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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................... 2
................................................................................................................... 3
1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................... 3
2- FONTES DO DIREITO ELEITORAL ....................................................... 4
2.1 - Fontes diretas e indiretas .................................................................... 5
2.2 - Fontes primárias e secundárias .......................................................... 7
2.2.1. Resoluções ....................................................................................... 8
2.2.1.1. Resolução como fonte primária ...................................................... 8
2.2.1.2. Resolução como fonte secundária ................................................. 9
2.2.2- Doutrina .......................................................................................... 11
2.2.3- Jurisprudência ................................................................................ 12
2.2.4. Consultas ........................................................................................ 13
3 - DIREITO COMPARADO ...................................................................... 16
4 - GARANTIAS E PRINCÍPIOS ............................................................... 16
4.1 – Segredo de Justiça .......................................................................... 16
4.2- Regra de Pas de Nullíté Sans Grief ................................................... 18
4.2.1- Princípios da Ampla Defesa e do Devido Processo Legal ............... 18
4.3 - A Diplomação e o Mandato ............................................................... 19
5 - ANATOMIA DA AIME .......................................................................... 21
5.1 – Natureza Jurídica ............................................................................. 21
5.2 – Legitimados...................................................................................... 21
5.3 – Foro ................................................................................................. 25
5.4 – Procedimento ................................................................................... 25
5.5 - Provas .............................................................................................. 26
5.6 – Revelia e desistência ....................................................................... 27
5.7 – Sentença e Recursos ....................................................................... 27
6 - PRAZOS NA JUSTIÇA ELEITORAL .................................................... 31
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 39
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NOSSA HISTÓRIA
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1 – INTRODUÇÃO
Nos anos posteriores a cada eleição é que se toma possível verificar o quanto a vida
política é importante para a sociedade brasileira. Conforme a escolha popular, o país
obtém avanços ou colhe retrocessos e decepções, grande parte em virtude dos
escolhidos para ocupar as mais diversas posições políticas. Candidatos podem se
utilizar de meios espúrios para conseguir um cargo político, nascendo desta forma um
mandato já condenado e maculado.
A Constituição, com o art. 14, § 10, pretende que sejam cassados mandatos espúrios,
outorgados em decorrência de atos que alterem o resultado final do pleito, que viciem
a vontade do eleitorado, ou seja, atos capazes de influenciar ilicitamente os eleitores,
retirando-lhes a liberdade de escolha.
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Anteriormente à Constituição Federal de 1988, o instituto utilizado para atacar o
mandato irregular era o Recurso contra a Diplomação, previsto no artigo 262 e incisos
do Código Eleitoral. Acontece que este recurso teve sua utilização reduzida, pelo
surgimento da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, em virtude de esta possuir
um procedimento muito mais adequado e eficaz do que o Recurso contra Diplomação.
Observada a Constituição Federal de 1988, nota-se que os arts. 14, § 11, que trata
da tramitação em segredo de justiça da AIME, e 93, inc. IX, que trata dos julgamentos
públicos e fundamentados, devem sempre ser utilizados em conjunto, pois os
eleitores têm o direito de conhecer o resultado final dos julgamentos que envolvem
os violadores da lei.
A segurança jurídica está garantida, pois a AIME é a ação certa para os casos de
fraude, corrupção e abuso de poder. Isto também serve para resguardar os
legitimamente eleitos contra alguma arbitrariedade do Poder Judiciário.
Importante também ressaltar que, nesta questão do prazo para ajuizamento, destaca-
se o caso em que a AIME deve ser iniciada depois do resultado final da Ação de
Investigação Judicial Eleitoral, pois o candidato eleito deveria sofrer as consequências
mesmo depois de decorrido o prazo de quinze dias que a CF/ 88 estabelece, o que
acaba não acontecendo.
A escolha deste tema deu-se pela grande importância adquirida por esta ação no
controle da legitimidade do processo eleitoral, em prol do interesse público e da
liberdade do voto que asseguram a própria Democracia e porque a AIME é medida
higienizadora e repressiva contra aqueles que desnaturam a principal característica
erigida pela Democracia: a igualdade.
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2.1 - Fontes diretas e indiretas
As fontes diretas nada mais são do que as normas jurídicas que versam
especificamente sobre o Direito Eleitoral. O Código Penal, por exemplo, não pode ser
considerado uma fonte direta do Direito Eleitoral, pois trata de crimes em geral e não
apenas de crimes eleitorais.
De outro lado, fontes indiretas são as normas jurídicas aplicáveis ao Direito Eleitoral
apenas em caráter subsidiário ou supletivo, isto é, quando a legislação eleitoral não
é capaz de apresentar solução para o caso em concreto. Podem ser citadas como
exemplo o Código de Processo Civil, o Código de Processo Penal, o Código
Tributário, o Código Civil, entre outras. São normas que não tratam, especificamente,
de Direito Eleitoral.
Exemplo prático:
O Código de Processo Penal dispõe, em seu art. 46, que o prazo para oferecimento
da denúncia (ação penal), contra o réu que está preso, será de 5 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de
15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
De outro lado, o art. 357 do Código Eleitoral afirma que verificada a infração penal, o
Ministério Público oferecerá a denúncia (ação penal) dentro do prazo de 10 (dez) dias
(esteja o acusado preso ou em liberdade).
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Exemplo, Se João é flagrado cometendo o crime de boca de urna (Lei 9.504/1997,
art. 39, § 5º), por exemplo, quais prazos devem ser observados pelo Ministério Público
para a propositura da ação penal? Os prazos do Código de Processo Penal ou do
Código Eleitoral?
Com certeza, o prazo de 10 (dez) dias previsto no Código Eleitoral (que é específico
para crimes eleitorais). Entretanto, em relação ao procedimento de citação/intimação
do réu, devem ser utilizadas as regras do Código de Processo Penal, pois o Código
Eleitoral simplesmente não trata do assunto (será utilizado o CPP, portanto, em
caráter subsidiário).
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2.2 - Fontes primárias e secundárias
De forma bem objetiva e direta, fontes primárias são aquelas que extraem o seu poder
normativo diretamente do texto constitucional, mais precisamente do art. 59 da
Constituição Federal:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Quando o juiz eleitoral julga uma ação de investigação judicial eleitoral, por exemplo,
primeiramente irá se valer da legislação eleitoral (mais precisamente da Lei
Complementar 64/1990, art. 22). Entretanto, se a citada lei for omissa em algum ponto
específico, o juiz eleitoral poderá recorrer a outras fontes, denominadas de
secundárias (jurisprudência, por exemplo).
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As fontes secundárias têm por finalidade interpretar e disciplinar a legislação eleitoral,
permitindo, assim, a sua eficaz aplicação ao caso em concreto. Não podem criar
deveres e obrigações para os agentes do processo eleitoral, pois essa é uma
incumbência das fontes primárias. A título de exemplo podemos citar as resoluções
do Tribunal Superior Eleitoral, a doutrina e a jurisprudência.
2.2.1. Resoluções
O Código Eleitoral, em seu art. 1º, parágrafo único, dispõe que “o Tribunal Superior
Eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução”. Em sentido semelhante, afirma
o art. 23, IX, que compete privativamente ao Tribunal Superior Eleitoral “expedir as
instruções que julgar convenientes à execução deste Código”.
Exemplo:
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Entretanto, apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal, não existia lei explicando
como (ou qual) seria o procedimento utilizado pelo partido político para requerer o
mandato do parlamentar infiel. Em suma, a decisão do STF era inócua, pois, diante
da infidelidade de um de seus membros, a agremiação nada poderia fazer em razão
da inexistência de lei regulamentando a situação.
Além disso, como bem sabemos, o trâmite legislativo costuma ser lento e demorado,
principalmente quando o objeto do projeto de lei afeta, diretamente, o interesse dos
parlamentares.
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral,
atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer
sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções
necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência
pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.
De início, observe que essas instruções - que também se materializarão por meio de
resoluções – não poderão restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das
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previstas na lei. Ademais, devem ser expedidas até o dia 05 de março do ano da
eleição, depois de ouvidos, em audiência pública, os delegados ou representantes de
partidos políticos.
Ao expedir resoluções com fundamento no art. 105 da Lei 9.504/1997, não restam
dúvidas de que o Tribunal Superior Eleitoral está exercendo o seu poder
regulamentar, porém, com força secundária.
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2.2.2- Doutrina
A doutrina representa o estudo científico e sistematizado dos juristas e professores
em geral sobre a aplicabilidade e interpretação das regras e princípios do Direito
Eleitoral. Tem a função de esclarecer e explicar o correto conteúdo das leis, bem
como influenciar a criação de novas legislações através de opiniões manifestadas em
livros especializados, artigos, pareceres etc.
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2.2.3- Jurisprudência
Exemplo: o Código Civil Brasileiro, em seu art. 70, dispõe expressamente que “o
domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo”.
Exemplo prático:
Sendo assim, não iremos utilizar o conceito de domicílio previsto no Código Civil, mas
sim o entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior Eleitoral:
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“[...] Domicílio eleitoral. Abrangência. Comprovação. Conceito elástico.
Desnecessidade de residência para se configurar o vínculo com o município.
Provimento. 1) Na linha da jurisprudência do TSE, o conceito de domicílio
eleitoral é mais elástico do que no Direito Civil e se satisfaz com a
demonstração de vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares [...]”
(Ac. de 18.2.2014 no REspe nº 37481, rel. Min. Marco Aurélio, red. designado
Min. Dias Toffoli.).
2.2.4. Consultas
As consultas, como a própria nomenclatura indica, são questionamentos formulados,
em tese, perante o Tribunal Superior Eleitoral ou Tribunais Regionais Eleitorais, pelas
pessoas legitimadas no Código Eleitoral.
Exemplo prático:
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- Será possível utilizar as redes sociais e aplicativos eletrônicos como, por
exemplo, o whatsapp para divulgar a arrecadação de financiamento coletivo
pelos pré-candidatos?
Após analisar cada uma das perguntas, eis a resposta fornecida pelo Tribunal
Superior Eleitoral à consulta nº 11.551, que ficou sob a relatoria do Ministro Luís
Roberto Barroso:
3. O art. 22-A, § 3º, da Lei nº 9.504/1997 e o art. 23, § 4º, da Resolução TSE
nº 23.553/2017 estabelecem que “desde o dia 15 de maio do ano eleitoral, é
facultada aos pré-candidatos a arrecadação prévia de recursos na
modalidade” de financiamento coletivo.
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5. Além dessa limitação de conteúdo, nos termos do art. 23, § 4º, IV, h, da Lei
nº 9.504/1997, as estratégias e meios de divulgação devem observar as
regras da propaganda eleitoral na internet.
O Código Eleitoral, em seu art. 23, XII, dispõe expressamente que compete ao
Tribunal Superior Eleitoral “responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe
forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de
partido político”.
Por sua vez, o artigo 30, VIII, possui afirmação semelhante, estabelecendo que
compete aos Tribunais Regionais Eleitorais “responder, sobre matéria eleitoral, às
consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político”.
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3 - DIREITO COMPARADO
Conforme estudo de Ana Flora França e Silva, as legislações dos países sul-
americanos, como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru,
Uruguai e Venezuela, não têm um instituto igual à AIME brasileira.
Nos outros países sul-americanos o que se encontra são dispositivos que tratam dos
crimes de responsabilidade, em processos que acabam com a utilização do
impeachment, não tendo, portanto, nenhuma afinidade com a Ação de Impugnação
de Mandato Eletivo.
4 - GARANTIAS E PRINCÍPIOS
4.1 – Segredo de Justiça
Dentro deste sistema, para a AIME, o § ll, do art. 14, da Carta Constitucional,
prescreve em todo o curso do processo, em suas diversas fases, o segredo de justiça.
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O segredo de justiça começa já com a distribuição, sendo que a AIME não pode ser,
em sua tramitação, divulgada pela imprensa.
Essa orientação é adequada ao art. 5°, itens LX, “a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
o exigirem” e XXXIII, “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”, da CF/88. Isto consolida o
regime democrático e expõe a conduta interna dos agentes públicos, que ficam
impossibilitados de atuar obscuramente.
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4.2- Regra de Pas de Nullíté Sans Grief
Não há nulidade sem prejuízo. Princípio segundo o qual o juiz não deve pronunciar a
nulidade de um ato processual por vício de forma, desde que dela não resulte prejuízo
para a parte que a alega.
Também sobre o tema, o Acórdão n° 6.8l9: “l. Se a nulidade ocorrer em fase na qual
não possa ser alegada no ato, poderá ser arguida na primeira oportunidade que para
tanto se apresente. 2. Se se basear em motivo superveniente, deverá ser alegada
imediatamente, assim que se tomar conhecida, podendo as razões do recurso ser
aditadas no prazo de dois dias.”
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QUAIS os TEXTOS INFRACONSTITUCIONAIS ACASO VIOLADOS PELO
ACÓRDÃO REGIONAL.( Ac. n° 483-TSE, de 10/12/1996. Rel. Min. Nilson
Naves.).
A diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta quem são, efetivamente, os
eleitos e os suplentes. Com a diplomação os eleitos se habilitam a exercer o mandato
que postularam, mesmo que haja recurso pendente de julgamento, pelo qual se
impugna exatamente a diplomação.
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Segundo o Código Eleitoral (art. 215, parágrafo único), no diploma devem constar o
nome do candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu, o cargo para o qual
foi eleito ou a sua classificação como suplente, e, facultativamente, outros dados a
critério do juiz ou do tribunal.
Não devem ser diplomados o candidato do sexo masculino que não apresentar o
documento de quitação com o serviço militar obrigatório nem o candidato eleito cujo
registro de candidatura tenha sido indeferido, mesmo que ainda esteja sub judice (sob
apreciação judicial).
Além disso, enquanto o Tribunal Superior Eleitoral não decidir sobre eventual recurso
contra expedição do diploma, o diplomado poderá exercer o mandato em toda sua
plenitude. Esse recurso está previsto no art. 262 do Código Eleitoral e deve ser
interposto no prazo de três dias contados da diplomação.
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sendo convidados todos os envolvidos, incluindo os partidos políticos e o Ministério
Público.
5 - ANATOMIA DA AIME
5.1 – Natureza Jurídica
5.2 – Legitimados
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Quanto aos sujeitos legitimados, não adianta procurar na Carta Magna, pois o art. 14,
nos respectivos parágrafos, não elenca quem são estes sujeitos. Porém, surge a
questão da legitimidade ampliada: pode o eleitor ser legitimado ativo?
O eleitor goza do amplo direito de noticiar o Ministério Público, a teor do que dispõe
o Art. 5°. XXXIV, a, da Constituição Federal.
Contrário aos autores que abaixo serão citados, mas em acordo com a atual
jurisprudência, para Joel Cândido:
José Cretella Júnior define a lide temerária como a ação que o autor desencadeia por
emulação ou por mero capricho, sem motivo ou prova concludente, acionando de má-
fé a Justiça Eleitoral. Contudo, complementa que o autor deveria ser responsabilizado
civil e penalmente, na forma da lei.
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abrangente da questão em debate, deve a todos ser reconhecido o interesse na
legitimidade das eleições. Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei (CF, art. 5°, II).
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pedidos da ação de impugnação, nos termos dos §§ 10 e 11 do art. 14 da CF/88,
todos os votos recebidos pelo réu são considerados nulos, modificando o quociente
partidário.
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temerário ou tomá-la instrumento de vinganças políticas, não é justificativa para
excluir este sujeito ativo, pois, como bem lembra José Cretella Júnior, existe o
princípio da lealdade processual, que preconiza que todos os sujeitos do processo
devem colaborar na atuação da vontade da lei.
5.3 – Foro
Às Ações de Impugnação de Mandato Eletivo não se aplicam as competências
fixadas na CF/ 88 por prerrogativa de função.
O juízo eleitoral que tiver competência para registrar e diplomar o candidato será
competente para conhecer e julgar a AIME.
Para o Juiz Eleitoral da respectiva Zona Eleitoral: se o sujeito passivo for Prefeito,
Vice-Prefeito, Vereador ou suplente, a ação tramitará perante a Zona Eleitoral e a seu
Juiz Eleitoral será distribuída. Se houver na Comarca mais de uma Zona Eleitoral,
será competente aquela a que tiver sido incumbida a diplomação do candidato.
5.4 – Procedimento
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expresso no voto que proferiu no Recurso n° 8.798, Classe 4ª (Acórdão n°
11.951, DJU de 7.6.91) que acabou por triunfar no Tribunal Superior Eleitoral.
Por fim:
5.5 - Provas
Não se exige aí que a inicial venha acompanhada de toda a prova dos atos
condenáveis, porque o constituinte a ela não se referiu, mas à ação: declara
que a ação deverá ser instruída com tais provas. A exordial deverá fazer-se
acompanhar de um começo de prova da irregularidade que aponta, a fim de
permitir a imediata avaliação, pelo juiz, da seriedade da pretensão, o que não
afasta a produção de outras provas, oportunamente, no curso do processo.
O direito de ação compreende o direito de defesa do réu.
O TSE:
Acórdão n° 25.280-TRE/PR:
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própria aos processos eleitorais, cabe ao juiz determinar as provas que
entenda necessárias à garantia constitucional da ampla defesa, cuja decisão
é irrecorrível. A improcedência do agravo, na dicção dos artigos 27, do
Regimento Interno e 557, do Código de Processo Civil, impõe negar-se-lhe
seguimento.
Por intermédio das provas, o juiz busca reconstruir os fatos a ele narrados, aplicando
sobre estes as regras jurídicas abstratas previstas pelo ordenamento positivo.
Para Niess,
”Se o réu não contestar a ação, será considerado revel, não se reputando,
todavia, verdadeiros os fatos afirmados pelo autor, porque não existe
presunção de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude, ou de sua
interferência na eleição, deixando claro o texto constitucional que o processo
deverá ser instruído com a prova do vício que contaminou a eleição".
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A sentença da impugnatória tem natureza desconstitutiva negativa, tendo como efeito
a perda do mandato do réu e a declaração de nulidade dos votos atribuídos ao
mesmo.
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Esta inelegibilidade não equivale àquelas contidas no artigo 1° da Lei Complementar
64/90, pois estas são anteriores à diplomação e devem ser impugnadas através de
AIRC ou através de Recurso contra a Diplomação. A inelegibilidade na AIME é um
resultado, não podendo ser motivo da ação.
O TSE deixa isto claro, que a AIME não se confunde com Recurso contra a
Diplomação, neste AC. n° 12.595:
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decretação da inelegibilidade, caso não tenha ocorrido a AIJE, deveria Ser obtida
como efeito de sentença condenatória, proferida no juízo criminal eleitoral, tendo
como supedâneo aqueles mesmos fatos que deram ensejo à cassação do mandato.
Quanto ao recurso contra a AIME utiliza-se o Ordinário, previsto no art. 276, do Código
Eleitoral.
Assim, o prazo para interposição de recurso é de três dias, com efeito suspensivo,
sendo aplicáveis as regras dos arts. 258 e 216 do CE. Art. 258, in verbis: “Art. 258.
Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto em três
dias da publicação do ato, resolução ou despacho.”
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Assim, salvo que haja sido impugnado também, ninguém será alcançado por efeito
reflexo do julgamento de impugnação a outrem. Em consequência, o vice ou suplente
cujo mandato não foi questionado assumirá em substituição ao titular cassado.
Por fim, ressalta Joel Cândido que a CF/88 alargou as possibilidades de recursos
eleitorais e manteve o princípio da irrecorribilidade das decisões do TSE, conforme o
art. 121, § 3°, da Lei Maior: “São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de “habeas-
corpus” ou mandado de segurança.”
Com efeito, o anterior CPC (de 1973) previa, nos artigos 178 e 184, parágrafo 1º, que
os prazos processuais eram contínuos, não sendo interrompidos nos feriados ou
finais de semana.
Dessa forma, na legislação anterior, eventual início ou vencimento dos prazos nos
dias não úteis (sábado, domingo e feriado) eram automaticamente prorrogados para
o primeiro dia útil subsequente.
No processo eleitoral, essa regra sempre foi aplicada subsidiariamente, sem maiores
discussões, de forma que a contagem do prazo na Justiça especializada segue a
regra geral do CPC, por ausência de norma específica sobre o tema.
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Contudo, algumas exceções são trazidas na legislação eleitoral, em especial quanto
à contagem de prazo durante o período eleitoral, desde o registro de candidatura até
o final do ano em que forem feitas as eleições.
Ou seja, até as eleições de 2014, a regra era que, a partir do encerramento do prazo
de registro de candidatura, os prazos no processo de impugnação seriam contínuos,
podendo inclusive se iniciar ou vencer aos sábados, domingos e feriados.
Vale frisar que nesses dias (tradicionalmente não úteis para a Justiça), os cartórios e
tribunais eleitorais funcionam normalmente durante o período eleitoral, em
consonância com o princípio da celeridade que permeia essa Justiça especializada.
Da mesma forma também ocorria com os prazos das representações (por direito de
resposta, propaganda eleitoral irregular, por conduta vedada etc.) e das ações de
investigação judicial eleitoral.
Assim, durante o período eleitoral, os prazos dessas ações corriam normalmente nos
finais de semana e feriados, nos termos das resoluções editadas pelo TSE para cada
eleição (por exemplo: artigo 41 da Resolução TSE 23.398/13).
Todavia, para as eleições de 2016, com a entrada em vigor do novo CPC, surge a
discussão quanto à forma de contagem dos prazos no processo eleitoral.
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Afinal, o artigo 219 do novo CPC prevê que “na contagem de prazos em dias,
estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis”.
Assim, surge um conflito aparente de normas: como deve ser feita a contagem dos
prazos no processo eleitoral, com a novidade do artigo 219 do novo CPC? Tal norma
deve se sobrepor aos artigos 16 da LC 64/90, 58-A da Lei 9.504/97 e 5º da Resolução
TSE 23.462/15?
No caso dos prazos eleitorais “ordinários”, ou seja, aqueles que ocorram fora do
período das eleições, aplica-se o artigo 219 do novo CPC, de modo que a contagem
dos prazos deverá se dar apenas em dias úteis.
Afinal, não havendo norma especial tratando da forma de contagem dos prazos no
processo eleitoral fora do período das eleições, prevalece a regra geral do artigo 219
do novo Código de Processo Civil, em sua literalidade.
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Como dito anteriormente, a chegada do novo CPC aparenta ter causado um conflito
entre o artigo 219 do novo CPC e as referidas normas eleitorais que tratam da
contagem do prazo no processo perante aquela Justiça especializada.
O sistema jurídico brasileiro prevê soluções para compatibilizar normas que pareçam
colidentes, as chamadas antinomias, a partir dos critérios da hierarquia, cronologia e
especialidade.
Dentre as formas de solução dos conflitos aparentes de normas, a mais básica delas
diz respeito ao critério temporal, em que a lei nova revoga a lei anterior, no que
conflitante.
Todavia, entende-se que esse critério não pode ser aplicado ao caso.
Por outro lado, e ainda mais importante, há que se ter em mente que a utilização do
critério temporal nessa hipótese acabaria por comprometer o princípio da celeridade
eleitoral, visto que a contagem do prazo somente em dias úteis acarretará uma
morosidade na solução das demandas eleitorais.
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critério da especialidade, segundo o qual a norma especial prevalece sobre a regra
geral.
Com efeito, esse critério da especialidade tem lugar apenas no que tange aos prazos
eleitorais “extraordinários”, ou seja, aqueles verificados durante o período eleitoral.
Isso porque a legislação eleitoral, especial em relação à regra geral do novo CPC
apenas cuida da contagem dos prazos eleitorais nesse interregno, não trazendo
qualquer previsão sobre a contagem de prazo fora desse período.
Em suma, fora do período eleitoral, por não haver qualquer regra especial, aplica-se,
irrestritamente, o artigo 219 do novo CPC para a contagem dos prazos processuais
da Justiça Eleitoral, uma vez que o CPC é norma subsidiariamente aplicada no
processo judicial especializado em caso de lacuna, como se tem aqui.
Por outro lado, durante o período das eleições — no caso de 2016, entre 15 de agosto
e 16 de dezembro — deve prevalecer a norma especial.
Vale frisar: somente é possível essa ressalva à contagem de prazo prevista no artigo
219 do novo CPC durante o período eleitoral porque há norma especial tratando do
tema.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
Caso não haja norma especial sobre a forma de contagem dos prazos processuais,
aplicar-se-á a regra geral do novo código, exatamente como ocorre com os prazos
eleitorais “ordinários”.
Não foi por outra razão que a Turma de Uniformização de Jurisprudência dos
Juizados Especiais do DF, por exemplo, decidiu, dia 28/3, que o artigo 219 do novo
CPC também se aplica aos juizados especiais, que seguirão a nova regra, no que
tange aos prazos processuais.
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Como se vê, mesmo nos juizados especiais, onde também há o princípio da
celeridade como norte, a aplicação da nova forma de contagem de prazo é medida
que se impõe, visto que não há outra norma especial que discipline a matéria.
De fato, pretende-se aqui, tão somente, trazer à tona a reflexão sobre essa
problemática processual trazida pelo novo CPC, apontando-se, ao fim, uma possível
solução, sem qualquer pretensão de esgotar o tema ou de pacificar a questão, que
ficará a cargo da jurisprudência a ser sedimentada num ou noutro sentido.
Finalmente, a AIME foi criada antes da CF/88, não sendo então uma inovação desta
última, pois já estava prevista no art. 222 do CE.
A AIME é ação cível, e não criminal, classificada como constitutiva negativa e serve
para preservar a real vontade popular na outorga do mandato político aos seus
representantes, pois a legitimidade do mandato é essencial para o desempenho do
mesmo.
Na comparação com os países vizinhos, o Brasil tem este instituto, que é mais
avançado em matéria eleitoral.
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Se o fim é preservar a real manifestação da soberania popular, exprimida por meio
do voto, deve-se reconhecer a legitimidade, para a sua propositura, não só dos
partidos políticos, dos candidatos eleitos ou não e do Ministério Público, mas também
a do cidadão eleitor.
Mesmo nos casos de segredo de justiça e nos provimentos em que, por específicos
e claros motivos de ordem pública, se restringe a publicidade, ao demandado esta
nunca pode ser tolhida, e as motivações, como próprio esteio da regularidade do
procedimento e de sua razoabilidade, são de obrigatório fornecimento.
Quanto aos prazos, existem vários princípios que devem ser observados pela partes
e pelo juízo. O prazo para a AIME é de natureza decadencial.
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O eleitor tem interesse quanto à lisura dos votos sufragados; a República Federativa
do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito, tendo como fundamentos: a
cidadania e a soberania.
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BIBLIOGRAFIA
BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005.
COSTA, Adriano Soares da. Instituições de Direito Eleitoral. se Ed. Rev. Atualiza e
Ampliada. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.
COSTA, José Rubens. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo. Belo Horizonte: Del
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