● Prof. Câmara
Prova Documental
O que é um documento&
Art. 422 do CPC - estabelecer várias espécies de gravação, sempre será ideia de uma
gravação.
Obs.: Quando perguntar o que é algo é para responder o conceito de algum instituto, então
evitar responder com “é quando”, porque automaticamente você vai citar um exemplo.
Documento não é meio de prova é fonte de prova, o meio de prova é a apresentação dele
nos autos. É a diferença de testemunha e prova testemunhal, a prova é o depoimento da
testemunha, a testemunha é a fonte.
Pode acontecer de juntar documento depois disso - art.435 do CPC. Pode juntar novos
documentos para fazer prova de fatos ocorridos supervenientemente ou para contrapor.
O seu parágrafo único também abre a possibilidade quando os documentos só se tornaram
conhecidos, acessíveis ou disponíveis, mas a parte tem que comprovar esse motivo e o juiz
vai avaliar de acordo com a boa-fé da parte.
Comprovar porque não juntou, que estava de boa-fé e tem que haver oportunidade para o
contraditório. A ideia é que se não se trate da possibilidade de guardar no bolso um triunfo.
Nas instâncias ordinárias não tem preclusão em matéria probatória, com boa-fé, com
justificativa, com oportunidade de contraditório, pode admitir a juntada posterior de velhos
documentos. Ex. Declaração que a servidora municipal perdeu porque se mudou e o
município disse que só pagaria com a apresentação dessa declaração. No final dos
embargos no agravo interno que a autora localizou e foi aceito.
Documento pessoal
Através do depoimento pessoal vai tentar provocar a confissão, se ela foi pessoalmente
intimada e não foi injustificadamente ou compareceu e se recusou o efeito é presumir que
tudo aquilo que queria que ela depusesse foi confessado.
Quem pode requerer é a outra parte (não pode requerer para si próprio) e o juiz pode
determinar de ofício. Quem pode fazer pergunta é o juiz e a parte contrária, o próprio
advogado também não pode perguntar para seu cliente. Isso porque o advogado não atua
no processo em nome próprio, é procurador da parte, então ele não pratica em nome
próprio, é como se fosse eu perguntando para mim mesmo, ou seja, é o que a parte quer
dizer e isso não é prova é alegação.
O que a própria parte quer dizer é alegação, o que a outra parte quer que diga é prova.
A parte só pode deixar de responder nos casos previstos no art. 388 do CPC - mesmo
assim com ressalva do parágrafo único que não se aplica aos processos de estado
(interdição) e de família, mas esses processos tramitam em segredo de justiça, de modo
que o que a parte disser ficará guardado.
Obs.: o segredo é guardado pelo profissional para proteger o dono do segredo, se o dono
do segredo abre mão e autoriza o profissional é obrigado a depor. Embora não tem previsão
expressa no CPC, esse é o entendimento dominante.
Cuidado para não confundir depoimento pessoal com o interrogatório livre (art. 139,
VIII do CPC):
Um dos poderes do juiz é determinar o comparecimento das partes para inquiri-las sobre
fatos e não incidirá a pena de confesso. Tem duas diferenças: o interrogatório livre é em
qualquer fase do processo e não tem por finalidade provocar a confissão.
Organização criminosa composta por advogados que falsificava documento para fabricar
demanda. Descobriam que “A” tinha nome sujo e as vezes a própria parte não sabia,
falsificava a procuração, o comprovante de residência, ajuizava a ação e embolsaram o
dinheiro. Obs.: nesses casos para saber qual processo era falso e qual tinha de fato um
autor, era útil esse interrogatório livre, inclusive nesse caso concreto o interrogatório
aconteceu em grau de apelação.
Confissão
É a admissão pela parte de um fato que lhe é desfavorável e é favorável a parte adversária.
Art. 389 do CPC - pode ser judicial ou extrajudicial. Pode ser espontânea ou provocada no
caso do depoimento pessoal.
Pode confessar oralmente para alguém.
Uma vez feita é irrevogável - art. 393 do CPC, pode ser anulada por vício de vontade
(coação, erro), mas não pode simplesmente se arrepender.
É ineficaz a confissão de fato relativo à direito indisponível para não ser drible à
indisponibilidade desses direitos.
Na confissão, que pode ser feita pelo autor ou pelo réu, a parte admite um fato. O
reconhecimento é ato que só o réu pode praticar é reconhecida a própria existência do
direito.
Ex. Cobrança de dívida em decorrência por empréstimo. O réu diz que realmente teve o
empréstimo e no valor da ação, mas diz que já pagou (confessou, mas não reconheceu o
direito). É diferente se nessa mesma ação o réu falar que a autora tem razão, que deve o
dinheiro e o pedido é procedente (aqui não está admitindo somente o fato e sim o próprio
direito).
Obs.: Se o réu reconhecer e pedir a guia para pagamento o valor dos honorários se reduz à
metade. Em outras leis (inquilinato) proposta ação de despejo por alguns fundamentos
como denúncia vazia ou retomada do imóvel para uso próprio, se ele reconhecer ele tem 6
meses para desocupar e se sair dentro desse prazo não paga nem custas e honorários.
Prova Testemunhal
No processo penal tem essa possibilidade de substituir a prova de exame de corpo delito
com a testemunhal.
Obs.: uma perícia contratada particularmente pela parte não serve como prova, serve para
instruir a inicial e comprovar que a demanda é séria, mas não tem valor probatório.
Quem pode servir de testemunha - art. 447 do CPC: incapazes, impedidas ou suspeitas.
Não está dizendo que a pessoa é civilmente incapaz, é que não tem aptidão para depor
como testemunha.
Dos suspeitos quando diz interesse é qualquer tipo de interesse (econômico, jurídico,
religioso).
No $4 do art. 447 do CPC - diz que o juiz pode colher depoimento dos impedidos e dos
suspeitos e dos incapazes dos menores (de 16 anos). O Brasil ratificou a Convenção de NY
sobre direito das crianças, essa convenção chama de criança qualquer pessoa que tenha
até 18 anos incompletos, inclui no Brasil crianças e adolescentes, essa convenção diz que a
as crianças podem depor em juízo sobre fatos que digam respeito a seus próprios
interesses.
Ex. Menores de 16 anos - Discussão sobre sua guarda. Agora, está atravessando para ir à
escola e é a única testemunha do acidente - não pode.
Então nesse dispositivo tem que fazer controle de convencionalidade no sentido de permitir
o depoimento de menores de 16 anos quando for para seus próprios interesses.
Nesses casos, os menores de 16 não vão prestar compromisso de dizer a verdade. Isso é
importante para incluir no crime de falso testemunho.
Como regra geral a testemunha vai ser ouvida na AIJ e na sede do juízo.
Excepcionalmente, por uma questão de deferência a testemunha será ouvida em outro
lugar (art. 454 do CPC). E essa é uma deferência ao cargo e não a pessoa física. Se for
desembargador aposentado perde a prerrogativa, por exemplo.
Como a testemunha pode ter alguma despesa ela pode requerer ao juiz que determine o
ressarcimento dessas despesas (art. 462 do CPC). E se a testemunha é empregada pelo
regime da CLT, o dia em que ela vai prestar depoimento não pode ser considerado falta ao
trabalho.
Prova Pericial
A prova pericial é uma prova técnica que vai ser produzida sempre que a apuração do fato
depender de conhecimentos técnicos ou científicos. O perito tem que ser especializado no
objeto da perícia (art. 465 do CPC).
O CPC diz que incumbe ao perito quando nomeado tem que apresentar o currículo com
comprovação de especialização (art. 465, $2, II do CPC). Na prática, o perito não
apresenta, o juiz não exige e isso gera muitos problemas.
Em alguns casos o procedimento é mais simples, que é a prova técnica simplificada (art.
464, $$2 ao 4), nada mais é do que uma perícia mais simples, que deve ser utilizada
naqueles casos em que não há necessidade de laudo complexo, basta que o perito vá à
AIJ, oralmente para fazer suas conclusões (pode o perito usar recursos audiovisuais e etc.).
Ex. avaliação de imóvel. Mas por exemplo, perícia para saber porque um navio afundou não
tem como fazer pela simplificada.
Quando a perícia não for suficientemente esclarecedora, por exemplo, inconclusiva, o juiz
deve determinar uma realização de uma segunda perícia(art. 480 do CPC), que não anula e
nem substitui a primeira e a ideia é que se elas se complementam e na hora de decidir o
juiz levará as duas em consideração.
Inspeção Judicial
A verificação do fato pode se dar através das percepções do próprio juiz, ele pessoalmente
examina uma pessoa ou um objeto.
Ex. 1: O autor foi ao juízo contra o réu vizinho que estava construindo uma varanda que vai
invadir a privacidade do autor porque daria para enxergar dentro da casa dele e pediu o
embargo à obra. No primeiro grau se realizou a prova pericial em que o perito falou de todas
as características estruturais da varanda, que não tinham relevância no processo. E foi
relator na apelação Barbosa Moreira que determinou em complemento que se realizasse
inspeção judicial, marcou o dia e foi pessoalmente e verificou que não daria para ver a casa
do autor.