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MATERIAL GRATUITO E ATUALIZADO

100
DE DICAS PROCESSO PENAL
EXAMES DA OAB e CONCURSOS

ATUALIZADO
COM O PACOTE
ANTICRIME

PROFº KELVIN WALLACE


SUMÁRIO

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3
SOBRE O PROFESSOR

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4
APRESENTAÇÃO

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4
MENTORIA

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5
TEMAS MAIS RECORRENTES

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6
100 DICAS DE PROCESSO PENAL

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26
CONTATOS
Kelvin Wallace
Professor de Processo Penal e Prática Penal
em Universidades e Cursos Preparatórios para Exames de Ordem
e Concursos Públicos.

Advogado militante na área criminal.


Palestrante.
Possui Pós-Graduação em Direito Penal e Processo Penal pela
Faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus DAMÁSIO-GO,
Pós-Graduação em Docência Universitária.

Membro da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas do


Estado de Goiás - ABRACRIM-GO.

Idealizador do Podcast Processo Penal Concentrado,


Desenvolve Mentorias para alunos de 2ª FASE PENAL do
Exame de Ordem.

Kelvin Wallace

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APRESENTAÇÃO

O material preparado pelo professor Kelvin Wallace tem por


objetivo de extrair os pontos principais dos temas em
processo penal que são mais recorrentes em provas de
Concursos Públicos e Exames de Ordem.

O material foi preparado de forma minuciosa com base nas


provas anteriores, devidamente atualizado com o advento
do pacote anticrime e atualmente vem contribuindo com a
memorização dos principais tópicos mais cobrados em
processo penal.

MENTORIA

Professor Kelvin Wallace desenvolve um trabalho de mentoria


com seus alunos de 2ª fase Penal do Exame de Ordem, com
objetivo de conhecer os pontos mais frágeis do candidato na
preparação para a prova e sobretudo busca o fortalecimento
desse pontos com treinamento diferenciado de peças e
questões inéditas, ensinando o candidato passo a passo em
como elaborar uma peça desde o endereçamento até o
fechamento e como responder questões de forma estruturada,
se aproximando em cada treinamento da resposta pretendida
pela banca.

O candidato que interessar por uma mentoria individualizada,


basta entrar em contato com o professor

Pelo email kelvinwallace.adv@gmail.com


e no assunto escrever mentoria
ou pelo contato pessoal (62) 9-9430-9447.

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TEMAS MAIS RECORRENTES

1
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO

2
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

3
INTERPRETAÇÃO NO PROCESSO PENAL

4
INQUÉRITO POLICIAL

5
AÇÃO PENAL

6
COMPETÊNCIA

7
PROVAS

8
PRISÕES

9
SENTENÇA

10
RECURSOS

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APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

1. A LEI PROCESSUAL PENAL não retroage, ela se aplica


IMEDIATAMENTE aos processos em curso, seja uma lei
benéfica ou maléfica, e os atos já realizados permanecerão
válidos (isolamento dos atos processuais /tempus regit actum/efeito imediato/aplicação imediata).

2. A EXCEÇÃO da aplicação da lei processual no tempo é a


NORMA MISTA/HÍBRIDA, que é a norma que tem ao mesmo
tempo elementos de direito material e elementos de direito
processual, neste caso aplica-se a REGRA DO DIREITO PENAL,
ou seja, se for mais benéfica vai retroagir.

3. A LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO se aplica em todo


território nacional (princípio da territorialidade), não se aplicando
suas regras para o exterior, sendo assim o Código de Processo
Penal só tem validade aqui no BRASIL, não sendo necessário o
juiz do exterior respeitar regras do CPP brasileiro no cumprimento
de cartas rogatórias.

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INTERPRETAÇÃO NO PROCESSO PENAL

4. Sobre a interpretação no processo penal, será admitido interpretação


EXTENSIVA, ANALÓGICA e os PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.

INQUÉRITO POLICIAL

5. Tendo em vista que o inquérito policial é INDISPONÍVEL, não pode ser


arquivado pelo delegado de polícia, além disso promotor de justiça
também não arquiva, este apenas pode requerer ao juiz que poderá
arquivar o inquérito policial, por fim o juiz não arquivará de ofício pois o
juiz precisa de ser provocado.
(AGUARDAR POSIÇÃO DO STF – ARQUIVAMENTO DO IP – LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME).

6. O inquérito policial é OBRIGATÓRIO para a autoridade policial e


DISPENSÁVEL para o início da ação penal/oferecimento da denúncia.

7.O inquérito policial é INQUISITIVO por não comportar o contraditório


e ampla defesa, pois estes princípios são destinados ao processo
judicial, e inquérito não é processo, é um procedimento administrativo.

8. O inquérito policial é SIGILOSO ao público em geral, mas esse sigilo


não abrange o juiz, promotor de justiça e nem o advogado
(SÚMULA VINCULANTE 14 STF).

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9. O advogado não é obrigatório no inquérito policial, podendo o


delegado também negar acesso aos autos de investigação das
DILIGÊNCIAS EM ANDAMENTO que ainda não foram documentados
nos autos do inquérito policial.

10. O delegado de polícia é obrigado a atender a requisição do juiz


ou do promotor de justiça para iniciar o inquérito policial nos crimes
de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.

11. Se a ordem for manifestamente ilegal, a autoridade policial não


precisa atender a requisição do juiz ou do promotor de justiça para
abertura do inquérito policial.

12. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura do inquérito


policial pela vítima caberá RECURSO PARA O CHEFE DE POLÍCIA.

13. Com base exclusivamente na DENÚNCIA ANÔNIMA, a autoridade


policial não pode instaurar inquérito policial, o delegado deve realizar
diligências e com os resultados destas, poderá instaurar o procedimento.

14. Se a denúncia anônima for acompanhada com o próprio corpo de delito,


neste caso o delegado de polícia pode iniciar o inquérito policial sem
necessitar de diligências.

15.Os prazos para encerramento do inquérito policial em regra serão de


10 dias para acusado preso, se solto 30 dias.

16. Nos crimes de competência da justiça federal, os prazos de encerramento


do inquérito policial serão de 15 dias (prorrogáveis por + 15)
para acusado preso, se solto 30 dias.
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17.Na lei de drogas, os prazos de encerramento do inquérito policial


serão de 30 dias para acusado preso, se solto 90 dias, podendo
estes dois prazos serem DUPLICADOS POR IGUAL PERÍODO.

18. Ao encerrar o inquérito policial, a autoridade encaminhará o


relatório final para o juiz que concederá vista para o ministério
público, e este poderá OFERECER DENÚNCIA, REQUERER
ARQUIVAMENTO ou REQUERER DILIGÊNCIAS IMPRESCINDÍVEIS AO
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA.

19. Pode haver denúncia sem que haja relatório final da autoridade
policial, tendo em vista ser dispensável o inquérito policial para o
início da ação penal.

20. Da decisão do juiz que determina o arquivamento do inquérito


policial a pedido do promotor NÃO CABE RECURSO segundo o CPP.

21. Se o juiz discordar com a proposta de ARQUIVAMENTO DO


MINISTÉRIO PÚBLICO, remeterá os autos ao procurador geral, que
poderá, OFERECER DENÚNCIA, DESIGNAR OUTRO PROMOTOR
PARA OFERECÊ-LA ou INSISTIR NO ARQUIVAMENTO, neste último
caso o juiz é OBRIGADO a arquivar o inquérito policial.
(AGUARDAR POSIÇÃO DO STF – ARQUIVAMENTO DO IP – LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME).

22. Em regra, é possível o DESARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO


POLICIAL, desde que haja NOVAS PROVAS e NÃO ESTIVER EXTINTA
A PUNIBILIDADE (súmula 524 STF).

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23. O arquivamento do inquérito policial faz coisa julgada FORMAL,


porém se o fundamento do arquivamento do inquérito policial for
ATIPICIDADE DA CONDUTA e EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, nestes
casos o inquérito fará coisa julgada MATERIAL, não podendo ser
desarquivado nem mesmo se surgir novas provas.

24. O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL é cabível aos crimes


cuja PENA MÍNIMA for INFERIOR a 4 anos, mediante confissão
FORMAL e CIRCUNSTANCIAL, não podendo o crime ser mediante
violência ou grave ameaça. (LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME)

25. As condições de ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL são: I.


reparação do dano/ restituição da coisa, II. Renunciar
VOLUNTARIAMENTE a bens e direitos indicados pelo MP, assim
com instrumentos/produtos e proveitos do crime, III. Prestação de
serviços a comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à PENA MÍNIMA DO CRIME diminuída de 1/3 a
2/3, IV. Prestação pecuniária, V. outra condição por PRAZO
DETERMINADO indicada pelo MP, podendo as condições serem
CUMULATIVAS e ALTERNATIVAS.
(LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME)

26. NÃO SERÁ CABÍVEL O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL


quando cabível transação penal, nos casos de reincidência e
elementos que indicam
CRIME HABITUAL/REITERADA/PROFISSIONAL,
com exceção das condutas insignificantes, aos agentes
beneficiados nos últimos 5 anos em acordo de não persecução
penal, transação penal, suspensão condicional do processo e
também não cabe nos crimes no contexto da LEI MARIA DA
P E N H A . ( L E I 1 3 . 9 6 4 / 1 9 – PA C O T E A N T I C R I M E )

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AÇÃO PENAL

27. A espécie de ação penal nos crimes de LESÃO CORPORAL


LEVE E LESÃO CORPORAL CULPOSA serão de ação penal pública
CONDICIONADA a representação do ofendido.

28. Em regra, nos CRIMES CONTRA À HONRA A AÇÃO PENAL


SERÁ PRIVADA, porém se estivermos diante do CRIME DE
INJÚRIA RACIAL, a ação penal passa a ser PÚBLIC A
CONDICIONADAa representação do ofendido.

29. Nos CRIMES CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO EM RAZÃO DE


SUAS FUNÇÕES, a legitimidade será concorrente da vítima, por
meio da queixa (ação penal privada) e do ministério público por
meio da representação da vítima (ação penal pública
condicionada à representação) (súmula 714 STF).

30. Nos CRIMES DE AMEAÇA, a ação penal será PÚBLICA


C O N D I C I O N A D A À R E P R E S E N TA Ç Ã O D A V Í T I M A .

31. Não se aplica a Lei Maria da Penha em qualquer caso de


agressão contra mulher, exige-se relação intima de afeto,
independentemente de orientação sexual e coabitação, não
havendo aplicação da lei 9.009/95, podendo alcançar também as
relações homoafetivas femininas.

32. Os crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa


praticado No âmbito da Lei Maria da Penha, serão todos de ação
p e n a l p u b l i c a I N C O N D I C I O N A DA ( s ú m u l a 5 4 2 S TJ ) .

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33. Em regra, o ministério público tem a OBRIGATORIEDADE de


oferecer denúncia se presentes os requisitos legais, a exceção
será no JECRIM, devido a TRANSAÇÃO PENAL (obrigatoriedade
mitigada).

34. O ministério publico não pode desistir da ação penal pública já


iniciada (INDISPONIBILIDADE), devendo conduzir o processo até
o final, nem que seja para pedir absolvição.

35. O prazo da representação do ofendido na AÇÃO PENAL


PÚBLICA CONDICIONADA, será de 6 meses a contar do
conhecimento da autoria, é um prazo penal improrrogável, pois se
opera a DECADÊNCIA, extinguindo a punibilidade caso não seja
realizada a representação dentro do prazo decadencial.

36. Na ação penal pública condicionada à representação, SE A


VÍTIMA MORRE, haverá a sucessão processual, passando o direito
de representação para o cônjuge/companheiro, ascendente,
descendente e irmão, nesta ordem.

37. Em regra, nos crimes de ação penal pública condicionada à


representação da vítima, será possível a RETRATAÇÃO até o
oferecimento da denúncia, porém temos a EXCEÇÃO disposta na
Lei Maria da Penha, na qual a vítima poderá se retratar até o
RECEBIMENTO da denúncia, perante um juiz e deve ser marcada
audiência para esta finalidade.

38. Na ação penal privada a vítima tem a OPORTUNIDADE de


oferecer a queixa-crime, ou seja, oferece se quiser, sobretudo
pode desistir da queixa já oferecida (DISPONIBILIDADE).

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39. Nos crimes de AÇÃO PENAL PRIVADA, havendo dois ou mais


criminosos, a vítima deve oferecer a queixa-crime contra todos os
criminosos (INDIVISIBILIDADE), pois caso ofereça queixa apenas
contra um dos criminosos, vai haver extinção da punibilidade em
razão da RENÚNCIA em relação aos criminosos que não foram
processados que será extensível aos demais.

40. A extinção da punibilidade decorrente da perda do direito de


QUEIXA ou REPRESENTAÇÃO pelo decurso do prazo se chama
DECADÊNCIA.

41. PEREMPÇÃO é a extinção da punibilidade decorrente da


inércia do querelante.

42. A RENÚNCIA ocorrerá somente na ação penal privada, ANTES


de oferecida a queixa-crime, sendo um ato unilateral, ou seja, não
precisa da aceitação do criminoso, se comunicando a todos os
criminosos.

43. O PERDÃO DO OFENDIDO ocorrerá somente na ação penal


privada, DEPOIS da queixa-crime, sendo um ato bilateral, ou seja,
precisa da aceitação do criminoso, se comunicando a todos os
criminosos, porém irá beneficiar quem aceitar o perdão.

44. O ministério publico ao perder o prazo para oferecimento da


denúncia, a vítima pode oferecer a queixa subsidiária (ação penal
privada subsidiaria da pública) no prazo de 6 meses a contar da
inércia do promotor de justiça.

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45. Com a Lei 13.718/18 que alterou o art. 225 do Código Penal,
TODOS OS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL, a ação penal
será pública INCONDICIONADA.

COMPETÊNCIA

46. Segundo o STF, a justiça do trabalho nunca julgará matéria


penal, portanto os crimes praticados contra a organização do
trabalho, falso testemunho, desacato na justiça do trabalho, serão
todos julgados pela JUSTIÇA FEDERAL.

47. A JUSTIÇA ELEITORAL julga os crimes eleitorais e os crimes


conexos, sobretudo em caso de conexão entre crime de
competência da Justiça comum (federal ou estadual) e crime
eleitoral, os delitos serão julgados conjuntamente pela JUSTIÇA
ELEITORAL.

48. A justiça militar julgará os crimes militares, mas não julgará os


conexos, vale lembrar que com a lei 13.491/17 se o militar
ESTADUAL praticar crime doloso contra a vida de civil, quem vai
julgar é a JUSTIÇA COMUM ESTADUAL (tribunal do júri), de outro
lado, se o militar FEDERAL das forças armadas (exército,
marinha, aeronáutica) praticar crime doloso contra a vida de civil,
a competência para julgar esse crime será da JUSTIÇA MILITAR.

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49. Os crimes praticados contra bens, interesses e serviços da


união serão julgados pela JUSTIÇA FEDERAL, não se aplicando
esta regra para sociedade de economia mista (Banco do
Brasil/Petrobrás), que serão de competência da
JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 42 STJ).

50. O CRIME POLÍTICO é de competência da JUSTIÇA FEDERAL, e


da sentença que julgar CRIME POLÍTICO previsto na lei de
segurança nacional, o recurso cabível será o RECURSO
ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL (ROC) para o Supremo Tribunal
Federal.

51. A JUSTIÇA FEDERAL não julgará contravenção penal, ainda


que praticado contra bens, interesses ou serviços da união, por ou
contra funcionário público federal, a bordo de navio ou avião,
sendo de competência da JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 38 STJ).

52. Se o PREFEITO praticar crime comum será julgado pelo


TRIBUNAL DE JUSTIÇA, porém se praticar crime eleitoral, a
competência será do TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL, por fim
se o crime for federal, a competência será do
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (Súmula 702 STF).

53. A competência territorial em regra se dá pelo LOCAL DO


RESULTADO, ou seja, lugar onde o crime se consumou, mas se for
crime tentado, a competência se dá pelo último ato de execução.

54. Se ocorrer CRIME CONTINUADO OU CRIME PERMANENTE que


passa por várias cidades, a competência será da PREVENÇÃO, ou
seja, será competente o primeiro juiz que primeiro tomou
conhecimento do ato.
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55. O DEPUTADO FEDERAL E SENADOR só serão julgados pelo


STF se o crime for praticado após sua diplomação e o crime estiver
relacionado com suas funções desempenhadas.

56. O crime praticado contra os CORREIOS será em regra da


JUSTIÇA FEDERAL, mas se o crime for praticado contra agencias
franqueadas que são exploradas por particular, atingindo bens
jurídicos privados, a competência será da JUSTIÇA ESTADUAL,
por fim, se o crime for praticado contra o carteiro dos correios no
exercício de suas funções a competência será da
JUSTIÇA FEDERAL.

57. Nos CRIMES DE MOEDA FALSA a competência será da


JUSTIÇA FEDERAL, porém se a falsificação for grosseira o crime
s e r á d e E S T E L I O N AT O , s e n d o d e c o m p e t ê n c i a d a
JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 73 STJ).

58. Nos CRIMES PRATICADOS CONTRA OU POR FUNCIONÁRIO


PÚBLICO FEDERAL, a competência só será FEDERAL se o motivo
d o c r i m e e s t i ve r re l a c i o n a d o co m a f u n ç ã o fe d e ra l .

59. Nos CRIMES DE USO DE DOCUMENTO FALSO A COMPETÊNCIA


é dada em razão do órgão perante quem é apresentado o
documento (súmula 546 STJ), porém no CRIME DE USO DE
PASSAPORTE FALSIFICADO a competência será dada pelo
LOC AL DO USO (súmula 200 STJ ), já nos CRIMES DE
CONTRABANDO E DESCAMINHO a competência será da
J U ST I Ç A F E D E R A L d o l o ca l d a a p re e n s ã o d o s b e n s .

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60. Nos crimes cometidos contra as AGÊNCIAS LOTÉRICAS da


caixa econômica federal (pessoa jurídica de direito privado
prestadora de um serviço público federal) a competência será da
JUSTIÇA ESTADUAL.

DAS PROVAS

61. A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA EXIGE AUTORIZAÇÃO


JUDICIAL e, somente pode ser autorizada nas hipóteses legais,
qual seja, quando houver indícios razoáveis de autoria ou
participação em crime, quando a prova não puder ser feita por
outros meios disponíveis e só haverá cabimento para crime punido
com RECLUSÃO (art. 2º da Lei 9.296/96).

62. A PROVA ILÍCITA é aquela obtida com violação de normas


CONSTITUCIONAIS ou normas LEGAIS, não devendo entrar no
processo, mas se entrar, deverão ser consideradas inadmissíveis
no processo e consequentemente devem ser desentranhadas dos
autos.

63. O exame de corpo de delito é OBRIGATÓRIO nas infrações que


deixar vestígios, NÃO podendo supri-lo a confissão do acusado
(Art. 158 CPP), e a falta do exame gera nulidade (Art. 564, III, “b”,
CPP), por fim, se os vestígios desaparecerem, a prova
testemunhal poderá suprir a falta (Art. 167 CPP).

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64. A CONFISSÃO É UMA ATENUANTE, sendo assim o acusado


pode voltar atrás e reconsiderar total ou parcialmente sua
confissão em juízo, sendo considerada a confissão retratável e
divisível, ressalta-se ainda que, para o STJ se o juiz usou a
confissão tanto no inquérito, quanto em juízo, na sentença para
condenar, deve incidir a atenuante ainda que ele reconsidere.

65. Em regra, qualquer pessoa pode ser testemunha, a EXCEÇÃO


trata-se da TESTEMUNHA DISPENSADA que são as testemunhas
que em razão de parentesco estão dispensadas de depor e as
TESTEMUNHA PROIBIDA que são as testemunhas que em razão
de função, ministério, ofício ou profissão tem o dever de sigilo.

66. Em regra, a juntada de documento pode ocorrer a qualquer


tempo no processo, mas temos uma exceção, no plenário do júri só
pode ser lido documento que tenha sido juntado com 3 dias úteis
de antecedência ao plenário e, tiver a parte contraria tido ciência
do documento.

67. A acareação poderá haver quando houver DIVERGÊNCIA


sobre FATO OU CIRCUNSTÂNCIA RELEVANTE, todos poderão ser
acareados e o procedimento será da seguinte forma, as pessoas
são colocadas lado a lado, é apontado a divergência e tenta-se
sanar.

68. A BUSCA E APREENSÃO tem por objetivo encontrar objetos e


pessoas, na busca e apreensão pessoal não será necessário
autorização judicial, basta que haja fundadas suspeitas, de outro
lado a busca e apreensão pessoal em mulher, será procedida por
outra mulher, salvo se importar em prejuízo ou retardamento da
diligência.
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69. A casa é asilo inviolável do indivíduo ninguém nela podendo


penetrar sem o consentimento do morador, salvo em flagrante
delito, para prestar socorro, em casos de desastres e durante o
DIA (é o período entre 06 às 18 horas) SOMENTE POR ORDEM
JUDICIAL, lembrando que o consentimento pode ser retirado a
qualquer tempo.

PRISÕES

70. Está em FLAGRANTE PRÓPRIO, quem ESTÁ COMETENDO ou


ACABOU DE COMETER a infração penal, de outro lado, ocorre
FLAGRANTE IMPRÓPRIO quem LOGO APÓS a infração é
P E RS E G U I D O e p re s o , p o r fi m , e s t á e m F L AG R A N T E
PRESUMIDO/FICTO quem LOGO DEPOIS da infração o agente é
E N C O N T R A D O c o m a l g u m o b j e t o c o m p r o m e t e d o r.

71. FLAGRANTE OBRIGATÓRIO é o flagrante feito pela autoridade


policial e seus agentes, no FLAGRANTE FACULTATIVO pode ser
feito por qualquer pessoa do povo.

72. Quando a autoridade aguarda a prática da infração se


enquadra em FL AGRANTE ESPERADO, admitido pelo
ordenamento jurídico.

73. São casos de FLAGRANTES ILEGAIS/INADMISSÍVEIS, os


casos de FLAGRANTE FORJADO, sendo aquele que a autoridade
SIMULA/INVENTA uma situação de flagrante e no FLAGRANTE
PREPARADO (crime impossível - STF) que é aquele em que o
agente é INDUZIDO a praticar a infração.
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@profkelvinwallace

74. Na Lei de Drogas 11.343/06 e na Lei de Organizações


Criminosas 12.850/13 é admitido que a autoridade
RETARDE/PRORROGUE o momento do flagrante, a espera de
N OVOS C R I M I N OS OS o u N OVA S P R OVA S
(CL ASSIFIC AÇÃO DOUTRINÁRIA DE FL AGRANTE
PRORROGADO/RETARDADO/DIFERIDO).

75. A PRISÃO PREVENTIVA recai em REGRA apenas aos CRIMES


DOLOSOS com pena máxima SUPERIOR a 4 anos, e seu cabimento
ocorrerá em qualquer fase da investigação policial ou do processo
penal, DECRETADA PELO JUIZ, a requerimento do ministério
público, do querelante ou do assistente, ou por representação da
autoridade policial, NÃO SENDO ADMITIDA PRISÃO PREVENTIVA
DE OFÍCIO PELO JUÍZ, SALVO HIPÓTESE DE REVOGAÇÃO DA
PRISÃO E NOVAMENTE DECRETÁ-LA NOS TERMOS DO ART. 316
D O C P P. ( L E I 1 3 . 9 6 4 / 1 9 – PA C O T E A N T I C R I M E )

76. A prisão preventiva poderá ser decretada como GARANTIA DA


ORDEM PÚBLICA, da ORDEM ECONÔMICA, por CONVENIÊNCIA
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL ou para ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA
LEI PENAL, quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade
d o i m p u t a d o . ( L E I 1 3 . 9 6 4 / 1 9 – PACOT E A N T I C R I M E )

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@profkelvinwallace

77. A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada


e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de
FATOS NOVOS OU CONTEMPORÂNEOS que justifiquem a
aplicação da medida adotada. (LEI 13.964/19 – PACOTE
ANTICRIME)

78. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz


verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado
o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
23 do Código Penal (excludentes de ilicitude).
(LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME)

79. O juiz poderá, DE OFÍCIO OU A PEDIDO DAS PARTES,


REVOGAR A PRISÃO PREVENTIVA se, no correr da investigação ou
do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem
como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a
j u s t i fi q u e m . ( L E I 1 3 . 9 6 4 / 1 9 – PAC O T E A N T I C R I M E )

80. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da


decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a
p r i s ã o i l e g a l . ( L E I 1 3 . 9 6 4 / 1 9 – PACOT E A N T I C R I M E )

81. Poderá o juiz SUBSTITUIR A PRISÃO PREVENTIVA PELA


DOMICILIAR quando o agente for: I - maior de 80 anos; II -
extremamente debilitado por motivo de doença grave; III -
imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos
de idade ou com deficiência; IV - gestante; V - mulher com filho de
até 12 anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o único
responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos de idade
incompletos. 21
@profkelvinwallace

82. A PRISÃO PREVENTIVA imposta à mulher gestante ou que for


mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência
SERÁ SUBSTITUÍDA POR PRISÃO DOMICILIAR, desde que: I - não
tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

83. A PRISÃO TEMPORÁRIA previsto na Lei 7.960/89 só cabe na


INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (Inquérito Policial) por meio de ORDEM
JUDICIAL, sendo que deve ser provocado pela REPRESENTAÇÃO
DO DELEGADO ou REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO (juiz
nunca decreta de ofício), com prazo de 5 (cinco) dias podendo ser
prorrogado por mais 5 (cinco) dias (art. 2º da Lei 7.960/89), de
outro lado, nos CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS
(tráfico/tortura/terrorismo) o prazo será de 30 (trinta) dias
podendo ser prorrogáveis por mais 30 (trinta) dias.

SENTENÇA

84. EMENDATIO LIBELLI, ocorre quando NÃO HÁ ALTERAÇÃO EM


RELAÇÃO AO FATO DELITUOSO, ou seja, o FATO ESTÁ DESCRITO
NA DENÚNCIA/QUEIXA, limitando-se o juiz a modificar a
classificação formulada na peça acusatória, podendo condenar
por crime mais grave, admitido ao juiz realizar de ofício, é possível
EMENDATIO LIBELI em 1ª e 2ª instância.
85. MUTATIO LIBELLI, ocorre quando, DURANTE O CURSO DA
I N ST R U Ç ÃO P R O C E S S UA L , s u r g e u m a e l e m e n t a r o u
circunstância não contida na peça acusatória, ou seja, o FATO
NÃO ESTÁ DESCRITO NA DENÚNCIA/QUEIXA, devendo o MP
realizar o ADITAMENTO da peça acusatória no prazo de
5 (cinco) dias, sendo possível apenas no 1º GRAU
(não é possível em 2ª instância – SÚM. 453 do STF).
22
@profkelvinwallace

RECURSOS

86. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias contra SENTENÇA


(condenatória/absolutória), na 1ª fase do JÚRI contra
IMPRONÚNCIA e ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, na 2ª fase do JÚRI
contra as DECISÕES DOS JURADOS, sendo que o prazo para as
RAZÕES/CONTRARRAZÕES serão de 8 (oito) dias.

87. Caberá RECURSO EM SENTIDO ESTRITO contra a REJEIÇÃO


DA DENÚNCIA/QUEIXA (regra para todos os procedimentos, com
exceção do JECRIM que caberá apelação no prazo de 10 dias).

88. Havendo INÉRCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO com a


interposição de recurso contra sentença, a VÍTIMA/CADI pode
interpor RECURSO DE APELAÇÃO no prazo de 15 (quinze) dias,
ainda que não tenha se habilitado como assistente de acusação.

89. No JECRIM o recurso de APELAÇÃO tem cabimento contra


REJEIÇÃO DA DENÚNCIA/QUEIXA e contra SENTENÇA
(condenatória/absolutória), tendo o prazo de 10 (dez) dias.

90. Caberá RECURSO EM SENTIDO ESTRITO contra a DECISÃO


QUE CONCEDE OU NEGA HABEAS CORPUS PELO JUIZ (se for pelo
TRIBUNAL caberá ROC), na 1ª fase do JÚRI caberá RESE contra a
PRONÚNCIA e a DESCLASSIFICAÇÃO.

91. O prazo do RECURSO EM SENTIDO ESTRITO será de 5 (cinco)


d i a s p a r a I N T E R P O S I Ç ÃO , e 2 ( d o i s ) d i a s p a r a a s
RAZÕES/CONTRARRAZÕES, havendo JUÍZO DE RETRATAÇÃO,
que é a possibilidade do juiz MANTER ou REFORMAR sua decisão,
no prazo de 2 (dois) dias.
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@profkelvinwallace

92. Se o JUIZ REJEITAR/DENEGAR /NÃO RECEBER/NEGAR


SEGUIMENTO/JULGAR DESERTA o recurso de APELAÇÃO,
caberá RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, de outro lado, se o JUIZ
REJEITAR/DENEGAR/NÃO RECEBER/NEGAR SEGUIMENTO ao
R E C U R S O E M S E N T I D O E S T R I T O , c a b e r á C A R TA
TESTEMUNHÁVEL NO PRAZO DE 48 HORAS.

93. Se o JUIZ recusar homologação à proposta de acordo de não


persecução penal, caberá RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.
(LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIME)

94. Caberá AGRAVO EM EXECUÇÃO contra TODA E QUALQUER


decisão do JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL, no prazo de 5 (cinco) dias
para INTERPOSIÇÃO, e 2 (dois) dias para as
RAZÕES/CONTRARRAZÕES, havendo JUÍZO DE RETRATAÇÃO,
que é a possibilidade do juiz MANTER ou REFORMAR sua decisão,
no prazo de 2 (dois) dias.

95. Se o JUIZ REJEITAR/DENEGAR/NÃO RECEBER/NEGAR


S E G U I M E N T O a o A G R AV O E M E X E C U Ç Ã O , c a b e r á
CARTA TESTEMUNHÁVEL NO PRAZO DE 48 HORAS.

96. É cabível EMBARGOS INFRIGENTES E DE NULIDADES no prazo


de 10 (dez) dias, contra DECISÃO NÃO UNÂNIME (HOUVE VOTO
VENCIDO) DOS TRIBUNAIS (TJ/TRF), sendo uma decisão
desfavorável a defesa (recurso exclusivo da defesa, não podendo
o MP opor tal recurso), ocorridas em julgamentos de
APELAÇÃO/RESE/AGRAVO EM EXECUÇÃO.

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@profkelvinwallace

9 7 . É ca b í ve l E M B A R G OS D E D E C L A R AÇ ÃO co n t r a
SENTENÇA/ACORDÃO, no prazo de 2 (dois) dias, se for no JECRIM
os EMBARGOS DE DECLARAÇÃO terão o prazo de 5 (cinco) dias.

98. É cabível RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL para


i m p u g n a r D E C I S Õ E S D E N E G AT Ó R I A S D E H A B E A S
CORPUS/MANDADO DE SEGURANÇA PROFERIDAS POR
TRIBUNAIS (TJ/TRF), para o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
STJ, e os prazos são diferentes, se for HC denegado pelos
tribunais (TJ/TRF) o prazo será de 5 (cinco) dias, já nos casos de
MS denegado pelos tribunais (TJ/TRF) o prazo será de
15 (quinze) dias.

99. É cabível RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL para


i m p u g n a r D E C I S Õ E S D E N E G AT Ó R I A S D E H A B E A S
CORPUS/MANDADO DE SEGURANÇA PROFERIDAS POR
TRIBUNAIS SUPERIORES (STJ/TSE/STM), para o SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL – STF, e o prazo será de 5 (cinco) dias
(SÚM. 319 STF).

100. É cabível REVISÃO CRIMINAL a qualquer momento (não


temos prazo), quando houver o TRÂNSITO EM JULGADO DE
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA, sendo que as hipóteses são
em casos de sentença proferida de forma contraria a lei ou a
evidência dos autos, quando a sentença for baseada em provas
falsas ou quando surgir NOVAS PROVAS que possam inocentar
o réu ou reduzir a sua pena.

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CONTATOS

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Professor Kelvin
Processo Penal Concentrado
Kelvinwallace.adv@gmail.com
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