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ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO
Vara Única da Comarca de Capivari de Baixo
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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5001438-


26.2023.8.24.0163/SC
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: VICENTE CORREA COSTA
RÉU: ODAIR JOSE MANNRICH
RÉU: NERCI KURZ
RÉU: MARCIO PIRES DE MORAES
RÉU: JONES RODRIGO GAUGER
RÉU: GLAUCO GAZOLA ZANELLA
RÉU: DAVID DO PRADO
RÉU: CRISTIANE RUON DOS SANTOS
RÉU: ALTEVIR SEIDEL

DESPACHO/DECISÃO

1) Acolho a competência declinada (Evento 525, DESPADEC1)


e ratifico os atos anteriores (CPP, art. 108, § 1º)

2) O réu VICENTE CORREA COSTA requereu a revogação da sua


prisão preventiva ou a imposição de medidas cautelares diversas da prisão (Evento
529, PET1).

O Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento (Evento 532,


PROMOÇÃO1).

Pois bem.

Não obstante os ponderáveis argumentos do Ministério Público, sem


aprofundado juízo de delibação sobre as provas dos autos (o que será levado a
efeito apenas na sentença), verifica-se modificação da situação fático-jurídica que
ensejou a decretação da medida no Evento 3, DESPADEC1 dos autos n. 5001438-
26.2023.8.24.0163 (em apenso).
Isso porque, além da renúncia ao mandato de prefeito (o que ensejou
a declinação de competência a este juízo), a instrução criminal aguarda tão somente
os interrogatórios dos acusados, sendo o desfecho, então, iminente).

Daí porque, atualmente, medidas cautelares diversas da prisão


mostram-se adequadas e suficientes para resguardar a ordem econômica e a
conveniência da instrução criminal, além de evitar a reiteração delitiva.

Quer dizer, sem ignorar a gravidade concreta dos crimes imputados


(bem esmiuçada nas decisões pretéritas), diante do atual avançado estágio
processual, os fundamentos da medida extrema não mais se mantêm.

Ademais, parece-me, sim, que a renúncia ao mandato é fator que


acautela a ordem pública, isto, utilizando o mesmo raciocínio trazido pela
acusação.

Ora, se um dos objetivos buscados pelo parquet, com a mantença da


prisão cautelar seria interromper o ciclo de corrupção, vê-se este alcançado com a
retirada do réu do munus público, ainda que por decisão própria dele, já que, como
consectário lógico, perde o poder de estruturar conduta qualquer no seio da
Administração Pública.

A influência do réu, o risco de desaparecer com proveitos ou produtos


do crime, não estão comprovadas de forma concreta, sendo insuficientes à custódia
preventiva.

Assim, visível o esvaziamento dos fundamentos da prisão cautelar.

Ante o exposto, revogo a prisão preventiva do réu VICENTE


CORREA COSTA e aplico medidas cautelares diversas da prisão, consistentes
em:

a) comparecimento mensal em juízo para informar e justificar suas


atividades (CPP, art. 319, I);

b) proibição de acesso e frequência a Prefeitura Municipal de Capivai de


Baixo, seretaria e/ou autarquias, bem como de manter contato com qualquer
testemunha de acusação ou colaborador premiado da ação penal ou de
procedimentos conexos da Operação Mensageiro (CPP, art. 319, II e III);

c) proibição de ausentar-se da Comarca por mais de 07 (sete) dias sem


autorizção do juízo, bem de mudar de endereço, sem comunicação ao juízo
(CPP, art. 319, IV);

2.1) Expeça-se alvará de soltura e termo de compromisso,


cientificando-se que o descumprimento injustificado das medidas poderá acarretar a
decretação da prisão preventiva, se por al o réu não estiver preso.

Alimente-se o BNMP 2.0, nos moldes determinados pelo CNJ.


Promova-se a devida alimentação do campo "dados criminais" na
capa do processo.

2.2) Se for o caso, expeça-se carta precatória para fiscalização


da medida.

2.3) Intime-se à Polícia Militar para fiscalização.

2.4) Dê-se ciência ao Grupo de Monitoramento e Fiscalização do


Sistema Prisional.

3) Designo audiência em continuação para 18/09/2023 8h,


oportunidade em que serão interrogados os acusados.

O ato será presencial, possibilitada a participação, unicamente, de


advogados, por videoconferência.

3.1) Intime-se o(a) acusado(a) no último endereço informado nos


autos, cientes de que a ausência injustificada ensejará o prosseguimento do
processo sem a sua presença (CPP, art. 367).

3.2) Intime-se o(a) defensor(a) por publicação (CPP, art. 370, §1º),
pessoalmente se nomeado(a) (CPP, art. 370, §4º), ressalvado o disposto na Portaria
43/2019 deste Juízo.

3.3) Intime-se pessoalmente o Ministério Público (CPP, art. 370, §4º).

4) Intimem-se.

Documento eletrônico assinado por GUILHERME MATTEI BORSOI, Juiz de Direito, na forma do artigo
1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está
disponível no endereço eletrônico https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?
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Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): GUILHERME MATTEI BORSOI
Data e Hora: 24/7/2023, às 14:57:15

5001438-26.2023.8.24.0163 310046293905 .V21

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