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Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
22ª Vara Federal de Porto Alegre
Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 600, 4º andar - ala leste - Bairro: Praia de Belas (Parque da
Harmonia) - CEP: 90010-395 - Fone: (51)-32149435 - Email: rspoa22@jfrs.jus.br
SENTENÇA
1. RELATÓRIO
5063137-92.2019.4.04.7100 710014806162
.V341
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O valor empenhado pelo FNS para a execução do convênio foi de R$ 2.832.897,76,
os quais foram repassados em seis parcelas, consoante dados de liberações dos
recursos presentes no Parecer Gescon nº 1680/2014.
No ponto, cumpre esclarecer que, ao tempo dos fatos, também vigorava convênio
entabulado entre o Município de Canoas e a Associação Educadora São Carlos –
AESC, segundo o qual a gestão assistencial, financeira e administrativa do Hospital
de Pronto Socorro ficava a cargo daquela associação filantrópica, ao passo em que
competia ao ente municipal o ressarcimento dos custos e investimentos decorrentes
da administração do nosocômio. Dessa forma, todas as compras e contratações
necessárias ao adequado funcionamento do hospital eram levadas a efeito pela
AESC, por meio de CNPJ próprio, circunstância que esclarece o motivo por que as
notas fiscais pertinentes às despesas realizadas em favor do HPS de Canoas eram
todas emitidas em nome da AESC.
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finalidade firmou o Termo de Parcelamento nº 000216/2014, segundo o qual o
pagamento do débito deveria ocorrer em 30 parcelas mensais de R$ 64.358,91, o
que foi plenamente atendido pela administração municipal.
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A denúncia foi recebida em 23/04/2020, afastando-se as alegações
defensivas (evento 29).
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razão que o Juízo suspendeu a primeira audiência, assinando-se prazo à Defesa para
que comprovasse a origem do valor transferido para a conta do Banco do Brasil,
depois de dois anos, e o motivo pelo qual foi realizada dita transferência, o que, no
seu entendimento, foi comprovado. No mérito, disse que a denúncia não apontou o
dolo no agir do acusado, não explicitando de que modo o réu concorreu para a
suposta prática criminosa, uma vez que a simples condição de prefeito municipal à
época dos fatos não autorizaria presumir a sua responsabilidade. Finalmente, alegou
que o MPF, em memoriais escritos, uma vez comprovada a inexistência dos fatos
narrados na denúncia, teria pretendido a condenação do réu com base em fato
diverso daquele descrito na denúncia (evento 207).
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perante a Justiça Federal, tendo figurado como réu em outras sete ações penais na
Justiça Estadual, enquanto MARCELO BOSIO já foi acusado por outras condutas
criminosas em três denúncias, o que não autorizaria a oferta do ANPP (evento 214).
2. FUNDAMENTAÇÃO
DECISÃO
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A competência deste Regional para o processamento e julgamento do presente feito
restou firmada, em um primeiro momento, em razão da configuração da hipótese
prevista no artigo 29, inciso X, da Constituição Federal, haja vista que o
investigado ocupava o cargo de Prefeito Municipal de Canoas/RS e, por isso,
possuía foro por prerrogativa de sua função.
Relator
É bem verdade, porém, que JAIRO JORGE foi eleito novamente para
a administração municipal de Canoas em 2020, permanecendo atualmente à frente
da gestão do Município.
2.3 Inépcia da denúncia
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Alegou ainda a Defesa de MARCELO BOSIO que a denúncia
teria confundido a conduta praticada pelo acusado com a do corréu JAIRO JORGE,
prejudicando o exercício da ampla defesa.
De outro turno, os fatos narrados apontam para uma possível tipicidade, não
havendo ocorrência de prescrição ou outra causa de extinção da punibilidade,
verificando-se a presença dos pressupostos processuais e das condições para o
exercício da ação penal.
Verifico estar presente, in casu, a justa causa para a deflagração da ação penal,
uma vez que a acusação está baseada em provas da existência do fato que, em tese,
caracteriza a infração penal prevista no art. 1º, inciso IV, do Decreto Lei nº
201/67 - materialidade, havendo, ainda, indícios suficientes da autoria, que se
verificam dos seguintes documentos do Inquérito Policial nº
50170392020174047100: (a) Parecer Gescon nº 1680 de 24/09/2014 (Evento 2,
INQ1, p. 43/47), que subsidiou a reprovação das contas prestadas; (b) cópias das
notas fiscais relativas às despesas do Município com produtos e serviços estranhos
ao objeto do Convênio nº 2697/2001 - SIAFI 432390 (Anexo Eletrônico, Apenso 18,
AP-INQ_POL1, p. 142/274, e AP-INQ_POL2, p. 1/183); (c) resposta ao Ofício nº
7052/2013, subscrita por MARCELO BOSIO, na qual é veiculada a informação
segundo a qual recursos decorrentes das quarta e quinta parcelas do
convênio (Evento 2, INQ1, p. 42 e 46) em questão foram repassados “à Associação
Educadora São Carlos – AESC, CNPJ 88.625.686/0016-33, através do Convênio
068, de 2010, para o gerenciamento assistencial, administrativo e financeiro do
Hospital de Pronto Socorro de Canoas” (Evento 2, INQ1, p. 15/16).
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
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Dessa forma, são elementos imprescindíveis à exordial acusatória: i) a exposição
do fato criminoso com todas as suas circunstâncias; ii) a qualificação dos acusados
ou outros esclarecimentos por meio dos quais se possa identificá-los; iii) a
classificação ou adequação típica do crime; e iv) o rol de testemunhas, se
necessário.
No ponto, cumpre esclarecer que, ao tempo dos fatos, também vigorava convênio
entabulado entre o Município de Canoas e a Associação Educadora São Carlos –
AESC, segundo o qual a gestão assistencial, financeira e administrativa do Hospital
de Pronto Socorro ficava a cargo daquela associação filantrópica, ao passo em que
5063137-92.2019.4.04.7100 710014806162
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competia ao ente municipal o ressarcimento dos custos e investimentos decorrentes
da administração do nosocômio. Dessa forma, todas as compras e contratações
necessárias ao adequado funcionamento do hospital eram levadas a efeito pela
AESC, por meio de CNPJ próprio, circunstância que esclarece o motivo por que as
notas fiscais pertinentes às despesas realizadas em favor do HPS de Canoas eram
todas emitidas em nome da AESC4 .
Assim, presente está a descrição dos fatos supostamente ilícitos, com as suas
circunstâncias.
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E 1º, I, DO DL 201/67. "OPERAÇÃO ÁGUIA DE HAIA". MUNICÍPIO DE
ITAPICURU/BA. JUSTA CAUSA CONFIGURADA. DENÚNCIA RECEBIDA. I -
Findada a fase de investigação pré-processual onde foram reunidos os elementos
necessários ao oferecimento da denúncia, sem ingerência na intimidade das pessoas
ou no interesse público que justifique exceção ao princípio da publicidade dos atos
processuais (art. 5º, LX, CF), fica autorizado o levantamento do sigilo processual.
Neste sentido: STJ: HC 329.825/BA. II - Na linha da jurisprudência dos tribunais
superiores, "Reveste-se de plena legitimidade jurídico-constitucional a utilização,
pelo Poder Judiciário, da técnica da motivação "per relationem", que se mostra
compatível com o que dispõe o art. 93, IX, da Constituição da República. A
remissão feita pelo magistrado - referindo-se, expressamente, aos fundamentos (de
fato e/ou de direito) que deram suporte a anterior decisão (ou, então, a pareceres
do Ministério Público, ou, ainda, a informações prestadas por órgão apontado
como coator) - constitui meio apto a promover a formal incorporação, ao ato
decisório, da motivação a que o juiz se reportou como razão de decidir." (STF:
RHC 120351 AgR). III - Presentes os indícios de autoria e materialidade delitiva, a
qualificação do acusado e a classificação dos crimes, nos termos do art. 41 do
CPP, suficientes para o exercício da ampla defesa e do contraditório, faz-se
necessário o recebimento da denúncia a fim de promover a instrução criminal
para apurar suposta responsabilidade do Deputado Estadual Carlos Ubaldino
Santana na prática dos crimes tipificados nos arts. 90 da Lei nº 8.666/93 e 1º, I,
do DL nº 201/67, em relação aos procedimentos licitatórios dos pregões
presenciais nºs 013/2009 e 34/2013 realizados no âmbito do Município de
Itapecuru/BA, envolvendo recursos do FUNDEB e investigados pela denominada
"Operação Águia de Haia". IV - Denúncia recebida em relação ao Deputado
Estadual Carlos Ubaldino de Santana. Autorizado o levantamento do sigilo.
Rejeitadas as pretensões de nulidade da decisão que deferiu interceptação das
comunicações e de desclassificação da imputação penal. (INQ 0018121-
18.2017.4.01.0000, DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO, TRF1 -
SEGUNDA SEÇÃO, e-DJF1 10/11/2017 PAG.) (Grifo nosso)
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em um juízo de mera prelibação, próprio desse momento processual, afastar, de
plano, a probabilidade de subsunção dos fatos aos tipos penais declinados. De
mais a mais, um Juízo de certeza em torno de questões relativas à existência ou
não de dolo (elemento subjetivo) e à atipicidade da conduta ainda demandam
dilação probatória de modo a poder considerar-se refutada, de forma cabal e
exauriente, a peça de Acusação, o que nos remete, por isso mesmo, à necessidade
de instrução do feito. III - A rejeição prematura da peça inicial só pode ocorrer
quando restar evidente a improcedência da Denúncia, nos termos dos arts. 395 do
CPP e 6º da Lei 8.038/90. IV - Atendidos os requisitos estabelecidos no art. 41 do
CPP, impõe-se o recebimento da exordial acusatória. V – Denúncia recebida,
embora sem afastamento do Prefeito. (Classe: Ação Penal,Número do Processo:
0003479-64.2015.8.05.0000,Relator(a): PEDRO AUGUSTO COSTA
GUERRA,Publicado em: 10/08/2016) (Grifo nosso)
HABEAS CORPUS. ART. 1º, III, IV, XIII, E § 2º, DO DL 201/67. CRIME DE
RESPONSABILIDADE. EX-PREFEITO. RECUSOS DO FUNDEF.
MALVERSAÇÃO. COMPETÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.
DOLO. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE. I - Ação penal
contra ex-prefeito é da competência do Juízo de Primeiro Grau. O rito, conforme
determina o art. 2º do DL 201/97 é o do Código de Processo Penal. Assegurada,
todavia, ao acusado a oportunidade preliminar de defesa, antes de formalizado o
recebimento da acusação. II - In casu, o paciente foi notificado e apresentou
resposta escrita. A denúncia, à luz dos fatos, mereceu decisão de recebimento, sob
o fundamento de que satisfaz os requisitos do art. 41 do Código de Processo
Penal. III - A Justiça Federal é competente para processar e julgar ação penal
quando envolve acusação relativa a Complementação da União ao Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério - FUNDEF. Precedente da Turma. IV. - Os tipos descritos pelo art. 1º do
Decreto-Lei 201/67 consistem em crimes formais ou de mera conduta, que
prescindem de resultado. V - O STJ entende que: O debate acerca da ausência de
dolo, no seio habeas corpus, é inadequado, pois demanda incursão no seio da
prova, análise vedada na augusta via do writ. (RHC 20.109/MG, Rel. Ministra
Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 1º/9/2009, DJe
19/10/2009.) VI - É correto o recebimento da denúncia que descreve conduta, ao
menos em princípio, típica e fundada em documentos que, numa primeira análise,
não permitem o afastamento, de plano, da materialidade e autoria do delito e que,
além disso, contém todos os elementos necessários à sua admissão: narra o fato,
aponta o responsável, qualificando-o e imputando-lhe o delito praticado. VII - A
ausência de justa causa somente se caracterizaria ante a manifesta falta de
indícios de autoria e materialidade de crime, revelando um constrangimento
ilegal inconteste. Não é essa a situação dos autos, onde as alegações trazidas pelo
Ministério Público Federal e analisadas na decisão que recebeu a denúncia
exigem aprofundada dilação probatória, incabível na via estreita do habeas
corpus. VIII - Ordem que se denega. (HC 0002272-50.2010.4.01.0000,
DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO, TRF1 - TERCEIRA
TURMA, e-DJF1 19/03/2010 PAG 24.) (Grifo nosso)
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Deste modo, tenho por atendidos os requisitos legais e formais para o oferecimento
da exordial acusatória e, estando presente a materialidade delitiva e havendo
indícios suficientes de autoria, revela-se existente a justa causa para a
continuidade da ação penal.
2.4 Mérito
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e) 18/04/2006, no valor de R$ 386.304,24
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em novembro de 2007 e término em fevereiro de 2008; e prédio da engenharia e
oficinas de manutenção, com término em 2008 (IPL, anexo eletrônico, apenso 1,
APINQPOL1 e APINQPOL2).
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Adiante, por ocasião da resposta a um ofício encaminhado pelo MPF, a
Procuradoria do Município de Canoas, já sob a gestão de JAIRO JORGE, informou,
em setembro de 2009, que quando da assunção da nova Administração, o
remanescente financeiro do Convênio em questão já não estava na conta corrente
específica e que naquele momento estava sendo realizada uma auditoria por técnicos
do Ministério da Saúde no Convênio.
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Um ano depois, em 18 de julho de 2012, o prefeito JAIRO JORGE
encaminhou ofício ao Ministério da Saúde solicitando nova prorrogação do
Convênio, sustentando que o local indicado no Projeto de Reformulação aprovada
pelo Ministério da Saúde (divisa oeste do HPSC) seria inviável, diante da ocupação
clandestina do terreno por moradores. Informou-se ainda que fora concluída a
confecção do projeto executivo, bem como seu termo de referência e que tão logo o
Convênio fosse prorrogado, apresentariam a solicitação de reformulação junto ao
Ministério para a alteração do Plano de Trabalho, a fim de que fosse iniciado o
processo licitatório para a conclusão da obra (IPL, anexo eletrônico, apenso
1, APINQPOL4).
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E em setembro de 2014, JAIRO JORGE foi notificado quanto à não-
aprovação da prestação de contas do Convênio 2697/2001, devendo, portanto, ser
recolhida a importância de R$ 1.680.939,46 (um milhão, seiscentos e oitenta mil
novecentos e trinta e nove reais e quarenta e seis centavos).
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Assim, ainda que o ex-prefeito tenha de fato transferido indevidamente
os recursos do Convênio (quinta e sexta parcelas) para o caixa único do Município,
ou seja, para conta diversa daquela inicialmente pactuada no Convênio, sem a
respectiva prestação de contas correspondente, fato é que há outra conduta
subsequente atribuída pelo MPF a JAIRO JORGE e MARCELO BOSIO na
denúncia.
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d) Ofício encaminhado pela Prefeitura de Canoas em agosto de 2017
ao MPF informando o cronograma de execução do convênio, com a construção do
prédio do almoxarifado, passarelas de interligação, e prédio da engenharia e oficinas
de manutenção, todos com previsão de término em 2008 (IPL, anexo eletrônico,
apenso 1, APINQPOL1 e APINQPOL2);
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i) Ofício nº 381/2011 - PGM, pelo qual a Procuradoria do Município
de Canoas informou ao MPF que teria sido aberta licitação para a contratação de
serviços à elaboração de um novo projeto executivo ao espaço, por meio da Tomada
de Preços (TP) nº 22/2011 e que logo após concluído o projeto seria encaminhado ao
Ministério da Saúde para alteração do Plano de Trabalho (IPL, anexo eletrônico,
apenso 1, APINQPOL4);
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.V341
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n) Ofício DICON/RS nº 1395, encaminhado em 24/09/2014 pelo
Ministério da Saúde ao então Prefeito Municipal de Canoas/RS, JAIRO JORGE,
notificando-o da não-aprovação da prestação de contas do Convênio nº 2697/2001,
Parecer nº 1.680, de 24/09/2014, informando ainda que o valor do débito deveria ser
depositado no prazo de quinze dias ou parcelado (evento 2, Inquérito, fl. 41);
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Em seu depoimento policial, JAIRO JORGE declarou, em síntese, que
não se recordava exatamente dos fatos e valores envolvidos no Convênio em
questão, e que quando assumiu a gestão municipal o HPS de Canoas já estava
concluído, tendo cabido a ele somente a respectiva prestação de contas (IPL, evento
52).
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o heliponto. Também a partir de 2010 foi feita uma licitação para a administração do
HPS e o Mãe de Deus foi a instituição vencedora. Referiu que explicaram a situação
para o Ministério da Saúde e que então o Convênio foi prorrogado para tentar
viabilizar a execução da obra que o prefeito anterior não fez, mas para isso precisou
integralizar o valor, devolver o dinheiro, salientando, no entanto, que o valor
utilizado para a integralização do montante não pertencia ao governo federal.
Asseverou que a essa altura o valor já passava de um milhão de reais, com a
correção monetária, e que tentou realizar as licitações, viabilizando o projeto, mas
não conseguiu porque quando Ronchetti fez o Hospital, o local era um terreno
descampado, mas quando construiu o prédio logo houve uma invasão e foram
construídas casas irregulares naquele entorno. Disse que por essa razão não havia
como construir o heliponto, porque mesmo que se fizesse em um campo de futebol
próximo do hospital, o helicóptero destelharia as casas, pois eram casebres, de modo
que não haveria condições técnicas para tanto, além do que para fazer essa estrutura
seria gasto muito mais do que as duas parcelas que foram depositadas. Por esta
razão, relatou ele que propôs uma discussão com o Ministério da Saúde dizendo que
não havia como construir o heliponto, mas que o Hospital precisava de melhorias,
apresentando um projeto de se fazer uma ampliação, um prédio de apoio para o
hospital e que inclusive fez uma licitação para esse projeto. Mas nesse período, de
2011 e 2012, o Ministério não lhe deu nenhuma resposta, quando então em 2013, já
em seu segundo mandato e com as finanças mais em dia, resolveu com o Mãe de
Deus que deveriam ser feitas algumas reformas, pois não havia no Hospital sala
amarela, laranja, bloco cirúrgico, devendo também ser implementadas melhorias,
como luzes novas, reformas na recepção, e que tais intervenções começaram a ser
feitas em janeiro de 2013. Narrou, no entanto, que em maio de 2014 estava
negociando com a CAF - Câmara Americana de Fomento - a assinatura de um
financiamento de 50 milhões de dólares para a realização de obras de infraestrutura,
quando foi surpreendido com a informação de que havia uma restrição do
Município no CAUC (Cadastro Único de Convênios) e que em função disso não
conseguiram fazer o financiamento, além de o município restar impedido de receber
recursos. Disse que imediatamente buscaram negociar com o Ministério da Saúde,
argumentando que fora realizada uma reforma no HPS, então o Ministério pediu que
fosse apresentada a proposta. Narrou que o valor atualizado pedido pelo Ministério
da Saúde era de um milhão e oitocentos mil reais e a reforma custou um milhão e
setecentos e trinta e seis reais, tendo sido ainda devolvido ao Ministério da Saúde
noventa e cinco mil reais. Entretanto, disse que em novembro de 2014 o Ministério
da Saúde teria informado, nas palavras do acusado, "que não teriam como salvar o
convênio", pois as notas fiscais apresentadas se referiam a uma reforma e não ao
objeto do convênio (construção). Diante disso, informou que teve que assinar, ainda
em 2014, um termo de parcelamento, devolvendo o valor de um milhão, novecentos
e trinta mil reais em trinta parcelas, o qual foi integralmente quitado. Disse que na
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gestão do novo prefeito, seu sucessor, foram pagas as últimas cinco parcelas e em
09/04/2018 o Ministério da Saúde considerou enfim aprovadas as contas, encerrando
o Convênio. Esclareceu que a conta específica do Convênio, quando assumiu
a gestão, estava zerada, mas as parcelas que haviam sido transferidas dessa conta
estavam na conta única do município, o que desconhecia. Referiu que apenas tomou
conhecimento disso na visita dos técnicos do Ministério em 2009, quando foi
informado que não havia prestação de contas daqueles valores. Especificamente com
relação à denúncia, disse que esse dinheiro foi usado para outra finalidade, mas não
foi ele quem usou, pois tal montante foi gasto antes de ele assumir. Asseverou que o
que tentou salvar o convênio com dinheiro próprio, tanto é que o dinheiro usado
para a reforma saiu do Banrisul, não do Banco do Brasil, onde era mantida a conta
do Convênio, o que comprova que a reforma foi feita com recursos próprios da
Prefeitura de Canoas (evento 196).
Veja-se ainda que o próprio réu JAIRO JORGE refere também em seu
interrogatório que teria realizado o depósito visando, nas suas palavras: "salvar o
convênio", tendo em vista que, uma vez realizado tal depósito, friso novamente, na
conta vinculada ao Convênio, o mesmo foi prorrogado por mais um período.
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E, nesse período, a Procuradoria do Município de Canoas, por meio
do Ofício nº 381/2011 (IPL, anexo eletrônico, apenso 1, APINQPOL4) informou ao
MPF que teria sido aberta licitação para a contratação de serviços necessários à
elaboração de um novo projeto executivo ao espaço, por meio da Tomada de Preços
(TP) nº 22/2011 e que logo após concluído o projeto, seria encaminhado ao
Ministério da Saúde para alteração do Plano de Trabalho.
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lo. Asseverou que não haveria como executar o objeto do convênio no projeto
principal, principalmente pelo entorno e localização do prédio, inviabilizando o seu
cumprimento. Além disso, esclareceu que havia problemas na infraestrutura do
Hospital, o qual apresentava rachaduras, e que prosseguir no objeto principal do
convênio, sobretudo o heliponto, não se justificava mais, pois o investimento era
alto, o convênio não conseguiria cobrir o custo e o Município de Canoas dispõe de
uma base aérea com heliponto licenciado, viabilizando o pouso de helicoptero
quando necessário. Disse que teriam de qualquer forma que prestar contas, do
contrário o Município seria considerado inadimplente e seria limitado o recebimento
do recurso. Narrou que assim que identificaram a situação, reuniram a
documentação e prestaram contas ao Ministério da Saúde, o qual ainda mantinha um
sistema de convênios todo em papel, tornando mais moroso o processo. Esclareceu
que atualmente o sistema é informatizado e os técnicos têm prazo para responderem,
sendo que em determinadas situações sequer é viável fazer alguma solicitação, pois
o sistema não permite mais essa possibilidade. Relatou que após a prestação de
contas, o Ministério pediu novas informações, as quais foram complementadas.
Todavia, em resposta, consideraram reprovadas as contas e pediram a devolução do
recurso, o que foi feito de forma parcelada. Asseverou que não há como ter sido
feita uma utilização equivocada do recurso, porque quando chegou, em 2013, a
conta estava zerada, e não sabia que não havia sido prestadas as contas das duas
últimas parcelas do Convênio, o que só tomou conhecimento em maio porque havia
indicação de o municipio já estar incluído no SIAFI. Diante disso, imediatamente
tiveram que prestar contas, o que ocorreu em junho ou julho, mas só tempo depois,
já no final de 2013 ou 2014, ficaram sabendo que a prestação de contas não havia
sido aprovada porque não foi aceito o pedido de prorrogação de prazo e nem foi
analisado o plano encaminhado - de alteração do objeto - pelo Município. Narrou
que as notas fiscais apresentadas ao Ministério foram emitidas em nome da AESC,
que administra o HPS, e não em nome do Município, pois havia um convênio para a
gestão do Hospital e em razão do fato de que foi essa instituição que executou as
reformas, mas com recursos municipais. Finalmente, disse que o recurso foi
devolvido à União de forma parcelada, utilizando-se recursos da conta livre do
município (evento 196).
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De outro giro, além da discrepância observada, destaco que em maio
de 2014, o próprio denunciado, MARCELO BOSIO, como Secretário de Saúde,
informou à autoridade policial o seguinte (IPL, evento 2, Inquérito 1):
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É que essa circunstância só ocorreu porque o próprio Município de
Canoas transferiu os recursos que estavam depositados na conta do Convênio para a
conta do Banrisul de titularidade da AESC, gestora do HPS em 2013, emprestando a
aparência de que os recursos empregados teriam sido alcalçados do orçamento
municipal.
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conta e fizeram um esforço para depositá-lo porque ele deve permanecer em conta.
Dessa forma, tentou-se a comprovação via notas de reparos, reformas, o que foi
negado, razão pela qual tentou-se a proposta de renovação, mas também foi
indeferido, o que obrigou a Prefeitura a realizar a devolução do dinheiro, em trinta
meses, tendo sido quitado, não havendo nenhum débito da prefeitura (evento 194).
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devolvido ao caixa da prefeitura, a tentativa foi de não devolver o valor e realizar a
obra que era necessária e urgente, destacando que sempre tentaram contato com o
Ministério, mas o que houve o órgão não se manifestou em nenhum sentido e o
prazo do Convênio encerrou nesse meio tempo. Finalmente, relatou que foi
realizado um parcelamento do pagamento do valor exigido pelo Ministério da
Saúde, em trinta parcelas, todas pagas com recurso da Prefeitura (evento 194).
Por sua vez, a testemunha Ana Boll, arrolada por MARCELO, disse
em seu depoimento que é enfermeira de formação e que ingressou na gestão de
Canoas em janeiro de 2013 como uma das secretárias adjuntas do Município e lá
permeneceu lá até o fim da gestão, em dezembro de 2016. Narrou que fazia parte da
gestão da área da saúde, compartilhando com o secretário titular, MARCELO, todas
as atividades de gestão da Secretaria, tais como ajudar no planejamento,
compartilhar planos de trabalho ou decisões a serem tomadas. Relatou que sobre o
Convênio em questão, discutiram sobre o seu objeto à época, além de obras que
deviam ser feitas no HPS, inclusive um heliponto, mas o recurso sequer se
encontrava lá no momento. Relatou que não se recorda especificamente da situação
envolvida no Convênio, lembrando apenas que discutiram o seu objeto. Esclareceu
que quem movimentou a conta específica do Convênio foi o ex-prefeito
Marcos Ronchetti, que retirou o recurso e o transferiu para a conta geral do
Município. Disse que a devoluçao do dinheiro à União ocorreu por uma necessidade
de transparência, pois foi apontado que devia ser ressarcido. Perguntada pela Defesa
de JAIRO sobre o fato de o dinheiro ter voltado para a conta geral ter sido utilizado
para outras coisas que não o objeto do convênio, a testemunha respondeu que se está
na conta geral pode ser usado para qualquer finalidade. Asseverou que quem retirou
o recurso da conta do Convênio não foi JORGE, bem como que as obras realizadas
entre janeiro de 2013 a março de 2014 não possuíam nenhum vinculo com esse
Convênio, sobretudo porque seriam feitas independente de qualquer Convênio, já
que eram necessarias. Esclareceu que o dinheiro do Convênio não foi usado para
fazer essa obra, não se recordando se o dinheiro foi reintegralizado na sua
gestão (evento 196).
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conta do convênio, no Banco do Brasil. Narrou que o objeto original do convênio
era a construção do Hospital de Pronto Socorro, mas em virtude da demora do
recurso para ingressar no Município e da necessidade de concluir a obra do Hospital,
o então prefeito ampliou a contrapartida do município, usando mais recursos e
conseguiu concluir o Hospital. Relatou que quando ingressaram essas últimas
parcelas do Convênio, o HPS já estava concluído, em funcionamento então o que se
fez foi uma tentativa de se usar essas últimas parcelas para fazer uma ampliação da
estrutura do Hospital, inclusive a construção de um heliponto, como queria Marcos
Ronchetti. Disse que identificaram, entre 2009 e 2010, que não seria possível
construir esse heliponto, tampouco o prédio anexo, em virtude de invasões no local,
razão pela qual foi solicitada a alteração do plano de trabalho e a prorrogação do
Convênio. Referiu que em 2013 tomou conhecimento que o gestor da Sáude havia
solicitado uma alteração do plano de trabalho e uma prorrogação do convênio e que
estavam aguardando uma definição do Ministério quanto a esses dois pleitos. Disse
que as reformas foram realizadas com esse recurso mensal que é passado pela
prefeitura à AESC (Mãe de Deus) para a gestão do HPS. Em seguida, relatou que
foram surpreendidos com a inscrição do municipio no CAUC, que bloqueia todos os
repasses, impedindo que recebessem até mesmo o valor da manutenção dos serviços
mensalmente. Narrou que após verificarem a pendência, identificaram que se referia
à ausência de prestação de contas desse Convênio, mas já nessa época aguardavam a
posição do Ministério quanto ao pedido de prorrogação e de alteraçao do plano de
trabalho. Asseverou que houve uma tentativa de sanar essa dívida por meio de notas
de obras de reforma do próprio HPS, pretendendo que o Ministério aceitasse as
notas como recomposição do valor sacado da conta anteriormente e também a fim
de conseguirem o quanto antes a liberação do CAUC. Disse que então o Ministério
da Saúde então tomou conhecimento de que as despesas foram feitas no bojo de
outro convênio, pois essa circunstância foi informada juntamente com o ofício de
prestação de contas. Relatou que, ao final, os técnicos do Ministério identificaram
que não era possível fazer essa adequação e solicitaram a devolução do recurso, o
qual foi devolvido de forma parcelada e finalizado em 2018, com a aprovação da
prestação de contas desse Convênio (evento 196).
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autoridade policial no ofício juntado no IPL, evento 2, Inquérito 1, fls. 15-16,
supracitado.
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Ora, muito embora não tenha havido nos autos notícia de que o
Ministério da Saúde tenha de fato examinado o pedido do Município de nova
reformulação no plano de trabalho, tal circunstância não autoriza que o gestor
municipal, tampouco o Secretário de Saúde - que é o ordenador das despesas para a
área da Saúde -, empreguem destinação que entenderem cabível ao recurso
pertencente à União, disponibilizando-o para a utilização em despesas não
abrangidas pelo Convênio original, tampouco pelo plano de trabalho aprovado pelo
órgão concedente.
"(...)
(...)
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administradores ignorassem os próprios motivos que impulsionaram a celebração
dos convênios, para passar a empregar verbas recebidas em políticas públicas
outras que, ao seu talante ou vontade pessoal, possam alcançar um maior número
de pessoas, gerar uma maior aprovação popular, converter-se num mais adensado
apoio eleitoral. O que já implicaria desvio de conduta com propósito secamente
eleitoreiro. É dizer: receber verbas de convênio, mas aplicá-las em finalidade
diversa da pactuada significa eternizar aqueles específicos problemas que
motivaram a celebração do ajuste. Problemas muitas vezes negligenciados pelas
administrações locais e que, exatamente por não gerar benefícios eleitorais aos
respectivos administradores, não têm recebido a devida prioridade orçamentária."
(grifei)
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qualidade de prefeito é elementar do tipo penal em questão, deixo de negativar tal
vetorial. Não registra antecedentes criminais. Não há quaisquer elementos nos
autos para aferição de sua personalidade, bem como não há registros
desabonatórios à sua conduta social. Os motivos são inerentes ao delito.
As circunstâncias do delito são comuns à espécie. As consequências não se
revelaram significantes, uma vez que o recurso foi integralmente ressarcido à
União. O comportamento da vítima, representada nos autos pela União, em nada
contribuiu para que o réu agisse da forma como agiu.
Reparação de Danos
Efeitos da Condenação
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Prevê o art. 1º, §2º do DL 201/67 que: "A condenação definitiva em
qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública,
eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao
patrimônio público ou particular".
E, na hipótese dos autos, este Juízo entende não ser o caso de aplicar
tal pena acessória, em razão dos seguintes fundamentos: a) o valor desviado da
conta vinculada ao Convênio mantido com o Ministério da Saúde foi integralmente
ressarcido à União; b) os recursos transferidos pelo Ministério da Saúde, conquanto
não tenham sido destinados à finalidade prevista no Convênio, relativamente à
reformulação do Plano de Trabalho autorizada pelo Ministério da Saúde, foram
aplicados em reformas e melhorias no próprio Hospital de Pronto Socorro de
Canoas, cuja execução foi levada a efeito pela instituição gestora do HPS; c) o réu
não se locupletou dos recursos transferidos pela União; e d) a pena fixada ao
acusado ficou no mínimo legal, ou seja, três meses de detenção, quantum que no
entender deste Juizo, somado às circunstâncias supracitadas, não seria proporcional
à determinação de perda do cargo.
3.2 MARCELO BOSIO
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aferição de sua personalidade, bem como não há registros desabonatórios à
sua conduta social. Os motivos são inerentes ao delito. As circunstâncias do delito
são comuns à espécie. As consequências não se revelaram significantes, uma vez
que o recurso foi intergralmente ressarcido à União. O comportamento da vítima,
representada nos autos pela União, em nada contribuiu para que o réu agisse da
forma como agiu.
Reparação de Danos
Efeitos da Condenação
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eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao
patrimônio público ou particular".
E, na hipótese dos autos, este Juízo entende que não é o caso de aplicar
tal pena acessória, em razão dos seguintes fundamentos: a) o valor desviado da
conta vinculada ao Convênio mantido com o Ministério da Saúde foi integralmente
ressarcido à União; b) os recursos transferidos pelo Ministério da Saúde, conquanto
não tenham sido destinados à finalidade prevista no Convênio, relativamente à
reformulação do Plano de Trabalho autorizada pelo Ministério da Saúde, foram
aplicados em reformas e melhorias no próprio Hospital de Pronto Socorro de
Canoas, cuja execução foi levada a efeito pela instituição gestora do HPS; c) o réu
não se locupletou dos recursos transferidos pela União; e d) a pena fixada ao
acusado ficou no mínimo legal, ou seja, três meses de detenção, quantum que no
entender deste Juizo, somado às circunstâncias supracitadas, não seria proporcional
à determinação de perda do cargo.
4. DISPOSITIVO
5063137-92.2019.4.04.7100 710014806162
.V341
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=50870de04999d0c0cd5ea8f… 43/44
01/04/2022 11:37 :: 710014806162 - eproc - ::
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b) MARCELO BOSIO, já qualificado, pela prática do delito
insculpido no art. 1º, IV, do DL 201/67, à pena privativa de liberdade de 03 (três)
meses de detenção, substituída por multa, além do pagamento de metade das custas
processuais.
Documento eletrônico assinado por CRISTINA DE ALBUQUERQUE VIEIRA, Juíza Federal Substituta,
na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17,
de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador
710014806162v341 e do código CRC 9df56cac.
5063137-92.2019.4.04.7100 710014806162
.V341
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=50870de04999d0c0cd5ea8f… 44/44