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DIREITO CIVIL

“DAS PESSOAS NATURAIS – DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE”


•O marco inicial do estudo das pessoas naturais é o ser humano, e ele
é feito com base em sua personalidade jurídica.
1º O que é personalidade jurídica: Constitui a aptidão genérica para
titularizar direitos e contrair obrigações, ou seja, é o atributo
necessário para ser sujeito de direito.
2º Com a personalidade o sujeito passa a atuar, na qualidade de
direito (Natural ou Jurídica), podendo praticar atos e negócios jurídicos
dos mas diferentes matizes.
3º No que tange à Pessoa Natural ou Física, o novo código Civil,
substitui a expressão “Homem” por “Pessoa”, como iremos estudar
através do Art. 1º do Código Civil.
“Toda Pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.
4º A personalidade é atributo de toda e qualquer Pessoa, seja natural
ou Jurídica.
DAS PESSOAS COMO SUJEITOS DA RELAÇÃO
JURÍDICA

A pessoa natural (o ser humano, também chamado em


alguns países de pessoa física); e a pessoa jurídica
(agrupamento de pessoas naturais, visando alcançar fins de
interesse comum, também denominada, em outros países,
pessoa moral e pessoa coletiva).
Obs. Os animais não são considerados sujeitos de direitos,
embora mereçam proteção.
AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

• Artigo 2º: A Personalidade civil da pessoa começa do nascimento com


vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, o direito do nascituro.

• A personalidade jurídica do nascituro se dá a partir de seu nascimento


com vida;
• Esta contestação é feita através do funcionamento do aparelho
cardiorrespiratório, clinicamente aferido por exame, o recém nascido
adquire a sua personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito,
mesmo que venha á falecer minutos depois – a maioria dos
doutrinadores adotam a teoria Natalista.
• Os principais direitos adquiridos pelo nascituro são: O direito a vida, à
integridade física, à honra e à imagem.
TRÊS GRANDES TEORIAS PROCURAM DEFINIR
A SITUAÇÃO JURÍDICA DO NASCITURO
Considerações Importantes sobre o nascituro

•Mesmo no ventre da mãe, em sua vida intrauterina, o nascituro tem


personalidade jurídica formal, no que tinge aos direitos
personalíssimos e aos da personalidade. Ao nascer com vida,
adquire penalidade material, alcançando os direitos patrimoniais.
QUADRO ESQUEMATIZADO PARA O NASCITURO:
1º - Direitos Personalíssimos: Direito a Vida, a proteção pré-natal;
2º Poder receber doações, sem prejuízos do recolhimento do imposto de transmissão Inter
vivos;
3º Pode ser beneficiado por legado e herança;
4º Pode ser nomeado curador para defesa de seus interesses –
5º O código penal tipifica o crime de aborto;
6º Direito a exame de DNA, para aferição de paternidade;

.
CAPACIDADE DE DIREITO E DE FATO E LEGITIMIDADE
• Adquirida a personalidade jurídica , toda pessoa passa a ter direitos e
obrigações;
• Passando a ter a capacidade de direito ou de gozo;
• Todo ser humano tem assim, capacidade de direito, pelo fato que a
personalidade jurídica é atributo inerente à sua condição;
OBS: Devemos lembrar no entanto que nem toda pessoa possui aptidão para
exercer pessoalmente os seus direitos, praticando atos jurídicos, em razão
de limitações orgânicas ou psíquicas.
OBS: A capacidade de direito confunde-se hoje, com a personalidade, porém
toda pessoa é capaz de direitos. Ninguém pode ser totalmente privado dessa
espécie de capacidade.
OBS: A capacidade de fato condiciona-se a capacidade de direito, não se
pode exercer um direito se ser capaz de adquiri-lo, uma não se concede,
portanto sem a outra, mas a reciproca não é verdadeira.
Cont.
OBS: Não há que se confundir, por outro lado, capacidade e
legitimação.
1º Nem toda pessoa capaz pode estar legitimado para a pratica de
determinado ato jurídico, a legitimação traduz uma capacidade
especifica.

SILVIO VENOSA
“Capacidade X Legitimação”
“A legitimação consiste em se averiguar se uma pessoa perante
determinada situação jurídica tem ou não capacidade para
estabelecê-la. A Legitimação é uma forma especifica de capacidade
para determinados atos da vida civil”.
Tópicos principais
“INCAPACIDADE ABSOLUTA”
Artigo 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente atos da vida civil.

I. Os menores de 16 anos.
1. Esta incapacidade absoluta consiste na falta de aptidão
para praticar pessoalmente atos da vida civil;
2. Encontram-se nesta situação as pessoas a quem falte
capacidade de fato ou de exercício, ou seja, que esteja
impossibilitado de manifestar real e juridicamente a sua
vontade;

Obs. Ressalva-se, todavia que a incapacidade jurídica não é


excludente absoluta de responsabilidade patrimonial, uma
vez que, na forma do artigo 928 CC/02, o incapaz responde
pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de faze-lo ou não
dispuserem de meios suficientes.
OS MENORES DE 16 ANOS.
Obs. Os pais são os representantes legais dos filhos menores de 16
anos, dos quais detêm o poder familiar. A adequada representação
do absolutamente incapaz é um dos fatos de validade do negocio
jurídico, a não observância desse requisito acarreta-lhe a nulidade
do mesmo, artigo 166, I CC/02.
Obs. É importante lembrar que não é correto dizer que apenas as
crianças são absolutamente incapazes, segundo o estatuto da
criança e do adolescente, até os 12 anos de idade incompletos
considera-se a pessoa criança. Entretanto, conforme mencionado
acima, os adolescentes até os 16 anos também são reputados
absolutamente incapazes.
Obs. É bom lembra que na relação de emprego, este estão
proibidos de qualquer labor os menores de 16 anos, salvo na
condição de aprendizes, em que se admite o trabalho a partir dos
14 anos.
O suprimento da incapacidade absoluta dá-se através da
representação.
Assim, o representante pratica o ato no interesse do incapaz. Desta
forma, é importante frisar que tal interesse é sempre o norte na
condução do representante legal, porém, não é qualquer obrigação
assumida pelos pais, em nome dos filhos, que pode ser considerada
válida.
Já o suprimento da incapacidade relativa dá-se por assistência.
Diferentemente dos absolutamente incapazes, o relativamente
incapaz pratica o ato jurídico juntamente com seu assistente (pais,
tutor ou curador), sob pena de anulidade.
“INCAPACIDADE RELATIVA”

• Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:


• I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
• II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; (Alterado pela Lei nº 13.146, de 2015)
• III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade; (Alterado pela Lei nº 13.146, de 2015)
• IV - os pródigos.
• Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (
Alterado pela Lei nº 13.146, de 2015)
obs. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer.
Obs. No novo código civil, a maioridade civil passou a ser atingida aos 18 anos, no
sentido de chamar os jovens à responsabilidade mais precocemente, igualando-a,
neste aspecto, à maioridade criminal e trabalhista.
OS ÉBRIOS HABITUAIS, OS VICIADOS EM TÓXICOS, E OS QUE,
POR DEFICIÊNCIA MENTAL, TENHAM O DISCERNIMENTO
REDUZIDO;

Obs. O Código Civil trata a embriaguez habitual como um quadro patológico


em que aniquila completamente a capacidade de auto determinação,
equiparando-se a doença mental e como tal deve ser analisada om base no
artigo 3º - II, do novo código civil brasileiro.
Obs. Na mesma linha, os viciados em tóxicos com reduzida capacidade de
entendimento, contudo a depender do grau de intoxicação e dependência,
a interdição do dependente poderá ser total, caracterizando, por
conseguinte, a sua absoluta incapacidade para a pratica dos atos na vida
civil.
Obs. Por fim temos que considerar relativamente incapazes os portadores
de deficiência mental que tenham minimizado a sua capacidade de
entendimento e autodeterminação, agora temos sempre que lembrar que
se a enfermidade ou deficiência mental for completa, cuida-se de
incapacidade civil absoluta, e não simplesmente relativa.
“os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, aqueles que, por
causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade ”

Enquanto perdurar a causa que transitoriamente impede a


manifestação de vontade, a pessoa é relativamente incapaz.
Desaparecendo a causa, restabelece-se a capacidade.
Obs. É o caso do dependente de tóxico que, sem haver evoluído
ainda para um quadro clinico, esteja sob o efeito do
entorpecente, que o priva totalmente de discernimento.
Obs. O caráter temporário e a impossibilidade total de
expressão de vontade são, simultaneamente, elementos
essenciais para a configuração dessa forma de incapacidade
absoluta.
OS PRÓDIGOS

Segundo CLÓVIS BEVILÁQUA.


“É aquele que desordenadamente gasta e destrói a sua fazenda,
reduzindo-se à miséria por sua culpa”.
Segundo a legislação em vigor, a interdição do pródigo somente o
privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar,
hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral atos
que não sejam de mera administração , refere-se apenas a atos que
possam diminuir o seu patrimônio.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: “SILVIO VENOSA”.


A dissipação da fortuna advém de estado patológico de tal monta que
afeta a saúde do indivíduo como um todo, o caso será de incapacidade
por falta de discernimento; absoluto, portanto, e não de simples
prodigalidade, que é uma incapacidade restrita. O conceito, de qualquer
forma, deve ser fornecido por um psiquiatra.
Pródigos no novo sistema

Dispõe o art. 1.782:


“A interdição do pródigo só o privará de, sem
curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar,
hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar,
em geral, os atos que não sejam de mera
administração.”
“SUPRIMENTO DA INCAPACIDADE (REPRESENTAÇÃO E
ASSISTÊNCIA)”

Artigo 5º A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica


habilitada à pratica de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapacidade:
I. Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos;
II. Pelo casamento;
III. Pelo exercício de emprego público efetivo;
IV. Pela colação de grau em curso de ensino superior;
V. Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.
EMANCIPAÇÃO.
A menoridade, à luz do novo código civil, cessa aos 18 anos completos, quando a
pessoa fica habilitada à pratica de todos os atos da vida civil – artigo 5º CC/02,
contudo é possível a antecipação da capacidade plena, em virtude da autorização
dos representantes legais do menor ou do juiz, ou pela superveniência de fato a
que a lei atribui força para tanto, essa emancipação pode ser feita:
A. Voluntária – Art. 5º, parágrafo único, I CC/02.
▪ A emancipação é ato irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados
solidariamente pelos danos causados pelo filho que emanciparam.
B. Judicial – É aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com 16
anos completos – Art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte do CC/02;

C. Legal – Vamos dar uma ênfase maior.


Da Emancipação Legal:
•Pelo casamento, que gera capacidade geral para todos os atos da
vida civil, a partir dos 18 anos completos, contudo o homem e a
mulher a partir dos 16 anos desde que tenham autorização de
ambos os pais ou de seus representantes legais – art. 1.517 CC/02.
Havendo a dissolução da sociedade conjugal (pelo divórcio,
separação judicial ou morte), o emancipado não retorna à anterior
situação de incapacidade civil. A outra forma de emancipação legal é
através do exercício de servidor público. Também a colação em
curso superior (art. 5º, parágrafo único, IV CC/02), finalmente a
emancipação o estabelecimento civil ou comercial, ou a existência
de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
16 anos completos tenha economia própria (art. 5º, parágrafo único,
V do CC/02).
ESPÉCIES DE EMANCIPAÇÃO
O código antecipou a maioridade civil para 18 anos, a partir
de quando a pessoa tem plena capacidade civil e pode, em
regra, praticar pessoalmente todos os atos da vida civil, com
ressalvas de hipóteses especiais previstas nos incisos II e III
do art. 3º e nos incisos II, III e IV e paragrafo único do art. 4º.
A antecipação da maioridade não repercute
automaticamente no direito dos filhos a alimentos que será
sempre regido pelo binômio “necessidade de quem pede e
possibilidade de quem dá”.
Se depois dos 18 anos necessitar dos alimentos, ainda que
para prover as despesas com a educação, o filho terá este
direito, o que encontra respaldado pelo artigo 1.694 CC.
Direitos da Personalidade:
análise à luz da teoria dos direitos
fundamentais
Preâmbulo CF/1988

Estado Democrático de Direito


“...destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias".
Preâmbulo CF/1988
A Constituição e o Direito Civil

A Mudança de Paradigma (Século XX) -


Reconhecimento da força normativa da Constituição:
- Constitucionalização do direito civil;
- aplicação das normas constitucionais nas relações
privadas (eficácia horizontal dos direitos fundamentais)
- interpretação do Código Civil à luz da Constituição
(dimensão objetiva dos direitos fundamentais)
Fundamentos da República:

- Cidadania (art. 1º, II, CF/88)


- Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88)

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade privada (...)". (art. 5º, CF/88)
art.4º, II, da Constituição Federal

•Também o art.4º, II, da Constituição Federal


privilegia o ser humano em sua dignidade, ao
afirmar que suas relações internacionais têm como
princípio a prevalência dos direitos humanos, o
que é corroborado pelo § 2º do art.5º, no sentido
de que "os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte".
Avanços.....

DIREITOS HUMANOS

DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITOS DA PERSONALIDADE
Breves conceitos!
Direitos humanos: direitos essenciais do indivíduo em relação
ao direito público; proteger o indivíduo das arbitrariedades.
Direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos.
Direitos do homem.

Direitos fundamentais: direitos essenciais do indivíduo sob o


ângulo do direito interno; direitos humanos reconhecidos e
consagrados dentro de determinada ordem jurídica.

Direitos da personalidade: direitos fundamentais –


individuais – voltados à tutela da personalidade.
Direitos Humanos

•O marco histórico é a Declaração Universal dos


Direitos do Homem de 1948 (ONU) em relação aos
direitos fundamentais.
•Tendências: universalização, multiplicação e
diversificação.
•Gerações dos direitos fundamentais:
• 1ª geração: direitos civis e políticos
• 2ª geração: direitos econômicos, sociais e culturais
• 3ª geração: nova ordem institucional (solidariedade entre
os povos)
• 4ª geração (?): preocupação com as gerações futuras
(solidariedade intergeracional)
Direitos da personalidade

•FERRARA: "São direitos privados destinados a


assegurar ao indivíduo o gozo do próprio ser, físico e
espiritual.“
•Teoria dos direitos da personalidade e suas formas de
tutela
•Os direitos da personalidade são inatos, absolutos,
intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados,
imprescritíveis, impenhoráveis e extrapatrimoniais
Dividem-se em:

Integridade física: direito à vida, sobre o


próprio corpo e ao cadáver.

Integridade moral: honra, reputação, nome,


imagem, recato, orientação (religiosa,
sexual,...).

Integridade intelectual: autoria, atividade


inventiva.
O principal problema que os direitos da
personalidade suscitam é o de sua tutela.
Direito à vida

• Lei das XII Tábuas – Roma


• Revolução Francesa
• Passagem do individual ao coletivo
• Retorno ao individualismo com solidariedade
• Conceito: “Vida, na Constituição, não será considerada apenas
no seu sentido biológico de incessante auto-atividade funcional,
peculiar à matéria orgânica, mas na sua acepção biográfica
mais compreensiva. Sua riqueza significativa é de difícil
apreensão porque é algo dinâmico, que se transforma
incessantemente sem perder sua própria identidade.”*1
• Repersonalização das relações jurídicas: A pessoa não é o
meio, é o fim do Direito.
Lei das XII Tábuas
Direito à identidade

●O direito à identidade abrange a proteção do nome,


do prenome, do sobrenome, do apelido ou alcunha,
assim como do hipocorístico.
●Alterações permitidas: a) para inclusão de apelido
público notório; b) por evidente erro gráfico; c) pela
exposição da pessoa ao ridículo.
●Nome social:

● Proteção do patrimônio genético


● Como se pode perceber a chamada "biotecnologia de fronteira", como
é conhecida a biotecnologia moderna, oferece perspectivas e
esperanças para o futuro da humanidade, mas, por outro lado, junto
com o seu desenvolvimento, coloca o homem diante de problemas que
envolvem a ética, a moral, a segurança, a ecologia e o meio ambiente.
E o desafio da preservação da dignidade humana sem prejuízo do
desenvolvimento de uma ciência tão complexa quanto desafiadora e
que certamente em muito1
contribuirá para uma melhor qualidade de
vida para todos nos. *
...
• Esse trânsito da bioética para o biodireito, a nível internacional,
materializou-se através da Declaração Universal do Genoma Humano
e dos Direitos Humanos, elaborada pelo Comitê de Especialistas
Governamentais da UNESCO, tornada pública em 11 de novembro de
1997. O texto, assinado por 186 países-membros da UNESCO -
portanto, fonte legitimadora do documento - estabelece os limites
éticos a serem obedecidos nas pesquisas genéticas, especificamente
as pesquisas relativas à intervenção sobre o patrimônio genético do
ser humano. (Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/direitosglobais/paradigmas_textos
/v_barreto.html#8 )
Os Direitos de Personalidade
Direitos de personalidade são direitos que visam o
desenvolvimento e a expansão da individualidade física e
espiritual da pessoa humana. Há vários pontos em
comum com a dignidade da pessoa humana.
Exemplos:
- Proteção à integridade física e moral
- Proteção à intimidade e à privacidade
- Inviolabilidade do domicílio
- Quebra de sigilo
-

- Proteção à imagem e à honra


- Proteção ao nome
Proteção à Integridade Física
CF: Art. 5, inc. III - ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante;
Código Civil:

Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do


próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade
física, ou contrariar os bons costumes.

Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição


gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a


qualquer tempo.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida,
a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Proteção à Integridade Física
Casos:
STF - HC 71373-4: Condução do réu “debaixo de vara” para
realização de exame de DNA: impossibilidade.

Súmula 301 do STJ: Em ação investigatória, a recusa do


suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade. (SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 18.10.2004, DJ 22.11.2004 p. 425)
Proteção à Intimidade e à
Privacidade
CF: Art. 5, inc.X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
Código Civil: Art. 21. A vida privada da pessoa natural é
inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato
contrário a esta norma.
A consagração da democracia pelo
Supremo

:
http://www.conjur.com.br/2015-jun-17/liberdade-expressao-consagracao-democracia-supremo
Proteção à Imagem e à Honra

• CF: Art. 5, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além


da indenização por dano material, moral ou à imagem;
• inc.X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;

•Código Civil:
•Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
administração da justiça ou à manutenção da ordem
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de
uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e
sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
destinarem a fins comerciais.
Proteção à Liberdade de expressão

CF: Art. 5, IV - é livre a manifestação do pensamento,


sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional
Como resolver a colisão de direitos
existente entre a proteção da honra,
imagem, intimidade e privacidade versus
o direito à liberdade de expressão,
artística e de informação?
Proteção à Imagem e à Honra

Big Brother
Honra x liberdade de expressão - STF

• EMENTA DIREITO CONSTITUCIONAL. VEICULAÇÃO DE PROGRAMA


TELEVISIVO QUE ABORDA CRIME OCORRIDO HÁ VÁRIAS DÉCADAS. AÇÃO
INDENIZATÓRIA PROPOSTA POR FAMILIARES DA VÍTIMA.
ALEGADOS DANOS MORAIS. DIREITO AO ESQUECIMENTO. DEBATE
ACERCA DA HARMONIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DO DIREITO À INFORMAÇÃO COM AQUELES
QUE PROTEGEM ADIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
E A INVIOLABILIDADE DA HONRA E DA INTIMIDADE. PRESENÇA DE
REPERCUSSÃO GERAL.
• ARE 833248 RG / RJ - RIO DE JANEIRO
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 11/12/2014 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
• http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%
28DANO+A+HONRA%29&base=baseRepercussao&url=http://tinyurl.com/g
kqannl
Proteção à Imagem e à Honra
Caso Maitê Proença
Decisão do TJRJ: embora tenha reconhecido o direito à
indenização por dano material, negou a indenização por dano
moral:
"só mulher feia pode se sentir humilhada, constrangida, vexada em
ver seu corpo desnudo estampado em jornais ou em revistas. As
bonitas, não". se Maitê Proença fosse "feia, gorda, cheia de estrias,
de celulite, de culote e de pelancas, a publicação de sua fotografia
desnuda - ou quase - em jornal de grande circulação, certamente lhe
acarretaria um grande vexame". Para os desembargadores,
"tratando-se de uma das mulheres mais lindas do Brasil", nada
justifica o pedido de indenização por danos morais.
Proteção à Imagem e à Honra

Caso Daniela Cicarelli


Proteção à Imagem e à Honra
(TJSP)….ainda Daniela
Proteção à Imagem e à Honra
(TJSP) ainda…
Proteção à Imagem e à Honra (TJSP) ainda…
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL
Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Toda existência, em princípio, terá um começo e um fim. Com a
personalidade não é diferente. Já vimos que a personalidade se inicia
do nascimento com vida. Mas quando ela termina?
A resposta para esta questão está no artigo 6º do CC:

•A morte tem como consequência imediata a cessação de direitos e


obrigações de que o de cujus (o morto) era titular. Todavia, sua
vontade sobrevive por meio de seu testamento. Também, na última
parte do artigo 6º, temos a morte presumida (art. 7º CC/02) relativa
aos ausentes.
→A extinção da pessoa natural se dá com a morte REAL:
** Morte esta que pode ser: Real, Simultânea ou Comoriência, Civil
ou Presumida.
REAL (Art. 6º CC/02)
Provado através de atestado de óbito ou por ação declaratória de morte presumida
“Art. 7 CC/02”, ou por “Justificação para assento de óbito”, previsto no art. 88 da lei
dos registros públicos, quando houver certeza da morte em alguma catástrofe, não
sendo encontrado o corpo do falecido.
Obs. Ausente ≠ Desaparecido.
Obs. Extingue-se sua capacidade e dissolve tudo, não sendo mas o morto sujeito de
direitos e obrigações.

SIMULTÂNEA OU COMORIÊNCIA (Art. 8º CC/02)


Quando 02 ou + pessoas falecem na mesma ocasião (Não precisa ser no mesmo
lugar), não podendo se averiguar qual elas, morreu primeiro “Presume-se
simultaneamente mortos”.
Obs. O fato de 02 pessoas morrerem em determinados acidentes somente
interessa saber qual delas morreu 1º, se uma for herdeira ou beneficiária da
outra.
→ O principal efeito de morte simultânea é que não tenha havido tempo ou
oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda
o do outro, por conseguinte, se casal morreu em acidente, casal sem
descendentes ou ascendentes, sem saber quem morreu 1º, os colaterais da
mulher ficarão com a meação dela, enquanto os colaterais do marido ficarão
com a meação dele.
MORTE CIVIL (Art. 1.810 CC/02).

→ Quando uma pessoa natural se encontra viva, contudo são


tratadas como mortas, quando se tratar de afasta-los da herança,
porem conserva-se a personalidade para os demais efeitos.
MORTE PRESUMIDA
Pode ser com e sem declaração de ausência.
1. Com declaração de Ausência – Art. 37CC/02, nos casos que a lei autorizar;
→ Também requer a sucessão definitiva, provando-se que o ausente conta 80 anos de
idade e que datam as ultimas noticias dele há 05 anos.
2. Sem declaração de Ausência – Art. 7, incisos I e II, combinados com os artigos 22 e
art. 9 IV CC/02.
→ Para providenciar a abertura da sucessão provisória, e depois a definitiva – art.
22CC/02, não se esta pretendendo declarar a morte do ausente, + apenas que ele se
encontra desaparecido e não deixou representante para cuidar de seus negócios;
→ Ao contrário do art. 7 CC/02, que se pretende declarar a morte, que se supõe ter
ocorrido, sem a declaração de ausência.
→ Em ambos os casos a sentença declaratória de ausência e a de morte presumida serão
registradas em registro público – Art. 9, IV CC/02.
AUSÊNCIA (CC, Art. 22 a 39)

• Existem três fases bem distintas na


AUSÊNCIA, que são:
1) A curadoria dos bens do ausente;

2) A sucessão provisória,

3) A sucessão definitiva.
1 - Curadoria dos Bens do Ausente (CC,
Art. 22 a 25)

•Desaparecimento sem deixar notícia


•Requerimento da declaração de ausência por
qualquer interessado ou MP
•Arrecadação dos bens do ausente
•Sentença declaratória de ausência
(Registrada no Cartório do domicílio anterior
do ausente)
•Nomeação de curador (art. 25, CC), fixando
seus poderes
1.2 -CURATELA DO AUSENTE (CC, Art. 22 a
25)

•Curador administra os bens do ausente com o


compromisso de os restituir com os seus rendimentos;
•Durante um ano devem ser publicados editais, de 2 em 2
meses, convocando o ausente a reaparecer e retomar
seus bens;
•Passados 1 ano ou 3 anos, se deixou procurador, os
interessados podem requer a abertura da sucessão
provisória, fazendo cessar a curatela. (CPC, arts. 1.162, III
e 1.163, e CC, art. 26)
2. SUCESSÃO PROVISÓRIA (CC, Arts. 26 a 36)

•Pode ser requerida 1 ou 3 anos após a declaração


de ausência;
•Legitimados para requerer: CC, art. 27;
•Citação pessoal dos herdeiros presentes e do
curador e, opor edital, dos ausentes;
•Sentença que determinar a abertura da sucessão
provisória produz efeitos 180 dias após sua
publicação;
•Sentença averbada junto ao assento de ausência;
2.1 SUCESSÃO PROVISÓRIA (CC, Arts. 26 a
36)

•Abertura de testamento, se houver, e inventário e


partilha dos bens como se fosse falecido o ausente
(CPC, art. 1.165 e CC, art. 28, caput);
•A herança passa aos herdeiros, que são sucessores
provisórios (observar art. 30);
•Alienação e hipoteca dos bens (art. 31);
•Sucessores provisórios representam o ausente ativa
e passivamente (art. 32);
2.3 SUCESSÃO PROVISÓRIA (CC, Arts. 26 a
36)

•Destinação dos frutos e rendimentos (arts. 33 e 34);


•Comprovação da morte real do até então ausente
(art. 35);
•Se o ausente aparecer durante o período da sucessão
provisória? (art. 36).
3. SUCESSÃO DEFINITIVA (CC, Arts. 37 a
39)
•Pode ser requerida 10 anos após o trânsito em
julgado da sentença que concede a abertura da
sucessão provisória (CC, art. 39 e CPC, art. 1.168);
•O prazo é de 5 anos, se o ausente conta com 80
anos de idade;
•Levantamento das cauções oferecidas;
•Sucessores adquirem domínio e a disposição dos
bens recebidos (propriedade resolúvel);
3.1 SUCESSÃO DEFINITIVA (CC, Arts. 37 a 39)

•Extingue a sociedade e o vínculo conjugal;


•Reaparecendo o ausente, ou algum de seus
descendentes ou ascendentes, até 10 anos
após a abertura da sucessão definitiva. (art.
39);
•Após 10 anos da abertura da sucessão
definitiva, se o ausente retornar, não irá
receber nada;
Dos registros
Art. 9º. Serão registrados em registro público:
I. Os nascimentos, casamentos e óbitos;
II. A emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III. A interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV. A sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I. Das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o
divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II. Dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a
filiação.
Memorize quando ocorre registro e quando ocorre averbação, isto já foi
cobrado em provas.

O artigo 8º do CC faz referência à morte comoriência (presunção de morte


simultânea), muito cobrada em concursos, portanto preste
bastante atenção:
Art. 8º. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.
O REGISTRO CIVIL

O registro civil do nascimento


da pessoa natural dota de
formalidade e publicidade
aquele fato jurídico que é o
nascimento com vida, início da
personalidade civil; apresenta o
indivíduo à sociedade, dando
eficácia à sua personalidade.

66
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL
“NOME, ESTADO E DOMICÍLIO”
A identificação da pessoa natural se dá sob três aspectos:
pelo nome, que a individualiza propriamente; pelo estado,
que define sua posição na sociedade política e na família; e
pelo domicílio, que vem a ser o lugar de sua atividade social
(sendo definido em lei, é um conceito jurídico).

Com esta identificação a pessoa natural será titular de


direitos e deveres na ordem civil.
O nome civil

É matéria de ordem pública – todo nascimento deve ser


registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais
– LRP (Lei 6.015/73) arts. 54 e 55. – O MP intervém em
todos os procedimentos (judiciais ou administrativos que
disserem respeito ao nome civil - art. 82, CPC).

68
O nome civil
O nome civil é o sinal exterior pelo qual são reconhecidas e
designadas as pessoas, no seio familiar e social.

É a designação pela qual se identificam e distinguem as


pessoas naturais, nas relações concernentes ao aspecto civil
da sua vida jurídica; é o principal elemento identificador
dos indivíduos no seio social.

Relevância:
• para os cidadãos, em suas relações intra-particulares,
• para o Estado, que possui a necessidade de particularizar
os indivíduos na sociedade.
69
Alteração do nome civil

No direito brasileiro, a regra predominante é a da imutabilidade


do nome civil, composto pelo prenome e nome de família.
O registro de nascimento possui presunção de veracidade e
autenticidade, norteados pelos princípios da segurança e fé
pública. Não devem, portanto, sofrer alterações infundadas ou
averbações despropositadas com o fito de preservar a
segurança jurídica. Não obstante, a LRP traz algumas
exceções a essa regra, possibilitando a alteração do nome civil
das pessoas naturais.

70
NOME
“Forma de identificação perante a família e a sociedade”

A. Aspecto Público: Relacionado ao interesse do estado;


B. Aspecto Individual: Direito ao nome como forma de proteção.
→Ler artigos: 16, 17 e 19 CC/02.
→A Tutela do nome, alcança o pseudônimo, art. 19 CC/02;
→Natureza Jurídica do Nome: Divergência entre autores, contudo a
mais aceita é a que se trata de um direito da personalidade.
Nome......
Obs. Basicamente os elementos constitutivos do nome são dois: o
prenome (individual de cada pessoa) e o patronímico, nome de
família ou sobrenome (comum a todos que pertencem à mesma
família).
→ Sobre este assunto temos no Código Civil o artigo 16: Toda pessoa
tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o
sobrenome.
→ Por vezes se tem o agnome, que é o sinal distintivo que se acrescenta
ao nome completo. Por exemplo: Filho, Júnior, Neto, Sobrinho.
→ Sobrenome: Forma de identificar sua filiação ou estirpe. Enquanto o
prenome é a designação do individuo, o sobrenome é a
característica de sua família, transmitido com a sucessão, também
conhecido como Patronímico, sendo assim chamado de apelido
familiar.
Hipóteses de alteração do nome Civil

Quanto ao nome:
a)quando expuser o titular ao ridículo ou a situação vexatória, bem como se
tratando de nome exótico; (Bráulio Pinto, Antonio Manso Pacífico de
Oliveira Sossegado)
http://cartoriosbr.com.br/403/nomes-estranhos-registrados-em-cartorio/
b)havendo erro gráfico evidente caracterizado por equívoco de grafia
(Osvardo; Ulice, Millor, Craudia);
c) Para incluir apelido público notório - art. 58, Parágrafo único LRP.
(Luiz Inácio Lula da Silva, Acelino Popó Freitas);

73
d) Pela adoção (ECA, art 47,§5° e CC. Art 1.627);
e) Pelo uso prolongado e constante de nome diverso;
f) Quando ocorrer homonímia depreciativa gerando
embaraços profissionais ou sociais;
g) Pela tradução nos casos em que o nome é grafado em
língua estrangeira. (John – João)

74
O que é o nome social....

•nome social é o nome utilizado por travestis e transexuais,


por meio do qual buscam o reconhecimento na comunidade.
O nome social é diferente do nome designado no
nascimento (nome civil). O nome social está ligado ao
gênero (masculino ou feminino) com que a pessoa se
identifica.
• A identificação pelo nome social em todos os documentos dos
usuários, o que inclui o cartão SUS, é um direito garantido desde
2009 pela carta de Direitos dos Usuários do SUS (Portaria 1.820 de
13 de agosto de 2009). Por isso, independente do registro civil ou de
decisão judicial, é direito do usuário do SUS ser identificado e
atendido nas unidades de saúde pelo nome de sua preferência,
evitando com isso que o nome de identificação do usuário seja
motivo de constrangimento e exposição à situação vexatória.
Nome social... Amparo legal

•Decreto nº 8.727/2016 – Dispõe sobre o uso do nome social e o


reconhecimento da Identidade de gênero de pessoas travestis e
transexuais no âmbito da administração pública federal direta,
autarquia e funcional .

• PORTARIA Nº 33, DE 17 DE JANEIRO DE 2018/MEC - A resolução que


garante o direito ao uso do nome social foi aprovada de forma
unânime pelo CNE - Conselho Nacional de Educação, em setembro de
2017. O uso do nome social já era possível nas inscrições do ENEM
Quanto ao sobrenome

a) Pela adoção (ECA, art 47,§5° e CC. Art 1.627);


b) Pelo casamento, quando é facultado a qualquer dos nubentes
acrescer o nome do outro (CC art. 2.565, § 1°), inclusive
podendo ambos modificar o nome, acrescentando o nome do
seu consorte;
c) Pela separação judicial ou pelo divórcio, uma vez que o(s)
cônjuge(s) que alterou seu nome patronímico pela casamento
poderá voltar a utilizar o nome que possuía antes de casar (CC.
arts. 1.571 § 2° e 1.578) – a regra geral é pela manutenção do
nome só sendo alterada com a autorização do titular.
77
d) Para a inclusão de sobrenome de ascendente (inclusive
abarcando a chamada inclusão de sobrenome avoengo
na hipótese de acréscimo do patronímico dos avós), desde
que não prejudique o patronímico dos demais
ascendentes;
e) Pela união estável;
g) Pela anulação ou declaração de nulidade do casamento.

78
Toda alteração do nome, ocorrida posterior ao registro
de nascimento, somente se efetuará por sentença
judicial, devidamente averbada no assento de
nascimento.
O procedimento para a retificação do nome será o
sumaríssimo, no qual após requerimento da parte,
ouvido o Ministério Público e os interessados, o juiz a
ordenará no prazo de cinco dias.

79
ESTADO (STATUS) DA PESSOA NATURAL
Estado da pessoa natural, é seu modo particular de existir, é a posição
jurídica da pessoa na sociedade, conjunto de atributos que a pessoa detém
e desempenha na sociedade, podendo ser classificado por : Individual ou
físico, Familiar ou Político.
1. Estado individual ou físico – é o que diz respeito à constituição física
ou orgânica da pessoa. Idade, se este é maior ou menor; sexo,
feminino ou masculino; saúde, se é portador de alguma síndrome ou
doença que o torne especial ou que o impossibilite de expressar suas
decisões. São os aspectos da pessoa como ser humano.
2. Estado familiar – é a posição que a pessoa ocupa dentro da família.
No que concerne ao matrimônio; se é casada, solteira, viúva,
divorciada. Quanto ao parentesco sanguíneo; se é pai, mãe, filho, avó,
neto, sobrinho. Quanto à afinidade; se é sogro, genro, madrasta,
cunhado.
3. Estado político – é qualidade que advém da posição da pessoa na
sociedade política, as pessoas podem ser estrangeiras, nacionais (os
nacionais dividem-se em brasileiros natos e naturalizados). Os
princípios que regram este estado da pessoa se localizam na
Constituição Federal e em leis especiais.
Perguntar: CIDADANIA x NACIONALIDADE.
domicílio
• O domicílio da pessoa jurídica de direito privado
é o lugar onde funcionarem as respectivas
diretorias e administrações, isto quando dos seus
estatutos não constar eleição de domicílio
especial. O parágrafo 1º do mesmo artigo
estabelece que se houver mais de um
estabelecimento relativo a mesma pessoa
jurídica, em lugares diferentes, cada qual será
considerado domicílio para os atos nele
praticados.
• Caso a pessoa jurídica só tenha sede no
estrangeiro, em se tratando de obrigação
contraída por agência sua, levar-se-á em
consideração o estabelecimento, no Brasil, a que
ela corresponda, como emana do parágrafo 2º do
já citado art. 75, CC. Dispõe a Súmula 363, do
STF: "A pessoa jurídica de direito privado pode
ser demandada no domicílio da agência, ou do
estabelecimento, em que se praticou o ato".
DOMICÍLIO –
O domicílio é onde a pessoa natural está fixada, é uma necessidade
jurídica, é um conceito criado por lei, pela necessidade de fixar a
pessoa a um determinado lugar, para se ter onde encontrá-la caso
seja preciso.
O domicilio é diferente de residência e de habitação:
→Residência é o lugar em que a pessoa habita, é onde a pessoa mora,
sua casa.
→Já habitação ou moradia possui um caráter de transitoriedade, sem
ânimo de permanecer, é o caso, por exemplo, quando uma pessoa
aluga uma casa no litoral para passar uma temporada. Assim, temos
o artigo 70 do CC:
Obs. Da leitura deste artigo, percebemos que dois são os elementos
característicos do domicílio civil:
1. um objetivo ou material que fixa a pessoa a determinado lugar,
2. outro subjetivo que reside na vontade, no ânimo da pessoa de
permanecer neste mesmo lugar.
Observações:
1. Uma pessoa pode ter um só domicilio e + de uma residência,
podendo ter também + de um domicílio – ler artigos 71 e 72
CC/02.
2. Admite-se também que uma pessoa possa ter domicílio sem
possuir residência, ou que seja difícil identificar, quando isso
acontecer para resguardar o interesse de 3º, adota-se a
teoria do domicílio aparente – ler artigo 73 CC/02.
3. As pessoas podem mudar de domicílio, para que a mudança
se caracterize, não basta trocar de endereço, é necessário
que estejam imbuídas da intenção – art. 74 CC/02.
4. O 1º domicílio da pessoa, que se prende ao seu nascimento,
é denominado domicílio de origem e correspondem ao de
seus pais.
O DOMICÍLIO PODE SER:
1. Domicílio único e domicílio plúrimo: como já dito, uma pessoa pode ter um
só domicílio, onde vive com sua família, denominado domicílio único ou
familiar, ou mais de um, pois o nosso Código admite a pluralidade domiciliar.
Ler: (CC, art. 71) e (art. 72, parágrafo único).
2. Domicílio real e domicílio presumido: também como já mencionado, as
pessoas têm, em geral, residência fixa, considerada domicílio real.
Ler: (CC, art. 73).
3. Domicílio necessário ou legal e voluntário: o domicílio necessário ou legal é o
determinado pela lei, em razão da condição ou situação de certas pessoas.
Nesses casos, deixa de existir liberdade de escolha.
Ler: O art. 76 do Código Civil relaciona tais pessoas, enquanto o parágrafo único
indica os respectivos domicílios, conforme quadro abaixo:
Objetivos deste tema

1. Discorrer sobre as diversas concepções acerca


da teoria da pessoa jurídica.
2. Introduzir o entendimento do conceito de pessoa
jurídica e sua natureza jurídica.
3. Apresentar as diversas classificações das
pessoas jurídicas de direito público e privado.
4. Apontar as formas de constituição e extinção da
pessoa jurídica.
5. Identificar as diversas formas de domicílio civil da
pessoa jurídica de direito público e privado.
CONCEITO DE PESSOA JURÍDICA

Conceito de Pessoa Jurídica


Existe muita discussão têm ocorrido sobre o
verdadeiro conceito de pessoa jurídica.
Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de
existência anterior e independente da ordem jurídica,
se apresentando ao direito como realidades
incontestáveis (teoria orgânica da pessoa
jurídica).
Para outros, as pessoas jurídicas são criações do
direito e, assim, fora da previsão legal
correspondente, não se as encontram em lugar
algum (teoria da ficção da pessoa jurídica).
Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das
pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é
partilhado pelos membros de uma comunidade
jurídica, que a utilizam na composição de seus
interesses. Sendo assim, ela não preexiste ao
direito.
Pessoa jurídica…

Pessoa jurídica é, assim, a entidade ou


instituição que, por força das normas
jurídicas criadas, tem personalidade e
capacidade jurídicas para adquirir
direitos e contrair obrigações. Ela nasce
do instrumento formal e escrito que a
constitui (art. 45 CC), ou diretamente da
lei que a institui.
QUANTO À NACIONALIDADE

• NACIONAL: A sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e


que tenha no País a sede de sua administração (CC, art. 1.126; CF, arts. 176,
§ 1º, e 222);
• ESTRANGEIRA: Qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização
do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos
subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser
acionista de sociedade anônima brasileira (CC, art. 1.134).
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO

1 - P. J. D. EXTERNO: Regidas
pelo Direito Internacional, abrangendo:
ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações
Estrangeiras; entre outros.
São criadas através de tratados
internacionais, fatos históricos, criação
constitucional. – art. 42 novo CC –
Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público.
QUANTO À FUNÇÃO OU À ORBITA DE SUA ATUAÇÃO

1. DE DIREITO PÚBLICO (EXTERNO e INTERNO);


1.1 - Pessoas jurídicas de direito público externo: São os Estados da comunidade
internacional, ou seja, todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público: as diversas nações, inclusive a Santa Sé, que é a cúpula
governativa da Igreja Católica, e organismos internacionais, como a ONU, a OEA,
a FAO, a Unesco etc.
A propósito, dispõe o art. 42 do Código Civil: “Art. 42. São pessoas jurídicas de
direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem
regidas pelo direito internacional público”.
1.2 - Pessoas jurídicas de direito público interno: podem classificar-se em:

• Da administração direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios,


Municípios); e
• Da administração indireta (autarquias, fundações públicas e demais
entidades de caráter público criadas por lei). Trata-se de órgãos
descentralizados, criados por lei, com personalidade própria para o
exercício de atividade de interesse público. Proclama o art. 41 CC/02
Como associação pública, o consórcio público terá personalidade jurídica de
direito público e, portanto, estará sujeito ao regime de direito público.
Obs. Enquadram-se nesse conceito as fundações públicas e as agências
reguladoras, estas últimas com natureza de autarquias especiais26.
Acrescenta o parágrafo único do supratranscrito art. 41 do Código Civil:
Existência legal
• As pessoas jurídicas de direito público
iniciam-se em razão de fatos históricos, de
criação constitucional, de lei especial e de
tratados internacionais, se tratar-se de pessoa
jurídica de direito público externo; nas
pessoas de direito privado, o fato que lhes dá
origem é a vontade humana, sem
necessidade de qualquer ato administrativo de
concessão ou autorização, salvo os casos
especiais do CC (arts. 18 e 20,§§ 1º e 2º),
porém a sua personalidade jurídica
permanece em estado potencial, adquirindo
status jurídico, quando preencher as
formalidades ou exigências legais; o processo
genético apresenta-se em 2 fases: a do ato
constitutivo, que deve ser escrito, e a do
registro público.
COMEÇO DA EXISTÊNCIA LEGAL

A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado só começa


efetivamente com o registro (inscrição) de seu ato constitutivo no órgão
competente – Artigo 45 CC/02.
• O Registro do contrato social de uma sociedade empresária faz-se na Junta
Comercial. Os estatutos e demais atos constitutivos das demais pessoas
jurídicas de direito privado são registrados no Cartório de Registro das
Pessoas Jurídicas – Art. 1.150 CC e 114 da lei de registros públicos.
• Ler Artigo 52 CC/02.
QUANTO À ESTRUTURA INTERNA

1. CORPORAÇÃO: Caracteriza-se pelo seu aspecto eminentemente pessoal.


Constitui um conjunto de pessoas, reunidas para melhor consecução de
seus objetivos, as corporações dividem-se em: Associações e Sociedades.
2. FUNDAÇÃO: O aspecto dominante é o material; além disso, compõe-se de
um patrimônio personalizado e destinado a determinado fim. Constitui ela
um acervo de bens, que recebe personalidade para a realização de fins
determinados. Compõe-se de dois elementos: o patrimônio e o fim
(estabelecido pelo instituidor e não lucrativo).
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA.

A pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais,


tem vida própria e autônoma não se confundindo com a
vida de seus membros.
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

São as sociedades civis ou


empresarias, as associações, os
partidos políticos, as fundações e as
entidades paraestatais, como as
empresas públicas, as sociedades de
economia mista e os serviços sociais
autônomos; são instituídas por iniciativa
de particulares, conforme o art. 16 do
CC. Iniciam sua personalidade jurídica
com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização do Poder
Executivo..
DAS PESSOAS JURÍDICAS
“Pessoas jurídicas são entidades a que a lei confere personalidade,
capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações”.

“É todo ente formado pela coletividade de pessoas ou de bens que


adquire uma personalidade jurídica própria por força do que
determina a lei, assim como as pessoas naturais as pessoas jurídicas
também podem ser titulares de direitos e deveres.
REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA
PESSOA JURÍDICA

É constituida através de uma pluralidade de pessoas ou de bens e uma


finalidade específica (elementos de ordem material), bem como um ato
constitutivo e respectivo registro no órgão competente (elemento formal).
Podemos dizer que são 03 os requisitos para a constituição da pessoa jurídica.
1. Vontade Humana: A intenção de criar uma entidade distinta da
de seus membros, materializar-se no ato constitutivo, que deve
ser escrito. São necessárias 02 ou mas pessoas com vontades
convergentes, por uma intenção comum;
2. Observância das condições legais: Elaboração e registro do ato
constitutivo, que é requisito exigido por lei e se denomina:
•Estatuto, em se tratando de associações, que não têm fins lucrativos;
•Contrato Social, no caso de sociedades, simples ou empresariais.
•Escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações – Art.
62 CC.
Obs. O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece,
então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado (Art. 45
CC), antes do registro, não passará de mera “Sociedade de fato” ou
“Sociedade não Personificada”. O registro em alguns casos
necessitará de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
3. Licitude de seu Objeto: A licitude de
seu objeto é indispensável para a
formação da pessoa jurídica. Deve ele
ser, também, determinado e
possível.
FUNDAÇÕES:

É um acervo de bens livres, que recebe da


lei a capacidade jurídica para realizar as
finalidades pretendidas pelo seu instituidor,
em atenção aos seus estatutos; sua
natureza consiste na disposição de certos
bens em vista de determinados fins
especiais, logo esses bens são inalienáveis
(RT, 252:661); uma vez que assegura a
concretização dos objetivos colimados pelo
fundador, embora, em certos casos,
comprovada a necessidade de venda, esta
possa ser autorizada pelo magistrado,
ouvido o MP, que a tutela, para oportuna
aplicação do produto em outros bens
destinados ao mesmo fim (RT, 242:232,
172:525, 422:162; CC, arts. 26 e 30)..
1. A FUNDAÇÃO COMPÕE-SE, ASSIM, DE DOIS ELEMENTOS: PATRIMÔNIO e
FIM.
O fim é estabelecido pelo instituidor e não pode ser lucrativo, mas, sim, social, de
interesse público. Parágrafo único do supratranscrito art. 62 CC/02.
Obs. Registre-se que se vem entendendo que a enumeração aparentemente
restritiva dos fins de uma fundação no citado dispositivo legal é meramente
exemplificativa, admitindo-se possa ela se prestar a outras finalidades, desde que
afastado o caráter lucrativo.
2. NECESSIDADE DE QUE OS BENS SEJAM LIVRES E SUFICIENTES.
A necessidade de que os bens sejam livres é intuitiva, pois a incidência de qualquer
ônus ou encargo sobre eles colocaria em risco a própria existência da instituição,
na eventualidade de se desfalcarem ou virem a desaparecer, frustrando a
realização de seus objetivos36.
O Art. 63 do Código Civil que, quando “insuficientes para constituir a fundação, os
bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”.
Denota- se a intenção de respeitar a vontade do instituidor. Se a fundação por ele
idealizada não puder ser concretizada por esse motivo, os bens a ela destinados
serão aproveitados em outra instituição de mesmo fim, dando-lhe eficácia ou
incrementando o seu patrimônio.
3. CONSTITUIÇÃO DA FUNDAÇÃO: A constituição da fundação se desdobra em
quatro fases:

1ª - Ato de dotação ou de instituição, que compreende a reserva ou destinação de


bens livres, com indicação dos fins a que se destinam e a maneira de administrá-la.
Far-se-á por ato inter vivos (escritura pública) ou causa mortis (testamento), Art. 62.
O patrimônio há de ser apto a produzir rendas ou serviços que possibilitem a
consecução dos fins visados pelo instituidor, sob pena de se frustrar a iniciativa, e
pode ser constituído por diversas espécies de bens (imóveis, móveis, créditos etc.).
Deve o instituidor, feita a dotação por escritura pública, transferir-lhes a
propriedade ou outro direito real sobre eles, sob pena de serem registrados em
nome dela por mandado judicial (CC, art. 64).

2ª Elaboração do estatuto, que pode ser:


a) Direta ou própria (pelo próprio instituidor); ou
b) Fiduciária (por pessoa de sua confiança, por ele designada).
O instituidor pode, assim, tanto elaborar o estatuto por inteiro como formular lhe
somente as bases, ou seja, as cláusulas gerais, que deverão ser desenvolvidas pelo
administrador que aceitou a incumbência.
Se o instituidor não elabora o estatuto nem indica quem deva fazê-lo, o Ministério
Público poderá tomar a iniciativa. Isso também acontecerá se a pessoa designada
não cumprir o referido encargo no prazo que lhe foi assinalado pelo instituidor ou,
não havendo prazo, em cento e oitenta dias.
3ª Aprovação do estatuto: o estatuto é encaminhado ao Ministério Público
Estadual da localidade, que é a autoridade competente a que se refere o art.
65 CC/02 para aprovação O MP, em 15 dias, aprovará o estatuto, indicará
modificações que entender necessárias ou lhe denegará a aprovação. Nos dois
últimos casos, pode o interessado requerer ao juiz o suprimento da
aprovação.
4ª Registro, que se faz no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (CC, art. 1.150;
LRP, art. 114, I). É indispensável, pois só com ele começa a fundação a ter
existência legal (CC, art. 45). O art. 46 do novo Código exige que o registro
declare, dentre outros dados.
“FUNDAÇÕES”

As fundações podem ser:


1. Particulares: reguladas no Código Civil, arts. 62 a 69.
2. Públicas: estas são instituídas pelo Estado, pertencendo
os seus bens ao patrimônio público, com destinação
especial, regendo-se por normas próprias de direito
administrativo.
ALTERAÇÃO NO ESTATUTO
Qualquer alteração no estatuto da fundação deve ser submetida à aprovação
do MP, devendo-se observar os requisitos exigidos no art. 67 do Código.
Obs. Os fins ou objetivos da fundação não podem, todavia, ser modificados,
nem mesmo pela vontade unânime de seus dirigentes. São inalteráveis, porque
somente o instituidor pode especificá-los e sua vontade deve ser prestigiada
(CC, art. 62).

INALIENABILIDADE DOS BENS


Não podem os dirigentes da fundação alienar, de qualquer forma, os bens da
fundação, que são inalienáveis, porque sua existência é que assegura a
concretização dos fins visados pelo instituidor, salvo determinação em sentido
diferente por parte deste. Mas a inalienabilidade não é absoluta. Comprovada a
necessidade da alienação, pode ser esta, em casos especiais, autorizada pelo
juiz competente, com audiência do MP, aplicando-se o produto da venda na
própria fundação, em outros bens destinados à consecução de seus fins, de
acordo com a jurisprudência. Feita sem autorização judicial, é nula.

EXTINÇÃO DAS FUNDAÇÕES E DESTINO DO PATRIMÔNIO


As fundações extinguem-se em 02 casos, especificados no art. 69 CC/02.
Sociedade civil: é que visa fim
econômico ou lucrativo, que deve ser
repartido entre os sócios, sendo
alcançado pelo exercício de certas
profissões ou pela prestação de serviços
técnicos; tem ela uma certa autonomia
patrimonial e atua em nome próprio, pois
sua existência é distinta dos sócios (CC,
art. 20), de modo que os débitos destes
não são da sociedade e vice-versa.
COLETIVIDADE DE PESSOAS X COLETIVIDADE DE BENS
Pessoa Jurídica INTERSUBJETIVA Pessoa Jurídica
PATRIMONIAL
Ex. SOCIEDADES E ASSOCIAÇÕES
Ex. FUNDAÇÕES

Visa o lucro Visa um fim


Ambas grupo de pessoas
Associações: Não tem fim
lucrativo ou intenção de dividir o
resultado, embora tenha
patrimônio, formado por
contribuição de seus membros
para a obtenção de fins culturais,
educacionais, esportivos, etc.
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
“ASSOCIAÇÕES”
Art. 53 CC. Constituem-se as associações pela união de pessoas que
se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos. (É bom ressaltar o aspecto pessoal)
•Requisitos para elaboração do estatuto: Art. 54 CC/02.
•Exclusão e retirada de associado: Art. 57 CC/02, ao ler tal arquivo
se lê a expressão “justa causa”, exige demonstração fática, decisão
fundamentada pela maioria. É permitido ao associado retirar-se a
qualquer tem, sem necessidade de justificar o pedido art. 5º CF, XX.
•Destituição dos administradores e alteração dos estatutos: Art. 59
CC/02. e Art. 60 CC/02.
•A Intransmissibilidade da qualidade de associado: Art. 56 CC/02.
Obs. Poderá este, portanto autorizar a transmissão, por ato inter
vivos ou causa mortis, dos direitos dos associados a terceiros.
•Destino dos bens em caso de dissolução da associação: Art. 61 e
inciso 1º.
Observações Importantes:

1. Associações que já exercem atividades não lucrativas mas ainda sem


existência legal, dispõe no artigo 990 CC/02 que seus sócios respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, combinado como o
artigo 1.024 CC. Os bens particulares dos sócios não podem ser
executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os
bens sociais.
Art. 596 CPC. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da
sociedade senão nos casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo
pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens
da sociedade.
§ 1o Cumpre ao sócio, que alegar o benefício deste artigo, nomear bens da
sociedade, sitos na mesma comarca, livres e desembargados, quantos bastem
para pagar o débito.
§ 2o Aplica-se aos casos deste artigo o disposto no parágrafo único do artigo
anterior.
•Sociedades
empresarial:

Visam lucro, mediante


exercício de atividade
mercantil; para diferenciá-la da
civil, basta considerar-se a
natureza das operações
habituais; se estas tiverem por
objeto atos de comércio, a
sociedade será comercial,
caso contrário, civil.
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“SOCIEDADES”

Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a


contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados. A atividade pode restringir-se à realização de
um ou mais negócios determinados (art. 981 e parágrafo único).
As sociedades podem ser simples e empresárias. Como no sistema do novo
CC/02, todas as sociedades são civis, foi adotada a nova denominação
mencionada (cf. art. 982).
1. SOCIEDADES SIMPLES: Constituídas, em geral, por profissionais que atuam
em uma mesma área ou por prestadores de serviços técnicos (clínicas
médicas e dentárias, escritórios de advocacia, instituições de ensino etc.) e
têm fim econômico ou lucrativo. Mesmo que eventualmente venham a
praticar atos próprios de empresários, tal fato não altera a sua situação,
pois o que se considera é a atividade principal por elas exercida.
2. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: Também visam ao lucro, mas distinguem-se
das sociedades simples porque têm por objeto o exercício de atividade
própria de empresário sujeito ao registro previsto no art. 967 do Código
Civil. Considera-se empresário, diz o art. 966. Como é a própria pessoa
jurídica a empresária — e não os seus sócios —, o correto é falar-se
“sociedade empresária”, e não “sociedade empresarial”(isto é, “de
empresários”).
PARTIDOS POLÍTICOS
Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime
democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram
considerados como pessoa jurídica de direito privado pela Lei 9.096, de
19.09.1995.
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“OS PARTIDOS POLÍTICOS”

Quanto aos partidos políticos, têm eles natureza própria.


Seus fins são políticos, não se caracterizando pelo fim
econômico ou não. Assim, não podem ser associações ou
sociedades, nem fundações, porque não têm fim cultural,
assistencial, moral ou religioso.
“Os partidos políticos, sindicatos e associações religiosas
possuem natureza associativa, aplicando-se lhes o Código
Civil”.
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“AS ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS”

As Organizações Religiosas não se enquadrarem na definição legal do


art. 53 CC/02, uma vez que não têm fins econômicos stricto sensu.
Não podem também ser sociedades, porque a definição do art. 981
as afasta totalmente dessa possibilidade. Poderiam se enquadrar
como fundações, pois assim o permite o parágrafo único do art. 62.
Todavia, a instituição de uma fundação tem de seguir, além das
normas do atual Código, lei específica que trata desse tipo de
organização, cujas normas inviabilizam, para as igrejas, sua
instituição.
Devem, assim, aplicar-se às organizações religiosas, como pessoas
jurídicas de direito privado, as normas referentes às associações,
mas apenas naquilo em que houver compatibilidade
ENTES DESPERSONALIZADOS
Constituem um conjunto de
direitos e obrigações, de
pessoas e de bens sem
personalidade jurídica e com
capacidade processual,
mediante representação;
dentre eles podemos citar a
família, as sociedades
irregulares, a massa falida, as
heranças jacente e vacante, o
espólio e o condomínio.
Não preenchem as condições
legais e formais para serem
enquadrados como pessoas
jurídicas, por falta de alguns
requisitos ou pela sua
situação jurídica “sui generis”.
SOCIEDADES IRREGULARES OU DE FATO

Sem registro de seu ato constitutivo, a pessoa jurídica será


considerada irregular, mera associação ou sociedade de
fato, sem personalidade jurídica, ou seja, mera relação
contratual disciplinada pelo estatuto ou contrato social –
Sociedade não personificada, artigo 986 CC/02.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Em caso de fraude e de má-fé, desconsidere o princípio de que as pessoas


jurídicas tem existência distinta da de seus membros e os efeitos dessa
autonomia para atingir e vincular os bens particulares dos sócios à satisfação
das dividas da sociedade.
Despersonalização e Desconsideração da personalidade jurídica. A 1ª acarreta
a dissolução da pessoa jurídica ou a cassação da autorização para seu
funcionamento, enquanto a 2ª “subsiste o princípio da autonomia subjetiva da
pessoa coletiva, distinta da pessoa de seus sócios ou componentes.
Ler. Artigo 50 CC/02.
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS
Sua responsabilidade por danos pode ser Penal e Civil, a
primeira trata dos crimes ambientais, que trata de
responsabilidade administrativa, civil e penalmente as
pessoas jurídicas no casos de ser cometida por decisão de
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou beneficio da sua entidade. As
penas aplicadas são de: multa, restritivas de direitos e
prestação de serviços à comunidade.
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS DE
DIREITO PRIVADO
No âmbito civil pode ser contratual e extracontratual,
sendo, para esse fim, equiparada à pessoa natural. Na
órbita contratual, essa responsabilidade, de caráter
patrimonial, art. 389 CC.
No campo extracontratual, a responsabilidade delitual
provém dos artigos 186, 187 e 927, bem como dos artigos
932, III e 933 CC, que reprimem a prática de atos ilícitos.
Obs. A responsabilidade subjetiva, deve haver nexo de
causalidade entre dano e o ato ilícito praticado pelo
agente, acrescenta o artigo 933 que essa responsabilidade
independe de culpa, sendo, portanto, objetiva.
Obs. Toda pessoa jurídica de direito privado, com ou sem
fins lucrativos, responde pelos atos causados a terceiros.
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS DE
DIREITO PÚBLICO
Está regulamentado no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, que
trouxe 02 inovações.
•Substituiu a expressão “funcionários” por “agentes”, mais ampla; e
estendeu essa responsabilidade objetiva às pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público, como as
concessionárias e as sociedades privadas permissionárias.
A responsabilidade é objetiva sob a modalidade do risco
administrativo. A
vítima não tem o ônus de provar culpa ou dolo do agente público,
mas, sim, o dano e o nexo causal. Admite-se a inversão do ônus da
prova. O Estado se exonerará da obrigação de indenizar se provar
culpa exclusiva da vítima, força maior e fato exclusivo de terceiro. Em
caso de culpa concorrente da vítima, a indenização será reduzida
pela metade (CF, art. 37, § 6º; CC, art. 43).
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA
→A rigor, a pessoa jurídica de direito privado não tem
residência, mas sede ou estabelecimento, que se prende a
determinado lugar. Trata-se de domicílio especial, que pode
ser livremente escolhido “no seu estatuto ou atos
constitutivos”. Não o sendo, o seu domicílio será “o lugar onde
funcionarem as respectivas diretorias e administrações” (CC,
art. 75, IV).
→Este será o local de suas atividades habituais, onde os
credores poderão demandar o cumprimento das obrigações.
→As pessoas jurídicas de direito público interno têm por
domicílio a sede de seu governo. Assim, dispõe o art. 75 do
Código Civil que o domicílio da União é o Distrito Federal; dos
Estados, as respectivas capitais; e do Município, o lugar onde
funcione a administração municipal.
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Decorrer de diversas causas:
1. Formas de dissolução:
•Convencional: Dispõe o art. 1.033 do Código Civil que a sociedade
se dissolve quando ocorre a “deliberação dos sócios, por maioria
absoluta, na sociedade de prazo indeterminado”. Na de prazo
determinado, quando há “consenso unânime dos sócios”
•Legal — em razão de motivo determinante na lei;
•Administrativa — quando as pessoas jurídicas dependem de
autorização do Poder Público e esta é cassada.
•Judicial — quando se configura algum dos casos de dissolução
previstos em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade
se desvia dos fins para os quais se constituiu, mas continua a existir,
obrigando um dos sócios a ingressar em juízo
DO PROCESSO DE EXTINÇÃO:

• O processo de extinção da pessoa jurídica realiza-se pela dissolução e pela


liquidação. Esta refere-se ao patrimônio e concerne ao pagamento das
dívidas e à partilha entre os sócios. Se o destino dos bens não estiver
previsto no ato constitutivo, a divisão e a partilha serão feitas de acordo com
os princípios que regem a partilha dos bens da herança (CPC, art. 1.218,
VII)60.
Dispõe o art. 51 do Código Civil que, nos casos de dissolução da pessoa jurídica
ou cassada a autorização para seu funcionamento, “ela subsistirá para os fins
de liquidação, até que se conclua”.
Fim da pessoa jurídica

A pessoa jurídica tem o seu


fim através da dissolução,
deliberada entre seus
membros, ou quando é
cassada a autorização para
seu funcionamento, porém
subsiste até a conclusão da
liquidação. Concluída a
liquidação, será cancelada a
inscrição da pessoa jurídica.
Ainda poderá ter seu fim por
determinação legal ou por ato
do governo.
caso 1
Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu
automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio procurou o Síndico para que
este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua
propriedade. Entretanto, foi surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer
uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado
pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a
pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless procura você, seu advogado pessoal,
para uma consulta jurídica.
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente:
a) Está correta a afirmação do Síndico? Justifique.

b)O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique.

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