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O direito não é uma simples ideia, é uma força viva – Rudolf von Iering
NJ
Norberto Bobbio, em seu livro Teoria da Norma Jurídica, ao tratar dos critérios de valoração da
norma jurídica, fala de três critérios possíveis: justiça, validade e eficácia.
Com relação ao critério da eficácia na obra em referência, assinale a afirmativa correta.
ARelaciona-se ao problema da interdependência necessária entre os critérios, isto é, para que
uma regra seja eficaz, ela deve também ser válida e ser justa.
BDiz respeito ao problema de uma norma ser ou não seguida pelas pessoas a quem é dirigida
e, no caso de violação, ser imposta por via coercitiva pela autoridade que a evocou.
CTrata-se do problema da correspondência ou não da norma aos valores últimos ou finais que
inspiram um determinado ordenamento jurídico, expressos pelo legislador de maneira mais ou
menos explícita.
DRefere-se ao problema da existência da regra enquanto tal e se resolve com um juízo de fato,
isto é, trata-se de constatar se uma regra assim determinada pertence ou não a um
ordenamento jurídico.
Ordenamento jurídico: Coerente
Um ordenamento jurídico é coerente quando cumprir uma norma não
implique descumprir outra. Isso significaria afirmar a coexistência de
normas contrárias ou contraditórias.
Considerar o ordenamento jurídico um sistema pressupõe a coerência entre as
suas normas, a fim de não gerar insegurança em relação ao direito aplicável.
Ademais, o ordenamento jurídico é a expressão formal da autoridade política do
Estado. Diante disso, faz-se necessário que a ordem jurídica ofereça solução para
todas as questões jurídicas surgidas a partir do convívio social, o que caracteriza a
chamada completude do ordenamento.
Ementa
CRIME MILITAR – ENTORPECENTE – CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE. Ante o disposto no
artigo 290 do Código Penal Militar, descabe versar a aplicação da lei geral antitóxico.
É possível que, diante de um caso concreto, seja aceitável a aplicação tanto de uma
lei geral quanto de uma lei especial. Isso, segundo Norberto Bobbio, em seu livro
Teoria do Ordenamento Jurídico, caracteriza uma situação de antinomia. Assinale a
opção que, segundo o autor na obra em referência, apresenta a solução que deve ser
adotada.
A) Deve ser feita uma ponderação de princípios entre a lei geral e a lei especial, de
forma que a lei que se revelar menos razoável seja revogada.
B) Deve prevalecer a lei especial sobre a lei geral, de forma que a lei geral seja
derrogada, isto é, caia parcialmente.
C) Deve ser verificada a data de edição de ambas as leis, pois, nesse tipo de conflito
entre lei geral e lei especial, deve prevalecer aquela que for posterior.
D) Deve prevalecer a lei geral sobre a lei especial, pois essa prevalência da lei geral é
um momento ineliminável de desenvolvimento de um ordenamento jurídico.
Esquematizando
• O critério hierárquico é SOBERANO em relação aos demais. O critério
de especialidade se SOBREPÕE ao da cronologia. O cronológico
resolve conflitos entre “lei geral X lei geral” e “lei especial X lei
especial”
Ordenamento jurídico: Completude
• “Em nenhum lugar do mundo foram estabelecidas regras suficientes para regular todas
as ações e palavras do homens (o que seria coisa impossível) (HOBBES, 2005, P 126)
• Um ordenamento é completo quando o juiz pode encontrar nele uma norma para
regular qualquer caso que se lhe apresente. Segundo o dogma da completude,
não há caso que escape à disciplina do sistema jurídico.
Princípio da inafastabilidade da jurisdição ou Direito de Ação-
• art. 5º, XXXV da CF- “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito”
• Art. 140 do CPC: O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou
obscuridade do ordenamento jurídico.
Completude significa ausência de lacunas no ordenamento jurídico.
A problemática das lacunas surge exatamente quando as normas em vigor não
são capazes de dar conta de todas as situações criadas pela realidade social, o que
poderia levar a uma insegurança jurídica.
TD– Gabriella Beltrame
Ordenamento jurídico: Completude
• Entende-se por completude a circunstância de o juiz dispor de normas jurídicas
para decidir todo e qualquer caso que se lhe apresente. Inversamente,
ordenamento incompleto é aquele que não dispõe de normas para regular
algum caso concreto.
• Enquanto a coerência nega a possibilidade de existir mais de uma norma para
regular – de forma contrária ou contraditória – um mesmo caso, a completude
cuida para que não faltem normas e todas as condutas sejam decididas com
fundamento numa norma do sistema. Como sugere Norberto Bobbio:
• “Diremos “incoerente” um sistema no qual existem tanto a norma que proíbe
um certo comportamento quanto aquela que o permite; “incompleto”, um
sistema em que não existe nem a norma que proíbe um certo comportamento
nem aquela que o permite”.
Teremos uma lacuna normativa sempre que não se consiga inferir do sistema de
direito positivo uma norma que estabeleça a proibição, a permissão ou a
obrigação de um comportamento. Assim, o ordenamento jurídico é organizado
de forma a evitar o non liquet (ausência de resposta).
a) Certo
b) Errado