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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO JUIZADO ESPECIAL

FEDERAL CÍVEL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CIDADE EXEMPLO, ESTADO EXEMPLO


Nú mero do Requerimento: 123456
Recorrente: S.L.S
Recorrida: INSTITUTO NACIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL
Data do indeferimento: XX/XX/XXX

S.L.S, brasileira, casada, desempregada, portadora do CPF: XXX, RG. XXX SSP/XXX, residente
e domiciliada à XX, Bairro XXX, CEP xxx, Município de xxx, Estado do xxx, por seu advogado
que esta subscreve, mandato anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
com fulcro no artigo 319 e seguintes do Có digo de Processo Civil Brasileiro, bem como, Lei
nº. 8.213, de 24 de julho de 1.991, propor a presente:
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA de CONCESSÃO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE
TEMPORÁRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia federal criada
pela Lei nº. 8.029, artigo 14, de 12 de abril de 1.990, e pelo Decreto nº. 99.350, de 27 de
junho de 1.990, com sede Av. Rio de Janeiro, 1527 - Centro, Município de Gurupi, Estado do
Tocantins, CEP: 77403-230, pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:
I – PRELIMINARMENTE
A. JUSTIÇA GRATUITA
A autora nã o tem condiçõ es de arcar com as custas e despesas processuais, sem prejuízo do
sustento pró prio e de sua família, vide que vem à presença de Vossa Excelência pleitear
verba de natureza alimentar, buscando acesso à justiça fundamentada no artigo 5º, incisos
XXXIV, letra a e LXXIV, da Constituiçã o Federal, e artigo 98 do Có digo de Processo Civil e
legislaçõ es pertinentes, pelo que requer a concessã o dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA.
Para tanto, colecionamos sua CTPS onde constata-se a data de seu ú ltimo emprego e a
Declaraçã o de Hipossuficiência Econô mica.
B. PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A Autora é portadora de grave doença, sofre de Neoplasia Maligna, de mama diagnosticada
sob o CID C 50.9, a qual faz juz a prioridade de tramitaçã o da presente açã o.
Inteligência que reconheceu a morosidade na prestaçã o do serviço jurisdicional,
começando a ser aplicada pelo Có digo de Processo Civil de 1973 e manteve sua aplicaçã o
no Novo Có digo de Processo Civil, com adiçã o de processos e procedimentos previstos pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente, que dispõ e:
Art. 1.048. Terã o prioridade de tramitaçã o, em qualquer juízo ou tribunal, os
procedimentos judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das
enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no7.713, de 22 de dezembro de 1988;
O rol das doenças graves, mencionadas nesse artigo, sã o as mesmas doenças previstas na
Lei 7.713 de 1988, que trata do Imposto de renda, onde seu artigo 6º, inciso XIV, prevê a
isençã o do pagamento para as seguintes pessoas físicas:
“Os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os
percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienaçã o mental,
esclerose mú ltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte
deformante), contaminaçã o por radiaçã o, síndrome da imunodeficiência adquirida, com
base em conclusã o da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
depois da aposentadoria ou reforma; (Redaçã o dada pela Lei nº 11.052, de 2004) (Vide Lei
nº 13.105, de 2015)”
Isto posto, comprovados os fatos pelos documentos acostados nesta inicial, requer desde já
prioridade na tramitaçã o dos autos.
II - DOS FATOS
A autora, atualmente com xx (idade por extenso) anos, sofre de Neoplasia Maligna, de
mama diagnosticada sob o CID C 50.9, em xx/xx/xxxx.
Teve seu requerimento de nº xxxxx, protocolado em xx/xx/xxxx, negado em xx/xx/xxxx
sob a fundamentaçã o “FALTA DE QUALIDADE COMO SEGURADO A ULTIMA
CONTRIBUIÇÃ O xx/xx/xxxx”, mesmo tendo apresentado a Autora o comprovante de sua
ú ltima contribuiçã o, sendo à quela época xx/xx/xxxx.
A incapacidade da autora fora diagnosticada em xx/xx/xxx, conforme atestado médico
anexo, pela evoluçã o do quadro da enfermidade, a impossibilitando de desenvolver
qualquer atividade laborativa.
Em razã o da doença, a autora foi submetida a diversos exames, quimioterapias e
tratamentos auxiliares, conforme provas anexas, inclusive laudos, elaborados por mais de
um médico oncologista. Logo, tal situaçã o requer a proteçã o previdenciá ria, uma vez que
continua sofrendo com as limitaçõ es impostas pela enfermidade que a torna incapaz para o
trabalho temporariamente.
Como consequência da manutençã o do quadro médico da requerente, afigura-se esta como
detentora do direito ao benefício de incapacidade temporá ria para o trabalho, vide que nã o
possui condiçõ es de desempenhar atividades laborativas, sendo a requerente
desempregada, porém contribui e sempre contribuiu com o INSS por meio de contribuiçõ es
avulsas conforme prova em anexo e, consequentemente nã o possui outros meios de manter
sua pró pria subsistência.
Em xx de maio de xxxx, a autora, pleiteou o primeiro requerimento para benefício por
incapacidade temporá ria, o INSS e teve seu requerimento indeferido sob o fundamento da
nã o comprovaçã o como segurada, apesar da enfermidade ter sido reconhecida pelas
perícias que realizou. Entretanto, em xx de Janeiro de xxxx a mesma formulou novo
requerimento com toda documentaçã o exigida pelo INSS a qual restou negada sob o mesmo
fundamento.
Em que pese ter sido comprovado a condiçã o de segurada com suas contribuiçõ es, tal
argumento da autarquia nã o deve prosperar senã o vejamos:
O rol de doenças aptas a ensejar esse tratamento diferenciado é previsto na Portaria
Interministerial MPAS/MS nº 2.998/01:
Art. 1º As doenças ou afecçõ es abaixo indicadas excluem a exigência de carência para a
concessã o de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez aos segurados do Regime
Geral de Previdência Social - RGPS:
...
IV- neoplasia maligna; (grifo nosso)
Como no caso em tela, o inciso IV- neoplasia maligna, é exatamente como o diagnosticado
pelo experto oncologista da autora, portanto faz jus ao benefício, vide o amparo da exceçã o
prevista na lei de benefício, hipó tese em que é dispensado o requisito da carência mínima,
em virtude de a moléstia que acomete a parte autora encontrar amparo legal no artigo 151
da Lei nº 8.213/91.
III - DOS FUNDAMENTOS
Os benefícios previdenciá rios destinados a assegurar a cobertura de eventos causadores de
doenças, lesõ es ou invalidez, encontram-se previstos na Lei nº. 8.213, de 24 de julho de
1991, nos artigos 42 e 59, respectivamente, dependendo da caracterizaçã o da incapacidade
ser temporá ria ou definitiva caracterizaçã o de um ou de outro.
Sabe-se também que para o deferimento do pedido, é necessá rio que a autora preencha
alguns requisitos, e um deles é a qualidade de segurado, a qual é a condiçã o atribuída a
todo cidadã o filiado ao INSS que possua uma inscriçã o e faça pagamentos mensais a título
de Previdência Social com uma carência mínima de 12 contribuiçõ es.
Ocorre que, o caso em apreço, a autora comprova sua condiçã o de segurada, contudo teve
seu benefício negado, porém, o presente caso nã o se enquadra nessa exigência, visto que a
pró pria lei ampara a requerente, vez que o mesmo sofre de Neoplasia Maligna, vide laudo
anexo, o qual independe de tal carência, vejamos, portanto o que diz o artigo 59, in verbis:
“Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para
a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.”
O pró prio artigo em comento nos leva a entender que em alguns casos o período de
carência exigido nesta mesma lei nã o será um requisito a ser levado em consideraçã o para
a concessã o do benefício. Fica ainda mais cristalina esta afirmaçã o apó s a leitura do artigo
26 do mesmo dispositivo legal, vejamos:
"Independe de carência a concessão das seguintes prestações:
(...)
Inciso II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de
segurado que, apó s filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecçõ es
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saú de e da Previdência Social,
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformaçã o,
mutilaçã o, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado."
Pois bem, o legislador com toda sua sabedoria especificou que em casos de enfermidade
grave, o segurado nã o ficará impedido de receber o benefício em razã o da carência que a lei
exige.
Nã o restando mais dú vidas quanto à exceçã o que o pró prio diploma legal nos traz em
relaçã o à carência, nos resta provar que o autor se encaixa no que até aqui foi afirmado, e
para isso basta a leitura do artigo 151 da lei 8.213/91, analisemos:
“Até que seja elaborada a lista de doenças mencionadas no inciso II do artigo 26,
independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por
invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes
doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienaçã o mental, esclerose mú ltipla, hepatopatia
grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado
avançado da doença de Paget (osteíte demorfante), síndrome da deficiência imunoló gica
adquirida (aids) ou contaminaçã o por radiaçã o, com base em conclusã o da medicina
especializada."{artigo com redaçã o determinada pela lei 13.135/2015} (grifo nosso).
A fim de salientar o direito da autora em ter seu pleito deferido, passamos a demonstrar
que a questã o já foi passível de discussã o tendo sido desfavorá vel ao INSS;
Cuida-se de agravo de instrumento manejado por Denise Aparecida Furtado dos Anjos
contra decisã o proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível de Canoinhas/SC que, nos autos da
açã o nº 0300516-92.2019.8.24.0015, indeferiu a tutela de urgência pleiteada para a
concessã o de benefício por incapacidade.
Afirma a agravante padecer de neoplasia maligna de mama (CID 10-C50-9) e que vem
realizando tratamento contra a doença, tendo sido submetida a procedimento cirú rgico -
mastectomia adical a direita, conforme documentos juntados ao processo. Assevera que há
nos autos recomendaçã o expressa de médico e para afastamento de suas atividades por
prazo de 180 dias. Argumenta no sentido da sua inaptidã o física para exercer seu ofício
("do lar"). Defende que nã o pode prevalecer a conclusã o do Juízo a quo, porquanto a tutela
de urgência nã o exige um juízo seguro, exauriente. Dessa forma, entendendo presentes os
requisitos do fumus boni juris e do periculum in mora, vindica, no â mbito desta Corte, a
reforma da decisã o de primeira instâ ncia. É o relató rio. Decido. Tenho que a
documentação carreada aos autos sinaliza, neste exame de cognição sumária, a
incapacidade laboral da segurada, que é do lar e conta, atualmente, com 52 anos de
idade. Visando à comprovação de suas alegações, a agravante juntou atestado (evento
1 - OUT6 - p. 19) emitido por médico oncologista em 27-04-2018 declarando que é
portadora de neoplasia maligna de mama, está gio 3, em quimioterapia adjuvante (CID 10
C50-9). Apresentou também atestado emitido por médico especialista em
cancerologia cirúrgica no dia 30-08-2018 dando conta de que foi submetida a
tratamento quimioterápico por CID C50 EC III, com plano de cirurgia e radioterapia a
realizar, e sugerindo o afastamento de suas atividades laborais, pelo prazo de 180
dias (p. 20). Juntou ainda atestado emitido pelo mesmo profissional no dia 28-11-2018,
declarando a realizaçã o de mastectomia adical à direita, a realizaçã o de quimioterapia
adjuvante e a previsã o de início de radioterapia, com recomendaçã o de afastamento do
trabalho por 180 dias (p. 21). A agravante anexou à inicial, além disso, laudo de exame
aná tomo patoló gico realizado em lesã o de mama direita no dia 19-12-2017, com conclusã o
diagnó stica de carcinoma ductal invasivo (p. 16), e resultado de bió psia realizada no dia
04-12-2018, tudo a evidenciar o quadro de saú de incapacitante decorrente da neoplasia
maligna de mamas enfrentada pela segurada. Quanto à qualidade de segurada, tenho que
resta demonstrada nos autos, visto que possui recolhimentos previdenciá rios, na condiçã o
de contribuinte individual, no período de 01-05-2016 a 31-10-2016 e 12-2016, e na
condiçã o de segurada facultativa, no período de 01-04-2017 a 31-07-2017 (evento 4 -
CNIS1). Assim, manteve tal condiçã o pelo menos até 15-09-2018, conforme preceitua o art.
15, II, da Lei nº 8.213/91. Em relação à carência, entendo que é dispensado seu
cumprimento na hipótese dos autos, nos termos do art. 26, II, da Lei nº 8.213/91,
uma vez que a autora sofre de neoplasia maligna de mamas (evento 1 - OUT6 - p. 19),
enfermidade prevista na Portaria Interministerial MPAS/MS 2.998/2001. Assim, diante
das peculiaridades da situação, entendo que a documentação acostada é suficiente
para comprovar, perfunctoriamente, que a incapacidade laboral da agravante se
configurou quando detinha a qualidade de segurada. Resta configurado,
consequentemente, o fumus boni juris reclamado para o deferimento da tutela de
urgência. Sendo assim, nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, defiro a
tutela provisória de urgência, determinando a implantação imediata do benefício de
auxílio-doença postulado, sem prejuízo de que o Agravado provoque a reavaliaçã o da
situaçã o pelo Juízo a quo apó s a realizaçã o da perícia médica judicial. Comunique-se à Vara
de origem. Intimem-se, sendo o INSS para dar cumprimento imediato ao quanto deliberado
e para apresentar, querendo, resposta ao presente recurso, bem como ambas as partes do
documento anexado pela assessoria deste Magistrado no evento 4. (TRF-4 - AG:
50068879620194040000 5006887-96.2019.4.04.0000, Relator: CELSO KIPPER, Data de
Julgamento: 06/05/2019, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)
Neste sentido:
PREVIDENCIÁ RIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INTRUMENTO. CONCESSÃO DE
AUXÍLIO-DOENÇA. NEOPLASIA MALIGNA. DISPENSA DA CARÊNCIA. TUTELA
PROVISÓ RIA DE URGÊ NCIA DEFERIDA. 1. É dispensado o cumprimento da carência
para o deferimento de benefício por incapacidade nas hipóteses previstas no art. 26,
II, da Lei nº 8.213/91, dentre elas, quando o segurado for acometido por neoplasia
maligna. 2. Evidenciados nos autos a probabilidade do direito e o perigo de dano,
deve ser deferida a tutela de urgência, determinando-se a imediata implantação do
benefício de auxílio-doença em favor da parte agravante. (TRF-4 - AG:
50068879620194040000 5006887-96.2019.4.04.0000, Relator: CELSO KIPPER, Data de
Julgamento: 19/06/2019, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)
Assim, restou amplamente comprovado o direito que se funda o pedido da autora, tendo o
INSS o dever de deferir o benefício pleiteado como medida de inteira justiça, ressaltando
que a data do benefício deverá ser fixada nos termos do artigo 60 da lei 8.213/91, sendo no
caso da autora a data de 22 de abril de 2020.
Portanto, sendo a Autora Contribuinte Individual, a Previdência Social já deve pagar o
benefício pleiteado, a partir do primeiro dia de afastamento afixado no Atestado Médico.
IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA
O Có digo de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”. Neste sentido, o novo diploma
legal exige para a concessã o da tutela de urgência dois elementos, quais sejam, o fumus
boni iuris e o periculum in mora.
No presente processo, que visa a prestaçã o de benefício previdenciá rio por incapacidade,
resta evidente.
DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente demonstrado, o direto da
Autora é caracterizado pela demonstraçã o inequívoca da veracidade dos argumentos
exordiais, uma vez que com as provas documentais juntadas em anexo é possível confirmar
que todos os requisitos estã o preenchidos, sendo iminente a necessidade da obtençã o da
tutela, deve o magistrado deferir antecipadamente o objeto postulado.
Conforme destaca a doutrina de Luiz Guilherme [1], nã o há razã o ló gica para aguardar o
desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:
" Se o fato constitutivo é incontroverso nã o há racionalidade em obrigar o autor a esperar o
tempo necessá rio à produçã o da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos,
uma vez que o autor já se desincumbiu do ô nus da prova e a demora inerente à prova dos
fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia. "
DO RISCO AO RESULTADO Ú TIL DO PROCESSO: Trata-se de benefício de cará ter alimentar
que garante a digna sobrevivência do Autor.
Assim, é cristalino o risco de ineficá cia do provimento final da lide, exatamente por estar a
parte Autora desprovida de qualquer fonte de renda e, por consequência, de manter a digna
subsistência, o que já vem sendo reconhecido em cará ter liminar pelos tribunais:
Portanto, trata-se da pretensã o autoral de requerimento com natureza alimentar, a qual,
com base na comprovaçã o dos pressupostos dos artigos 294 a 311 do CPC, entende ser
possível a obtençã o de provimento favorá vel já em primeira instâ ncia, por meio de pedido
de tutela de urgência, visto a lídima probabilidade do direito diante da procedência do
pedido, assim como pelo preenchimento dos requisitos previstos na Lei 13.982/2020 e o
perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo.
Na presente situaçã o, além da existência de teses jurisprudenciais e dispositivos legais que
corroboram com o pleito autoral, conforme fundamentaçã o exposta nesta Inicial, cumprida
também está a exigência de que tudo o quanto relatado deva estar devidamente
comprovado por robusta documentaçã o.
Como pode ser observado, o requerente acostou:
I. Có pias de laudos médicos atestando a quadro clínico grave;
II. Có pia da comunicaçã o da decisã o negativa do INSS;
III. Declaraçã o de hipossuficiência constatando o seu estado de miserabilidade;
IV. Demais documentos de aná lises clínicas e exames para maior confirmaçã o da verdade e
do direito pleiteado.
Insta salientar que a requerente necessitou ainda neste período a realizaçã o de cirurgia
para remoçã o da mama.
Diante de todo o exposto, pugna pela concessã o da tutela de urgencia em cará ter de medida
liminar inaudita altera pars, pela condenaçã o da Ré a conceder-lhe o benefício
previdenciá rio pretendido, o auxílio por incapacidade temporá ria está amparado
constitucionalmente como benefício integrante da Previdência Social, conforme expressa o
inciso I do artigo 201 da Constituiçã o Federal, o desiderato principal do benefício, é
abranger o risco social protegido, ou seja, segurar o risco da incapacidade laborativa
temporá ria (incapacidade total ou parcial), até porque, se nã o houvesse proteçã o a este
risco, o trabalhador ficaria à margem da sociedade, sem qualquer apoio estatal.
Assim, a Previdência Social ampara o trabalhador, garantindo proteçã o ao mesmo quando
diante do risco social, conforme entendimento do Egrégio Tribunal:
PREVIDENCIÁ RIO. REEXAME NECESSÁ RIO. NÃ O CABIMENTO EM CASO DE RECURSO DA
FAZENDA. QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA. CARÊ NCIA. DISPENSA. AUXÍLIO-
DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL.
CONSECTÁ RIOS LEGAIS. DIFERIMENTO. 1. Conforme a regra da singularidade recursal
estabelecida pela nova Lei Adjetiva Civil (art. 496, § 1º), tendo sido interposta apelaçã o pela
Autarquia Previdenciá ria, a hipó tese que se apresenta é de nã o cabimento da remessa
necessá ria. 2. Tratando-se de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, o Julgador
firma sua convicçã o, via de regra, por meio da prova pericial. 3. Hipó tese em que é
dispensado o requisito da carência mínima, em virtude de a moléstia que acomete a parte
autora constar no artigo 151 da Lei nº 8.213/91. 4. Considerando as conclusõ es do perito
judicial de que a parte autora está total e temporariamente incapacitada para o exercício de
atividades laborativas, é devido o benefício de auxílio-doença. 5. Tendo o conjunto
probató rio apontado a existência da incapacidade laboral desde a época do requerimento
administrativo (02-01-2019), o benefício é devido desde entã o. 6. Deliberaçã o sobre
índices de correçã o monetá ria e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de
sentença, a iniciar-se com a observâ ncia dos critérios da Lei nº 11.960/2009 .(TRF-4 - AC:
50222267120194049999 5022226-71.2019.4.04 .9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de
Julgamento: 26/11/2019, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)
V – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer seja:
a) Concedido o benefício da justiça gratuita, para fins de eventual interposiçã o de recurso
perante a Turma Recursal, por ser pobre nos termos da lei;
b) Concedido o pedido de tramitaçã o prioritá ria, nos moldes previstos em lei;
c) Deferida a TUTELA DE URGENCIA em cará ter de medida liminar inaudita altera pars,
pela condenaçã o da Ré a conceder-lhe o benefício previdenciá rio pretendido, no prazo
má ximo de 30 dias;
d) Determinada a citaçã o/notificaçã o do INSS, na pessoa do seu representante legal, para
que responda a presente demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;
e) Recebida e processada a presente açã o, confirmando-se ao final desta a TUTELA DE
URGÊ NCIA em favor da autora e condenando o INSS a conceder-lhe o pedido de auxílio por
incapacidade temporá ria à requerida, monetariamente corrigidas desde o respectivo
vencimento de Abril/2020 e acrescidas de juros legais morató rios, incidentes até a data do
efetivo pagamento;
f) Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,
notadamente a documental.
g) A condenaçã o do Ó rgã o Requerido, no pagamento dos honorá rios advocatícios no
percentual equivalente a 20% sobre a condenaçã o, conforme preleciona o art. 85 § 2º do
Có digo de Processo Civil.
Por fim, informa que nã o tem interesse em audiência de conciliaçã o por se tratar de
matéria de direito nã o passível de mitigaçã o da lesã o por ter sido necessá rio acionar o
judiciá rio, causando juros de mora e correçã o monetá ria para recompor a perda
patrimonial da negativa de concessã o de aposentadoria.
Dá -se a causa o valor de R$ (valor parcelas vencidas) vide cá lculo de auxilio doença e prazo
entre o pedido administrativo e o protocolo da açã o.
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
CIDADE/UF, data e hora certificada pelo sistema.
NOME DO ADVOGADO / NUMERO OAB

[1] MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017.
p.284

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