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ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO
1ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão
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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5010328-24.2023.8.24.0075/SC

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ODAIR JOSE MANNRICH
RÉU: MARCIO PIRES DE MORAES
RÉU: JONES RODRIGO GAUGER
RÉU: DAVID DO PRADO
RÉU: DARLAN MENDES DA SILVA
RÉU: CRISTIANE RUON DOS SANTOS
RÉU: ALTEVIR SEIDEL
RÉU: CAIO CESAR TOKARSKI
RÉU: JOARES CARLOS PONTICELLI

DESPACHO/DECISÃO

A defesa de Caio Cesar Tokarski formulou oralmente pedido de  revogação da

prisão preventiva ao final da audiência do dia 31.8.2023, sobre o qual manifestou-se
desfavoravelmente o Ministério Público. 

Ao receber a presente ação penal, este Juízo analisou o pedido de revogação da

prisão preventiva do réu, o qual, naquela oportunidade, lastreou-se especialmente no ato de
renúncia ao mandato eletivo que exercia na Prefeitura desta cidade de Tubarão-SC, tendo
sido mantida a prisão  com fundamento no  risco à  ordem pública  e  na conveniência da
instrução processual. 

Com efeito, o fim da audiência de instrução na presente data  reflete

diretamente no fundamento da conveniência da instrução processual, exaurindo-se, em parte,
o fundamento. Isto porque é de se considerar que ainda se desenrolará a fase de diligências,
não podendo se antever os pleitos a serem realizados pelas partes. 

Em decisões anteriores já se consignou à exaustão que a influência política do

réu desborda do âmbito da Prefeitura do Município de Tubarão, fato este que justifica a
imposição de medidas cautelares ao réu, as quais reputo suficientes em substituição à prisão,
com o intuito de resguardar a finalização desta fase processual.

Quanto ao risco à ordem pública, este deve ser analisado sob o prisma dos
crimes apurados na presente ação e, neste caso, com a renúncia do réu ao cargo de vice-
prefeito e a fixação das medidas cautelares  ter-se-á  o controle necessário para assegurar a
ordem pública e salvaguardar referidos bens jurídicos (art. 282 do CPP). 

É de se registrar que, ainda que recentemente tenha sido negada a ordem no

Habeas Corpus n.  5045440-85.2023.8.24.0000, a análise ocorreu antes do encerramento
da presente instrução, o que, na visão deste Juízo, altera substancialmente a situação. 

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Assim, a despeito  dos termos da decisão que decretou a segregação cautelar,
entendo que, em razão do que consta dos autos, não  mais estão presentes, por ora, os
requisitos do art. 312 do CPP.   

À vista do exposto, substituo a prisão preventiva de CAIO CESAR TOKARSKI

pelas medidas cautelares de: a) monitoramento eletrônico por 180 (cento e oitenta) dias, com
área de abrangência na cidade de Tubarão (art. 319, IX, do CPP); b) proibição de adentrar na
Prefeitura Municipal de Tubarão, bem como de ter contato com qualquer testemunha, réu ou
colaborador premiado da ação penal ou de procedimentos conexos da Operação Mensageiro
(art. 319, II e III, do CPP). 

Consigno que a aplicação de referidas medidas cautelares de ofício por este

Juízo é possível em decorrência do disposto no art. 282, §6º do CPP, eis que existente pedido
de manutenção da prisão preventiva do acusado pelo Órgão Ministerial, o que viabiliza a
aplicação de medida menos grave sem malferir o princípio acusatório.  

Expeça-se alvará de soltura em favor do acusado Caio Cesar Tokarski, pondo-

o em liberdade se por outro motivo não estiver preso.

Considerando que o acusado declinou em seu interrogatório não ter endereço

fixo, intime-se a defesa de Caio Cesar Tokarski para, no prazo de 5 (cinco) dias, informar o
endereço atualizado do réu, em atenção ao art. 367 do CPP.

Documento eletrônico assinado por GABRIELLA MATARELLI CALIJORNE DAIMOND GOMES, Juíza de
Direito, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do
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Informações adicionais da assinatura:

Signatário (a): GABRIELLA MATARELLI CALIJORNE DAIMOND GOMES
Data e Hora: 1/9/2023, às 15:39:24

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