE PRo.é~s.$()tClVl~,! 'IAÇO A REMESSA DESTES


AUTOS AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
t
;'
./' '\
Salvador, em 10/05/2011.
I ) r" I
p/ Gabfíelà~ Souza
/Diretora.de'Secretaria
/ /1 \', /1'\ , I



Av. sa do CAS, nO 560, Tribunal de Justiça, salas 206/208, Ala Norte. TeJ.: 3372-5048/3372-5343

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TERMO DE RECEBIMENTO, REVISÃO,
AUTUAÇÃO E REGISTRO DE PROCESSO

ESTES AUTOS FORAM RECEBIDOS, REVISTOS, AUTUADOS E


REGISTRADOS EM MEIO MAGNÉTICO NAS DATAS E COM AS
OBSERVAÇÕES ABAIXO:

COORDENADORIA DE PROCESSAMENTO INICIAL,

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