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AO JUÍZO DA VARA ________ DA COMARCA____________ - _________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº ________ , RG nº ________ , ________ , residente e
domiciliado na ________ , ________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ , ________ , vem à
presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar
AÇÃO DE INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA
em face de ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº ________ , ________ , residente e
domiciliado na ________ , ________ , ________ , ________ , ________ , e;
em face do MUNICÍPIO DE ________ , com endereço para intimaçõ es neste Município em
________ , nº ________ , pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DOS FATOS
O paciente foi acometido por doença ________ , nã o dispondo do necessá rio discernimento
para a prá tica dos atos da vida civil, sendo incapaz de reger sua pessoa e seus bens,
passando por uma séria de tratamentos médicos e psiquiá tricos que nã o mais surtem
efeitos, conforme có pia de ________ e histó rico médico que junta em anexo.
Ocorre que, a doença se agravou causando sérios transtornos e ________ , além de risco à
saú de física dele pró prio e de sua família.
Ao requerer a internaçã o do interditando, o pedido foi negado pelo Município por ________ .
Assim, considerando a legitimidade do requerente, uma vez que ________ , requer a presente
intervençã o estatal.
DA LEGITIMIDADE
O Requerente é ________ do interditando, conforme documentos em anexo, convivendo com
o mesmo nos ú ltimos ________ anos.
Assim, nos termos do Art. 747 do CPC/15, demonstrada a legitimidade do Requerente.
DO DIREITO À INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA
A capacidade prevista no primeiro artigo do Có digo Civil pode sofrer restriçõ es legais
quanto ao seu exercício, o que ocorre quando a pessoa nã o possui condiçõ es para a prá tica
dos atos da vida civil para reger e administrar a sua pró pria rotina.
No presente caso, a internaçã o compulsó ria é media urgente e necessá ria, pela
demonstraçã o inequívoca de sua incapacidade de convívio social sem cuidados médicos e
psiquiá tricos, conforme laudos e histó rico médico que junta em anexo.
Ou seja, tratam-se de situaçõ es que se adequam perfeitamente à Lei n.º 10.216/2001:
Art. 4º - A internaçã o, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os
recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
(...)
Art. 6º - A internaçã o psiquiá trica somente será realizada mediante laudo médico
circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Assim, considerando as circunstâ ncias do caso concreto, confirmadas por laudo médico
psiquiá trico e pela urgência, a internaçã o é medida que se impõ e, conforme precedentes
sobre o tema:
APELAÇÃ O CÍVEL. INTERNAÇÃ O COMPULSÓ RIA. EXTINÇÃ O DO FEITO SEM RESOLUÇÃ O
DE MÉ RITO POR FALTA DE INTERESSE DE AGIR AFASTADA. PRÉ VIA INTERDIÇÃ O DA
PACIENTE. DESNECESSIDADE. DIREITO À SAÚ DE E À INTEGRIDADE FÍSICA E MENTAL DO
DEPENDENTE QUÍMICO. LEI Nº 10.216/01. INDÍCIOS SUFICIENTES QUE DEMONSTRAM A
POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃ O DA MEDIDA. PECULIARIDADE DO CASO CONCRETO.
HISTÓ RICO DE AGRESSIVIDADE CONTRA OS AVÓ S. ESTATUTO DO IDOSO.
APLICABILIDADE. INEXISTÊ NCIA DE EFETIVIDADE NAS MEDIDAS PREGRESSAS.
SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. Esta Corte de Justiça tem decidido que,
diante das peculiaridades dos casos em concreto, é possível a internaçã o compulsó ria
quando houverem indícios suficientes que demonstrem a necessidade de aplicabilidade da
medida, podendo o laudo médico ser apresentado apó s o cumprimento da medida. Como
regra a internaçã o compulsó ria demanda a arts. 4º e 6º da Lei n. 10.216/2001, a saber, o
demonstrativo de que as medidas extra-hospitalares se mostraram insuficientes para
melhora do adoentado, e a presença de laudo médico circunstanciado que ateste os seus
motivos. Sendo extenso o histó rico de violência do paciente esquizofrênico, inclusive em
relaçã o aos seus familiares, a ponto de resultar em diversas internaçõ es temporá rias, é de
bom alvitre determinar a segregaçã o compulsó ria, apesar da ausência de laudo médico pré-
constituído, que poderá ser produzido imediatamente apó s a segregaçã o do paciente (TJSC.
Des. Maria do Rocio Luz Santa Ritta). (TJSC, Apelaçã o Cível n. 0905985-06.2016.8.24.0038,
de Joinville, rel. Des. Pedro Manoel Abreu, Primeira Câ mara de Direito Pú blico, j. 27-11-
2018)
#3473710
Motivo que deve conduzir ao imediato deferimento do pleito.
INTERNAÇÃ O COMPULSÓ RIA PREVIAMENTE À AÇÃ O DE INTERDIÇÃ O
A internaçã o psiquiá trica compulsó ria É regida pela Lei nº 10.216/2001 e, com efeito,
inexiste na legislaçã o de regência, qualquer previsã o que imponha a interdiçã o prévia como
condiçã o para concessã o da internaçã o psiquiá trica.
Nesse sentido, nã o obstante nã o haver a interdiçã o do internando pois indicar motivo, a
internaçã o compulsó ria é medida urgente e necessá ria, sendo cabível no presente caso,
conforme precedentes sobre o tema:
Internaçã o compulsó ria - Inicial indeferida por inadequaçã o da via eleita, sob o fundamento
de que é necessá ria a prévia interdiçã o do paciente para a internaçã o compulsó ria
requerida por familiar ou entã o que a açã o seja ajuizada pelo Ministério Pú blico -
Descabimento - Pedido de internação compulsória que não está condicionado à
interdição e que nã o é de titularidade exclusiva do Ministério Pú blico - Exigências que nã o
encontram amparo na Lei nº 10.216/2001, que rege a matéria - Sentença anulada, com
determinaçã o. (TJSP; Apelaçã o 1000427-37.2018.8.26.0070; Relator (a): Luciana Bresciani;
Ó rgã o Julgador: 2ª Câ mara de Direito Pú blico; Foro de Batatais - 2ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 14/08/2018; Data de Registro: 14/08/2018)
REEXAME NECESSÁ RIO - DIREITO PROCESSUAL - INTERNAÇÃ O COMPULSÓ RIA -
DEPENDÊ NCIA QUÍMICA - LEI Nº 10.216/01 - NECESSIDADE DE INCLUSÃ O DO
INTERNANDO NO PÓ LO PASSIVO - DIREITO DE DEFESA - EMENDA DA INICIAL - CASSAR
SENTENÇA. Inexiste na Lei nº 10.216/01, qualquer previsão que imponha a
interdição prévia como condição para concessão da interdição. (...) (TJ-MG - Remessa
Necessá ria-Cv 1.0621.17.000570-9/001, Relator (a): Des.(a) Jair Varã o, julgamento em
12/04/0018, publicaçã o da sú mula em 02/05/2018, #93473710)
Portanto, requer o recebimento e devido processamento do presente pedido e, ao final, o
seu total provimento.
DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁ RIA DO MUNICÍPIO
O direito à saú de se trata de um direito fundamental do Autor, conforme previsto nos arts.
196 e 227 da Constituição Federal. Para tanto, se estabelece a responsabilidade
solidária da União, Estados e Municípios a prestar o atendimento necessá rio na á rea da
saú de, conforme expressa redaçã o do Art. 3º da Lei 10.216/01.
Por conseguinte, cabe ao Município, que neste caso gerencia a clínica psiquiá trica
municipal a dar assistência à saú de e garantir os meios indispensá veis para o tratamento
médico, conforme entendimento predominante nos tribunais:
Interdiçã o cumulada com internaçã o compulsó ria. Providência solicitada por médico
responsá vel pelo tratamento do paciente - dependente químico. Município está obrigado
a proporcionar aos habitantes do território o tratamento necessário. Caso envolve
saú de pú blica. Pretensã o de transferir a obrigaçã o ao Estado de Sã o Paulo nã o pode
prevalecer. Interesse social levado em consideraçã o. Sistema Ú nico de Saú de. Todos os
integrantes das administraçõ es pú blicas municipais, estaduais e da uniã o estã o aptos a
tanto. Relató rio médico apontou, de forma clara e precisa, a anomalia que atinge a higidez
do paciente, concluindo nã o estar apto a gerir a pró pria vida ou os seus bens. Interdiçã o
apta a prevalecer. Apelos desprovidos. (TJSP; Apelaçã o 1007373-90.2016.8.26.0362;
Relator (a): Natan Zelinschi de Arruda; Ó rgã o Julgador: 4ª Câ mara de Direito Privado; Foro
de Mogi Guaçu - 2ª vara Cível; Data do Julgamento: 14/02/2018; Data de Registro:
14/02/2018, #03473710)
Portanto, o Estado, em todas as suas esferas de poder, deve assegurar o direito à vida e à
saú de, fornecendo gratuitamente o tratamento médico cuja família nã o tem condiçõ es de
custear, recaindo ao Município neste caso os procedimentos para internaçã o na clínica
municipal, conforme aqui pleiteado.
DA TUTELA DE URGÊ NCIA - INTERNAÇÃ O COMPULSÓ RIA
Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo."
No presente caso tais requisitos sã o perfeitamente caracterizados, vejamos:
A PROBABILIDADE DO DIREITO resta perfeitamente caracterizada a necessidade de
internaçã o compulsó ria do interditando pela demonstraçã o inequívoca de sua necessidade
por laudo médico psiquiá trico, bem como pelo seu histó rico de tratamentos sem êxito, nos
termos dos Arts. 4º e 6º da Lei 10.216/01.
Assim, conforme destaca a doutrina, nã o há razã o ló gica para aguardar o desfecho do
processo, quando diante de direito inequívoco:
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o
tempo necessário à produção da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos,
uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos
fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme.
Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pelos riscos em que o pró prio interditando
corre ao nã o dispor de tratamento e cuidados especiais, colocando em risco até a sua
família, ou seja, tal circunstâ ncia confere grave risco de perecimento do resultado ú til do
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Jú nior:
"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela
parte", em razão do "periculum in mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável,
sendo que e a plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito "invocado por
quem pretenda segurança, ou seja, o"fumus boni iuris"(in Curso de Direito Processual Civil,
2016. I. p. 366).
Diante de tais circunstâ ncias, é inegá vel a existência de fundado receio de dano irrepará vel,
sendo imprescindível a INTERNAÇÃ O COMPULSÓ RIA do internando, nos termos do Art.
300 do CPC.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
i. A concessã o da Assistência Judiciá ria Gratuita, nos termos do art. 98 do CPC/15;
ii. O deferimento da antecipaçã o de tutela para:
iii. 2.1. Seja concedida a tutela de urgência, nos termos do art. 300 do CPC/15, para fins de
determinar a internaçã o compulsó ria do internando;
iv. A citaçã o do internando para, em dia designado seja realizada entrevista, nos termos
do art. 751 do CPC/15;
v. Considerando o estado de saú de do internando, que o inviabiliza de deslocar-se até
este Juízo, conforme laudos em anexo, requer seja ouvido em ________ , nos termos do §
1º do referido artigo;
vi. A intervençã o do Ministério Pú blico no feito, nos termos do Art. 178 do CPC/15;
vii. A total procedência da açã o para determinar a internaçã o do internando;
viii. A produçã o de todas as provas admitidas em direito, em especial o laudo pericial que
junta em anexo, bem como aná lise pericial, indicando desde já , os quesitos a serem
formulados em anexo;
ix. Seja o interrogató rio realizado em inspeçã o judicial, diante da incapacidade de
locomoçã o do interditando e hipossuficiência do requerente para conduçã o
apropriada.
Dá -se à causa o valor de R$ ________ (por extenso)
Nestes termos, pede deferimento.
ADVOGADO
OAB/UF º.......
ANEXOS:
• Procuraçã o
• Declaraçã o de Hipossuficiência
• CPF e Carteira de Identidade da Requerente
• CPF e Carteira de Identidade do Interditando
• Certidã o de Casamento do Interditando
• Comprovante de Residência
• Laudo/Atestado e histó rico Médico do Internando comprovando a doença psiquiá trica
e tratamentos sem êxito;
• Demonstrativo de Rendimento do Autor e do Internando
• Comprovaçã o do vínculo entre Autor e Internando

BAIXE AQUI OS MODELOS ATUALIZADOS

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