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Teoria da constituição
1 Teoria da constituição
2 Constitucionalismo
(...) a história do constitucionalismo não é senão a busca pelo homem político das
limitações do poder absoluto exercido pelos detentores do poder, assim como o
esforço de estabelecer uma justificação espiritual, moral ou ética da autoridade, em
lugar da submissão cega à facilidade da autoridade existente. (...) Em um sentido
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ontológico, dever-se-á considerar como o ‘telos’ de toda constituição a criação de
instituições para limitar e controlar o poder político.
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4ª etapa: constitucionalismo moderno (dos fins do século XVIII até a 2ª Guerra
Mundial);
5ª etapa: constitucionalismo contemporâneo (do após-2ª Guerra Mundial até os
dias atuais); e
6ª etapa: constitucionalismo do futuro ou do porvir (previsão ou conjectura sobre
tempos futuros).
A distinção entre leis comuns e leis superiores, embora date da Antiguidade, somente
veio a ser valorizada no século XVIII, na Europa ocidental, com o propósito de limitar o poder
(FERREIRA FILHO, 2015, p. 31). Somente a partir de então o termo “Constituição” passou a
ser empregado para definir o conjunto de normas que organizam o Estado.
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Por sua vez, as principais características do modelo norte-americano estão na
criação da forma de governo federal e na instituição do presidencialismo e do sistema de
freios e contrapesos, associado à separação de poderes (SOUZA NETO; SARMENTO, 2014, p.
78). Embora concisa e contando com poucas emendas ao longo de mais de 200 anos de
vigência, a Constituição norte-americana possui grau elevado de abertura de interpretação,
possibilitando adaptação às circunstâncias e valores emergentes em cada momento vivido
pela sociedade. Por isso, é considerada uma living Constitution (“constituição viva”) (SOUZA
NETO; SARMENTO, 2014, p. 78). A supremacia da Constituição assegura aos juízes e tribunais
o papel de defendê-la mesmo diante das maiorias momentâneas formadas no Legislativo ou
no Executivo (judicial review).
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O momento atual do constitucionalismo é marcado pela superioridade da
Constituição, garantida por instrumentos jurisdicionais de fiscalização e controle de
constitucionalidade, e pela absorção, em seu corpo, de valores morais e políticos
(MENDES; BRANCO, 2019, p. 53).
2.5 Transconstitucionalismo
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atores do cenário estatal”. O autor utiliza as expressões sinônimas constitucionalismo de
níveis múltiplos e constitucionalismo multiplex.
Foi o cientista político alemão DOLF STERNBERGER, por ocasião do 30º aniversário
da República Federal alemã (no final da década de 1970), o primeiro a usar o termo
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patriotismo constitucional (Verfassungspatriotismus), como forma de oposição ao conceito
tradicional de nacionalismo, cuja hipertrofia houvera conduzido ao nazismo e à violação
massiva de direitos humanos. Assim é que o Estado Alemão deveria buscar obedecer à ordem
política e aos princípios constitucionais. Com JÜRGEN HABERMAS a expressão foi difundida
no âmbito acadêmico, traduzindo a ideia de “uma identidade política coletiva conciliada com
uma perspectiva universalista comprometida com os princípios do Estado Democrático de
Direito”, em superação ao nacionalismo étnico (CUNHA JR., 2017, p. 37).
Sempre citadas são as previsões do jurista argentino JOSÉ ROBERTO DROMI. O autor
(apud TAVARES, 2018, p. 37) afirma que o futuro do constitucionalismo (el
constitucionalismo del “por-venir”) “deve estar influenciado até identificar-se com a verdade,
a solidariedade, o consenso, a continuidade, a participação, a integração e a universalização”.
3 Constituição
Nos tempos atuais, pode-se definir a constituição (positivada de um país) como “um
conjunto normativo fundamental, adquirindo, por isso, cada um de seus preceitos a
característica da superioridade absoluta, ou seja, da supremacia, em relação às demais
normas de um mesmo ordenamento jurídico estatal” (TAVARES, 2018, p. 120).
Embora alguém possa querer fazer algum reparo, cuida-se de um conceito, que
difere de concepção. Concepções de constituição existem aos montes, a depender do autor e
do critério utilizado, pois retratam diferentes compreensões (particulares) de um objeto.
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atualmente, “parecem caber quaisquer conteúdos”. Esse fenômeno deu origem aos dois
usuais sentidos de uma constituição, sempre lembrados: o material e o formal.
Disso se extrai que o conceito sob estudo leva em conta dois fatores: (1) as fontes de
produção das normas constitucionais, que aderem ao texto da constituição, não importando
a substância ou o conteúdo (MENDES; BRANCO, 2019, p. 57); (2) a posição das normas
constitucionais em face das demais normas jurídicas (MIRANDA, 1996, t. 2, p. 10).
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É o modelo que traduz a ideia de Direito liberal (conceito liberal de constituição),
conforme os princípios proclamados nos grandes textos revolucionários do
constitucionalismo do século XVIII, em prol da tutela da liberdade e dos direitos dos cidadãos
(MIRANDA, 1996, t. 2, p. 17).
GOMES CANOTILHO (2003, p. 52) menciona que, como esse conceito converteu-se
progressivamente num dos pressupostos básicos da cultura jurídica ocidental, recebeu de
ROGÉRIO SOARES a alcunha de “conceito ocidental de constituição”.
3.5 Concepções
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HESSE, o Direito Constitucional não se reduz à função de justificar as relações de poder
dominantes, pois, assim, não poderia ser concebido como uma ciência normativa, do dever
ser (Sollen), mas como uma simples ciência do ser (Sein), tal qual a Sociologia ou a Política.
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necessitam, para serem válidas, de uma decisão política prévia, derivada da vontade do poder
constituinte, esta, sim, autêntica constituição.
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3.5.5 Concepção culturalista
Como a Cultura se trata de uma unidade organizada ou sistema, cada uma de suas
partes (Direito, Moral, Religião, Economia, Arte etc.) considera-se simultaneamente causa e
efeito das demais (causalidade ou condicionamento recíproco). Por exemplo, se a Economia
influi no Direito, o Direito reage sobre a Economia (CUNHA JR., 2017, p. 85). Assim, o Direito
atua como fator configurante de outras manifestações culturais e produz efeitos sobre a vida
individual e social.
Essa visão revela a ideia de constituição total, que reúne aspectos econômicos,
sociológicos, jurídicos e filosóficos em uma perspectiva unitária, fugindo ao unilateralismo
das concepções puras.
3.6 Objeto
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assumem relevância constitucional temas como os fins sociais, econômicos e financeiros do
Estado (programas de ação política), o que corrobora o pensamento doutrinário crítico no
sentido de que não há mais razão de ser em diferenciar constituição material e constituição
formal (SILVA, 2017, p. 45; CUNHA JR., 2017, p. 103).
3.7 Elementos
(1) Elementos orgânicos: contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado
e do poder. São encontrados nos Títulos III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização
dos Poderes), V (especificamente nos Capítulos II e III, que tratam Das Forças Armadas e Da
Segurança Pública) e VI (Da Tributação e do Orçamento).
(2) Elementos limitativos: extraídos das normas que formam o catálogo de direitos
e garantias fundamentais, que limitam a ação dos poderes estatais. Estão inscritos,
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majoritariamente, no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais, com exceção dos
chamados Direitos Sociais, que entram na próxima categoria).
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Só compõe a constituição material aquela classe de normas que dispõem sobre
matéria essencialmente constitucional, que se revestem de importância ímpar para a
existência do Estado, não havendo qualquer relevância na forma dessa disposição (CUNHA
JR., 2017, p. 104). O que importa é o conteúdo da norma.
Com a evolução dos critérios tipológicos, esse conceito já não parece mais adequado.
Constituições escritas (como gênero) devem ser as materializadas em textos escritos, sejam
eles esparsos ou codificados; e como espécies de constituições escritas (subclassificação
quanto à sistematização), há as constituições codificadas ou orgânicas, sistematizadas em um
único texto, e as constituições não codificadas, inorgânicas ou “legais”, que admitem textos
separados que contenham normas constitucionais.
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Também é importante registrar que as constituições escritas não são incompatíveis
com o reconhecimento de elementos constitucionais não escritos, como normas implícitas e
costumes constitucionais (SOUZA NETO; SARMENTO, 2014, p. 56).
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como normas fundamentais da organização de determinado Estado, e o exemplo ainda vivo
é o da Constituição inglesa” (SILVA, 2017, p. 43).
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(2019, p. 103) aduz que “as constituições outorgadas submetidas a plebiscito ou referendo na
tentativa de aparentarem legitimidade são denominadas de constituições cesaristas”.
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ultrapassado este interregno, o documento constitucional se torna rígido. BULOS (2019, p.
118) cita como exemplos a Constituição de Baden de 1947 e a Carta irlandesa de 1937.
Essa classificação tem por base “a análise ontológica da concordância das normas
constitucionais com a realidade do processo do poder” (MIRANDA, 1996, t. 2, p. 23), ou seja,
a aptidão para produzir efeitos concretos na realidade social e política.
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(a) Constituições normativas – são “aquelas cujas normas dominam o processo
político, aquelas em que o processo do poder se adapta às normas constitucionais e se lhes
submete” (MIRANDA, 1996, t. 2, p. 23-4).
(c) Constituições semânticas – são “aquelas cuja realidade ontológica não é senão
a formalização da situação do poder político existente em benefício exclusivo dos detentores
de facto desse poder” (MIRANDA, 1996, t. 2, p. 23-4). Os detentores do poder dispõem do
aparato coativo do Estado e o utilizam para formalizar a situação de domínio e restringir a
liberdade de ação das pessoas, exatamente o contrário do que seria o papel original de uma
constituição (a limitação da concentração do poder).
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(c) constituições imparciais – são as que mantêm neutralidade política. A seu
respeito, vejam-se as lições de SOUZA NETO e SARMENTO (2014, p. 64):
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também que são as que visam a garantir a liberdade, limitando o poder (FERREIRA FILHO,
2015, p. 42).
(a) constituição-lei – é aquela entendida como uma norma que está no mesmo nível
das demais normas do sistema jurídico. A função seria meramente indicativa para a atuação
do Legislativo, sem qualquer supremacia ou vinculação. Assim o legislador teria amplo
campo de atuação e liberdade.
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(...) CONSTITUIÇÃO-MOLDURA. NORMAS FUNDAMENTAIS LIMITADORAS DA
DISCRICIONARIEDADE LEGISLATIVA. (...) A Constituição da República, a despeito
de não ter estabelecido um modelo normativo pré-pronto e cerrado de
financiamento de campanhas, forneceu uma moldura que traça limites à
discricionariedade legislativa, com a positivação de normas fundamentais (e.g.,
princípio democrático, o pluralismo político ou a isonomia política), que norteiam
o processo político, e que, desse modo, reduzem, em alguma extensão, o espaço de
liberdade do legislador ordinário na elaboração de critérios para as doações e
contribuições a candidatos e partidos políticos. (...) (ADI 4650, j. 17.9.15)
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(b) Constituições heterônomas ou heteroconstituições – são aquelas decretadas
fora do Estado que irão reger, ou seja, são impostas por outras nações ou por uma
organização internacional.
2. Quanto à forma: nossa constituição é escrita, embora não seja incompatível com
costumes constitucionais.
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direitos humanos de documentos internacionais que são internalizadas com status de
equivalência às emendas constitucionais, sem que sejam encartadas no texto formal e
codificado da Lei Maior (embora possam ser formalmente constitucionais, nos termos do art.
5º, § 3º, da CF). Se isso não é suficiente para enquadrá-la como variada ou não codificada, ao
menos permite concluir que a Carta vem paulatinamente caminhando para tal rumo.
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se de uma constituição-fundamento, aquela que conforma toda a vida social e deixa pouco
espaço para o legislador atuar. Parece prevalecer, contudo, tratar-se de constituição-
moldura, que concebe limites para a atividade legislativa, a qual só poderá atuar dentro
desses contornos. Assim já se manifestou o STF (ADI 4.650, j. 17.9.15).
O texto era extenso e tinha caráter semirrígido (ou semiflexível), por força do seu
art. 178. Adotada a forma unitária de Estado, o Senado não exercia a função de representar
os estados, mas a de moderar os excessos da Câmara dos Deputados (SOUZA NETO;
SARMENTO, 2014, p. 102). Não havia qualquer referência ao controle judicial de
constitucionalidade.
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A forma de governo era a monarquia hereditária (art. 3º) e o monarca não estava
“sujeito a responsabilidade alguma”, por ser pessoa “inviolável” e “sagrada” (art. 99). A
religião oficial era a Católica Apostólica Romana (Estado confessional), embora se permitisse
o culto doméstico de outras religiões (art. 5º).
Na confecção do texto da nova Carta, revisado por Ruy Barbosa, a influência europeia
acabou sendo sufocada pelos ventos e influxos constitucionais norte-americanos. A
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Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil alinhou-se a uma repartição clássica
de poderes, com Legislativo bicameral, Executivo chefiado pelo Presidente da República e
Judiciário dotado de prerrogativas como vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos e
competência para declarar a inconstitucionalidade de leis e atos normativos (controle difuso).
O Supremo Tribunal Federal, criado um ano antes pelo Decreto 510, era o órgão de cúpula,
inspirado na Suprema Corte norte-americana, e contava com 15 membros, escolhidos não
necessariamente pelo notável saber jurídico (embora o Senado não os houvesse aprovado
quando destituídos da formação em Direito). O Poder Moderador consagrado na Constituição
Imperial foi suprimido.
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que era a promoção dos direitos sociais (TAVARES, 2018, p. 92). Assim, incorporou uma série
de temas como a ordem econômica, a família, a cultura, a educação e as relações de trabalho.
Fala-se, então, em função social da propriedade (art. 113, n. 17). No âmbito das
garantias individuais, foram previstos o mandado de segurança (art. 113, n. 33) e a ação
popular (art. 113, n. 38).
O texto previu a criação da Justiça do Trabalho (art. 122), mas a inscreveu na esfera
do Executivo. A Justiça Eleitoral, criada no regime provisório, encontrou previsão
constitucional (arts. 82 e 83). No âmbito do controle de constitucionalidade, três novos
instrumentos foram criados: a cláusula de reserva de plenário (art. 179), a competência do
Senado para suspender a execução das normas declaradas inconstitucionais pelo Judiciário
(art. 91, IV) e a criação da representação interventiva, como embrião do controle de
constitucionalidade concentrado (art. 12, § 2º).
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que era designado pelo Presidente da República, dentre os membros do Supremo Tribunal
Federal, e cujas atribuições seriam definidas em lei (art. 58, § 2º).
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4.5 Constituição de 1946
A Carta é tida como uma das mais avançadas. Restaurou as conquistas obtidas com a
Constituição de 1934, como a vedação à pena de morte e a previsão do mandado de segurança
e da ação popular; restituiu o equilíbrio entre os Poderes; reestruturou o Senado; atribuiu ao
Judiciário a palavra final sobre questões de inconstitucionalidade das leis; restaurou a
eletividade dos Prefeitos, antes suprimida pela Carta de 1937.
O sufrágio era universal e direto, e o voto era secreto (art. 134). Vedou-se a
organização, o registro ou o funcionamento de qualquer Partido Político ou associação, cujo
programa ou ação contrariasse o regime democrático, baseado na pluralidade dos Partidos e
na garantia dos direitos fundamentais do homem (art. 141, § 13).
No Judiciário, houve a integração da Justiça do Trabalho (art. 94, V), antes inserida
no Executivo; a volta da Justiça Eleitoral (art. 94, IV); e a instituição do Tribunal Federal de
Recursos (arts. 103 a 105). O que não havia era previsão da Justiça Federal de 1º grau, que só
seria criada durante o Governo Militar, mediante o Ato Institucional 2, de 27 de outubro de
1965.
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Posteriormente, a Emenda Constitucional 16/1965 previu a primeira ação de
controle abstrato de constitucionalidade do sistema constitucional brasileiro: “a
representação contra inconstitucionalidade de lei ou ato de natureza normativa, federal ou
estadual, encaminhada pelo Procurador-Geral da República” (art. 101, I, “k”).
O pior ainda estava por vir: o Ato Institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, cuja
ementa sintetizava: “São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições
Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e
municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de
quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e
municipais, e dá outras providências.”
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constitucionais substituídos. Conforme apontam SOUZA NETO e SARMENTO (2014, p. 148),
“as emendas, como emanação de um poder constituinte derivado, têm o seu fundamento na
própria Constituição que modificam. Porém, a assim chamada Emenda n. 1 não foi outorgada
com fundamento na Constituição de 1967, mas sim com base no suposto poder constituinte
originário da ‘Revolução vitoriosa’, que se corporificava, mas não se exauria, nos atos
institucionais editados pelos militares”. Aliás, o texto outorgado pela Junta Militar reproduziu
todos os dispositivos da Carta de 1967 e não apenas os que foram alterados, como
comumente ocorre com as emendas constitucionais.
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modificou a estrutura do Judiciário, o que foi ainda mais alargado com a “Reforma do
Judiciário” promovida pela Emenda Constitucional 45/2004, com a criação do instituto da
súmula vinculante e dos efeitos vinculantes das decisões em determinadas ações especiais,
bem como a criação do Conselho Nacional de Justiça. Ações novas no âmbito do controle de
constitucionalidade (ADO, ADPF, ADC) e a ampliação dos legitimados para deflagrar tais
instrumentos jurisdicionais alçaram o Supremo Tribunal Federal a um protagonismo nunca
antes visto.
5 Supremacia da constituição
Embora sob críticas e sugestões de reformulações, ainda ostenta força, nos dias de
hoje, a tese magna do jurista e filósofo austríaco HANS KELSEN, segundo a qual a ordem
jurídica não é um sistema de normas que estejam ladeadas ou ordenadas em um mesmo
plano; é, ao revés, um sistema hierarquizado, “uma construção escalonada de diferentes
camadas ou níveis de normas jurídicas” (KELSEN, 2006, p. 246-7).
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Essa construção idealizada pelo mestre de Viena é representada graficamente por
uma pirâmide. No topo da pirâmide habita a Constituição; na região intermediária ou central,
situam-se as leis (em sentido amplo) e os costumes; na base, as sentenças e os atos normativos
(secundários) (SOUZA NETO; SARMENTO, 2014, p. 23).
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As constituições ditas flexíveis, por seu turno, não demandam qualquer diferença
formal entre norma constitucional e norma legal e, por isso, não pressupõem um
escalonamento hierárquico-normativo. Por isso, do ponto de vista jurídico, e não apenas
político, só é possível falar em supremacia formal da constituição quando estivermos
tratando de uma constituição rígida, como é a brasileira e como é a norte-americana.
SÚMULAS
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
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COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO:
2. Prova: VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto. O constitucionalismo
representa uma série de movimentos históricos, culturais, sociais e políticos cujo objetivo
central é a limitação do poder estatal mediante o estabelecimento de uma Constituição.
Sobre a sua evolução histórica e caraterísticas, é correto afirmar que as Revoluções liberais
do Século XVIII e início do Século XIX, promovidas na Europa Ocidental, são fruto do
denominado constitucionalismo moderno, e foram caracterizadas, dentre outros
elementos, pela consagração das liberdades individuais e defesa da igualdade em sentido
formal.
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COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO:
6. Prova: MPE-GO - 2014 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto. O
denominado patriotismo constitucional, ao contrário do que parece sugerir, apregoa o
abandono de ideias nacionalistas e a associação aos fundamentos do republicanismo,
buscando um potencial inclusivo calcado nos valores plurais do Estado Democrático de
Direito e no multiculturalismo.
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COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO:
12. Prova: MPT - 2020 - MPT - Procurador do Trabalho. A Constituição de 1891
inaugurou no nosso direito constitucional o chamado controle difuso de
constitucionalidade.
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Gabarito
1. Errado. 2. Certo. 3. Errado. 4. Certo. 5. Errado. 6. Certo. 7. Certo. 8. Certo. 9. Certo. 10.
Certo (polêmico). 11. Certo. 12. Certo. 13. Certo. 14. 1937. 15. Certo. 16. Certo.
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