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Vinícius
Silva
Discursivas p/ PC-PR (Delegado) Com
Correção - Pós-Edital
Autores:
Fernando Bezerra, Ivo Martins,
Vinicius Silva
Aula 02 - Prof. Vinícius Silva
26 de Abril de 2020
Fernando Bezerra, Ivo Martins, Vinicius Silva
Aula 02 - Prof. Vinícius Silva
Sumário
1. Apresentação ................................................................................................................. 2
2. Representação por Prisão Temporária ........................................................................... 3
2.1 Legitimação.................................................................................................................. 6
2.2 Fundamentos de fato ou Fatos ..................................................................................... 7
2.3 Fundamentos jurídicos ................................................................................................. 8
2.3.1 Cabimento ou admissibilidade .................................................................................. 8
2.4. Pedido ...................................................................................................................... 17
3. Modelo de representação por prisão temporária ......................................................... 21
3.1 Endereçamento.......................................................................................................... 21
3.2 Preâmbulo ................................................................................................................. 22
3.3 Fatos .......................................................................................................................... 23
3.4 Fundamentos jurídicos ............................................................................................... 23
3.5 Do Pedido. ................................................................................................................. 23
4. Questões de prova ....................................................................................................... 27
4.1 Comentário e modelo de peça proposto. ................................................................... 28
1. APRESENTAÇÃO
Na aula de hoje, vamos continuar estudando cautelares pessoais, que são as mais
cotadas para a prova. O tema é a representação por prisão temporária, regulada pela
Lei n°. 7.960/89.
Trata-se de uma lei curta, que busca regular essa cautelar pessoal, mas também vamos
utilizar subsidiariamente as disposições do CPP, da CF/88, do CP e da Lei 8.072/90, que
é a Lei de Crimes Hediondos.
Outra coisa que quero mencionar é que a prisão temporária é uma prisão muito
comum no dia a dia da investigação policial e em virtude disso temos uma grande
probabilidade de estar presente em sua prova.
Sem entrar em discussões que não são salutares para o nosso curso, que visa
primordialmente ensinar você a produzir as peças práticas, vou lhe dizer apenas que o
STF, na ADIN 162, declarou a constitucionalidade da referida lei.
Outro detalhe conceitual acerca dessa medida é que ela tem prazo fixado em lei, nos
termos do art. 2°, da Lei 7.960/89:
Veja que, diferentemente da primeira medida cautelar que vimos, que foi a prisão
preventiva, a prisão temporária possui prazo certo.
Por esse motivo que o Delegado de Polícia geralmente prefere essa modalidade
inicialmente no curso da investigação, pois a temporária só pode ser decretada pelo
juiz no curso do inquérito e a preventiva pode ser decretada até o trânsito em julgado
da ação penal.
Assim, o delegado primeiramente utiliza-se da temporária para daí então, caso seja
cabível e necessária, cumprindo os requisitos de cautelaridade, seja representado pela
decretação da preventiva.
Veja bem, se no caso concreto forem cabíveis as duas, é melhor você pedir temporária
por conta do fato de que depois você poderá pedir a preventiva e esta não possui prazo
certo. Ou seja, enquanto perdurarem os motivos ela será mantida.
Enfim, a título de dica, acredito ser melhor a temporária do que a preventiva e é o que
geralmente acontece no dia a dia da atividade policial. Ademais, o CESPE já
demonstrou ser partidário dessa doutrina, pois na prova da PCBA foi aceita apenas a
prisão temporária como resposta, ainda que coubesse a prisão preventiva do
investigado.
Outro fator importante do conceito é que a temporária é cabível apenas para alguns
crimes, prevalece o entendimento de que o rol é taxativo e está previsto no art. 1°,
III, da lei 7.960/89.
Não poderá o juiz decretar a temporária de ofício, pois ela está adstrita à fase de
investigação. Na preventiva, lembre-se de que o juiz só poderá decretá-la de ofício na
fase processual.
Quando do decurso do prazo concedido pelo juiz em sua decisão deverá o indiciado ser
posto em liberdade, a menos que já tenha sido requerida a sua prisão preventiva e ela
tenha sido deferida pelo juízo competente, que se torna prevento quando da análise da
representação pela temporária.
Visto esse conceito inicial de prisão temporária vamos iniciar a compor a peça.
2.1 LEGITIMAÇÃO
Lembre-se de que essa legitimação fará parte do seu preâmbulo, que é aquela parte
inicial de sua peça, que vem após o endereçamento e a referência que você fará ao
inquérito policial ou investigação que estiver presidindo, na qualidade de Delegado de
Polícia.
Ademais, vale ressaltar que cabe a você mencionar no seu preâmbulo outros
dispositivos legais que lhe dão atribuições investigativas como, por exemplo, a Lei
12.830/2013, assim como o estatuto da polícia civil do estado para o qual você está
prestando concurso, pois certamente nele constará entre as atribuições do delegado a
de requerer medidas cautelares no decorrer da investigação preliminar.
Aqui é a mesma coisa da aula anterior, ou seja, você vai resumir com suas próprias
palavras os fatos ocorridos, sempre destacando aqueles que vão servir de base para a
sua fundamentação jurídica. Na verdade o ideal é parafrasear o texto do enunciado
buscando mostrar com suas próprias palavras os fatos ocorridos.
Lembre-se de que para lhe dar um norte de como narrar os fatos sem ser repetitivo em
relação ao que já foi mencionado no enunciado, vale a pena utilizar a regrinha da
resposta às perguntas abaixo:
O que?
Quem?
Quando? ACONTECEU
Onde?
Por que?
Se você conseguir responder a essas perguntas com um texto bem objetivo, sua
narrativa dos fatos certamente ficará muito boa e a pontuação dessa parte estará
garantida.
Procure treinar essa parte quando estiver escrevendo um e-mail, ou até quando estiver
contando uma história a algum colega.
A fundamentação jurídica é realmente a parte que vai lhe dar mais pontos, nela você
vai mostrar todo seu conhecimento jurídico sobre a medida cautelar.
É bom sempre dar uma olhadinha na lei que regulamenta e nas controvérsias
jurisprudenciais e doutrinárias. Como o objetivo do nosso curso é lhe passar sempre a
posição majoritária e aquela que deve ser colocada na peça, remeto você a um curso
teórico de Processo Penal para que você conheça todas as nuances possíveis, inclusive
a que colocamos na nossa aula.
Antes de adentrar na parte específica da fundamentação da medida, vai uma dica muito
boa que é colocar em jogo sempre a garantia da liberdade como direito
constitucionalmente previsto, ou seja, vale a pena escrever um parágrafo mencionando
que não se pode invocar a liberdade ambulatorial para o cometimento de crimes.
Você deve sempre lembrar-se dessa sequência, que deve ser a mesma da sua peça, ou
seja, primeiramente você vai provar que a medida é cabível para depois mostrar a sua
necessidade.
(...)
Antes de adentrar, nesse mérito, vou mencionar alguns crimes muito comuns em que
não cabe a temporária. Ou seja, nunca admitem a temporária os crimes de furto,
apropriação indébita, estelionato, são crimes muito comuns da atividade de polícia
judiciária em que não cabe a medida em apreço.
(...)
Associação Criminosa
Logo, o tipo penal teve sua redação alterada e o crime agora se chama associação
criminosa, ou seja, 3 ou mais pessoas devem associar-se para o fim específico de
cometer crimes, logo, caso algum daqueles crimes que não foram previstos no rol
taxativo da lei de prisão temporária for cometido em típica situação de associação
criminosa, caberá a temporária.
Professor, então
cabe temporária
em caso de furto?
Outro crime que permeia a mente dos concurseiros é o de Extorsão do art. 158, §3°, o
chamado sequestro relâmpago.
Veja que tanto a lei de hediondos, quanto a lei de temporária não foram modificadas
para trazer essa nova figura como uma das hipóteses em que caiba a Prisão Temporária.
Essa tarefa é do legislador, que “dormiu no ponto”.
Assim, não podendo haver analogia in malam partem, não cabe prisão temporária em
casos de extorsão mediante sequestro, na qual a restrição da liberdade da vítima é
condição necessária para a obtenção da vantagem econômica.
Voltando à questão da não exaustividade do rol da Lei 7.960/89, veja que na Lei
8.072/90 nos traz um dispositivo por meio do qual podemos concluir que é cabível a
temporária em qualquer crime hediondo ou equiparado a hediondo.
Assim, podemos concluir que se foi prevista na lei um prazo específico para a
temporária em casos de cometimento de crimes hediondos, não teria sentido nenhum
o tal dispositivo se não fosse possível a referida prisão para esses crimes.
Resumindo:
É simples e basta que haja a presença de indícios de autoria em crime em que se admite
a temporária. É o que chamamos do binômio prova da existência do crime +
indícios de autoria.
Esse requisito você vai verificar no enunciado. Lembre-se de que eu já afirmei que a
leitura do problema e a exposição escorreita dos fatos são de extrema relevância para
a fundamentação.
Por exemplo, em uma questão que envolva o crime de homicídio, o laudo de exame
cadavérico assinado pelo legista ou apenas a presença do corpo e um depoimento de
uma testemunha ocular afirmando que viu o autor do crime e pode reconhecê-lo.
b) periculum libertatis
(...)
I - quando imprescindível para as investigações do
inquérito policial;(...)
Veja no mesmo caso explicitado acima que a testemunha foi apenas ouvida pelo
delegado, mas é necessário ainda que esteja comprovado cabalmente que o indiciado
foi o autor do crime, para que os indícios de autoria se fortaleçam e possam subsidiar
o oferecimento da denúncia.
Lembre-se, o seu inquérito sendo bem feito e bem conduzido leva à facilitação do
trabalho do MP e possivelmente à condenação do autor do delito.
Por outro lado, quando o indiciado não possui residência fixa ou então quando houver
dúvida quanto a sua identidade e ele não fornece elementos para que ela seja feita.
Cuidado que o STF, 2ª Turma, HC 97.177, da relatoria do Min. Cezar Peluzo, já firmou
entendimento de que apenas a decretação da prisão cautelar pelo simples fato de o
agente não possuir residência fixa é ilegal, ou seja, esse elemento tem de ser verificado
com os demais requisitos para a prisão.
No entanto, esse requisito continua caindo em provas de Delta, um bom exemplo foi a
minha prova de Delta – CE, em que um dos fundamentos era justamente a ausência
de residência fixa, associada a uma série de outros fatores que corroboravam a
necessidade de se decretar a temporária do indiciado.
Não esqueça de que na sua peça essa parte tem a finalidade de mostrar ao juiz que o
seu pedido é necessário. O tema aqui é a necessidade da prisão para resguardar algum
perecimento, que seria o perecimento da própria investigação.
Nesse ponto, para chegarmos ao fim da fundamentação jurídica, menciono a você que
há uma eterna controvérsia doutrinária em que os autores divergem acerca dos
requisitos da temporária, mas aqui a minha função é mostrar-lhe a posição majoritária
e que deve ser adotada em uma prova discursiva de peça prática. A ideia aqui é utilizar
a posição mais aceita dentre os tribunais e majoritária na doutrina.
PRISÃO TEMPORÁRIA
2.4. PEDIDO
Vamos agora falar um pouco mais sobre o pedido que deverá estar na sua peça, você
já está chegando ao final da sua representação.
Se o crime for qualquer um dos previstos no inciso III, do art. 1°, da Lei n° 7.960/89,
o prazo será aquele previsto na mesma lei, no seu art. 2°:
Então recomendo que você não peça a prorrogação na peça, pois isso será requerido
em outra peça que seria o caso de uma representação pela prorrogação de prisão
temporária.
Por outro lado, na mesma toada, caso tenhamos um crime hediondo ou equiparado a
hediondo, então teremos um prazo diferenciado, ou seja, aquele previsto no art. 2°,
§4°, da Lei 8.072/90:
Vejam que o prazo aqui é de 30 dias, então muita atenção na prova no momento de
fazer o seu pedido, pois a banca geralmente vai pontuar o prazo de 30 dias diferenciado
no caso de cometimento de crimes hediondos.
Esse prazo, inclusive, é importante para a escolha da peça. Por exemplo, digamos que
você esteja no meio do inquérito que apura um crime de latrocínio, e o com o réu solto,
você sabe que deve concluir o inquérito no prazo de 30 (trinta) dias. Se você tiver no
26° dia da investigação, você tem apenas 4 dias para concluir, se você tiver uma série
de diligências ainda por concluir, vale a pena pedir uma temporária, para ganhar o
prazo fixo de prisão de 30(trinta) dias.
2ª temporária 30 dias
Preventiva 10 dias
Total 70 dias
Essa foi a ideia do último concurso da Polícia Civil da Bahia, lá cabiam tanto a
preventiva, quanto a temporária, mas foi aceita apenas esta última, justamente em
razão do prazo maior de segregação da liberdade do indiciado, bem como pelo fato de
poder ser representada posteriormente pela preventiva, o que daria mais prazo para o
delegado concluir sua investigação.
Na doutrina não há problemas de ser solicitada a temporária por tempo inferior, mas
isso na prática é quase impossível, o delegado vai se valer do maior tempo possível
para concluir suas diligências.
Outro detalhe acerca do prazo é o fato de que a liberdade do preso dar-se-á ao final do
prazo, automaticamente, o juiz geralmente coloca no bojo do mandado de prisão que
decorrido o prazo concedido, se, por outro motivo, não tiver de ser mantido preso, ao
indiciado deve ser garantida a liberdade.
Superada essa parte do prazo, vamos a outro detalhe deve ser mencionado no seu
pedido.
Um último detalhe acerca dessa peça é a oitiva do MP, que é obrigatória, nos termos
do art. 2°, §1°, da Lei n° 7.690/89:
(...)
3.1 ENDEREÇAMENTO
havia sido cometido na cidade de Fortaleza, mas a melhor ideia seria endereçar
genericamente.
Não se esqueça de que o endereçamento deve ser feito ao juiz da Vara do Júri,
caso estejamos tratando de um crime doloso contra a vida.
Como os crimes em que cabe a temporária não são crimes de menor potencial ofensivo,
não há possibilidade de endereçar ao juizado especial criminal.
3.2 PREÂMBULO
Se estiver diante de um crime hediondo, vale a pena ainda mencionar o art. 2°, §4°,
da Lei 8.072/90.
3.3 FATOS
Mais uma vez não temos muito a acrescentar ao que já foi dito acima, você vai ser
medido pelo poder de síntese que pode apresentar. Não negligencie esse ponto, pois
o examinador pode já não gostar muito da sua peça, caso os fatos não sejam
corretamente narrados.
Procure parafrasear o enunciado, tentando não ser tão repetitivo. Responder àquelas
perguntas que já mencionei anteriormente pode ser um bom norte a ser seguido.
Vale a pena ainda, para dar aquele capricho na peça, mencionar a tipificação do crime,
pois isso vai fundamentar até o prazo que você vai mencionar no pedido, caso esteja
diante de um crime hediondo ou equiparado.
3.5 DO PEDIDO.
No pedido já foi mencionado que você deve representar pela medida sempre de forma
objetiva, cuidado com o verbo, pois o delegado de polícia representa e não requer,
quem requer é o membro do MP.
Local, data.
Delegado de Polícia
Matrícula
Ou
A Polícia Civil do estado do _________, por meio do seu Delegado de Polícia, ao final
assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos,
pelo art. 2°, ‘caput’, da Lei 7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem,
mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela decretação da
prisão temporária de (citar o nome do investigado/indiciado), pelos fundamentos de fato
e de direito que a seguir passa a expor.
Dos fatos
2.2 Do cabimento
Retome o crime já mencionado no item 2.1 e sua previsão no rol taxativo da Lei n°
7.960/89 ou da Lei n° 8.072/90.
3. Do pedido
Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já expostos, representa,
essa autoridade policial, pela decretação da prisão temporária de (fulano de tal) sem a
oitiva da parte contrária, pela própria natureza da medida e urgência características, pelo
prazo de (5 ou 30 dias) após a competente manifestação do membro do Ministério
Público.
Solicita ainda a expedição do competente mandado de prisão e cadastramento no Banco
Nacional de Mandados de Prisão – BNMP.
Local, data.
Delegado de Polícia
Matrícula
Vejam que não é muito longa e não requer muitos detalhes a produção da
representação por prisão temporária.
Vamos agora ao exercício de prova, que para mim é especial, uma vez que é a prova
que fiz e consegui aprovação para o cargo de Delegado de Polícia, trata-se da prova
discursiva para Delegado de Polícia do Ceará.
Vou colocar depois da minha sugestão de peça, o que foi a resposta da banca,
o espelho que a banca apresentou, mencionando os pontos que atribuiu para
cada requisito da peça.
4. QUESTÕES DE PROVA
Nesta data, ao sair de uma feirinha de artesanato, Anita avistou Renato em meio a um
grupo de pessoas que parecia usar drogas, reconheceu-o e começou a gritar para que
alguém o detivesse, quando então algumas pessoas o seguraram até a polícia chegar.
O boletim de ocorrência havia sido registrado nessa unidade policial, mas o apuratório
penal não havia sido deflagrado ainda.
Renato de Oliveira, ao ser interrogado, negou ter cometido qualquer crime, bem como
qualquer envolvimento com drogas. Não soube ou não quis informar seu endereço
residencial, afirmando que dorme nos locais onde faz “bicos” como pintor, pois não tem
emprego fixo.
Maria de Oliveira, ao ser avisada sobre a detenção de seu filho, Renato, compareceu à
Delegacia de Polícia e garantiu a inocência dele, complementou que ele não mora mais
com ela, é viciado em drogas, porém não é ladrão.
A pesquisa relativa aos antecedentes criminais apontou que Renato já cumpriu pena
pelo crime de tráfico de entorpecentes e foi posto em liberdade em dezembro de 2013.
O que foi muito interessante nesse problema é que houve uma celeuma na internet,
nas redes sociais, em relação a qual seria a peça cabível e se a banca iria atribuir nota
zero às provas que contivessem representação por prisão preventiva.
Alguns pontos foram cruciais para verificar que se tratava de uma representação por
prisão temporária e não uma preventiva.
(...) Anita relatou que no dia 5 de setembro de 2014 estava com seu pai, Alfredo
Medeiros, no carro da família dirigido por ele e, por volta das 22 horas, ao pararem no
sinal vermelho, na Avenida Bernardo Manuel, esquina com a Rua Cristo Redentor, foram
abordados por Renato, que anunciou o assalto e mandou que ambos saíssem do
carro. Assustado, Alfredo fez um movimento imediato para tirar o cinto de segurança,
quando Renato disparou a arma de fogo que apontava todo o tempo para
Alfredo. O tiro acertou a cabeça do pai de Anita, que morreu na hora. Renato, antes
de fugir, ainda pegou o celular que estava no bolso da camisa de Alfredo.(...)
Ou seja, podemos afirmar que Renato tinha a intenção de roubar e depois, por conta
da ação da vítima, acabou ceifando a vida da vítima do roubo, portanto, estamos diante
de um crime em que cabe a temporária, nos termos do art. 1°, III:
(...)
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
Ou seja, a temporária é cabível, mas a preventiva até aqui também era cabível, por
conta da pena máxima em abstrato para o crime em questão, que é nitidamente
superior a 4 anos.
Na questão não consigo vislumbrar nenhum requisito previsto no art. 312, do CPP,
uma vez que não é latente a possibilidade de ele voltar a cometer crimes, pelo menos
pelo enunciado não ficou claro a intenção de Renato voltar a cometer crimes. Não
podemos afirmar isso apenas por conta dos seus antecedentes, uma vez que a
presunção de inocência é a regra em nosso direito constitucional.
Não foi dito ainda que o indiciado estava ameaçando testemunhas, tampouco há risco
de se furtar a aplicação da lei penal, uma vez que não possui recursos para fuga, pelo
menos em tese.
Noutro giro, podemos perceber claramente que a questão quis mostrar o requisito
cautelar do art. 1°, II, da Lei n° 7.960/89.
Perceba os trechos:
(...)Renato de Oliveira, ao ser interrogado, negou ter cometido qualquer crime, bem
como qualquer envolvimento com drogas. Não soube ou não quis informar seu
endereço residencial, afirmando que dorme nos locais onde faz “bicos” como
pintor, pois não tem emprego fixo. (...)
A arma utilizada no crime ainda não foi encontrada e a liberdade do indiciado pode
prejudicar as diligências, uma vez que o indiciado pode escondê-la, destruí-la,
desmontá-la, etc.
Outro detalhe que mencionei na parte teórica que está presente nessa questão é o fato
de o crime ser hediondo, nos termos do art. 1°, II, da Lei n° 8.072/90:
Assim, o prazo para a temporária nesse caso é de 30 dias, o que nos mostra mais ainda
ser a medida cautelar mais adequada. Veja que em questões de prova quando você vir
um crime hediondo, é sinal forte de que a peça pode ser uma temporária.
Outro detalhe ainda salutar é o fato de que no final do enunciado o examinador requer
a peça mais cabível para o prosseguimento das diligências, ou seja, podemos perceber
claramente que o examinador solicita a feitura da peça mais adequada à atividade de
polícia investigativa. Já mencionamos que essa peça é a Temporária, por excelência,
a medida cautelar investigativa mais adequada.
Por fim, para colocarmos a cereja no bolo, cumpre relembrar que o inquérito ainda está
em curso, não tendo sido finalizada a fase investigativa, ou seja, a temporária não foi
aniquilada pela conclusão da investigação preliminar, muito pelo contrário, ela é
relevante para o seu prosseguimento.
Quanto à competência para julgar esse tipo de delito, não confunda, pois o latrocínio
é um crime contra o patrimônio, e cabe ao juízo de direito e não ao tribunal do
júri o julgamento de tais crimes.
A Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio do seu Delegado de Polícia, ao final
assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros
dispositivos, pelo art. 2°, caput, da Lei 7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da
Lei 12.830/2013, vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência,
representar pela decretação da prisão temporária de Renato de Oliveira, pelos
fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor
1. Dos fatos
Toda a ação foi presenciada pela filha da vítima, Anita Medeiros, tendo saído esta ilesa
da ação criminosa.
Dias depois, mais precisamente no dia 10 de outubro do mesmo ano, Anita identificou
o autor do crime na Avenida Beira-Mar, altura do no 3800, ocasião em que a polícia foi
acionada e todos foram conduzidos até esta autoridade policial que subscreve.
Ouvido, Renato de Oliveira, afirmou que não possuía envolvimento com drogas e negou
a autoria do crime que vitimara Alfredo; não informou seu endereço, afirmando ainda
que dorme em locais onde consegue empregos informais como pintor.
A mãe do representando também foi ouvida e confirmou que Renato não mora mais
com ela, tendo dito que seu filho é usuário de drogas, contudo não é ladrão.
Juntada aos autos foi a folha de antecedentes criminais de Renato, por maio da qual se
pode afirmar que ele já cumpriu pena por tráfico de drogas, tendo sido colocado em
liberdade em dezembro de 2013.
Da narrativa dos fatos acima, podemos confirmar que houve crime de latrocínio
consumado, uma vez que a vítima teve sua vida ceifada por ocasião da conduta
delituosa do agente.
Portanto, no caso em tela, podemos afirmar que o agente cometeu o crime previsto no
art. 157, §3°, do CP (parte final).
Cumpre salientar ainda que esse crime está previsto no rol de crimes hediondos, do
art. 1°, II, da Lei n° 8.072/90.
Tratando-se de delito onde cabe a prisão temporária pelo prazo de 30(trinta) dias,
conforme combinação das leis acima citadas.
2.2 Do cabimento
Conforme item 2.1, a conduta delituosa cometida foi o crime de latrocínio, previsto na
alínea “c”, do referido inciso do art. 1°.
Uma vez que é cabível, devemos demonstrar os requisitos de cautelaridade para que
seja deferida a medida.
Quanto aos indícios de autoria, podemos afirmar que eles também estão satisfeitos no
caso concreto, pois o depoimento da testemunha ocular do crime fortalece a autoria
atribuída a Renato.
Por outro lado, a investigação pela polícia judiciária ainda requer a realização de
algumas diligências, como, por exemplo, encontrar a arma utilizada no crime, o objeto
roubado (aparelho celular), entre outras diligências que possam auxiliar o Ministério
Público a se convencer da autoria e materialidade do delito.
Na mesma toada, está presente o requisito cautelar do art. 1°, II, da Lei n°. 7.960/89,
pois em seu depoimento Renato afirmou não ter residência fixa, morando em lugares
onde encontra trabalho. Assim, vislumbra-se claramente que o requisito está presente.
O periculum libertatis assim está demonstrado, pois a liberdade do indiciado pode vir a
atrapalhar a colheita de elementos de informação, uma vez que não possui residência
fixa, nem trabalho formal.
3. Do pedido
Local, data.
Delegado de Polícia
Matrícula
Antes vamos dar uma olhadinha no espelho apresentado pela banca examinadora para
a questão que acabamos de comentar e produzir a peça. A banca organizadora era a
Fundação para o Vestibular da Universidade de São Paulo, ou seja, a conhecida
VUNESP-SP, que tem costume de realizar provas para a polícia civil de São Paulo.
Essa modalidade de prisão, que tem prazo determinado, só pode ser decretada
durante o desenvolvimento do inquérito policial, é utilizada durante a
investigação e para assegurar o sucesso de determinada (s) diligência (s). A
1) Lei 7.960/1989, artigo 1º, incisos I, II, III e alínea “c” (2 pontos)
Agora você volta na peça que foi produzida e confira cada ponto desse e verifique que
abordamos todos eles. A forma com que se faz isso é peculiar de cada um e numa prova
discursiva o critério de correção deve ser o mais objetivo possível, por isso não se
prenda ao meu modelo, produza a sua peça e verifique a presença de cada ponto
requerido pela banca, se você mencioná-los com o mínimo de clareza e raciocínio
jurídico, e sem cometer grandes erros de português, sua peça terá nota máxima.
Lembrando que eu consegui nota 8 na minha peça, que produzi no dia da prova. É
lógico que ela tem algumas diferenças em relação a essa que produzi na aula de hoje.
terem sido recolhidos do asfalto dois projéteis de calibre 38, e o laudo de perícia
papiloscópica, realizada em lata de cerveja encontrada nas proximidades do local, na
qual foram constatados fragmentos digitais de uma palmar. Lançadas as digitais em
banco de dados, confirmou-se pertencerem a Ricardo Madeira. Também juntou-se ao
feito o laudo cadavérico da vítima, no qual se constata a retirada de três projéteis de
calibre 380 do cadáver: um alojado no tórax e dois, no crânio. Durante as diligências,
apurou-se que o veículo sedã de cor prata, placa ABS 2222/BA, estava registrado em
nome da genitora dos irmãos Cristiano Madeira e Ricardo Madeira, Maria Aparecida
Madeira, residente na rua Querubim, casa 32, no bairro Boa Prudência, em Salvador –
BA, onde morava na companhia dos filhos. Nos registros criminais de Cristiano, constam
várias passagens por roubo e tráfico de drogas. No formulário de antecedentes criminais
de Ricardo Madeira, também anexado aos autos, consta a prática de inúmeros delitos,
entre os quais dois homicídios. Procurados pela polícia para esclarecerem os fatos,
Cristiano e Ricardo não foram localizados, tampouco seus familiares forneceram
quaisquer notícias de seus paradeiros, embora houvesse informações de que eles
estariam na residência de seu tio, Roberval Madeira, situada na rua Bom Tempero, s/n,
no bairro Nova Esperança, em Salvador – A. Ambos foram indiciados nos autos como
incursos nas sanções previstas no art. 121, § 2.º, II e IV, do CP. O inquérito policial
tramitou pela delegacia, em diligências, durante vinte e cinco dias, encontrando se
conclusos para a autoridade policial que preside o feito, restando a complementação de
inúmeras diligências visando identificar os outros dois autores e evidenciar, através de
novas provas, a conduta dos indiciados. Em face do relato acima apresentado, proceda,
na condição de delegado de polícia que preside o feito, à remessa dos autos ao Poder
Judiciário, representando pela(s) medida(s) pertinente(s) ao caso. Fundamente suas
explanações e não crie fatos novos.
Vamos verificar então os pontos onde pode-se observar por que a peça adequada era
a temporária.
Primeiramente, aviso a você que uma das frases mais comuns em questões em que se
deve representar pela temporária é a seguinte: continuidade de diligências
investigativas.
As questões em que são possíveis as duas prisões provisórias são muito comuns, e a
dica é quase sempre representar pela temporária, eu inclusive dou essa dica a todos os
meus alunos e amigos, pois a prisão temporária é a prisão do Delegado de Polícia por
excelência.
A dica aqui é verificar se na questão o crime cometido, se ele estiver previsto na lei de
prisão temporária (7.960/89) ou na lei de crimes hediondos (8.072/90), então opte
pela prisão temporária, pois ela vai te dar tempo para concluir suas investigações.
Lembre-se ainda que se você representar pela temporária após o seu decurso de prazo
(5 ou 30 dias), o juiz poderá convertê-la em preventiva.
Então, com o intuito de ganhar mais tempo para a conclusão da sua investigação,
represente pela temporária no lugar da preventiva, apesar de caber as duas medidas.
Assim, basta verificar o cabimento, que também está satisfeito, pois o crime cometido,
que é o de homicídio doloso, qualificado, pois poderíamos encaixar a conduta no
homicídio cometido sem a possibilidade de defesa da vítima.
Veja, portanto, que temos um crime hediondo, ou seja, cabe temporária e pelo prazo
de 30 (trinta) dias, ou seja, será uma luva nas suas mãos para a continuidade das
diligências.
Decidida a peça, vamos produzir, lembrando que como o enunciado é muito longo, você
será realmente medido pelo poder de síntese, durante a narrativa dos fatos. O ideal é
procurar ressaltar apenas aquilo que foi importante da narrativa. Aquilo que será
relevante para a sua fundamentação, fatos que comprovam algo.
Vamos elencar alguns pontos importantes na sua peça. Eu inclusive recomendo que
você faça desse jeito no dia da prova, antes de começar a produzir, principalmente em
questões com longos enunciados, faça um aparato dos pontos abaixo:
Essa diligência visa a possível prisão deles, uma vez que há possibilidade de eles
estarem escondidos na casa da mãe, bem como a apreensão da arma do crime, o
revólver calibre 38.
Assim, verifico ser cabível a busca domiciliar, até como diligência complementar. No
entanto, pela reserva jurisdicional, devemos representar pela medida, não podemos
fazê-la à revelia do juiz.
Vamos à peça:
A Polícia Civil do estado da Bahia, por meio do seu Delegado de Polícia, ao final
assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos,
pelo art. 2°, ‘caput’, da Lei 7.960/89, pelo art. 240, §1°, d, do CPP, bem como no art.
2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa
Excelência, representar pela decretação da prisão temporária de Ricardo Madeira e
Cristiano Madeira, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor.
1. Dos fatos
A ação delituosa foi presenciada por sua namorada Fernanda Maria de Souza, a qual
prestou depoimento nesta delegacia, afirmando que conhece os prováveis autores,
tendo os reconhecido.
A ação criminosa ainda teve como testemunhas dois vizinhos que assistiram tudo de
suas janelas e também reconheceram formalmente os indiciados, ora representandos,
por meio de reconhecimento fotográfico, cujo auto se encontra juntado aos autos.
Foi ainda feito o laudo de local de crime, oportunidade em que foi realizada perícia
papiloscópica em uma lata de cerveja encontrada no local, resultando positivo para
Ricardo Madeira.
O inquérito tramita nesta unidade de polícia judiciária e ainda estão pendentes várias
diligências para a elucidação do crime, notadamente a identificação de dois dos quatro
2.2 Do cabimento
Nos termos da lei de prisão temporária, bem como na lei de crimes hediondos, é cabível
o recolhimento cautelar dos indiciados, pois o crime cometido está previsto no rol de
crimes onde cabe essa hipótese de segregação.
Ademais, como se trata de crime hediondo, vale ressaltar que o prazo da prisão será o
de 30(trinta) dias, conforme previsto na própria lei de crimes hediondos.
No caso em tela, podemos afirmar que há uma combinação perfeita entre os incisos I
e III, do art. 1° da Lei 7.960/89. Vejamos.
Quanto à prova da existência do crime. Nada mais claro que isso está nos autos, uma
vez que foram juntados tanto os depoimentos de três testemunhas, afirmando que
presenciaram a morte da vítima, bem como pela juntada do laudo de exame cadavérico,
onde se afirma a vítima ter sido alvejada por dois disparos de arma de fogo, um no
tórax e outro na cabeça.
Além de tudo isso, os indiciados possuem extensa folha de antecedentes criminais, onde
se pode perceber uma série de crimes cometidos pelos representandos, notadamente
ligados ao tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Assim, podemos afirmar que estão presentes os requisitos dos incisos I e III, do art. 1°
da Lei n° 7.960/89.
No crime em comento, foi utilizada arma de fogo para a execução, objeto esse que
ainda não foi encontrado, mesmo após várias diligências da seção operacional desse
distrito policial, o que nos leva a pensar que a arma do crime pode estar escondida na
casa da genitora dos indiciados ou na residência do tio deles, pois até o veículo utilizado
no dia do crime está registrado no nome da mãe deles, o que nos leva a crer que pode
ser possível encontrar o revolver calibre 38 na casa localizada na rua Querubim, casa
32, no bairro Boa Prudência, em Salvador – BA, ou então na rua Bom Tempero, s/n, no
bairro Nova Esperança, em Salvador
Nos termos do art. 240, §1°, do CPP, será deferida a busca domiciliar quando for
necessário encontrar armas e outros objetos ligados à prática delituosa. O que se
encaixa perfeitamente no caso em tela, necessitando apenas de mandado judicial para
a efetivação da diligência, uma vez que se trata de um tema que requer a intervenção
do juiz para seu deferimento.
3. Do pedido
Local, data.
Delegado de Polícia
Matrícula
03. (VINÍCIUS SILVA) No dia 23 de julho de 2014, na cidade litorânea de Praia Verde
– SP, a polícia encontrou um corpo de uma pessoa do sexo feminino, sem vida, que
aparentemente havia sofrido várias agressões físicas antes de ter sua vida ceifada.
O laudo de exame cadavérico concluiu que houve um homicídio e que este se deu
mediante asfixia, tudo conforme a análise técnica do corpo de peritos da Polícia Civil de
São Paulo.
No decorrer das investigações ficou demonstrado pela perícia que no corpo da vítima,
na região do pescoço havia diversas marcas digitais, que foram juntadas ao laudo
pericial.
Após empreender diligências, Antônio dos santos foi intimado a comparecer a delegacia
para ser ouvido e ele negou a autoria do crime.
No entanto ficou comprovado que ele não era guia turístico e sim um morador da cidade
que já havia sido acusado de vários delitos de estupro, conforme registros de ocorrência
do próprio banco de dados da Polícia Civil.
Ouvido ele informou que não possuía residência fixa e que durante o dia, a fim de
recolher dinheiro fazia “bicos” como guia. Dormindo em locais incertos. Não apresentou
qualquer documento de identidade e negou a autoria do crime.
Essa questão foi elaborada inteiramente por min, e se baseia em casos práticos que
vivenciamos todos os dias e que e própria mídia nos traz. Modifiquei alguns dados e a
questão ficou muito boa.
Nesse problema ocorreu um crime clássico que é o de homicídio qualificado pelo meio
de execução, qual seja a asfixia.
Na mesma toada, temos vários indícios de que o autor do crime seria o Sr. Antônio da
Silva, o qual já foi acusado por vários crimes de estupro na região, tendo sido
reconhecido por testemunhas como a pessoa que acompanhava a turista. Portanto há
fortes indícios de que ele seria o suposto autor do crime.
Além disso, temos o fato de que o investigado não possui residência fixa, nem trabalho
fixo, o que vai ao encontro do que está previsto como requisito cautelar da prisão
temporária.
Visto isso, como o crime é hediondo, podemos confirmar que o prazo da temporária é
de 30 (trinta) dias.
Vamos à peça.
A Polícia Civil do estado de São Paulo, por meio do seu Delegado de Polícia, ao final
assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos,
pelo art. 2°, ‘caput’, da Lei 7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013,
vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela
decretação da prisão temporária de Antônio da Silva, pelos fundamentos de fato e de
direito que a seguir passa a expor.
1. Dos fatos
Narram os autos que no dia 23/07/2014, na cidade de Praia Verde - SP, ocorreu um
crime de homicídio, ocasião em que a vida de uma turista francesa foi ceifada por uma
ação criminosa que utilizou do meio da asfixia para execução da morte, tudo isso
comprovado por maio do laudo de exame cadavérico.
O Sr. Antônio da Silva foi ouvido nesta delegacia e afirmou não ter cometido o crime,
no entanto, disse que não possui residência fixa, tampouco trabalho fixo, e que dorme
em locais onde encontra guarida. Juntada a folha de antecedentes criminais, ficou
constatado que o investigado já foi acusado por diversos crimes de estupro na mesma
região.
No caso em tela, podemos afirmar, de acordo com os laudos periciais que houve morte
violenta e que essa morte teria ocorrido por meio de asfixia do tipo esganadura, tudo
conforme o laudo pericial.
2.2 Do cabimento
A medida é cabível quando o crime ocorrido está previsto no rol do inciso III, do art.
1°, da Lei n° 7.960/89.
A prova da existência do crime está mais do que comprovada, uma vez que existe o
cadáver e o laudo de exame cadavérico, por meio do qual se comprova que o crime foi
o de homicídio qualificado pela asfixia como meio de execução.
Portanto, o fumus commissi delicti está satisfeito e devemos apenas comprovar o perigo
que a liberdade do investigado representa para a própria persecução penal.
O periculum libertatis está previsto no art. 1°, II, da Lei n° 7.960/89, oportunidade em
que a lei prevê que a prisão será necessária sempre que o investigado não possua
residência fixa, como é o caso dos autos.
O investigado não possui residência fixa, tendo afirmado em seu depoimento que dorme
em locais onde consegue guarida.
Cumpre ressaltar ainda que se trata de crime hediondo, onde a prisão representada
possui um prazo de 30(trinta) dias, prorrogável por igual período, tudo isso previsto na
Lei n°. 8.072/90.
3. Do pedido
Diante do exposto, com base nos fundamentos fáticos e jurídicos elencados, representa
essa autoridade policial pela decretação da prisão temporária de Antônio da Silva,
pugnando pela expedição do competente mandado judicial, decisão a ser dada sem a
oitiva da parte contrária, pela própria natureza e urgência características da cautelar,
pelo prazo de 30(trinta) dias.
Local, data.
Delegado de Polícia
Matrícula
Após a aceitação das vítimas o agente as levava para um local ermo, sob a ameaça
com arma de fogo, onde praticava com elas atos libidinosos, batia fotos dos atos e
depois armazenava em seus dispositivos eletrônicos.
No entanto, não foi possível ainda recuperar os bens roubados das vítimas, tampouco
os dispositivos eletrônicos onde as fotos ficam armazenadas foram apreendidos. A arma
de fogo também não foi encontrada.
Nessa questão está cristalino que a peça cabível é a representação pela prisão
temporária do investigado, uma vez que é necessária a continuidade das diligências,
ou seja, o delegado necessita prosseguir sua investigação para relatar o inquérito e isso
com o investigado preso se faz com muito mais eficiência.
Assim, vamos representar pela prisão temporária. Quanto aos requisitos, verificamos
que estão presentes tano o de cabimento quanto o de cautelaridade.
Por outro lado, na mesma toada, temos o requisito cautelar devidamente presente, pois
quando o enunciado menciona que o investigado não possui residência e trabalho fixos,
isso dá margem para a necessidade de uma prisão temporária.
Ademais, o fumus comissi delicti está plenamente presente, pois o crime possui prova
de que ocorreu (vítimas prestaram depoimento), bem como a há fortes indícios de
autoria delitiva em relação ao representado.
Vamos à peça
A Polícia Civil do estado de ____, por meio do seu Delegado de Polícia, ao final assinado,
no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art.
2°, ‘caput’, da Lei 7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem, mui
respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela decretação da
prisão temporária de Antônio da Silva, pelos fundamentos de fato e de direito que a
seguir passa a expor.
1. Dos fatos
Resumo das informações do enunciado.
2. Dos fundamentos jurídicos
2.2 Do cabimento
A medida é cabível quando o crime ocorrido está previsto no rol do inciso V, do art. 1°,
da Lei n° 8.072/90, assim como no art. 1°, III, “f”, da Lei n° 7.960/89.
A prova da existência do crime está mais do que comprovada, uma vez que as vítimas
mencionaram em seu depoimento que foram violentadas, assim como os demais
elementos de informação dos autos podem comprovar que os atos libidinosos
ocorreram. Ademais, as vítimas mencionam sempre o mesmo modus operandi do autor
dos delitos, o que corrobora a tese de que os crimes realmente ocorreram, na mesma
forma de execução.
Portanto, o fumus commissi delicti está satisfeito e devemos apenas comprovar o perigo
que a liberdade do investigado representa para a própria persecução penal.
O periculum libertatis está previsto no art. 1°, II, da Lei n° 7.960/89, oportunidade em
que a lei prevê que a prisão será necessária sempre que o investigado não possua
residência e trabalho fixos, como é o caso dos autos, que é o caso que se encaixa
perfeitamente aos fatos até aqui narrados.
Cumpre ressaltar ainda que se trata de crime hediondo, onde a prisão representada
possui um prazo de 30(trinta) dias, prorrogável por igual período, tudo isso previsto na
Lei n°. 8.072/90.
3. Do pedido
Diante do exposto, com base nos fundamentos fáticos e jurídicos elencados, representa
essa autoridade policial pela decretação da prisão temporária de Roberto Júnior,
pugnando pela expedição do competente mandado judicial, decisão a ser dada sem a
oitiva da parte contrária, pela própria natureza e urgência características da cautelar,
pelo prazo de 30(trinta) dias.
Abraços.
Prof. Vinícius Silva