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b) DIREITO A INTIMIDADE
A intimidade (VIDA PRIVADA) da pessoa natural é inviolável, e o juiz adotará as
providências para fazer cessar ato contrário a esta norma.
c) DIREITO A IMAGEM
O art. 20 trata do direito à imagem, sendo que para a sua utilização é necessária a
autorização do titular, sendo a mesma dispensável não só para a MANUTENÇÃO DA
ORDEM PÚBLICA, mas, ainda, quando for necessária à ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA.
Outro aspecto a ser abordado é que a utilização da imagem poderá ser proibida não
apenas quando se destinar a fins econômicos, mas, também, quando atingir a honra, a boa
fama ou a respeitabilidade, de acordo com as palavras utilizadas pelo legislador no caput do
dispositivo legal, só que aqui vale uma ressalva: O STF julgou procedente a Ação Direto de
Inconstitucionalidade de número 4815, reconhecendo a inconstitucionalidade parcial dos arts.
20 e 21 sem redução de texto.
A ação foi proposta pela Associação Nacional de Editores de Livros, para que
pudessem ser publicados livros sem haver a necessidade do consentimento da pessoa
biografada, tendo, pois, prevalecido liberdade de expressão, do contrário, caracterizar-se-
ia verdadeira censura.
Ilimitados – o rol trazido pela Lei não é taxativo, mas, apenas, exemplificativo.
Absolutos – são absolutos pois tem oponibilidade erga omnes, ou seja, todos deverão
respeitar a personalidade do outro.
Limitação voluntária – alguns dos direitos da personalidade podem sofrer limitações,
desde que não seja permanente, nem geral.
A oposição de consciência ou de crença não pode ser exercida por representante legal de
adolescente para impedir transfusão de sangue, ainda que urgente e necessária.
1.2 NOME
P: O NOME DE OUTREM PODE SER EMPREGADO EM PUBLICAÇÕES OU
REPRESENTAÇÕES QUE A EXPONHAM AO DESPREZO PÚBLICO?
NÃO, ainda que NÃO HAJA intenção difamatória.
CAPACIDADE DE FATO: é a aptidão para exercer direitos e contrair deveres por si só.
NASCITURO
O nascituro é aquele que já foi concebido e está por nascer. Ele tem expectativa de
direito, estando sob uma condição suspensiva (nascimento com vida), essa, vindo a ser
realizada, o nascituro adquire a personalidade jurídica se tornando apto a ser sujeito de direito.
Se não nascer com vida, não adquire personalidade e nenhum direito.
397) Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está
sujeita a desconstituição por vício de vontade.
A emancipação voluntária dos pais é ato irrevogável, definitiva e irretratável. Porém,
segundo o Enunciado da V Jornada de Direito Civil, a emancipação pode ser desconstituída
por vício de vontade.
CASO CONCRETO: Amanda tem 15 anos de idade. Mateus, por deficiência mental,
não tem o necessário discernimento para a prática pessoal dos atos da vida civil. Tício é
excepcional, sem desenvolvimento mental completo. De acordo com o Código Civil e o
Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera(m)-se absolutamente incapaz(es) de
exercer, pessoalmente, os atos da vida civil:
OBSERVAÇÃO
ATOS PRATICADOS (SEM REPRESENTANTE) = ATO NULO (ABSOLUTAMENTE
INCAPAZES)
ATOS PRATICADOS (SEM ASSISTÊNCIA) = ATO ANULÁVEL (RELATIVAMENTE
INCAPAZES)
REsp 296.895-PR . Nulidade de ato jurídico praticado por incapaz antes da sentença de
interdição . Reconhecimento da incapacidade e da ausência de notoriedade. Proteção do
adquirente de boa-fé. Precedentes da Corte. 1. A decretação da nulidade do ato jurídico
praticado pelo incapaz não depende da sentença de interdição. Reconhecida pelas instâncias
ordinárias a existência da incapacidade, impõe-se a decretação da nulidade, protegendo-se o
adquirente de boa-fé com a retenção do imóvel até a devolução do preço pago, devidamente
corrigido, e a indenização das benfeitorias, na forma de precedente da Corte. 2. Recurso
especial conhecido e provido.
1.6) AUSÊNCIA
a) PESSOA DESAPARECEU DO DOMICÍLIO SEM DEIXAR NOTÍCIAS OU
REPRESENTANTE/PROCURADOR PARA ADMINISTRAR OS BENS:
> A requerimento de QUALQUER INTERESSADO ou do MP;
> o Juiz DECLARA AUSÊNCIA;
> Nomeia CURADOR.
d)IMÓVEIS DO AUSENTE
Art. 31, CC. "Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por
desapropriação, ou hipotecar, quando ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
RESPOSTA:
Os bens pessoais de Pedro não podem responder pelas dívidas da empresa, tendo em
vista que não houve ato doloso de sua parte, bem como ele não se beneficiou direta ou
indiretamente dos desvios.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo
abuso.
STJ:
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE FALÊNCIA.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE.
NÃO OCORRÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.
INVIABILIDADE. INCIDÊNCIA DO ART. 50 DO CC/02. APLICAÇÃO DA TEORIA
MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ALCANCE DO
SÓCIO MAJORITÁRIO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DO REENCHIMENTO
DOS REQUISITOS LEGAIS. 1. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os
embargos de declaração. 2. A ausência de decisão acerca dos argumentos invocados pelo
recorrente em suas razões recursais impede o conhecimento do recurso especial. 3. A regra
geral adotada no ordenamento jurídico brasileiro, prevista no art. 50 do CC/02, consagra a
teoria maior da desconsideração, tanto na sua vertente subjetiva quanto na objetiva. 4.
Salvo em situações excepcionais previstas em leis especiais, somente é possível a
desconsideração da personalidade jurídica quando verificado o desvio de finalidade (Teoria
Maior Subjetiva da Desconsideração), caracterizado pelo ato intencional dos sócios de fraudar
terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica, ou quando evidenciada a confusão
patrimonial (Teoria Maior Objetiva da Desconsideração), demonstrada pela inexistência, no
campo dos fatos, de separação entre o patrimônio da pessoa jurídica e os de seus sócios. 5. Os
efeitos da desconsideração da personalidade jurídica somente alcançam os sócios
participantes da conduta ilícita ou que dela se beneficiaram, ainda que se trate de sócio
majoritário ou controlador. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte,
provido. (REsp 1325663SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 1162013, DJe 2462013)
No caso em comento, vê-se que Pedro não desviou e não se beneficiou pelo abuso,
uma vez que Maria foi viver com Ricardo, com todos os valores desviados da “PM LTDA".
Ricardo, por sua vez, não poderá ser alcançado, pois, apesar de ter sido beneficiado,
não é administrador ou sócio da pessoa jurídica.
Os efeitos da desconsideração da personalidade jurídica somente alcançam os sócios
participantes da conduta ilícita ou que dela se beneficiaram, ainda que se trate de sócio
majoritário ou controlador.
OBS: Lembrando que o CC adota a Teoria Maior da Desconsideração da
Personalidade Jurídica, exigindo abuso da personalidade jurídica (desvio de finalidade ou
confusão patrimonial); diferente é no Direito Ambiental ou do Consumidor, que adotam a
Teoria Menor, em que basta o inadimplemento para que o juiz possa determinar a
desconsideração da personalidade jurídica e conseqüente acesso aos bens dos sócios. STJ
2) CASO CONCRETO
Suponha as seguintes situações hipotéticas:
i) o marido, tendo em vista seu desejo de futuramente se divorciar da
esposa, pretendendo excluir alguns bens adquiridos durante o
casamento (sob o regime da comunhão parcial) da meação, integraliza-
os, utilizando-se de procuração outorgada por sua esposa e sem ciência
desta, de parte de seu patrimônio em pessoa jurídica da qual é
detentor de 99% do capital social (o 1% restante é detido por seu pai);
PODE HAVER A DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE
JURÍDICA. O PREJUÍZO SERÁ DA ESPOSA, NESSE CASO.
ii) sociedade limitada que, sem fraudes e em razão de dificuldades
financeiras decorrentes de alta do dólar, deixa de pagar todos os seus
fornecedores, apesar de terem os sócios vultoso patrimônio;
NÃO É POSSÍVEL DESCONSIDERAR A PERSONALIDADE JURÍDICA, POIS, O
C.C ADOTOU A TEORIA MAIOR (EXIGE DESVIO DE FINALIDADE OU CONFUSÃO
PATRIMONIAL).
Teoria MENOR:
No Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, adotou-se a teoria menor da
desconsideração. Isso porque, para que haja a desconsideração da personalidade jurídica nas
relações jurídicas envolvendo consumo ou responsabilidade civil ambiental, basta provar
a insolvência da pessoa jurídica.
Deve-se provar apenas a insolvência.
2.10) FUNDAÇÕES
As fundações são o resultado da personificação de um patrimônio, por escritura
pública ou testamento, com o objetivo de realizar um determinado fim. As fundações são
criadas a partir da afetação de um patrimônio, da união de bens livres e não de uma união de
pessoas.
As fundações podem tanto ser de direito privado como público.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se
quiser, a maneira de administrá-la.
a) EXTINÇÃO DA FUNDAÇÃO
Tornando-se ILÍCITA, INÚTIL ou IMPOSSÍVEL a finalidade a que visa a fundação,
OU VENCIDO O PRAZO DA SUA EXISTÊNCIA, o órgão do MP, ou qualquer
INTERESSADO, promoverá a EXTINÇÃO.
OBS: Durante o período de sucessão provisória, os imóveis do ausente somente poderão ser
alienados por decisão judicial;
3.5.1) CURADORIA
➢ PESSOA DESAPARECEU: NÃO HÁ NOTÍCIAS DELA, NÃO DEIXOU
REPRESENTANTE E NEM PROCURADOR PARA ADMINISTRADOR OS
BENS:
O juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a
ausência, e nomear-lhe-á curador (1ª FASE DA AUSÊNCIA).
OBS: LEGÍTIMO CURADOR: Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja
separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência,
será o seu legítimo curador.
4.2) DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL: é o lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.
a) DOMICÍLIO DO TRABALHADOR
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à
profissão, o lugar onde esta é exercida.
CASO CONCRETO
João, maior, natural de Vila Velha, casado com Marina sob o regime de
comunhão total de bens, exerce a profissão de gerente em empresa comercial. No
exercício de sua profissão, João atua nas cidades de Cariacica, Fundão e Guarapari.
Peçanha, subordinado de João, pretende ajuizar ação de indenização civil em face deste,
sob a alegação de ter sofrido dano moral ocorrido no âmbito de suas atividades na
empresa comercial. Nesta circunstância específica de interesse de Peçanha, para efeito
de determinação do Domicílio de João, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar
que:
RESPOSTA: Em razão da atividade concernente à profissão, Cariacica, Fundão e
Guarapari podem ser considerados domicílio de João.
b) DOMICILIO NECESSÁRIO
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
Domicílio Necessário – P.M S.I.M
PRESO: lugar que cumpri a sentença;
MILITAR: onde servir. Se for da Marinha ou Aeronáutica, sede do comando que se
encontrar subordinado.
SERVIDOR PÚBLICO: onde exerce permanentemente suas funções;
INCAPAZ: é o do seu representante/assistente;
MARÍTIMO: onde o navio está matriculado.
e) MUDANÇA DE DOMICÍLIO
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de
o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da
própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
f) DOMICÍLIO CONTRATUAL-CONVENCIONAL:
Está de acordo com o art. 78 do CC. Cuida-se do domicílio contratual/convencional,
em que se estabelece o foro competente para a hipótese de eventual discussão do contrato,
denominando-se de CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO (TARTUCE, Flavio. Direito
Civil. Lei de Introdução e Parte Geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. v. 1. p. 209).
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
5. BENS
Filosoficamente, bem será tudo quanto possa proporcionar ao homem uma satisfação.
Juridicamente, porém, são valores materiais ou imateriais que são objeto de uma relação
jurídica. São bens jurídicos os de natureza patrimonial englobam tudo aquilo que se possa
incorporar ao nosso patrimônio, como por exemplo uma casa, um carro, uma roupa... Além
disso, temos os bens jurídicos não patrimoniais, ou seja, que não são economicamente
estimáveis, como por exemplo a vida e a honra.
1.1) Bens móveis, conforme artigo 82 do Código Civil, são aqueles suscetíveis de
movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social, além das previsões dos artigos 83 e 84.
Já os imóveis são considerados como o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente, conforme artigo 79 do Código Civil, com as previsões do artigo 80 e 81.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO:
➢ Se já tiverem sido empregados antes, ainda que estejam provisoriamente separados,
mas serão reempregados = BEM IMÓVEL.
➢ Se não foram empregados em nada antes = BEM MÓVEL
➢ Se já foram empregados, mas houve demolição = BEM MÓVEL. Está expresso no
art. 84 do CC que os materiais provenientes de demolição de um prédio readquirem a
qualidade de bens móveis.
1.3) Bens consumíveis são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da
própria substância, SENDO TAMBÉM CONSIDERADO TAIS OS DESTINADO À
ALIENAÇÃO (Ex: um veículo a venda em uma concessionária), conforme artigo 86 do
Código Civil. Temos, portanto, a consuntibilidade física, quando o consumo do bem implica
na sua destruição imediata; e a consuntibilidade jurídica, quando o bem for objeto de
consumo, ou seja, pode ser alienado (TARTUCE, Flavio. Direito Civil. Lei de Introdução e
Parte Geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. v. 1. p. 301);
Os bens inconsumíveis podem ser usados de forma contínua e reiterados sem que isso
importe na sua destruição imediata.
1.4) Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância,
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam (artigo 87 do CC).
OBS: Cumpre ressaltar que os bens naturalmente divisíveis podem se tornar
indivisíveis por determinação da lei ou se for da vontade das partes. Portanto, além da
indivisibilidade natural (ex: relógio), ou seja, decorrente da própria natureza do bem, temos,
também, a indivisibilidade que decorre da lei (ex: herança, que é indivisível até que ocorra a
partilha) ou da vontade das partes (ex: art. 1.320, § 1º do CC);
Bens indivisíveis são aqueles que não podem sofrer divisão sob pena de redução
considerável de seu valor econômico, de sua substância, qualidade ou utilidade essencial.
1.5) Bens singulares são os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais (artigo 89 do CC).
Bens coletivos são aqueles que, constituídos de bens singulares formam um todo, mas
sem que desapareça a condição jurídica de cada parte, podendo ser coletividade de fato ou de
direito.
PERTENÇAS
O conceito de pertenças vem previsto no art. 93 do CC: “São pertenças os bens que,
não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou
ao aformoseamento de outro". Exemplos: o trator da fazenda, o quadro da casa.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso.
BENFEITORIAS
A benfeitoria é toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma coisa com o
propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Assim, não existe benfeitoria
"natural", ou seja, sem que haja a intervenção do homem.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos
ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
CASO CONCRETO
Mateus em contato telefônico com uma empresa X, consentiu que ela lhe enviasse
um contrato de publicidade para destacar sua empresa em um determinado site.
Segundo as informações repassadas via telefone foi a de que Mateus pagaria R$ 15,00
(quinze reais) mensais durante 12 (doze) meses. Estabelecido o negócio jurídico, Mateus
recebeu o contrato via email, assinou e encaminhou a empresa, não tendo percebido que
a referida Empresa procedera, intencionalmente a substituição do valor inicialmente
avençado para cada parcela, fazendo constar o importe de R$ 150,00 (cento e cinquenta
reais) por mês. Diante da situação posta, é possível afirmar acerca do negócio jurídico:
RESPOSTA: Mateus poderá anular o negócio jurídico, por encontrar-se defeituoso,
na figura do dolo, pois a empresa X se utilizou de expediente astucioso, a fim de que Mateus
assinasse o contrato, levando-o a crer que as condições pactuadas via contato telefônico
estariam mantidas.
6.2.1) DOLO:
> Gera ANULABILIDADE;
> O agente vai INDUZIR alguém a erro;
> Consiste em um artifício malicioso (má-fé) que induz uma das partes a celebrar um negócio
jurídico prejudicial. Em essência, trata-se de um erro provocado. É um erro provocado
dolosamente pela outra parte;
> AMBAS AS PARTES PROCEDEM COM DOLO: nenhuma pode alega-lo para
ANULAR O NEGÓCIO, ou RECLAMAR INDENIZAÇÃO;
> DOLO ACIDENTAL: Dispõe o art. 146 do CC que “O dolo acidental só obriga à
satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado,
embora por outro modo";
OMISSÃO DOLOSA: Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão
dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
6.2.2) ERRO:
Erro é um vício de consentimento, que gera a anulabilidade do negócio jurídico (art.
171, II do CC) e que significa a falsa noção da realidade. Exemplo; Caio compra uma
bijuteria, mas pensa que está comprando uma joia.
O erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do negócio
jurídico se for:
a) essencial (substancial);
b) escusável (perdoável).
Nesse sentido, dispõe nossa Lei Codificada:
“Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal,
em face das circunstâncias do negócio”.
Substancial é o erro que incide sobre a essência (substância) do ato que se
pratica, sem o qual este não se teria realizado. É o caso do colecionador que, pretendendo
adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético.
O Código Civil de 2002 enumerou as seguintes hipóteses de erro substancial, em seu
art. 139:
a) quando interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a
alguma das qualidades a ele essenciais;
b) quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se
refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
c) sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único
ou principal do negócio jurídico.
Vê-se, portanto, que o erro poderá incidir no negócio, no objeto ou na pessoa.
O erro invalidante há que ser, ainda, escusável, isto é, perdoável, dentro do que se
espera do homem médio que atue com grau normal de diligência. Não se admite, outrossim,
a alegação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência. O
direito não deve amparar o negligente. Ademais, a própria concepção de homem médio deve
levar em consideração o contexto em que os sujeitos estão envolvidos. Afinal, a compra de
uma joia falsa pode ser um erro escusável de um particular, mas muito dificilmente de um
especialista em tal comércio.
(Manual de direito civil; volume único / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona
Filho. – São Paulo : Saraiva, 2017)
OBS: "De acordo com esse mesmo art. 138 do CC/02, não mais interessa se o erro é
escusável (justificável) ou não. Isso porque foi adotado pelo comando legal o princípio da
confiança. Na sistemática do atual Código, está valorizada a eticidade, motivo pelo qual,
presente a falsa noção relevante, merecerá o negócio a anulabilidade. A essa conclusão
chegou o corpo de juristas que participou da I Jornada de Direito Civil, promovida pelo
Conselho da Justiça Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, com a aprovação do
Enunciado n. 12, cuja redação merece destaque: "na sistemática do art. 138, é irrelevante
ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança".
6.2.3) COAÇÃO:
Coação é um vício de consentimento, que gera a anulabilidade do negócio jurídico
(art. 171, II do CC) e pode ser conceituada como “pressão física ou moral exercida sobre o
negociante, visando obriga-lo a assumir uma obrigação que não lhe interessa" (TARTUCE,
Flavio. Direito Civil. Lei de Introdução e Parte Geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
v. 1. p. 417).
Coação física (vis absoluta) – “constrangimento corporal que venha retirar toda a
capacidade de querer de uma das partes, implicando ausência total de consentimento, o que
acarretará nulidade absoluta do negócio". (...)
Obs: ALGUNS AUTORES ENTENDEM QUE NO CASO DE COAÇÃO
FÍSICA, O NEGÓCIO JURÍDICO É INEXISTENTE, POIS NÃO HOUVE VONTADE.
Coação moral ou psicológica (vis compulsiva) – coação efetiva e presente, causa
fundado temor de dano iminente e considerável à pessoa do negociante, à sua família, à
pessoa próxima ou aos seus bens, gerando a anulabilidade do ato (art. 151 do CC). Tartuce,
Flávio. Manual de direito civil: volume único. 6. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016.
a coação que constitui vício da vontade e torna anulável o negócio jurídico (CC, art.
171, II) é a relativa ou moral. Nesta, deixa-se uma opção ou escolha à vítima: praticar o ato
exigido pelo coator ou correr o risco de sofrer as consequências da ameaça por ele feita.
Trata-se, portanto, de uma coação psicológica.
6.2.4) LESÃO
De acordo com o legislador, no art. 157 do CC, “ocorre a lesão quando uma pessoa,
sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta". Desta maneira, nosso ordenamento não
mais tolera os chamados “negócios da China", não mais aceitando prestações manifestamente
desproporcionais (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de
Direito Civil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v. I, p. 376). O exemplo dado pela doutrina é
do empregador que coloca à disposição de seus empregados mercadorias, no próprio local de
trabalho, com preços bem superiores aos praticados no comércio. Também gera a
anulabilidade do negócio jurídico (art. 171, II do CC).
A lesão é um vício de consentimento que implica na manifestação volitiva em razão
de premente necessidade ou inexperiência, cujo efeito é a assunção de prestação
manifestamente desproporcional. Para que se configure, exige-se:
a) ELEMENTO SUBJETIVO: Premente necessidade ou inexperiência
(desconhecimento técnico);
b) ELEMENTO OBJETIVO: Assumir prestação manifestamente desproporcional.
> DOLO DE APROVEITAMENTO: é importante lembrar que no vício da lesão não
há exigência de dolo de aproveitamento (Enunciado 150 do CJF).
> SUPLEMENTO SUFICIENTE: Não se decretará a anulação do negócio, se for
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do
proveito.
Enunciado 149 do CJF: “Em atenção ao princípio da conservação dos contratos,
a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do
negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a
seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002".
Ex: Verificando a condição culturalmente baixa de José Roberto, lavrador em Ribas
do Rio Pardo, Glauco Silva adquire sua propriedade agrícola por R$ 500.000,00, quando o
valor de mercado era o de R$ 2.000.000,00. A venda se deu por premente necessidade
financeira de José Roberto.
A) NULIDADE:
P: QUAIS NEGÓCIOS JURÍDICOS SÃO NULOS?
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; RELATIVAMENTE É ANULÁVEL;
DOAÇÃO UNIVERSAL: A nulidade da doação universal está prevista no art. 548 do CC,
que assim dispõe: é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente
para a subsistência do doador.
VÍCIOS SOCIAIS
SIMULAÇÃO: causa NULIDADE!
A simulação é a “declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio
diverso do efetivamente desejado" (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro.
Parte Geral. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1. p. 483).
Nas palavras de Washington Monteiro de Barros, se caracteriza por um desacordo
intencional entre a vontade interna e a declarada, no sentido de criar, aparentemente, um
ato jurídico que, de fato, não existe, ou então oculta, sob determinada aparência, o ato
realmente querido.
A simulação não corresponde à verdadeira intenção das partes, sendo feita para
enganar terceiros.
B) ANULABILIDADE
P: PODE SER CONFIRMADA PELAS PARTES?
Art. 172. O negócio ANULÁVEL pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de
terceiro;
EFEITOS DA ANULAÇÃO
➢ Restituir-se-ão as partes ao estado QUE ANTES DELE SE ACHAVAM;
➢ Se não for possível, serão INDENIZADAS COM O EQUIVALENTE.
- Termo incerto e indeterminado – sabe-se que o evento ocorrerá, mas não se sabe
quando. Exemplo: a morte de uma determinada pessoa."
c) RENÚNCIA A PRESCRIÇÃO
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser EXPRESSA ou TÁCITA, e só valerá,
sendo feita, sem prejuízo de terceiro, DEPOIS que a prescrição se consumar; tácita é a
renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
2 REQUISITOS PARA A RENÚNCIA DA PRESCRIÇÃO:
➢ SEM PREJUÍZO DE TERCEIRO;
➢ DEPOIS (NÃO ANTES) que a prescrição SE CONSUMAR.
OBSERVAÇÃO:
O rol dos prazos PRESCRICIONAIS, que constam nos artigos 205 e 206, são TAXATIVOS.
6-11-2) DECADÊNCIA
A perda do direito potestativo pela inércia do seu titular, no período determinado
em lei.
Na decadência, também chamada de caducidade, o que se perde é o próprio direito
material, por falta do uso desse direito.
Nele, existe um direito, e seu pedido deve ser formalizado na justiça dentro de
determinado prazo. Caso a formalização não seja feita, o direito deixa de existir.
b) ESPÉCIES DE DECADÊNCIA:
➢ Legal: decorre da lei;
➢ Convencional: por vontade das partes. Nesse caso, a parte a quem aproveita, pode
alega-la em QUALQUER GRAU DE JURISDIÇÃO, mas o juiz não pode suprir a
alegação.
Obs: NÃO EXISTE PRESCRIÇÃO CONVENCIONAL.
SEM CULPA
Perder antes da tradição: credor sofre a perda e resolve-se a obrigação;
Deteriorar: o credor receberá a coisa como se achar, sem direito a indenização.
CC, Art. 238. Se a obrigação for de RESTITUIR coisa certa, e esta, sem culpa do
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá,
RESSALVADOS O SEU DIREITO ATÉ O DIA DA PERDA.
COM CULPA
Perder: equivalente + perdas e danos
Deteriorar: equivalente + perdas e danos.
3 ) OBRIGAÇÃO DE FAZER
3.1) OBRIGAÇÃO INTUITU PERSONAE:
Se a obrigação É SÓ A ESSE DEVEDOR imposta, ou só por ele exequível, E ELE
SE RECUSA, deverá arcar com PERDAS E DANOS.
P: E NO CASO DE URGÊNCIA?
Poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização
judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
5 ) OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL
Art. 258 do CC: "A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma
coisa ou um fato não suscetíveis de divisão:
➢ por sua natureza;
➢ por motivo de ordem econômica;
➢ ou dada a razão determinante do negócio jurídico".
6.2) DEVEDOR QUE SATISFAZ A DÍVIDA POR INTEIRO: Art. 283. O devedor que
satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais,
no débito, as partes de todos os co-devedores.
7) OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
As obrigações alternativas são aquelas em que a prestação pode ser cumprida de duas
maneiras, uma ou outra.
OBS:
a) terceiro INTERESSADO: sub-roga
b) terceiro NÃO INTERESSADO: NÃO sub-roga
> se em nome próprio: reembolso
> se em nome do devedor: não reembolso
9) INADIMPLENTO DA OBRIGAÇÃO
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
10.2) CONSIGNAÇÃO
Considera-se pagamento a consignação que pode ser conceituada como o meio judicial
ou extrajudicial adotado pelo devedor ou terceiro para libertar-se da obrigação
depositando o valor devido nos casos e formas legais.
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em
estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
A) RESPEITO AOS REQUISITOS
No caso da consignação em pagamento de dívida em dinheiro, é obrigatório ao solvens
respeitar todos os requisitos objetivos e subjetivos previamente ajustados para o pagamento,
sem os quais não é válido o pagamento.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à
imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem
todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
10.4) SUBROGAÇÃO
Pode ser LEGAL ou CONVENCIONAL.
A sub-rogação do pagamento é prevista no ordenamento jurídico civil nos casos em
que um terceiro paga a dívida alheia, transferindo-se a ele (terceiro) a qualidade de credor,
podendo ser sub-rogação legal ou convencional.
10.6) COMPENSAÇÃO
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
A compensação é modalidade de extinção indireta de dívida.
A) REQUISITOS PARA COMPENSAÇÃO: Dívidas LIQUIDAS, VENCIDAS e
coisas FUNGÍVEIS.
10.7) NOVAÇÃO
Opera-se a novação quando uma nova obrigação é criada para SUBSTITUIR E
EXTINGUIR a obrigação anterior. Há um novo ajuste contratual, liquidando-se a obrigação
anterior. Não se confunde com a dação em pagamento, pois nesta não há criação de obrigação
nova e sim mera mudança de objeto da obrigação.
Requisitos da novação:
Existência de uma obrigação anterior;
Criação de uma obrigação nova substancialmente diversa da primeira;
Ânimo de novar (animus novandi).
Código Civil. Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a
anterior (letras A e C);
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor (letra D);
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo,
ficando o devedor quite com este (letra B).
APROFUNDANDO:
Trata-se a Novação da substituição de uma obrigação antiga por uma obrigação
nova, diante da substituição de seus elementos. É modo extintivo não satisfatório. Toda
novação tem natureza jurídica negocial. Ou seja, por princípio, nunca poderá ser imposta por
lei. Nesse sentido, podemos afirmar não existir, em regra, novação legal.
Requisitos da novação:
• a) Obrigação anterior (novada). Existência da antiga obrigação: inclusive, se
a obrigação for nula ou estiver extinta, não pode ser novada. A anulável, contudo, pode ser
confirmada pela novação;
• b) Obrigação nova (novadora). Quando a instituição financeira apenas
concede o parcelamento da dívida, aumenta o prazo para pagamento, ou recalcula a taxa de
juros aplicada, não necessariamente estará realizando uma novação;
• c) Animus novandi: expresso ou tácito, mas sempre inequívoco (art. 361, CC).
“Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda
obrigação confirma simplesmente a primeira".
Modalidades da novação:
• → Novação objetiva ou real = substituição da prestação
• → Novação subjetiva ativa = substituição do credor
• → Novação subjetiva passiva = substituição do devedor
Delegação: acontece com o consentimento do antigo devedor.
Expromissão: ocorre sem o consentimento do antigo devedor (art. 362, CC). Possível.
Expromissão é uma forma de novação contratual, na qual há uma substituição do
devedor primitivo por outro sem a sua anuência. Ou seja, substitui-se o devedor, sem que o
devedor primitivo tenha conhecimento, isto é, sem que ele participe
“Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser
efetuada independentemente de consentimento deste".
OBS.: em caso de dúvida na prova objetiva falar que se trata de novação subjetiva
passiva por expromissão.
Efeitos da novação:
• 1) O principal efeito é o liberatório, ou seja, a extinção da primitiva
obrigação, por meio de outra, criada para substituí-la;
• 2) Extingue os acessórios e as garantias da dívida, a não ser que haja
aquiescência do terceiro fiador ou proprietário dos bens dados em garantia (Súmula 214 do
STJ: “o fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não
anuiu”); Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso como devedor
principal (art. 366);
• 3) Se a obrigação é solidária, a novação concluída entre o credor e um dos
devedores exonera os demais, subsistindo as preferências e garantias do crédito novado
somente sobre os bens do devedor que contrai a nova;
• 4) Se a solidariedade for ativa, extingue-se a dívida perante os demais credores,
devendo estes se entenderem com o credor operante;
• 5) Se ela for indivisível, pela impossibilidade da prestação parcial, a novação
acaba beneficiando os demais devedores;
• 6) No caso de novação objetiva, o perecimento do objeto não dá ao credor o
direito de perseguir o da antiga;
• 7) A anulabilidade oponível à antiga obrigação não cabe após a novação (na
verdade, um dos principais préstimos da novação é justamente confirmar obrigações
anuláveis).
•
11) MORA
"Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o
credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção
estabelecer".
Pois bem, em primeiro lugar, é importante lembrar que a mora é o atraso no
cumprimento de uma obrigação assumida. Portanto, está em mora o devedor que deixa de
cumprir uma obrigação no tempo e forma assumidos.
Por conseguinte, a purga da mora significa que o devedor vai cumprir a obrigação.
Vejamos o que dispõe o art. 401 do Código Civil sobre a purga da mora:
“Art. 401. Purga-se a mora:
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos
prejuízos decorrentes do dia da oferta;
Ou seja, conforme se observa do inciso I, para que o devedor, estando em atraso com
sua obrigação assumida, a cumpra, é preciso que seja viável o seu cumprimento. Por
exemplo, caso uma pessoa tenha sido contratada para pintar uma parede no dia X, que seja
possível fazê-lo no dia Y sem prejuízo ao credor, da mesma forma em que fora pactuado.
Por outro lado, um fotógrafo que é contratado para filmar uma festa que ocorreu no dia
X, não tem a possibilidade de fazê-lo no dia Y, já que a festa já ocorreu, ou seja, não é viável
purgar a mora.
Neste segundo caso, observa-se que o devedor (fotógrafo) não está em atraso, mas se
torna totalmente inadimplente em relação à obrigação assumida.
Por sua vez, na cessão de crédito pro solvendo, ele responde pela existência,
legalidade e também pela solvência do devedor/cedido.
Pela interpretação dos dispositivos legais do Código Civil (arts. 286 a 298) sobre o
assunto, observa-se que a regra é a cessão pro soluto, devendo ser expressa a pro solvendo:
"Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor".
14) ARRAS
P: A PARTE INOCENTE PODE PEDIR INDENIZAÇÃO SUPLEMENTAR?
SIM, SE PROVAR MAIOR PREJUÍZO, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte
inocente exigir a execução do contrato, COM AS PERDAS E DANOS, valendo as arras como o
mínimo da indenização.
ARRAS CONFIRMATÓRIAS:
- SEM CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO
- COM PERDAS E DANOS
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
desfeito, RETENDO-AS; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu
haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de
advogado.
PARTE INOCENTE:
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, SE PROVAR MAIOR
PREJUÍZO, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a
execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da
indenização.
EXEMPLO:
Miguel e Thais firmaram um contrato de compra e venda de um automóvel, sem
direito de arrependimento, no qual restou estipulado que, além da entrega de uma moto, a
título de sinal, Miguel pagaria 6 (seis) parcelas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a Thais.
Depois de pagos o sinal e duas parcelas, Miguel deixa de executar a sua parte do contrato.
RESPOSTA: Thais pode exigir a execução do contrato, com as perdas e os danos,
valendo a moto como o mínimo da indenização.
15) Frutos –
São bens acessórios que têm sua origem no bem principal, mantendo a integridade
desse último, sem a diminuição da sua substância ou quantidade.
Quanto ao estado em que eventualmente se encontrarem, os frutos podem ser
classificados da seguinte forma, categorização que remonta a Clóvis Beviláqua:
– Frutos pendentes – São aqueles que estão ligados à coisa principal, e que não foram
colhidos. Exemplo: maçãs que ainda estão presas à macieira.
– Frutos estantes – São aqueles frutos que foram colhidos e encontram-se armazenados.
Exemplo: maçãs colhidas e colocadas em caixas em um armazém.
– Frutos percipiendos – São os frutos que deveriam ter sido colhidos, mas não foram.
Exemplo: maçãs maduras que já deveriam ter sido colhidas e que estão apodrecendo.
– Frutos consumidos – São os frutos que já foram colhidos e já não existem mais. São as
maçãs que foram colhidas pelo produtor e já vendidas a terceiros.
Pode-se classificar as uvas colhidas na época da safra da uva vermelha como frutos
percebidos e aquelas que ainda estão na videira, como frutos pendentes.
OBS: Art. 237. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os
pendentes.
FILTRO: DELEGADO (resolvi todas) + superior direito 17-18-19-20-21 (fiz até Q. 50)
VACATIO LEGIS – é o lapso temporal a partir da publicação de uma lei até que ela
entre em vigor. Após a publicação é que a lei entra em vacatio legis. O artigo 1º da Lei de
introdução trata desse tema. A lei entra em vigor, no Brasil, salvo disposição em contrário, 45
dias após a sua publicação. Por outro lado, nada impede que exista a determinação de outro
prazo fixado no texto da lei. Se nada for previsto a lei começara a vigorar 45 dias após a
publicação.
Em todo o país ==> 45 DIAS depois de oficialmente publicada.
Estados estrangeiros==> 3 meses depois de oficialmente publicada.
Art. 1. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de
oficialmente publicada.
§ 1 Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se
inicia 3 meses depois de oficialmente publicada.
REPRISTINAÇÃO
Não existe repristinação AUTOMÁTICA.
art. 2° § 3 Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a
lei revogadora perdido a vigência.
Repristinação: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter
a lei revogadora perdido a vigência.
CASAMENTO DE ESTRANGEIROS
PODERÁ celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de
ambos os nubentes.
OMISSÃO LEGAL
Juiz decidirá de acordo com: P.A.C
➢ Princípios gerais de direito;
➢ Analogia;
➢ Costumes;
Cristiano Chaves fala em ordem PREFERENCIAL E TAXATIVA. Assim, são os
mecanismos de integração: a analogia, os costumes e os Princípios gerais do direito. (Curso
de Direito Civil, 19ª Edição, 2021, pág. 143).
DECISÃO QUE DECRETAR INVALIDAÇÃO DE ATO: Art. 21. A decisão que, nas
esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa deverá indicar de MODO EXPRESSO suas
consequências jurídicas e administrativas.
• EXPRESAMENTE O DECLARE;
• QUANDO SEJA COM ELA INCOMPATÍVEL; e
• QUANDO REGULE INTEIRAMENTE A MATÉRIA DE QUE TRATAVA A LEI ANTERIOR.
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
O princípio da obrigatoriedade das leis (também chamado de princípio da
inescusabilidade da ignorância das leis) é aquele em que publicada a lei, ninguém se escusa
de cumpri-la alegando que não a conhece (art. 3°, LINDB), tornando-se obrigatória para
todos os seus destinatários (ignorantia legis neminem excusat). Tal dispositivo visa garantir a
estabilidade e a eficácia do sistema jurídico que ficaria comprometido, caso admitida a
alegação de ignorância de lei em vigor.
Ocorre que tal princípio não é absoluto, uma vez que o próprio Código Civil admite
expressamente a possibilidade do erro de direito (art. 139, III, CC): O erro é substancial
quando: (...) III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo
único ou principal do negócio jurídico.
IRRETROATIVIDADE DA LEI
No direito brasileiro a irretroatividade da lei é regra. A regra adotada pelo
ordenamento jurídico é de que a norma não poderá retroagir, ou seja, a lei nova não será
aplicada às situações constituídas sob a vigência da lei revogada ou modificada (princípio da
irretroatividade).
APLICAÇÃO DE SANÇÕES
O art. 22, §2º, da LINDB determina que as sanções sejam aplicadas com base na:
1. Natureza da infração;
2. gravidade da infração;
3. danos para a ADM;
4. agravantes;
5. atenuantes;
6. antecedentes do agente.
Art. 22, § 2º: Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da
infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
APLICAÇÃO DA LEI
P: O QUE DEVE ATENDER O JUIZ NA APLICAÇÃO DA LEI?
LINDB. Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige
e às exigências do bem comum.
PARENTES COLATERAIS:
➢ 1ª INFORMAÇÃO: Não existe parente COLATERAL de 1º grau;
➢ 2ª INFORMAÇÃO: Os parentes colaterais vão do 2º ao 4º grau.
UNIÃO ESTÁVEL:
Dispõe o legislador, no art. 1.723 do CC, que “é reconhecida como entidade familiar a
união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família".
Assim, a união deve ser pública, ou seja, não pode ser oculta, clandestina; deve ser
contínua, sem interrupções, sem o famoso “dar um tempo"; duradoura; e os companheiros
devem ter o objetivo de estabelecerem uma verdadeira família (“animus familiae").
Interessante é que o legislador não exige que eles residam sob o mesmo teto, bem como não
exige qualquer requisito formal, permanecendo em vigor a Súmula 382 do STF: “A vida em
comum sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à caracterização do concubinato"
(TARTUCE, Flavio. Direito Civil. Direito de Família. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
v. 5. p. 199).
Vale ressaltar que também configura a união estável entre pessoas do mesmo sexo. É
verdade que o art. 226, § 3º da CRFB nos informa que “para efeito de proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar a sua conversão em casamento". Acontece que as modalidades de entidade familiar,
previstas na Constituição, são meramente exemplificativas, admitindo-se outras.
Posteriormente, em decisão inédita, publicada no seu Informativo nº 432, o STJ
reconheceu a possibilidade da adoção homoafetiva, com fundamento no princípio do melhor
interesse da criança.
Em 2011, no Informativo 625 do STF reconheceu que as regras relativas à união
estável aplicar-se-iam, por analogia e sem exceção, à união homoafetiva (STF, ADI 4.277/DF,
Rel. Min. Ayres Britto, 04 e 05.05.2011).
CASAMENTO:
P: COM A E.C 66, O INSTITUTO DA SEPARAÇÃO JUDICIAL FOI EXTINTO?
Enunciado 514: A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da
separação judicial e extrajudicial.
O que acontece se, mesmo depois da Lei nº 13.811/2019, for realizado casamento de
pessoa menor de 16 anos? O casamento envolvendo pessoa que não tenha a idade núbil é
nulo ou anulável?
Este casamento será anulável, nos termos do art. 1.550, I, do CC:
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos poderá ser requerida:
I - pelo próprio cônjuge menor;
II - por seus representantes legais;
III - por seus ascendentes.
Hipóteses nas quais não haverá a anulação
É muito difícil, na prática, que uma pessoa que não tenha a idade núbil (menor de 16
anos) consiga casar. Isso porque essa situação seria facilmente detectada na fase de
habilitação e o Oficial do Registro Civil faria a oposição (art. 1.529).
No entanto, imaginemos que houve uma falha geral e esse casamento foi realizado
mesmo havendo essa vedação legal.
O casamento será anulável, conforme vimos acima. O Código prevê, no entanto, duas
hipóteses nas quais o casamento infantil será mantido:
1) Quando o cônjuge menor, depois de atingir a idade núbil, confirmar seu casamento:
Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la,
confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou
com suprimento judicial.
2) Se do casamento resultou gravidez:
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Então, o artigo 1520 não revogou tacitamente o artigo 1523.
0) CASAMENTO RELIGIOSO:
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos
exigidos para o casamento civil.
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa
dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por
iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a
habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova
habilitação.
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código,
terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no
registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o
prazo do art. 1.532.
HABILITAÇÃO DO CASAMENTO:
P: QUEM FARÁ A HABILITAÇÃO?
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro
Civil, com a audiência do Ministério Público.
P: E SE HOUVER IMPUGNAÇÃO?
Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de
terceiro, a habilitação será submetida ao juiz."
CASAMENTO NUNCUPATIVO:
NUBENTE QUE NÃO ESTÁ EM IMINENTE RISCO DE VIDA: pode fazer-se
REPRESENTAR.
2-) IMPEDIMENTOS:
“percebe-se que o objetivo do nosso legislador foi evitar uniões que afetem a prole, a
ordem moral ou pública, por representarem um agravo ao direito dos nubentes, ou aos
interesses de terceiros”. Maria Helena Diniz (2013, p. 81)
1) ANULAÇÃO DO CASAMENTO:
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de
um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não
caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança,
capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
DIVÓRCIO:
P: O DIVÓRCIO PODE SER CONCEDIDO SEM QUE HAJA PRÉVIA PARTILHA
DOS BENS?
Sim.
Enquanto não houver sido HOMOLOGADA ou DECIDIDA a partilha, o divorciado
não deve casar (causa suspensiva).
Todavia, SE CASAR, será OBRIGATÓRIO o regime da SEPARAÇÃO DE BENS.
PENSÃO ALIMENTÍCIA:
Alimentos civis = Condição social.
Alimentos naturais = Sobreviver.
Regra: Estão excluídos do âmbito dos alimentos os parentes por afinidade (genro,
madrasta, cunhado, etc.) e colaterais de 3º e 4º graus.
1.pais e filhos
2.ascendentes (mais próximos)
3.descendentes (guardada a ordem de sucessão)
4.irmãos
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em
condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau
imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na
proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais
ser chamadas a integrar a lide.
ALIMENTOS GRAVÍDICOS:
Os alimentos gravídicos são devidos pelo suposto pai, à mulher gestante, bastando a
existência de indícios de paternidade para sua fixação.
Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão
alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
Com o nascimento com vida da criança, os alimentos gravídicos concedidos à gestante
serão convertidos automaticamente em pensão alimentícia em favor do recém-nascido,
com mudança, assim, da titularidade dos alimentos, sem que, para tanto, seja necessário
pronunciamento judicial ou pedido expresso da parte.
PODER FAMILIAR
1) CARACTERÍSTICAS:
- Irrenunciável;
- Personalíssimo;
- Intransferível;
- Imprescritível.
GUARDA COMPARTILHADA
A guarda compartilhada encontra suas origens na “Common Law” do Direito Inglês,
com a denominação de “joint custody”. A partir da década de 1960, se difundiu tal conceito
pela Europa, porém, foi nos Estados Unidos da América que a denominada guarda conjunta
avançou em virtude de intensas pesquisas em decorrência da transformação das famílias. Daí,
é possível concluir que a adoção de previsão legal da guarda compartilhada no Brasil retrata
uma crescente tendência mundial, fortalecida pela Convenção de Nova Iorque sobre Direitos
da Criança (ONU, 1989).
A guarda compartilhada define os dois genitores como detentores da autoridade
parental para tomar todas as decisões que afetem os filhos, visando manter os laços de
afetividade e abrandar os efeitos que o fim da sociedade conjugal pode trazer à prole, ao passo
que tenta manter de forma igualitária a função parental, consagrando os direitos da criança e
de seus genitores. Em face disso, a guarda compartilhada, como regra, é recomendável, não
se aplicando, porém, quando um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda
do menor ou um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar.
A)GUARDA UNILATERAL:
Art. 1.583. § 5º. A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos
genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas,
objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde
física e psicológica e a educação de seus filhos.
PATERNIDADE:
P: A CONFISSÃO MATERNA EXCLUI A PATERNIDADE?
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
B ) CONTESTAÇÃO DA PATERNIDADE:
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de
sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na
ação.
P: O ADULTÉRIO DA MULHER BASTA PARA ILIDIR A PRESUNÇÃO DE
PATERNIDADE?
Não.
SEPARAÇÃO DE CORPOS
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de
separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a
parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz
com a possível brevidade.
TUTELA
ESCUSA DE TUTELA:
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I - mulheres casadas;
II - maiores de sessenta anos;
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
IV - os impossibilitados por enfermidade;
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
VII - militares em serviço.
a)BENS DO MENOR:
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado
deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado.
DOMICÍLIO DO CASAL:
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e
outro podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício
de sua profissão, ou a interesses particulares relevantes.
REGIME DE BENS:
P: QUANDO COMEÇA VIGORAR O REGIME DE BENS?
Começa a vigorar DESDE A DATA DO CASAMENTO.
B ) ENTRAM NA COMUNHÃO:
I - Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só
em nome de um dos cônjuges (EX: Flávio adquiriu em seu nome e sem a participação
econômica de sua esposa, um prédio comercial);
IV – Benfeitorias em bens PARTICULARES de cada cônjuge;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou
despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os
cônjuges;
BEM DE FAMÍLIA
INSTITUIÇÃO:
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou
testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que
não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas
as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por
testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os
cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
RECONHECIMENTO DE FILHO:
1-) RECONHECIMENTO DE FILHO EM TESTAMENTO DE MODO INCIDENTAL:
Código Civil, Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo
quando feito em testamento.