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DECISÃO
Vistos etc.
Relatório
Mateus Barbosa Jardim, qualificado nos autos, foi autuado em flagrante delito, no dia 9
de maio de 2023, pela prática, em tese, do crime previsto no artigo 311, §2º, inciso III,
do Código Penal.
É o relatório.
Fundamentação
Pela análise do procedimento, verifico que a lavratura do auto de prisão em flagrante não
respeitou todos os ditames legais, não sendo, portanto, possível a homologação.
Isso porque não se observa a ocorrência de nenhuma das hipóteses do artigo 302 do Código
de Processo Penal, tendo em vista que o custodiado não foi flagrado cometendo a ação
prevista no tipo do artigo 311 do Código Penal.
No caso em apreço, não se verifica o cometimento de uma das ações previstas no tipo
previsto no artigo 311 do Código Penal.
Como dito, não há quaisquer indícios de que o custodiado estaria adulterando ou teria
acabado de adulterar o sinal identificador, com o objetivo de praticar uma das condutas
descritas no artigo 311 do Código Penal. Além disso, não ficou delineado que o custodiado
estaria sendo perseguido logo após a notícia de que estivesse praticando o delito.
Lado outro, saliente-se que o delito previsto no artigo 311 do Código Penal não é
permanente, pois a consumação da adulteração ou remarcação se esgota nestes atos, não
se protraindo pelo tempo.
Nesse sentido:
Dessa forma, nota-se que a prisão em flagrante não se sustenta, uma vez que ela não
ocorreu de acordo com uma das hipóteses previstas no artigo 302 do Código de Processo
Penal, o que desnatura o estado de flagrância.
Com efeito, diante desse cenário, o relaxamento da prisão é medida que se impõe.
Dessa forma, também por este motivo, a prisão em flagrante não se sustenta, devendo ela
ser relaxada.
Expeça-se o alvará de soltura em favor do custodiado, salvo se por outro motivo não
estiver preso.
Intimem-se.
Cumpra-se.
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