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III) DO DIREITO
A Previdência Social, ao lado da proteçã o à Saú de e da Assistência Social, está situada na
topografia constitucional, dentro do campo da Seguridade Social, que por sua vez integra o
título denominado "DA ORDEM SOCIAL", cuja disposiçã o geral assim preceitua:
ART. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem estar e a justiça social.
Nesse pensar, esses três institutos jurídicos - Saú de, Previdência Social e Assistência Social
- integram a Seguridade Social, que deve merecer ampla proteçã o estatal.
O estudo de qualquer dos institutos integrantes da Seguridade Social deve ter como ponto
de partida esses vetores interpretativos - primado do trabalho, bem-estar e justiça social, o
que vem ao encontro dos objetivos fundamentais da Repú blica, na forma prevista no artigo
3 ̊ da Constituiçã o Federal.
As normas jurídicas disciplinadoras da Seguridade Social devem colocar-se de acordo com
os objetivos do Estado Democrá tico de Direito: a construçã o de uma sociedade livre, justa e
solidá ria; a erradicaçã o da pobreza e da marginalizaçã o; a reduçã o das desigualdades
sociais e regionais, e a promoçã o do bem de todos.
Por seu turno, a Previdência Social tem como principal objetivo propiciar a seus
contribuintes meios de manutençã o, ante a verificaçã o de estado de incapacidade física
e/ou mental, desemprego involuntá rio, idade avançada, etc., conforme disposto no artigo 1 ̊
da Lei n ̊ 8213/91, in verbis:
Art. 1 ̊. A previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios
indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de
serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.
A pretensã o do autor encontra amparo no artigo 42 da Lei 8.213/91, que assim dispõ e:
"a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado
que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição"
De outro lado, o artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, preconiza que para um cidadã o ter
direito ao benefício auxílio-doença, se faz necessá rio a configuraçã o de requisitos prévios,
quais sejam:
- a constatação de enfermidade geradora de incapacidade física e/ou mental, por mais de 15 (quinze) dias;
- a comprovação da condição de segurado;
- carência de no mínimo 12 (doze) contribuições mensais;
Reportando-se ao caso em tela, o autor atende todos os requisitos exigidos pela lei, eis que
é portador de enfermidades que lhe comprometem e impedem os afazeres laborais (I);
ostenta condiçã o de segurado, o que inclusive em momento algum fora negado pelo ó rgã o
administrativo (II), e contava com mais de doze contribuiçõ es na época da manifestaçã o da
enfermidade incapacitante (III).
Tendo em vista o exposto acima e os documentos anexos, temos que o autor nã o possui
condiçõ es de exercer sua atividade laboral, e assim, nã o pode o instituto réu lhe negar o
benefício enquanto o quadro incapacitante gerado pelas enfermidades acima enumeradas
perdurar.
Nã o há que se falar em capacidade para o trabalho, pois os conjuntos de enfermidades que
acometem a autora apresentam em tempo atual, um quadro clínico grave fazendo jus ao
direito de receber o auxílio pretendido.
Vale ressaltar, que o autor esta sem condiçõ es físicas e mentais de trabalhar, e os prejuízos
causados pela nã o implantaçã o do auxílio - doença serã o de grande monta, e
provavelmente, irreversíveis, tendo em vista o cará ter alimentar do benefício.
Com efeito, negada a tutela antecipadamente e tendo em vista a conhecida demora
existente na tramitaçã o de processos desta ordem, quantas pessoas que necessitam da
Tutela Jurisdicional do Estado irã o, ao final, efetivamente, se beneficiar com aquilo que
inquestionavelmente é direito seu?
Isso posto, requer a Vossa Excelência que lhe conceda os efeitos da Tutela Antecipada, nos
termos do artigo 294, na modalidade urgência nos termos do artigo 300 ambos do Có digo
de Processo Civil, independente de cauçã o ou audiência da parte contrá ria, a fim de
determinar que lhe seja restabelecido de forma imediata o benefício auxílio-doença NB
31/ , como forma de se evitar maiores transtornos e prejuízos.
V) DO PEDIDO
Ante o exposto, o autor requer a Vossa Excelência que a presente AÇÃ O DE CONCESSÃ O DE
BENEFÍCIO DE AUXILIO DOENÇA OU CONCESSÃ O DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
C/C TUTELA ANTECIPADA , seja recebida e julgada procedente em todos os seus termos e
pedidos, para que:
a) lhe seja concedido os benefícios da Assistência Judiciá ria
Gratuita, nos termos do artigo 98 do CPC, pois é pobre na acepçã o da palavra, conforme
declaraçã o anexa;
b) seja acolhido o pedido de Tutela Antecipada, intimando o
instituto réu para restabelecer de forma imediata o benefício auxílio-doença NB 31/ , sem
audiência da parte contrá ria e independente de qualquer cauçã o, com a cominaçã o de
multa diá ria para a hipó tese de descumprimento desta ordem liminar;
c) seja determinada a citaçã o do instituto réu, na pessoa do seu
representante legal, para que venha responder aos termos da presente medida judicial, sob
pena de revelia;
d) Seja determinada a realizaçã o de perícia médica, respondendo-
se os quesitos anexos;
e) Ao final, seja condenado o instituto réu a restabelecer o
benefício de Auxílio-Doença - NB 31/ , ou sendo o caso, a concessã o do benefício de
Aposentadoria por Invalidez , ambos a partir da data posterior a cessaçã o indevida do
benefício, ou seja, 14/10/2021, conforme o resultado da perícia médica;
f) todas as diligências deste feito sejam realizadas com os
benefícios do artigo 212 e pará grafos do Có digo de Processo Civil;
g) seja o instituto réu condenado ao pagamento dos honorá rios
advocatícios sobre o valor total da açã o, mais custas processuais, juros e correçã o
monetá ria;
h) lhe seja deferido o direito de provar os fatos alegados na
presente por todos os meios admissíveis em direito, em especial por perícia médica,
juntada de novos documentos e oitiva de testemunhas.
Atribui-se à causa o valor de .
Nestes termos,
pede-se deferimento.
Presidente Epitá cio/SP, 05 de Janeiro de 2022.
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