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EMERJ CP2 – SOCIOLOGIA JURÍDICA 30/10/2019

Fernando Fontainha
AULA 1

Aula 1‐ Fernando Fontainha 
1 Karl MARX

É considerado um autor clássico porque estabelece parâmetros que servem de base


para o conhecimento de disciplina e compreender a profundidade de suas análises.
Para a compreensão sobre Marx é necessário separar suas ideias políticas das suas
obras, como o capital, sua obra prima.
A teoria do valor de Marx é vem do valor de uso e do valor de troca.
Na teoria do valor de uso a mercadoria vai ganhar uma forma empírica real no seu
valor de mercado, em outras palavras, tem relação com sua raridade.
Tecnicamente existe muito mais diamante na Terra que trigo, entretanto por estar
no subsolo há simples quantidade não explica a diferença de valores, mas sim o trabalho
que é socialmente necessário para produzí-lo, na sua dinâmica de preço na formação
mercadológica, ou seja, é um somatório entre a natureza e o trabalho agregado na
mercadoria.
Trabalho, só quem faz é trabalhador.
A diferença entre àquilo que se paga pelo bem e àquilo que se paga ao trabalhador
que produziu o bem é chamada de mais-valia, para o Marx, essa diferença de pagamentos
era injusta.
Sem a mais-valia, não é possível o lucro, não é possível o reinvestimento e não é
há viabilidade para o capitalismo.
Marx, nasceu após a revolução francesa e de certa forma viu a transformação do
mundo através da classe burguesa expropriar a aristocracia. Tais ciclos revolucionários
foram violentos e afastaram.
A alienação:
É um processo profundo que afasta e aliena o operário do conhecimento ou ciência
do quanto seu trabalho agrega a mercadoria, não há autonomia do indivíduo até a
formulação de seus gostos.
Em suma a ideologia dominante é fruto da classe dominante, porque há um setor
da classe dominante que não é determinada pelas ideias, nem pelas representações nem

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pela ideologia. Não há lugares que se tornam mais importantes, ou mudanças como a
postura frente as mulheres na sociedade etc.

 Ideologia
 Política
 Religião
 Direito
 Economia

Em comunidades tradicionais não há diferenciação entre as áreas acima, como por


exemplo entre religião e política.
Marx chamava tal espaço de Modo de produção global, que era um modo de
produzir a vida como um todo, não se limitava apenas a produção de bens e serviços.
Marx usou uma metáfora para descrever tal modo, para ele a realidade social,
assim como na construção civil possui uma super estrutura e uma infra estrutura.
Super estrutura seria como tudo acima do solo, tudo aquilo com que temos contato
diretamente. É tudo àquilo que é imediatamente sensível aos olhos, perceptível pelos
sentidos.
O Capitalismo não é um projeto político, não é um juízo moral, mas sim um modo
de produção.
A infraestrutura não é possível de ser vista, para entende-la só investigando ou
através de exercício intelectual. Essa parte suporta toda a a superestrutura, assim, ela tem
a capacidade de determinação sobre a superestrutura. Nesta infraestrutura está a
economia.

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SUPER ESTRUTURA
Política Direito Religião Ideologia

DETERMINAÇÃO
INFRAESTRUTURA
ECONOMIA

A religião segundo Marx quanto mais o capitalismo avança, mas as religiões


glorificarão o lucro, com participação de setores mais amplos e com uma política aberta
ao mando de burgueses. Tem que ser extintas o mando sobre quem não tem poder sobre
a economia, como ocorria no feudalismo.
Para Marx as religiões que eram mais adaptadas a ascensão do capitalismo
avançaram, porque a elite econômica não era mais a aristocracia.
A fonte do direito só pode ser percebida com o exercício impassível da razão,
porque ele é ontológico, inerente ao ser humano, são consensuais e “ahistóricos”.
Uma das armas que faltava a burguesia era a dominação da estrutura jurídica.
Os órgãos políticos foram se formando aos poucos por conselheiros do Rei, em ao
longo dos anos mitigaram o poder real e percebeu-se a necessidade de afastar a liderança
do Aristocrata.
A sucessão do pensamento jurídico tem a ver com a ascensão e do lugar social da
burguesia. Para tomar o poder é preciso de armas, mas para mantê-lo é preciso de um
sistema de dominação eficiente, portanto surge então o direito na forma do positivismo.

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2 Alexis de TOCQUEVILLE

Livros: O antigo Regime e a Revolução, sobre a memorável Revolução francesa


e A democracia na América.
Tocqueville era um aristocrata inconformado. Em suas viagens observava a vida
cotidiana, a revolução industrial, o êxodo rural. Antes da Revolução Francesa, já havia
um país com constituição organizada, judiciário organizado etc, que era os EUA, o qual
foi objeto de seu estudo.
Ele percebeu que nos EUA não havia aristocracia, na sociedade havia
desigualdades, escravidão, tudo, menos aristocracia.
A vida social se fazia olhando para o chão, em outras palavras, com base nos
interesses imediatos sem julgamentos morais.
Na Europa se construía o mundo olhando para o céu, logo tropeçavam.
Naquele contexto a democracia era a tirania da maioria.
Ocorre que existe um grupo social que em sua maneira de se comportar, falar e se
vestir parece muito a aristocracia europeia. Eram os juristas, com vestes talares, típico das
classes dominantes que não se permitem trabalhar fisicamente, mas sim intelectualmente.
O judiciário segundo Toquecville era contramajoritário, porque ao cultivar esses
vezos aristocráticos cultiva ódio pelo governo do povo, uma vez que tenha uma
moralidade, faz com que a tirania da maioria tenha um inimigo no judiciário, não porque
queira proteger as minorias.
É um poder que despreza o governo do povo, e o faz por ser reacionário e ter o
poder de dizer que o governo do povo está errado.
Segundo ele o judiciário americano é a maior força política sem partido.

Nesse sentido foram destacadas 3 principais características do judiciário


exclusivas:
Inércia: em razão de sua independência.
Arbítrio: a missão institucional é servir de árbitro.
Limites Subjetivos da Coisa Julgada: Isso é uma decisão deliberada, foi uma
forma também de neutralizar a magistratura.

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Essas 3 características amarram politicamente o judiciário, mas a
questão era, porque tais características mesmo existentes na Europa e nos
EUA faziam o judiciário ser pequeno na Europa mas não o fazia ser pequeno
nos EUA?

Precedente: tem relação com vir primeiro. Os americanos acreditam que a justiça
tem que ser uma, portanto os mesmos fatos não podem ser julgados de maneira diferente,
portanto o juiz é obrigado a julgar da mesma maneira.
Nos EUA desde o século XIX a maioria dos precedentes são formadas em
primeira instância, e só significa como possibilidade de poder para os juízes sem afetar a
democracia.
O judiciário só se mete em política por acaso, mas é um acaso que acontece todo
dia.
A corrida pelo precedente e depois a perseguição tem a ver com a defesa do
cidadão.
Como era uma cultura de se “olhar para o chão”, essa cultura gerava tal segurança
jurídica que a cultura do precedente gerava a busca por casos que correspondessem aos
tais precedentes.
A outra característica que havia nos EUA e não na Europa era o Controle de
Constitucionalidade, no caso o difuso. Naquele país o controle de constitucionalidade é
difuso, não concentrado.
Somados o controle de constitucionalidade a cultura do precedente, dá ou não
força moral as leis, não é vigência.
Em outras palavras, um único processo tendia a virar um emaranhado de
processos.
Se um tributo era considerado inconstitucional por um juiz, gerava tal precedente
que depois de um tempo ela simplesmente não era mais aplicada, chama-se de perder a
força moral, parecido com o efeito de eficácia.
A bucameralidade surgiu da guerra de secessões em que os estados do Sul eram
mais populosos, já os do norte eram mais estados e menos populosos.
Logo os poderes ou seriam atribuídos ou por pessoas ou por estados, por isso a
Câmara nos EUA era dominada pelos estados do Sul e o Senado pelos estados do norte.

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