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EXCELENTÍSSIMO SENHOR.

DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

JOÃO DA SILVA, brasileiro, solteiro, advogado, OAB n° XXX, portador do RG n°


XXXX, inscrito no CPF n° XXXXX, (endereço eletrônico), com endereço profissional
na rua (endereço completo), na cidade do Rio de Janeiro/RJ, vem, respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, impetrar

HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR

em nome de JOAQUIM BASTOS, brasileiro, solteiro, médico, portador do RG n°


XXXXXX, inscrito no CPF n° XXXXXXX, (endereço eletrônico), residente e
domiciliado na Rua X, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, com fundamento no art. 5º,
inc. LXVIII, da CF/88, tendo como autoridade Coatora o Juiz da 2ª Vara de Família
da Capital, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

I - DOS FATOS

O paciente está sofrendo execução de alimentos por seus filhos, Marina e


Marcos Messias Bastos, menores com onze (11) e oito (08) anos, respectivamente,
representados por sua mãe, Margarida Messias, pelo rito do artigo 911 do CPC.

Ocorre que, na referida execução, que tramita perante o juízo da 2ª Vara


de Família da Capital, o Paciente foi citado no dia X do mês X do corrente ano para
pagar a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), relativa aos últimos quatro meses
não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de
Família, em processo que tramitou no ano de 2008.

Diante disso, como não tinha dinheiro para pagar, em virtude de estar
desempregado há 6 meses, o Paciente quedou-se inerte. Todavia, o juiz da 2ª Vara
de Família, autoridade Coatora, decretou a prisão pelo prazo de sessenta dias.
II - DO DIREITO

Percebe-se nitidamente que tal ato contraria o disposto no art. 5º, inc. LXVIII da
CF/88, visto que o Paciente corre o risco de ter a sua liberdade cerceada há
qualquer momento por falta de pagamento.

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;

Ademais, o inadimplemento não ocorreu de forma voluntária, mas porque o


Paciente encontra-se desempregado há 6 meses, quedando-se inerte por não saber
o que fazer, portanto, tal medida judicial também fere o que está descrito no art. 5º,
inc. LXVII da CF/88.

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;

Por fim, caso essa medida seja realizada, o Paciente estará


impossibilitado a conseguir um trabalho que possa garantir o pagamento futuro dos
alimentos a seus filhos, o que afetará ainda mais o seu ânimo como garantidor
dessa responsabilidade, o que vai de encontro ao disposto no art. 1º, inc. III da
CF/88.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:

(...)

III - a dignidade da pessoa humana;

Diante do exposto, requer de Vossa Excelência que o mandado de prisão


expedido pela autoridade Coatora contra o Paciente seja revisto, por consequência,
que defira a presente medida liminar.

II.I - CABIMENTO DA MEDIDA LIMINAR

Periculum In Mora verifica-se o receio que a demora da decisão judicial cause um


dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado.

Isso frustraria por completo a apreciação ou execução da ação principal.


Portanto, juntamente com o fumus boni iuris, o periculum in mora é requisito
indispensável para a proposição de medidas com caráter urgente (medidas
cautelares, antecipação de tutela).

Fumus Boni Iuris verifica-se um sinal ou indício de que o direito pleiteado de fato
existe.

Não há, portanto, a necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera


suposição de verossimilhança.

Esse conceito ganha sentido especial nas medidas de caráter urgente, juntamente
com o periculum in mora.

A configuração do periculum in mora exige a demonstração de existência ou da


possibilidade de ocorrer um dano jurídico ao direito da parte de obter uma tutela
jurisdicional eficaz na ação principal.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer que seja concedida a ordem de habeas corpus,


liminarmente, em favor do paciente, uma vez que presentes a probabilidade de dano
irreparável e a fumaça do bom direito, a fim de que seja relaxada a prisão em
flagrante ou concedida a liberdade provisória com ou sem medidas cautelares e
com ou sem fiança, no que for mais favorável ao paciente e expedido o competente
alvará de soltura.

Requer a concessão da presente ordem de habeas corpus com a consequente


expedição de alvará de soltura, concessão da liminar, regular prosseguimento do
feito e no mérito a concessão definitiva do presente writ.

Requer ainda o regular prosseguimento do feito com a ratificação da liminar


concedida, decretando-se a liberdade provisória ao paciente.

Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
Local, data.
Advogado/OAB

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