Você está na página 1de 2

FILOSOFIA DO DIREITO

1. O direito é proveniente de um cogitatum cogitans. Qua talis?


Resposta: Todo o conhecimento humano pressupõe a existência de dois elementos ou
pólos: um “sujeito” e um “objecto”, alguém que conhece e algo que é conhecido, ou
ainda, um cogitans e um cogitatum. É exclusivamente sob a condição do funcionamento
destes dois pólos em combinação um com o outro, que pode dar-se a respectiva relação
chamada “gnósea” ou relação de conhecimento.

2. A validade de um sistema jurídico pode ser contrariada pela inércia das


normas que o integram?
Resposta:A validade de um sistema jurídico não pode ser negada pelo facto de o seu
conteúdo contrariar duma outra norma que não pertença à ordem jurídica cuja norma
fundamental é o fundamento de validade da norma em questão.

3. Enuncie os principais problemas da justiça legal na perspetiva de Noberto


Bobio.
Resposta: A justiça corresponde a validade, justa e eficácia. Escreve Bobbio “diante de
qualquer norma jurídica, nós podemos fazer uma tríplice ordem de problemas.”Se a
norma é justa ou injusta; se a norma seja eficaz o ineficaz.

4. Porquê Hans Kelsen na teoria Pura do Direito afirmava que não deve ser
questionada a autenticidade da norma fundamental.

Resposta: Kelsen concebe o ordenamento jurídico como sendo um conjunto


hierarquizado de normas jurídicas, que se estruturam de forma escalona e ordenada. No
entanto, essa hierarquia não é interminável; assim, a mais alta norma dessa hierarquia não
possui como critério de sua validade uma norma superior, tendo em vista que esta norma
é o ponto máximo da hierarquia de um determinado ordenamento jurídico. Como norma
mais elevada e fundamento de validade de todas as normas de um ordenamento, ela tem
de ser pressuposta, visto que não pode ser posta por uma autoridade, cuja competência
teria de se fundar numa norma ainda mais elevada (Kelsen, 1999, p. 217). Sendo assim,
esta norma, como sendo pressuposta, é designada por Kelsen
como sendo “a normal fundamental” (Groundnorm), cuja validade objectiva não pode ser
posta em questão.
5. Qual é o benefício da inter-relação entre direito e a filosofia?
Resposta: Pode-se dizer que uma das relações da Filosofia com o Direito passará pela
tentativa de avaliar, de sopesar a actuação do Direito frente à sociedade a fim de contribuir
para que ele, o Direito, busque os aprimoramentos possíveis e necessários ao alcance de
sua primordial meta: organizar, de forma razoável, a sociedade administrando de modo
equitativas as divergências de interesses dos indivíduos que compõem a sociedade.

GRUPO II

1. Como o direito é capaz de predefinir os procedimentos que visam reagir e


regular os estímulos que ordenam o social?

2. Argumente sobre as possíveis consequências suscitadas pela violação de


qualquer um dos princípios gerais do direito no âmbito da Constituição da
República de Angola.

Resposta: Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer.
A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento
obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa
insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia
irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque, com
ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas esforçada.
Portanto, é mais do que plausível a possibilidade de choques entre um ou mais destes
princípios, gerando o fenômeno jurídico da antinomia, que, para Tércio Sampaio Ferraz
Júnior, é: "A oposição que ocorre entre duas normas contraditórias (total ou parcial),
emanadas de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo que colocam o
sujeito numa posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos a
permitir-lhes uma saída nos quadros de um ordenamento dado "

Você também pode gostar