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OBSERVAÇÕES INICIAIS
A prova objetiva do TJPR foi aplicada dia 03/12/2023. Assim que tivemos acesso
ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do Mege - nós também
ficamos ansiosos, como vocês, e corremos para entregar tudo dentro do prazo recursal.
Mais uma vez, missão cumprida!
A nossa intenção neste material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise
da elaboração de seus recursos, além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão
de temas cobrados no certame e verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase.
Na verdade, esse estudo já virou uma tradição obrigatória para todo concurseiro de
magistratura.
O arquivo aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as
finalidades informadas e concluído por nosso time específico de 1ª fase de magistratura,
sem maiores pretensões de aprofundamento ou trabalho editorial neste momento, que
é de puro apoio (e não foca na detectação de questões antecipadas em nossas várias
formas de atuação – pois o tempo é curto para tal fim e só, no Clube da Magistratura, o
Mege revisa um edital completo em 1 ano de estudo, ou seja, a produção é realmente
vasta).
No entanto, a nossa felicidade foi imensa ao constatarmos o quanto nosso
apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto nossos alunos do clube da
Magistratura estão bem direcionados independentemente do nível da prova a ser
aplicada. Os feedbacks de vocês enchem nosso coração de alegria! São alunos que 3
sempre relatam o aumento de pontuação em 15, 20 e até 25 pontos em poucos meses
ao nosso lado.
O corte, neste momento, segue estimado em 71/72 acertos para ampla
concorrência. Os(as) candidatos(as) que concorrem às vagas destinadas ao sistema de
cotas, precisam acertar 60 pontos.
Os nossos professores entendem que 4 (quatro) questões, em especial, estão
envolvidas em maior polêmica a serem apreciadas (27, 29, 58 e 99). Portanto, podem
ter suas situações alteradas na fase recursal, o que deixa em aberto a nota de corte para
outras possibilidades.
É claro que podem ter mais questões que venham a ser anuladas ou alteradas
com o gabarito oficial (mas, como a prova foi bem elaborada, não entendemos que a
surpresa seja maior que 1 ou 2 a mais que a nossa previsão). De todo modo, levamos
esse pensamento de probabilidade no mapa mental dos caminhos indicados, que
apresentamos nas páginas seguintes.
Diante disso, em nosso sentimento, ainda é possível sonhar com a aprovação
na ampla concorrência com a nota 68/69 (tendo como parâmetro o corte atual e uma
margem de erro razoável sobre a quantidade de anulações).
A sua maior ou menor probabilidade dependerá do aproveitamento das
questões mais polêmicas. Trata-se de mera opinião de parâmetro circunstancial de tudo
que temos de informação neste momento.
Em cotas, deve-se analisar o desempenho nas questões que apontamos com
maior probabilidade de mudança, portanto, notas como 56/57 passam a ter chances.
Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas)
questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica
deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. Não
temos como cravar quantas questões efetivamente serão afetadas, mas guardem esta
informação de parâmetro para verificarem suas chances reais!
Aos alunos da turma do Mege para o TJPR, pedimos que não deixem de reler os
conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será
importante nos próximos desafios e também para a 2ª fase do concurso. Aos que
prosseguirão, já tivemos caso de uma prova discursiva inteira tratada nas rodadas da
turma de reta final para prova objetiva. Isso ocorreu, por exemplo, no TJAP, e se repete
em praticamente todo TJ (boa parte da prova discursiva já é tratada desde o estudo para
1ª fase com o Mege).
Como perceberam, o estudo em sprint final sempre é revertido em pontos
decisivos. As turmas de reta final são um sucesso desde nossa primeira edição. O
trabalho de pesquisa faz a diferença!
É importante mencionar que o Clube da Magistratura também é extremamente
valioso para qualquer nível de prova para carreira (especialmente por tratar de um edital
completo ao longo de 1 ano – e aqui falamos, sem qualquer receio, em todas as fases).
Não fizemos maiores apontamentos sobre sua produção neste material, sobretudo pelo
curto tempo de comparativo temático entre a sua produção e as questões de prova. 4
No entanto, diante da imensa produção do clube da magistratura, dificilmente
uma prova da carreira apresenta questão que fuja de nossos olhos e produções (inclusive
em Humanística e Direitos Humanos – disciplinas mais recentes em provas objetivas).
Com a atualização constante de nossos materiais, as questões aqui tratadas já entrarão
em rota de menção em nossos próximos materiais.
Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo
em menor prazo. Portanto, ainda há tempo de evoluir para os próximos desafios!
É válido citar que, neste momento, estamos com inscrições abertas para as
turmas de reta final para o TJSC, para o Clube da Magistratura 2024 e também para
uma turma gratuita do ENAMA (novo desafio que surgiu em nosso caminho para o
próximo ano).
Até parece uma imagem colada de outra turma do tanto que tem sido assim,
nossos alunos, novamente, deram um show em relação aos demais cursos apontados
pelos concurseiros!
O gráfico abaixo representa o desempenho geral da resposta comparativa de
nossos alunos (conforme gabarito e possível nota de corte). Algo apurado em plataforma
que não temos qualquer tipo de vínculo ou parceira - informação genuína e que nos
enche de orgulho. Pelas matrículas nas turmas de 2ª fase temos uma boa percepção
que vocês estão realmente engajados em fazer bonito novamente!
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CAMINHOS POSSÍVEIS APÓS A PROVA OBJETIVA DO TJPR
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,
entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2024.1). Nossa turma mais
completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha acesso
a todas as retas finais de magistratura que atuamos).
Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da
Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do
concurso. Em 2024, teremos a sua melhor versão da história! Inclusive com módulos
complementares ao de Magistratura Estadual, com divisões específicas para o ENAMA,
Magistratura Federal e Magistratura Trabalhista.
Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma
personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado.
Vale a pena conferir!
Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para as turmas de
2ª fase voltadas TJPR (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas
personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio.
Em nossas atuações vencedores em suas últimas edições de 2ª fase (onde 7
nossos alunos dominaram as primeiras colocações), seguimos exatamente a mesma
estratégia que adotaremos no atual concurso, onde contaremos com apoio de
magistrados do próprio tribunal.
As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os
cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no
carrinho de compra!
Os links para inscrição nas turmas de 2ª fase seguem conforme abaixo (em
promoção de lançamento):
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do TJPR.
Seguiremos firmes em um trabalho realmente específico também para 2ª fase deste
desafio!
Após os resultados de TJMA (216 aprovados, 83% da lista), TJSC (13 aprovados,
81% da lista), TJPE (51 aprovados), TJRS (71 aprovados), nossos alunos somam 1972
aprovações em MAGISTRATURA ESTADUAL: líder absoluto em sonhos realizados para
quem tem como FOCO ser Juiz ou Juíza de Direito.
No TJPR, já vibramos por 90 vencedores que conquistaram suas togas na
magistratura paranaense.
Vamos firmes em busca de novos sonhos realizados!
Bons estudos!
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Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para o envio de mensagens sobre o Mege).
SUMÁRIO
BLOCO I ................................................................................................................... 10
Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito do Consumidor e Direito da Criança e do
Adolescente................................................................................................................. 10
BLOCO II .................................................................................................................. 54
Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Constitucional, Direito Eleitoral,
Juizados Especiais, Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça e Código de
Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná.............................................. 54
BLOCO III ............................................................................................................... 127
Direito Empresarial, Direito Tributário, Direito Ambiental, Direito Administrativo,
Direito Previdenciário, Noções Gerais de Direito e Formação Humanística ............. 127
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BLOCO I
Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito do Consumidor e Direito da
Criança e do Adolescente
(A) não poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, já que ele é emancipado;
(B) poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, pois são administradores de seus
bens, sendo ele filho menor; 10
(C) poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, desde que houvesse autorização
judicial;
(D) não poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, já que ele não foi formalmente
notificado;
(E) poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, desde que houvesse prova da
necessidade.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Como bem destaca o STJ - REsp 1.872.102/SP -, a emancipação legal
proveniente de relação empregatícia, prevista no art. 5º, parágrafo único, V, parte
final, do CC/2002, pressupõe:
I) que o menor possua ao menos dezesseis anos completos;
II) a existência de vínculo empregatício; e
III) que desse liame lhe sobrevenha economia própria.
Por decorrer diretamente do texto da lei, essa espécie de emancipação prescinde de
autorização judicial, bem como dispensa o registro público respectivo para a validade
dos atos civis praticados pelo emancipado, bastando apenas que se evidenciem os
requisitos legais para a implementação da capacidade civil plena.
O regramento disposto no art. 1.691 do CC, que exige autorização judicial para a
contração de obrigações em nome do filho menor, não se aplica ao filho emancipado,
porquanto dotado este de capacidade civil plena, podendo realizar os atos da vida
civil, por si só.
Se o filho menor for emancipado, seja qual for a espécie de emancipação, a
administração do seu patrimônio é retirada dos seus pais e entregue ao próprio
infante, segundo o disposto no art. 1.690, caput, parte final, do CC: compete aos pais,
e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de
dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem
emancipados.
Além disso, convém pontuar que a emancipação constitui hipótese de extinção do
poder familiar, nos termos do art. 1.635, II, do CC.
Por conseguinte, os pais não poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, já que
ele é emancipado.
(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa A.
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Ao chegar no local, o juiz Theotônio discorda das regras de check-in e manifesta seu
descontentamento ao gerente. O responsável, então, lhe informa que todas as regras
da hospedagem foram passadas à associação.
(A) por força da relatividade dos contratos, as regras pactuadas entre a Associação e a
sociedade hoteleira Y são inoponíveis a Theotônio;
(B) por força da relatividade dos contratos, as regras pactuadas entre a Associação e a
sociedade hoteleira Y são inoponíveis a Theotônio, que, no entanto, deve a elas se
submeter se quiser se hospedar, em homenagem ao princípio da boa-fé objetiva;
(C) a hipótese é de exceção ao princípio da relatividade contratual, de modo que as
regras pactuadas entre a Associação e a sociedade hoteleira Y são oponíveis, como um
todo, a Theotônio, que as aceitou juntamente com o benefício;
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(C) CORRETA. Como cediço, o contrato, como típico instituto de direito pessoal, gera
efeitos interpartes, em regra, máxima que representa muito bem o princípio da 12
relatividade dos efeitos contratuais.
Uma das exceções é a estipulação em favor de terceiro, tratada entre os arts. 436 a 438
do CC – hipótese em que um terceiro, que não é parte do contrato, é beneficiado por
seus efeitos, podendo exigir o seu adimplemento. Fica, todavia, sujeito às condições e
normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
CC: Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o
cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a
obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito
às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante
não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se
deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o
estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o
terceiro designado no contrato, independentemente da sua
anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos
ou por disposição de última vontade.
Ressaltamos, por fim, que os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão
do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé (art. 422).
(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa C.
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(A) deve indenizar Oswaldo por perdas e danos, mas a venda permanece válida;
(B) responderá solidariamente com Mévio perante Oswaldo por perdas e danos e a
coação moral de terceiro vicia o negócio; 13
(C) juntamente com Mévio, deve indenizar Oswaldo por perdas e danos, mas a venda
permanece válida;
(D) responderá perante Oswaldo por perdas e danos e a coação moral de terceiro vicia
o negócio;
(E) agiu além do simples temor reverencial, mas Mévio não responde, de modo que a
venda permanece válida.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(B) CORRETA.
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4. Marcos estava passeando com sua mãe quando ela começa a se sentir mal. Atônito,
adentra o hospital mais próximo, clamando por ajuda. Enquanto o médico realiza o
primeiro atendimento, Marcos é convidado a resolver as questões burocráticas. Nesse
momento, solicitam-lhe um cheque caução no valor de R$ 500.000,00. Marcos
argumenta que não possui tal quantia. Em contrapartida, dizem-lhe que, sem o cheque,
não haverá atendimento a sua mãe. Marcos faz o cheque e o entrega ao administrador
do hospital.
(A) simulação;
(D) coação;
(E) lesão.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(B) CORRETA. Em uma emergência ou urgência não é razoável exigir que o paciente ou
os familiares pensem a respeito da proposta abusiva feita pelo hospital - preço, prazo,
condições de pagamento ou até mesmo serviços desnecessários ou até inadequados - e
acaba-se obrigando a essa prestação extremamente abusiva com o risco de ver o seu
atual estado de saúde ser agravado.
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5. Marcelo tem deficiência visual em alto grau, que lhe impossibilita ler. Diante disso,
para que ele possa realizar um testamento válido, salvo se a higidez da manifestação do
falecido for completamente assegurada, será necessário adotar, por força de lei:
(A) necessariamente a forma pública. Nesse caso, o teor do documento deve ser lido
para Marcelo em voz alta pelo tabelião e por uma das testemunhas;
(B) necessariamente a forma pública. Nesse caso, o teor do documento deve ser lido 15
para Marcelo em voz alta por ambas as testemunhas perante o tabelião;
(C) a forma pública ou cerrada. Se cerrado, o documento deve ser escrito por uma das
duas pessoas que testemunharão a entrega ao tabelião;
(D) a forma pública ou cerrada. Se cerrado, o documento deve ser escrito por pessoa de
confiança a rogo de Marcelo e lido por uma das duas pessoas que testemunharão a
entrega ao tabelião;
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
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(A) mesmo que o contrato exclua a garantia contra evicção, terá Adalberto direito ao
ressarcimento do preço pago, se o risco de o veículo ser furtado não foi informado ou
assumido;
(B) se Adalberto vier a manter a posse do bem por novo contrato de compra e venda
com Cristiano, não terá direito a indenização perante Bianca;
(D) caso Adalberto, acionado judicialmente por Cristiano, deixe de denunciar a lide à
Bianca, não terá direito a receber indenização de Bianca;
(E) a indenização devida por Bianca a Adalberto deve abranger despesas do contrato,
custas judiciais, honorários, frutos e o abono das benfeitorias feitas por Adalberto ou
por Bianca.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
CC: Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra
a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço
que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção,
ou, dele informado, não o assumiu.
(A) não mais poderá penhorar ou constituir qualquer ônus sobre o terreno, haja vista
que já está registrada a incorporação imobiliária, de modo que eventual gravame
poderia prejudicar o direito de terceiros adquirentes de boa-fé;
(C) poderá penhorar ou constituir qualquer ônus sobre o terreno, até a abertura de
matrículas de unidades autônomas, inscrevendo o gravame na matrícula de origem do
imóvel a ele destinado, sob pena de prejudicar os direitos de terceiros adquirentes de
boa-fé;
(D) poderá penhorar ou constituir qualquer ônus sobre o terreno, até a conclusão do
empreendimento, inscrevendo o gravame na matrícula de origem do imóvel a ele
destinado, sob pena de prejudicar os direitos de terceiros adquirentes de boa-fé;
(E) poderá penhorar ou constituir qualquer ônus sobre o terreno, a qualquer tempo,
inscrevendo o gravame na matrícula de origem do imóvel a ele destinado, sob pena de
prejudicar os direitos de terceiros adquirentes de boa-fé, desde que o credor comprove
que ainda não há adquirente de boa-fé a ser protegido.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(B) CORRETA.
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8. Domicílio é o local onde a pessoa estabelece sua residência com âmbito definitivo.
(B) o domicílio da pessoa que não tenha residência habitual é o local de seu último
domicílio declarado;
(C) tem domicílio necessário a pessoa com deficiência, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso;
(D) nos contratos escritos, é defeso especificar domicílio onde cumpra seus direitos e
obrigações deles resultantes;
(E) para a pessoa natural que tiver diversas residências, onde alternativamente viva,
considerar-se-á domicílio qualquer um deles. 19
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
CC: Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não
tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
CC: Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes
especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e
obrigações deles resultantes.
(E) CORRETA.
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Neste mesmo dia, o Juízo da Primeira Vara Cível de Curitiba determinou a penhora sobre
todo o patrimônio da sociedade Veba.
(D) incidirá sobre o valor de R$ 2.500,00, subtraído das dívidas de R$ 500,00 e R$ 250,00;
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(E) CORRETA.
CC: Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora
ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não
pago integralmente o preço.
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Nesse caso:
(A) Paula pode, sem autorização de Francisco, pleitear, como autora ou ré, acerca do
apartamento;
(D) o apartamento pode ser dividido entre os cônjuges, em eventual divórcio, se for
provado esforço comum de Paula para a sua aquisição;
(E) o regime de bens aplicável ao caso começa a vigorar desde a expedição do certificado
de habilitação para o casamento.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(D) CORRETA.
CC: Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem
casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o
disposto no parágrafo único do art. 1.631.
11. Em uma ação sob o procedimento comum com pedido de tutela provisória de
urgência inaudita altera pars, o juiz indeferiu o pedido de tutela, ensejando a
interposição de agravo de instrumento, com pedido de tutela recursal. Por sua vez, o
relator do recurso indeferiu o pedido de tutela recursal e determinou a intimação
pessoal do agravado para oferecer contrarrazões. Contra essa decisão, o agravante
interpôs agravo interno.
(A) em seu agravo interno, o agravante poderá impugnar apenas um dos fundamentos
da decisão agravada;
(B) mesmo em caso de retratação, deverá o relator levar o recurso para julgamento pelo
órgão colegiado, com inclusão em pauta;
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
12. Caio propôs ação de cobrança em face de Tício, pleiteando a condenação deste a lhe
pagar obrigação derivada de contrato por ambos celebrado.
Analisando as provas constantes dos autos, o juiz da causa julgou procedente o pedido,
em sentença que foi alvo de recurso de apelação interposto por Tício. Não obstante, ao
julgar o apelo, o órgão ad quem negou-lhe provimento em acórdão que logo depois
transitou em julgado.
Além disso, aludiu o devedor ao excesso de execução, embora sem ter indicado o valor
que entendia correto, tampouco havendo feito tal indicação depois de o juiz lhe ter
concedido nova oportunidade para tanto.
(E) não pode conhecer do fundamento da prescrição, mas sim do excesso de execução,
desde que determine a prévia remessa dos autos à Central de Cálculos Judiciais do
tribunal.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(C) caso seja acolhido o pedido da ação original, é lícito ao autor requerer o
cumprimento de sentença também em desfavor do litisdenunciado, nos limites da
condenação por este sofrida;
(D) pode ser requerida ao juiz pelo réu da ação original, mas não por seu autor;
(E) são admissíveis várias litisdenunciações sucessivas, desde que isso não ofenda a
garantia da duração razoável do processo.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O STJ tem entendido que não cabem intervenção de terceiros em
processo executivo (AgInt nos EDcl no REsp 1999943 / GO, QUARTA TURMA, DJe
15/06/2023).
(B) INCORRETA. Também é cabível nos casos de evicção:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por
qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo
domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa
exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no
processo.
(C) CORRETA.
Art. 128, Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal,
pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença
também contra o denunciado, nos limites da condenação deste
na ação regressiva.
(D) INCORRETA. De acordo com o art. 125, caput, do CPC, é admissível a denunciação
da lide, promovida por qualquer das partes. 26
(E) INCORRETA.
Art. 125, § 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva,
promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na
cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não
podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação,
hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por
ação autônoma.
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14. Em uma ação judicial, o réu, grande produtor rural, apesar de ter endereço certo e
conhecido na Comarca, não está sendo encontrado pelo oficial de justiça para receber
o mandado de citação, existindo fortes suspeitas de ocultação, ensejando a citação por
hora certa.
(A) embora a citação tenha sido efetivada por hora certa, a condição econômica do réu
torna desnecessária a nomeação de curador especial, pois não cabe à Defensoria Pública
a defesa de interesses de pessoas que não sejam hipossuficientes;
(B) na hipótese de citação por hora certa, o prazo de contestação começa a fluir a partir
da data da certidão exarada pelo oficial de justiça que confirmar a citação;
(C) para a efetivação da citação por hora certa, a pessoa da família ou o vizinho que
estiver presente não pode se recusar a receber o mandado;
(D) feita a citação por hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, no
prazo de dez dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama
ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência;
(E) na citação por hora certa, deve ser promovida a publicação da informação acerca da
citação na rede mundial de computadores e no sítio do respectivo Tribunal.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(C) é cabível quando o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação;
(E) a sentença não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, mas sim
sobre as respectivas consequências jurídicas.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
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(A) INCORRETA.
Art. 381, § 2º A produção antecipada da prova é da competência
do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de
domicílio do réu.
(B) INCORRETA.
Art. 381, § 3º A produção antecipada da prova não previne a
competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.
(C) CORRETA.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos
casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou
muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação.
(D) INCORRETA.
Art. 382, § 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da
parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato
a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
(E) INCORRETA
Art. 382, § 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a
inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências
jurídicas.
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Assim, a petição inicial de Antônio foi distribuída ao Juízo X, com competência para
matéria cível, no dia 11 de setembro de 2023, tendo recebido juízo positivo de
admissibilidade em 15 de setembro e efetivando-se a citação da ré no dia 02 de outubro.
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A peça exordial de Bruna, por sua vez, foi distribuída ao Juízo Y, também com
competência para matéria cível, em 13 de setembro de 2023, com juízo positivo de
admissibilidade em 14 de setembro e ultimação do ato citatório em 27 de setembro.
A princípio, a parte ré não se deu conta da tramitação simultânea dos três processos,
razão por que não suscitou a questão nas peças contestatórias que ofertou em cada um
deles. Mas, percebendo a situação algum tempo depois, alertou os Juízos X, Y e Z sobre
o fato, sustentando a ocorrência da conexão entre as ações e pugnando pela reunião
dos feitos, para fins de julgamento simultâneo.
(A) os três feitos devem tramitar separadamente, cada qual perante o Juízo a que foi
distribuída a respectiva petição inicial;
(B) os três feitos devem ser reunidos para julgamento simultâneo pelo Juízo X, que é o
prevento;
(C) os três feitos devem ser reunidos para julgamento simultâneo pelo Juízo Y, que é o
prevento;
(D) os feitos em curso nos Juízos X e Z devem ser reunidos para julgamento simultâneo
pelo Juízo X, que é o prevento;
(E) os feitos em curso nos Juízos X e Z devem ser reunidos para julgamento simultâneo
pelo Juízo Z, que é o prevento.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Poucos meses depois, Adriana intentou nova demanda, já então pelo procedimento
comum, pleiteando a condenação da Fazenda Pública estadual a lhe pagar os valores
que reputava devidos, a título da mesma gratificação, relativamente a lapso temporal
anterior à data do ajuizamento de sua primeira ação.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Há de ser aplicado ao caso o teor da Súmula 271 do STF, segundo a qual “concessão de
mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito,
os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria”.
É o que se extrai, ademais, de recente entendimento do STJ (AgInt no RMS 70872 / MT,
Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, DJe 25/05/2023):
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. AGRAVO
INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. CONTRATO ADMINISTRATIVO.
COMPENSAÇÃO. ORDEM DE PAGAMENTO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. SUCEDÂNEO
DE AÇÃO DE COBRANÇA. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 269 E 271 DO STF. ARGUMENTOS
INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. APLICAÇÃO DE MULTA. ART.
1.021, § 4º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. DESCABIMENTO.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o
regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional
impugnado. In casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015.
II -Verifico que o acórdão recorrido adotou entendimento consolidado nesta Corte,
segundo o qual o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança,
tampouco produz efeitos patrimoniais em relação à período pretérito, que devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria, consoante prescrevem as
Súmulas n. 269 e 271 do Supremo Tribunal Federal.
III - A Agravante não apresenta, no agravo, argumentos suficientes para desconstituir a
decisão recorrida.
IV - Em regra, descabe a imposição da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de
Processo Civil de 2015 em razão do mero desprovimento do Agravo Interno em votação
unânime, sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade ou
improcedência do recurso a autorizar sua aplicação, o que não ocorreu no caso.
V - Agravo Interno improvido.
Desse modo, deve o magistrado proceder ao juízo positivo de admissibilidade da
demanda, já que Adriana pleitea a condenação da Fazenda Pública estadual a lhe pagar
os valores que reputava devidos, a título da mesma gratificação, relativamente a lapso
temporal anterior à data do ajuizamento de sua primeira ação.
_______________________________________________________________________
(C) a pessoa jurídica será representada judicialmente por quem os respectivos atos
constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seu sócio majoritário;
(D) os Estados não poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato
processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio
firmado pelas respectivas procuradorias;
(E) a associação sem personalidade jurídica poderá opor como matéria de defesa a
irregularidade de sua constituição quando demandada.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
Art. 73, § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge
do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de
composse ou de ato por ambos praticado.
(B) INCORRETA.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para
propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo
quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a
ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados
sob o regime de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou
de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da
família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor
ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse
ou de ato por ambos praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável
comprovada nos autos.
33
(C) INCORRETA.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
(...)
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos
constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por
seus diretores;
(D) INCORRETA.
Art. 75, § 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar
compromisso recíproco para prática de ato processual por seus
procuradores em favor de outro ente federado, mediante
convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
(E) INCORRETA.
Art. 75, § 2º A sociedade ou associação sem personalidade
jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição
quando demandada.
_______________________________________________________________________
19. Maria, assistida por órgão da Defensoria Pública, intentou demanda em face do
Município onde reside, perseguindo a sua condenação a lhe fornecer tratamento
médico adequado para a enfermidade que a acometia, ao argumento de que a rede
municipal de saúde não estava adotando as providências necessárias para viabilizar tal
tratamento.
(B) não merecem ser conhecidos, já que essa espécie recursal só pode ter como alvo
sentenças e acórdãos;
(C) não merecem ser conhecidos, já que a decisão proferida é impugnável pelo recurso 34
de agravo de instrumento;
(D) merecem ser conhecidos, porém desprovidos, já que a decisão proferida não padece
de vício de omissão;
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 1023 do CPC, os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco)
dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou
omissão, e não se sujeitam a preparo.
Contudo, a teor do art. 186 do CPC, a Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para
todas as suas manifestações processuais.
Desse modo, a oposição dos aclaratórios sete dias após a intimação é tempestiva,
devendo o recurso ser conhecido.
Quanto ao mérito, de rigor o provimento do recurso, porquanto genérica a decisão e
omissa a fundamentação adotada, devendo ser invocado o teor do art. 489, §1º, do CPC:
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar
o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer
outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
_______________________________________________________________________
20. João ingressou em um consórcio para aquisição de um veículo da marca XYZ. Porém, 35
a partir do mês de julho de 2023, a empresa XYZ parou de emitir os boletos para
pagamento, alegando que a suspensão se deu em razão da existência de débitos
anteriores de João, ensejando a rescisão do contrato, com o que João não concorda,
pois nunca esteve inadimplente.
(A) João não poderá se valer da consignação extrajudicial, com o depósito de valor em
estabelecimento bancário situado no local do pagamento, pois não tem a anuência da
empresa XYZ, tampouco a concordância da instituição financeira;
(B) por se tratar de consórcio com parcelas sucessivas a vencer, João deverá ajuizar ação
de consignação em pagamento, na qual formulará mês a mês pedido para depósito de
cada parcela, o que será apreciado e previamente deferido pelo juiz para viabilizar os
depósitos mensais;
(D) ajuizada a ação de consignação em pagamento, a empresa XYZ poderá alegar que o
depósito não é integral, devendo, nesse caso, indicar o montante que entende devido,
sob pena de a alegação não ser admissível;
(E) a ação de consignação em pagamento deve ser ajuizada no foro do domicílio da
empresa XYZ, ainda que seja distinto do lugar do pagamento, cessando para João, à data
do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
21. João processa dr. Jovair por erro médico que causou a morte de sua mãe.
(i) inverte, ope judicis, o ônus da prova, sob a fundamentação de estarem presentes os
requisitos da verossimilhança e da hipossuficiência técnica do consumidor;
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(I) INCORRETA. Tratando-se de erro médico, está-se diante de responsabilidade por fato
do serviço, que, como tal, possui previsão legal de inversão do ônus da prova, no art.
14, par. 3º, do CDC.
A rigor, o CDC traz uma situação de inversão legal (ope legis) do ônus da prova, em que
o prestador de serviços já detém o ônus de provar, para evitar a responsabilização,
excludentes de ilicitude.
Despicienda, portanto, a inversão ope judicis do ônus da prova, quando se está diante
de hipótese legal de inversão.
Precedentes.
2. Na espécie, a prova pericial determinada pelo juízo foi requerida pelo consumidor, e
portanto, a ele é imposto o ônus de arcar com as custas, conforme entendimento já
pacificado nesta Corte Superior.
(AgRg no AREsp n. 246.375/PR, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma,
julgado em 4/12/2012, DJe de 14/12/2012.)
Além disso, o art. 101, II, do CDC prevê expressamente o chamamento ao processo em
caso de existir seguradora contratada:
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
deste título, serão observadas as seguintes normas:
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração
do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta
hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará
o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu
houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar
a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização
diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide
ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio
obrigatório com este.
_______________________________________________________________________
Sobre essa audiência e a eventual conciliação dela decorrente, é CORRETO afirmar que:
(D) se não houver êxito na conciliação em relação a quaisquer credores, o juiz, de ofício
ou a pedido do consumidor, instaurará processo por superendividamento para revisão
e integração dos contratos e repactuação das dívidas remanescentes mediante plano
judicial compulsório;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA. O erro da assertiva está na previsão de que o juiz poderá agir de ofício.
(E) INCORRETA. A primeira parte da assertiva está correta. A segunda, porém, incorreta,
pois a lei prevê prazo para a repetição do pedido:
Art. 104-A. § 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste artigo não
importará em declaração de insolvência civil e poderá ser repetido somente após
decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado da liquidação das obrigações previstas no
plano de pagamento homologado, sem prejuízo de eventual repactuação.
_______________________________________________________________________
23. Reinaldo trabalha há quinze anos na sociedade X, que contratou plano de saúde em
favor de todos os seus empregados. As mensalidades eram suportadas pela empresa.
Os empregados, a seu turno, contribuíam com uma porcentagem dos procedimentos
cirúrgicos e das internações a que se submetessem.
(A) poderá se manter no plano de saúde, desde que assuma o integral pagamento das
mensalidades, por até um terço do período em que trabalhou na sociedade X;
(B) poderá se manter no plano de saúde, ainda sob o custeio da estipulante, por até um
terço do período em que trabalhou na sociedade X;
(C) poderá se manter no plano de saúde, desde que assuma o integral pagamento das
mensalidades, por até vinte e quatro meses;
(D) poderá se manter no plano de saúde, desde que assuma o integral pagamento das
mensalidades, indefinidamente, até que adira a outro contrato ou manifeste sua
renúncia; 41
(E) não poderá se manter no plano de saúde, ainda que se disponha a assumir o integral
pagamento das mensalidades.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
Um dos conceitos trazidos pela Lei é o de fonte, isto é, a pessoa natural ou jurídica que
conceda crédito, administre operações de autofinanciamento ou realize venda a prazo
ou outras transações comerciais e empresariais que lhe impliquem risco financeiro,
inclusive as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e os
prestadores de serviços continuados de água, esgoto, eletricidade, gás,
telecomunicações e assemelhados. 42
As fontes são obrigadas a:
(A) manter os registros adequados para demonstrar que a pessoa natural ou jurídica
autorizou o envio e a anotação de informações em bancos de dados;
(C) atualizar e corrigir informações enviadas aos gestores de bancos de dados, em prazo
não superior a sete dias;
(E) não estabelecer políticas ou realizar operações que impeçam, limitem ou dificultem
a transmissão a banco de dados de informações de cadastrados.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
A questão, de forma inovadora para a FGV e para outras provas objetivas, cobrou a Lei
do Cadastro Positivo. As obrigações das fontes estão previstas no art. 8º:
_______________________________________________________________________
25. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas será exercida em
juízo a título coletivo quando se tratar de interesses ou direitos (i) difusos, (ii) coletivos
43
ou (iii) individuais homogêneos.
II. erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as
vítimas e seus sucessores, quando se tratar de interesses ou direitos individuais
homogêneos;
III. erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
fundamento valendo-se de nova prova, quando se tratar de interesses ou direitos
difusos.
(A) somente I;
(E) I, II e III.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Todas as assertivas estão corretas, de acordo com a literalidade do art. 103 do CDC:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença
fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-
se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do
art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos 44
termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista
no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para
beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
inciso III do parágrafo único do art. 81.
_______________________________________________________________________
26. Juliano, adolescente de 14 anos, pratica ato infracional análogo a crime de furto.
Após apresentação ao Ministério Público e realização da oitiva informal, o promotor de
Justiça concede remissão ao adolescente, submetendo o procedimento à apreciação da
autoridade judiciária, para fins de homologação. O juiz da Infância e da Juventude
discorda da remissão concedida, entendendo que a hipótese enseja o oferecimento de
Representação em face do adolescente pelo Ministério Público. O processo é remetido
ao procurador-geral de Justiça, que ratifica a remissão concedida pelo promotor de
Justiça, remetendo os autos ao magistrado.
(B) o ato infracional análogo a furto, por ser praticado sem grave ameaça ou violência à
pessoa, não pode ensejar o oferecimento de Representação em face do adolescente;
(C) a remissão é faculdade procedimental exclusiva do Ministério Público, inexistindo a
previsão legal de sua concessão pelo juiz;
(D) no caso narrado, após a devolução dos autos pelo procurador-geral de Justiça, estará
a autoridade judiciária obrigada a homologar a remissão;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
_______________________________________________________________________
(A) a medida socioeducativa está pendente de cumprimento por Yago, pois somente a
aplicação de pena privativa em execução definitiva é causa de extinção da referida
medida;
(D) a prisão preventiva decretada pelo Juízo Criminal é nula, pois Yago encontra-se em
cumprimento de medida socioeducativa de internação, devendo ser apresentado ao juiz
da Infância e da Juventude;
(E) considerando que Yago é adolescente, a ele somente poderá ser aplicada medida
socioeducativa pelo roubo qualificado praticado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(E) INCORRETA. Yago praticou o crime de roubo qualificado após completar 18 anos,
logo é maior, devendo ser aplicada a legislação penal.
_______________________________________________________________________
28. Deise, psicóloga do centro municipal integrado de atendimento a vítimas de
violência, realiza a escuta especializada de Mirela, criança de 6 anos diagnosticada com
infecção sexualmente transmissível, decorrente de abuso sexual sofrido na escola. Após
o atendimento, Deise notifica o Conselho Tutelar acerca do caso. O conselheiro Jefferson
efetua o registro de ocorrência em sede policial, encaminha Mirela e seus pais ao CREAS
e requisita atendimento psicológico continuado para a criança na rede municipal de
saúde. Ao receber o inquérito policial, o promotor de Justiça criminal requisita o retorno
de Mirela ao centro municipal integrado, a fim de que a psicóloga realize nova escuta
especializada com a criança, para fins de apuração da autoria do crime e circunstâncias
em que foi praticado.
(A) a diligência requisitada pelo promotor de Justiça deverá ser cumprida em sede
policial, com a realização de nova escuta especializada da criança pelo delegado de
Polícia Civil;
(E) caberá ao Ministério Público propor ação cautelar de antecipação de provas visando
viabilizar a realização de escuta especializada da criança perante o Juízo Criminal.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
_______________________________________________________________________
(B) no presente caso, o juiz extinguirá o poder familiar de Fabrícia, ressalvado o direito
de arrependimento, pelo prazo de dez dias, contados da prolação da sentença;
(D) Fabrícia é obrigada a informar o nome do suposto genitor da criança, sob pena de
cometimento de infração administrativa às normas do ECA;
(E) o Ministério Público deverá propor ação de destituição do poder familiar em face de
Fabrícia, em razão do abandono da criança.
_______________________________________________________________________ 50
GABARITO:
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA. Inexistente tal previsão, pois a mãe é garantido o sigilo sobre o
nascimento.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Dessa forma, a mãe que dispõe seu filho para adoção não comete crime, pois a lei
permite a entrega para garantir e preservar os direitos e interesses do menor.
51
Questão passível de recurso, pois o art. 19 do ECA determina que é direito da criança
e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que
garanta seu desenvolvimento integral. Da mesma forma, o art. 19-A, §3º do ECA
determina que a busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável
por igual período. Assim, com base apenas no texto da lei, a alternativa “A” também
está correta. Entretanto, há entendimento de que, havendo a garantia do sigilo sobre
o nascimento, a mãe pode exercer tal direito inclusive em face de familiares.
_______________________________________________________________________
(B) a mera suspeita de violação de direitos da criança não é suficiente para embasar
notificação compulsória ao Conselho Tutelar, devendo haver prova da ocorrência dos
fatos;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
52
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(E) INCORRETA.
_______________________________________________________________________
53
BLOCO II
Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Constitucional, Direito
Eleitoral, Juizados Especiais, Código de Normas da Corregedoria Geral da
Justiça e Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná
(A) o Conselho Tutelar não pode ajuizar representação no caso narrado, devendo
noticiar os fatos ao Ministério Público, para adoção das medidas cabíveis;
54
(B) a mera suspeita de violação de direitos da criança não é suficiente para embasar
notificação compulsória ao Conselho Tutelar, devendo haver prova da ocorrência dos
fatos;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Isso ocorre porque o art. 64 do Código Penal abrange apenas a condenação por crime
anterior como fator gerador de reincidência, excluindo, dessa forma, as contravenções.
55
Portanto, a condenação mencionada no segundo caso será considerada apenas como
maus antecedentes.
Além disso, é importante destacar que a Lei das Contravenções Penais prevê a
reincidência somente quando o agente pratica uma contravenção penal após ter sido
condenado anteriormente, com trânsito em julgado, por outra contravenção penal.
SENTENÇA PENAL
CONDENATÓRIA NOVA INFRAÇÃO PENAL CONSEQUÊNCIA
DEFINITIVA
Crime
Crime Reincidência (art. 63, CP)
(Brasil ou estrangeiro)
Crime
Contravenção Penal Reincidência (art. 7, LCP)
(Brasil ou estrangeiro)
Contravenção Penal
Contravenção Penal Reincidência (art. 7, LCP)
(Brasil)
Contravenção Penal
Crime Maus antecedentes
(Brasil)
Por fim, no que diz respeito a suspensão condicional da pena, o art. 77 do CP estabelece
os seguintes requisitos:
(C) CORRETA. No caso narrado verifica-se que somente a anotação número 1 gera
reincidência, sendo possível a concessão de suspensão condicional da pena privativa de
liberdade aplicada, caso esta não supere os 2 anos e sejam favoráveis ao réu as
circunstâncias judiciais, tendo em vista que, apesar de reincidente em crime doloso, na
condenação anterior foi aplicada apenas a pena de multa.
_______________________________________________________________________
31. Em ação penal na qual se imputa ao réu a prática do crime de roubo, na modalidade
tentada, constam de sua Folha de Antecedentes Criminais as seguintes anotações,
devidamente esclarecidas por certidões cartorárias: 1. condenação transitada em
julgado, por crime de ameaça, à pena de multa, cumprida 3 anos e 8 meses antes da
prática do crime objeto do processo e 2. condenação transitada em julgado, por
contravenção penal de exercício ilegal de profissão ou atividade, à pena de prestação
pecuniária, cumprida 2 anos e 9 meses antes da prática do crime objeto do processo.
À vista das citadas anotações, é CORRETO afirmar que:
(D) somente a anotação número 1 gera reincidência, não sendo possível a concessão de
suspensão condicional da pena privativa de liberdade aplicada, mesmo que esta não
supere os 2 anos e sejam favoráveis ao réu as circunstâncias judiciais;
(E) nenhuma das anotações gera reincidência, sendo possível a concessão de suspensão
condicional da pena privativa de liberdade aplicada, caso esta não supere os 2 anos e
sejam favoráveis ao réu as circunstâncias judiciais.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C 57
COMENTÁRIOS
Isso ocorre porque o art. 64 do Código Penal abrange apenas a condenação por crime
anterior como fator gerador de reincidência, excluindo, dessa forma, as contravenções.
Portanto, a condenação mencionada no segundo caso será considerada apenas como
maus antecedentes.
Além disso, é importante destacar que a Lei das Contravenções Penais prevê a
reincidência somente quando o agente pratica uma contravenção penal após ter sido
condenado anteriormente, com trânsito em julgado, por outra contravenção penal.
SENTENÇA PENAL 58
CONDENATÓRIA NOVA INFRAÇÃO PENAL CONSEQUÊNCIA
DEFINITIVA
Crime (Brasil ou
Crime Reincidência (art. 63, CP)
estrangeiro)
Crime (Brasil ou
Contravenção Penal Reincidência (art. 7, LCP)
estrangeiro)
Contravenção Penal
Contravenção Penal Reincidência (art. 7, LCP)
(Brasil)
Contravenção Penal
Crime Maus antecedentes
(Brasil)
Por fim, no que diz respeito a suspensão condicional da pena, o art. 77 do CP estabelece
os seguintes requisitos:
“Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4
(quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art.
44 deste Código.
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a
concessão do benefício.”
(C) CORRETA. No caso narrado verifica-se que somente a anotação número 1 gera
reincidência, sendo possível a concessão de suspensão condicional da pena privativa de
liberdade aplicada, caso esta não supere os 2 anos e sejam favoráveis ao réu as
circunstâncias judiciais, tendo em vista que, apesar de reincidente em crime doloso, na
condenação anterior foi aplicada apenas a pena de multa.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Delito material ou de é aquele em que o tipo penal aloja em seu interior uma
resultado conduta e um resultado naturalístico e a ocorrência desse
resultado naturalístico é necessária para a consumação
do crime.
Delito omissivo próprio é aquele em que a omissão está contida no tipo penal, ou
ou puro seja, a descrição da conduta prevê a realização do crime
por meio de uma conduta negativa.
(A) INCORRETA. Concussão (delito formal), furto (delito de lesão), rufianismo (delito
permanente) e prevaricação (na modalidade retardar ou deixar de praticar o ato é delito 60
omissivo próprio; e na modalidade de praticá-lo é delito comissivo).
(B) CORRETA. Furto (delito material), dano (delito de lesão), cárcere privado (delito
permanente) e omissão de socorro (delito omissivo próprio).
(C) INCORRETA. Roubo (delito material), lesão corporal (delito de lesão), sequestro
(delito permanente) e homicídio por omissão (delito omissivo impróprio).
Crime omissivo impróprio, espúrio ou comissivos por omissão: aquele em que o tipo
penal aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente,
que descumpre seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico
e a sua consequente responsabilização penal. As hipóteses de dever jurídico de agir
estão previstas no art. 13, §2º, do CP:
Crime omissivo impróprio, espúrio ou comissivos por omissão: aquele em que o tipo
penal aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente,
que descumpre seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico
e a sua consequente responsabilização penal. As hipóteses de dever jurídico de agir
estão previstas no art. 13, §2º, do CP:
vi) Crime de perigo iminente: aquele em que o perigo está prestes a ocorrer;
_______________________________________________________________________
33. Dario, usuário eventual de cocaína, pretendendo cometer um crime, faz uso da
droga, para ficar mais “ligado”. Na sequência, já com a capacidade de autodeterminação
reduzida, e usando um simulacro de arma de fogo, rende Elisa, exigindo dela que lhe
faça um Pix no valor de R$ 2.000,00. Ao lhe passar os dados para a operação, contudo,
Dario se confunde, fornecendo-lhe a chave Pix errada, vindo a transferência a ser feita
para a conta bancária de um terceiro.
Diante do caso narrado, é CORRETO afirmar que Dario cometeu crime de extorsão:
(D) devendo as penas ser diminuídas, tendo em vista que ele estava com a capacidade
de autodeterminação reduzida, em consequência do consumo de droga;
(E) na forma tentada, devendo a pena privativa de liberdade ser substituída por medida
de segurança, pois ele estava com a capacidade de autodeterminação reduzida, em
consequência do consumo de droga.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A 62
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Dário cometeu o crime de extorsão com a pena agravada em razão do uso
de drogas. Assim como a embriaguez, o uso deliberado de drogas, como é o caso da
cocaína, quando de forma dolosa ou preordenada, funciona como agravante genérica
(art. 61, II, “l”, CP), incidindo na segunda fase do critério trifásico para o fim de exasperar
a pena.
(C) INCORRETA. Não há que se falar em incidência de causa de aumento, pois, para a
configuração da majorante do art. 158, §1º do CP, é indispensável o uso efetivo da arma,
não sendo suficiente portá-la ou simplesmente ostentá-la, o que nesses casos, poderia
configurar apenas a grava ameaça. Sendo assim, no caso narrado, o uso de simulacro de
arma de fogo configura a grave ameaça prevista no tipo penal do caput do art. 158 do
CP, mas não a majorante do §1º.
Nesse sentido:
A jurisprudência desta Corte superior, desde o cancelamento da Súmula 174/STJ, não
admite mais a exasperação da pena-base com fundamento em simulacro de arma de
fogo, o qual é apto para caracterizar apenas a grave ameaça, circunstância inerente ao
tipo penal de roubo.2. Agravo regimental improvido.(AgRg no HC n. 401.040/SP, relator
Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 14/11/2017, DJe de 24/11/2017);
_______________________________________________________________________
(A) concussão;
(B) estelionato;
(C) extorsão;
(D) roubo;
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Concussão, art. 316, CP “Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida.”
(B) INCORRETA. Estelionato, art. 171, CP “Obter, para si ou para outrem, vantagem
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”
(C) CORRETA. O caso narrado descreve o crime de extorsão, previsto no art. 158 do CP,
uma vez que houve o constrangimento do gerente do estabelecimento comercial,
mediante grave ameaça, visando a obtenção de vantagem econômica indevida, qual
seja, as ‘’mercadorias entregues’.
Extorsão, art. 158, CP “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa.”
(D) INCORRETA. Roubo, art. 157 “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência.”
(E) INCORRETA. Corrupção passiva, art. 317, CP “Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.”
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35. Homero, ex-namorado de Ilma, ao tomar conhecimento de que ela está grávida de
um filho dele, decide matá-la, razão pela qual a convida para uma conversa particular
em sua residência, sob o pretexto de que gostaria de combinar com ela uma assistência,
moral e material, durante a gestação. Ao chegar ao local combinado, Ilma é golpeada a
pauladas por Homero, notadamente na cabeça, daí resultando sua morte e,
consequentemente, a do feto.
(C) homicídio qualificado pelo emprego de meio cruel e por ter sido praticado contra a
mulher, por razões da condição de sexo feminino (feminicídio);
(D) homicídio qualificado pela dissimulação, pelo emprego de meio cruel e por ter sido
praticado contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino (feminicídio), e
aborto provocado por terceiro;
(E) homicídio qualificado pela dissimulação, pelo emprego de meio cruel e por ter sido
praticado contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino (feminicídio), com
a pena aumentada por ter sido o crime cometido durante a gestação, e aborto
provocado por terceiro.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Também se verifica a presença da qualificado do feminicídio (art. 121, §2º, VI, CP) uma
vez configurada situação de violência doméstica e familiar contra a mulher, conforme
prevê o §2º-A do art. 121 do CP e o art. 5º da Lei 11.340 de 2006.
Por fim, resta configurado também o crime de aborto provocado por terceiro, previsto 65
no artigo 125 do CP, haja vista os desígnios autônomos do Autor quanto a pratica do
Homicídio e do Aborto. Aqui, não há que se falar em bis in idem, pois o STJ vem
entendendo que o art. 125 do CP e o crime de homicídio praticado contra gestante (art.
121, § 7º, I, do CP) tutelam bens jurídicos diversos.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Enquanto o art. 125 do CP tutela o feto enquanto
bem jurídico, o crime de homicídio praticado contra gestante, agravado pelo art. 61, II,
h, do Código Penal protege a pessoa em maior grau de vulnerabilidade. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d2cb583f4b5bdc
51b965ae555ee6bca5>. Acesso em: 05/12/2023
_______________________________________________________________________
36. Em um processo criminal no qual o réu responde por crime de estelionato, praticado
contra idoso, do qual resultou prejuízo de R$ 1.500,00, restam demonstradas a autoria
e a materialidade delitiva, apurando-se ainda que, depois do recebimento da denúncia,
o réu ressarciu o lesado do prejuízo decorrente do crime.
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GABARITO: E
66
COMENTÁRIOS
Além disso, considerando que o estelionato foi praticado contra uma pessoa idosa,
configura-se a causa de aumento prevista no art. 171, §4º do Código Penal.
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37. São teorias adotadas no Código Penal em relação ao tempo e ao lugar do crime,
respectivamente:
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Quanto ao tempo do crime, o Código Penal, em seu art. 4º, adota a teoria da Atividade.
Quanto ao lugar do crime, o Código Penal, em seu art. 6º, adota a teoria da Ubiquidade.
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38. Caio, cuja habilitação para conduzir veículo automotor (CNH) está vencida há três
meses, dirige seu automóvel, de forma atenta e prudente, ocasião em que um pedestre,
inopinadamente, cruza a via pública à sua frente, em local impróprio para a travessia.
Caio aciona imediatamente os freios do veículo, porém, o automóvel não para a tempo
e acaba atropelando o pedestre, que fica gravemente ferido. Ato contínuo, para fugir às
suas responsabilidades pelo acontecido, Caio tenta deixar o local, ainda na direção do
veículo, sem prestar socorro à vítima do atropelamento. Porém, logo em seguida, alguns
poucos metros à frente, seu automóvel para de funcionar, devido a danos sofridos no
acidente. Caio abandona então o veículo e deixa o local a pé. Na sequência, populares
acionam o serviço de atendimento médico urgente (Samu) e em 10 minutos chega ao
local uma ambulância, que conduz o ferido a um hospital, onde é devidamente atendido,
recebendo alta médica três dias depois.
Diante do caso narrado, o(s) crime(s) cometido(s) por Caio foram:
(D) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, com a pena aumentada, e
direção perigosa de veículo automotor sem habilitação;
(E) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, com a pena aumentada,
omissão de socorro na condução de veículo automotor e fuga do local de acidente
automobilístico.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
68
As condutas narradas no enunciado se amoldam aos crimes de omissão de socorro na
condução de veículo automotor (art. 304 do CTB) e fuga do local de acidente
automobilístico (art. 305 do CTB).
(A) INCORRETA. Não está caracterizado o crime do art. 308 do CTB, uma vez que o autor
dirigia seu veículo de forma atenta e prudente, não estando presentes os elementos do
tipo.
(C) INCORRETA. Não se verifica o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor, previsto no art. 303 do CTB, uma vez que o autor não agiu com imprudência,
negligência ou imperícia, não restando configurada a culpa.
(D) INCORRETA. Não se verifica o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor, previsto no art. 303 do CTB, uma vez que o autor não agiu com imprudência,
negligência ou imperícia, não restando configurada a culpa. Também não está
caracterizado o crime do art. 308 do CTB, uma vez que o autor dirigia seu veículo de
forma atenta e prudente, não estando presentes os elementos do tipo.
(E) INCORRETA. Não se verifica o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor, previsto no art. 303 do CTB, uma vez que o Autor não agiu com imprudência,
negligência ou imperícia, não restando configurada a culpa.
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39. Em ação penal na qual Bianca responde pelo crime de furto, cujas penas cominadas
são de reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, consta dos autos laudo de exame de sanidade
mental da ré, o qual conclui que, ao tempo do crime, ela, por perturbação da saúde
mental, não possuía capacidade plena de autodeterminação, necessitando de
tratamento curativo.
(A) condenar a ré, reduzindo a pena de reclusão, mas não a de multa, de um a dois
terços;
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Inimputabilidade Semi-imputabilidade
Sendo assim, o agente semi-imputavel deve ser condenado, mas, por se tratar de pessoa
com menor grau de reprovabilidade, sua pena será obrigatoriamente reduzida de 1 a
2∕3.
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40. Kátia, proprietária de uma casa de veraneio, é informada por uma vizinha de que
populares estão invadindo seu quintal, para fazer uso da piscina, aproveitando-se de sua
ausência. Para pôr fim ao abuso, Kátia instala um dispositivo que eletrifica a água da 70
piscina, por ela acionado sempre que está ausente. O dispositivo em questão não é
visível, tampouco existe no local qualquer aviso sobre o risco de se entrar na piscina.
Alguns dias depois, um adolescente pula o muro do quintal da residência de Kátia, então
ausente, e, ao mergulhar na piscina, recebe forte descarga elétrica, que o faz desfalecer,
vindo ele a morrer afogado.
(B) homicídio;
(E) fato típico, porém lícito, pois praticado no exercício regular de direito.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
A questão trata dos chamados ofendículos, também conhecidos como ofensáculas, e
dos meios mecânicos predispostos de defesa da propriedade.
Ex.: cerca, cerca elétrica, arames, cacos de vidro colados em cima do muro, lanças na
parte de cima dos portões etc.
Sendo assim, Kátia deve responder pelo excesso a título de dolo. Portanto, a adequação
típica do fato é a do crime de homicídio.
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41. Felisberto é condenado, por sentença definitiva, a uma pena de 1 ano de reclusão,
em regime inicialmente aberto, a qual é substituída por uma pena restritiva de direitos
de prestação de serviços à comunidade, pelo mesmo prazo. Decorridos 5 meses do início
da execução da citada pena, sobrevém nova condenação definitiva, a uma pena de 6
anos de reclusão, em regime inicialmente semiaberto.
(A) manter a pena restritiva de direitos, pois sua execução é compatível com o regime
prisional fixado na nova condenação;
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
É irrelevante que a nova condenação se refira a crime cometido antes ou depois daquele
que gerou a pena restritiva de direitos.
Essa conclusão é baseada no § 5º do art. 44 do CP, bem como no art. 181 da LEP:
(E) tortura, com a pena aumentada, por ter sido praticada contra pessoa maior de 60
anos de idade, e homicídio culposo.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
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43. Átila foi processado pelo Ministério Público em razão da prática do crime de estupro,
tendo como vítima Messalina. Ao final do processo, após as alegações finais das partes,
e não o tendo requerido o Ministério Público, o juiz determinou de ofício a realização
de exame pericial no esperma colhido no corpo da vítima, sob a fundamentação de que
ainda havia questão relevante a ser dirimida.
(A) não pode determinar de ofício a realização do exame na fase da sentença, pois já
ocorreu a preclusão em relação à produção dos meios de prova;
(B) não pode determinar de ofício a realização do exame, pois se trata de crime de ação
de iniciativa privada que exige iniciativa da parte ofendida;
(C) pode determinar de ofício a realização do exame, antes de proferir a sentença, pois
visa a dirimir dúvida sobre ponto relevante;
(D) não pode determinar de ofício a realização do exame, pois competiria ao Ministério
Público requerer a sua realização durante a instrução;
(E) pode determinar de ofício a realização do exame, desde que com ele concorde
previamente a defesa técnica do acusado, pois o exame lhe é prejudicial.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Após contemplar a regra geral de que o ônus da prova da alegação incumbe à parte que
a fizer, ressalva o art. 156 do CPP que o juiz poderá, de ofício, ordenar, mesmo antes de
iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida
(inciso I) e determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Senão Vejamos:
44. No que diz respeito às regras e aos princípios que regem a iniciativa probatória do
juiz no processo penal brasileiro, é CORRETO afirmar que:
(A) poderá o juiz determinar de ofício, após a prolação da sentença, diligência não
requerida pelas partes para dirimir dúvida sobre ponto relevante;
(B) não poderá o juiz de ofício determinar o segredo de justiça em relação aos dados e
depoimento do ofendido para evitar sua exposição aos meios de comunicação;
(C) não poderá o juiz de ofício, sem requerimento da defesa técnica, proceder a novo
interrogatório do acusado durante a instrução criminal;
(D) não poderá o juiz de ofício determinar a acareação entre testemunha e a pessoa
ofendida, quando estas divergirem em suas declarações sobre fatos relevantes;
(E) poderá o juiz de ofício, quando julgar necessário, ouvir outras testemunhas, além das
indicadas pelas partes, bem como as pessoas a que as testemunhas se referirem.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Dispõe o art. 201, § 6º do CPP que o juiz tomará as providências
necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido,
podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados,
depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua
exposição aos meios de comunicação. 76
(C) INCORRETA. Estabelece o art. 196 do CPP que a todo tempo o juiz poderá proceder
a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
Busca-se, por meio de (re)perguntas acerca de pontos conflitantes, que a pessoa que
prestou falso depoimento dele se retrate em face da presença de outra que narrou o
fato de modo diverso.
A acareação poderá ser realizada tanto na fase do inquérito policial como na fase do
processo judicial propriamente dito. Na fase do inquérito poderá ser ordenada pela
autoridade policial por intermédio de sua própria iniciativa ou provocada via requisição
do juiz ou do Ministério Público.
OBS: Dispõe o art. 229 do CPP que podem ser acareados acusados, testemunhas e
ofendidos, entre si ou uns com os outros. É evidente a impropriedade do dispositivo
ao referir-se apenas a “acusados”. Considerando que a acareação também pode
ocorrer na fase policial, é intuitivo que, igualmente, investigados e indiciados
podem ser submetidos ao ato.
45. Parmênides foi condenado pelo Tribunal do Júri à pena de 10 anos de reclusão em
razão da prática do crime de homicídio tentado praticado contra Diógenes. O Ministério
Público, no prazo legal, recorreu de todo o conteúdo impugnável da sentença, inclusive
visando à majoração da pena imposta.
Quanto a Diógenes, vítima do crime e que não se habilitou como assistente, é CORRETO
afirmar que:
(B) não poderá interpor recurso de apelação, em razão de o Ministério Público ter
interposto um recurso total;
(D) não poderá interpor recurso de apelação, mas poderá interpor recurso em sentido
estrito, no prazo de 5 dias, após o recurso do Ministério Público;
(E) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de 15 dias, após o recurso do
Ministério Público, visando ao agravamento da pena imposta a Parmênides.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
b) ou pelo querelante;
b) Apelar da decisão de impronúncia, com fundamento no art. 584, § 1.º, c/c os arts. 416
e 598 do CPP;
_______________________________________________________________________
46. Honório, 12 meses após tomar conhecimento de que Alarico atentou contra a sua
honra, ajuizou contra este queixa-crime, por intermédio de advogado com a devida
procuração, imputando a Alarico o delito de difamação.
79
Contudo, referida queixa-crime deve ser rejeitada pelo juízo em razão da ocorrência de:
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Como regra geral, o exercício do direito de queixa deve ocorrer dentro do prazo de seis
meses, a contar do dia em que o ofendido, seu representante legal ou, no caso de morte
da vítima ou sua ausência, o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão tomarem
conhecimento da autoria do crime, conforme estabelecido pelo art. 38 do CPP.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão.
(...)
Trata-se de prazo decadencial que, uma vez não observado, acarreta a extinção da
punibilidade. É importante destacar que, por ser um prazo decadencial, deve ser
calculado de acordo com o art. 10 do CP, incluindo o dia do início. Além disso, não há
possibilidade de prorrogação; portanto, se o último dia cair em um domingo, este será
considerado o prazo final, não sendo adiado para o próximo dia útil.
Entretanto, existem exceções a essa norma, por exemplo, no caso de crimes como
induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, o prazo é de seis meses a
partir do trânsito em julgado da sentença anulatória do casamento (art. 236, parágrafo
único, do CP). Já nos crimes contra a propriedade imaterial, de ação penal privada, o
prazo é de 30 dias contados da homologação do laudo pericial (art. 529 do CPP).
No caso de o ofendido ser menor de 18 anos, o direito de queixa pode ser exercido
apenas pelo representante legal. Se, no entanto, o representante legal não intentar a
ação penal no prazo estabelecido, o próprio ofendido poderá fazê-lo após atingir a
maioridade. Para o ofendido, o prazo decadencial inicia apenas a partir desse
momento, não contando a partir do dia em que teve conhecimento da autoria do
crime.
_______________________________________________________________________
(D) o inquérito ser instaurado de ofício pela autoridade policial nos crimes cuja ação
penal depender de iniciativa do ofendido;
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
ATENÇÃO! O STF atribuiu interpretação conforme caput do art. 28 do CPP, alterado pela Lei
nº 13.964/2019, para assentar que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito
policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério
Público submeterá sua manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao
investigado e à autoridade policial, podendo encaminhar os autos para o Procurador Geral
ou para a instância de revisão ministerial, quando houver, para fins de homologação, na
forma da lei, vencido, em parte, o Ministro Alexandre de Moraes, que incluía a revisão
automática em outras hipóteses.
O STF também atribuiu ao § 1º do art. 28 do CPP interpretação conforme para assentar que,
além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade judicial competente também
poderá submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso
verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento;
(B) INCORRETA. O art. 2° da Lei 7.960/89 dispõe que a prisão temporária será decretada
pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade. O § 1° do dispositivo estabelece que na
hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.
PARA REVISAR
STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).
(C) INCORRETA. Prevalece na doutrina o entendimento de que o art. 21 do CPP não foi
recepcionado pela ordem constitucional vigente.
(D) INCORRETA. Conforme artigo 5º, §5º, do CPP: “§ 5º Nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem
tenha qualidade para intentá- la”.
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(A) decretar o sequestro alargado dos bens correspondentes à diferença entre o valor
do patrimônio dos denunciados e aquele que seja compatível com seus rendimentos
lícitos;
(D) se um dos denunciados quiser colaborar, participar das negociações realizadas para
a formalização do acordo de colaboração, se o prêmio envolver a concessão do perdão
judicial;
(E) oferecer aos acusados, se não o fizer o Ministério Público, acordo de não persecução
penal, em razão de os crimes terem sido cometidos sem violência ou grave ameaça.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
83
COMENTÁRIOS
O Código Penal prevê̂ três modalidades, que constituem efeitos da condenação criminal:
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
Este dispositivo estipula que o indiciado ou acusado que coopere voluntariamente com
a investigação policial e o processo criminal, auxiliando na identificação de coautores ou
partícipes do crime, bem como na recuperação total ou parcial do produto do delito, 84
pode beneficiar-se com uma redução de pena variando de um terço a dois terços em
caso de condenação.
Considerando que a Lei 12.850/2013, que trata do combate ao crime organizado, regula
diversos aspectos relacionados à colaboração premiada, o Superior Tribunal de Justiça
(STJ) sustenta que "em quaisquer condutas praticadas em concurso de agentes é
possível celebrar acordo de colaboração premiada", aplicando as disposições
majoritariamente processuais previstas na referida Lei (STJ, HC 582.678/RJ).
Nesse contexto, conforme o art. 4º § 6º da Lei 12.850/13, o juiz não participa das
negociações para formalizar o acordo de colaboração, as quais ocorrem entre o
delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério
Público. Ou, conforme a situação, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado
e seu defensor. Contudo, cabe ao juiz recusar a homologação do acordo se entender
que não estão presentes os requisitos legais.
(E) INCORRETA. Aduz o Art. 28-A do CPP sobre o acordo de não persecução penal:
Ademais, dispõe o CPP que para aferição da pena mínima cominada ao delito SERÃO
CONSIDERADAS AS CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO aplicáveis ao caso concreto.
85
Aplicam-se ao ANPP, por analogia, as súmulas 243/STJ e 723/STF.
LEI Nº 11.343/06.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500
(mil e quinhentos) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil
e duzentos) dias-multa.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são AUMENTADAS DE UM SEXTO A
DOIS TERÇOS, se:
(...)
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou
qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
_______________________________________________________________________
49. No que diz respeito à prisão e às medidas cautelares no processo penal brasileiro, é
CORRETO afirmar que:
(B) a prisão preventiva do acusado poderá ser decretada quando for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar menos gravosa;
(C) a prisão temporária poderá ser decretada pelo juiz de ofício, sem requerimento do
Ministério Público ou representação da autoridade policial;
(D) a medida cautelar poderá ser revogada ou substituída de ofício pelo juiz, ou a
86
requerimento das partes, quando se verificar a falta de motivo para que subsista;
(E) a prisão preventiva poderá ser decretada nos crimes culposos punidos com pena
privativa de liberdade máxima superior a 4 anos.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(C) INCORRETA. Consoante o art. 2° da Lei 7.960/89, a prisão temporária será decretada
pelo Juiz, em face da REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL OU DE
REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
PARA REVISAR
STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).
(D) CORRETA. A redação anterior do CPP sempre foi permissiva quanto à atuação do juiz
de ofício para a decretação de medidas cautelares, incluindo a prisão.
Nada obstante, o art. 313 do CPP esclarece que não basta a presença de um dos
fundamentos da prisão preventiva, só podendo ela ser decretada em determinadas
espécies de infração penal ou sob certas circunstâncias. Com efeito, referido dispositivo
só permite a preventiva:
a) Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
anos.
b) Se o réu ostentar condenação anterior definitiva por outro crime doloso no prazo
de 5 anos da reincidência.
Apesar de não fazer referência ao elemento subjetivo, este crime deve ser doloso, pois
a prisão preventiva não se compatibiliza com os crimes culposos. Além disso, não
importará a quantidade de PPL.
_______________________________________________________________________
50. Relativamente à teoria e aos princípios que regem as nulidades no processo penal,
é CORRETO afirmar que:
(A) poderá o Ministério Público arguir nulidade para a qual tenha concorrido ou a que
haja dado causa;
(B) poderá o ato ser declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação
ou para a defesa técnica;
(E) a nulidade de um ato, uma vez declarada, não causará a nulidade dos atos que dele
sejam consequência.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja
dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a
formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. 90
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma
dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos
atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.
_______________________________________________________________________
51. Leonardo, Rubens, Diego, João e Joaquim são investigados criminalmente em
inquérito policial pelo fato de pertencerem a determinada organização criminosa
destinada à prática dos delitos de estelionato, de roubo e de extorsão.
(E) poderá o juiz receber a denúncia com fundamento somente nas declarações do
colaborador, bem como proferir sentença condenatória com base unicamente nas 91
referidas declarações.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
PARA REVISÃO
Da Colaboração Premiada
SIGILO
EFETIVA E VOLUNTARIAMENTE
• a personalidade do colaborador,
• a natureza,
• as circunstâncias,
• a gravidade e a
• repercussão social do fato criminoso e
• a eficácia da colaboração.
O MINISTÉRIO PÚBLICO, A QUALQUER TEMPO, E O DELEGADO DE POLÍCIA, NOS
AUTOS DO INQUÉRITO POLICIAL (com a manifestação do Ministério Público)
• Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade
ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
HOMOLOGAÇÃO
quais sejam:
• Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade
ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
ATENÇÃO!
RETRATAÇÃO
RESCISÃO
(C) INCORRETA.
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento
apenas nas declarações do colaborador:
I - medidas cautelares reais ou pessoais;
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime;
III - sentença condenatória.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
GABARITO: A 97
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
(A) o Ministério Público utilizar como justificativa para o não oferecimento de suspensão
condicional do processo o descumprimento do acordo de não persecução penal;
(B) o juiz oferecer de ofício proposta de transação penal ao autor do fato para infração
penal praticada sem violência ou grave ameaça, cuja pena máxima seja igual a 2 anos;
(C) o Ministério Público oferecer acordo de não persecução penal, em favor do agressor,
nos crimes praticados com violência contra a mulher por razões da condição do sexo
feminino;
(D) o Ministério Público oferecer transação penal ao autor do fato para infração penal
praticada sem violência ou grave ameaça, cuja pena mínima seja igual a 4 anos;
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Dispõe o art. 28-A, § 11 do CPP que o descumprimento do acordo de não
persecução penal poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o
eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.
Nos crimes de ação penal privada, prevalece a orientação no sentido de que cabe ao
ofendido realizá-la.
Não sendo caso de - a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e
arquivamento e com 99
tendo o investigado
- pena mínima inferior a 4 (quatro) anos*,
confessado formal e
circunstancialmente O Ministério Público poderá propor acordo de não persecução
penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.
OBSERVAÇÕES:
• O acordo será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério
Público, pelo investigado e por seu defensor.
• Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no
acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
• Para a homologação será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua
legalidade.
os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução
penal.
Havendo discordância do juiz, se entende, por simetria, que deve ser aplicada a Súmula
696 do STF.
(D) INCORRETA. Para que seja cabível a transação penal, a infração penal deve ser tida
como de menor potencial ofensivo, assim compreendidas as contravenções penais e
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com
multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvadas as hipóteses de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 89 da Lei 9.099/95. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 102
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código
Penal).
_______________________________________________________________________
54. Rômulo foi processado pelo Ministério Público pelo crime de homicídio doloso
qualificado praticado contra Remo, sendo aquele submetido a julgamento pelo Tribunal
do Júri. Durante seu interrogatório em juízo, Rômulo permaneceu em silêncio e não
respondeu às perguntas que lhe foram formuladas. Já a viúva de Remo, por intermédio
de seu advogado, foi admitida como assistente de acusação, tendo participado dos
debates.
(D) o assistente de acusação poderá exibir objeto que tiver sido juntado aos autos com
antecedência de 24 horas, sem que disso resulte nulidade;
(E) o Ministério Público e o assistente de acusação não poderão, sob pena de nulidade,
fazer referência aos depoimentos constantes dos autos que sejam prejudiciais ao
acusado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
OBS: A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a menção ao silêncio
do acusado, em seu prejuízo, no Plenário do Tribunal do Júri, é procedimento vedado pelo
art. 478, II, do Código de Processo Penal. No entanto, a mera referência ao silêncio do
acusado, sem a exploração do tema, não enseja a nulidade. (HC n. 355.000/SP, Ministro
Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 27/8/2019) (AgRg no AREsp 1558779/MT, Rel.
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, DJe 19/12/2019) (AgRg no AREsp n.
1.665.572/MG, Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe 27/11/2020). 6. Agravo
regimental improvido. (AgRg no REsp 1894634/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR,
SEXTA TURMA, julgado em 24/08/2021, DJe 31/08/2021) .
A respeito:
“Argumento de autoridade é uma falácia lógica que apela para a palavra de alguma
autoridade a fim de validar o argumento. Este raciocínio é absurdo, vista que a conclusão
baseia-se exclusivamente na credibilidade do autor da proposição e não nas razões que
ele tenha apresentado para sustentá-la. No âmbito do Júri, pode-se dizer que, ao invés
de se valer da prova constante dos autos, as partes tentam formar o convencimento dos
jurados apelando para uma anterior decisão do juiz-presidente ou do Tribunal acerca do
caso concreto. Como os jurados são pessoas leigas, geralmente desprovidas de
conhecimento técnico, podem ser facilmente influenciados no sentido da condenação
(ou absolvição) do acusado se lhes for revelado o entendimento do juiz togado acerca
do caso concreto. Daí a importância de se vedar a utilização do argumento de
autoridade.” (LIMA, Renato Brasileiro de.Manual de Processo Penal. Vol. II. Niterói:
Impetus, 2012, p. 487).
(C) CORRETA.
(E) INCORRETA. A leitura do conjunto probatório colhido nos autos não é vedada. Todos
os depoimentos, laudos e decisões constantes dos autos podem ser lidos aos jurados,
pois fazem parte dos autos e a eles têm os juízes leigos pleno acesso. O que a lei veda é
a tentativa de, tanto acusação quanto defesa, fazerem uso de tais documentos lendo-
os aos jurados 'como argumento de autoridade, que beneficiem ou prejudiquem o
acusado', como expressamente dispõe o inciso I, do artigo 478, CPP. Ou seja, tentem
persuadir os jurados a acolher determinada tese não pelo conteúdo do documento
constante dos autos, mas diante da fonte de onde o mesmo emana, autoridade, juiz ou
desembargador.
_______________________________________________________________________
(B) constitucional, pois os membros da procuradoria estadual não são remunerados sob
a forma de subsídio e podem receber verba destinada ao aperfeiçoamento profissional;
(C) inconstitucional, pois a iniciativa para projeto de lei que trate de remuneração dos
procuradores do Estado deve ser realizada pelo procurador-geral do Estado, uma vez
que a Procuradoria do Estado é órgão independente e autônomo;
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(B) como o seu pai é brasileiro e ele veio a residir no Brasil após atingir a maioridade,
deve ser considerado brasileiro nato, o que afasta a possibilidade de que seja
extraditado;
(C) a sua naturalização como cazaquistanês não afastou a vedação de que seja
extraditado, considerando a sua condição pessoal, salvo se comprovado o envolvimento
com o tráfico ilícito de substâncias entorpecentes;
(D) como ele é brasileiro nato, por ser filho de pai brasileiro, o que não foi afetado pela
sua naturalização como cazaquistanês, logo, não deve ser admitida a sua extradição,
106
qualquer que seja o crime que tenha praticado;
(E) em razão da atividade laborativa desenvolvida por seu pai na Holanda, Johansson
jamais teve nacionalidade brasileira, o que permite que seja acolhido o requerimento de
extradição, desde que não se trate de crime político ou de opinião.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
57. João foi acometido de grave patologia, que exigia internação imediata e submissão
107
a tratamento especializado, com o uso de aparelhagem própria. Após percorrer
inúmeras unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) situadas no território do Estado
Alfa, João não logrou êxito em obter a internação e o tratamento de que tanto
necessitava, pois as unidades que atendiam aos seus objetivos estavam com a sua
lotação esgotada. Por tal razão, ingressou com ação em face do Estado Alfa, requerendo
que, caso não fosse imediatamente disponibilizada a vaga de que necessitava, o juízo
determinasse a sua internação em hospital privado.
(B) a ação não deve ser conhecida, pois o SUS é um sistema articulado entre todos os
entes federativos, o que atrai a presença de um litisconsórcio passivo necessário em
ações como a de João;
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos
serviços do SUS, o Poder Público poderá cobrar do referido plano o ressarcimento que
ele teve com essas despesas. Vejamos:
Art. 32. Serão ressarcidos pelas operadoras dos produtos de que
tratam o inciso I e o § 1º do art. 1º desta Lei, de acordo com
normas a serem definidas pela ANS, os serviços de atendimento 108
à saúde previstos nos respectivos contratos, prestados a seus
consumidores e respectivos dependentes, em instituições
públicas ou privadas, conveniadas ou contratadas, integrantes
do Sistema Único de Saúde - SUS.
Desse modo, o chamado “ressarcimento ao SUS”, criado pelo art. 32 da Lei nº 9.656/98,
é uma obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de
restituir as despesas que o SUS teve ao atender uma pessoa que seja cliente e que esteja
coberta por esses planos.
Nesta toada, conforme se extrai de tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal, “o
ressarcimento de serviços de saúde prestados por unidade privada em favor de paciente
do Sistema Único de Saúde, em cumprimento de ordem judicial, deve utilizar como
critério o mesmo que é adotado para o ressarcimento do Sistema Único de Saúde por
serviços prestados a beneficiários de planos de saúde”. STF. Plenário. RE 666094/DF,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/09/2021 (Repercussão Geral – Tema 1033)
(Info 1032).
Sendo assim, correta a alternativa C, considerando que o valor de ressarcimento dos
serviços prestados, na perspectiva da saúde suplementar, deve ser o mesmo utilizado
para o ressarcimento, ao SUS, por serviços prestados a beneficiários de plano de saúde.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) em razão da união estável que mantinha com João e da proteção constitucional de
uniões dessa natureza, Maria deve dividir a pensão por morte com Joana;
(B) o fato de João ser casado no período em que viveu maritalmente com Maria impedia
a conversão dessa relação em casamento, logo, ela não pode fruir a pensão por morte;
(C) independentemente de João ser casado no período em que viveu maritalmente com
Maria, o benefício previdenciário somente seria devido caso a referida união tivesse sido
convertida em casamento;
(D) Maria terá direito à pensão por morte na medida em que João, nos períodos em que
permaneceu com ela, esteve separado de fato de Joana, o que caracteriza a interrupção
de fato do vínculo;
(E) como a pensão por morte decorre da relação jurídica mantida por João com o regime
geral de previdência social, o benefício será devido aos dependentes cadastrados, entre
os quais estará eventualmente Maria.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(D) constitucional, uma vez que compete privativamente ao Estado legislar sobre a
matéria, impondo obrigações também ao serviço público, já que os princípios da livre
concorrência e da liberdade de exercício de atividades econômicas são considerados
absolutos;
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
112
A jurisprudência do Supremo é consolidada no sentido de que lei estadual pode
estabelecer limite de tempo de espera para atendimento aos usuários e cominar
penalidades em face de descumprimento consiste em norma relativa à proteção do
consumidor:
EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL. TEMPO MÁXIMO
DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DE CONSUMIDORES EM ESTABELECIMENTOS
PÚBLICOS E PRIVADOS. PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR. FEDERALISMO COOPERATIVO.
COMPETÊNCIA NORMATIVA CONCORRENTE DA UNIÃO, DOS ESTADOS E DO DISTRITO
FEDERAL (CF, ART. 24, V). PROPORCIONALIDADE. RAZOABILIDADE. AUSÊNCIA DE
RESTRIÇÃO À LIVRE INICIATIVA. IMPROCEDÊNCIA. 1. O Estado federal instituído pela
Constituição de 1988, consubstanciado na união indissolúvel dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios (art. 1º), encerra opção pelo equilíbrio entre o poder central e
os poderes regionais na gestão da coisa pública e confere espaços de liberdade para
atuação política, reconhecidos nas prerrogativas não absolutas de autogoverno, auto-
organização e autoadministração. 2. Mesmo em se tratando da disciplina de
atendimento a usuários de serviços públicos, a jurisprudência do Supremo é sólida em
reconhecer que lei estadual a estabelecer limite de tempo de espera para atendimento
aos usuários e penalidades em face de descumprimento consiste em norma relativa à
proteção do consumidor. 3. A disposição contida na lei impugnada potencializa, no
âmbito regional, mecanismo de tutela da dignidade do consumidor, sem interferir no
regime de exploração, na estrutura remuneratória da prestação dos serviços ou no
equilíbrio dos contratos administrativos. Precedentes. 4. A livre iniciativa, embora
constitua fundamento da República (CF, art. 1º, IV), não é princípio absoluto,
concorrendo com outros direitos fundamentais e podendo sofrer limitação de lei. O
exercício da atividade econômica tem como finalidade a garantia da existência digna dos
cidadãos, conforme os ditames da justiça social, e, como baliza, a observância do
princípio da defesa do consumidor (CF, art. 170, caput e V). 5. A previsão contida na
norma questionada se revela proporcional e razoável à luz da jurisprudência desta
Corte. O exercício da atividade econômica em todos os seus processos de prestação não
pode destoar, negar concretude ou mesmo esvaziar a defesa do consumidor, de sorte
que não se afigura contrário ao Texto Constitucional o estabelecimento, por Estado-
membro, de regulamentação com o propósito de proteger o consumidor, observando-
se as particularidades locais. 6. Pedido julgado improcedente (STF, Pleno, ADI 2879, Rel.
Nunes Marques, j. 18.9.2023).
Dessa forma, correta a alternativa A.
_______________________________________________________________________
(C) constitucional, pois protege o meio ambiente e combate a poluição, ao fixar limites
máximos de ruídos e vibrações, obrigatoriedade de licenciamento mediante o
pagamento de taxa e a previsão de penalidades;
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
A Lei do Município Beta é inconstitucional, uma vez que é competência exclusiva da
União explorar os serviços de telecomunicações e, ainda, privativa a competência para
legislar sobre a implantação e o compartilhamento da infraestrutura desse setor.
Confiram o entendimento do STF sobre a matéria:
EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. FEDERALISMO. SISTEMA DE
DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS NORMATIVAS. LEI N. 11.382/2022 DO MUNICÍPIO DE
BELO HORIZONTE. IMPLANTAÇÃO E COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA DE
TELECOMUNICAÇÕES. LICENCIAMENTO. DISCIPLINA. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA
UNIÃO PARA EXPLORAR OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES E LEGISLAR SOBRE A
MATÉRIA (CF, ARTS. 21, XI, E 22, IV). 1. A forma de Estado federal instituída pela
Constituição de 1988 flexibiliza a autonomia dos entes políticos ao estabelecer o sistema
de repartição de competências materiais e normativas, alicerçado no princípio da
predominância do interesse. A partilha de atribuições fundamenta a divisão de poder
no Estado de direito, ora centralizando-o na União (arts. 21 e 22), ora homenageando
seu exercício cooperativo (arts. 23, 24 e 30, I). 2. A Carta da República é expressa quanto
à exclusividade da União para legislar sobre telecomunicações e explorar esses serviços
(arts. 21, XI; e 22, IV). Precedentes. 3. A Lei n. 11.382/2022 do Município de Belo
Horizonte/MG apresenta vício formal de inconstitucionalidade por invadir a
competência normativa privativa da União sobre a matéria. 4. Pedido julgado
procedente. (ADPF 1031, Relator(a): NUNES MARQUES, Tribunal Pleno, julgado em 18-
09-2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 03-10-2023 PUBLIC 04-10-2023) 114
Quanto à letra E, deve-se atentar que lei municipal não pode ser objeto de ADI perante
o STF, na forma do art. 102, I, a, da CF.
_______________________________________________________________________
62. Ação civil pública foi ajuizada com pedido de ressarcimento ao erário em razão de
dano ambiental por exploração irregular de minério ocorrida cerca de uma década
antes.
(B) não poderá ser ressarcido, pois a pretensão de ressarcimento ao erário decorrente
da exploração irregular do patrimônio mineral da União já está prescrita;
(D) não poderá ser ressarcido, pois a garantia da segurança jurídica e da previsibilidade
no ordenamento jurídico, nesse caso, se sobrepõe em relação ao direito fundamental
de toda a coletividade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado;
(E) poderá ser ressarcido, pois é imprescritível a pretensão de ressarcimento ao erário
decorrente da exploração irregular do patrimônio mineral da União, porquanto
indissociável do dano ambiental causado.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
63. O Art. 350 do Código Eleitoral preceitua que é crime “Omitir, em documento público
ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais: Pena – reclusão
até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão
até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é particular”.
(A) para fins do Art. 350 do Código Eleitoral, é exigido que o crime seja cometido,
necessariamente, durante o período eleitoral;
(B) o crime previsto no Art. 350 do Código Eleitoral é crime de mão própria, pois somente
pode ser praticado por eleitor, candidato ou dirigente partidário;
(C) a falsidade ideológica eleitoral é crime material, não bastando, para sua
configuração, a potencialidade do dano decorrente da falsidade do conteúdo do
documento;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. “[...] 5. Esta Corte Superior já decidiu que a doação eleitoral por meio
de caixa dois e a omissão de recursos na prestação de contas de campanha eleitoral
podem configurar o crime previsto no art. 350 do CE, não sendo exigido que a conduta
ilícita tenha sido cometida necessariamente durante o período eleitoral, porquanto a
caracterização da finalidade eleitoral está relacionada ao potencial dano às atividades–
fins desta Justiça especializada [...] 9. No caso, como a falsidade ideológica eleitoral se
deu no bojo de processo de contas de campanha prestadas ao TRE/MG, emergindo
potencialidade lesiva às atividades–fins desta Justiça especializada, a qual vela pela
legitimidade e pela normalidade do processo eleitoral para fortalecer a democracia, o
Juízo competente para a supervisão do inquérito policial é o da 335ª Zona Eleitoral de
Uberlândia/MG. 10. Conflito negativo de competência conhecido para declarar
competente o Juízo Eleitoral da 335ª Zona Eleitoral de Uberlândia/MG, o suscitante”.
(Ac. de 2.6.2020 no CC nº 060073781, rel. Min. Og Fernandes.)
116
(B) INCORRETA. Ac.-TSE, de 4.8.2011, no REspe nº 35486: a forma incriminadora fazer
inserir admite a realização por terceira pessoa – autor intelectual da falsidade
ideológica; v., em sentido contrário, Ac.-TSE, de 2.5.2006, no REspe nº 25417.
(D) CORRETA. “[...] 5. Esta Corte Superior já decidiu que a doação eleitoral por meio de
caixa dois e a omissão de recursos na prestação de contas de campanha eleitoral
podem configurar o crime previsto no art. 350 do CE, não sendo exigido que a conduta
ilícita tenha sido cometida necessariamente durante o período eleitoral, porquanto a
caracterização da finalidade eleitoral está relacionada ao potencial dano às atividades–
fins desta Justiça especializada [...] 9. No caso, como a falsidade ideológica eleitoral se
deu no bojo de processo de contas de campanha prestadas ao TRE/MG, emergindo
potencialidade lesiva às atividades–fins desta Justiça especializada, a qual vela pela
legitimidade e pela normalidade do processo eleitoral para fortalecer a democracia, o
Juízo competente para a supervisão do inquérito policial é o da 335ª Zona Eleitoral de
Uberlândia/MG. 10. Conflito negativo de competência conhecido para declarar
competente o Juízo Eleitoral da 335ª Zona Eleitoral de Uberlândia/MG, o suscitante”.
(Ac. de 2.6.2020 no CC nº 060073781, rel. Min. Og Fernandes.)
“[...]. A omissão e a inserção de informações falsas nos documentos de prestação de
contas, dado o suposto montante de despesas não declaradas, configuram, em tese,
o ilícito previsto no art. 350 do CE. [...]” (Ac. de 18.3.2008 no HC nº 581, rel. Min. Cezar
Peluso.)
(E) INCORRETA. “[...] Falsidade ideológica eleitoral (CE, art. 350). Inserção de assinaturas
falsas em lista de apoiamento para a obtenção de certidão em cartório eleitoral, com
finalidade de posterior registro de partido político. Conduta formalmente típica. [...] 1.
A conduta de fazer constar assinaturas falsas em lista de apoiamento apresentada a
cartório eleitoral preenche formalmente o elemento objetivo do tipo penal da
falsidade ideológica eleitoral (CE, art. 350). 2. Dado que a inserção das declarações
falsas teria por objetivo, segundo a denúncia, a expedição de certidão do cartório
eleitoral, para posterior obtenção de registro de partido político, há, em princípio,
especificação dos ‘fins eleitorais’ da conduta. Indicação, em tese, do elemento subjetivo
especial exigido pelo tipo penal. [...]” (Ac. de 10.2.2015 no HC nº 799457, rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura.)
_______________________________________________________________________
64. Tício pretendia ser candidato a vereador no Município Beta, pelo Partido Alfa. Mévio,
presidente do Partido Político Alfa, não permitiu que Tício participasse da convenção
partidária, alegando diversos problemas, inclusive, que ele não seria um candidato com
efetivas chances de vitória. Indignado, Tício impetrou mandado de segurança.
(A) havendo reflexos diretos no processo eleitoral, o mandado de segurança deve ser
impetrado perante a Justiça Eleitoral;
(B) o mandado de segurança, na hipótese descrita, deve ser impetrado perante a Justiça
estadual, tratando-se de ação envolvendo assunto interna corporis de partido político;
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE
SEGURANÇA. CONVENÇÃO PARTIDÁRIA. ESCOLHA DE CANDIDATOS. ANULAÇÃO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
Lei 12.016/2009
Art. 1º, § 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta
Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os
administradores de entidades autárquicas, bem como os
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.
(E) INCORRETA.
_______________________________________________________________________
65. Na forma do Art. 73 da Lei nº 9.504/1997, são proibidas aos agentes públicos,
servidores ou não, determinadas condutas, tendentes a afetar a igualdade de
oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais.
(A) é vedada, nos noventa dias que antecedem a eleição, a realização de despesas com
publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais;
119
(B) é vedada, em ano de eleição, a realização de despesas com publicidade dos órgãos
públicos federais, estaduais ou municipais;
(D) é vedado, em ano de eleição, o empenho de despesas com publicidade dos órgãos
públicos federais, estaduais ou municipais;
(E) o limite legal para publicidade institucional deverá ser a média dos gastos no primeiro
semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Lei 9.504/97
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não,
as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de
oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
(...)
VII – empenhar, no primeiro semestre do ano de eleição,
despesas com publicidade dos órgãos públicos federais,
estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da
administração indireta, que excedam a 6 (seis) vezes a média
mensal dos valores empenhados e não cancelados nos 3 (três)
últimos anos que antecedem o pleito (Inciso VII com redação
dada pelo art. 3º da Lei nº 14.356/2022.);
De acordo com o STF – ADIS 7178 e 7182, foi dada interpretação conforme a
Constituição à Lei 14.356/2022 para se estabelecer que, por força do princípio da
anterioridade eleitoral, a norma não produzirá efeitos antes das eleições de 2022.
_______________________________________________________________________
(A) realizada por juiz de direito em secretaria a ele subordinada dependerá de prévia
autorização da Corregedoria-Geral da Justiça;
120
(B) é ato direcionado à apuração de ilícito administrativo, que será descrito em portaria
do corregedor-geral da Justiça e conduzido por juiz auxiliar;
(C) quando realizada em ofício extrajudicial, terá por objeto o período anterior à
respectiva inspeção, tendo como data inicial o primeiro dia do ano;
(E) é conduzida pelo corregedor-geral da Justiça ou por agente delegado, e pode ter por
objeto a atuação de juízes de direito, secretarias ou ofícios extrajudiciais.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
_______________________________________________________________________
(B) na organização da carreira, está abaixo dos juízes de direito titulares de Vara;
(D) está no início da carreira, podendo atuar em substituição nas entrâncias inicial e
intermediária;
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 25. § 2º São Juízes de Direito Substitutos de primeiro grau
os de entrância final, quando não titulares de varas, para
substituição nas comarcas dessa categoria sediadas na Região
Metropolitana de Curitiba, na Região Metropolitana de
Londrina, na Região Metropolitana de Maringá, em Ponta
Grossa, Foz do Iguaçu,
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
_______________________________________________________________________
68. Com a vacância de determinada serventia extrajudicial notarial, em razão da morte
do titular, a autoridade competente iniciou os procedimentos necessários para a
designação do agente que responderia interinamente pela serventia.
Por não haver escrevente substituto que atendesse aos requisitos legais, a referida
autoridade consultou o Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado
do Paraná a respeito da possibilidade de designar interinamente um delegatário, para
responder pelo expediente de outra serventia, concluindo, ao fim de suas reflexões,
que:
(B) somente pode haver designação, nas circunstâncias indicadas, se houver concurso
de provas e títulos para a designação de interinos;
(C) a designação, nas circunstâncias indicadas, deve ser precedida de consulta a todos
os agentes delegados que preencham os requisitos exigidos;
(E) deve ser observada a ordem de classificação do último concurso de provas e títulos
realizado no âmbito do Estado, salvo se a validade estiver finda, o que permitirá a
designação em caráter discricionário. 123
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
Ao se inteirar da autoridade perante a qual o juiz de paz toma posse e dos requisitos a
serem preenchidos, Maria concluiu, corretamente, à luz do Código de Organização e
Divisão Judiciárias do Estado do Paraná, que a posse se dá perante:
(A) o juiz de direito com competência em matéria registral, mas ela não preenche os
requisitos exigidos, por não ser brasileira nata e não ter nível superior;
(B) o juiz diretor do Fórum, mas ela não preenche, apenas, o requisito de ter domicílio e
residência na sede da Comarca Y;
(C) o presidente do Tribunal de Justiça, mas ela não preenche, apenas, o requisito de ter 124
nível superior;
(D) o juiz de direito com competência em matéria registral, e ela preenche os requisitos
exigidos;
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(B) CORRETA.
_______________________________________________________________________
(B) por ter individualidade própria, pode demandar no Juizado Especial caso sua receita
bruta, concebida individualmente, não supere o limite para a microempresa;
(C) não pode demandar no Juizado Especial, considerando que a atuação de grupos e
conglomerados não se ajusta à ratio essendi das competências desse órgão jurisdicional;
(D) não pode demandar individualmente no Juizado Especial, caso a soma da receita
bruta de todas as sociedades empresárias do grupo supere o limite da empresa de
pequeno porte;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
ENUNCIADO 172 – Na hipótese de ficar caracterizado grupo econômico, as empresas
individualmente consideradas não poderão demandar nos Juizados Especiais caso a
receita bruta supere o limite para a Empresa de Pequeno Porte. (49.º Encontro – Rio
de Janeiro – RJ).
Para corrigir essa distorção, o FONAJE aprovou o Enunciado n. 172, estabelecendo que,
na presença de um grupo econômico, as empresas individualmente consideradas não
podem recorrer aos Juizados Especiais se a receita bruta ultrapassar o limite
126
estabelecido para Empresas de Pequeno Porte, conforme o art. 3o, II, da Lei
Complementar n. 123/2006.
_______________________________________________________________________
BLOCO III
Direito Empresarial, Direito Tributário, Direito Ambiental, Direito
Administrativo, Direito Previdenciário, Noções Gerais de Direito e
Formação Humanística
71. Uma das inovações da reforma falimentar promovida pela Lei nº 14.112/2020 foi a
previsão de apresentação de plano alternativo pelos credores, em caso de rejeição do
plano apresentado pelo devedor na assembleia de credores que tiver por objeto
deliberar sobre ele.
(B) deverá ter o apoio por escrito de credores que representem, cumulativamente, mais
de 25% dos créditos totais sujeitos à recuperação judicial e, no mesmo percentual, dos
créditos presentes à assembleia-geral que rejeitou o plano do devedor;
(C) poderá prever isenção das garantias pessoais prestadas por pessoas naturais ou
jurídicas em relação aos créditos a serem novados, permitidas ressalvas de voto; 127
(D) poderá prever a capitalização de créditos, porém com manutenção do controle da
recuperanda, sendo, em razão disso, vedado o exercício do direito de retirada pelo
sócio;
(E) não poderá imputar aos sócios da recuperanda obrigações novas, não previstas em
lei ou em contratos anteriormente celebrados.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Conforme previsto no art. 56, §6º, inciso II, da LFRE deve ser
apresentado o laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor,
ao contrário do que afirma a assertiva.
(B) INCORRETA. A assertiva contraria o previsto no art. 56, §6º, inciso III, da LFRE.
(D) INCORRETA. O direito de retirada pelo sócio devedor é permitido, conforme o art.
56, §7º, da LFRE.
(E) CORRETA. Assertiva correta, reproduzindo a inteligência do art. 56, §6º, inciso IV, da
LFRE.
_______________________________________________________________________
(B) a criação de classe de ações ordinárias com voto plural depende do voto favorável
de acionistas que representem metade, no mínimo, do total de votos conferidos pelas
ações com direito a voto, vedada exigência de quórum maior em companhias abertas;
(C) tal qual as ações preferenciais de classe especial, as ações ordinárias com voto plural
serão de classe única e assegurarão a seus titulares dividendo prioritário, no mínimo,
10% maior do que o atribuído a cada ação ordinária comum;
(D) nas companhias fechadas, a aprovação da criação de classe de ações ordinárias com
voto plural ou a alteração nos direitos e vantagens dos acionistas assegura aos
dissidentes da deliberação o direito de retirada mediante reembolso do valor de suas
ações;
(E) a criação de qualquer classe de ações ordinárias com atribuição de voto plural
encontra na lei de sociedades por ações o limite máximo de dez votos por ação
ordinária.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A Lei da S/A prevê a criação de ações ordinárias com voto plural em
companhias abertas e fechadas.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA. As ações ordinárias com voto plural serão de uma ou mais classes,
conforme o art. 110-A da Lei das Sociedades por Ações. 129
(D) INCORRETA. Na realidade, só é permitido no caso da votação para adoção de ações
com voto plural, não cabendo para a alteração nos direitos ou vantagens.
(E) CORRETA. Assertiva está correta e encontra fundamento no art. 110-A, “caput”, da
Lei da S/A.
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_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Assertiva correta, com fundamento no art. 114-A da Lei 11.101/2005.
_______________________________________________________________________
74. Cooperativa de Guaratuba ajuizou ação em face de Cândido Toledo para cobrança
de Cédula de Produto Rural (CPR) de liquidação física emitida por este em favor da
primeira.
(B) acolher apenas a alegação da cláusula não à ordem, pois na CPR deve constar, como
requisito essencial, a cláusula à ordem;
(C) acolher apenas a alegação do pagamento em prestação única, pois esta cláusula
desnatura a CPR e sua causa debendi;
(D) rechaçar todas as alegações, pois a CPR pode ser emitida com cláusula não à ordem;
é lícito estipular pagamento em parcela única, bem como a descrição dos bens em
garantia pode ser feita de forma simplificada;
(E) acolher apenas a alegação da descrição simplificada dos bens dados em garantia,
pois os bens vinculados ao pagamento devem ser descritos de forma completa e
especializada no corpo do próprio título.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS 131
_______________________________________________________________________
75. Álvaro, residente em Curitiba, já aposentado, resolve doar para sua filha Nara as
cotas de participação que tem na empresa Tudo Meu Ltda., localizada em Apucarana.
Nara mora e trabalha em Aracaju (Sergipe), mas tem residência em Curitiba.
(E) no Paraná, mas doações para filho(a) de cotas de sociedade são isentas no Estado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
O local de pagamento do tributo é no Paraná (CF/88, art. 155, §1º, inciso II). Quem deve
pagar é a donatária, ou seja, quem recebe a doação, conforme previsto no art. 14, inciso
II, da Lei Estadual 17.740/2013 do Paraná.
_______________________________________________________________________
(A) havendo autorização pelo Confaz, o benefício concedido pelo Estado X é válido,
contudo, considerando que não houve efetivo recolhimento, à luz do princípio da não
cumulatividade, poderá o Estado Y cobrar 13% do Supermercado Vende Bem;
(B) mesmo havendo autorização pelo Confaz, o benefício concedido pelo Estado X viola
o princípio constitucional da não cumulatividade, podendo o Estado Y realizar o estorno
proporcional dos créditos e cobrar 6% da indústria Carnes Saudáveis S/A, de forma a
minimizar os efeitos da guerra fiscal;
(C) lei do Estado Y que não admita o crédito presumido instituído por lei do Estado X
sem autorização pelo Confaz é inconstitucional por não caber a ente da federação se
imiscuir em papel do Poder Judiciário, a quem compete o controle de
constitucionalidade;
(D) é constitucional lei do Estado Y que zele pela harmonia do pacto federativo e
determine o estorno proporcional do crédito de ICMS concedido pelo Estado X em
operação precedente quando não houver autorização do benefício pelo Confaz;
(E) o Supermercado Vende Bem não poderá ter seus créditos de ICMS glosados pelo
Estado Y, caso o benefício tenha sido instituído sem autorização pelo Confaz, pelo fato
de a exigência de que ele se responsabilize por benefícios de seu fornecedor afrontar a
segurança jurídica.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
A tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal estabeleceu que “o estorno proporcional
de crédito de ICMS efetuado pelo Estado de destino, em razão de crédito fiscal
presumido concedido pelo Estado de origem sem autorização do Conselho Nacional de
Política Fazendária (CONFAZ), não viola o princípio constitucional da não
cumulatividade”.
_______________________________________________________________________
77. A empresa Lunares Participações Ltda. foi constituída tendo como objeto social a 133
participação societária em outras empresas e capital social de R$ 50 mil. Seus dois
sócios, cada um detentor de 50% das cotas, integralizaram o capital da seguinte forma:
Alberto integralizou um apartamento no valor de R$ 55 mil e R$ 5 mil em dinheiro e
Antônio integralizou três lojas no valor de R$ 50 mil.
(A) sobre o valor do capital social a ser integralizado em dinheiro incide ITD e sobre o
valor a ser integralizado em imóveis incide ITBI;
(B) há imunidade sobre o valor do capital social a ser subscrito integralizado em dinheiro
e incide ITBI sobre o valor a ser integralizado em imóveis;
(D) sobre os bens e valores destinados à integralização do capital social a ser subscrito
incide ITD;
(E) há imunidade até o limite do valor do capital social, incidindo ITBI sobre o valor dos
imóveis que superar o valor do capital a ser subscrito.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Esta questão versa sobre o Tema 796 do STF, que fixou entendimento de que a
imunidade em relação ao ITBI, “prevista no inciso I do § 2º do art. 156 da Constituição
Federal, não alcança o valor dos bens que exceder o limite do capital social a ser
integralizado”.
_______________________________________________________________________
78. A empresa X, sediada em Ponta Grossa, foi contratada pela Prefeitura de Paranaguá
para a conservação de vias e logradouros públicos e também para corte e poda de
árvores.
Quanto a apenas este contrato, o imposto que irá incidir e o(s) ente(s) federativo(s) para 134
o(s) qual(is) será(serão) devido(s), respectivamente, são:
(A) Imposto de Serviços de Qualquer Natureza para Ponta Grossa em relação ao corte e
poda de árvores, e para Paranaguá, quanto à conservação de vias e logradouros
públicos;
(B) Imposto de Serviços de Qualquer Natureza para Ponta Grossa em relação ao corte e
poda de árvores e à conservação de vias e logradouros públicos;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Questão exigindo o conhecimento da Lei Complementar 116/2003, sem possibilidade
de recurso.
_______________________________________________________________________
79. Arthur, morador de determinada cidade no Paraná, tem dívidas com o Município do
135
IPTU do imóvel de sua propriedade no valor de R$ 10.000,00 desde 2020, de taxa de
coleta de lixo no valor de R$ 2.400,00 desde 2021, além do imóvel de seu filho, Everton,
de 16 anos, que também tem dívidas de IPTU desde 2019 no valor de R$ 6.200,00.
(A) IPTU do imóvel próprio, IPTU do imóvel do filho e taxa de coleta de lixo em razão da
ordem decrescente dos montantes e pela prioridade dos impostos em relação às taxas;
(B) IPTU do imóvel do filho, IPTU do imóvel próprio e taxa de coleta de lixo pela ordem
crescente dos prazos de prescrição e pela prioridade dos impostos em relação às taxas;
(C) taxa de coleta de lixo, IPTU do imóvel do filho e IPTU do imóvel próprio pela ordem
crescente dos montantes e pela prioridade dos impostos em relação às taxas;
(D) IPTU do imóvel próprio, taxa de coleta de lixo e IPTU do imóvel do filho pela
prioridade aos débitos por obrigação própria e depois como responsável tributário,
inexistindo prioridade entre taxas e impostos;
(E) taxa de coleta de lixo, IPTU do imóvel próprio e IPTU do imóvel do filho pela
prioridade aos débitos por obrigação própria e depois como responsável tributário e das
taxas em relação aos impostos.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Nesse contexto, foi editada a Lei nº 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre
Mudança do Clima (PNMC). Tal diploma legal elenca uma série de diretrizes da PNMC,
EXCETO:
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) CORRETA.
(C) CORRETA.
(E) INCORRETA.
_______________________________________________________________________ 138
81. O Estado Delta editou lei instituindo a Política Estadual de Desenvolvimento
Sustentável da Pesca, objetivando promover o desenvolvimento sustentável da
atividade pesqueira como forma de promoção de programas de inclusão social, de
qualidade de vida das comunidades pesqueiras, de geração de trabalho e renda e de
conservação da biodiversidade aquática para o usufruto desta e das gerações futuras.
No referido diploma legislativo, consta norma que dispõe que é proibida a pesca
mediante a utilização de toda e qualquer rede de arrasto tracionada por embarcações
motorizadas, em todo o território do Estado Delta, incluindo as 12 milhas náuticas da
faixa marítima da zona costeira do Estado.
(D) constitucional, uma vez que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre pesca, fauna, conservação da natureza, defesa dos
recursos naturais e proteção do meio ambiente;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
139
Ementa Ação direta de inconstitucionalidade. Estado do Rio Grande do Sul. Proibição da
prática da pesca de arrasto tracionada por embarcações motorizadas na faixa marítima
da zona costeira gaúcha (Lei estadual nº 15.223/2018). Competência concorrente
suplementar dos Estados-membros em tema de pesca e proteção ambiental (CF, art.
24, VI). Direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF, art.
225). Precedente específico do Plenário desta Corte. 1. Impugna-se a
constitucionalidade da vedação estadual à pesca de arrasto motorizado no mar
territorial da zona costeira gaúcha, ao fundamento de afronta à competência do
Congresso Nacional para “legislar sobre bens de domínio da União” (CF, art. 20, VI, e 48,
V). 2. Ao atribuir o domínio do mar territorial brasileiro à União (CF, art. 20, VI) a
Constituição outorgou-lhe a titularidade sobre esse bem público essencial e, ao
mesmo tempo, submeteu o território marítimo ao regime de direito público
exorbitante do direito comum, de modo a atender, com adequação e eficiência, às
finalidades públicas a que está destinado. 3. A relação de dominialidade sobre os bens
públicos não se confunde com o poder de dispor sobre o regime jurídico de tais bens.
As competências legislativas não decorrem, por implícita derivação, da titularidade
sobre determinado bem público, mas do sistema constitucional de repartição de
competências, pelo qual os entes da Federação são investidos da aptidão para editar
leis e exercer a atividade normativa. 4. O domínio da União (CF, art. 20) não se confunde
com seu território. Compreendido como âmbito espacial de validez de uma ordem
jurídica (Kelsen), o território da União se estende por todo o espaço terrestre, aéreo e
marítimo brasileiro, sobrepondo-se ao território dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de modo que, embora integrando o domínio da União, o mar territorial
brasileiro situa-se, simultaneamente, no espaço territorial da União, dos Estados
costeiros e dos municípios confrontantes, sujeitando-se, ao mesmo tempo, a três ordens
jurídicas sobrepostas: a legislação federal (ou nacional), estadual e municipal. 5. Não
cabe à União opor a soberania — cuja titularidade é exclusiva do povo brasileiro (CF, art.
1º, parágrafo único), no plano interno, e da República Federativa do Brasil, na esfera
internacional (CF, art. 4º) — contra o Estado do Rio Grande do Sul. Entre a União e o
Estado gaúcho não existe hierarquia, subordinação ou dependência, mas apenas
autonomia. 6. A competência da União para dispor sobre os “limites do território
nacional” (CF, art. 48, V) refere-se apenas aos limites com países estrangeiros, não aos
limites entre o chamado “território da União” e os demais entes da Federação. A
legislação estadual impugnada não alterou os limites do território nacional, cuja
definição resulta da legislação nacional (Lei nº 8.617/1993), editada conforme as
diretrizes da Convenção de Montego Bay (Decreto nº 99.165/90). 7. O Plenário desta
Suprema Corte reconhece a plena validade jurídico-constitucional da vedação estadual
à prática da pesca de arrasto no território marítimo dos Estados situados na zona
costeira, forte no art. 24, VI, da Carta Política, no que assegura à União, aos Estados e
ao Distrito Federal, competência para legislar concorrentemente sobre pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa dos recursos naturais e proteção do meio ambiente.
Precedente específico (ADI 861, Rel. Min. Rosa Weber, Pleno, j. 06.3.2020, DJe
05.6.2020). 8. A Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável da Pesca
riograndense (Lei estadual nº 15.223/2018) observa estrita conformação com as
diretrizes e normas gerais da Política Nacional de Pesca e Aquicultura da União (Lei nº
11.959/2009), cujo texto normativo veda expressamente no território marítimo
brasileiro a prática de toda e qualquer modalidade de pesca predatória (art. 6º). 9.
Legitima-se, ainda, a legislação estadual questionada, em face da LC nº 140/2011, pela
140
qual a União disciplinou as formas de cooperação com os Estados nas ações
administrativas decorrentes do exercício das competências comuns relativas à proteção
do meio ambiente, ao combate à poluição, à preservação da fauna e da flora, inclusive
marinha (CF, art. 23, VI e VII), delegando competência material aos Estados para
formularem suas próprias Políticas Estaduais de Meio Ambiente, notadamente para
exercerem o controle ambiental da pesca em âmbito estadual (art. 8º, XX). 10. O Projeto
REBYC II-LAC (extinto desde 2020) não ostenta a forma de acordo ou tratado
internacional, não possui estatura positiva de lei, nem constitui parâmetro de controle
de constitucionalidade das leis nacionais. Trata-se de convênio de intercâmbio de
aprendizagem e experiência, firmado entre seis Estados partes da FAO, destinado a
contribuir com o aprimoramento das legislações nacionais internas, não
consubstanciando, por si mesmo, marco regulatório algum para a disciplina jurídica da
atividade pesqueira. 11. A livre iniciativa (CF, art. 1º, IV e 170, caput) não se revela um
fim em si mesmo, mas um meio para atingir os objetivos fundamentais da República,
inclusive a tutela e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações
(CF, art. 225). 12. Ação conhecida e pedido julgado improcedente.
(ADI 6218, Relator(a): NUNES MARQUES, Relator(a) p/ Acórdão: ROSA WEBER, Tribunal
Pleno, julgado em 03/07/2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 18-08-2023
PUBLIC 21-08-2023)
_______________________________________________________________________
Nesse contexto, todas as normas da citada lei abaixo relacionadas foram declaradas
constitucionais pelo STF, EXCETO a seguinte, que foi objeto de interpretação conforme
a Constituição:
(B) a renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de
cento e vinte dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental competente;
(D) os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, em algumas hipóteses, como, inexistindo
órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve
desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação;
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(...) 15. Procedência parcial da ação direta para conferir interpretação conforme à
Constituição Federal: (I) ao § 4º do art. 14 da Lei Complementar nº 140/2011 para
estabelecer que a omissão ou mora administrativa imotivada e desproporcional na
manifestação definitiva sobre os pedidos de renovação de licenças ambientais
instaura a competência supletiva dos demais entes federados nas ações
administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, como previsto no art.
15 e (II) ao § 3º do art. 17 da Lei Complementar nº 140/2011, esclarecendo que a
prevalência do auto de infração lavrado pelo órgão originalmente competente para o
licenciamento ou autorização ambiental não exclui a atuação supletiva de outro ente
federado, desde que comprovada omissão ou insuficiência na tutela fiscalizatória.
(STF; ADI 4.757; DF; Tribunal Pleno; Relª Min. Rosa Weber; Julg. 13/12/2022; DJE
17/03/2023)
_______________________________________________________________________
83. De acordo com o Art. 2º da Lei nº XX/2023 do Município Ômega, “o Prefeito, o Vice-
Prefeito, os Vereadores e os servidores municipais, bem como as pessoas ligadas a
qualquer deles por matrimônio ou parentesco, afim ou consanguíneo, até o terceiro
grau inclusive, ou por adoção, não poderão contratar com o Município, subsistindo a
proibição até seis meses após findas as respectivas funções”.
(B) inconstitucional, pois o Município não detém competência para legislar sobre
nepotismo, contratos administrativos e licitações;
(C) constitucional, devendo, porém, ser excluída a interpretação que veda contratações
com pessoas vinculadas a servidores que não exercem cargo em comissão ou função de
confiança;
(E) constitucional, pois compete aos Municípios legislar sobre normas gerais e
específicas de contratação e licitação com o poder público municipal.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Em 2012, o STF entendeu não usurpar a competência da União para editar normas gerais
sobre licitação e contratos a norma municipal que, no interesse local, estabelece
restrições a contratações públicas com parentes de agentes políticos e de servidores
municipais, vindo ao encontro dos princípios da moralidade, impessoalidade e
eficiência. Eis a ementa:
143
Agora em 2023, no âmbito do RE n.º 910.552/MG (Repercussão Geral – Tema 1001), o
STF reafirmou essa competência legislativa “complementar” dos Estados e Municípios
em matéria de licitações e contratos, bem como a extensão da vedação ao nepotismo
às contratações públicas, mas temperando o entendimento anterior, para estabelecer
que devem ser excluídos da proibição os parentes de servidores públicos que não
ocupem cargo em comissão ou função de confiança, porquanto não seria possível
presumir tal suspeição na contratação de pessoas ligadas a servidores que não exercem
nenhuma função de direção, chefia ou assessoramento e que, por isso, não possuem
meios de influenciar os rumos das licitações e contratações do ente. Vejamos:
84. A companhia Z S/A foi contratada após regular processo licitatório pelo Estado Alfa
para prestar serviços de manutenção de aparelhos de ar-condicionado. João, dirigente
da companhia, oferece dez mil reais à fiscal do contrato, Regina, para que ela ateste a
troca dos filtros desses aparelhos que, na realidade, não foi efetuada. Regina, indignada,
recusa-se a receber a quantia e comunica o fato à autoridade competente, que instaura
procedimento administrativo para apurar a conduta da companhia e de João.
(D) João não cometeu ilícito, pois não ocorreu a efetiva lesão ao erário, dada a recusa
de Regina;
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(C) a contratação direta por dispensa, uma vez que essa contratação envolve
transferência de tecnologia de produto estratégico ao Município de RLT;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Nos termos do inciso XLII do art. 6º da Lei Federal n.º 14.133/2021, o diálogo
competitivo é “modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais
alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar
proposta final após o encerramento dos diálogos”.
_______________________________________________________________________
86. O Palácio da Liberdade, o Museu Escola Alfredo Andersen e o Palacete do Batel são
exemplos de bens tombados situados na Cidade de Curitiba.
(B) nenhuma venda judicial se poderá realizar sem que, previamente, os titulares do
direito de preferência sejam disso notificados judicialmente, não podendo os editais de
147
praça ser expedidos, sob pena de nulidade, antes de feita a notificação;
(C) patrimônio histórico e artístico nacional é o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, por sua vinculação a
fatos memoráveis da história do Brasil ou por seu excepcional valor arqueológico ou
etnográfico, bibliográfico ou artístico;
(D) não estão sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e
paisagens que tenham sido alterados pela natureza ou agenciados pela indústria
humana, assim como os bens públicos dominiais, especiais ou de uso comum;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
87. Por meio de sua Secretaria de Licenciamento, o Município de Águas Termais emitiu
alvará de localização e funcionamento à empresa XLO Ltda. para desenvolver atividade
de serviço de alimentação exclusivamente por entrega, sem atendimento físico no local
(dark kitchen). Sabe-se que o processo administrativo foi conduzido de modo regular e
que a liberação se deu pela interpretação do Art. 6º do Código de Posturas e de
Atividades Urbanas do Município de Águas Termais, que traz a listagem dos documentos
que devem ser apresentados para obtenção do alvará de localização e funcionamento:
para a autoridade competente, há o dever-poder de liberação mediante a entrega de
todos os documentos exigidos pelo Art. 6º. Seis meses após a concessão do alvará e com
a empresa XLO Ltda. já em pleno funcionamento, o prefeito exonerou o secretário de
Licenciamento e fez nova indicação para o cargo. O novo secretário, contrário às dark
kitchens, decide invalidar o alvará de localização e funcionamento concedido à empresa
XLO Ltda. porque considerou ilegal a decisão anterior. Na sua interpretação, o Art. 6º do
Código de Posturas e de Atividades Urbanas do Município de Águas Termais não
determinaria uma decisão de natureza vinculante, mas discricionária, sendo devida a
negativa da liberação porque as dark kitchens são contrárias ao interesse público.
(B) legal, pois atos públicos de liberação, como alvará de localização e funcionamento,
são invariavelmente discricionários;
(C) legal, pois as dark kitchens apenas poderiam ser exercidas por particulares mediante
delegação pública, tendo em vista o seu potencial de impacto no sossego e nos direitos
de vizinhanças;
(D) ilegal, pois ao novo secretário de Licenciamento não seria devida a mudança de
entendimento sobre o Art. 6º do Código de Posturas e de Atividades Urbanas do
Município de Águas Termais;
(E) ilegal, pois a mudança de interpretação não pode gerar efeitos retroativos para
alcançar o alvará de localização e funcionamento da empresa XLO Ltda.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
149
Com fundamento no princípio da segurança jurídica, o art. 24 da LINDB (Decreto-Lei n.º
4.657/1942) estabelece que “A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época,
sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem
inválidas situações plenamente constituídas”.
_______________________________________________________________________
88. A região dos Campos Gerais, localizada no Centro-Sul do Estado do Paraná, é repleta
de belezas naturais, dentre as quais se destacam o Parque Estadual da Vila Velha, a
Lagoa Dourada e a Cachoeira Buraco do Padre. Com o intuito de promover e fomentar
o turismo local, o Estado do Paraná e diversos Municípios da região celebraram contrato
de consórcio, que prevê: (I) a sujeição de seus servidores ao regime estatutário do
Estado do Paraná; (II) a contratação de fornecedores estritamente pelas regras de
Direito Privado; (III) a prerrogativa de emissão, pelo consórcio, de documento de
cobrança de preço público pela outorga de uso de bens públicos administrados. O
Ministério Público paranaense ajuíza ação civil pública em que pede a declaração de
invalidade dessas três cláusulas, por violação a dispositivos da Lei federal nº
11.107/2005.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Com fundamento no art. 241 da CF/88, foi editada a Lei Federal n.º 11.107/2005, a qual
dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos.
Os consórcios públicos se destinam à realização de objetivos interesse comum dos entes
consorciados.
Os objetivos e as competências administrativas dos consórcios públicos são descritos
em seu instrumento contratual, sempre respeitados os limites constitucionais.
O art. 2º da Lei Federal n.º 11.107/2005 enuncia algumas das competências
administrativas dos consórcios públicos, in verbis: 150
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados
pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os
limites constitucionais.
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público
poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza,
receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público,
promover desapropriações e instituir servidões nos termos de
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse
social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos
entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos de
cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou
outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou,
mediante autorização específica, pelo ente da Federação
consorciado.
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão,
permissão ou autorização de obras ou serviços públicos
mediante autorização prevista no contrato de consórcio público,
que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão,
permissão ou autorização e as condições a que deverá atender,
observada a legislação de normas gerais em vigor.
I. Ofensa ao art. 39 da CF/88, que estabelece que o regime jurídico (único) dos
servidores públicos municipais é instituído por lei formal do próprio ente.
II. Violação do inciso XXI do caput do art. 37 da CF/88, que estabelece o princípio
licitatório como regra para as contratações públicas.
III. Art. 2º, § 2º, da Lei Federal n.º 11.107/2005.
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89. Lei do Estado Y, de iniciativa do Tribunal de Contas local, prevê a criação de dez
cargos de procurador (advogado) daquela Corte de Contas, a serem providos por
candidatos aprovados em concurso público de provas e títulos, com participação da
Ordem dos Advogados do Brasil.
(A) vedada, por implicar violação ao Art. 132 da Constituição da República, que impõe a
unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal pelas
Procuradorias do Poder Executivo; 151
(B) vedada, porque o Ministério Público de Contas é o órgão responsável pela
representação judicial dos Tribunais de Contas, conforme dispõe o Art. 130 da
Constituição da República;
(C) permitida, mas, no caso, a lei é inconstitucional, pois a iniciativa para a criação da
Procuradoria é privativa do governador do Estado Y, já que se trata de lei que criou cargo
público;
(D) permitida, pois o Tribunal de Contas tem as prerrogativas de cobrar multas e débitos
por meio de Procuradoria própria e de oferecer contestação em todas as ações de rito
comum ajuizadas por servidores do mesmo Tribunal;
(E) permitida, pois o Tribunal de Contas tem autonomia constitucional, sendo admitida
a criação, por lei, de órgão próprio de assessoramento e representação judicial, em
defesa das prerrogativas da instituição.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Via de regra, tendo em vista a ausência de personalidade jurídica das
cortes de contas, elas são representadas e assessoradas juridicamente pela mesma
instituição encarregada da representação judicial da pessoa jurídica em cuja estrutura
se inserem (AGU/PGE’s/PGM’s). Entretanto, de acordo com o STF, é possível a existência
de Procuradoria do Tribunal de Contas, órgão com atribuições de representação judicial
e de defesa dos atos e das prerrogativas da Corte de Contas (STF. Plenário. ADI 1557,
Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 31/03/2004).
(B) INCORRETA. Art. 129, IX, da CF/88: são vedadas ao MP a representação judicial e a
consultoria jurídica de entidades públicas.
(C) INCORRETA. De acordo com os arts. 73 e 75, c/c o art. 96, todos da CF/88, os tribunais
de contas gozam das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui,
essencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo legislativo que pretenda
alterar sua organização e funcionamento.
(D) INCORRETA. As decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou multa
têm eficácia de título executivo, mas não podem ser executadas por iniciativa do próprio
Tribunal (STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016).
(E) CORRETA. STF. Plenário. ADI 1557, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 31/03/2004.
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90. Por determinação de José Goiaba, prefeito do Município da Boa Fruta, em todas as 152
obras municipais foram apostas placas confeccionadas com recursos do erário local,
contendo a seguinte inscrição: “Governo Zé Goiaba: o melhor da Boa Fruta”.
(A) lícito, pois os agentes políticos têm o dever de divulgar as obras e prestar contas de
sua administração;
(C) ilícito e punível com multa e proibição de contratar com o poder público por prazo
não superior a quatro anos;
(D) ilícito e punível com perda da função pública e suspensão dos direitos políticos até
doze anos;
(E) ilícito e punível com perda da função pública e suspensão dos direitos políticos até
catorze anos.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Por sua vez, o inciso XII do caput do art. 11 da Lei Federal n.º 8.429/1992 (Lei de
Improbidade Administrativa) fixa que “Constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública [...] praticar, no âmbito da
administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que contrarie o
disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras,
de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos”.
Finalmente, é o art. 14 da LIA que explicita as sanções cabíveis por tipo de ato de
improbidade administrativa. Vejamos o esquema a seguir:
Atos de
153
Sanções
improbidade
Note-se que o ato de improbidade por violação aos princípios da administração pública
não admite a aplicação das sanções de perda da função pública e de suspensão dos
direitos políticos. É possível, contudo, a imposição do ressarcimento integral do dano,
justamente quando houver lesão ao patrimônio público, mas não ao erário (conceito
estritamente financeiro).
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GABARITO:
COMENTÁRIOS
(A) constitucional, pois compete privativamente aos Estados legislar sobre meio
ambiente;
(E) constitucional, pois compete privativamente aos Estados legislar sobre energia
elétrica e recursos hidrelétricos.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
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(C) no caso de servidor público do Estado do Paraná, ainda que comissionado, não
haverá direito à aposentadoria especial na hipótese de exposição a agentes insalubres, 157
haja vista a extinção desse tipo de prestação pela reforma previdenciária apontada;
(D) todos os Estados brasileiros, desde a aludida reforma previdenciária, já contam com
sistemas de previdência complementar para servidores ocupantes de cargo público de
provimento efetivo, mediante vinculação opcional à Fundação de Previdência
Complementar do Servidor Público da União;
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A Emenda Constitucional n.º 103/2019 prevê a instituição, por lei de
iniciativa de cada ente (U, E, DF, M), do regime de previdência complementar para os
seus servidores públicas. A emenda traz regras gerais para esfera federal, mas, cada ente
política, por meio da sua lei, irá prever regras próprias.
(D) INCORRETA. Em teses, todos os entes políticos deveriam criar sua previdência
complementar em no máximo 2 anos após a publicação da EC n.º 103/2019, até
13/11/2021. Em todos caso, não existe possibilidade de vinculação com a fundação de
previdência complementar dos servidores da Uniao.
(E) INCORRETA. As normas gerais sobre previdência complementar dos servidores não
prevê segregação da massa de segurados. Para combater o déficit previdenciário, deve-
se adotar contribuições extraordinárias.
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(B) caso Humberto venha a falecer, tendo como único dependente filho com deficiência
intelectual, este poderá qualificar-se à pensão por morte, cabendo ao regime estadual
aplicar, por analogia, as regras do RGPS para fins de avaliação da deficiência;
(D) caso Humberto abandone a atividade privada que exercia em concomitância com a
função pública, poderá averbar o tempo privado junto ao regime previdenciário estatal,
de forma a produzir incremento em seu tempo de contribuição;
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Humberto é servidor e exerce atividade privada, logo, será vinculado ao
RPPS estadual e ao RGPS.
Com isso, os RPPS, e diversos momentos, pode aplicar, por analogia, as regras presentes
no RGPS.
(C) INCORRETA. A questão não informa, mas, acredito que Humberto exerce atividade
remunerada junto a uma empresa, como empregado. Nessa condição, ele não é o
responsável tributário pelos descontos previdenciários em prol do RGPS, mas o seu
empregador, que irá descontar tais valores na fonte.
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(B) o Tribunal de Contas do Estado do Paraná, por meio do Acórdão TCE PR nº 848/2022,
deliberou, por unanimidade, pela validade integral das regras transitórias de
aposentadoria das Emendas Constitucionais nº 41/2003 e 47/2005 em definitivo,
mediante a necessária proteção da confiança legítima;
(E) a discussão travada pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, por meio do
Acórdão TCE PR nº 848/2022, também assegurou a servidores que ocupam, com
exclusividade, cargos estaduais em comissão, o direito a benefícios previdenciários
oriundos das Emendas Constitucionais nº 41/2003 e 47/2005.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA. Em decisão por maioria absoluta decidiu que possível a concessão de
aposentadoria e abono de permanência fundamentados nos arts. 2º, 6º e 6-A, da
Emenda Constitucional 41/03 e no art. 3º, da Emenda Constitucional 47/05 aos
segurados do Regime Próprio de Previdência do Social do Estado do Paraná que
preencheram os requisitos necessários até 09/03/21, data anterior à publicação da Lei
Complementar Estadual n° 233, tendo em vista o que dispõe o art. 1º, inciso III, art. 35,
inciso III e art. 36, inciso II, da Emenda Constitucional 103/19, combinado com o art. 1°
e art. 3°, da Emenda Constitucional Estadual 45/19, combinado com o art. 1°, inciso III,
art. 4º e art. 5°, inciso I, da Lei Estadual 20.122/19.
(C) INCORRETA.
(E) INCORRETA. Extrai-se, portanto, que, em que pese sejam efetivos e comissionados
esses servidores públicos, não integram eles a mesma espécie. Muito pelo contrário: há
diferenças significativas entre um grupamento e outro, daí por que não procede a
afirmação de que as disposições relativas à previdência insculpidas no art. 40 da Lei
Maior também se aplicariam aos ocupantes de cargos em comissão em virtude de esses
últimos se classificarem como servidores públicos.
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(A) a visita guiada a todas as comarcas que estão sob a alçada daquele determinado
Tribunal;
161
(B) o conhecimento da direção do Tribunal e a integração com as autoridades dos
demais Poderes de Estado;
(C) a prolação de sentenças em, no mínimo, 10% dos processos que conformam o
estoque da Comarca da capital;
(E) a realização de uma bateria de exercícios físicos para verificar a disposição física e
saúde do vitaliciando.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) o ajuizamento de ações judiciais que é feito por partidos políticos com representação
no Congresso Nacional;
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
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Segundo Jeremy Bentham, a ética utilitarista está baseada no Princípio da Utilidade, que
afirma que:
(A) toda ação deve ser aprovada ou rejeitada em função da sua tendência de aumentar
ou reduzir o bem-estar das partes afetadas pela ação;
(B) a utilidade consiste em fazer o que é vantajoso para a administração pública, a fim
de preservar o erário e os interesses do governo;
(C) é preciso agir como se a humanidade existente em ti e no outro seja sempre tomada
como um fim em si mesmo e nunca como um meio;
(D) toda ação pública é útil à sociedade na medida em que resulta de um amplo processo
de debate público, com igual direito de manifestação;
(E) deve ser considerada justa a ação que promove a garantia dos direitos de cada
indivíduo, pois esses são invioláveis na sua esfera moral e jurídica.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
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(A) julgar procedente o pedido, uma vez que se trata de violação de direitos humanos;
(B) determinar que a autoridade policial responsável seja ouvida para avaliar se houve
ou não negligência no caso concreto;
(C) julgar improcedente o pedido, pois não basta haver violação dos direitos humanos,
é necessário que seja grave violação;
(E) considerar inepta a petição inicial, pois foi proposta por parte ilegítima perante um
juízo que não possui competência sobre a matéria.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Dispõe a CF/88:
Art. 109.
(...)
§5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
165
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte,
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.
A banca alega que a alternativa correta é a letra (E). No entanto, não é caso de uma
petição inepta, pois, conforme estabelece o art. 330, § 1º, do CPC, considera-se inepta a
petição inicial nos seguintes casos:
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
(...)
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais
em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
Nesse sentido, a ilegitimidade e a incompetência do juízo não configuram hipóteses de
inépcia da inicial.
No caso em questão, a conduta adequada do juiz seria de, reconhecendo a
incompetência, declinar os autos para o STJ (art. 64, §3º, do CPC), e, mesmo nesta Corte,
seria caso de indeferimento da inicial (e não de inépcia), por conta da ilegitimidade da
parte em ingressar com o incidente de deslocamento de competência (art. 109, §5º, da
CF/88), nos termos do art. 330, II, do CPC.
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(A) razoabilidade;
(B) indivisibilidade;
(C) unilateralidade;
(D) justiciabilidade;
(E) proporcionalidade.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
166
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