GUSMÃO- CAPÍTULO VI REALE- CAPÍTULO IX - DA ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA
TD– Gabriella Beltrame
http://1.bp.blogspot.com/_MTYU46laoHM/S_PzleUqrjI/AAAAAAAAAyA/36yZo9ox6ok/s1600/calvin.bmp Norma jurídica • É a proposição normativa inserida em um fórmula jurídica, garantida pelo Estado, obrigando uma conduta, proibindo uma conduta ou permitindo uma conduta (GUSMÃO, 2012). • As normas jurídicas são, especialmente, caracterizadas por: • 1- generalidade/abstração • 2- bilateralidade • 3- coercibilidade • 4- imperatividade
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Generalidade da norma jurídica • Generalidade: Norma jurídica não tem destinatário pré-estabelecido. Obriga a todos que se achem em igual situação. • Art. 5º da CRFB: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: • Devido à sua generalidade, a norma jurídica prescreve um padrão de conduta social não endereçado a ninguém em particular, isto é, a ninguém específico.
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Abstração da norma jurídica • Abstração: processo intelectual de representação de um grupo por seus atributos comuns • Abstração jurídica: Norma jurídica não tem por objeto situações concretas, casos concretos. • Norma jurídica não é casuística • Aplicação da norma abstrata regula a concretude. • Vejam art. 155 do Código Penal (DL de 1940): “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. ” • CF/88 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; TD– Gabriella Beltrame Generalidade e abstração da norma jurídica • Consequência da generalidade e da abstração da norma jurídica: a flexibilidade da norma. A norma é aplicável a todas as pessoas que estiverem em igual situação jurídica e a todos os atos e negócios jurídicos da mesma espécie. • Em razão da característica da generalidade e da abstração da norma, podemos dizer que todos são iguais perante a lei. Generalidade e abstração da norma jurídica Quanto à característica da generalidade e abstração da norma jurídica, julgue o seguinte item: A norma jurídica é abstrata e genérica, porque procura atingir o maior número possível de pessoas que se encontram na mesma situação jurídica, daí decorrendo o princípio da isonomia. a) Certo b) Errado
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Generalidade e abstração da norma jurídica CÓDIGO PENAL Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
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Generalidade e abstração da norma jurídica MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.000, DE 2 DE SETEMBRO DE 2020
Art. 1º Fica instituído, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial
residual a ser pago em até quatro parcelas mensais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, a contar da data de publicação desta Medida Provisória. § 1º A parcela do auxílio emergencial residual de que trata o caput será paga, independentemente de requerimento, de forma subsequente à última parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, desde que o beneficiário atenda aos requisitos estabelecidos nesta Medida Provisória.
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Bilateralidade da norma • A norma jurídica enlaça o direito de uma parte com o dever de outra: • Brocardo jurídico: “A todo direito corresponde uma obrigação”. • Pretensão e obrigação • Norma jurídica disciplina relação entre duas ou mais pessoas, atribuindo a uma parte a faculdade de exigir a observância do dever jurídico imposto pela norma à outra parte. Assim, confere a uma parte o direito de impor obediência a outra.
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Imperatividade da norma A norma jurídica é imperativa porque contém um comando, impondo um tipo de conduta que deve ser observada ou proibindo uma determinada conduta. Garantia da paz social. Comando normativo exige conduta comissiva (ação) ou uma conduta omissiva (omissão)
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Imperatividade da norma • Norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações da pessoa: imputa uma obrigação, proibição ou uma permissão.
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Coercibilidade da norma A norma jurídica é executável coercitivamente. Norma jurídica tem sua exigência e execução forçadas por meio do Estado: força legítima. Havendo a possibilidade do direito ser transgredido é essencial que detenha o poder de coagir, monopolizado pelo Estado.
Exemplo: Lei do Inquilinato - Lei 8245/91
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;
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Sanção jurídica SANÇÃO é a consequência jurídica de certa conduta normada. Muitas normas estabelecem penalidades em caso de transgressão do mandamento, são as normas de proibição ou de obrigação. Norma jurídica, normalmente, fixa uma ação/omissão e uma sanção. A norma jurídica é, geralmente, acompanhada de sanção eficaz, estabelecida de antemão (princípio da legalidade da pena) Art. 5º CF/1988: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
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Sanção jurídica DEVER SER DA NORMA SER (REALIDADE) TIPO DE SANÇÃO JURÍDICA Se A é proibido Se A é Sanção negativa Se A é obrigatório Se A não é Sanção negativa Se A é permitido Se A é Ausência de sanção negativa Se tem sanção negativa, significa que tem sanção positiva? SIM Há normas jurídicas promocionais ou de recomendação: elas não se limitam a autorizar uma conduta, mas encorajam o destinatário a adotá-la, atribuindo uma sanção premial ou sanção positiva! DEVER SER DA NORMA SER (REALIDADE) TIPO DE SANÇÃO JURÍDICA Se A é permitido e Se A é Sanção positiva incentivado Destinatários da norma • São destinatários da norma jurídica as pessoas (naturais ou jurídicas) ou autoridades que estiverem na situação jurídica nela prevista. EXEMPLOS: • LEI Nº 14.937, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003 Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA - incide, anualmente, sobre a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie, sujeito a registro, matrícula ou licenciamento no Estado. • CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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Presunção de conhecimento e obrigatoriedade Presunção de conhecimento e obrigatoriedade prevista no Decreto-Lei nº 4.657, de 4.9.1942, atualmente conhecido como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) : • “Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.” As regras em vigor no ordenamento jurídico são públicas, presumidamente válidas e obrigatórias para todos, não sendo admissível o descumprimento de uma regra com base em suposto desconhecimento de seu conteúdo. O princípio de segurança jurídica cria uma presunção absoluta de conhecimento da lei (iuris et de iure), que não pode ser elidida sob qualquer fundamento, salvo aqueles previstos em lei, nos casos de incapacidade jurídica.
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LEI DAS 12 TÁBUAS- 450 a.C. CÓDIGO DE HAMURÁBI https://apaixonadosporhistoria.com.br/img/galeria/video_3_2 Antigo Império da Babilônia (cerca de 1728-1686 a.C.) https://www.todoestudo.com.br/wp- 0191202103718_2053084667.jpg content/uploads/2018/06/c%C3%B3digo-de-hamurabi.png A norma jurídica compreende um instrumento de controle de conduta social. Qual das características abaixo não diz respeito a ela? a) Espontaneidade. b) Coercibilidade. c) Bilateralidade. d) Imperatividade. e) Abstração.
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Alguns termos importantes • Lícito- não só o que é permitido pelo Direito, mas tudo o que ao Direito é indiferente • Ilícito jurídico- proibição estatal
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Fonte • GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro: Forense, 2012. • Introdução ao estudo do Direito. Solange Ferreira de Moura [organizador]. — Rio de Janeiro: Editora Estácio, 2013. • REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 2002. • XAVIER, Carlos Eduardo Rangel. Introdução ao Estudo do Direito, 2017.