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Cris Dupret

@professoracristianedupret

PRAZOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS


NA PRÁTICA DA ADVOCACIA CRIMINAL

INSTITUTO
DIREITO PENAL
BRASILEIRO
CONHEÇA SUA PROFESSORA
A Professora Cristiane Dupret é
Advogada Criminalista atuante
na área consultiva, Diretora do
IDPB, Mestre em Direito pela
UERJ, Pós-graduada em Direito
Penal Econômico pela
Universidade de Coimbra,
Especialista em Marketing e
Neurociências pelo Instituto de
Psiquiatria da UFRJ.

Autora de mais de 10 obras jurídicas, entre


elas o Vade-mecum Penal da Editora
Juspodium, Livro de Prática em Direito
Penal pela mesma editora, Curso de
Direito Penal pela Editora Impetus, além
de ter produzido diversos artigos jurídicos
ao longo de sua atuação acadêmica.
Palestrante em Diversos Estados do Brasil.
contagem do prazo penal
Hoje, no Direito Penal, os advogados criminalistas se deparam com dois tipos de prazos,
quais sejam, os prazos processuais penais e o prazo penal.

Muito importante frisar que, tais prazos não devem ser confundidos, sob pena de causar
grande prejuízo (até mesmo irreparáveis) ao cliente, seja por um eventual decadência,
prescrição, ou seja por perda de um eventual recurso.

No Código Penal, temos o prazo penal disposto no artigo 10 que diz o seguinte:

“O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos


pelo calendário comum.”

Contamos o prazo penal pelo art. 10 do CP apenas e tão somente em âmbito de direito
penal material, como nos casos de prisão, pena, prescrição e decadência. Utilize a sigla
PPPD para não esquecer.

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Então, nos prazos de Direito Penal (Direito Material), devemos contar o prazo incluindo o
dia do começo, nos moldes do artigo 10 do CP.

Por exemplo: Se o prazo penal iniciou em 10 de março, então dia 10 será o primeiro dia do
prazo, independente se, em uma situação hipotética, a prisão temporária ocorreu às
23:55 daquele dia.

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contagem do prazo no processo penal
Já no Processo Penal, vale a leitura do artigo 798 do Código de Processo Penal:

“Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se


interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém,
considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia
em que começou a correr.

§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o


dia útil imediato.”

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Notamos a diferença da contagem do processo penal para o prazo penal no parágrafo
1º.
Ou seja, no processo penal, não se computa no prazo o dia do começo. Vou explicar.

Vale frisar que, em regra, os prazos para elaboração de uma peça processual, deverão
ser contados pelo art. 798 do CPP.

Portanto, para contar o prazo de 5 dias para apresentação de alegações finais por
memoriais, você deve excluir o dia da intimação e iniciar a contagem pelo próximo dia
útil subsequente.

Por exemplo: Se você foi intimado na terça-feira, seu primeiro dia do prazo será na
quarta-feira. Agora, em outra situação hipotética, se você foi intimado em uma sexta-
feira, seu primeiro dia do prazo será na segunda-feira, que é o próximo dia útil
subsequente.

Lembrando que, a contagem dos prazos processuais penais será feita de forma contínua,
ok? Assim, não leva em consideração apenas os dias úteis, mas também os feriados e fins
de semana. Então, repetindo: se o início ou final do prazo (que é contado em dias
corridos), cair em um final de semana ou feriado, irá se considerar o início ou o final no
primeiro dia útil subsequente.
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Por exemplo: Considerando que seu prazo é de 5 dias para apresentação de alegações
finais por memoriais, você foi intimado dia 28 de outubro de 2021, quinta-feira. Seu
primeiro dia de prazo é dia 29 de outubro de 2021, sexta-feira e seu último dia de prazo
seria dia 02 de novembro de 2021, feriado nacional (finados), certo? Neste caso, seu último
dia será prorrogado para o próximo dia útil subsequente, dia 03 de novembro de 2021.

Mas cuidado com um detalhe!

Não são todas as peças processuais que têm seus prazos contados na forma do art. 798
do CPP. Na contagem para o oferecimento da queixa-crime, o prazo é decadencial, ou
seja, deve ser contado na forma do artigo 10 do CP.

Então, se a vítima tomou ciência de quem é o autor do fato no dia 19 de março por
exemplo, devo contar 6 meses a partir desse dia, incluindo o dia do começo (19 de março)
na contagem do prazo e excluindo o último dia do prazo (19 de setembro), terminando no
dia correspondente à véspera, portanto, dia 18 de setembro.

Atenção: Se você estiver elaborando qualquer outra peça processual que não seja a
queixa-crime, caso o último dia do prazo termine em sábado, domingo ou feriado, você
deve prorrogar para o próximo dia útil.

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dica para o Exame de Ordem
Geralmente, no Exame de Ordem, o enunciado costuma pedir que o candidato apresente
a peça prático-profissional datando-a no último dia do prazo.

Neste caso, se o último dia do prazo for sábado ou domingo, você deve colocar a data de
segunda-feira. Se segunda-feira for feriado, por exemplo, você deve datar a peça como
terça-feira. OK? Sempre prorrogando para o próximo dia útil subsequente.

Mas, no caso da queixa-crime, se o prazo final para o seu oferecimento terminar em


sábado, domingo ou feriado, você deverá antecipar para o dia útil imediatamente
anterior. Lembre-se que é um prazo decadencial, ou seja, prazo penal.

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dica para a prática na Advocacia Criminal
Não apresente a peça no primeiro dia do prazo. É recomendável, em alguns casos, por
mais rápido que você possa fazer aquela petição, deixar para apresentar no penúltimo
dia do prazo.

Em primeiro lugar, algumas teses defensivas precisam de um tempo para amadurecer no


seu raciocínio jurídico. Se o caso é mais complexo, você precisará de tempo para refletir e
pesquisar sobre qual o melhor caminho a ser tomado.

Em segundo lugar, lembre-se que, os prazos processuais podem contribuir para a


ocorrência de eventual prescrição.

Portanto, se você utilizar todo o prazo oportunizado, seja para apresentar a resposta à
acusação, ou para fazer a juntada de um documento, ou para interpor um recurso,
qualquer outro prazo que você tenha que cumprir para o andamento do feito, estará
contribuindo para a ocorrência de eventual prescrição.

Pense nisso! Você não será um advogado ruim por apresentar uma peça
no penúltimo dia do prazo, se for esse o caso. Pelo contrário, prezará pelo INSTITUTO
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melhor para o seu cliente. BRASILEIRO
Atenção: É claro que, em caso de réu preso, ou até em caso de crimes mais graves, em
certas situações, é recomendável não usar essa estratégia, por razões óbvias. Se o réu
está preso, você deve presar pela liberdade dele, e atrasar mais o processo pode não ser
o melhor caminho. E em casos de crimes mais graves, a prescrição é bem maior, ou seja,
bem mais difícil de ocorrer, então essa dica não valeria de muita coisa.

Contudo, isso tudo dependerá da análise de cada caso concreto!

E com isso, esperamos ter contribuído para esclarecer suas dúvidas com relação aos
prazos penais e processuais.

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Quando desenvolvi o Curso de Prática na Advocacia Criminal,
pensei nos Advogados Criminalistas iniciantes que se sentem
perdidos no começo da carreira. O curso é 100% on-line,
composto por 15 módulos, mais de 160 aulas, mais de 60 horas de
aula, banco com modelos de peças processuais e roteiros para
elaboração, modelos de contrato, de procuração e que objetiva
passar toda a experiência na Prática da Advocacia Criminal,
além de possibilitar a atualização de profissionais da área.

ESPERO POR VOCÊ LÁ!


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aproveite e venha me conhecer mais:

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