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ESTRUTURAÇÃO REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto na


sua residência, localizada no Município de Petrópolis/RJ. Ao longo da
investigação, a partir das declarações da testemunha Marieta Lemos,
a autoridade policial passou a suspeitar que o autor do delito foi Cláudio
Valentino. Na ocasião, Marieta Lemos disse ter sido ameaçada por
Cláudio, tendo receio de que ele possa matá-la. Em razão disso, a
autoridade policial representou pela prisão preventiva de Cláudio. O
Magistrado decretou a prisão preventiva, em despacho motivado,
aduzindo, como razão de decidir, a conveniência da instrução criminal,
sendo o mandado de prisão cumprido. Após a conclusão do inquérito
policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Cláudio,
imputando-lhe a prática de crime de homicídio, previsto no art. 121,
“caput”, do Código Penal. Durante a audiência de instrução, após ser
ouvida sobre os fatos relacionados à morte de Paulo, Marieta disse que
não foi mais ameaçada por Cláudio. Diante do avançado da hora, o
Magistrado suspendeu a audiência e designou outra data para oitiva de
uma testemunha de defesa faltante e interrogatório do réu. Insatisfeito
com a atuação do seu antigo defensor, já que ainda estava preso,
Cláudio contrata você para defendê-lo.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem
ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de
Cláudio Valentino, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que
tange à liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a matéria de
direito pertinente ao caso. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA
DE PETRÓPOLIS/RJ

Autos nº

CLÁUDIO VALENTINO, já qualificado nos


autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração em
anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, requer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA, com base no artigo 316 do Código de Processo
Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I) DOS FATOS

No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas


foi encontrado morto na sua residência.
O requerente teve a sua prisão preventiva
decretada, sob o fundamento da conveniência da instrução
criminal.
O Ministério Público denunciou o requerente
pela prática do delito previsto no artigo 121, “caput”, do Código
Penal.
A testemunha Marieta foi ouvida em juízo e
diante do avançado da hora, o Magistrado suspendeu a
audiência e designou outra data para inquirição da testemunha
de defesa faltante e interrogatório do réu.

II) DO DIREITO

A) DO FUNDAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA

O Magistrado decretou a prisão preventiva por


conveniência da instrução criminal, porque supostamente o réu
teria ameaçado a testemunha Marieta.
Todavia, a testemunha Marieta foi ouvida em juízo
e disse não ter sido ameaçada ao longo da instrução criminal.
Assim, o motivo invocado pelo magistrado para o decreto da
prisão do requerente não mais subsiste, uma vez que a
testemunha já prestou declaração em juízo.
Logo, não subsiste nenhum fundamento para a
manutenção da prisão preventiva, já que o requerente não
representa perigo à ordem pública, à ordem econômica, à
conveniência da instrução criminal ou aplicação da lei penal,
estando, portanto, ausentes os pressupostos e requisitos
previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal.
Diante disso, a revogação da prisão preventiva é
medida que se impõe.

B) DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA

O requerente teve a sua prisão preventiva


decretada. Todavia, a prisão deve constituir a última ratio,
devendo ser decretada em último caso, já que se trata de
medida excepcional.
Isso porque prevalece no nosso ordenamento
jurídico o princípio da presunção da inocência, previsto no
artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal/88.
Logo, deve a prisão preventiva ser revogada.

C) DA MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO

Em não sendo concedida a liberdade plena,


possível a fixação de medida cautelar diversa da prisão,
prevista no artigo 319 do Código de Processo Penal, por se
tratar de medida mais conveniente e adequada ao caso, nos
termos do artigo 282 do Código de Processo Penal.
No caso, a medida mais adequada ao caso
seria a impossibilidade de o requerente estabelecer contato
com a testemunha, nos termos do artigo 319, inciso III, do
Código de Processo Penal.
Assim, concedida a liberdade, o requerente se
compromete a não estabelecer qualquer tipo de contato com a
testemunha Marieta.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:


a) A revogação da prisão preventiva;
b) A expedição do alvará de soltura;
c) Subsidiariamente, a concessão de medida
cautelar diversa da prisão;
d) Vista ao Ministério Público.

Nestes termos,
Pede deferimento.

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