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Direito Processual

15/12/2022
Continuação da aula anterior...
No processo especial, nomeadamente na AECOPEC (DL - 269/98 Art.1º ao 5º do anexo) tem um regime
especial, sendo este diferente do regime do processo comum e sendo aplicado de forma distinta.

Na audiência final
Art.607ºn4 + 615º

Supondo que o juiz quando analisa as coisas e verifica a prova que foi produzida, e acha que não tem
prova suficiente para decidir sobre uma determinada factualidade. Nestes casos o juiz poderá reabrir a
audiência, podendo convidar mais um elemento de prova para decidir e posteriormente aí encerra-se e
profere-se a sentença.
- A sentença tem uma estrutura própria havendo elementos onde essa sentença tem de respeitar, caso
contrário a sentença é nula (615º).

Prova
A prova vai ser produzida no processo porque alguém a indicou e esse alguém são sempre as partes
através dos seus articulados (552º + 572º al.d)), mas isto não impede que o juiz possa trazer prova para
o processo à luz do princípio do inquisitório (411º), aqui o juiz se entender que é útil e conveniente pode
ordenar também ele diligencias provatórias e, portanto, essa prova é produzida com vista a demonstrar
uma determinada realidade factual.

A prova vai incidir sobre que factos?


Art.410º

O objeto da prova serão sempre os temas da prova enunciados, ou seja, quando alguém está num
processo, esse alguém vai indicar as testemunhas e os documentos que possam resultar como provado
determinada factualidade e, portanto, a prova será produzida para provar determinadas factualidades
que aconteceram.
A prova e os seus factos tem como objetivo no caso do autor a condenação do reu e no caso do réu a
sua absolvição do pedido, sendo este não só o objetivo como o objeto da mesma.

Que meios de prova poderão ser indicados no processo?


Art.349º a 392º

Quando se indica a prova está-se a indicar no pressuposto que essa será feita em relação a um
determinado facto e cada uma faz partes tem de saber quais são os factos que ele tem de provar.
Exemplo: Supondo que eu sou autora e que a minha irmã me deve 10mil€ e eu quero que ela me pague.
Neste caso é necessário que eu constitua meios de prova para comprovar que ela me deve o tal
dinheiro, nem que seja com testemunhas/documentos que comprovem esse facto.
Neste caso o réu terá de fazer prova das exceções perentórias (modificativas, extintivas ou impeditivas)
do direito que o autor está a pretender fazer valer.
- Os meios de prova estão previstos no Código Civil a partir dos artigos 349º e, portanto, podemos ter:
o 349º - Prova por presunções;
o 352º - Prova por confissão;
o 362º - Prova documental;
o 388º - Prova pericial;
o 390º - Prova por inspeção;
o 392º - Prova testemunhal.
No código civil aquilo que se encontra para cada um destes meios de prova é por um lado a noção e o
seu valor provatório (qual é o valor da prova no sentido de umas fazerem prova plena e outras não,
significando que se estas não fizerem prova plena o juiz aprecia segundo a sua livre convicção, mas se
fizerem prova plena o juiz tem de concluir que o facto é dado como provado.
Prova por presunções - Nas presunções (num facto conhecido a lei admite que se presuma a
verificação de um outro facto que é desconhecido) o juiz poderá determinar os factos comprovados ou
não (349º)
Prova por confissão - Nesta é quando alguém admite um facto contra si, que neste caso poderá este
ser um facto desfavorável. A confissão tem limites, porque só pode haver confissão sobre direitos
disponíveis. A confissão pode ser judicial (no âmbito do processo), ou extra judicial (fora do processo) e,
portanto, A forma adotada para essa confissão vai determinar o valor dessa prova, ou seja, a força
provatória depende do documento através do qual foi feita essa confissão (352º).
Prova documental – Só existem dois tipo de documentos (exarados pelo notário), sendo uns os
autênticos e os outros os particulares (são elaborados pelas partes) (371º).
Aqui os documentos particulares (foi elaborado pelas partes) autenticado (autenticado por um
profissional) vai determinar a força provatória do documento (376º + 377º).
Prova pericial – (388º) A força provatória consta do 389º, sendo esta por livre apreciação do juiz, ou
seja, este é que decide independentemente das alegações feitas pelos peritos. A perícia implica que
estejam em causa factos cujo conhecimento impõe uma especialidade, não sendo qualquer pessoa que
verifique isto, mas sim um especialista a fazê-lo (ex. perícia médico-legal).
Prova por inspeção – Esta é a apreciação direta dos factos pelo tribunal, ou seja, quando o próprio
tribunal tem contacto direto com os factos, sendo isto por livre apreciação do tribunal (390º).
Prova testemunhal – A prova testemunhal é admitida de forma direta, isto é, da pessoa que viu o facto
e ouviu o mesmo, assim como também é admitida a prova de testemunhas que ouviram dizer, sendo
estas também possíveis no processo. Aqui o juiz também aprecia livremente a prova testemunhal
(392º).

- No código de Processo civil, a prova consta dos artigos 410º e ss. Quantos aos meios de prova existe:
o 423º - Prova documental;
o 452º - Prova por confissão das partes;
o 466º - Declarações de parte;
o 490º - Inspeção judicial – Estas são ≠ de uma verificação não judicial qualificada (494º). Uma
inspeção judicial é quando o tribunal tem contacto direto com o facto, deslocando-se este ao
local e verifica. A verificação não judicial qualificada está enquadrada na prova por inspeção
judicial como meio de prova e, portanto, esta é uma figura depende de uma prova que terá de
ser feita sem necessidade de existir conhecimentos especializados sendo esta diferente da
perícia, podendo ser alguém que não tenha conhecimentos especializados sobre a matéria,
como é o caso da perícia.
- Quando isto acontece (o tribunal em vez de ir ele, manda alguém fazê-lo e essa pessoa faz um
relatório do que viu e traz para o processo) se essa pessoa for uma autoridade (ex. agente de
execução/notário) aquilo que ele trouxer pode valer de prova com maior valor daquilo que foi
recolhido pelo local, por ser uma entidade com uma maior autoridade.

Limite de testemunhas
Art.498º + 500º + 510º + 511º + 526º

- Nas alções de valor não superior ou superior ao da alçada do tribunal de primeira instância, aqui o
limite de testemunhas é 10, poderá ser metade (5). Neste caso se existir pedido de reconvenção do réu
contra o autor, poderão ser mais 10 testemunhas.
- Nas ações de processo especial (AECOPEC) o limite de testemunhas é de 5 ou 3 testemunhas e este
limite poderá variar conforme o valor.

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