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Aula 1: Conceitos e ...

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Prof. Daniel Lima
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Direito Eleitoral para Técnico Judiciário - Área Administrat...
Aula 1: Conceitos e fontes de direito ele...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

PANORAMA CONCEITUAL DO DIREITO ELEITORAL................................................................................... 4

QUESTÃO PARA FIXAR.......................................................................................................................................... 5

CONCEITOS ESSENCIAIS DO DIREITO ELEITORAL....................................................................................... 7

SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNIOS..................................................................................................................... 7

QUESTÃO PARA FIXAR.......................................................................................................................................... 10

DEMOCRACIA............................................................................................................................................................ 10

PLEBISCITO, REFERENDO E INICIATIVA POPULAR..................................................................................... 12

QUESTÃO PARA FIXAR.......................................................................................................................................... 14

FONTES DO DIREITO ELEITORAL...................................................................................................................... 16

FONTES MATERIAIS................................................................................................................................................ 16

FONTES FORMAIS.................................................................................................................................................... 16

FONTES INFORMAIS............................................................................................................................................... 16

QUESTÃO PARA FIXAR.......................................................................................................................................... 17

PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL................................................................................................................ 20

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL................................................................................................. 20

DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA!!....................................................................................................................... 22

QUESTÃO PARA FIXAR.......................................................................................................................................... 23

PRINCÍPIO DA MORALIDADE ELEITORAL....................................................................................................... 24

PRINCÍPIO DA LIBERDADE DO VOTO.............................................................................................................. 25

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA VONTADE DO ELEITOR ............................................................................... 25

PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO SUFRAGGI....................................................................................................... 25

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA......................................................................................... 26

PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA PARTIDÁRIA ................................................................................................... 27

PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO E PERDA DO MANDATO ELETIVO ........... 28

QUESTÃO PARA FIXAR.......................................................................................................................................... 29

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR.............................................................................................. 31

RESUMO DIRECIONADO........................................................................................................................................ 54

PANORAMA CONCEITUAL DO DIREITO ELEITORAL................................................................................... 54

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CONCEITOS ESSENCIAIS DE DIREITO ELEITORAL....................................................................................... 54

SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNIOS..................................................................................................................... 54

DEMOCRACIA............................................................................................................................................................ 55

PLEBISCITO, REFERENDO E INICIATIVA POPULAR..................................................................................... 56

FONTES DO DIREITO ELEITORAL....................................................................................................................... 57

FONTES MATERIAIS................................................................................................................................................ 57

FONTES FORMAIS.................................................................................................................................................... 57

FONTES INFORMAIS............................................................................................................................................... 58

PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL................................................................................................................ 58

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL................................................................................................. 58

DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA!........................................................................................................................ 60

PRINCÍPIO DA MORALIDADE ELEITORAL....................................................................................................... 60

PRINCÍPIO DA LIBERDADE DO VOTO.............................................................................................................. 61

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA VONTADE DO ELEITOR ............................................................................... 61

PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO SUFRAGGI....................................................................................................... 61

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA......................................................................................... 62

PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA PARTIDÁRIA ................................................................................................... 63

PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO E PERDA DO MANDATO ELETIVO ........... 64

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Panorama conceitual do direito eleitoral


Filhotes, o Direito Eleitoral é um conjunto de normas, princípios e regras cujo objetivo
é garantir a legitimidade do processo eleitoral.

Daniel, mas qual é o ramo do direito eleitoral? Direito público ou privado? Direito
Público!!! O qual deriva diretamente do Direito Constitucional e se destina a organizar
todo o processo eleitoral.

Um ponto importante e que vocês não podem confundir é o objetivo da disciplina


eleitoral, com o objeto. Objetivo a gente já sabe que é garantir correção e
legitimidade do exercício do direito de sufrágio pelos cidadãos. Por sua vez, o objeto
é todo o processo eleitoral, compreendido em sentido lato, desde o alistamento
eleitoral (inscrição dos eleitores) até a diplomação dos vitoriosos (capítulo final de uma
eleição).

Um ponto interessante é a alocação dos partidos políticos nesse enquadramento.


Existem, basicamente, dois posicionamentos sobre a matéria:

I) parte da doutrina compreende que os partidos políticos como parte essencial do


processo eleitoral, por deterem o monopólio das candidaturas e, também, a titularidade
de inúmeras ações eleitorais, são parte essencial do Direito Eleitoral.

II) de outra banda, existem aqueles que defendem a existência de outro ramo
autônomo da Ciência Jurídica, o Direito Partidário, que trataria exclusivamente das
questões relacionadas às legendas partidárias.

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Vamos ver como esse tópico é cobrado em provas de concurso público:

Questão para fixar


1. (Juiz de Direito Substituto/TJ-MG/2014/FUNDEP): Analise as afirmativas seguintes.

I. Independente e próprio, com autonomia científica e didática, o Direito Eleitoral está


encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e o processo eleitoral,
cujo conjunto de normas destina-se a assegurar a organização e o exercício de direitos
políticos, especialmente os que envolvam votar e ser votado.

II. A Lei Eleitoral é exclusivamente federal por força do Artigo 22, I, da Constituição
Federal, podendo, no entanto, os Estados e Municípios disporem de regras de cunho
eleitoral supletivamente.

III. As Medidas Provisórias podem conter disposições com conteúdo eleitoral.

IV. Vigora no Direito Eleitoral o princípio da anterioridade, ou seja, embora em vigor na


data de sua publicação, a lei somente será aplicada se a eleição acontecer após um ano
da data de sua vigência.

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A partir da análise, conclui-se que estão CORRETAS.

a) I e II apenas.

b) I e III apenas.

c) II e III apenas.

d) I e IV apenas.

Resolução:

Item I – correto, o Direito Eleitoral é independente e autônomo sendo seu objetivo


garantir a legitimidade do processo eleitoral, ou seja, assegurar a fruição dos direitos
políticos.

Item II – incorreto, a competência legislativa em matéria eleitoral é privativa da União


conforme determina a Constituição Federal.

Item III –incorreto, medida provisória não pode versar sobre matéria eleitoral conforme
determina o artigo 62, § 1º, I, a da Constituição Federal.

Item IV – correto. Esse é o conceito do princípio da anualidade eleitoral (art. 16 da


Constituição Federal).

Resposta: D

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Conceitos essenciais do direito eleitoral


Como todos os direitos do ordenamento jurídico brasileiro, o Direito Eleitoral possui
termos que lhe são próprios e são essenciais para compreender a dinâmica da
disciplina e seus objetivos, então vamos a eles:

Sufrágio, Voto e Escrutínios


Os primeiros conceitos essenciais dizem respeito ao sufrágio, voto e escrutínio.

O Sufrágio refere-se ao direito de participação política constitucionalmente previsto,


seja através do voto, seja através da candidatura.

Historicamente, variadas foram as espécies de sufrágio adotadas no Brasil. Como as


mais importantes temos:

I) Sufrágio censitário = adotado pela Constituição de 1824, exige para o exercício do


direito de participação política (votar e candidatar-se) a presença de um patrimônio
mínimo. Aqui o direito é condicionado pela existência ou não de riqueza!

II) Sufrágio capacitário = adotado parcialmente no Brasil, exige para o exercício do


direito de sufrágio certo nível de formação dos cidadãos. Na realidade brasileira, o voto
dos analfabetos esteve proibido até 1985 e, até os dias atuais, sua candidatura continua
vedada.

III) Sufrágio por gênero = adotado no Brasil até 1932, limita o exercício do direito de
sufrágio a um gênero, geralmente, ao gênero masculino. O direito de participação
política feminina no Brasil foi reconhecido apenas com a edição do primeiro Código
Eleitoral em 1932, sendo corroborado depois pela Constituição de 1934.

IV) Sufrágio universal = sistema adotado atualmente no Brasil, permite a participação


política de todas as pessoas, desde que respeitadas as limitações constitucionais ao
exercício do direito.

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O voto, por sua vez, é o instrumento, ou seja, a forma de concretização do direito de


sufrágio, é a materialização deste direito.

A Constituição de 1988 no seu art. 60, § 4º, II traz que o voto será direto, secreto, com
igual valor para todos (artigo 14), universal e periódico.

Detalhando as características do voto temos:

I) Direto = cada eleitor vota diretamente, não necessitando de interpostas pessoas para
a escolha dos candidatos. No período imperial vigia, no Brasil, o voto indireto. Elegia-se
pessoas que seriam responsáveis pela eleição dos ocupantes de cargos públicos.
Atualmente, o voto indireto só ocorrerá no caso de vacância dos cargos executivos nos
dois últimos anos do mandato.

II) Secreto = o conteúdo do voto não pode ser violado e exposto. Devendo ser conhecido
apenas pelo eleitor. Até a Repúblicas Velha o voto no Brasil era a descoberto, a pessoa
falava abertamente em que pretendia votar e o voto era computado.

III) Igual = o voto possui exatamente o mesmo valor independentemente de quem seja
o eleitor. É a consolidação do princípio one man, one vote.

IV) Obrigatório = todos os eleitores, salvo os analfabetos, os menores de 18 anos e


maiores de 70 anos, são obrigados a comparecer a uma seção eleitoral no dia da eleição

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ou justificar sua ausência posteriormente, sob pena de pagamento de multa.

V) Periódico = a Constituição de 1988 garante a periodicidade do voto para a impedir a


perpetuação de poder por uma mesma pessoa ou grupo político e garantir a
consolidação democrática através da contínua participação do eleitorado.

OBS: Conforme o art. 60, § 4º, II, é classificado como clausula pétrea o voto direto,
secreto, universal e periódico, portanto não podendo serem abolidas nenhuma dessas
características do ordenamento jurídico brasileiro.

LEMBREM-SE SEMPRE, CLAUSULAS PÉTRAS SOMENTE PODEM SER ALTERADAS


PARA EXPANSÃO DOS DIREITOS, NUNCA PARA RESTRIÇÃO OU ABOLIÇÃO!

Por fim, o escrutínio é a contagem dos votos. O ato material de contabilizar os votos
dados na eleição.

Vamos ver como esse tema já foi cobrado em provas:

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Questão para fixar


(INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022): O sufrágio é um direito:

a. público e personalíssimo sendo de natureza política.

b. privado subjetivo de natureza política.

c. privado objetivo de natureza nacional.

d. privado e personalíssimo.

e. público e personalíssimo sendo de natureza nacional.

Resolução: Por classificação doutrinária, o direito ao sufrágio é público, personalíssimo


e com natureza de direito a participação política.

Resposta: A

Democracia
A democracia sendo classificada como forma de governo é um modelo político que
possui seu nascedouro na Grécia Antiga, etimologicamente a palavra significa governo
de todos, governo de muitos. Dessa forma, é possível, de modo mais elaborado, afirmar
que a democracia é a participação popular no exercício do poder, seja
decidindo diretamente, seja escolhendo seus representantes para exercer cargos de
índole política.

Tradicionalmente podemos classificar a democracia em três modelos: direta, indireta e


semidireta.

Democracia direta é o modelo no qual todas as pessoas decidem através do voto o


que está sendo suscitado. Esse modelo de democracia foi dominante desde a era
Vikings até a Grécia Antiga. Quem já assistiu a série Vikings sabe do que eu estou
falando, em determinados episódios a população se reunia em tabernas para decidir,

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por meio do voto, diversos temas daquela época, inclusive condenando ou absolvendo
pessoas.

Com o crescimento da população e o aumento da complexidade das relações sociais


esse modelo tornou-se quase impossível de ser executado na atualidade. A exceção são
alguns locais da Suíça que utilizam o sistema da landsgemeinde.

Democracia indireta é aquela em que o povo entrega toda a responsabilidade pelas


decisões políticas aos representantes eleitos periodicamente.

Por sua vez, a democracia semidireta ou mista, como o próprio nome já fala, é aquela
na qual ora o povo delega a responsabilidade pelas decisões políticas aos
representantes eleitos, ora decide diretamente.

Estampada na Constituição nos seguintes termos: "Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição" (artigo 1º, parágrafo único). A democracia semidireta ou mista é o
modelo aplicado no Brasil.

Ora o povo elege representantes que tomam decisões políticas em nome dos
eleitores, ora decidem diretamente por meio do plebiscito, referendo ou a iniciativa
popular.

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Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular


Os mecanismos de democracia direta previstos na Constituição Federal são: o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (artigo 14, I, II e III). Tais figuras foram
regulamentadas pela Lei n° 9.709/1998.

O plebiscito e o referendo são consultas formuladas para que o povo delibere acerca
de temas importantes para sociedade, e com isso orientem a atividade legislativa
(Parlamento) e administrativa (Governos). A distinção entre as duas figuras decorre
do momento em que ocorrem.

O plebiscito é uma consulta prévia, logo, a ação dos órgãos estatais será inteiramente
concentrada na etapa posterior à consulta popular.

DICA DO DANI! AQUI VOCÊS TÊM QUE LEMBRAR DO CREEEITON – PRÉBISCITO –


CONSULTA PRÉVIA!

O referendo, por sua vez, é uma consulta posterior. O poder legislativo aprova uma
norma e, após, o povo decide se as medidas devem ser mantidas ou não.

Quem é mais novo não vai lembrar, mas em 2005, o Brasil convocou um referendo para
deliberar sobre o Estatuto do Desarmamento.

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Por sua vez, a iniciativa popular, consiste na possibilidade de o povo apresentar


diretamente à Câmara dos Deputados uma proposição de norma.

Segundo a Lei 9.709/98:

Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos
Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores
de cada um deles.

Ah Daniel, mas por que a apresentação deve ser feita na Câmara? Porque a Câmara é a
casa parlamentar que representa o povo. Para essa proposição é necessário que se
atenda algum requisito? A reposta é SIM! A própria Lei n. 9709/98 traz as condições
mínimas para que um projeto de lei seja iniciado junto ao Congresso Nacional.

Vejamos quais são essas condições mínimas:

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Por fim, as Constituições Estaduais podem prever a iniciativa popular de leis em no


âmbito dos Estados, desde que sigam o paradigma da norma federal.

Questão para fixar


VUNESP - 2017 - Câmara de Porto Ferreira - SP - Procurador Jurídico: No dia 23 de
outubro de 2005, o povo brasileiro foi consultado a respeito da proibição do comércio de
armas de fogo e munições no país, visando a alteração no art. 35 do Estatuto do
Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), proibindo a comercialização de arma de fogo e
munição em todo o território nacional, ou seja, consultava-se se estaria mantido ou não
em vigor o dispositivo. Isso se deu por meio de

a. plebiscito.

b. referendo.

c. iniciativa popular.

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d. consulta pública.

e. eleição ordinária.

Resolução: Como a consulta é posterior ao ato, o estatuto do desarmamento já existe, a


resposta correta é o instituto do REFERENDO.

Resposta: B.

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Fontes do direito eleitoral


Passados os conceitos iniciais, vamos agora descobrir quais as fontes do direito eleitoral.
Como o nome indica, fontes são os locais de onde o direito nasce. Nesse sentido,
quando falamos do direito eleitoral é possível apontar três espécies de fontes: as
materiais, as formais e informais.

Fontes Materiais
As fontes materiais são os fatores sociais, históricos, humanísticos e políticos que
influenciam no surgimento de normas jurídicas. As fontes materiais são, portanto, as
influências na formação e construção da disciplina eleitoral.

Fontes Formais
As fontes formais são os mecanismos que introduzem uma norma no meio
jurídico dotando-lhe de eficácia jurídica e social. Nesse cenário, podem ser dividias em
fontes formais diretas e indiretas.

As fontes formais diretas ou primárias são aquelas que inovam no ordenamento


jurídico, fazendo com que surjam novas normas de Direito Eleitoral. Como exemplos
temos a Constituição Federal, o Código Eleitoral, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), a Lei
Orgânica dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), a Lei das Inelegibilidades (Lei
Complementar nº 64/90). Além disso, as Consultas, Resoluções e Súmulas do TSE.

As fontes formais indiretas ou secundárias são as normas das demais


disciplinas jurídicas que tangenciam a matéria eleitoral, ou seja, não tratam a matéria
eleitoral de forma direta, tendo sua aplicação feita de forma subsidiária. Como exemplo
temos o Código Penal, Código de Processo Civil e o Código de Processo Penal.

Fontes Informais
As fontes informais são as que têm função supletiva, ajudando a dar integridade ao
sistema de normas, fazendo a junção entre diferentes dispositivos e preenchendo as

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lacunas eventualmente existentes. Assim, podem ser apontadas como fontes informais
a doutrina e os costumes.

Prestem muita atenção nesse tema, porque quando cobradas em provas de concursos
geralmente é uma pedra no sapato do candidato! Falando nisso, vamos a mais algumas
questões!

Questão para fixar


1. FCC - 2015 - TRE-RR - Técnico Judiciário – Área Administrativa

Incluem-se dentre as fontes diretas do Direito Eleitoral:

a. os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral.

b. as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

c. as leis estaduais.

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d. as leis municipais.

e. os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais.

Resolução:

Item A – incorreto, pois a Doutrina é fonte informal;

Itens C e D – incorretos, pois o Direito Eleitoral é competência da União, portanto não há


de se falar em Leis estaduais e municipais como fontes;

Item E –incorreto, a jurisprudência é fonte indireta.

Item B – correto. As fontes Resoluções do TSE são classificadas como fonte direta ou
primária.

Resposta: B

2. FCC - 2017 - TRE-SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa

Acerca das fontes de Direito Eleitoral,

a. a função normativa da Justiça Eleitoral autoriza que sejam editadas Resoluções


Normativas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de criar direitos e
estabelecer sanções, possibilitando a revogação de leis anteriores que
disponham sobre o mesmo objeto da Resolução Normativa.

b. as normas eleitorais devem ser interpretadas em conjunto com o restante do


sistema normativo brasileiro, admitindo-se a celebração de termos de
ajustamento de conduta, previstos na Lei n° 7.346/85, que disciplina a Ação Civil
Pública, desde que os partidos políticos transijam, exclusivamente, sobre as
prerrogativas que lhes sejam asseguradas.

c. o Código Eleitoral define a organização e a competência da Justiça Eleitoral,


podendo ser aplicado apesar de a Constituição Federal prever a necessidade de
lei complementar para tanto.

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d. as Resoluções Normativas do TSE, as respostas às Consultas e as decisões do


Tribunal Superior Eleitoral são fontes de Direito Eleitoral de natureza
exclusivamente jurisdicional e aplicáveis apenas ao caso concreto dos quais
emanam.

e. o Código Eleitoral, a Lei de Inelegibilidades, a Lei dos Partidos Políticos, a Lei das
Eleições, as Resoluções Normativas do TSE e as respostas a Consultas são fontes
de Direito Eleitoral de mesma estatura, hierarquia e abrangência, podendo ser
revogadas umas pelas outras.

Resolução:

Item A – incorreto, As Resoluções do TSE como regra não inovam no ordenamento, a


finalidade das mesmas são detalhar a execução das leis;

Item B – incorreto, não é admitido TCO na Justiça Eleitoral;

Item D – incorreto, a primeira parte da assertiva está correta, contudo, quando o


examinador fala que apenas serão aplicáveis ao caso concreto de origem, essa
afirmação invalida o item;

Item E – incorreto, não são de mesma hierarquia e uma Consulta não tem o poder de
revogar uma Lei.

Item C – correto. Pessoal, aqui eu quero destacar um ponto muito importante para
vocês! O Código Eleitoral como regra é classificado como Lei Ordinária, todavia a CF
recepcionou o mesmo como Lei Complementar no tocante a organização e
competência, assim como a questão trouxe a previsão de Lei Complementar para
complementação o item está correto.

Resposta: C

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Princípios do direito eleitoral


Filhotes, quando falamos em princípios aplicáveis ao Direito Eleitoral diferentes dos
outros direitos que os princípios servem como base, alicerce, essência da norma, aqui o
contexto é muito mais da aplicabilidade.

Nesse sentido, veremos que grande parte dos princípios, inclusive os explicados nessa
aula, tem relação com a aplicação em etapas do processo eleitoral.

Como o objetivo deste curso é trazer o direito eleitoral da forma mais objetiva possível,
seria impossível trazer todos os princípios classificados pela doutrina para aula, dessa
forma trarei então os princípios mais cobrados em provas de concursos públicos.

Vamos a eles!

Princípio da Anterioridade Eleitoral


O princípio da anterioridade eleitoral também conhecido como anualidade eleitoral,
é, sem dúvidas o mais cobrado em provas! Dito isso, se vocês não tiverem tempo ou
espaço para aprender os outros, prestem muita atenção nesse que ele é responsável
por 90% das questões.

Muito importante no ordenamento jurídico, o princípio da anterioridade constituí


verdadeiro sustentáculo do modelo democrático brasileiro, a ponto de ser reconhecido
pelo STF como cláusula pétrea e direito fundamental em razão da segurança jurídica
que produz, importante para a estrutura eleitoral.

De forma literal o artigo 16 da Constituição Federal de 1988 traz:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

Veja, aqui nós temos dois institutos, o da vigência e da eficácia! Pessoal, pelo amor de
Deus, não vão confundir esses institutos em prova. Vigência, de forma prática, quer
dizer que a lei entrou em validade no ordenamento jurídico. Eficácia, por sua vez, é

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quando aquela norma válida poderá ser aplicada em uma situação ou momento
concreto.

Traduzindo o que o art. 16 traz para gente, temos: A lei entra em vigor (É VALIDA) na
data de sua publicação, e não poderá ser aplicada (EFICÁCIA) na eleição de até um
ano da sua vigência.

Em outras palavras a norma diz que a lei valerá para a eleição futura se entrar em
vigor 366 dias antes do pleito, ou seja, 01 ano e 01 dia antes da eleição.

Vamos ao exemplo prático para vocês entenderem melhor:

Dessa forma, O princípio estabelece um limite temporal para a aplicação de normas


que modifiquem o processo eleitoral, o objetivo é impedir que surjam regras
casuísticas que tenham como escopo manipular a eleição, favorecendo ou
prejudicando determinados candidatos, partidos ou grupos políticos.

Finalizando o tema, quero deixar três observações para vocês:

OBS1: O conceito de lei deve ser interpretado em sentido amplo, excluindo-se apenas
as Resoluções do TSE, que, em regra, não inovam no ordenamento, apenas detalhando
o que está na legislação.

OBS2: Se o examinador te perguntar qual a eficácia desse tipo de norma eleitoral, você
vai marcar na sua prova que é postergada!!

De olho na jurisprudência!!

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¹Como o art. 16 da CF somente faz menção a Lei que alterar o processo eleitoral qu
estões foram suscitadas ao STF sobre a aplicabilidade ou não do princípio da anual
idade a outras partes do ordenamento jurídico eleitoral. Em decisão sobre a LC n. 6
4/90 (inelegibilidades), entendeu o STF que este princípio também deveria ser apli
cado a esta lei, vez que a inelegibilidade esta intimamente atrelada ao processo el
eitoral, e, portanto, eventuais mudanças na Lei Complementar poderiam compro
meter à segurança jurídica de todo o processo eleitoral.

²O Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 637.485/RJ decidiu que as d


ecisões do TSE quando, alterar o processo eleitoral e promover mudanças de enten
dimento jurisprudencial e repercutindo na segurança jurídica não podem ser aplic
adas enquanto não houver o transcurso de 1 ano.

“(...) Em razão do caráter especialmente peculiar dos atos judiciais emanados do Tri
bunal Superior Eleitoral, os quais regem normativamente todo o processo eleitoral,
é razoável concluir que a Constituição também alberga uma norma, ainda implícit
a, que traduz o postulado da segurança jurídica como princípio da anterioridade o
u anualidade em relação à alternação da jurisprudência do TSE. Assim, as decisões
do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o seu e
ncerramento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma repercutam
sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e so
mente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior.” (RE nº637.485/
RJ)

³O Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 3.685, decidiu que a anualidad


e eleitoral também se aplica às emendas constitucionais que alterem o processo el
eitoral.

OBS3: O conceito de processo eleitoral, descrito no caput do art. 16, compreende as


seguintes fases: Alistamento, Votação, Apuração e Diplomação.

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Mais uma questão, bora!

Questão para fixar


VUNESP - 2018 - Câmara de Nova Odessa - SP - Assistente Legislativo

Se, hipoteticamente, tivesse sido sancionado, no dia 15 de maio de 2018, um projeto de


lei que alterasse a Lei Federal nº 9.504/97, que estabelece as normas gerais para as
eleições no Brasil, modificando, em larga medida, a disciplina da propaganda eleitoral, é
correto dizer que a nova lei

a. não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência


do princípio da lisura das eleições.

b. poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio da democracia.

c. não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência


do princípio da anualidade eleitoral.

d. poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio do aproveitamento do voto.

e. não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência


do princípio federativo.

Resolução: Como a lei foi sancionada em 15 de maio de 2018, por força do princípio da
anualidade eleitoral, a mesma não poderia ser aplicada nas eleições de 2018.

Resposta: C

Princípio da Moralidade Eleitoral

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É princípio de índole constitucional, estando previsto no artigo 14, §9º:

Art. 14. [...] § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os


prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Aqui, o legislador serviu-se do princípio para criar um padrão ético a ser respeitado
por todos aqueles que pretendem apresentar-se como candidatos.

Ressalta-se que ao mesmo tempo em que estabeleceu uma régua moral para as
eleições, o legislador constituinte, fixou a necessidade de que os critérios fossem
explicitados por legislação específica, sob a forma de lei complementar.

O TSE tem, seguidamente, apresentado julgados no sentido de que a presente norma


não é autoaplicável, exigindo complementação legislativa para definir o que seria a vida
pregressa.

Princípio da Liberdade do Voto


O cidadão é livre para escolher seus candidatos, não devendo sofrer quaisquer
pressões neste processo, guiando-se apenas pelos seus valores pessoais durante a
decisão.

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Se o voto for atingido em sua liberdade, dependendo da extensão do processo de


fraude o pleito pode, inclusive, ser anulado ou haver a cassação do beneficiário da ação
fraudulenta.

Princípio da Primazia da Vontade do


Eleitor
No processo eleitoral deve-se dar prioridade ao desejo do eleitor expresso através do
voto, preservando-o sempre. Assim, as fraudes eleitorais devem ser duramente coibidas,
pois têm a intenção de não respeitar a vontade do cidadão, alterando, assim, o resultado
natural de uma eleição.

Princípio do In Dubio Pro Sufraggi


Em caso de dúvida quanto à regularidade de um determinado processo eleitoral
deve-se privilegiar a vontade popular apresentada pelos eleitores e preservar os
mandatos eletivos. Em decorrência deste princípio, a jurisprudência do Tribunal
Superior Eleitoral proíbe, por exemplo, que haja cassação de mandato eletivo com base
no depoimento de uma única testemunha.

Ademais, para que ocorra a anulação do pleito é necessário que fique demonstrada real
existência de prejuízo, conforme estabelecido pelo Código Eleitoral.

Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que
ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.

Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela parte que
lhe deu causa nem a ela aproveitar.

Sabe aquela história que se mais da metade dos votos forem nulos a eleição é nula, pois
é! É MITO! Por esse princípio, o aproveitamento dos sufrágios, faz com que, ainda que
haja mais votos nulos do que votos válidos em um determinado pleito, a eleição não
seja anulada, sendo declarado vitorioso aquele que obtiver a maioria dos votos válidos,
ainda que não configure a maioria dos votos totais.

Fique atento que a doutrina trouxe novos desmembramentos para esse princípio, são
eles: Princípio da Atipicidade Eleitoral, Princípio in dubio pro eleitor ou in dubio pro
candidato. Desta forma, essa presunção também recai quando houver dúvida quanto à

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possibilidade de se restringir determinados direitos políticos, assim deve prevalecer o


entendimento que melhor preserve tais direitos.

No mesmo viés, desponta o Princípio do aproveitamento do voto, ligando-se à


excepcionalidade das nulidades na aplicação da lei eleitoral, sobretudo no que
concerne à votação, visando preservar o voto diante de irregularidades que não
comprometam o pleito. Nesse ponto, o Código Eleitoral apresenta o seguinte artigo:

Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não tiver havido impugnação
perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulidades arguidas.

Conclui-se que as nulidades podem ser desconsideradas no processo eleitoral quando


não puderem causar um efetivo prejuízo a lisura eleitoral.

Princípio da Responsabilidade Solidária


O princípio da responsabilidade solidária refere-se ao campo da propaganda eleitoral e
pode ser retirado do Código Eleitoral. Assim:

Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos
e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus
candidatos e adeptos.

Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos candidatos e aos
respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de
uma mesma coligação.

Segundo o artigo há uma responsabilidade solidária entre partidos e candidatos


pelo conteúdo e forma de exteriorização da propaganda eleitoral, a fim de que se
evite verdadeiro jogo de empurra em que as partes fogem de suas responsabilidades.

A Lei das Eleições, também, reconhece a existência da solidariedade entre os agentes,


no que se refere apo dever de prestação de contas:

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade


dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

Importante notar, que a solidariedade não é absoluta, comportando exceções, por


exemplo na própria Lei das Eleições que determina:

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Art. 96. [...] § 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de


disposições desta lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de
esse ter se beneficiado da conduta, salvo quando comprovada a sua participação.

Não se trata de uma escusa absolutória absoluta, o legislador pretendeu afastar do


espectro de ação apenas as condutas de ordem geral, permanecendo em vigor o
princípio para os casos especificamente elencados ao longo das normas.

Princípio da Democracia Partidária


O modelo brasileiro de democracia dotou de importância ímpar os partidos políticos,
conferindo a eles o monopólio das candidaturas, vetando, assim, a existência de
candidaturas avulsas (candidatos sem filiação partidária).

O protagonismo das legendas partidárias, faz com que a democracia brasileira não
dispense sua participação e procure adotar medidas para proteger e estimular a
atuação partidárias.

Exemplo maior da concretização do princípio foi o reconhecimento pelo TSE e,


sucessivamente, pelo STF de que o mandato eletivo pertence ao partido e que a troca
de legenda pelo parlamentar eleito gera a perda do mesmo mandato.

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Princípio da Razoável Duração do


Processo e Perda do Mandato Eletivo
A Constituição de 1988 trouxe para o ordenamento jurídico brasileiro o princípio da
razoável duração do processo (artigo 5º, LXXVII), o que por consequência resultou na
consolidação do princípio da celeridade processual.

Em matéria eleitoral a duração razoável do processo tem uma peculiaridade


estabelecida na Lei de Eleições, vejamos:

Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5° da Constituição Federal, considera-se
duração razoável do processo que possa resultar em perda do mandato eletivo o
período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral.

§1° A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as


instâncias da Justiça Eleitoral.

Dessa forma, falou em duração razoável para processos que possam resultar na perda
de mandato, essa duração é de até 01 ano!

Ah Daniel, mas por que no Direito Eleitoral é diferente? Porque o objetivo dessa regra
é dar efeitos concretos ao processo que pode resultar em cassação de mandato
eletivo, afastando a possibilidade de haver uma decisão que reconheça o direito,
mas não possa ser cumprida por conta do fim do mandato.

Questão para fixar


(Técnico judiciário/TRE-RS/2015/CESPE)

A respeito do sistema eleitoral brasileiro, assinale a opção correta.

a. O princípio da moralidade eleitoral exige dos candidatos a prestação de contas


uniforme, sem previsão de prestação simplificada, independentemente do valor
movimentado em seu processo eleitoral.

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b. O voto e o alistamento eleitoral são obrigatórios a todo cidadão brasileiro


alfabetizado, em pleno gozo de saúde física e mental, que se encontre em seu
domicílio eleitoral.

c. As eleições presidenciais fundamentam-se no princípio da isonomia da


concorrência, não diferenciando o peso dos votos dos eleitores brasileiros.

d. Adotam-se no Brasil o caráter sigiloso (secreto) do voto, o pluripartidarismo e o


sufrágio restrito e diferenciado.

e. O partido político detém autonomia para definir em que município será


instalada sua sede, sua estrutura interna, sua organização, seu funcionamento e
demais cláusulas.

Resolução:

Item A – incorreto, não é essa a definição de princípio da moralidade, inclusive há a


possibilidade de prestação de contas simplificada no ordenamento jurídico eleitoral;
Item B – incorreto, o voto e alistamento são obrigatórios aos maiores de 18 anos e
menores de 70 ; Item D – incorreto, a primeira parte da assertiva está correta, contudo,
quando o examinador fala em sufrágio restrito, essa afirmação invalida o item. O
aplicável no Brasil é o sufrágio universal;

Item E – correto. A época da questão o item estaria errado, pois a legislação


determinava que a sede do partido seria na Capital Federal, hoje, com a Lei n. 13.877/19,
o item está correto!! A sede do partido poderá ser em qualquer cidade do território
nacional.

Item C – correto. É essa a essência desse princípio, portanto item correto.

Resposta: C e E.

OBS: Pessoal quando forem fazer questões fora do material, cuidem bastante o ano das
questões que vocês estão fazendo! Assim como essa questão, existem dezenas de
outras que a época o gabarito era um e hoje, com as reformas, será outro. Pelo amor de
Deus!! Cuidem isso!!

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Chegamos ao fim da parte teórica, vamos às questões?

Lembrando que qualquer dúvida estou à disposição na área de membros ou no


Instagram @limadaaniel.

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Questões comentadas pelo professor


01 . (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) As eleições presidenciais fundamentam-se no sistema proporcional, não


diferenciando o peso dos votos dos eleitores brasileiros.

B) lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até 2 (um) ano da data de sua vigência.

C) As hipóteses de inelegibilidades devem ser tratadas por Lei Complementar.

D) É competência concorrente da União, dos Estados e dos Municípios legislar sobre


direito eleitoral.

Resolução:

Item A - incorreto, As eleições presidenciais fundamentam-se no


sistema MAJORITÁRIO; Item B– incorreto, a lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, NÃO se aplicando à eleição que ocorra até 01 ano
da sua vigência; Item D – incorreto, é competência da UNIÃO legislar! Competência
privativa.

Item C – correto. As hipóteses de inelegibilidades devem ser tratadas por Lei


Complementar. Inclusive quem trata no nosso ordenamento é a Lei Complementar
64/90, objeto de estudo em próximas aulas.

Resposta: C

02. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

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A) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
aplicando à eleição que ocorra no exercício seguinte à sua publicação.

B) As fontes do direito eleitoral têm como objetivo principal assegurar que não haja
mudanças no ordenamento jurídico, mantendo-o estático, como deveria ser desde o
princípio, pois se exige, cada vez mais, um ambiente legislativo seguro e simplificado.

C) As hipóteses de inelegibilidades devem ser tratadas por Lei Ordinária.

D) Pelo princípio da elegibilidade, são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Resolução:

Item A - incorreto, A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, NÃO se aplicando à eleição que ocorra até 01 ano da sua vigência; Item B–
incorreto, além das fontes não terem esse objetivo, o direito eleitoral não é estático e
sim mutável; Item C – incorreto, as hipóteses de inelegibilidade, conforme a
Constituição serão tratadas por Lei Complementar.

Item D – correto. Perfeito! O inalistáveis não tem capacidade eleitoral ativa e passiva e
os analfabetos não têm capacidade eleitoral passiva.

Resposta: D

03. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre os princípios no direito eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) O Princípio da Autonomia Partidária visa garantir que os partidos políticos não


sofram interferência estatal em suas atividades.

B) O Princípio da Celeridade Eleitoral retrata a duração razoável do processo que possa


culminar em perda do mandato eletivo, o prazo máximo fixado em lei seria de 6 meses.

C) O Princípio da Atipicidade Eleitoral determina que a interpretação das normas


eleitorais pode restringir os direitos políticos quando a norma não prevê taxativamente
tais restrições.

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D) O Princípio da Periodicidade das Funções Eleitorais retrata a transitoriedade dos seus


membros, o juiz e o ministério público eleitoral, em regra, atuam por 2 anos, prazo
insuscetível de renovação .

Resolução:

Item B - incorreto, O Princípio da Celeridade Eleitoral retrata a duração razoável do


processo que possa culminar em perda do mandato eletivo, o prazo máximo fixado em
lei seria de 01 ano! ; Item C – incorreto, o Princípio da Atipicidade Eleitoral está ligado
com a ideia de quando houver dúvida quanto à possibilidade de se restringir
determinados direitos políticos, assim deve prevalecer o entendimento que melhor
preserve tais direitos; Item D – incorreto, o princípio de fato é esse, contudo o prazo não
é insuscetível de renovação! O biênio poderá ser renovado uma vez de forma
consecutiva.

Item A – correto. Esse é o objetivo do princípio da autonomia partidária.

Resposta: A

04. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

A respeito das fontes e princípios, assinale a alternativa CORRETA:

A) O Princípio Republicano determina que os membros do Executivo, Legislativo e do


Judiciário devem ser escolhidos periodicamente pelo povo e que o cargo eletivo deve
mudar de titular com periodicidade determinada.

B) O Princípio da Solidariedade Partidária determina que há responsabilidade solidária


entre os diretórios partidários municipais, estaduais e nacionais pelo inadimplemento
de suas respectivas obrigações ou por dano causado, violação de direito ou qualquer
ato ilícito.

C) O Princípio da Anualidade Eleitoral não se aplica às emendas constitucionais, tendo


em vista que decorrem do poder constituinte reformador.

D) As decisões do TSE devem respeitar o princípio da anterioridade eleitoral quando


promoverem mudanças de entendimento jurisprudencial e repercutirem na segurança

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jurídica do processo eleitoral, assim não podem ser aplicadas enquanto não houver o
transcurso de 1 ano.

Resolução:

Item A - incorreto, o princípio republicado se aplica aos poderes legislativos e


executivo, inclusive com a realização de eleições, porém o judiciário está fora do alcance
desse princípio; Item B – incorreto, não há responsabilidade solidária entre os
diretórios partidários municipais, estaduais e nacionais pelo inadimplemento de suas
respectivas obrigações ou por dano causado, violação de direito ou qualquer ato ilícito.
STF. Plenário. ADC 31/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/9/2021 (Info 1031).; Item C –
incorreto, O princípio se aplicará a leis e demais comandos normativos que alterem as
regras do processo eleitoral, INCLUSIVE as Emendas Constitucionais.

Item D – correto. Em razão do caráter especialmente peculiar dos atos judiciais


emanados do Tribunal Superior Eleitoral, os quais regem normativamente todo o
processo eleitoral, é razoável concluir que a Constituição também alberga uma norma,
ainda implícita, que traduz o postulado da segurança jurídica como princípio da
anterioridade ou anualidade em relação à alternação da jurisprudência do TSE. Assim,
as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após
o seu encerramento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma
repercutam sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso
concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior.” (RE
nº637.485/RJ).

Resposta: D

05. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) A lei que dispor de matéria eleitoral e não alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra no exercício seguinte à
sua publicação

B) o Código Eleitoral define a organização e a competência da Justiça Eleitoral,


podendo ser aplicado apesar de a Constituição Federal prever a necessidade de lei
complementar para tanto, pois, nesta parte, o código eleitoral foi recepcionado com
status de lei complementar mesmo sendo uma lei ordinária.

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C) A função consultiva da justiça eleitoral permite o questionamento de casos concretos


que envolvam o direito eleitoral.

D) Pelo princípio da elegibilidade, são elegíveis as pessoas com deficiências e os


analfabetos.

Resolução:

Item A - Incorreto, a grande pegadinha desse item é que a lei de matéria eleitoral NÃO
alterou o processo eleitoral, portanto não se submete ao princípio da anualidade; Item
C – incorreto, a função consultiva da Justiça Eleitoral é exercida em consultas de tese,
não em casos concretos com afirma a assertiva; Item D –incorreto, analfabeto é
alistável, mas não elegível.

Item B – correto. Pessoal, como já explicado, o Código Eleitoral como regra é


classificado como Lei Ordinária, todavia a CF recepcionou o mesmo como Lei
Complementar no tocante a organização e competência, assim tornando a alternativa
correta.

Resposta: B

06. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) A lei que altere o processo eleitoral somente entrará em vigor após um ano da sua
publicação.

B) A lei que altere o processo eleitoral somente entrará em vigor após um ano e um dia
da sua publicação.

C) A lei que altere o processo eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação.

D) O princípio da anualidade somente se aplicará as leis.

E) Leis municipais são classificadas como fontes diretas do Direito Eleitoral.

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Resolução:

Itens A e B - incorretos, A lei que alterar o processo eleitoral, entra em vigor na data da
sua publicação; Item D – incorreto, O princípio se aplicará a leis e demais comandos
normativos que alterem as regras do processo eleitoral, aqui a interpretação é de LEI
em sentido AMPLO; Item E –incorreto, lei municipal e estadual não são consideradas
fontes do direito eleitoral.

Item C – correto. A lei que alterar o processo eleitoral, entra em vigor na data da sua
publicação.

Resposta: C

7. (Promotor de Justiça/MPE-PA/2014/CESPE)

Situada no capítulo da Constituição Federal dedicado aos direitos políticos, a


anterioridade da lei eleitoral desempenha função normativa de caráter estruturante
da ordem jurídica eleitoral. Tem por finalidade assegurar estabilidade e segurança
ao processo eleitoral, inibindo modificações legislativas casuísticas que, ante a
proximidade do pleito, alterem os seus parâmetros de forma a promover
desequilíbrio entre partidos e candidatos. Nesse sentido, o princípio constitucional
da anterioridade da lei eleitoral

a) não obsta a aplicação às subsequentes eleições gerais (para Presidente, Governador,


Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual) de Emenda Constitucional que, em
vigor apenas há oito meses da realização do pleito, imponha aos partidos políticos dever
de coerência na definição dos critérios que orientam suas coligações eleitorais, de
forma que prevaleça a obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual e distrital.

b) impede a aplicação à eleição subsequente de lei que, em vigor apenas há oito meses
da realização do pleito, estabeleça a responsabilidade solidária do candidato com o
administrador da campanha pela veracidade das informações financeiras e contábeis
apresentadas à Justiça Eleitoral, exigindo que ambos subscrevam a respectiva
prestação de contas.

c) impede a aplicação à eleição subsequente de lei que, em vigor apenas há onze


meses da realização do pleito, limite, durante a campanha eleitoral, ao horário
compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas a realização de comícios e
a utilização de aparelhagem de sonorização fixa.

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d) não obsta a aplicação à eleição subsequente de lei que, em vigor apenas há oito
meses da realização do pleito, determine a proibição a partidos e candidatos de receber
doação em dinheiro ou estimável em dinheiro procedente de entidades beneficentes e
religiosas, bem como de organizações não-governamentais que recebam recursos
públicos.

e) impede a aplicação à eleição subsequente de lei que, em vigor apenas há oito meses
da realização do pleito, determine a proibição de doações em dinheiro, bem como de
troféus, prêmios, ajudas de qualquer espécie feitas por candidato, entre o registro e a
eleição, a pessoas físicas ou jurídicas.

Resolução:

O princípio da anterioridade eleitoral estabelece que a aplicação de norma que altera o


processo eleitoral a eleição subsequente, ocorrerá, apenas, quando a publicação ocorrer
a menos de 1 ano do pleito. A questão pretende discutir o conceito da locução "processo
eleitoral". O STF já a fixou as hipóteses em que a anterioridade eleitoral será aplicada. Se
houver: criação de desequilíbrios entre os contendores, deformidades que afetem a
normalidade do pleito, criação de fator de perturbação do pleito e interesse casuístico. A
criação de verticalização de coligações acaba criando perturbação do pleito (letra A
errada). A solidariedade sobre informações na prestação de contas não afeta o processo
eleitoral (letra B errada). O estabelecimento de limites de horário para a realização de
propaganda eleitoral não afeta o pleito (letra C errada). A proibição de distribuição de
brindes já existe na legislação, norma neste sentido, não implicaria em qualquer
alteração no processo eleitoral (letra E errada). Já há norma que veda o recebimento,
por candidatos e partidos, de benesses oriundas de entidades beneficentes, religiosas, e
organizações não-governamentais. Norma neste sentido não implicaria em qualquer
alteração do processo eleitoral (letra D correta).

Resposta: D

8. (Técnico Legislativo/Câmara de Taquatinga-SP/2016/VUNESP)

A Constituição Federal de 1988 prevê que a lei que alterar o processo eleitoral
entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra
até um ano da data de sua vigência. Tal previsão constitucional é considerada uma
pedra angular do direito eleitoral e conhecida como princípio da:

a) anualidade eleitoral.

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b) periodicidade eleitoral.

c) segurança jurídico-eleitoral.

d) estrita legalidade eleitoral.

Resolução:

Item B – incorreto, o princípio da periodicidade refere-se à necessidade realização de


eleições periodicamente; Item C –incorreto, a segurança jurídica diz respeito ao
respeito às normas, coisa julgada e direito adquirido; D – incorreto, o princípio da
estrita legalidade exige que normas eleitorais sejam criadas por processo legislativo,
decorrendo apenas daí a criação de direitos e obrigações e sua restrição;

Item A – correto. O art. 16 da CF traz para gente o princípio da anualidade ou


anterioridade eleitoral.

Resposta: A

9 (Assistente Legislativo/ Câmara de Nova Odessa-SP/2018/VUNESP)

Se, hipoteticamente, tivesse sido sancionado, no dia 15 de maio de 2018, um projeto


de lei que alterasse a Lei Federal nº 9.504/97, que estabelece as normas gerais para
as eleições no Brasil, modificando, em larga medida, a disciplina da propaganda
eleitoral, é correto dizer que a nova lei

a) não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio da lisura das eleições.

b) poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio da democracia.

c) não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio da anualidade eleitoral.

d) poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio do aproveitamento do voto.

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e) não poderia ser aplicada às eleições de outubro de 2018, em razão da incidência do


princípio federativo.

Resolução:

Como a lei foi sancionada em 15 de maio de 2018, por força do princípio da anualidade
eleitoral, a mesma não poderia ser aplicada nas eleições de 2018.

Resposta: C

10. (Analista Técnico Legislativo/Câmara de Valinhos-SP/2017/VUNESP)

Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre os princípios do direito


eleitoral.

a) Os magistrados e os membros do Ministério Público Eleitoral são investidos na


função eleitoral pelo prazo improrrogável de 4 (quatro) anos, por força do princípio da
periodicidade da investidura das funções eleitorais.

b) O princípio da lisura das eleições ou da isonomia de oportunidades está calcado na


ideia de cidadania, de origem popular do poder e no combate à influência do poder
econômico ou político nas eleições.

c) Pelo princípio da anterioridade eleitoral, a lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, mas não surtirá efeitos na eleição que ocorra até 90
(noventa) dias da data de sua vigência.

d) O princípio da responsabilidade solidária consubstancia-se na responsabilidade


solidária entre o candidato, o tesoureiro e o partido político, pela veracidade das
informações financeiras e contábeis da campanha constantes das prestações de contas.

e) O princípio da anualidade eleitoral determina que os partidos políticos prestem


contas anualmente dos gastos efetuados com os valores recebidos a título de
participação no Fundo Partidário.

Resolução:

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O princípio da lisura das eleições tem por objetivo afastar todas as formas de fraude que
deturpem os resultados de uma eleição, preservando a vontade popular (letra B está
correta).

Item A – incorreto, os magistrados e membros do MP são investidos na função eleitoral


pelo prazo de 02 anos e não 04 como traz a assertiva; Itens C e E –incorretos, O
princípio da anterioridade ou anualidade eleitoral determina que normas que alterem o
processo eleitoral, não serão aplicadas para eleições que ocorram até 1 ano de sua
vigência D – incorreto, o princípio da responsabilidade solidária anota que os
candidatos e partidos políticos são responsáveis em conjunto pelas propagandas
eleitorais que realizaram.

Item B – correto. O princípio da lisura das eleições tem como objetivo afastar todas as
formas de fraude que deturpem os resultados de uma eleição, preservando, sempre, a
vontade popular.

Resposta: B

11. (Juiz de Direito Substituto/TJ-MG/2018/CONSULPLAN)

Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:

I. “É absoluta, plena ou de eficácia total, e de aplicabilidade imediata, sem


quaisquer exceções, o princípio da anualidade ou anterioridade da lei eleitoral.”

PORQUE
II. “O princípio foi pensado pelo constituinte com o propósito de impedir mudanças
repentinas, de última hora, no processo de escolha dos agentes políticos que
emergem das eleições.”

A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.

a) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira.

b) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.

c) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.

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d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.

Resolução:

A parte de “sem quaisquer exceções” torna o item I incorreto. Por sua vez, o item II traz
exatamente o objetivo do princípio que é dotar de estabilidade e segurança o processo
eleitoral afastando casuísmos.

Resposta: B

12. (Técnico Judiciário/TRE-AC/2015/AOCP)

Em relação à legislação eleitoral, assinale a alternativa correta.

a) O Código Eleitoral é a legislação central do regime jurídico eleitoral, sendo as demais


legislações acessórias naquilo em que ele for omisso.

b) A Lei que alterar o processo eleitoral deve respeitar a regra da anualidade eleitoral.

c) É inaplicável, dentro do sistema processual eleitoral, qualquer disposição do código


de processo civil, em razão da sua incompatibilidade com o que dispõe o código
eleitoral.

d) A cada eleição, será publicada, pelo Tribunal Superior Eleitoral, Lei específica
dispondo a respeito do pleito a ser realizado.

e) Além das disposições constitucionais, somente Lei complementar pode dispor acerca
de matéria eleitoral.

Resolução:

Mais uma vez questão versando sobre o princípio da anualidade eleitoral.

Resposta: B

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13. (Consultor Legislativo/AL-RO/2018/FGV)

Antônio, como advogado, sustentou, em um processo judicial, que as normas da Lei


nº 4.737/65 (Código Eleitoral) sobre (I) o recurso sobre a expedição de diploma,
estatuindo os requisitos a serem observados, (II) o processo eleitoral, (III) a
organização e (IV) a competência dos órgãos da Justiça Eleitoral, somente
poderiam ser alteradas por lei complementar.

À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que Antônio está equivocado

a) pois prevalece nessa seara o princípio da paridade das fontes.

b) apenas em relação à temática descrita em III, a qual pode ser alterada por lei
ordinária.

c) apenas em relação às temáticas descritas em I e II, as quais podem ser alteradas por
lei ordinária.

d) apenas em relação às temáticas descritas em I, II e III, as quais podem ser alteradas


por lei ordinária.

e) apenas em relação às temáticas descritas em II, III e IV, as quais podem ser alteradas
por lei ordinária.

Resolução:

Pessoal, o Código Eleitoral como regra é classificado como Lei Ordinária, todavia a CF
recepcionou o mesmo como Lei Complementar no tocante a organização e
competência, assim como a questão trouxe: I) o recurso sobre a expedição de diploma,
estatuindo os requisitos a serem observados, (II) o processo eleitoral, (III) a organização e
(IV) a competência dos órgãos da Justiça Eleitoral, apenas os itens I e II poderiam ser
alteradas mediante lei ordinária.

Resposta: C

14. (Técnico Judiciário/TRE-RR/2015/FCC)

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Incluem-se dentre as fontes diretas do Direito Eleitoral:

A) os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais.

B) os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral.

C) as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

D) as leis estaduais.

E) as leis municipais.

Resolução:

Itens A e B– incorretos, tanto a doutrina como a jurisprudência não são fontes formais
e sim informais; Itens D e E –incorretos, as leis estaduais e municipais não são fontes
diretas do Direito Eleitoral, pois a competência para legislar sobre esse direito é da
União.

Resposta: C

15. (Analista Judiciário/Prefeitura Morro Agudo/2020/VUNESP)

A necessidade de que, de tempos em tempos, os mandatos políticos devem ser


revogados com a realização de novas eleições tem por fundamento o denominado
princípio eleitoral

A) da legalidade.

B) da moralidade.

C) republicano.

D) da separação de poderes.

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E) do pluralismo político.

Resolução:

Segundo doutrina de José Jairo Gomes: "por força do princípio republicano, de tempos
em tempos devem os mandatos ser revogados com a realização de novas eleições.

Resposta: C

16. (Técnico Judiciário/TRE-RS/2015/CESPE)

Com relação a esse assunto, assinale a opção correta.

A) As resoluções do TSE, por tratarem de legislação mais específica, devem prevalecer


sobre quaisquer das demais fontes do direito eleitoral, em se tratando de matérias
relacionadas às eleições.

B) O princípio da anterioridade tem como escopo proteger o processo eleitoral,


garantindo que qualquer lei que altere esse processo somente entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição seguinte à data de sua vigência.

C) Os juízes eleitorais são órgãos da justiça eleitoral, juntamente com as juntas eleitorais,
os tribunais regionais eleitorais e o TSE.

D) A transferência de domicílio do eleitor, a adoção de medidas para coibir a prática de


propaganda eleitoral irregular e a emissão de segunda via do título eleitoral são
exemplos de funções judiciárias da justiça eleitoral que devem ser apreciadas por juiz
eleitoral e, na ausência deste, por um juiz da respectiva seccional.

E) As fontes do direito eleitoral têm como objetivo principal assegurar que não haja
mudanças no ordenamento jurídico, mantendo-o estático, como deveria ser desde o
princípio, pois se exige, cada vez mais, um ambiente legislativo seguro e simplificado.

Resolução:

Item A - incorreto, As resoluções do TSE não se prevalecem sobre as demais fontes do


direito eleitoral; Item B – incorreto, o erro está em falar que não se aplicará à eleição

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seguinte, quando na verdade a lei somente não se aplica a eleição que aconteça até 01
ano da sua vigência; Item D –incorreto, art. 32 do CE. Cabe a jurisdição de cada uma
das Zonas Eleitorais a um Juiz de Direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu
substituto legal que goze das prerrogativas do art. 95 da Constituição. O erro da
alternativa é citar os exemplos como função judiciária, quando na verdade são
administrativas; Item E –incorreto, esse não é objetivo principal das fontes do direito
eleitoral.

Item C – correto. Art. 118 da CF. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior
Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; II - os Juízes Eleitorais; V - as Juntas
Eleitorais.

Resposta: C

17. (Procurador Municipal/Sertãozinho-SP/2016/VUNESP)

Assinale a alternativa correta.

A) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não
se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

B) As leis e os regulamentos que alterarem o processo eleitoral somente entrarão em


vigor um ano após sua promulgação.

C) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
aplicando-se à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

D) As leis e os regulamentos que alterarem o processo eleitoral entrarão em vigor na


data de sua publicação, aplicando-se à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

E) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor imediatamente após sua
promulgação.

Resolução:

A questão cobra a diferença entra vigência e eficácia. Conforme já visto em aula a


vigência se dá com a publicação da norma, já a eficácia das normas que alterem o

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processo eleitoral será postergada.

Art. 16 da CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Resposta: A

18. (Técnico Judiciário/TRE-SC/2011/PONTUA)

São fontes diretas do Direito Eleitoral, EXCETO:

A) Código Eleitoral.

B) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.

C )Lei Estadual.

D) Constituição Federal.

Resolução:

Compete a União legislar sobre o Direito Eleitoral, desta forma a única alternativa que
não é fonte do direito eleitoral é a Lei Estadual.

Resposta: C

19. (Juiz de Direito/TJ-AP/2022/FGV) – ADPATADA!!

A Justiça Eleitoral, nas palavras do ex-ministro Carlos Mário da Silva Velloso, ”pela própria
especificidade de sua seara de atuação, a captação da vontade da população, possui
alguns standards que lhe são peculiares e que destoam das demais searas do Direito”.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

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A) a Justiça Eleitoral não desempenha função executiva;

B) a Justiça Eleitoral tem quadro próprio de juízes, embora de investidura temporária;

C) os juízes eleitorais tem legitimidade para agir de ofício na instauração de


procedimentos com a finalidade de impor multas por propaganda irregular.

D) a Justiça Eleitoral exerce poder normativo com objetivo regulamentar, através da


edição de resoluções e instruções, com conteúdo de norma primária.

E) a Justiça Eleitoral desempenha função consultiva, devendo responder sobre matéria


eleitoral às consultas que lhe forem feitas, produzindo efeitos vinculantes sobre
situações apresentadas.

Resolução:

Item A – incorreto, Além da função jurisdicional (típica), a Justiça eleitoral exerce a


função executiva ( administrativa), a função regulamentar (normativa) e a função
consultiva; Item B – incorreto, A Justiça Eleitoral não possui quadro próprio de Juízes.
Quanto aos Juízes de primeiro grau, de acordo com o art. 11 da LOMAN, compete aos
Juízes de Direito o exercício das funções de juízes eleitorais; Item C – incorreto, Súmula
18 do TSE. Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral
para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação
de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/97; Item D – incorreto, Os
regulamentos eleitorais só podem ser expedidos segundo a lei (secundum legem) ou
para suprimir alguma lacuna normativa (praeter legem).

Item C – correto, o TSE decidiu, no Agravo Regimental em Recurso Especial eleitoral n.


060029218, que: "as consultas respondidas por esta corte possuem caráter vinculante,
nos termos do art. 30 da LINDB".

Resposta: E

20. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

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A) As eleições presidenciais fundamentam-se no sistema proporcional, não


diferenciando o peso dos votos dos eleitores brasileiros.

B) lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até 2 (um) ano da data de sua vigência.

C) As hipóteses de inelegibilidades devem ser tratadas por Lei Complementar.

D) É competência concorrente da União, dos Estados e dos Municípios legislar sobre


direito eleitoral.

Resolução:

Item A - incorreto, As eleições presidenciais fundamentam-se no sistema


MAJORITÁRIO; Item B– incorreto, a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, NÃO se aplicando à eleição que ocorra até 01 ano da sua
vigência; Item D – incorreto, é competência da UNIÃO legislar! Competência privativa.

Item C – correto. As hipóteses de inelegibilidades devem ser tratadas por Lei


Complementar. Inclusive quem trata no nosso ordenamento é a Lei Complementar
64/90, objeto de estudo em próximas aulas.

Resposta: C

21. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
aplicando à eleição que ocorra no exercício seguinte à sua publicação.

B) As fontes do direito eleitoral têm como objetivo principal assegurar que não haja
mudanças no ordenamento jurídico, mantendo-o estático, como deveria ser desde o
princípio, pois se exige, cada vez mais, um ambiente legislativo seguro e simplificado.

C) As hipóteses de inelegibilidades devem ser tratadas por Lei Ordinária.

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D) Pelo princípio da elegibilidade, são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Resolução:

Item A - incorreto, A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, NÃO se aplicando à eleição que ocorra até 01 ano da sua vigência; Item B–
incorreto, além das fontes não terem esse objetivo, o direito eleitoral não é estático e
sim mutável; Item C – incorreto, as hipóteses de inelegibilidade, conforme a
Constituição serão tratadas por Lei Complementar.

Item D – correto. Perfeito! O inalistáveis não tem capacidade eleitoral ativa e passiva e
os analfabetos não têm capacidade eleitoral passiva.

Resposta: D

22. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre os princípios no direito eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) O Princípio da Autonomia Partidária visa garantir que os partidos políticos não


sofram interferência estatal em suas atividades.

B) O Princípio da Celeridade Eleitoral retrata a duração razoável do processo que possa


culminar em perda do mandato eletivo, o prazo máximo fixado em lei seria de 6 meses.

C) O Princípio da Atipicidade Eleitoral determina que a interpretação das normas


eleitorais pode restringir os direitos políticos quando a norma não prevê taxativamente
tais restrições.

D) O Princípio da Periodicidade das Funções Eleitorais retrata a transitoriedade dos seus


membros, o juiz e o ministério público eleitoral, em regra, atuam por 2 anos, prazo
insuscetível de renovação .

Resolução:

Item B - incorreto, O Princípio da Celeridade Eleitoral retrata a duração razoável do


processo que possa culminar em perda do mandato eletivo, o prazo máximo fixado em

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lei seria de 01 ano! ; Item C – incorreto, o Princípio da Atipicidade Eleitoral está ligado
com a ideia de quando houver dúvida quanto à possibilidade de se restringir
determinados direitos políticos, assim deve prevalecer o entendimento que melhor
preserve tais direitos; Item D – incorreto, o princípio de fato é esse, contudo o prazo não
é insuscetível de renovação! O biênio poderá ser renovado uma vez de forma
consecutiva.

Item A – correto. Esse é o objetivo do princípio da autonomia partidária.

Resposta: A

23. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

A respeito das fontes e princípios, assinale a alternativa CORRETA:

A) O Princípio Republicano determina que os membros do Executivo, Legislativo e do


Judiciário devem ser escolhidos periodicamente pelo povo e que o cargo eletivo deve
mudar de titular com periodicidade determinada.

B) O Princípio da Solidariedade Partidária determina que há responsabilidade solidária


entre os diretórios partidários municipais, estaduais e nacionais pelo inadimplemento
de suas respectivas obrigações ou por dano causado, violação de direito ou qualquer
ato ilícito.

C) O Princípio da Anualidade Eleitoral não se aplica às emendas constitucionais, tendo


em vista que decorrem do poder constituinte reformador.

D) As decisões do TSE devem respeitar o princípio da anterioridade eleitoral quando


promoverem mudanças de entendimento jurisprudencial e repercutirem na segurança
jurídica do processo eleitoral, assim não podem ser aplicadas enquanto não houver o
transcurso de 1 ano.

Resolução:

Item A - incorreto, o princípio republicado se aplica aos poderes legislativos e


executivo, inclusive com a realização de eleições, porém o judiciário está fora do alcance
desse princípio; Item B – incorreto, não há responsabilidade solidária entre os
diretórios partidários municipais, estaduais e nacionais pelo inadimplemento de suas
respectivas obrigações ou por dano causado, violação de direito ou qualquer ato ilícito.

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STF. Plenário. ADC 31/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/9/2021 (Info 1031).; Item C –
incorreto, O princípio se aplicará a leis e demais comandos normativos que alterem as
regras do processo eleitoral, INCLUSIVE as Emendas Constitucionais.

Item D – correto. Em razão do caráter especialmente peculiar dos atos judiciais


emanados do Tribunal Superior Eleitoral, os quais regem normativamente todo o
processo eleitoral, é razoável concluir que a Constituição também alberga uma norma,
ainda implícita, que traduz o postulado da segurança jurídica como princípio da
anterioridade ou anualidade em relação à alternação da jurisprudência do TSE. Assim,
as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após
o seu encerramento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma
repercutam sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso
concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior.” (RE
nº637.485/RJ).

Resposta: D

24. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) A lei que dispor de matéria eleitoral e não alterar o processo eleitoral entrará em vigor
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra no exercício seguinte à
sua publicação

B) o Código Eleitoral define a organização e a competência da Justiça Eleitoral,


podendo ser aplicado apesar de a Constituição Federal prever a necessidade de lei
complementar para tanto, pois, nesta parte, o código eleitoral foi recepcionado com
status de lei complementar mesmo sendo uma lei ordinária.

C) A função consultiva da justiça eleitoral permite o questionamento de casos concretos


que envolvam o direito eleitoral.

D) Pelo princípio da elegibilidade, são elegíveis as pessoas com deficiências e os


analfabetos.

Resolução:

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Item A - Incorreto, a grande pegadinha desse item é que a lei de matéria eleitoral NÃO
alterou o processo eleitoral, portanto não se submete ao princípio da anualidade; Item
C – incorreto, a função consultiva da Justiça Eleitoral é exercida em consultas de tese,
não em casos concretos com afirma a assertiva; Item D –incorreto, analfabeto é
alistável, mas não elegível.

Item B – correto. Pessoal, como já explicado, o Código Eleitoral como regra é


classificado como Lei Ordinária, todavia a CF recepcionou o mesmo como Lei
Complementar no tocante a organização e competência, assim tornando a alternativa
correta.

Resposta: B

25. (INÉDITA – DANIEL LIMA - 2022)

Sobre o direito e a legislação eleitoral, assinale a alternativa CORRETA:

A) A lei que altere o processo eleitoral somente entrará em vigor após um ano da sua
publicação.

B) A lei que altere o processo eleitoral somente entrará em vigor após um ano e um dia
da sua publicação.

C) A lei que altere o processo eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação.

D) O princípio da anualidade somente se aplicará as leis.

E) Leis municipais são classificadas como fontes diretas do Direito Eleitoral.

Resolução:

Itens A e B - incorretos, A lei que alterar o processo eleitoral, entra em vigor na data da
sua publicação; Item D – incorreto, O princípio se aplicará a leis e demais comandos
normativos que alterem as regras do processo eleitoral, aqui a interpretação é de LEI
em sentido AMPLO; Item E –incorreto, lei municipal e estadual não são consideradas
fontes do direito eleitoral.

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Item C – correto. A lei que alterar o processo eleitoral, entra em vigor na data da sua
publicação.

Resposta: C

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Resumo direcionado

Panorama conceitual do direito eleitoral

Conceitos essenciais de direito eleitoral


Sufrágio, Voto e Escrutínios

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Democracia

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Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular

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Fontes do direito eleitoral


Fontes Materiais
As fontes materiais são os fatores sociais, históricos, humanísticos e políticos que
influenciam no surgimento de normas jurídicas. As fontes materiais são, portanto, as
influências na formação e construção da disciplina eleitoral.

Fontes Formais
As fontes formais são os mecanismos que introduzem uma norma no meio
jurídico dotando-lhe de eficácia jurídica e social. Nesse cenário, podem ser dividias em
fontes formais diretas e indiretas.

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As fontes formais diretas ou primárias são aquelas que inovam no ordenamento


jurídico, fazendo com que surjam novas normas de Direito Eleitoral. Como exemplos
temos a Constituição Federal, o Código Eleitoral, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), a Lei
Orgânica dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), a Lei das Inelegibilidades (Lei
Complementar nº 64/90). Além disso, as Consultas, Resoluções e Súmulas do TSE.

As fontes formais indiretas ou secundárias são as normas das demais


disciplinas jurídicas que tangenciam a matéria eleitoral, ou seja, não tratam a matéria
eleitoral de forma direta, tendo sua aplicação feita de forma subsidiária. Como exemplo
temos o Código Penal, Código de Processo Civil e o Código de Processo Penal.

Fontes Informais
As fontes informais são as que têm função supletiva, ajudando a dar integridade ao
sistema de normas, fazendo a junção entre diferentes dispositivos e preenchendo as
lacunas eventualmente existentes. Assim, podem ser apontadas como fontes informais
a doutrina e os costumes.

Princípios do direito eleitoral

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Princípio da Anterioridade Eleitoral


O princípio da anterioridade eleitoral também conhecido como anualidade eleitoral,
é, sem dúvidas o mais cobrado em provas! Dito isso, se vocês não tiverem tempo ou
espaço para aprender os outros, prestem muita atenção nesse que ele é responsável por
90% das questões.

Muito importante no ordenamento jurídico, o princípio da anterioridade constituí


verdadeiro sustentáculo do modelo democrático brasileiro, a ponto de ser reconhecido
pelo STF como cláusula pétrea e direito fundamental em razão da segurança jurídica
que produz, importante para a estrutura eleitoral.

De forma literal o artigo 16 da Constituição Federal de 1988 traz:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

Veja, aqui nós temos dois institutos, o da vigência e da eficácia! Pessoal, pelo amor de
Deus, não vão confundir esses institutos em prova. Vigência, de forma prática, quer
dizer que a lei entrou em validade no ordenamento jurídico. Eficácia, por sua vez, é
quando aquela norma válida poderá ser aplicada em uma situação ou momento
concreto.

Traduzindo o que o art. 16 traz para gente, temos: A lei entra em vigor (É VALIDA) na
data de sua publicação, e não poderá ser aplicada (EFICÁCIA) na eleição de até um ano
da sua vigência.

Em outras palavras a norma diz que a lei valerá para a eleição futura se entrar em
vigor 366 dias antes do pleito, ou seja, 01 ano e 01 dia antes da eleição.

Vamos ao exemplo prático para vocês entenderem melhor:

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Dessa forma, O princípio estabelece um limite temporal para a aplicação de normas


que modifiquem o processo eleitoral, o objetivo é impedir que surjam regras
casuísticas que tenham como escopo manipular a eleição, favorecendo ou prejudicando
determinados candidatos, partidos ou grupos políticos.

Finalizando o tema, quero deixar três observações para vocês:

OBS1: O conceito de lei deve ser interpretado em sentido amplo, excluindo-se apenas
as Resoluções do TSE, que, em regra, não inovam no ordenamento, apenas detalhando
o que está na legislação.

OBS2: Se o examinador te perguntar qual a eficácia desse tipo de norma eleitoral, você
vai marcar na sua prova que é postergada!!

OBS3: O conceito de processo eleitoral, descrito no caput do art. 16, compreende as


seguintes fases: Alistamento, Votação, Apuração e Diplomação.

De olho na jurisprudência!

Como o art. 16 da CF somente faz menção a Lei que alterar o processo eleitoral qu
estões foram suscitadas ao STF sobre a aplicabilidade ou não do princípio da anu
alidade a outras partes do ordenamento jurídico eleitoral. Em decisão sobre a LC
n. 64/90 (inelegibilidades), entendeu o STF que este princípio também deveria ser
aplicado a esta lei, vez que a inelegibilidade esta intimamente atrelada ao proces

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so eleitoral, e, portanto, eventuais mudanças na Lei Complementar poderiam co


mprometer à segurança jurídica de todo o processo eleitoral.

Princípio da Moralidade Eleitoral


É princípio de índole constitucional, estando previsto no artigo 14, §9º:

Art. 14. [...] § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os


prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Aqui, o legislador serviu-se do princípio para criar um padrão ético a ser respeitado por
todos aqueles que pretendem apresentar-se como candidatos.

Ressalta-se que ao mesmo tempo em que estabeleceu uma régua moral para as
eleições, o legislador constituinte, fixou a necessidade de que os critérios fossem
explicitados por legislação específica, sob a forma de lei complementar.

O TSE tem, seguidamente, apresentado julgados no sentido de que a presente norma


não é autoaplicável, exigindo complementação legislativa para definir o que seria a vida
pregressa.

Princípio da Liberdade do Voto


O cidadão é livre para escolher seus candidatos, não devendo sofrer quaisquer
pressões neste processo, guiando-se apenas pelos seus valores pessoais durante a
decisão.

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Se o voto for atingido em sua liberdade, dependendo da extensão do processo de


fraude o pleito pode, inclusive, ser anulado ou haver a cassação do beneficiário da ação
fraudulenta.

Princípio da Primazia da Vontade do


Eleitor
No processo eleitoral deve-se dar prioridade ao desejo do eleitor expresso através do
voto, preservando-o sempre. Assim, as fraudes eleitorais devem ser duramente coibidas,
pois têm a intenção de não respeitar a vontade do cidadão, alterando, assim, o resultado
natural de uma eleição.

Princípio do In Dubio Pro Sufraggi


Em caso de dúvida quanto à regularidade de um determinado processo eleitoral
deve-se privilegiar a vontade popular apresentada pelos eleitores e preservar os
mandatos eletivos. Em decorrência deste princípio, a jurisprudência do Tribunal
Superior Eleitoral proíbe, por exemplo, que haja cassação de mandato eletivo com base
no depoimento de uma única testemunha.

Ademais, para que ocorra a anulação do pleito é necessário que fique demonstrada real
existência de prejuízo, conforme estabelecido pelo Código Eleitoral.

Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que
ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.

Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela parte que
lhe deu causa nem a ela aproveitar.

Sabe aquela história que se mais da metade dos votos forem nulos a eleição é nula, pois
é! É MITO! Por esse princípio, o aproveitamento dos sufrágios, faz com que, ainda que
haja mais votos nulos do que votos válidos em um determinado pleito, a eleição não
seja anulada, sendo declarado vitorioso aquele que obtiver a maioria dos votos válidos,
ainda que não configure a maioria dos votos totais.

Princípio da Responsabilidade Solidária

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O princípio da responsabilidade solidária refere-se ao campo da propaganda eleitoral e


pode ser retirado do Código Eleitoral. Assim:

Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos
e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus
candidatos e adeptos.

Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos candidatos e aos
respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de
uma mesma coligação.

Segundo o artigo há uma responsabilidade solidária entre partidos e candidatos


pelo conteúdo e forma de exteriorização da propaganda eleitoral, a fim de que se
evite verdadeiro jogo de empurra em que as partes fogem de suas responsabilidades.

A Lei das Eleições, também, reconhece a existência da solidariedade entre os agentes,


no que se refere apo dever de prestação de contas:

Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.

Importante notar, que a solidariedade não é absoluta, comportando exceções, por


exemplo na própria Lei das Eleições que determina:

Art. 96. [...] § 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de


disposições desta lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de
esse ter se beneficiado da conduta, salvo quando comprovada a sua participação.

Não se trata de uma escusa absolutória absoluta, o legislador pretendeu afastar do


espectro de ação apenas as condutas de ordem geral, permanecendo em vigor o
princípio para os casos especificamente elencados ao longo das normas.

Princípio da Democracia Partidária


O modelo brasileiro de democracia dotou de importância ímpar os partidos políticos,
conferindo a eles o monopólio das candidaturas, vetando, assim, a existência de
candidaturas avulsas (candidatos sem filiação partidária).

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O protagonismo das legendas partidárias, faz com que a democracia brasileira não
dispense sua participação e procure adotar medidas para proteger e estimular a
atuação partidárias.

Exemplo maior da concretização do princípio foi o reconhecimento pelo TSE e,


sucessivamente, pelo STF de que o mandato eletivo pertence ao partido e que a troca
de legenda pelo parlamentar eleito gera a perda do mesmo mandato.

Princípio da Razoável Duração do Processo


e Perda do Mandato Eletivo
A Constituição de 1988 trouxe para o ordenamento jurídico brasileiro o princípio da
razoável duração do processo (artigo 5º, LXXVII), o que por consequência resultou na
consolidação do princípio da celeridade processual.

Em matéria eleitoral a duração razoável do processo tem uma peculiaridade


estabelecida na Lei de Eleições, vejamos:

Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5° da Constituição Federal, considera-se
duração razoável do processo que possa resultar em perda do mandato eletivo o
período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral.

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§1° A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as


instâncias da Justiça Eleitoral.

Dessa forma, falou em duração razoável para processos que possam resultar na perda
de mandato, essa duração é de até 01 ano!

Ah Daniel, mas por que no Direito Eleitoral é diferente? Porque o objetivo dessa regra
é dar efeitos concretos ao processo que pode resultar em cassação de mandato eletivo,
afastando a possibilidade de haver uma decisão que reconheça o direito, mas não
possa ser cumprida por conta do fim do mandato.

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