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OBSERVAÇÕES INICIAIS
A prova objetiva do TJDFT foi aplicada dia 05/02/2023, após um excelente aulão
de véspera realizado em Brasília (vocês foram em peso e são a nossa maior motivação
em cada encontro!). Assim que tivemos acesso ao gabarito preliminar iniciamos a
tradicional prova comentada do Mege.
É incrível viver esses momentos de pós-prova juntos e, novamente, entregamos
em mãos tudo que apuramos ainda dentro do prazo recursal. A nossa intenção neste
material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise da elaboração de seus recursos,
além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão de temas cobrados no certame e
verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase.
O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as
finalidades informadas e concluída por nosso time específico de 1ª fase de magistratura,
sem maiores pretensões de aprofundamento, trabalho editorial neste momento de
puro apoio ou detectação de questões antecipadas em nossas várias formas de atuação.
Não há também o viés de verificação rigorosa de temas antecipados em nossas
atuações, diante do curto tempo para entrega desse apoio em prazo recursal e da ampla
produção de conteúdo de nossas turmas. No entanto, nossa felicidade foi imensa ao
constatarmos o quanto nosso apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto
nossos alunos do clube da Magistratura estão bem direcionados independentemente
do nível da prova a ser aplicada. 3
O corte, neste momento, segue estimado em 77 acertos para ampla
concorrência Em cotas, a nota de corte necessária é de 60 acertos.
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,
entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2023.1), Nossa turma mais
completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha
acesso a todas as retas finais de magistratura que atuamos).
Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da
Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do
concurso. Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma
personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado.
Vale a pena conferir!
Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para turma de 2ª
fase TJDFT (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas
personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio. O estudo de
sentenças e discursivas (aqui inclusa ainda uma abordagem ampla para Humanística
específica para o TJPE), a experiência de redigir e ter correções de provas manuscritas,
tudo devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. Uma equipe que conta com
ex-examinadores em correções e um time focado em turmas de 2ª fase de magistratura
desde 2015.
As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os
cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no
carrinho de compra!
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Observação: As vagas esgotaram nesta modalidade (com correções personalizadas)
antes da disponibilização deste material e as vendas foram, portanto, encerradas, mas
conseguimos ampliar 10 vagas (de forma excepcional) para quem ainda não conseguiu
matrícula nesta modalidade.
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do TJDFT.
Seguiremos firmes e com trabalho realmente específico também na 2ª fase.
Bons estudos!
Arnaldo Bruno Oliveira1
Equipe Mege
1
Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para envio de mensagens sobre o Mege).
SUMÁRIO
BLOCO I ..................................................................................................................... 8
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 8
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 22
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 39
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 47
BLOCO II .................................................................................................................. 51
DIREITO PENAL ............................................................................................................ 51
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 61
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 77
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 85
BLOCO III ................................................................................................................. 90
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 90
DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 99
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 105
7
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................. 110
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA ..................................... 113
BLOCO I
DIREITO CIVIL
(D) INCORRETA. Aqui se amplia o sentido da norma. É quando o legislador "disse menos
que deveria" no texto da lei, abrindo espaço para uma maior interpretação do da norma
jurídica.
(E) CORRETA. A interpretação sistemática parte do pressuposto de que a lei não existe
isoladamente, devendo ser alcançado o seu sentido em consonância com a demais
normas que inspiram aquele ramo do Direito.
Neste particular, o STJ afiançou que: “da interpretação sistemática de dispositivos legais
do Marco Civil da Internet (art. 10, caput e §1º, e art. 15), dessume-se que tanto os
provedores de conexão quanto os provedores de aplicação têm a obrigação de guarda
e fornecimento das informações da porta lógica de origem associada ao endereço IP.
Apenas com as duas pontas da informação – conexão e aplicação – é possível resolver a
questão da identidade de usuários na internet que estejam utilizando um
compartilhamento da versão 4 do IP,” (REsp 2005051/SP).
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02. Para fins de regularização fundiária urbana de um núcleo urbano informal,
(A) o núcleo pode ser clandestino.
(B) é necessário que o tempo de ocupação do núcleo seja superior a cinco anos.
(C) o núcleo deve ser de difícil reversão.
(D) é necessário que a titulação tenha desatendido à legislação vigente quando da
implantação do núcleo.
(E) o núcleo deve ter, pelo menos, vias de circulação.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(...)
(A) CORRETA. É o teor do art. 6, II, da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD:
“Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e
os seguintes princípios:
(I) CORRRETO. O item I está correto, uma vez que um dos objetivos do Sistema
Eletrônico dos Registros Públicos (SERP) é a viabilização da consulta aos atos em que a
pessoa pesquisada conste como devedora de título protestado e não pago (art. 3º, inc.
X, alínea “c”, item 1 da Lei nº 14.382/2022).
(II) CORRETO. O item II está correto, pois que um dos objetivos do Sistema Eletrônico
dos Registros Públicos (SERP) é a viabilização da consulta aos atos em que a pessoa
pesquisada conste como garantidora real (o art. 3º, inc. X, alínea “c”, item 2 da Lei nº
14.382/2022).
(III) CORRETO. O item III está correto, já que um dos objetivos do Sistema Eletrônico dos
Registros Públicos (SERP) é a viabilização da consulta aos atos em que a pessoa
pesquisada conste como cedente convencional de crédito (art. 3º, inc. X, alínea “c”,
item 3 da Lei nº 14.382/2022).
(IV) CORRETO. O item IV está correto, porquanto um dos objetivos do Sistema Eletrônico
dos Registros Públicos (SERP) é a viabilização da consulta aos atos em que a pessoa
pesquisada conste como titular de direito sobre bem objeto de constrição processual 11
(art. 3º, inc. X, alínea “c”, item 4 da Lei nº 14.382/2022).
(V) CORRETO. O item V está correto já que um dos objetivos do Sistema Eletrônico dos
Registros Públicos (SERP) é a viabilização da consulta aos atos em que a pessoa
pesquisada conste como titular de direito sobre bem objeto de constrição
administrativa (art. 3º, inc. X, alínea “c”, item 4 da Lei nº 14.382/2022).
Assim, a alternativa E está correta.
(A) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(B) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(C) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(D) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(E) CORRETA. Vide comentários alhures.
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05. O Estatuto da Cidade prevê que instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano
que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público é competência
(A) dos municípios.
(B) da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
(C) da União, dos estados e do Distrito Federal.
(D) da União.
(E) dos estados e do Distrito Federal.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Isso porque, apesar de não existir restrição, não resta claro se a sobrinha já era nascida
ou não. O enunciado não evidencia se a sobrinha era viva ou não concebida. No entanto,
o argumento tão seria tão forte, uma vez que a banca examinadora pode argumentar
que a referida informação estaria subentendida no enunciado.
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08. A repetição de indébito por cobrança indevida de valores contratuais sujeita-se à
prescrição
(A) quinquenal.
(B) bienal.
(C) trienal. 14
(D) anual.
(E) decenal.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
GABARITO: B
COMENTÁRIOS 17
(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa “B”.
(B) CORRETA. Os únicos mecanismos admitidos em lei para se afastar a imposição da
guarda compartilhada são a suspensão ou a perda do poder familiar, situações que
evidenciam a absoluta inaptidão para o exercício da guarda e que exigem, pela
relevância da posição jurídica atingida, prévia decretação judicial”. (REsp 1878041/SP,
julgado em 25/05/2021, DJe 31/05/2021).
(C) INCORRETA. Vide comentários alternativa “B”.
(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa “B”.
(E) INCORRETA. Vide comentários alternativa “B”.
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12. De acordo com o Código Civil, o juiz somente poderá autorizar a exibição integral
dos livros e papéis de escrituração da sociedade empresária quando necessária para
(A) instruir processo de pensão alimentícia.
(B) resolver questões relativas à sucessão.
(C) obter prova em processo cuja matéria seja de interesse público.
(D) instruir processo de insolvência.
(E) defender interesse de um dos sócios
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(I) CORRETO.
Enunciado 632 do CJF: Nos casos de reconhecimento de multiparentalidade
paterna ou materna, o filho terá direito à participação na herança de todos
os ascendentes reconhecidos.
(II) INCORRETO. O STJ consolidou orientação no sentido de que para ser possível a
anulação do registro de nascimento, é imprescindível a presença de dois requisitos, a
saber: (i) prova robusta no sentido de que o pai foi de fato induzido a erro, ou ainda,
que tenha sido coagido a tanto e (ii) inexistência de relação socioafetiva entre pai e filho.
Assim, a divergência entre a paternidade biológica e a declarada no registro de
nascimento não é apta, por si só, para anular o registro. REsp 1829093/PR. Precedentes.
(III) CORRETO. De acordo com o Provimento nº 63/2017 do Conselho Nacional de
Justiça, o registro de nascimento de crianças geradas por meio da técnica de reprodução
assistida de gestação por substituição poderá ser solicitado no Cartório de Registro Civil,
não sendo necessária qualquer intervenção judicial.
(IV) CORRETO.
O STF possui firme entendimento no sentido de que a paternidade
socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem
biológica, com todas as suas consequências jurídicas. (RE 898060).
(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa “D”.
(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa “D”.
(C) INCORRETA. Vide comentários alternativa “D”.
(D) CORRETA. I, III e IV corretos, conforme comentários acima.
(E) INCORRETA. Vide comentários alternativa “D”.
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15. Quanto às relações de parentesco e à competência para julgar as ações a esse
respeito, assinale a opção correta à luz do Código Civil e da Lei de Organização Judiciária
do Distrito Federal e dos Territórios.
(A) No Código Civil, há previsão de adoção de pessoa maior de dezoito anos de idade, o
que depende da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva de
competência do juiz da vara da infância e da juventude.
(B) Embora haja regra expressa de competência para o julgamento da ação de pessoa
maior de dezoito anos de idade na Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e
dos
Territórios, não há previsão do instituto no Código Civil, devendo ser usado por analogia,
no que couber, o Estatuto da Criança e do Adolescente.
(C) Embora haja previsão de adoção de pessoa maior de dezoito anos de idade no Código
Civil, a Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios não estabelece
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regra de competência para julgamento desse tipo de demanda.
(D) No Código Civil, há previsão de adoção de pessoa maior de dezoito anos de idade, o
que depende da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva de
competência do juiz da vara de família.
(E) Nos termos do Código Civil, as regras gerais do Estatuto da Criança e do Adolescente
não são aplicáveis à adoção de pessoa maior de dezoito anos de idade.
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
16. No que se refere à fazenda pública em juízo, assinale a opção correta, à luz da
jurisprudência do STJ e do Código de Processo Civil (CPC).
(A) A participação da fazenda pública no processo configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.
(B) No cumprimento de sentença de obrigação de pagar, a fazenda pública deve ser
intimada para impugnação, tendo prazo em dobro para se manifestar, por prerrogativa
legal.
(C) A fazenda pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito
prévio dos honorários do perito.
(D) Não é cabível ação monitória contra a fazenda pública, em virtude da simplicidade
do seu procedimento.
(E) A fazenda pública é isenta do pagamento de emolumentos cartorários. 22
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 178, Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura,
por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
(B) INCORRETA.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante
judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de
30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir.
(D) INCORRETA.
Art. 700, 6º: É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
(A) INCORRETA.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber
intervir no processo.
Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-
se ao processo de competência dos juizados especiais.
(A) INCORRETA.
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou
em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela
parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.
(B) CORRETA.
Art. 485, § 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o
consentimento do réu, desistir da ação.
(D) INCORRETA.
Art. 485, § 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
A partir dessa situação hipotética e das regras processuais recursais, assinale a opção
correta.
(A) Os recursos afetados devem ser julgados no prazo de um ano e têm preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam mandado de segurança.
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(B) A escolha dos recursos feita pelo TJDFT vincula o relator no STJ, que não pode
selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
(C) A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de
proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso
representativo da controvérsia.
(D) No STJ, para subsidiar seu convencimento acerca da controvérsia objeto dos recursos
especiais repetitivos, o relator não pode admitir a participação de terceiros na qualidade
de amicus curiae, por vedação legal.
(E) O julgamento de casos repetitivos tem por objeto apenas questão de direito
processual, uma vez que não cabe reexame de provas em recurso especial.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos
de habeas corpus.
(B) INCORRETA.
Art. 1036, § 4º A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal
de justiça ou do tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal
superior, que poderá selecionar outros recursos representativos da
controvérsia.
(C) CORRETA.
Art. 1040, § 1º A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de
jurisdição, antes de proferida a sentença, se a questão nela discutida for
idêntica à resolvida pelo recurso representativo da controvérsia.
(D) INCORRETA. Não há vedação legal. Ademais, o próprio CPC estabelece que o amicus
curiae possui legitimidade para recorrer da decisão julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas:
Art. 138, § 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente
de resolução de demandas repetitivas.
(E) INCORRETA.
Art. 928, Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto
questão de direito material ou processual.
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20. João, com oitenta anos de idade, nascido em São Paulo – SP, circense, sem domicílio
certo, foi encontrado morto no município de Fortaleza – CE, em 15 de outubro de 2021.
João deixou apenas bens imóveis: três situados na cidade de Brasília – DF e um na cidade
de Salvador – BA. Em razão do óbito, a única filha de João, domiciliada em Aracaju – SE, 27
procedeu à abertura do inventário.
Nessa situação hipotética, o foro competente para o referido inventário é o
(A) do município de Aracaju – SE, local do domicílio da inventariante, única filha do
falecido.
(B) do município de Fortaleza – CE, local do óbito de João.
(C) de Brasília – DF exclusivamente, pois é lá que se situa a maioria dos bens imóveis
deixados por João.
(D) do município de Salvador – BA ou o de Brasília – DF, indistintamente, pois nesses
locais se situam os bens imóveis do autor da herança.
(E) do município de São Paulo – SP, local de nascimento de João, uma vez que ele não
tinha domicílio certo ao tempo de sua morte.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Como João não possuía domicílio certo e deixou apenas bens imóveis, devemos aplicar
o art. 48 do CPC
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente
para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições
de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para
todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é
competente:
I – o foro de situação dos bens imóveis;
II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
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21. Luísa, servidora pública, ajuizou ação contra o município de Bertolínia – PI,
postulando o pagamento de determinada quantia com base em lei municipal. A
execução transitou em julgado em janeiro de 2015, formando-se um título executivo em
favor de Luísa. Em janeiro de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao examinar
recurso extraordinário interposto pelo município que envolvia o processo de outra
servidora com base na mesma lei, decidiu que a referida norma não fora recepcionada
pela Constituição Federal de 1988 (CF). Tendo em vista essa decisão, o município
pretende apresentar o instrumento jurídico mais adequado para a defesa de seus
interesses atualmente, inclusive contra Luísa.
Considerando essa situação hipotética, as disposições do CPC e a jurisprudência dos 28
tribunais superiores, assinale a opção correta.
(A) É cabível o ajuizamento de ação rescisória, cujo prazo será contado a partir do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF.
(B) O instrumento mais adequado a ser proposto pelo município é a ação declaratória
de nulidade (querela nullitatis).
(C) O instrumento mais adequado a ser proposto pelo município é a ação ordinária no
rito do procedimento comum.
(D) Não cabe a apresentação de nenhum instrumento jurídico pelo município, uma vez
que o processo de Luísa está protegido pela coisa julgada material.
(E) É cabível o ajuizamento de reclamação constitucional pelo município.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Art. 525, § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo,
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação
ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal
Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de
constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal
poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser
anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado
da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
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22. Em relação à tutela provisória, assinale a opção correta.
(A) O requerimento de tutela antecipada incidental é condicionado ao pagamento de
custas.
(B) No procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o prazo
máximo para o réu apresentar contestação é de quinze dias.
(C) Não caberá liminar na tutela de evidência quando ficar caracterizado o abuso no
direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
(D) A tutela da evidência poderá ser concedida desde que haja demonstração de perigo
de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
(E) O ressarcimento dos prejuízos decorrentes do deferimento da tutela provisória
posteriormente revogada por sentença que extingue o processo sem resolução de
mérito deve, necessariamente, ser liquidado em processo autônomo.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do
pagamento de custas.
(B) INCORRETA.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido
e indicar as provas que pretende produzir.
(C) CORRETA.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
(D) INCORRETA.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando.
(E) INCORRETA.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte
adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do
autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida
tiver sido concedida, sempre que possível.
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23. De acordo com as disposições do CPC acerca das audiências, assinale a opção
30
correta.
(A) A audiência poderá ser adiada se houver atraso injustificado de seu início em tempo
superior a quinze minutos do horário agendado.
(B) Somente ocorrerá audiência de conciliação ou de mediação se os direitos envolvidos
no litígio forem disponíveis.
(C) As partes poderão gravar integralmente a audiência, em imagem e em áudio, em
meio digital ou analógico, desde que haja prévia autorização judicial.
(D) Caso haja acordo entre as partes na audiência de instrução, elas ficarão dispensadas
do pagamento de eventuais custas processuais remanescentes.
(E) Cabe ao defensor público intimar a testemunha por ele arrolada ou informá-la do
dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que
dela deva necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta)
minutos do horário marcado.
(C) INCORRETA.
Art. 367, § 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em
áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das
partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.
(D) CORRETA.
Art. 90, § 3º Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam
dispensadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.
(E) INCORRETA.
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por
ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-
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se a intimação do juízo.
§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:
I - for frustrada a intimação prevista no § 1º deste artigo;
II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em
que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em
que servir;
IV - a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela
Defensoria Pública;
V - a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454 .
_______________________________________________________________________
24. A respeito das ações locatícias, assinale a opção correta.
(A) Segundo o STJ, para a retomada da posse direta por adquirente de imóvel objeto de
contrato de locação, o rito processual adequado é o da ação de imissão de posse.
(B) Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o prazo máximo da renovação
compulsória do contrato locatício é de cinco anos, salvo se a vigência da avença locatícia
superar esse período.
(C) Na ação revisional de aluguel, a sentença não poderá estabelecer indexador para
reajustamento do aluguel diferente daquele previsto no contrato revisando.
(D) Segundo o STJ, o prazo de sessenta dias para exigir prestação de contas refere-se a
um intervalo mínimo a ser respeitado pelo locatário para promover solicitações dessa
natureza, portanto não é decadencial.
(E) As ações de despejo que decorram da falta de pagamento do aluguel e dos demais
encargos devem, necessariamente, ser instruídas com a prova da propriedade do imóvel
ou do compromisso.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Segundo o STJ, o art. 54, §2º, da lei 8.245/61 não estabelece prazo decadencial de 60
dias para que se formule pedido de prestação de contas no seio de contrato de locação
em shopping center, mas sim estatui uma periodicidade mínima para essa prestação
(REsp 2003209 / PR, DJe 30/09/2022).
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25. Considerando o CPC e a jurisprudência do STJ a respeito dos atos processuais e dos
negócios jurídicos processuais, assinale a opção correta.
(A) O peticionamento nos autos por advogado destituído de poderes especiais para
receber citação não configura comparecimento espontâneo apto a suprir tal
32
necessidade, por força do princípio da instrumentalidade das formas.
(B) As citações, intimações e penhoras não poderão realizar-se no período de férias
forenses.
(C) Os prazos processuais podem ser fixados em minutos.
(D) O negócio jurídico processual somente pode ser celebrado após o início do processo.
(E) Os negócios jurídicos processuais podem ser celebrados em processos que versem
sobre direitos de qualquer natureza, mesmo aqueles que não admitam
autocomposição.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. De fato, para o STJ, o peticionamento nos autos por advogado
destituído de poderes especiais para receber citação não configura comparecimento
espontâneo apto a suprir tal necessidade. STJ. 4ª Turma. RHC 168.440-MT, Rel. Min. Raul
Araújo, julgado em 16/08/2022 (Info 745).
Entretanto, o erro da alternativa é dizer que tal orientação encontra correlação com o
princípio da instrumentalidade das formas, uma vez que tal princípio foi afastado pela
Corte Superior em relação à possibilidade de reconhecer o comparecimento espontâneo
apto a suprir a necessidade de citação, na hipótese de peticionamento nos autos por
advogado destituído de poderes especiais
(B) INCORRETA.
Art. 212, § 2º Independentemente de autorização judicial, as citações,
intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses,
onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido
neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição
Federal .
(E) INCORRETA.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição,
é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento
para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus,
33
poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
_______________________________________________________________________
26. Quanto ao entendimento dos tribunais superiores acerca do mandado de segurança,
do mandado de injunção, do habeas corpus e do habeas data, assinale a opção correta.
(A) O cônjuge sobrevivente não é parte legítima para impetrar habeas data em defesa
de interesse do falecido, por se tratar de direito personalíssimo.
(B) Entidade de classe tem legitimidade para impetrar mandado de segurança, ainda que
a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
(C) A competência para processar e julgar mandado de injunção firma-se em razão da
matéria, e não da autoridade coatora.
(D) A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes,
cumulativamente, a inexistência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou
informações e a que ordenou a prática do ato impugnado e a manifestação a respeito
do mérito nas informações prestadas.
(E) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
dos associados depende da autorização destes.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na
defesa de interesse do falecido (HD 147/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2007, DJ 28/02/2008).
(B) CORRETA. Súmula 630/STF: A entidade de classe tem legitimação para o mandado
de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.
(C) INCORRETA. A competência para processar e julgar mandado de injunção firma-se
não em razão da matéria, mas, sim, da autoridade coatora (STJ, CC 39.437).
(D) INCORRETA. Súmula 628/STJ: A teoria da encampação é aplicada no mandado de
segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de
vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a
prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações
prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição
Federal.
(E) INCORRETA. Súmula 629/STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por
entidade de classe em favor dos associados independe de autorização destes.
_______________________________________________________________________ 34
27. A respeito da ação direta de inconstitucionalidade, da ação declaratória de
constitucionalidade, da ação de descumprimento de preceito fundamental e da ação de
usucapião, assinale a opção correta, com base nas regras processuais dispostas na
legislação em vigor e no entendimento do STF.
(A) Município não tem legitimidade para propor, incidentalmente no curso de processo
em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula
vinculante no STF.
(B) Após o recebimento das informações dos requeridos e das manifestações do
advogado-geral da União e do procurador-geral da República, admite-se o aditamento
à inicial da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) para inclusão de novos dispositivos
legais, em razão do princípio da causa de pedir aberta.
(C) As hipóteses de impedimento e suspeição de ministros não se aplicam,
ordinariamente, ao processo de fiscalização concentrada de constitucionalidade.
(D) Estado-membro possui legitimidade para recorrer das decisões proferidas em sede
de controle concentrado de constitucionalidade em ação direta de
inconstitucionalidade (ADI) que tenha sido ajuizada pelo respectivo governador.
(E) É facultado ao interessado instruir o pedido de reconhecimento extrajudicial de
usucapião com certidões negativas dos distribuidores da comarca acerca da situação do
imóvel e do domicílio do requerente.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
28. Acerca dos procedimentos especiais e do processo de execução, assinale a opção
correta.
(A) Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
(B) Havendo garantia parcial do débito, o juiz não pode determinar, por requerimento
do exequente, a inscrição do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
(C) Valores poupados pelo devedor até o patamar de quarenta salários mínimos são
protegidos, em regra, pela impenhorabilidade, desde que depositados em caderneta de
poupança ou em conta-corrente, sendo penhoráveis, contudo, valores aplicados em
fundos de investimento.
(D) O contrato de desconto bancário (borderô) constitui, por si só, título executivo
extrajudicial.
(E) Na petição inicial da ação de exigir contas, o autor deve especificar, detalhadamente,
as razões pelas quais exige as contas, requerendo a citação do réu para que as preste ou
ofereça contestação no prazo de cinco dias.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
29. Quanto à boa-fé e à má-fé processual, assinale a opção correta.
(A) Havendo mais de um litigante de má-fé, a multa aplicável será repartida entre os
litigantes, independentemente de quantos forem.
(B) A boa-fé é exigível de qualquer pessoa que participe do processo, inclusive
testemunhas, peritos e tradutores, sob pena de multa, a ser fixada pelo juiz, por
litigância de má-fé.
(C) A multa por litigância de má-fé é recolhida a favor do estado ou da União.
(D) A litigância de má-fé acarreta a responsabilização por perdas e danos, o que pode
englobar honorários contratuais de advogados contratados pela outra parte.
(E) A construção de versões dos fatos, mesmo que não totalmente correspondentes aos
que na verdade ocorreram, é prerrogativa da defesa em juízo, não configurando, por si
só, litigância de má-fé, salvo quando somada ao uso do processo para objetivo ilegal ou
à dedução de pretensão contra texto expresso de lei.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
37
(A) INCORRETA.
Art. 80, § 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz
condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
(D) CORRETA.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a
pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento
do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que
esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as
despesas que efetuou.
(E) INCORRETA. O art. 80, II, do CPC considera litigante de má-fé aquele que altera a
verdade dos fatos:
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
(...)
II - alterar a verdade dos fatos;
_______________________________________________________________________
30. A respeito da gratuidade de justiça, assinale a opção correta, de acordo com o CPC,
o Regimento Interno do TJDFT e o provimento-geral da Corregedoria aplicado aos juízes 38
e ofícios judiciais.
(A) A concessão da gratuidade de justiça afasta a responsabilidade do beneficiário pelo
pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios.
(B) A concessão da gratuidade de justiça afasta do beneficiário o dever de pagar as
multas processuais que lhe forem impostas no decorrer do processo.
(C) A gratuidade da justiça compreende despesas com a realização de exame de código
genético (DNA), caso seja necessário ao processo.
(D) Findo o processo de natureza cível, os autos são remetidos à contadoria judicial, para
elaboração do cálculo das custas finais, a que todos estão obrigados, salvo se
beneficiário da justiça gratuita, não havendo a baixa do processo no sistema
informatizado até que haja o pagamento das referidas custas.
(E) A justiça gratuita deferida no primeiro grau de jurisdição não engloba os recursos
interpostos perante a segunda instância, devendo ser confirmada expressamente pelo
desembargador relator.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 98, § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do
beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios
decorrentes de sua sucumbência.
(B) INCORRETA.
Art. 98, § 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário
pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.
(C) CORRETA.
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de
outros exames considerados essenciais;
Art. 101. Escoado o prazo para o recolhimento das custas, a secretaria da vara
deverá providenciar a baixa da parte requerida no sistema informatizado e o
arquivamento dos autos, mesmo que não tenha havido o pagamento das
custas. 39
(E) INCORRETA. O benefício da gratuidade de justiça, se deferido, é mantido até o final
do processo, salvo se houver revogação por decisão judicial. Para o STJ, “a parte
beneficiária da justiça gratuita deve fazer prova dessa condição no momento da
interposição do recurso. Não o fazendo, deve a parte recorrente arcar com o ônus daí
advindo” (AgInt no AREsp 1708196 / SP, DJe 26/10/2022)
_____________________________________________________________________________
DIREITO DO CONSUMIDOR
31. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), são nulas as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos que
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos
casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que
igual direito seja conferido ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
_______________________________________________________________________
40
32. Tendo em vista as práticas comerciais disciplinadas pelo CDC e a jurisprudência do
STJ, assinale a opção correta a respeito da cobrança de dívidas.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Tratam-se de entidades de caráter público, mas que podem ser
instituídas e mantidas por entidades privadas.
(E) CORRETA. A notificação, além de ser prévia e por escrito, precisa ser acompanhada
de prova de efetiva notificação do devedor (ex.: aviso de recebimento)? Não! A questão
também já foi pacificada pelo STJ.
_______________________________________________________________________
33. João, após ter consumido um leite da marca X — produzido na fazenda de Carlos e
vendido somente no mercado de José — apresentou gastroenterite. Após investigação,
constatou-se que a má conservação do produto, durante o transporte pelo produtor, e
o acondicionamento no mercado contribuíram para a ocorrência do problema de João.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta no que diz respeito à
responsabilização no âmbito do CDC.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
42
COMENTÁRIOS
Qualidade-adequação. Qualidade-segurança.
Uma vez classificado como FATO DO PRODUTO, é bem verdade que há uma
peculiaridade, para este tipo de responsabilidade, no que tange às espécies de
fornecedores responsáveis. O art. 12 do CDC traz como inicial, objetiva e solidariamente
responsáveis apenas o FABRICANTE, o PRODUTOR, o CONSTRUTOR e o IMPORTADOR.
34. Com relação à disciplina dos planos de saúde, à luz do direito consumerista e da
jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção correta.
(A) É abusiva a conduta do seguro-saúde em condicionar a conclusão do contrato do
seguro-saúde à realização, pelo segurado, de exames médicos para a constatação de sua
disposição física e psíquica.
(B) É obrigatório o custeio, por parte dos planos de saúde, de tratamento médico de
fertilização in vitro, tendo em vista que o referido procedimento é regulamentado no
âmbito da ANVISA.
(C) É válida cláusula prevista em contrato de seguro-saúde que limite o tempo de
internação do segurado.
(D) É dispensável previsão contratual, no que diz respeito à ocorrência de variação das
contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde, em razão da
idade do usuário.
(E) É ilegítima a recusa da operadora de plano de saúde de custeio de medicamento
indicado pelo médico responsável pelo beneficiário e cuja importação tenha sido
autorizada pela ANVISA, mesmo não havendo registro do fármaco nessa agência
reguladora.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Tese firmada pelo STJ em sede de Repetitivo (tema 1067): Salvo
disposição contratual expressa, os planos de saúde não são obrigados a custear o
tratamento médico de fertilização in vitro. REsp 1.851.062-SP, Rel. Min. Marco Buzzi,
Segunda Seção, por maioria, julgado em 13/10/2021. (Tema 1067)
(C) INCORRETA. Súmula 302 do STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde
que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. 44
(D) INCORRETA. TESE para os fins do Art. 1.040 do CPC/2015: O reajuste de mensalidade
de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do
beneficiário é válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam observadas as
normas expedidas pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam aplicados
percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem base atuarial
idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso. (REsp
1568244/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
14/12/2016, DJe 19/12/2016).
(E) CORRETA. Informativo 717 STJ 2021: É de cobertura obrigatória pela operadora de
plano de saúde, o medicamento que, apesar de não registrado pela ANVISA, teve a sua
importação excepcionalmente autorizada pela referida Agência Nacional. REsp
1.943.628-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
26/10/2021, DJe 03/11/2021.
_______________________________________________________________________
35. Acerca das disposições do CDC e à luz da jurisprudência do STF, julgue os itens a
seguir.
(III) É válida lei distrital que estabeleça novas restrições, com base no CDC, quanto aos
débitos que não podem ser inscritos nos cadastros de proteção ao crédito, em razão do
fato de ser concorrente a competência dos estados e do Distrito Federal para legislar
sobre direito do consumidor.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A 45
COMENTÁRIOS
(I) CORRETA. Informativo 866 STF 2017: Extravio de bagagem. Dano material. Limitação.
Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. É aplicável o
limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos
internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material
decorrente de extravio de bagagem, em voos internacionais.
Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição
da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade
das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e
Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor".
Diante do exposto da CF, aliado aos critérios cronológicos (a Convenção de Montreal foi
incorporada no ordenamento jurídico brasileiro após o CDC, e modificou a Convenção
de Varsóvia no que tange ao tema ora discutido) e especial (a Convenção de Montreal
dispõe especificamente sobre a indenização pelo extravio de bagagem em transporte
aéreo), o STF decidiu que deve prevalecer o disposto nas Convenções de Varsóvia e de
Montreal em detrimento do CDC.
_____________________________________________________________________________________
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
36. Ana, divorciada, tem três filhos: uma menina de dois anos de idade; uma menina de
três anos de idade; e um adolescente de quinze anos de idade. Ana é a única provedora
do lar, já que não recebe pensão alimentícia nem apoio do pai biológico das crianças ou
de quaisquer outras pessoas. Ela e as crianças moram em uma região administrativa do
Distrito Federal. Visando ter tempo para trabalhar, ela tem buscado vagas em creches e
pré-escolas públicas para as filhas menores, porém, sem sucesso, pois a única resposta
que vem recebendo é a de que não é possível o atendimento às crianças. O filho mais
velho de Ana informou à mãe que pretende ajudar financeiramente a família. Na
situação hipotética apresentada, em relação aos filhos de Ana, o Estado tem o dever
constitucional de assegurar
(A) o atendimento às duas meninas em creche ou pré-escola, sendo vedado ao
adolescente exercer qualquer atividade remunerada.
(B) o atendimento às duas meninas em pré-escola, podendo o adolescente exercer
atividade como aprendiz, assegurados a ele somente direitos previdenciários.
(C) o atendimento às duas meninas em creche, podendo o adolescente exercer atividade
como aprendiz, assegurados a ele direitos trabalhistas e previdenciários.
(D) o atendimento à filha maior de Ana em pré-escola, mas não o atendimento à filha
menor em uma creche, sendo vedado ao adolescente exercer qualquer atividade
remunerada.
(E) o atendimento às duas meninas em creche, podendo o adolescente exercer atividade
como aprendiz, assegurados a ele somente direitos trabalhistas.
47
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
38. De acordo com a Lei n.º 13.431/2017, assinale a opção correta acerca do
depoimento especial de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
(A) Em caso de quaisquer tipos de violência contra crianças e adolescentes, o
depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova.
(B) No curso do processo judicial, é vedada a transmissão do depoimento especial para
a sala de audiência, em tempo real, em razão do sigilo.
(C) O depoimento especial deverá ser gravado em áudio e vídeo, podendo as perguntas
ser adaptadas por profissional especializado, a fim de viabilizar a compreensão da
criança ou do adolescente.
(D) O depoimento especial deverá ser tomado uma única vez, independentemente da
necessidade, para evitar a potencialização de efeitos negativos na vítima.
(E) O depoimento especial deverá ocorrer diante da autoridade judiciária, uma vez que
as vítimas são menores de idade, sendo vedada a sua tomada por autoridade policial.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
_____________________________________________________________________________________
BLOCO II
DIREITO PENAL
41. Considerando-se a distinção entre crime comum e crime militar, é correto afirmar
que ocorre crime comum no caso de
(A) um civil cometer roubo de valores pertencentes a empresa privada depositados em
posto do Banco do Brasil situado em área sob a administração militar.
(B) um civil, fora de lugar sujeito à administração militar, praticar crime contra militar
que esteja no desempenho de serviço de vigilância por determinação legal superior.
(C) um civil praticar crime contra as instituições militares e contra o patrimônio sob a
administrativa militar, seja em tempo de guerra, seja em tempo de paz.
(D) um policial militar exigir vantagem indevida de um civil, em função de abordagem
de rotina realizada em veículo cuja documentação esteja irregular.
(E) um militar integrante da reserva remunerada ter cometido descaminho e, no
51
momento de abordagem policial realizada por militares, apresentar-se como policial
militar e exibir carteira funcional para evitar revista do seu automóvel.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
De início cabe esclarecer que os crimes militares podem ser classificados em próprios e
impróprios. Os crimes militares próprios são aqueles delitos cometido por militar, nos
termos do art. 9º, III, do Código Penal Militar ou em outros tipos penais especiais. Nessa
espécie, se amoldam os delitos que apenas os próprios militares podem cometer. Os
crimes militares impróprios são aqueles delitos cometidos, por militar ou por civil, desde
que haja previsão legal do Código Penal Militar, derivado da aplicabilidade do art. 9º da
legislação castrense.
(A) CORRETA. Crime comum, cometido por civil em desfavor de empresa privada, que
não se enquadra em nenhuma das hipóteses configuradoras de crime militar, conforme
art. 9º, III, do Código Penal Militar. Apesar de ser em lugar sujeito à administração
militar, o delito foi cometido contra militar que não estava em situação de atividade ou
no exercício de função inerente ao seu cargo;
(B) INCORRETA. Crime militar, cometido por civil em desfavor das Forças Armadas
(militar que esteja no desempenho de serviço de vigilância por determinação legal
superior), em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça
Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo.
(C) INCORRETA. Crime militar, contra as instituições militares e contra o patrimônio sob
a administrativa militar, seja em tempo de guerra (qualquer que seja o agente), seja em
tempo de paz, conforme art. 9º e 10 do Código Penal Militar.
(D) INCORRETA. Crime militar, praticado por militar em situação de atividade ou
assemelhado, no exercício de função inerente ao seu cargo. Art. 305. Exigir, para si ou
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida.
(E) INCORRETA. Crime militar, praticado por militar da reserva remunerada. Art. 171.
Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto
ou graduação superior.
_______________________________________________________________________
42. A respeito dos crimes contra a ordem tributária, assinale a opção correta. Para tanto,
considere que a sigla ICMS, sempre que empregada, refere-se ao imposto sobre
circulação de mercadorias e serviços.
(A) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento
definitivo do tributo. 52
(B) O não recolhimento de ICMS retido por substituição tributária, declarado ao fisco,
apenas exclui o crime de apropriação indébita do tributo quando a apuração de
clandestinidade é apurada no balanço anual.
(C) A causa de aumento de pena relativa ao grave dano à coletividade não se restringe
a situações de relevante dano, considerando-se seu valor atual e integral, incluídos os
acréscimos legais de juros e multa.
(D) Tendo havido a quitação do tributo, ainda que remanescente o inadimplemento dos
juros e da multa cobrados, é possível a extinção da punibilidade pelo pagamento.
(E) O não recolhimento do ICMS em operações próprias configura crime contra a ordem
tributária, independentemente de contumácia delitiva, e pode ser punido a título de
culpa.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Súmula Vinculante 24 determina que “não se tipifica crime material
contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do
lançamento definitivo do tributo”.
(B) INCORRETA.
Art. 2º, II, da Lei 8.137/90. A legislação não faz distinção no que toca o sujeito
ativo do crime, podendo restar caracterizado o delito pela atuação do
contribuinte ou do responsável tributário. A declaração ao fisco não
desconfigura o tipo penal, porquanto não exige a clandestinidade para sua
configuração.
(C) INCORRETA.
Portaria nº 320, editada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional: art. 12,
I: A majorante do grave dano à coletividade, trazida pelo art. 12, I, da Lei nº
8.137/90, deve se restringir a situações especiais de relevante dano.
(D) INCORRETA. Para os fins da majorante do art. 12, I, da Lei nº 8.137/90 (grave dano
à coletividade), o dano tributário deve ser valorado considerando seu valor atual e
integral, incluindo os acréscimos legais de juros e multa. (STF HC 129284/PE)
(E) INCORRETA. Para a configuração do delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90,
deve ser comprovado o dolo específico. (HC 675.289-SC)
_______________________________________________________________________
43. João, maior de idade e capaz, e José, com 15 anos de idade, previamente acertados,
adentraram em um ônibus e, enquanto José distraía Maria, João subtraiu da bolsa dela
um telefone celular. De posse do celular, João dirigiu-se à porta de saída do ônibus,
quando foi detido por Manoel, que, tendo observado tudo, recuperou o celular de Maria
e entregou João e José para uma viatura da polícia que por ali passava. Apurou-se que
João e José praticavam tal conduta rotineiramente em ônibus pela cidade.
53
A partir da situação hipotética anterior, assinale a opção correta.
(A) A conduta de João enquadra-se como furto tentado, porque ele não teve a posse
mansa e pacífica do celular.
(B) O crime de corrupção de menores é crime formal, portanto sua configuração
depende de prova da corrupção.
(C) A comprovação da menoridade, para efeitos de configuração do crime de corrupção
de menores, requer a juntada de certidão de nascimento do corrompido.
(D) O prontuário civil de José não é prova suficiente de sua menoridade.
(E) O furto foi consumado, por ter o celular saído da esfera de vigilância da vítima.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse
do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e
em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
(B) INCORRETA. Súmula 500-STJ: “A configuração do crime do art. 244-B do ECA
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.”
(C) INCORRETA. Súmula 74-STJ: "para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade
do réu requer prova por documento hábil". O STJ considera documento hábil o registro
que contenha número do documento de identidade, do CPF ou de outro registro formal,
tal como a certidão de nascimento. A prova da idade da criança ou adolescente
supostamente envolvido em prática criminosa ou vítima do delito de corrupção de
menores não pode ser atestada exclusivamente pelo registro de sua data de
nascimento, em boletim de ocorrência, sem referência a um documento oficial do qual
foi extraída tal informação (STJ ProAfR no REsp 1619265/MG)
(D) INCORRETA. Súmula 74-STJ: "para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade
do réu requer prova por documento hábil". O STJ considera documento hábil o registro
que contenha número do documento de identidade, do CPF ou de outro registro formal,
tal como a certidão de nascimento. A prova da idade da criança ou adolescente
supostamente envolvido em prática criminosa ou vítima do delito de corrupção de
menores não pode ser atestada exclusivamente pelo registro de sua data de
nascimento, em boletim de ocorrência, sem referência a um documento oficial do qual
foi extraída tal informação (STJ ProAfR no REsp 1619265/MG)
(E) CORRETA. Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse
do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e
em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 54
_______________________________________________________________________
44. Marcos, reincidente, foi preso em flagrante pelo crime de roubo e condenado a
cumprir pena privativa de liberdade de quatro anos de reclusão.
Em relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
(A) Caso alcance o direito ao trabalho externo, Marcos perderá tal direito apenas se
cometer novo crime ainda no decorrer do cumprimento da pena.
(B) Marcos poderá iniciar o cumprimento da pena no regime semiaberto, uma vez
presentes os requisitos para a concessão do benefício.
(C) Tratando-se de roubo, crime hediondo, é obrigatória a fixação do regime fechado.
(D) O regime inicial de cumprimento da pena deve ser definido considerando-se apenas
o quantum da pena aplicada.
(E) Ainda no início do cumprimento da pena em regime fechado, Marcos poderá ser
liberado para trabalho externo.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
LEP - Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção
do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. Parágrafo único.
Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar
fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento
contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
(E) INCORRETA.
LEP - Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime
fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da
55
Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas
as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
_______________________________________________________________________
45. Quanto ao tempo do crime, assinale a opção correta.
(A) Mesmo que lei posterior deixe de considerar determinado fato como crime, não
serão excluídos os efeitos penais de condenação feita com base na legislação outrora
vigente.
(B) A lei temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que
decorrido o período de sua duração.
(C) Definido o fato como criminoso, a pena deve ser aplicada quando estabelecida
cominação para ele.
(D) Ainda que transitada em julgada sentença penal condenatória, lei posterior terá
aplicação imediata.
(E) A lei excepcional tem aplicação imediata, não gerando efeitos caso não aplicada
durante sua vigência.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Código Penal. Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
(B) CORRETA.
Código Penal. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
(C) INCORRETA.
Código Penal - Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal.
(D) INCORRETA.
Constituição Federal - Art. 5º, inc. XL - A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.
(E) INCORRETA.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos
por sentença condenatória transitada em julgado.
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_______________________________________________________________________
46. Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes de violência doméstica.
(I) Para a configuração do crime de violência doméstica, é necessária coabitação entre
o autor e a vítima.
(II) Não se aplicam aos crimes de violência doméstica contra mulher os dispositivos da
Lei n.º 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais).
(III) Nos casos de crimes de lesões corporais leves e culposas, a ação penal é
condicionada à representação.
Assinale a opção correta.
(A) Nenhum item está certo.
(B) Apenas o item I está certo.
(C) Apenas o item II está certo.
(D) Apenas o item III está certo.
(E) Todos os itens estão certos.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(I) INCORRETO.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial: III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.
(II) CORRETO.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
(III) INCORRETO. Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
_______________________________________________________________________
47. A respeito do excludente de ilicitude, assinale a opção correta.
(A) Não é passível de punição a pessoa que agir por erro sobre elemento constitutivo de
crime.
(B) O erro quanto à pessoa contra quem o crime foi praticado não isenta de pena o
agente da conduta criminosa, embora se desconsiderem, nesse caso, as qualidades da 57
vítima.
(C) Se o fato delituoso for cometido em obediência a ordem de superior hierárquico, só
será punível o autor da ordem.
(D) O erro derivado de culpa não permite punição, uma vez que as circunstâncias tornam
legítima a ação.
(E) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, diminuirá a pena a ser aplicada.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Código Penal - Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
lei.
(B) CORRETA.
Código Penal – Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições
ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria
praticar o crime.
(C) INCORRETA.
Código Penal – Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
(D) INCORRETA.
Código Penal - Art. 20, § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse,
tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de
culpa e o fato é punível como crime culposo.
(E) INCORRETA.
Código Penal - Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre
a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-
la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe
era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
_______________________________________________________________________
48. De acordo com a legislação e a jurisprudência dos tribunais superiores a respeito do
crime de lavagem de capitais, assinale a opção correta.
(A) Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, não é legítima a
exasperação da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em
decorrência da movimentação de expressiva quantia de recursos envolvidos.
(B) O crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores tipificado na Lei n.º
9.613/1998 não constitui crime autônomo em relação a infrações penais antecedentes.
(C) Embora a tipificação da lavagem de dinheiro dependa da existência de uma infração
58
penal antecedente, é possível a imputação simultânea, ao mesmo réu, do crime de
lavagem e da infração antecedente, desde que demonstrados atos diversos e
autônomos daquele que compõe a realização da primeira infração penal, circunstância
na qual não ocorrerá o fenômeno da consunção.
(D) O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade
típica de ocultar, não é permanente.
(E) Não acarreta bis in idem a incidência simultânea do reconhecimento da continuidade
delitiva e da majorante relativa ao cometimento dos crimes de lavagem de dinheiro de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(I) CORRETA.
Concurso material - Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No
caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se
primeiro aquela.
(II) INCORRETO. Para a incidência da agravante prevista no artigo 61, inciso II, alínea
“h”, do Código Penal, não é necessário o agente ter conhecimento da idade da vítima,
tendo em vista que a vulnerabilidade do idoso é presumida. (STJ HC 417.150/SE)
(III) CORRETO. É possível que o magistrado fixe a pena-base no máximo legal, ainda que
tenha valorado somente uma circunstância judicial, desde que haja fundamentação
para tanto. (STJ AgRg no HC 699.762/SC)
(IV) INCORRETO. Súmula 497-STF “Em caso de continuidade delitiva, a prescrição regula-
se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da
continuação”.
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(V) CORRETO.
Lei 9099/95 - Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que
a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
multa.
_______________________________________________________________________
50. Com base no entendimento dos tribunais superiores acerca de aspectos da Lei n.º
11.343/2006 (Lei de Drogas), assinale a opção correta.
(A) O cometimento do crime de tráfico de drogas nas imediações de presídio não
constitui causa de aumento de pena se o destinatário da droga não for um preso ou um
frequentador da penitenciária, em virtude da ausência de lesão ao bem jurídico
tutelado.
(B) Configura constrangimento ilegal o afastamento do tráfico privilegiado e da redução
da fração de diminuição de pena por presunção de que o agente se dedica a atividades
criminosas, derivada unicamente da análise da natureza ou da quantidade de drogas
apreendida.
(C) É típica a conduta de importar pequena quantidade de sementes de maconha.
(D) Inquéritos policiais e ações penais em andamento podem ser utilizados como
fundamentação para o não reconhecimento do tráfico de drogas privilegiado previsto
na Lei de Drogas.
(E) Para aplicação da majorante atinente à internacionalidade do tráfico de drogas, é
necessário que a droga transportada atravesse a fronteira nacional.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei nº
11.343/2006 se justifica quando constatada a comercialização de drogas nas
dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, sendo irrelevante se o
agente infrator visa ou não aos frequentadores daquele local. Assim, se o tráfico de
drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional, incidirá a causa de
aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente. (STJ - HC
138944/SC).
(B) CORRETA. A causa de diminuição do artigo 33, § 4º, da Lei 11.343/06, conhecida
como tráfico privilegiado, não pode ser afastada pela presunção de que a quantidade de
drogas indica a dedicação à narcotraficância ou o envolvimento do réu com organização
criminosa. (STF - (HC 185287/MS AgR)
(C) INCORRETA. As condutas de plantar maconha para fins medicinais e importar
sementes para o plantio não preenchem a tipicidade material, motivo pelo qual se faz
possível a expedição de salvo-conduto, desde que comprovada a necessidade médica
do tratamento. (STJ HC 779289/DF)
61
(D) INCORRETA. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a
existência de inquéritos ou ações penais em andamento não é, por si só, fundamento
idôneo para afastamento da minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. (STF - HC
206143 AgR).
(E) INCORRETA. Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art.
40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das
drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras.
_______________________________________________________________________
51. Com base no Código de Processo Penal (CPP) e na jurisprudência dos tribunais
superiores, assinale a opção correta relativa ao acordo de não persecução penal (ANPP).
(A) Os tribunais superiores têm reconhecido o ANPP como um direito subjetivo do
investigado.
(B) É incabível ANPP quando a infração é cometida com violência contra coisa, ainda que
a pena mínima seja inferior a quatro anos.
(C) Caso o agente tenha realizado transação penal nos cinco anos anteriores ao
cometimento da infração, ele não poderá ser beneficiado por ANPP.
(D) Em se tratando de cumprimento das condições impostas em ANPP, a competência
para a sua execução é do juízo do atual domicílio do investigado, em qualquer hipótese.
(E) No caso de recusa do oferecimento do ANPP pelo MP, a vítima, por meio de seu
advogado, pode propor o referido acordo ao investigado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. STF, AgRg no HC 216.895, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 1ª Turma, j.
19.08.2022: As condições descritas em lei são requisitos necessários para o
oferecimento do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), importante instrumento de
política criminal dentro da nova realidade do sistema acusatório brasileiro. Entretanto,
não obriga o Ministério Público, nem tampouco garante ao acusado verdadeiro direito
subjetivo em realizá-lo. Simplesmente, permite ao MP a opção, devidamente
fundamentada, entre denunciar ou realizar o acordo, a partir da estratégia de política
criminal adotada pela Instituição. O art. 28-A do Código de Processo Penal, alterado pela
Lei 13.964/2019, foi muito claro nesse aspecto, estabelecendo que o Ministério Público
“poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições”.
(B) INCORRETA. Entende-se majoritariamente que a violência que impede o
oferecimento do ANPP é aquele dirigido contra a pessoa, e não contra a coisa.
62
(C) CORRETA.
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou
grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
(...)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes
hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que
indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao
cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação
penal ou suspensão condicional do processo;
(D) INCORRETA.
Art. 18. (...) § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução
penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua
execução perante o juízo de execução penal.
(E) INCORRETA.
Art. 28 (...) § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em
propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a
remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.
_______________________________________________________________________
52. Flávio, promotor de justiça no estado de Minas Gerais a passeio em Brasília – DF,
praticou, em situação de desavença no trânsito, o crime de lesão corporal grave contra
Túlio, juiz de direito do estado de São Paulo, que estava de férias na capital federal.
Considerando-se a situação hipotética, de acordo com as regras da legislação processual
penal brasileira e da jurisprudência dos tribunais superiores, é correto afirmar que a
competência para o julgamento do crime cometido por Flávio será do
(A) Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
(B) Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
(C) Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
(D) juízo de primeiro grau da justiça comum do Distrito Federal.
(E) juízo de primeiro grau da justiça comum do estado de São Paulo.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
63
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. CRIMES DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E
LAVAGEM DE CAPITAIS SUPOSTAMENTE PRATICADOS EM DETRIMENTO DE INTERESSES
DA UNIÃO. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
COMPETÊNCIA FIRMADA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUAL. PLEITO DE REMESSA
DOS AUTOS À JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. CORRÉU PROMOTOR DE
JUSTIÇA ESTADUAL. FATOS DELITIVOS EM APURAÇÃO NÃO RELACIONADOS COM O
EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES PÚBLICAS. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. AUSÊNCIA
DE SIMILITUDE COM A QUESTÃO ANALISADA PELO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL NO JULGAMENTO DA QO NA AP N. 937/RJ. APLICAÇÃO DA ATUAL
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE DEFINIDA PELA TERCEIRA SEÇÃO NO CC N. 177.100/CE.
MANUTENÇÃO DA COMPETÊNCIA DA CORTE ESPECIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO PENAL. AGRAVO
DESPROVIDO.
1. Segundo reiterada manifestação desta Corte, não viola o princípio da colegialidade a
decisão monocrática do Relator calcada em jurisprudência dominante do Superior
Tribunal de Justiça, mormente tendo em vista a possibilidade de submissão do julgado
ao exame do Órgão Colegiado, mediante a interposição de agravo regimental.
2. Na hipótese, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
firmou sua competência para processar e julgar o Corréu detentor de foro por
prerrogativa de função e os demais Acusados, entre eles o Agravante. Contudo, a Defesa
argumenta que o Juízo Federal de primeira instância seria o competente para julgar os
fatos narrados na denúncia supostamente cometidos em detrimento de interesses da
União, por não possuírem nenhum vínculo funcional com o cargo de Promotor de Justiça
Estadual ocupado por um dos Corréus. Para tanto, invoca o entendimento firmado pela
Suprema Corte no julgamento da QO na AP n. 937/RJ e pela jurisprudência deste
Tribunal Superior.
3. Cabe esclarecer que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da QO na AP n. 937/RJ,
delimitou sua competência para julgar os membros do Congresso Nacional somente nas
hipóteses de crimes praticados no exercício da função e em razão do cargo público
exercido.
Salienta-se, entretanto, que o referido julgado analisou somente o foro por prerrogativa
de função referente a cargos eletivos, visto que o caso concreto tratava de ação penal
ajuizada em desfavor de Deputado Federal. Ademais, frisa-se que, na ocasião do
julgamento da QO na APn n. 878/DF, a Corte Especial deste Superior Tribunal de Justiça
determinou a sua competência para processar e julgar Desembargadores acusados da
prática de crimes com ou sem relação ao cargo, não reconhecendo a similitude com o
precedente do Supremo Tribunal Federal, destacando a necessidade de o Magistrado
desempenhar suas atividades jurisdicionais de forma imparcial. Desse modo,
considerando que a prerrogativa de foro por prerrogativa de função relacionada à
Magistratura e ao Ministério Público encontra-se prevista no mesmo dispositivo
constitucional, qual seja, o art. 96, inciso III, da Constituição Federal, o mesmo
tratamento deve ser desferido a ambas as carreiras.
4. Registra-se que a Suprema Corte, em 28/05/2021, nos autos do ARE n. 1.223.589/DF,
de Relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, concluiu que a questão do foro por
prerrogativa de foro em relação aos Desembargadores, no que diz respeito aos delitos 64
não relacionados com a função pública, possui repercussão geral (Tema n. 1.147), cujo
julgamento de certo irá englobar o entendimento sobre o foro por prerrogativa de
função no tocante aos Magistrados de primeiro grau e Promotores de Justiças Estaduais.
5. Assim, constata-se que a conclusão apresentada pelo Tribunal de origem está em
consonância com o atual entendimento emanado pela Terceira Seção desta Corte
Superior na ocasião do julgamento do CC n. 177.100/CE, no sentido de que "o
precedente estabelecido pelo STF no julgamento da QO na AP 937/RJ diz respeito
apenas a cargos eletivos, ao passo que a prerrogativa de foro disciplinada no art. 96, III,
da CF, que abrange magistrados e membros do Ministério Público, será analisada pela
Suprema Corte no julgamento do ARE 1.223.589, com repercussão geral", motivo pelo
qual "enquanto pendente manifestação do STF acerca do tema, deve ser mantida a
jurisprudência até o momento aplicada que reconhece a competência dos Tribunais de
Justiça Estaduais para julgamento de delitos comuns em tese praticados por Promotores
de Justiça." (CC 177.100/CE, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 08/09/2021, DJe 10/09/2021; sem grifos no original).
6. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no HC n. 611.628/RS, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em
10/5/2022, DJe de 16/5/2022.)
_______________________________________________________________________
53. A respeito da prisão, das medidas cautelares diversas da prisão e da liberdade
provisória, de acordo com o CPP e a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a
opção correta.
(A) A não observância do prazo nonagesimal quanto à necessidade e à adequação da
prisão preventiva acarreta automaticamente a liberdade do preso.
(B) A concessão de prisão domiciliar às genitoras de menores de até 12 anos de idade
incompletos não é legalmente presumida, estando condicionada à comprovação da
imprescindibilidade dos cuidados maternos.
(C) Se o membro do MP, em audiência de custódia, manifestar-se apenas pela concessão
de liberdade provisória mediante o pagamento de fiança ao preso em flagrante, é
possível que o juiz que presidir o ato, além de acolher o parecer do parquet, aplique
medida de recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, não sendo
essa atuação considerada como de ofício.
(D) O tempo que o réu tiver ficado submetido à medida cautelar de recolhimento
domiciliar com tornozeleira eletrônica não pode ser descontado da pena imposta na
condenação.
(E) A ausência de exibição de mandado obsta a prisão se a infração for inafiançável.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. STF, SL 1.395 MC-Ref, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário, j. 15.10.2020: A
inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 do CPP não implica automática
revogação da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a reavaliar a
legalidade e atualidade de seus fundamentos.
(B) INCORRETA. STJ, AgRg no HC 731.648, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5ª Turma, j.
07.06.2022: Conforme art. 318, V, do CPP, a concessão de prisão domiciliar às genitoras
de menores de até 12 anos incompletos não está condicionada à comprovação da
imprescindibilidade dos cuidados maternos, que é legalmente presumida.
(C) CORRETA. STJ, AgRg no HC 626.529, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, j.
26.04.2022: A atuação do juiz de ofício é vedada independentemente do delito
praticado ou de sua gravidade, ainda que seja de natureza hedionda. No caso, na
audiência de custódia, o Ministério Público manifestou-se pela concessão de liberdade
provisória mediante o pagamento de fiança. O Juízo singular acolheu o pleito e fixou,
também, a medida de recolhimento domiciliar em período noturno e nos dias de folga.
A determinação do Magistrado, em sentido diverso do requerido pelo Ministério
Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como
atuação ex officio, uma vez que lhe é permitido operar conforme os ditames legais,
desde que previamente provocado, no exercício de sua jurisdição.
Impor ou não cautelas pessoais, de fato, depende de prévia e indispensável provocação;
contudo, a escolha de qual delas melhor se ajusta ao caso concreto há de ser feita pelo
juiz da causa. Entender de forma diversa seria vincular a decisão do Poder Judiciário ao
pedido formulado pelo Ministério Público, de modo a transformar o julgador em mero
chancelador de manifestações do Parquet ou de transferir a este a escolha do teor de
uma decisão judicial. Em outras palavras, embora seja o órgão acusatório o dominus
litis, é do juiz a incumbência de atentar-se aos outros interesses legítimos que precisam
ser protegidos na relação processual, além dos relativos ao acusado, e, portanto, cabe-
lhe, eventualmente, adotar providência cautelar mais gravosa do que a alvitrada pelo
representante do Ministério Público, de modo que não se identifica ilegalidade no
presente caso.
(D) INCORRETA. Entendemos que a questão não poderia cobrar esse temática, uma vez
que existe divergência entre o STJ e o STF sobre o assunto. Veja:
É possível considerar o tempo submetido à medida cautelar de recolhimento noturno,
aos finais de semana e dias não úteis, supervisionados por monitoramento eletrônico,
com o tempo de pena efetivamente cumprido, para detração da pena.
STJ. 3ª Seção. HC 455097/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/04/2021 (Info 693).
A orientação jurisprudencial desta Suprema Corte é no sentido de que a detração da
pena privativa de liberdade não abrange o cumprimento de medidas cautelares diversas
da prisão por falta de previsão legal.
STF, AgRg no HC 205.740, Rel. Min. Rosa Weber, 1ª Turma, j. 22.04.2022
(E) INCORRETA. CPP, Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do
mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado
ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de custódia.
66
_______________________________________________________________________
54. De acordo com o CPP e com a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a
opção correta, relativa a questões e processos incidentes.
(A) A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado pode ser requerida em qualquer fase
do processo pelo ofendido, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes de
autoria.
(B) Para a decretação do sequestro, são necessários indícios seguros de autoria
criminosa.
(C) É cabível sequestro de bens móveis, advindos de infração penal, salvo se transferidos
a terceiro.
(D) A arguição de falsidade feita por procurador não exige poderes especiais.
(E) É cabível mandado de segurança contra decisão que indefira o pleito de restituição
dos bens sequestrados.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO!
(A) CORRETA.
CPP, Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser
requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja
certeza da infração e indícios suficientes da autoria.
(B) INCORRETA. A questão faz um jogo de palavras que, ao nosso ver, é completamente
inócuo. A redação fala em indícios “seguros”, ao passo que a lei fala em indício
“veementes”, termos que podem ser interpretados no mesmo sentido.
Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens.
(C) INCORRETA.
Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado
com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a
terceiro.
(D) INCORRETA.
CPP, Art. 146. A argüição de falsidade, feita por procurador, exige poderes
especiais.
67
(E) INCORRETA. O recurso cabível para impugnar a decisão que julga o pedido de
sequestro é a apelação criminal, que possui força de decisão definitiva, resolvendo o
incidente processual, enquadrando-se na norma do art. 593 , II , do CPP .
_____________________________________________________________________________
55. Acerca das nulidades, dos recursos e dos remédios impugnativos autônomos, com
base no entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta.
(A) O habeas corpus constitui via própria para impugnar decreto de governador de
estado sobre adoção de medidas acerca da apresentação de comprovante de vacinação
contra a covid-19 para que as pessoas possam circular e permanecer em locais públicos
e privados.
(B) Não cabe habeas corpus nas hipóteses que não envolvam risco imediato de prisão,
como na análise da licitude de determinada prova.
(C) Tribunal pode aumentar a pena de multa em recurso exclusivo da defesa, desde que,
no mesmo julgamento, reduza a pena privativa de liberdade.
(D) Em matéria penal, o Ministério Público e a Defensoria Pública gozam da prerrogativa
da contagem dos prazos recursais em dobro.
(E) A jurisprudência dos tribunais superiores não tolera a chamada nulidade de algibeira
— aquela que, podendo ser sanada pela insurgência imediata da defesa após ciência do
vício, não é alegada, como estratégia, para conveniência futura.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. STJ, RCD no HC 700.487, Rel. Min. Francisco Falcão, 2ª Turma, j.
22.02.2022: O habeas corpus não é a via própria para o controle abstrato da validade de
leis e atos normativos em geral, como ocorre no caso em exame, em que a impetração
se volta contra decreto do Governador do Estado do RS, o qual contém adoção de
medidas acerca da apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19.
(B) INCORRETA. PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. 1. IMPETRAÇÃO
SUBSTITUTIVA DO RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. 2. CRIME DE HOMICÍDIO.
JUNTADA DE INTERCEPTAÇÃO REALIZADA EM OUTRO PROCESSO. PROVA CONSIDERADA
ILÍCITA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PROVAS DERIVADAS. ART. 157, § 1º,
DO CPP. DIREITO DO RÉU. 3. CERCEAMENTO À PLENITUDE DE DEFESA. NECESSIDADE DE
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL. 4. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM
CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA ANULAR A PRONÚNCIA E DETERMINAR AO MAGISTRADO
QUE SE PRONUNCIE SOBRE AS PROVAS DERIVADAS. 1. A Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal e as Turmas que compõem a Terceira Seção do Superior Tribunal de
Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a
restringir a sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via
recursal própria, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos
de flagrante ilegalidade. 2. É direito constitucional do réu ter as provas obtidas por meios
68
ilícitos expurgadas do processo a que responde, sendo igualmente inadmissíveis, nos
termos do art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal, as provas que derivam da prova
ilícita, razão pela qual devem ter o mesmo destino. As provas derivadas apenas podem
ser mantidas nos autos nos casos em que não ficar evidenciado o nexo de causalidade,
ou seja, quando não se verificar a derivação, ou quando demonstrado que poderiam ser
obtidas por uma fonte independente, cabendo ao Magistrado justificar. 3. Constatando-
se que o Magistrado de origem não tomou nenhuma providência com relação às provas
derivadas, tendo apenas mencionado que não as utilizou, e tendo o impetrante
comprovado a existência de provas derivadas (e-STJ fl. 8), faz-se necessário o
pronunciamento judicial, na origem, acerca de todas as provas derivadas. De fato, a
parte tem direito de saber quais os elementos de prova se encontram hígidos nos autos,
para que possa produzir eventuais contraprovas necessárias, sob pena de se dificultar
sobremaneira o exercício da plenitude de defesa assegurada pelo art. artigo 5º, inciso
XXXVIII, alínea a, da Constituição Federal. 4. Habeas corpus não conhecido. Ordem
concedida de ofício para anular a decisão de pronúncia e o acórdão que a confirmou,
para que o Magistrado de origem se manifeste sobre a admissibilidade ou não das
provas derivadas da prova ilícita. (STJ - HC: 301488 MT 2014/0201362-1, Relator:
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 01/09/2016, T5 -
QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 06/09/2016)
(C) INCORRETA. Caracteriza manifesta ilegalidade, por violação ao princípio da “non
reformatio in pejus”, a majoração da pena de multa por tribunal, na hipótese de recurso
exclusivo da defesa. Isso porque, na apreciação de recurso exclusivo da defesa, o
tribunal não pode inovar na fundamentação da dosimetria da pena, contra o
condenado, ainda que a inovação não resulte em aumento da pena final.
STF. 2ª Turma. RHC 194952 AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
13/4/2021 (Info 1013).
(D) INCORRETA. O Ministério Público não goza de prazo em dobro no âmbito penal,
sendo intempestivo o recurso de agravo regimental interposto fora do quinquídio
previsto no art. 258 do Regimento Interno do STJ.” (AgRg no HC 392.868/MT, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 6/2/2018, DJe 15/2/2018) (AgInt
no REsp 1.658.578/MT, 5ª Turma, DJe 02/05/2018).
(E) CORRETA. A jurisprudência dos Tribunais Superiores não tolera a chamada “nulidade
de algibeira” – aquela que, podendo ser sanada pela insurgência imediata da defesa
após ciência do vício, não é alegada, como estratégia, numa perspectiva de melhor
conveniência futura. Observe-se que tal atitude não encontra ressonância no sistema
jurídico vigente, pautado no princípio da boa-fé processual, que exige lealdade de todos
os agentes processuais. STJ, AgRg no HC 732.642, Rel. Min. Jesuíno Rissato
(desembargador convocado), 6ª Turma, j. 24.05.2022
_______________________________________________________________________
56. Quanto às regras referentes a sentença, coisa julgada e procedimentos e provas nos
processos penais, assinale a opção correta.
(A) Em crimes de competência do júri, se o conselho de sentença reconhecer a existência
de minorante, a definição da fração de diminuição também caberá a esse conselho, no
momento da quesitação, por força de comando constitucional. 69
(B) É válida a sentença proferida de forma oral na audiência e registrada em meio
audiovisual, desde que haja a sua transcrição integral no processo, em respeito ao
princípio do devido processo legal.
(C) Excepcionalmente, admite-se que a emendatio libelli se dê no recebimento da
denúncia na hipótese em que a inadequada subsunção típica macular o adequado
procedimento.
(D) Se o MP injustificadamente não comparecer à audiência para a oitiva das
testemunhas de acusação, o magistrado poderá formular todas as perguntas
diretamente a essas testemunhas em consonância com o princípio da verdade real.
(E) A jurisprudência veda a chamada fundamentação per relationem, ainda que a
decisão faça referência concreta às peças que pretende encampar, transcrevendo as
partes delas que julgar interessantes para legitimar o raciocínio lógico que embasa a
conclusão a que se quer chegar.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Inexiste tal previsão. A dosimetria da pena fica a critério do juiz-
presidente.
(B) INCORRETA. É válida a sentença proferida de forma oral na audiência e registrada
em meio audiovisual, ainda que não haja a sua transcrição. O § 2º do art. 405 do CPP,
que autoriza o registro audiovisual dos depoimentos, sem necessidade de transcrição,
deve ser aplicado também para os demais atos da audiência, dentre eles os debates
orais e a sentença. O registro audiovisual da sentença prolatada oralmente em audiência
é uma medida que garante mais segurança e celeridade. Não há sentido lógico em se
exigir a degravação da sentença registrada em meio audiovisual, sendo um desserviço à
celeridade. A ausência de degravação completa da sentença não prejudica o
contraditório nem a segurança do registro nos autos, do mesmo modo que igualmente
ocorre com a prova oral. STJ. 3ª Seção. HC 462253/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 28/11/2018 (Info 641).
(C) CORRETA. O órgão jurisdicional (juiz ou Tribunal) não tem competência para
substituir-se ao Ministério Público, titular da ação penal pública, e retificar (consertar) a
classificação jurídica proposta na denúncia. Por esse motivo, o entendimento dominante
é o de que, em regra, o momento adequado para a emendatio libelli é na prolação da
sentença e não no recebimento da denúncia. Isso se justifica, ainda, pela posição
topográfica do art. 383 no CPP (que está no título que trata sobre sentença) e pelo fato
de que o acusado se defende dos fatos imputados, e não da classificação que lhes
atribuem. De forma excepcional, jurisprudência e doutrina afirmam que é possível
antecipar o momento da emendatio libelli nas hipóteses em que a inadequada
subsunção típica (tipificação): macular a competência absoluta; o adequado
procedimento; ou restringir benefícios penais por excesso de acusação.
STJ. 6ª Turma. HC 241206-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/11/2014 (Info 553).
STJ. 5ª Turma. HC 258581/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/02/2016.
70
(D) INCORRETA. No caso concreto, o membro do Ministério Público, mesmo tendo sido
intimado, sem qualquer justificativa, deixou de comparecer à audiência para oitiva das
testemunhas.
Diante disso, o magistrado tinha duas opções válidas:
1) suspender a audiência e designar uma nova data para o ato; ou
2) realizar a audiência mesmo sem a presença do MP e, neste caso, abster-se de fazer
perguntas às testemunhas arroladas pela acusação.
Na situação concreta, contudo, o próprio juiz fez todas as perguntas para as
testemunhas de acusação. Em razão disso, o STJ reconheceu que houve nulidade.
O fato de o Ministério Público não ter comparecido à audiência de instrução não dá, à
autoridade judicial, a liberdade de assumir a função precípua do Parquet.
STJ. 6ª Turma. REsp 1846407-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/12/2022
(Info 761).
(E) INCORRETA. STJ, AgRg no RHC 124.059, Rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, j.
09.12.2020: É válido e compatível com a prescrição do art. 93, IX, da CF o uso da
fundamentação per relationem, em que se adotam como ratio decidenti os termos de
decisão anterior ou de parecer do Ministério Público nos autos, com a condição de que
o órgão julgador elabore argumentos próprios sobre a matéria apreciada.
_______________________________________________________________________
57. Em outubro de 2022, Pablo, pessoa em situação de rua, foi detido em flagrante delito
pela Polícia Civil do Distrito Federal, em virtude da prática do crime de furto simples.
Conforme apurado na esfera policial, ele havia ingressado em um supermercado
durante o dia e de lá subtraído alguns itens expostos à venda, avaliados em cerca de R$
95, tendo sido detido, ainda na posse dos bens subtraídos, pelos seguranças do
estabelecimento. A autoridade policial formalizou a prisão em flagrante sem formular
representação pela conversão em prisão preventiva. Na sequência, Pablo foi
apresentado ao Núcleo de Audiências de Custódia (NAC) do TJDFT. Na audiência de
custódia, foram constatadas, pela análise da folha de antecedentes penais de Pablo,
duas condenações definitivas anteriores, por furtos datados de 2015 e 2016, mas com
as penas já extintas, pelo cumprimento, havia quatro anos. Depois de ouvida a pessoa
detida, tanto o MP quanto a defesa manifestaram-se pela concessão da liberdade
provisória ao autuado, sem formular requerimento de aplicação de quaisquer medidas
cautelares diversas da prisão.
Em relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta a respeito da prisão
processual, das medidas cautelares diversas da prisão e da liberdade provisória.
(A) O juiz em atuação no NAC pode, de ofício, converter a detenção em flagrante em
prisão preventiva, pois a circunstância de o autuado ser pessoa em situação de rua gera,
por si só, risco à aplicação da lei penal e, assim, autoriza a adoção da medida excepcional
da prisão provisória.
(B) Para a caracterização de risco à ordem pública por reiteração delitiva, não importa
se as condenações anteriores deram-se por fatos que guardam relação de
contemporaneidade com a situação que gerou o flagrante em outubro de 2022.
(C) Essa situação não se enquadra em nenhuma das hipóteses de admissibilidade da 71
prisão preventiva previstas no CPP, sendo certo que o CPP não admite essa modalidade
de custódia cautelar para crimes dolosos com pena máxima não superior a quatro anos,
seja a pessoa detida reincidente ou não em crime doloso.
(D) Concedida a liberdade provisória pelo NAC, o juízo da vara criminal para o qual for
distribuído o auto de prisão em flagrante não poderá decretar a prisão preventiva de
Pablo, mesmo que sobrevenham razões para tanto e haja requerimento do MP.
(E) Caso o juiz em atuação no NAC considere que o fato narrado no auto de prisão em
flagrante é insignificante e decida relaxar a prisão efetuada, a sua decisão,
fundamentada na atipicidade material, não produzirá coisa julgada e, portanto, não
vinculará o juízo da vara criminal para a qual, posteriormente, for distribuído o auto de
prisão em flagrante e o correspondente inquérito policial.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Além de não ser admitida prisão preventiva decretada de ofício, o fato
de o agente estar em situação de rua não é fundamento suficiente.
STF, AgRg no HC 198.774, Rel. Min. Edson Fachin, 2ª Turma, j. 28.06.2021: A Lei n.
13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” constante na redação anterior dos arts.
282, § § 2º e 4º, e 311, ambos do Código de Processo Penal, veda, de forma expressa, a
imposição de medidas cautelares restritivas de liberdade pelo magistrado sem que haja
anterior representação da autoridade policial ou requerimento das partes. O art. 310 do
Código de Processo Penal deve ser interpretado à luz do sistema acusatório e em
conjunto com os demais dispositivos legais que regem a aplicação das medidas
cautelares penais (arts. 282, §§ 2º e 4º, 311 e seguintes do CPP). Disso decorre a ilicitude
da conversão, de ofício, da prisão em flagrante em prisão preventiva pela autoridade
judicial.
(B) INCORRETA.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4o).
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e
fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
(C) INCORRETA.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
72
superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada
em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência;
(D) INCORRETA. Não existe nenhum impeditivo para que a prisão preventiva seja
decretada caso surjam fatos novos.
(E) CORRETA. A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da
prisão em flagrante sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa
julgada.
Assim, esta decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação
contra o indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018 (Info 917).
_______________________________________________________________________
58. Acerca das provas no processo penal, assinale a opção correta de acordo com o CPP
e a jurisprudência do STF e do STJ.
(A) O depoimento de um policial ouvido como testemunha é dotado de especial valor
probatório, nos termos do CPP, em virtude da fé pública de que ele desfruta por sua
condição de servidor público.
(B) O reconhecimento por fotografia, por constituir prova atípica, dispensa a
observância das formalidades previstas no CPP para o reconhecimento pessoal e pode
servir de fundamento exclusivo para uma condenação.
(C) Amigo íntimo de vítima de infração penal arrolado como testemunha é dispensado
do compromisso legal de dizer a verdade, conforme previsto no CPP.
(D) Para a realização de busca exclusivamente pessoal, exige-se, além da fundada
suspeita, que a medida se vincule à busca de arma ou de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, não havendo autorização no CPP para a realização de buscas
pessoais meramente exploratórias ou com finalidade preventiva.
(E) As partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo, inclusive
em ação penal que tenha por objeto a apuração de crime doloso contra a vida, em que
é possível a apresentação e leitura de documento novo na fase do plenário do júri.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Há valor probatório, mas não “especial” como narra o enunciado da
questão.
[...] 7. O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento firme de que os depoimentos 73
dos policiais, que acompanharam as investigações prévias ou que realizaram a prisão
em flagrante, são meio idôneo e suficiente para a formação do édito condenatório,
quando em harmonia com as demais provas dos autos, e colhidos sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa. [...]. (STJ — AgRg no AREsp 918323 / RS — Relata
Ministro RIBEIRO DANTAS — T5 — QUINTA TURMA — DJe 26/11/2019)
[...] 4. Esta Corte Superior possui entendimento remansoso no sentido de que
o depoimento de policiais, os quais, de acordo com o acórdão ora combatido,
visualizaram a prática do tráfico, constitui meio de prova idôneo a dar azo à condenação,
principalmente quando corroborada em juízo, circunstância que reforça a legalidade da
decisão recorrida. [...]. (STJ — AgRg no HC 483731 / SP — Ministro JORGE MUSSI — T5
— QUINTA TURMA — DJe 02/09/2019)
(B) INCORRETA. O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s)
ao reconhecedor, a par de dever seguir o mesmo procedimento do reconhecimento
pessoal, há de ser visto como etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal
e, portanto, não pode servir como prova em ação penal, ainda que confirmado em
juízo (...) (STJ. 6ª Turma. HC 598886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
27/10/2020 (Info 684)
(C) INCORRETA. Inexiste referida previsão legal.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes
e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas
a que se refere o art. 206.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor.
Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o
afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe,
ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
_______________________________________________________________________
59. Considerando a disciplina a respeito da competência em matéria processual penal e
as disposições da Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios,
assinale a opção correta.
(A) A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecida exclusivamente pela Constituição estadual.
(B) É causa de separação obrigatória de processos referentes a infrações conexas a
existência de excessivo número de réus, a fim de não lhes prolongar a prisão provisória.
(C) Compete ao TJDFT processar e julgar, originariamente, secretário de governo do
Distrito Federal que cometa crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
competência da justiça eleitoral e dos juizados especiais criminais.
(D) A competência para o processamento e julgamento de crime de estelionato
praticado mediante transferência de valores entre contas bancárias será definida pelo
local de domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas residentes em
circunscrições judiciárias diversas, haverá a separação dos processos.
(E) É absoluta a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por
prevenção.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(C) INCORRETA.
Art. 8o Compete ao Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar originariamente:
a) nos crimes comuns e de responsabilidade, os Governadores dos
Territórios, o Vice-Governador do Distrito Federal e os Secretários dos
Governos do Distrito Federal e dos Territórios, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
(D) INCORRETA.
Art. 70. § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito,
mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder
do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em
caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
DIREITO CONSTITUCIONAL
(A) INCORRETA.
Lei 9869 de 1999, Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação
declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.
_______________________________________________________________________
62. Acerca do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), assinale a opção correta.
(A) O membro do Ministério Público da União que compõe o CNJ é nomeado por meio
de eleição realizada no órgão, a qual, por sua vez, resulta em lista tríplice a ser enviada
ao presidente da República.
(B) A atividade notarial e registral, por ser exercida em caráter privado, não está sujeita
a controle do CNJ.
(C) Os integrantes do CNJ não podem ser reconduzidos. 78
(D) A tese de que a criação do CNJ por emenda constitucional fere o princípio federativo,
devido ao fato de implicar intromissão indevida da União no Poder Judiciário dos
estados-membros, está superada.
(E) Os componentes do CNJ, salvo o seu presidente, são nomeados pelo presidente da
República após a aprovação de seu nome pela maioria simples do plenário do Senado
Federal.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução,
sendo:
(...)
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-
Geral da República;
(B) INCORRETA. As atividades notariais e registrais, contudo, não perdem sua natureza
tipicamente estatal pelo fato de serem executadas por particulares. Cuida-se de serviços
públicos, realizados por meio de delegação do Poder Público, sujeitos, por isso mesmo,
ao poder fiscalizatório e disciplinar do Poder Judiciário (CF, art. 236, § 1º) e do Conselho
Nacional de Justiça (CF, art. 103-B, § 4º, III) e subordinados à observância dos princípios
gerais da Administração Pública (CF, art. 37, caput) (SS 5594 MC-AgR, 09/11/2022).
(C) INCORRETA.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução,
sendo:
82
A intervenção federal consiste em ato de natureza política excepcional, dotado de
necessidade, que consiste na supressão temporária da autonomia política de um ente
em virtude de hipóteses taxativamente previstas na CF/88.
Desse modo, a intervenção consistente na incursão (intromissão) de um ente superior
em assuntos de um ente inferior, restringindo temporariamente a autonomia deste,
com o objetivo de preservar o pacto federativo, e fazer cumprir os demais princípios e
regras constitucionais.
De acordo com o art. 84, X, da CF, compete privativamente ao Presidente da República
decretar e executar a intervenção federal.
Ademais, a União só pode intervir em Municípios localizador em Território Federal (art.
35, caput, CF).
_______________________________________________________________________
66. Acerca do habeas corpus como garantia constitucional, assinale a opção correta.
(A) Estrangeiros não residentes no Brasil não gozam da proteção constitucional de
habeas corpus.
(B) Para impetrar habeas corpus, é necessária a comprovação da condição de cidadão
brasileiro por meio da apresentação de título eleitoral.
(C) No âmbito dos direitos e das garantias individuais, atualmente considera-se que o
habeas corpus destina-se também a proteger pessoas jurídicas.
(D) Não se aplica à ação de habeas corpus o princípio da congruência, o qual determina
que a exposição da causa de pedir, bem como o pedido expostos na petição conformam
a margem de apreciação judicial.
(E) Tendo em vista as consequências da ação penal para a liberdade de locomoção, o
habeas corpus pode ser manejado contra qualquer ilegalidade em processo criminal.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
DIREITO ELEITORAL
(A) INCORRETA. Eventuais menções podem ser admitidas. De acordo com o TSE:
Ac.-TSE, de 9.4.2019, no AgR-REspe nº 060033730: critérios para identificação dos
limites para a propaganda no período pré-eleitoral: “(a) ‘o pedido explícito de votos,
entendido em termos estritos, caracteriza a realização de propaganda antecipada
irregular, independentemente da forma utilizada ou da existência de dispêndio de
recursos’; (b) ‘os atos publicitários não eleitorais, assim entendidos aqueles sem
qualquer conteúdo direta ou indiretamente relacionados com a disputa, consistem em
‘indiferentes eleitorais’, situando-se, portanto, fora da alçada desta Justiça
Especializada’; (c) ‘o uso de elementos classicamente reconhecidos como
caracterizadores de propaganda, desacompanhado de pedido explícito e direto de
votos, não enseja irregularidade per se’; e (d) ‘todavia, a opção pela exaltação de
qualidades próprias para o exercício de mandato, assim como a divulgação de
plataformas de campanha ou planos de governo acarreta, sobretudo, quando a forma
de manifestação possua uma expressão econômica minimamente relevante, os
seguintes ônus e exigências: (i) impossibilidade de utilização de formas proscritas
durante o período oficial de propaganda (outdoor, brindes, etc); e (ii) respeito ao
alcance das possibilidades do pré-candidato médio’”.
(B) INCORRETA. Em regra não são admitidas as propagandas eleitorais em bens
públicos, mas a lei excepciona algumas hipóteses. Veja, nesse sentido, os parágrafos 2º
a 7º do art. 37 da Lei das Eleições.
Lei 9.504/97
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público,
ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de
iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,
paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de
propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e
exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados.
§ 1o A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput
deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e comprovação, à
restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$
2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais).
§ 2º Não é permitida a veiculação de material de propaganda eleitoral em
bens públicos ou particulares, exceto de:
86
I - bandeiras ao longo de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem
o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos;
II - adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e
janelas residenciais, desde que não exceda a 0,5 m² (meio metro quadrado).
§ 3º Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda
eleitoral fica a critério da Mesa Diretora.
§ 4o Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil e também aqueles a que a
população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros
comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada.
§ 5o Nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em
muros, cercas e tapumes divisórios, não é permitida a colocação de
propaganda eleitoral de qualquer natureza, mesmo que não lhes cause dano.
§ 6o É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de
campanha e a utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que
móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e
veículos.
§ 7o A mobilidade referida no § 6o estará caracterizada com a colocação e a
retirada dos meios de propaganda entre as seis horas e as vinte e duas horas.
§ 8o A veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser
espontânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de pagamento em troca
de espaço para esta finalidade.
Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que
precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas.
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à
cassação do registro ou do diploma.
(E) INCORRETA. Nos termos do parágrafo único do art. 40–B da Lei 9.504/97, é possível
responsabilizar candidato beneficiado por propaganda irregular “se as circunstâncias e
as peculiaridades do caso específico revelarem a impossibilidade de o beneficiário não
ter tido conhecimento da propaganda”.
Súmula-TSE nº 48
A retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem particular, não é capaz
de elidir a multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97.
Ainda de acordo com o TSE:
“[...] Propaganda irregular. [...] Bem particular. Extrapolação. Limite legal [...] 2. O art.
37, § 1º, da Lei nº 9.504/97, que dispõe sobre a necessidade de prévia notificação do
candidato para fins de imposição de multa pela prática de propaganda eleitoral
irregular, não se aplica à propaganda confeccionada em bem particular. Precedente. [...]
4. Tratando-se de propaganda realizada em bem particular, sua retirada ou
regularização não afasta a incidência de multa. Precedentes. [...] ”. (Ac. de 30.4.2013 no
AgR-AI nº 282212, rel. Min. Dias Toffoli.)
“[...] Propaganda eleitoral irregular. Bens particulares. Retirada que não afasta a
aplicação da multa. Precedentes. Comitê eleitoral. Placas em dimensão superior a 4m².
Impossibilidade. Precedentes. Justaposição de placas. Efeito visual único semelhante a
outdoor [...] 1. No caso de bens particulares, tal como ocorre na hipótese dos autos, a
retirada da propaganda eleitoral irregular não afasta a aplicação da multa [...]”. (Ac. de
12.12.2013 no AgR-AI nº 376002, rel. Min. Laurita Vaz.)
_______________________________________________________________________
70. Em relação às ações eleitorais, assinale a opção correta.
(A) Por aplicação subsidiária do CPC, nas ações eleitorais, cabe à parte demandante
indicar o valor da causa, ainda que precise estimá-lo.
(B) Conforme o novo CPC, a contagem de prazos no processo eleitoral, exceto no
período próximo às eleições, considera os dias úteis.
(C) Conforme previsto na jurisprudência, em determinadas situações, é admitida a
impetração de mandado de segurança como meio adequado para impugnar decisões
judiciais eleitorais.
(D) Nos casos em que o valor da causa de ação eleitoral for inestimável, os ônus de
sucumbência devem ser fixados em salários-mínimos.
(E) Na ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC), caso haja questão
relevante objeto de outro processo judicial, a regra é a de que a AIRC seja suspensa até
que se decida o processo em andamento.
_______________________________________________________________________
88
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Não se aplica valor da causa aos feitos eleitorais, em especial àqueles
de valor inestimável.
“Representação. [...] Pretensão de conduzir o juízo a erro. [...] o TRE/SP asseverou que
a agravante fez afirmação falsa, procurando conduzir o Juízo a erro, porquanto, ao
contrário do que alegado, o panfleto impugnado foi confeccionado de acordo com as
regras legais, o que denotaria a má-fé da agravante no ajuizamento da representação
[...] 3. Tendo sido definido pelo Tribunal a quo que o ajuizamento da representação foi
de má-fé, a imposição da multa por litigância de má-fé é pertinente, com base no art.
18 do CPC. 4. Tendo em vista a inexistência de valor da causa nos feitos eleitorais,
afigura-se razoável a fixação considerando o critério atinente à multa fixada na
representação, aplicando-se, por analogia, o disposto no § 3º do art. 36 da Lei nº
9.504/97. [...]”
(Ac. de 4.12.2014 no AgR-REspe nº 1007054, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura.)
Ressalte-se que a Resolução 23.478/2016, do TSE, que Estabelece diretrizes gerais para
a aplicação do Código de Processo Civil -, no âmbito da Justiça Eleitoral, prevê em seu
artigo 2º que:
Art. 2º Em razão da especialidade da matéria, as ações, os procedimentos e
os recursos eleitorais permanecem regidos pelas normas específicas previstas
na legislação eleitoral e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. A aplicação das regras do Novo Código de Processo Civil tem
caráter supletivo e subsidiário em relação aos feitos que tramitam na Justiça
Eleitoral, desde que haja compatibilidade sistêmica.
CPC, ART. 219: Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo
juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
§ 1º Os prazos processuais, durante o período definido no calendário
eleitoral, serão computados na forma do art. 16 da Lei Complementar nº 64,
de 1990, não se suspendendo nos fins de semana ou feriados.
§ 2º Os prazos processuais, fora do período definido no calendário eleitoral,
serão computados na forma do art. 224 do Novo Código de Processo Civil.
§ 3º Sempre que a lei eleitoral não fixar prazo especial, o recurso deverá ser
interposto no prazo de 3 (três) dias, a teor do art. 258 do Código Eleitoral, não
se aplicando os prazos previstos no Novo Código de Processo Civil.
(I) CORRETA.
Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os
recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado à
autoridade superior, que poderá: II - revogar a licitação por motivo de
conveniência e oportunidade;
§ 2º O motivo determinante para a revogação do processo licitatório deverá
ser resultante de fato superveniente devidamente comprovado.
(II) INCORRETA.
Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os
recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado à
autoridade superior, que poderá: III - proceder à anulação da licitação, de
ofício ou mediante provocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade
insanável;
§ 3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada a prévia
manifestação dos interessados.
(III) CORRETA.
Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os
recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado à
autoridade superior, que poderá: III - proceder à anulação da licitação, de
ofício ou mediante provocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade
insanável;
_______________________________________________________________________
73. João, servidor público do Distrito Federal, ingressou no cargo público em 1986, sem
ter realizado concurso público. Em 1991, foi editado ato da administração pública que
declarou sua estabilidade no cargo. Passados dez anos, a administração pública anulou
o referido ato, por considerá-lo incompatível com o texto constitucional.
Nessa situação hipotética, a anulação do ato foi
92
(A) inválida, pois, embora o ato administrativo que concedeu a estabilidade a João tenha
sido editado em descompasso com o texto constitucional, decorreu o prazo decadencial
para a administração pública exercer o poder-dever de autotutela, cujo afastamento
depende da comprovação de má-fé do beneficiário.
(B) válida, uma vez que o ato administrativo que concedeu a estabilidade a João
destoava do texto constitucional e, portanto, era passível de anulação, não estando
sujeito ao prazo para o exercício do poder-dever de autotutela administrativa, que é
decadencial, nem à observância do contraditório e da ampla defesa.
(C) inválida, pois, embora o ato administrativo que concedeu a estabilidade a João tenha
sido editado em descompasso com o texto constitucional, decorreu o prazo
prescricional para a administração pública exercer o poder-dever de autotutela, cujo
afastamento depende da comprovação de má-fé do beneficiário.
(D) válida, uma vez que o ato administrativo que concedeu a estabilidade a João
destoava do texto constitucional e, portanto, era passível de anulação, não estando
sujeito ao prazo para o exercício do poder-dever de autotutela administrativa, que é
decadencial, sem prejuízo do contraditório e da ampla defesa em favor do administrado.
(E) válida, uma vez que o ato administrativo que concedeu a estabilidade a João
destoava do texto constitucional e, portanto, era passível de anulação, não estando
sujeito ao prazo para o exercício do poder-dever de autotutela administrativa, que é
prescricional, sem prejuízo do contraditório e da ampla defesa em favor do
administrado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
75. Os bens dominicais incluem
(I) as terras dos silvícolas.
(II) as escolas públicas em uso.
(III) as terras devolutas. IV a dívida ativa.
Estão certos apenas os itens
(A) I e II.
(B) II e IV.
(C) III e IV.
(D) I, II e III.
(E) I, III e IV.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(I) e (II) INCORRETAS. As escolas públicas em uso são bens públicos de uso especial. Bens
de uso especial são todas as coisas, móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas,
utilizadas pela Administração Pública para realização de suas atividades e consecução
de seus fins, conforme se extrai da redação do art. 99, inciso II, do Código Civil. 94
São exemplos de bens de uso especial os imóveis onde estão instaladas repartições
públicas, os bens móveis utilizados pela Administração, museus, bibliotecas, terras dos
silvícolas, escolas e cemitérios públicos, entre outros.
Em relação às terras dos silvícolas, embora não haja estritamente um serviço
administrativo, há uma afetação a uma finalidade pública, qual seja a proteção dessa
categoria social. Neste sentido, Maria Sylvia Zanella de Pietro esclarece que “as terras
indígenas são bens de uso especial; embora não se enquadrem no conceito do artigo 99,
II, do Código Civil, , a sua afetação, e a sua inalienabilidade e indisponibilidade, bem
como a imprescritibilidade dos direitos a ela relativos, conforme previsto no §4º do artigo
231 da Constituição, permite incluí-las nessa categoria”.
(III) e (IV) CORRETAS. Os bens de uso dominical são todos aqueles que não possuem
destinação especial (terras devolutas, direitos pessoais, herança jacente etc.) e, por
também possuir caráter residual, essa categoria acaba por compreender todos os bens
que não se enquadram nas duas categorias mencionadas, sendo objeto de direito
pessoal ou real.
As chamadas terras devolutas (terras públicas sem utilização), os terrenos de marinha e
a dívida ativa (objeto de direito pessoal) são exemplos dessa categoria.
_______________________________________________________________________
76. Lucas, Fabiano e Cláudio são servidores públicos e praticaram, dolosamente, no
exercício de suas funções, as seguintes condutas: Lucas facilitou a aquisição de bem por
preço superior ao de mercado; Fabiano permitiu a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento; e Cláudio frustrou, em ofensa à imparcialidade, o
caráter concorrencial de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício
de terceiros.
Com base na Lei n.º 8.429/1992 e suas alterações, assinale a opção que indica quem, na
situação hipotética apresentada, está sujeito a sanção por ato de improbidade
administrativa, independentemente de ter causado efetivo dano ao patrimônio público.
(A) Lucas, Fabiano e Cláudio.
(B) Lucas e Fabiano, somente
(C) Cláudio, somente
(D) Fabiano, somente.
(E) Lucas, somente .
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Lucas, ao facilitar a aquisição de bem por preço superior ao de mercado (art. 10, V, LIA), 95
assim como Fabiano, ao permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento (art. 10, IX, LIA), poderiam ter suas condutas enquadradas como ato de
improbidade administrativa, caso ação praticada por cada um deles tivesse ensejado,
efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades que compõem os Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, nos termos do art. 10, caput,
LIA.
Cláudio, por sua vez, praticou ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública, incidindo, especificamente, no inciso V do art. 11 da LIA
(“frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de
chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio,
direto ou indireto, ou de terceiros”), cuja configuração independe do reconhecimento da
produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos (§4º).
_______________________________________________________________________
77. Um condenado preso em determinado presídio estadual morreu e, na semana
seguinte, sem qualquer relação com o óbito ocorrido, outro preso fugiu e, na sequência,
praticou um latrocínio.
Nessa situação hipotética, o Estado poderá ser responsabilizado civilmente
(A) pela morte do primeiro preso, independentemente de demonstração de não
observância do dever específico de proteção do Estado, e pelo latrocínio praticado pelo
segundo preso, independentemente do nexo causal direto entre o momento da fuga e
o crime praticado.
(B) pela morte do primeiro preso, caso seja demonstrada a inobservância do dever
específico de proteção do Estado, e pelo latrocínio cometido pelo segundo preso,
independentemente de nexo causal direto entre o momento da fuga e o crime
praticado.
(C) pela morte do primeiro preso, de forma objetiva, não cabendo qualquer
responsabilidade civil do Estado pela conduta praticada pelo segundo preso enquanto
foragido do sistema prisional.
(D) pela morte do primeiro preso, independentemente de demonstração de não
observância do dever específico de proteção do Estado, e pelo latrocínio cometido pelo
segundo preso, desde que demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga
e o crime praticado.
(E) pela morte do primeiro preso, caso seja demonstrada a inobservância do dever
específico de proteção do Estado, e pelo latrocínio praticado pelo segundo preso, caso
seja demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e o crime praticado.
______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
96
Tema 592 do STF - Responsabilidade civil objetiva do Estado por morte de detento: “Em
caso de inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX,
da Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte de detento.”
Re 608.880 STF: “nos termos do artigo 37 §6º da Constituição Federal, não se caracteriza
a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por
pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto
entre o momento da fuga e a conduta praticada".
_______________________________________________________________________
78. Nos termos do Estatuto da Pessoa com Deficiência, quando for necessário, a pessoa
com deficiência será submetida à curatela, a qual afetará somente os atos relacionados
aos direitos de natureza
(A) patrimonial e trabalhista.
(B) trabalhista e educacional.
(C) educacional e patrimonial.
(D) patrimonial e negocial.
(E) educacional e negocial.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para
apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima
de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que
agirá de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla
defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo
administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser
delegada, vedada a subdelegação.
(D) INCORRETA.
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de
pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela autoridade
instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou
equivalente, a pedido da comissão a que se refere o caput , poderá requerer
as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das
infrações, inclusive de busca e apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora
que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias contados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final,
apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual responsabilidade da
pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato
fundamentado da autoridade instauradora.
(E) INCORRETA.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de
alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora
será restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano
causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as
demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos
antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou
98
evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do
respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis pela
prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
_______________________________________________________________________
80. No que diz respeito à licitação e ao pregão, assinale a opção correta.
(A) Pelo fato de a Lei n.º 14.133/2021 constituir lei geral sobre contratações do poder
público, ela se aplica, de forma subsidiária, a concursos públicos para provimento de
cargos na administração pública.
(B) Se o prestador de serviços agir com má-fé em contrato com a administração pública
ou concorrer para contratação ilegal, a administração pública não necessariamente terá
de ressarcir os serviços prestados.
(C) O pregão distingue-se das demais modalidades de licitação pelo fato de todas as suas
fases se caracterizarem por informalismo e oralidade.
(D) Como o pregão busca definir uma ordenação de licitantes, em função de suas
propostas, estas não podem ser desclassificadas nessa modalidade de licitação.
(E) Desde que haja notória especialização de escritório de advocacia, é possível a sua
contratação direta, sem licitação, pelo poder público.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 2º Esta Lei aplica-se a:
I - alienação e concessão de direito real de uso de bens;
II - compra, inclusive por encomenda;
III - locação;
IV - concessão e permissão de uso de bens públicos;
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados;
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII - contratações de tecnologia da informação e de comunicação.
(B) CORRETA. O prestador de serviços agir com má-fé em contrato com a administração
pública ou concorrer para contratação ilegal deverá ser sancionado nos termos do art.
155-163 da Lei. De acordo com o § 8º do art. 156,
“Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao valor de
pagamento eventualmente devido pela Administração ao contratado, além
da perda desse valor, a diferença será descontada da garantia prestada ou
será cobrada judicialmente”.
99
(C) INCORRETA. O pregão é “modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens
e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior
desconto” (art. 6º, XLI). Nos termos do art. 29,
“A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental comum a que se
refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão sempre que o objeto possuir
padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado”.
(D) INCORRETA. Como visto, o pregão segue o rito procedimental comum do art. 17,
podendo ocorrer a desclassificação normalmente na fase de julgamento (art. 59).
(E) INCORRETA. Conforme prevê a alínea “e” do inciso III do art. 74 da Lei, não basta a
notória especialização do escritório de advocacia, sendo indispensável também se tratar
de serviço técnico especializado de natureza predominantemente intelectual.
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DIREITO EMPRESARIAL
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82. O complexo ou conjunto de bens utilizado e organizado pela sociedade empresária
para o desenvolvimento de uma atividade econômica denomina-se
(A) empresa.
(B) empresário.
(C) estabelecimento empresarial.
(D) ponto empresarial.
(E) aviamento.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
101
Art. 1.142 do Código Civil:
_______________________________________________________________________
83. A patente viabiliza a exploração do invento, com exclusividade e por tempo
determinado, pelo titular. Não obstante, há hipóteses em que o titular da patente é
obrigado a deixar que outras pessoas explorem o bem patenteado. Nesse sentido, o
chamado licenciamento compulsório é cabível em caso de
(I) exercício abusivo dos direitos da patente.
(II) abuso do poder econômico pelo titular da patente.
(III) não exploração do objeto da patente.
(IV) comercialização que não satisfaça às necessidades do mercado.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas os itens I, II e III estão certos.
(B) Apenas os itens I, II e IV estão certos.
(C) Apenas os itens I, III e IV estão certos.
(D)Apenas os itens II, III e IV estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
85. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o contrato poderá ser renovado
por igual prazo, desde que, cumulativamente, o locatário esteja explorando comércio,
103
no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de
(A) um ano.
(B) três anos.
(C) cinco anos.
(D) sete anos.
(E) nove anos.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
86. A cobrança da comissão de permanência nos contratos bancários é inacumulável
com
(A) juros moratórios, apenas.
(B) correção monetária, apenas.
(C) juros moratórios, compensatórios e correção monetária.
(D) juros compensatórios e correção monetária, apenas.
(E) juros compensatórios e moratórios, apenas.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
104
Questão abordada na rodada de reta final do TJDFT.
Súmula 472: A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar
a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a
exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual.
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87. O certificado de recebíveis imobiliários (CRI)
(A) pode ser emitido sem indicação de valor nominal.
(B) é título de crédito ao portador.
(C) pode ser emitido por pessoa física.
(D) é nominativo e emitido de forma escritural.
(E) não pode ser garantido por aval.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A alternativa A está incorreta, pois o valor nominal é exigido para
emissão do título de crédito (Lei 14.430/22, art. 22, inciso IV).
(B) INCORRETA. A alternativa B, também incorreta, uma vez que o título é nominativo
(Lei 9.514/97, art. 6º).
(D) CORRETA. A alternativa D, por sua vez, está correta, trazendo disposição expressa
no art. 20 da Lei 14.430/22.
(E) INCORRETA. A alternativa E viola o art. 21, §1º, da Lei 14.430/22, que permite o aval.
_______________________________________________________________________
Questão difícil, que encontra fundamento na jurisprudência do STF e STJ, além do CTN
e súmulas do STF.
Como dispõe o artigo 96 do CTN, o prazo para pagamento de tributo não é matéria que
exige lei formal para sua alteração e, no mesmo sentido vai a súmula 669 do STF. Porém
a questão afirma que a substituição tributária interfere no aspecto temporal da hipótese
de incidência tributária, exigindo, portanto, lei formal para a sua alteração (CTN, art.
128).
106
Ainda, a data do fato gerador não interfere no prazo para pagamento, uma vez que este
só começa a fluir com o lançamento pera autoridade competente (CTN, art. 160).
Portanto, o decreto só precisaria estar vigente no momento em que fosse feito o
lançamento do tributo e não quando ocorre o fato gerador.
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89. Julgue os itens a seguir, de acordo com a jurisprudência do STF no que tange à
tributação e ao orçamento.
(I) Em um contexto pandêmico, tal qual o da covid-19, é legítimo ao Poder Judiciário
determinar a suspensão da exigibilidade de tributos, assim como a dilação dos prazos
para o pagamento de impostos.
(II) É vedado ao Poder Judiciário, com base no princípio da isonomia, desconsiderar
limites objetivos e subjetivos de determinada isenção tributária para alcançar
contribuinte que não fora contemplado na legislação de regência daquele benefício
fiscal.
(III) É legítimo ao Poder Judiciário, após decidir a inconstitucionalidade da majoração da
alíquota de determinado tributo, estipular nova alíquota a ser aplicada na cobrança do
imposto, quando não houver lei anterior a voltar a vigorar.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(III) INCORRETO. Assertiva absurda, uma vez que é impossível ao Poder Judiciário
estipular alíquota de tributo.
107
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90. A substituição tributária progressiva
(A) ocorre quando o tributo é recolhido em relação a fatos geradores já ocorridos.
(B) é uma forma de recolhimento do ICMS e não pode ser aplicada a outros tributos.
(C) distribui a responsabilidade pelo pagamento do tributo entre vários contribuintes.
(D) é um instituto utilizado para operações dentro do mesmo estado, não se aplicando
em comercialização interestadual.
(E) ocorre quando o sujeito passivo fica responsável pelo pagamento do ICMS de fato
gerador futuro.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
A questão versa sobre a substituição tributária para a frente (ou progressiva). Prevista
no art. 150, §7º, da CF/88, a substituição tributária para a frente ocorre quando o
pagamento do tributo é antecipado, uma vez que os fatos geradores ainda vão
acontecer. Logo, a único alternativa correta é a “E”.
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91. Determinado município instituiu taxa de combate a sinistros destinada a custear
assistência, combate e extinção de incêndios, sendo a base de cálculo dessa taxa o metro
quadrado do imóvel.
Considerando a situação hipotética anterior, assinale a opção correta.
(A) O estado, mas não o município, poderia, no âmbito da segurança pública, instituir a
taxa de forma válida.
(B) O fato gerador, nesse caso, caracteriza-se pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviço de segurança pública, podendo, portanto, ser custeado por taxa.
(C) Os serviços de extinção e prevenção de incêndios não são específicos ou divisíveis,
razão pela qual podem ser remunerados por taxa.
(D) Sendo a segurança pública dever do Estado e direito de todos, essa atividade só pode
ser sustentada pelos impostos.
(E) A base de cálculo da taxa deve mensurar a atividade estatal, podendo ter como
parâmetro fatos geradores tributados por impostos.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
108
O STF decidiu, em sede de repercussão geral, ser inconstitucional a taxa de incêndio
cobrada pelo Poder Público, uma vez que se trata de exercício da segurança pública,
compreendido no valor dos impostos (Recurso Extraordinário nº 1.179.245/MT).
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92. Determinada empresa sediada no estado de São Paulo vendeu diversos bens, com
incidência de ICMS, para João, morador do Distrito Federal e consumidor final das
mercadorias.
Assinale a opção correta relativamente à situação hipotética apresentada.
(A) O Distrito Federal deverá receber integralmente o ICMS incidente na operação, pois
é a unidade da Federação onde reside o consumidor final.
(B) Caberá ao estado de São Paulo o ICMS calculado com base na alíquota interestadual,
e ao Distrito Federal, eventual diferencial entre a alíquota interestadual e sua alíquota
interna.
(C) O Distrito Federal não deverá receber nada a título de ICMS, pois não se trata de bem
destinado a microempresa ou empresa de pequeno porte.
(D) O ICMS, nessa operação, será devido totalmente ao estado de São Paulo, por se
tratar de destinatário não contribuinte desse imposto.
(E) Caberá ao Distrito Federal o ICMS calculado com base na alíquota interestadual, e ao
estado de São Paulo, eventual diferencial entre a alíquota interestadual e sua alíquota
interna.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Como São Paulo é o Estado de origem, ele vai ficar com a alíquota interestadual e o DF,
por se tratar da Unidade de destino, vai ficar com a diferença entre a sua alíquota interna
e a alíquota interestadual (CF/88, art. 155, §2º, inciso VII).
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93. Determinado estado da Federação publicou 3 leis: A, B e C. A lei A isenta
trabalhadores desempregados do pagamento do consumo de água pelo período de seis
meses. A lei B trata de transporte de animais, tema já disciplinado na legislação federal.
A lei C cria tributo, na modalidade taxa, para remunerar certa atividade de fiscalização
estatal decorrente de ação para proteção do meio ambiente.
Com base nessa situação hipotética e no entendimento do Supremo Tribunal Federal
(STF), é correto afirmar que
(A) somente a lei A é constitucional. 109
(B) somente a lei B é constitucional.
(C) somente a lei C é constitucional.
(D) todas as três leis são constitucionais.
(E) todas as três leis são inconstitucionais.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Lei A – INCONSTITUCIONAL. O STF decidiu que Lei estadual tratando da isenção de água
e energia viola os arts. 21, inciso XII, alínea “b”; 22, inciso IV e 30, incisos I e V, todos da
CF/88 (STF ADI 2.299/RS).
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DIREITO AMBIENTAL
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95. Em determinado empreendimento imobiliário, a pessoa física responsável pelo
imóvel causou danos ao meio ambiente, o que deu origem a processos administrativo e
judicial.
Nessa situação hipotética, eventual aplicação de multa administrativa será
(A) imprescritível, não se aplicando a teoria do fato consumado e não sendo cumulável
eventual condenação judicial de obrigações de fazer e de indenizar.
(B) imprescritível, sendo prescritível a reparação dos danos ambientais, podendo
eventual condenação judicial de obrigação de fazer ser cumulada com a de indenizar.
(C) prescritível, aplicando-se a teoria do fato consumado, havendo prazo em dobro da
prescrição para a reparação dos danos ambientais.
(D) prescritível, sendo imprescritível a reparação dos danos ambientais, podendo
eventual condenação judicial de obrigação de fazer ser cumulada com a de indenizar.
(E) imprescritível, tal qual a reparação dos danos ambientais, não sendo cumulável
eventual condenação judicial de obrigações de fazer e de indenizar.
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GABARITO: D
111
COMENTÁRIOS
(...) 4. O meio ambiente deve ser considerado patrimônio comum de toda humanidade,
para a garantia de sua integral proteção, especialmente em relação às gerações futuras.
Todas as condutas do Poder Público estatal devem ser direcionadas no sentido de
integral proteção legislativa interna e de adesão aos pactos e tratados internacionais
protetivos desse direito humano fundamental de 3ª geração, para evitar prejuízo da
coletividade em face de uma afetação de certo bem (recurso natural) a uma finalidade
individual. 5. A reparação do dano ao meio ambiente é direito fundamental indisponível,
sendo imperativo o reconhecimento da imprescritibilidade no que toca à recomposição
dos danos ambientais. (...) Afirmação de tese segundo a qual É imprescritível a
pretensão de reparação civil de dano ambiental. (RE 654.833, Relator(a): ALEXANDRE
DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 20/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-157
DIVULG 23-06-2020 PUBLIC 24-06-2020)
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96. Determinado órgão do MP propôs ação judicial em desfavor de certa pessoa física
que supostamente havia causado degradação ambiental decorrente de atividades
particulares realizadas em unidade de conservação ambiental. Na mesma ação, está
sendo imputada responsabilidade civil à administração pública, pelos mesmos danos
causados ao meio ambiente, em razão de sua omissão no dever de fiscalizar.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
(A) A pessoa física poderá ser condenada pelos danos ambientais, de forma solidária
com a administração pública, sendo inadmitida a inversão do ônus da prova em seu
favor.
(B) A administração pública poderá ser responsabilizada civilmente pelos danos
ambientais, de forma solidária, mas a execução será subsidiária.
(C) A administração pública poderá ser responsabilizada civilmente pelos danos
ambientais, sendo a forma e a execução solidárias.
(D) A pessoa física poderá ser condenada pelos danos ambientais, sem responsabilidade
solidária com a administração pública, sendo admitida a inversão do ônus da prova em
seu favor. 112
(E) A pessoa física poderá ser condenada pelos danos ambientais, mas a administração
pública não poderá ser condenada por omissão no dever de fiscalizar.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
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98. Com base na Lei Orgânica da Magistratura Nacional — Lei Complementar n.º
35/1979 —, assinale a opção correta a respeito das penalidades disciplinares aplicáveis
aos magistrados.
(A) A remoção compulsória aplica-se a juiz de instância superior apenas nos casos de
interesse público e desde que tenham sido obtidos dois terços dos votos dos membros
efetivos do tribunal.
(B) A aplicação da pena de advertência ao juiz o impede de participar de concurso de
promoção por merecimento, durante um ano, a contar da aplicação da pena.
(C) A pena de demissão não se aplica a magistrados que tenham adquirido a
vitaliciedade.
(D) As penas de advertência e de censura não se aplicam a desembargadores.
(E) A pena de advertência é mais grave que a de censura e aplica-se nos casos de
reiterada negligência no cumprimento dos deveres do cargo pelo magistrado.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Assim, depois de vitalício, o magistrado não pode perder o cargo por decisão
administrativa, fazendo-se necessária uma sentença judicial transitada em julgado. No
âmbito administrativo, a pena máxima é a aposentadoria compulsória.
Então, é possível a demissão, ainda que dependa de ação penal por crime comum ou de
responsabilidade, estando a alternativa falsa de qualquer modo.
O civil law é o sistema jurídico adotado pelo Brasil, porém o país vem transformando e
flexibilizando o seu sistema, passando a adotar critérios de julgamento oriundos
do common law, sobretudo com o Novo CPC, que deu um grande passo no sistema de
precedentes judiciais, na tentativa de conceder mais segurança jurídica, minimizando a
existência de divergências de decisões judiciais.
Resposta da banca: C.
Resposta da banca: D.
119
Assim, em provas anteriores, com enunciados semelhantes, apresentou-se como
resposta interpretação sociológica e, em seguida, interpretação teleológica, apontando
que se trata da mesma interpretação (ou seja, são expressões sinônimas).
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