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20/03/2023
Número: 5000363-72.2023.8.13.0610
Classe: [CRIMINAL] AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Órgão julgador: Vara Única da Comarca de São Domingos do Prata
Última distribuição : 19/03/2023
Assuntos: Prisão em flagrante
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
PCMG - POLICIA CIVIL DE MINAS GERAIS (AUTORIDADE)
ADILSON BORGES FERNANDES (FLAGRANTEADO(A))
Outros participantes
Ministério Público - MPMG (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
9757417673 20/03/2023 14:13 Decisão Decisão
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
DECISÃO
Vistos etc.
Consta dos autos que o flagrado, após fazer uso de substância entorpecente, iniciou uma
discussão com a vítima, sua companheira, ocasião na qual lhe deu um empurrão e lhe desferiu
um tapa no rosto.
Com vista dos autos, o Ministério Público manifestou-se pela manutenção da fiança, acrescida
das medidas cautelares de recolhimento domiciliar, comparecimento em juízo e proibição de
ausentar-se da Comarca (ID 9757022200).
É o relatório. Decido.
Da análise dos autos, verifica-se que o APFD está formalmente perfeito, preenchendo
satisfatoriamente o previsto nos artigos 302, 304 e 306 do Código de Processo Penal (CPP) e
no artigo 5º, incisos LXII, LXIII e LXIV da Constituição da República (CR/88).
Não há, nos autos, elementos que indiquem a necessidade da prisão preventiva do autuado
pelo delito destacado neste expediente. Isso porque, o suposto delito praticado pelo flagrado
não se enquadra nas exceções dos arts. 323 e 324, ambos do Código de Processo Penal
(CPP).
Verifico, ainda, que foi arbitrada fiança pela Autoridade Policial no importe de R$1.300,00 (um
mil e trezentos reais). Tenho que a quantia arbitrada não merece reparos.
Quanto ao pleito ministerial de recolhimento domiciliar noturno, entendo não ser o caso de sua
aplicação, tendo em vista o entendimento jurisprudencial de que tal medida implica
cerceamento de liberdade apto a configurar pena cumprida antecipadamente e com efeito
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incidente na detração .
Ante o exposto, com fulcro nos artigos 319, 321, 325, II, 327 e 328, todos do CPP, CONCEDO
a liberdade provisória, COM fiança no importe de R$1.300,00 (um mil e trezentos reais) a
Adilson Borges Fernandes, mediante as seguintes condições:
Fica o autuado advertido de que o descumprimento das medidas cautelares acima fixadas
poderá implicar na decretação de sua prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 282,
§4º, do CPP.
Deve o autuado ser cientificado, por ocasião do cumprimento do alvará de soltura de que, em
caso de ter sofrido algum tipo de violência, abuso, ilegalidade ou irregularidade no ato de sua
prisão, poderá informar ao Juízo ou ao Ministério Público.
Juiz de Direito
Rua Getúlio Vargas, 160, Centro, SÃO DOMINGOS DO PRATA - MG - CEP: 35995-000
5. Incide na hipótese a mesma ratio decidendi adotada pela Terceira Seção no julgamento do
HC n. 455.097/PR, no sentido de que o réu submetido a recolhimento domiciliar mandatório – a
despeito do fato de encontrar-se em situação mais confortável em relação àqueles a quem se
impõe o retorno ao estabelecimento prisional – está submetido a evidente restrição ao seu
status libertatis, ao não mais dispor da mesma autodeterminação de uma pessoa integralmente
livre.
7. Em conformidade ainda com o que foi decidido no HC n. 455.097/STJ pela Terceira Seção
do Superior Tribunal de Justiça, o tempo a ser computado como pena cumprida, para fins de
detração penal, limita-se aos intervalos nos quais o constrito foi obrigado a recolher-se. Os
períodos em que lhe foi permitido sair, ou em que se encontrava voluntariamente em casa, não
devem ser descontados.” RHC 140.214/SC
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