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DIREITO CIVIL
DELTA
LINDB

Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.

BRASIL: 45 dias, salvo disposição em contrário.


ESTADO ESTRANGEIRO: 3 meses

LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA PESSOA Começo e fim da personalidade, Nome,


Capacidade e Direitos de família.
LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO DOS BENS Qualificar os bens e regular as relações a
eles concernentes.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO Bens móveis que ele trouxer ou se
PROPRIETÁRIO destinarem a transporte para outros
lugares.
LEI DO PAÍS EM QUE SE Qualificar e reger as obrigações.
CONSTITUÍREM

Derrogação: revogação de parte da lei. Ab-rogação = revogação absoluta.

Art. 2°, § 1° a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
Art. 2º § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Art. 1°, § 4° As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Em Direito Administrativo, são informações relevantes da LINDB:

➢ Nas esferas administrativa, controladora e judicial, NÃO se decidirá com base em


valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas
da decisão.
➢ Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos
e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo,
sem prejuízo dos direitos dos administrados.
➢ Na aplicação de SANÇÕES, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
➢ As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais
sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.

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Vanessa ferreira da silva - vanessa.ferreira147@yahoo.com.br - CPF: 706.942.294-66
➢ A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou
orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição.
➢ A REVISÃO, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se
houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas
situações plenamente constituídas.
➢ Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na
aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral,
celebrar COMPROMISSO com os interessados, observada a legislação aplicável, o
qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
➢ A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá
impor COMPENSAÇÃO por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
➢ Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso
processual entre os envolvidos.
➢ O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas
em caso de DOLO ou ERRO GROSSEIRO.
➢ Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de
CONSULTA PÚBLICA para manifestação de interessados, preferencialmente por
meio eletrônico, a qual será considerada na decisão.
➢ As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na
aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas
e respostas a consultas.

PARTE GERAL

Personalidade

Duplo viés:

PERSONALIDADE CIVIL/ JURÍDICA DIREITOS DA PERSONALIDADE


Titularidade de bens ou relações São os direitos subjetivos existenciais que
jurídicas, de direitos e deveres da ordem protege atributos inerentes a pessoa
jurídica (cap. I). É atributo da pessoa humana (cap. II). Este direito somente
natural e jurídica. será titularizado por pessoas naturais, a
pessoa jurídica não possui direitos da
personalidade, o que ocorre é a aplicação
da proteção NO QUE COUBER as pessoas
jurídicas.

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CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO
- TODA pessoa possui. - Aqueles que tem 18 anos completos e
- Trata-se da aptidão para contrair emancipados.
direitos e deveres na ordem civil. - Trata-se da aptidão para exercer, por si só,
- Equipara-se à noção de personalidade, atos da vida civil.
não pode ser recusada. (os recém- - Não subsistem sem a capacidade de
nascidos e pessoas sem discernimento direito.
possuem).

A mudança total do nome registral não é possível por falta de previsão legal e respeito
à segurança jurídica (Info 768 do STJ).

ATENÇÃO: são absolutamente incapazes apenas os menores de 16 anos.

Morte presumida

COM decretação Nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão


de ausência definitiva.
Extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
SEM decretação vida.
de ausência Desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.

Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo


averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.

Lesão a direitos da personalidade do morto Lesão à imagem do morto


Legitimados: cônjuge ou qualquer parente em Legitimados: cônjuge, ascendentes
linha reta, ou colateral até o 4º grau. ou descendentes.

É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou,


perante o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido
consensualmente escolhido pelos genitores. (STJ)

Não se admite a declaração de incapacidade absoluta às pessoas com enfermidade ou


deficiência mental. (STJ)

O ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito ao esquecimento.


(STF)

Pessoa física Pessoa jurídica direito privado


Com a inscrição do ato constitutivo no
Com o nascimento com vida. respectivo registro, precedida de
autorização ou aprovação do
Poder Executivo, quando necessária.

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DOMICILIO
PESSOA NATURAL PESSOA JURÍDICA
Domicílio voluntário: é aquele fixado pela Domicílio no lugar onde funcionam as
vontade da pessoa, como exercício da respectivas diretorias e administrações,
autonomia privada. ou onde elegerem o domicílio especial
nos seus estatutos.
Domicílio necessário ou legal: é o imposto Admite-se a pluralidade de domicílios,
pela lei: - o domicílio dos absolutamente e sendo que isso será possível quando a
relativamente incapazes é o mesmo dos pessoa jurídica de direito privado tenha
seus representantes; - o domicílio do diversos estabelecimentos, como as
servidor público ou funcionário público é o agências ou escritórios de
local em que exercer, com caráter representação ou administração.
permanente, as suas funções; - o domicílio
do militar é o do quartel onde servir ou do
comando a que se encontrar subordinado
(sendo da Marinha ou da Aeronáutica); - o
domicílio do marítimo ou marinheiro é o
do local em que o navio estiver
matriculado; - o domicílio do preso é o
local em que cumpre a sua pena.

Domicílio contratual ou convencional:


domicílio escolhido pelas próprias partes,
em contrato escrito, segundo a autonomia
privada.

BENS IMÓVEIS BENS MÓVEIS


Solo e tudo quanto for incorporado ao Bens suscetíveis de movimento próprio;
solo natural ou artificialmente. ou bens de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social.

BENS IMÓVEIS PARA EFEITOS LEGAIS BENS MÓVEIS PARA EFEITOS LEGAIS
Direitos reais sobre imóveis e as ações Energias que tenham valor econômico;
que os asseguram; direito à sucessão direitos reais sobre objetos móveis e as
aberta. ações correspondentes; direitos pessoais
de caráter patrimonial e respectivas
ações.
UNIVERSALIDADE DE FATO UNIVERSALIDADE DE DIREITO
Pluralidade de bens singulares que, Complexo de relações jurídicas, de uma
pertinentes à mesma pessoa, tenham pessoa, dotadas de valor econômico.
destinação unitária. (ex: biblioteca) (ex: inventário)

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TERMO Evento futuro e certo.
CONDIÇÃO Evento futuro e incerto.
Condição suspensiva: se ocorre, começa a produzir efeitos.
Condição resolutiva: se ocorre, extingue os efeitos.

Condições impossíveis suspensivas: Condições impossíveis resolutivas:


invalidam o negócio jurídico. inexistência do negócio jurídico.
ERRO DOLO
O agente, sozinho, percebeu mal os A percepção errônea dos fatos foi
fatos. induzida por outrem.

DOLO ESSENCIAL DOLO ACIDENTAL


Anulação do negócio jurídico. Perdas e danos.

Dolo do representante LEGAL Dolo do representante CONVENCIONAL


Representado responde civilmente até a Representado responde solidariamente
importância do proveito que teve. com o representante por perdas e
danos.

ESTADO DE PERIGO LESÃO


-Extrema necessidade. -Premente necessidade ou inexperiência.
-Obrigação desproporcional. -Obrigação desproporcional e excessiva.
-Conhecimento da parte contrária. -Parte contrária não precisa saber.
-Objeto é o salvamento da vida de si ou -Objeto é qualquer necessidade, que não
de outrem. o salvamento.

Negócio jurídico NULO Negócio jurídico ANULÁVEL


-Absolutamente incapaz. -Relativamente incapaz.
-Objeto ilícito, impossível, -Erro.
indeterminável. -Dolo.
-Motivo determinante ilícito. -Coação.
-Não se revestir de forma prescrita em -Lesão.
lei. -Estado de perigo.
-For preterida solenidade considerada -Fraude contra credores.
essencial pela lei.
-Objetivo fraudar lei imperativa.
-Lei taxativamente declarar nulo.
-Simulação.

JÁ CAIU CEBRASPE/2023: Haverá simulação no negócio jurídico quando os instrumentos


particulares forem antedatas ou pós-datados.

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
• Pode renunciar. • Irrenunciável.
• Pode ser alegada apenas pelo • Pode ser alegada por outrem.
interessado. • Deve ser conhecida de ofício pelo
• Pode ser conhecida de ofício pelo Juiz.
Juiz. • Não suspende nem interrompe.
• Admite suspensão e interrupção.

JÁ CAIU CEBRASPE/2023

→ Os prazos prescricionais podem ser alterados por acordo das partes.

→ A interrupção da prescrição pode ocorrer mediante ato extrajudicial que importe


reconhecimento inequívoco do direito pelo devedor.

→ Prescrição e decadência, são institutos extintivos de pretensão ou de direitos,


cujo objetivo é preservar a segurança jurídica das relações sociais.

→ A decadência convencional deve ser alegada pela parte a quem aproveita em


qualquer grau de jurisdição, podendo o juiz suprir a alegação.

RESPONSABILIDADE CIVIL

REGRA: Baseada na CULPA.


SUBJETIVA
Casos especificados em lei; OU quando a atividade normalmente
EXCEÇÃO: desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
OBJETIVA para os direitos de outrem. (CLÁUSULA GERAL)

Se os pais têm condições de arcar com Os pais responderão diretamente e


os prejuízos. objetivamente.
Se os pais não têm condições de arcar O filho responderá pelos prejuízos
com os prejuízos. subsidiariamente e equitativamente.
Se o filho foi emancipado Pais e filho responderão solidariamente
voluntariamente pelos pais. pela totalidade dos prejuízos.

A responsabilidade dos pais por filho menor (responsabilidade por ato ou fato de
terceiro) é objetiva, nos termos do art. 932, I, do CC, devendo-se comprovar apenas a
culpa na prática do ato ilícito daquele pelo qual são os pais responsáveis legalmente (ou
seja, é necessário provar apenas a culpa do filho).
Contudo, há uma exceção: os pais só respondem pelo filho incapaz que esteja sob sua
autoridade e em sua companhia; assim, os pais, ou responsável, que não exercem
autoridade de fato sobre o filho, embora ainda detenham o poder familiar, não
respondem por ele. (STJ)

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Os pais de portador de esquizofrenia paranoide que seja solteiro, maior de idade e more
sozinho, têm responsabilidade civil pelos danos causados durante os recorrentes surtos
agressivos de seu filho, no caso em que eles, plenamente cientes dessa situação, tenham
sido omissos na adoção de quaisquer medidas com o propósito de evitar a repetição
desses fatos, deixando de tomar qualquer atitude para interditá-lo ou mantê-lo sob sua
guarda e companhia. (STJ)

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver
pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu,
absoluta ou relativamente incapaz.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.

JÁ CAIU CEBRASPE/2023: Aquele que, por ato ilícito, independentemente de culpa,


causar dano a outrem ficará obrigado a repará-lo, quando sua atividade normalmente
desenvolvida implicar, por sua natureza, em risco para os direitos de terceiros.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE DANO MORAL


Não pode ser decretada a prisão civil do devedor de alimentos devidos em razão da
prática de ato ilícito. (STJ)

O simples fato de o condutor responsável pelo acidente de trânsito ter fugido sem
prestar socorro à vítima não configura dano moral in re ipsa; logo, o dano moral terá
que ser demonstrado para que haja indenização. (STJ)

O simples fato de o condutor responsável pelo acidente de trânsito ter fugido sem
prestar socorro à vítima não configura dano moral in re ipsa; logo, o dano moral terá
que ser demonstrado para que haja indenização. (STJ)

Responsabilidade do clube mandante do jogo por danos causados a torcedores. (STJ)

O vazamento de dados pessoais não gera dano moral presumido. (STJ)

Na exposição pornográfica não consentida, o fato de o rosto da vítima não estar


evidenciado de maneira flagrante é irrelevante para a configuração dos danos morais.
(STJ)

É imprescindível perícia técnica para quantificar dano moral, ante divulgação não
autorizada de obra, reconhecido em título executivo em que se determina que seja
considerada a repercussão econômica do ilícito. (STJ)

Súmula 362-STJ: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide


desde a data do arbitramento.

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Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda
que não exerça trabalho remunerado.

Súmula 227-STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Súmula 387-STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

Os provedores de aplicações de internet não são obrigados a guardar e fornecer dados


pessoais dos usuários, sendo suficiente a apresentação dos registros de número IP.
(STJ)

Provedor de aplicação deve remover conteúdo ofensivo a menor na internet, mesmo


sem ordem judicial. (STJ)

Facebook não é obrigado a fornecer os dados de todos os usuários que


compartilharam post contendo fake News. (STJ)

A divulgação pelos interlocutores ou por terceiros de mensagens trocadas via


WhatsApp pode ensejar a responsabilização por eventuais danos decorrentes da
difusão do conteúdo. (STJ)

JÁ CAIU CEBRASPE/ 2023: Causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, é
requisito para configuração de ato ilícito.

JURISPRUDÊNCIA DIREITO INFORMÁTICO


Não se pode impor a provedores de buscas a obrigação genérica de desindexar
resultados obtidos a partir do arquivo ilicitamente divulgado na internet (STJ).

Os provedores de conexão à internet devem guardar para eventualmente fornecer,


mediante ordem judicial, os dados cadastrais dos usuários (STJ).

Não se aplica o art. 21 do Marco Civil da Internet para os casos de divulgação não
autorizada de imagens de nudez produzidas para fins comerciais (STJ).

Poder Judiciário pode determinar que o Google desvincule o nome de determinada


pessoa, sem qualquer outro termo empregado, com fato desabonador a seu respeito
dos resultados de pesquisa; isso não se confunde com direito ao esquecimento (STJ).

POSSE E PROPRIEDADE

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente,
em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida,
podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

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Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou
instruções suas.

Súmula nº 619, STJ: “A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de
natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.”

POSSE JUSTA POSSE DE BOA FÉ


Que não for violentar, clandestina ou Se o possuidor ignora o vício, ou o
precária. obstáculo que impede a aquisição da
coisa.
SUCESSOR UNIVERSAL SUCESSOR SINGULAR
Continua de direito a posse do seu É facultado unir sua posse à do
antecessor. antecessor, para os efeitos legais.

Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a
violência ou a clandestinidade.

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua
própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem
ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou


de outro direito sobre a coisa.

Frutos
POSSUIDOR DE BOA-FÉ POSSUIDOR DE MÁ-FÉ
Tem direito aos frutos percebidos, Tem direito a despesas da produção e
enquanto durar a boa-fé. custeio.
Deve Restituir: frutos pendentes, ao Responde por todos os frutos colhidos e
tempo em que cessar a boa-fé (depois de percebidos; e pelos que, por culpa sua,
deduzidas as despesas da produção e deixou de perceber, desde o momento
custeio); frutos colhidos com em que se constituiu de má-fé.
antecipação.

Perda ou deterioração da coisa


POSSUIDOR DE BOA-FÉ POSSUIDOR DE MÁ-FÉ
Responde, ainda que acidentais. Salvo,
Não responder a que não der causa. se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do
reivindicante.

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Benfeitorias
POSSUIDOR DE BOA-FÉ POSSUIDOR DE MÁ-FÉ
Tem direito de indenização pelas Tem direito de indenização apenas pelas
benfeitorias necessárias e úteis. necessárias.
Tem direito de levantar as benfeitorias Não tem direito de levantar.
voluptuárias se não lhe forem pagas. Não tem direito de retenção.
Tem direito de retenção das necessárias e
úteis.

Em regra, tempo mínimo de uso em 10 anos. Cai para 5 anos se


o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no
USUCAPIÃO registro constante do respectivo cartório, cancelada
ORDINÁRIA posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de
interesse social e econômico.
Exige justo título e boa fé.
Em regra, tempo mínimo de uso de 15 anos. Cai para 10 anos se
USUCAPIÃO o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia
EXTRAORDINÁRIA habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter
produtivo).
Exige ausência de interrupção e de oposição.
Independe de justo título e de boa-fé.
Tempo mínimo 5 anos.
USUCAPIÃO Imóvel de até 50 hectares.
ESPECIAL RURAL Exige ausência de interrupção e de oposição, que o morador
OU PRO LABORE não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural, que a
área seja produtiva por seu trabalho ou de sua família e que
tenha lá sua moradia.
USUCAPIÃO Tempo mínimo de 5 anos.
ESPECIAL URBANO Imóvel de até 250 m.
OU PRO MISERO Exige ausência de interrupção e de oposição, que morador não
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural, que use como
sua moradia ou de sua família.

Tempo mínimo 2 anos.


Imóvel de até 250 m.
USUCAPIÃO Exige ausência de interrupção e de oposição, que morador não
FAMILIAR seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural, propriedade
era dividida com ex cônjuge ou ex companheiro que abandonou
o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família.

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DIREITO EMPRESARIAL
ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Os próprios comerciantes ditavam as normas.


IDADE
MÉDIA

→ Edição do Código Napoleônico


SÉCULO XIX → Teoria dos Atos de Comércio: A caracterização de uma pessoa
como comerciante é feita com base em uma lista de atividades.
Os Atos de Comércio são a prática de uma atividade econômica
considerada como tal pelo Direito.
SEGUNDA → Unificação do Direito Privado
GUERRA → Teoria da Empresa: A caracterização de uma pessoa como
MUNDIAL Empresário é feita com base na forma de produzir ou circular
bens

Segundo André Luiz Santa Cruz Ramos, são características fundamentais do direito
empresarial, que o distinguem sobremaneira do direito civil:

a) Cosmopolitismo: internacionalidade, globalização (ex: LUG). Uniformização das


regras que serão adotadas nas relações empresariais.

b) Fragmentário: Pelo fato de ser composto de várias legislações extravagantes (fonte


primária) que tratam do Direito Empresarial e que não se concentram seu regulamento
em uma ou poucas leis.

c) Informalismo: Diferentemente do D. Civil, que é regrado de formalidades, o Direito


Empresarial rege-se pelo informalismo, buscando oferecer maior celeridade/dinamismo
à prática comercial.

d) Elasticidade: mudanças constantes;

e) Onerosidade: intuito de lucro (é o objetivo do empresário, caráter intrínseco).

JÁ CAIU CEBRASPE/2022: A existência de normas previstas em várias leis esparsas,


dependentes de harmonia com as regras dos demais ramos do direito, retrata a
característica do direito empresarial denominada: fragmentarismo.

EMPRESÁRIO
“Quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou
circulação de bens ou serviços”.

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Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. – TEORIA DE
ASQUINI

OBS: Não é necessário ser registrado para ser considerado empresário.

NÃO CONFUNDA:

EMPRESA EMPRESÁRIO ESTABELECIMENTO


Atividade econômica Pessoa física ou = jurídica Conjunto de bens
organizada para produzir que exerce a corpóreos e incorpóreos
ações coordenadas para empresa. organizadamente
produção e circulação de utilizados
bens e serviços. para a exploração
negocial.

ATIVIDADE NÃO EMPRESARIAL

Art. 966, p. único: Não se considera empresário quem exerce PROFISSÃO INTELECTUAL,
DE NATUREZA CIENTÍFICA, LITERÁRIA OU ARTÍSTICA, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, SALVO SE O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO CONSTITUIR
ELEMENTO DE EMPRESA.

REGISTRO

Art. 967. É OBRIGATÓRIA a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas


Mercantis da respectiva sede, ANTES DO INÍCIO DE SUA ATIVIDADE.

O registro tem natureza declaratória.

LOCAL DE REGISTRO

• Empresário e sociedade empresária -> Junta Comercial.


• Sociedade simples -> Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

OBS: O empresário/sociedade empresária cujo objeto principal seja atividade rural:


→ Não é obrigado a se inscrever no registro.
→ Pode se inscrever no R.P.E.M. da respectiva sede.

EMPRESÁRIO SEM REGISTRO


Empresário não registrado possui situação irregular.

Os negócios jurídicos praticados por ele são válidos. O empresário responderá pelas
obrigações contraídas.

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Não pode requerer para si:

→ Recuperação judicial extrajudicial.

→ Não pode requerer a falência de devedor seu.

→ Não pode participar de procedimentos licitatórios.

→ Os sócios responderão pessoal e ilimitadamente pelas obrigações.

CAPACIDADE

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos. {CAPACIDADE QUALIFICADA =
CAPACIDADE CIVIL + AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTOS}.

Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se


a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
→ Os atos são considerados VÁLIDOS.

PERDA DA CAPACIDADE

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,


continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor
de herança.

§ 1º Nos casos deste artigo, PRECEDERÁ AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la,
podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou
representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos
por terceiros.

§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao


tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo
tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.

SOCIEDADE QUE ENVOLVE SÓCIO INCAPAZ

§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá


registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz,
desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos:

I. O sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade;

II. O capital social deve ser totalmente integralizado;

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III. O sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve
ser representado por seus representantes legais.

NÃO PODEM SER SÓCIOS: Casados em comunhão universal de bens, ou no da


separação obrigatória.

Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde
que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação
obrigatória.

Art. 978. O empresário casado pode, SEM NECESSIDADE DE OUTORGA CONJUGAL,


qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real.

ESTABELECIMENTO

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo COMPLEXO DE BENS ORGANIZADO,


PARA EXERCÍCIO DA EMPRESA, POR EMPRESÁRIO, OU POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA.

JÁ CAIU CEBRASPE/2023: O complexo ou conjunto de bens utilizado e organizado pela


sociedade empresária para o desenvolvimento de uma atividade econômica denomina-
se: estabelecimento empresarial.

§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade


empresarial, que PODERÁ SER FÍSICO OU VIRTUAL.
§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço
informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o endereço do empresário
individual ou o de um dos sócios da sociedade empresária.

§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, A FIXAÇÃO DO


HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO COMPETIRÁ AO MUNICÍPIO, observada a regra geral
prevista no inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019.

AVIAMENTO
O aviamento pode ser definido como a aptidão que o estabelecimento tem para gerar
de lucros, em razão da organização dos elementos empresariais, o que incrementa o
valor do empreendimento, como universalidade de fato.

TRESPASSE
O trespasse corresponde à ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL e tem seu
regime jurídico entre os arts. 1.144-1.149, do Código Civil.

Trata-se de negócio jurídico permeado de cautelas, porque a envolver o conjunto


patrimonial que, em princípio, poderá constituir-se no patrimônio a ser contingenciado
para pagamento dos credores.

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O trespasse considerado regular e eficaz depende de DOIS REQUISITOS:

1) A PUBLICIZAÇÃO DO NEGÓCIO entre alienante e adquirente, exigindo-se sua


averbação no Registro Público de Empresas, para que produza efeitos em relação a
terceiros (art. 1.144, do CC).
2) A SOLVABILIDADE DO ALIENANTE ou a concordância de seus credores. Nos termos
do art. 1.145, do CC, será necessário:
• Restarem bens suficientes para solver o passivo do alienante; ou
• Não restando bens suficientes para solver o passivo do alienante: o pagamento
de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito,
em trinta dias a partir de sua notificação.

DÍVIDAS CONTRAÍDAS: A sucessão empresarial importará SOLIDARIEDADE entre


adquirente e alienante pelas obrigações contraídas em prol do empreendimento e
anteriores ao trespasse, pelo prazo de 1 (UM) ANO, contado quanto aos créditos
vencidos a partir da publicação da averbação do negócio e quanto aos vincendos a partir
da data dos respectivos vencimentos. Apenas créditos de terceiros DEVIDAMENTE
CONTABILIZADOS, nos termos do art. 1.146, do Código Civil. Caso o adquirente pague
as dívidas NÃO HAVERÁ DIREITO DE REGRESSO.
• CRÉDITOS VENCIDOS: a partir da publicação da averbação do negócio.
• CRÉDITOS VINCENDOS: a partir da data dos respectivos vencimentos.

ATENÇÃO: a dívida NÃO CONTABILIZADA, é ato ilícito, então o alienante poderá


responder por ela A QUALQUER TEMPO, até a prescrição da dívida. O adquirente
responde pelas dívidas contabilizadas ou não. Neste caso, o adquirente TEM DIREITO DE
REGRESSO contra o alienante.

CLAUSULA DE NÃO RESTABELECIMENTO


Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento NÃO PODE FAZER
CONCORRÊNCIA AO ADQUIRENTE, NOS CINCO ANOS subsequentes à transferência.
Ou seja:
• Com autorização expressa: qualquer tempo.
• Sem autorização: 5 anos.
• Contrato: Prazo previsto no contrato.

JÁ CAIU CEBRASPE/2023: Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o contrato


poderá ser renovado por igual prazo, desde que, cumulativamente, o locatário esteja
explorando comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de: três anos.

NÃO CONFUNDIR

Prazo máximo da renovação compulsória do contrato de locação comercial, ainda que


a vigência da avença locatícia supere esse período: 5 anos (Info 737, STJ).

Prazo mínimo e ininterrupto em que o locatário deve estar explorando seu comércio,
no mesmo ramo: 3 anos (art. 51, III, Lei nº 8.245/91).

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SOCIEDADES

SOCIEDADES
Pode constituir-se segundo um dos tipos previstos em lei ou, não
SIMPLES o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
REGISTRO: Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: Os sócios podem limitar a
responsabilidade entre si, à proporção do capital social.
Pode ser:
limitada -> Previsão expressa
Ilimitada -> Regra geral (É o padrão, caso o contrato social seja
silente).

FORMAS DE SOCIEDADES:
→ Em nome coletivo
→ Em comandita simples
→ Limitada
→ Simples pura
OBS: Sociedade cooperativa SEMPRE SIMPLES
Explora seu objeto de forma profissional e organizada. Deve
EMPRESÁRIAS constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a
1.092 do C.C:

FORMAS DE SOCIEDADES:
→ Em nome coletivo
→ Em comandita simples
→ Limitada
→ Em comandita por ações
→ Anônima
OBS: Sociedade por ações SEMPRE EMPRESÁRIA.

1) SOCIEDADES EM COMUM
TIPOS SOCIAIS NÃO → Sociedades que ainda não inscreveram seus atos
PERSONIFICADOS constitutivos. (Sem personalidade jurídica)
→ Regem-se por seu capítulo no C.C. e,
Art. 986 a Art. 996 subsidiariamente, pelas normas da sociedade
simples.
→ Patrimônio especial = bens + dívidas sociais.
→ Responsabilidade dos sócios: Todos os sócios
respondem solidária e pelas obrigações sociais
ilimitadamente.

2) SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO


→ Não possui: personalidade jurídica; patrimônio;
nome empresarial.

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→ A inscrição do contrato social em qualquer registro
não confere personalidade jurídica à sociedade.
→ Tipos de Sócios:
 Sócio ostensivo: Exerce a atividade do objeto
social; Opera frente a terceiros;
Responsabilidade ilimitada; Sua falência leva
à dissolução da sociedade.
 Sócio participante: Mero emprestador de
capital; Não aparece frente a terceiros
(oculto); Responde apenas frente ao sócio
ostensivo; Sua falência é regida por seus
contratos.
→ Somente pessoas físicas podem tomar parte na
SOCIEDADE EM sociedade em nome coletivo, respondendo todos os
NOME COLETIVO sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações
sociais.
Art. 1.039 a Art. → A administração da sociedade compete
1.044. exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos
limites do contrato, privativo dos que tenham os
necessários poderes.
→ O credor particular de sócio não pode, antes de
dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da
quota do devedor.

Poderá fazê-lo quando:


I. A sociedade houver sido prorrogada tacitamente;
II. Tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida
judicialmente oposição do credor, levantada no prazo
de noventa dias, contado da publicação do ato
dilatório.
→ Na sociedade em comandita simples tomam parte
SOCIEDADE EM sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas
COMANDITA SIMPLES físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
Art. 1.045 a Art. 1.051 somente pelo valor de sua quota.
→ Aplicam-se à sociedade em comandita simples as
normas da sociedade em nome coletivo, no que
forem compatíveis.
→ Sem prejuízo da faculdade de participar das
deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as
operações, não pode o comanditário praticar
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma
social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades
de sócio comanditado.

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→ No caso de morte de sócio comanditário, a
sociedade, salvo disposição do contrato, continuará
com os seus sucessores, que designarão quem os
represente.
→ Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
I. Por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II. Quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a
falta de uma das categorias de sócio.
NOME EMPRESARIAL: Pode ser firma ou denominação +
SOCIEDADE “limitada” ou “ltda”.
LIMITADA CAPITAL SOCIAL: Os sócios respondem solidariamente pela
exata estimação dos bens conferidos ao capital social. É
Art. 1.052 a Art. 1.087 vedada a contribuição de sócios em serviços. Não há
exigência de integralização de um mínimo do capital
subscrito.
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: LIMITADA ao valor de
suas quotas. Respondem SOLIDARIAMENTE pela
integralização do capital social.
LEI N. 13.874/19 = A sociedade limitada pode ser constituída
por uma ou mais pessoas.
ADMINISTRAÇÃO: Por sócio ou não sócio. A administração
atribuída no contrato a todos os sócios não se estende
automaticamente aos que entrarem posteriormente.
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores
podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da
sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a
venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios
decidir.
É sociedade de capital, por estatuto social.
SOCIEDADE RESPONSABILIDADE: Limitada ao preço de emissão das
ANÔNIMA ações que subscrever/adquirir. É vedada a contribuição de
sócios em serviços.
Art. 1.088 a Art. 1.089
NOME EMPRESARIAL:
e Lei n. 6.404/76
→ Denominação + “Sociedade anônima” ou “S.A.”
(Vedada a palavra “companhia” ao final).
→ “Companhia” + denominação.
→ A S.A. não pode adotar firma.
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS (Lei n. 6.404/76):
→ Fusão: Art. 228. A fusão é a operação pela qual se
unem duas ou mais sociedades para formar
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os
direitos e obrigações.
→ Cisão: Art. 229. A cisão é a operação pela qual a
companhia transfere parcelas do seu patrimônio para

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uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim
ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida,
se houver versão de todo o seu patrimônio, ou
dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
→ Incorporação: Art. 227. A incorporação é a operação
pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações.
→ Transformação: Art. 220. A transformação é a
operação pela qual a sociedade passa,
independentemente de dissolução e liquidação, de
um tipo para outro.
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o
SOCIEDADE EM capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas
COMANDITA POR à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações
AÇÕES constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou
denominação.
Art. 1.090 a Art. 1.092 Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para
administrar a sociedade e, como diretor, responde
subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
§ 1º Se houver mais de um diretor, serão solidariamente
responsáveis, depois de esgotados os bens sociais.
§ 2º Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da
sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser
destituídos por deliberação de acionistas que representem
no mínimo dois terços do capital social.
§ 3º O diretor destituído ou exonerado continua, durante
dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas
sob sua administração.
Art. 1.092. A assembleia geral não pode, sem o
consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da
sociedade, prorrogar lhe o prazo de duração, aumentar ou
diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes
beneficiárias.

JÁ CAIU CEBRASPE/2016: Considerando a legislação em vigor a respeito da


responsabilidade dos sócios nos diversos tipos societários, assinale a opção correta: Nas
sociedades limitadas, os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital
social.

TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

ASPECTOS GERAIS: Documento formal, com força executiva, representativo de dívida


líquida e certa, de circulação desvinculada do negócio que o originou.

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

→ Literalidade: A existência do título é regulada pelo teor do seu conteúdo, ou seja,


só se leva em consideração o que nele está contido.

→ Autonomia: O direito cambial determina a autonomia das obrigações


estabelecidas no título de crédito, assim este constitui uma declaração
autônoma do devedor, comprometendo-se a pagar as obrigações nele
estabelecidas.

→ Cartularidade: O título de crédito se materializa, numa cártula, ou seja, num


papel ou documento, e somente quem exibe a cártula, no seu original, é
considerado como seu possuidor e como legítimo titular do direito creditício
pode pretender a satisfação das obrigações estabelecidas no título.

→ Circularidade: O crédito, na relação obrigacional, uma vez representado pelo


título, possibilita a sua circulação, através da cártula, assim quem a possui tem
um crédito representado por um título e pode transferi-lo a outrem para
pagamento de uma obrigação.

→ Executividade: O título de crédito, como prova do crédito, permite ao credor a


sua executividade, ou seja, uma vez não cumprida às obrigações nele
estabelecidas, permite ao seu titular, utilizar o processo de execução, com as
vantagens estabeleci das no art. 585 do CPC, o qual em princípio possui um rito
mais célere.

→ Abstração: Constitui um subprincípio da autonomia, pois, o título de crédito


quando posto em circulação, se desvincula da relação fundamental que lhe deu
origem.

JÁ CAIU CEBRASPE/2022: O título de crédito, quando posto em circulação, desvincula-


se da relação fundamental originária, da obrigação principal que lhe deu origem. Essa
característica denomina-se: abstração.

CONSTITUIÇÃO

Emissão do título.
SAQUE
Emissor >>> sacado
Beneficiário >>> tomador

→ Ato pelo qual o sacado concorda em pagar a dívida


ACEITE (Resulta da assinatura no anverso do título ou no
verso + “aceito”).

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→ Ocorre apenas na:
 Letra de câmbio: não é obrigatório.
 Duplicata: é obrigatório. Salvo: a) Avaria ou
não - recebimento de mercadorias, quando
não-expedidas ou não-entregues por conta e
risco do comprador; b) Vícios na qualidade ou
quantidade das mercadorias; c) Divergência
nos prazos ou nos preços ajustados.
→ Ato pelo qual o beneficiário de um título
ENDOSSO (endossante) transfere-o a outrem (endossatário)
(Resulta da assinatura no verso).
→ “Em branco”: Não identifica o endossatário (O título
torna-se “ao portador”).
“Em preto”: Identifica o endossatário (O título torna-
se “nominativo”).
→ É nulo o endosso parcial.
→ O endosso condicional não é nulo, mas a condição é
considerada não escrita.
→ Efeitos:
 Endossante continua codevedor do título.
Responde pela existência do crédito quando
da cessão, e não pela solvência do devedor.
 Há endosso com efeitos de cessão civil de
crédito:
• Praticado após o protesto por falta de
pagamento.
• Com cláusula “não à ordem”.
→ Um terceiro (avalista) garante o pagamento do título
AVAL em favor do devedor principal (Resulta da assinatura
no anverso do título ou + “por aval”).
→ A nulidade da obrigação do avalizado ( não
compromete a do avalista.
→ O Código Civil veda o aval parcial (literalidade), (mas
prevalece lei específica, que permite.
→ Não há benefício de ordem.

Sacador emitente ou promitente promete pagar ao sacado


NOTA PROMISSÓRIA ou beneficiário.

Requisitos do título:
• “Nota promissória” no título.
• Promessa pura e simples de pagar quantia determinada.
• Pessoa a quem pagar.
• Data de emissão.
• Assinatura do emitente.

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SÚMULA 258- STJ: “A nota promissória vinculada a contrato
de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da
iliquidez do título que a originou”.
Título de crédito causal que representa promessa de
CÉDULAS DE CRÉDITO pagamento obtida via operações de financiamento.

Pode ser transferida por:


• Endosso em preto.
• Cessão de crédito.
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento que o sacador
LETRA DE CÂMBIO dirige ao sacado (devedor) para que este pague uma
importância consignada a um terceiro denominado tomador.

SÚMULA 387- STF: “A cambial emitida/aceita com omissão


ou em branco pode ser completada pelo credor de boa-fé
antes da cobrança ou do protesto.”
Título de crédito emitido contra um banco com uma ordem
CHEQUE de pagamento à vista.

SÚMULA 370 - STJ: “Caracteriza dano moral a apresentação


antecipada de cheque pré-datado”.

Prazo de apresentação:
→ 30 dias: cheque da mesma praça.
→ 60 dias: cheque de praças diferentes.

Termo de início da contagem do prazo prescricional = 6


meses.

A prescrição da pretensão executória não atinge o crédito.


Pode ser cobrado por outra via judicial.
É uma ordem de pagamento que representa compra e venda
DUPLICATA mercantil ou prestação de serviços.

O aceite é obrigatório.

A recusa do aceite pode ocorrer em caso de:

1. Avaria/não recebimento das mercadorias.


2. Vícios/defeitos/diferenças na qualidade ou
quantidade das mercadorias.
3. Divergências nos prazos/preços.

Protesto: em até 30 dias do vencimento.

É obrigatória sua escrituração no livro registro de duplicatas.

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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – LEI N. 4.595/1964

O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL, ESTRUTURADO E REGULADO PELA LEI N.


4.595/1964, SERÁ CONSTITUÍDO:
I – do Conselho Monetário Nacional;
II – do Banco Central do Brasil;
III – do Banco do Brasil S. A.;
IV – do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
V – das demais instituições financeiras públicas e privadas.

JURISPRUDÊNCIA DIREITO EMPRESARIAL

O imóvel dado em caução em contrato de locação comercial que pertence a


determinada sociedade empresária e é utilizado como moradia por um dos sócios
recebe a proteção da impenhorabilidade de bem de família. (STJ)

Sócio devedor tem legitimidade e interesse para impugnar desconsideração inversa


da personalidade jurídica. (STJ)

Se empresas de um mesmo grupo econômico estão em falência, os processos deverão


ser reunidos para julgamento em conjunto. (STJ)

É cabível a medida coercitiva atípica de apreensão de passaportes, em sede de


processo de falência, quando constatados fortes indícios de ocultação de patrimônio.
(STJ)

Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o


endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício
formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
endossantes e avalistas.

Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só


responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de
mandatário.

Na letra de câmbio não aceita não há obrigação cambial que vincule o sacado e assim,
o sacador somente tem ação extra cambial contra o sacado não aceitante, cujo prazo
prescricional não sofre as interferências do protesto do título de crédito. (STJ)

É possível a oposição de exceção pessoal ao portador de cheque prescrito. (STJ)

Não é necessária prévia autorização do cônjuge para que a pessoa preste aval em
títulos de créditos típicos. (STJ)

O banco sacado não é parte legítima para figurar no polo passivo de ação ajuizada
com o objetivo de reparar os prejuízos decorrentes da devolução de cheque sem
provisão de fundos emitido por correntista. (STJ)

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É nula a cláusula que prevê o pagamento antecipado da indenização devida ao
representante comercial no caso de rescisão injustificada do contrato pela
representada. (STJ)

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