Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS JURIDICAS E SOCIAIS – CCJS


UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO – UAD
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
COMPONENTE CURRICULAR: Antropologia Jurídica
DOCENTE: Lourdemário Ramos de Araújo

DISCENTES
Arthur de Melo Pereira
Emanuel Reis Moreira
Ewerton Rodrigues de Araújo Filho
Gilberto Severino de Sousa Filho
Vinícius Azevedo dos Santos

ANTROPOLOGIA JURÍDICA

SOUSA – PB
2023
1. O QUE É ANTROPOLOGIA JURÍDICA?
A antropologia surgiu para entender o homem e sua multicultura. A palavra
“antropo” significa homem e “logia” que significa estudo, ou seja, em um conceito
geral, a antropologia é o estudo do homem ou estudo da humanidade. Em meio a esta
área, surge a antropologia jurídica, que em linhas gerais pode ser compreendida pela
disciplina que estuda os processos de judicialização ocorridos nas sociedades. Também
permite a compreensão das diferentes expressões de regulação, a fim de preparar os
futuros juristas para as complexidades da sociedade brasileira. Assim, ainda que não
seja esse o seu objetivo primordial, a antropologia jurídica pode, inclusive, contribuir
para uma atuação mais consistente dos juristas, uma vez que fornece ferramentas
analíticas capazes de produzir uma formação não afetada pela “prática judicial” e pela
“erudição decorativa”.
Ao decorrer deste trabalho será exposto será explorado mais profundamente as
raízes da história e origem da antropologia jurídica.

2. HISTÓRIA
Pode-se dizer que a antropologia jurídica é um “produto cultural do Ocidente
moderno”. Como apontou Norbert Rouland, a antropologia jurídica seria um produto da
história jurídica, nascida na segunda metade do século XX. XIX e desenvolveu-se num
contexto internacional marcado pela expansão imperialista do Ocidente, que dotou as
escolas nacionais de antropologia jurídica dos seus respectivos campos de
experimentação. Trata-se, assim, de um saber inscrito por um lado no tecido da
epistemologia moderna e por outro no contexto da expansão imperialista, com o qual
manterá uma relação complexa, em termos weberianos. Eletivas".
O imperialismo, que tem como contrapartida a expansão colonial dos Estados
nacionais europeus, demandava justificação de onde pudesse haurir sua legitimidade.
Como enfatiza Eric Hobsbawm, em uma era de política de massa, havia a necessidade
de se angariar para a expansão imperialista o apoio popular, sobretudo do grande
contingente de descontentes. Ora, o Estado-nação opera, nesse contexto, como uma
máquina de produção de “outros”, fazendo com que o africano, o ameríndio e o oriental
apareçam como o contraponto negativo da identidade europeia. O colonizado aparece,
no imaginário europeu, como uma espécie de amálgama indefinido composto por tudo
aquilo que, de um modo geral, se opõe à civilização. Assim, conforme observam
Michael Hardt e Antônio Negri, “a construção negativa de outros não europeus é,
finalmente, o que funda e sustenta a própria identidade europeia”. Além disso, deve-se
notar que na antropologia nascente esse processo de geração de derrogação é talvez um
dos mecanismos de apoio mais influentes. É nesse sentido que Hardt e Negri enfatizam
que “a antropologia é talvez a mais importante das disciplinas preocupadas com a
produção dessa diferença cultural em que outros nativos são importados e exportados da
Europa”.
3. ENFOQUE SOBRE O DIREITO
Em meio as constantes mutações e melhorias buscadas, estudadas e diferidas em
torno da aplicação legal da lei e de sua melhor verificação moral e ética é necessário que
ocorra que todos os materiais possíveis sejam levados em conta, visto que o ramo
jurídico abrange incontáveis lacunas e meios sociais. Assim sendo, a Antropologia
Jurídica caracteriza-se por uma disciplina voltada à formação crítica de um jurista. Em
termos de estudos de graduação, a disciplina corrobora pela formação dogmática e
formal do discente, permitindo assim a compreensão objetiva das diversas formas de
expressão da regulação preparativa ao futuro do jurista vista a complexidade
característica da sociedade brasileira. É possível afirmar que a antropologia jurídica uma
subdivisão do produto cultural moderno da América. Trata-se, portanto, de um saber
que regulamenta a epistemologia moderna e exemplifica a expansão imperialista com a
qual se mantém uma relação complexa que pode ser equivalente a uma “afinidade
eletiva”.
O imperialismo, que se opunha à expansão colonial dos Estados-nação europeus,
reivindicou lhe legitimidade. Como enfatizou Eric Hobsbawm, na era da política de
massa, a expansão imperialista requer apoio popular, especialmente dos descontentes
em geral. Não é de fácil descrição a peculiar forma teórica da antropologia jurídica.
Autores como Christophe Eberhard preferem referir-se a ela, não do ponto de vista
teórico, mas como método. Sem entrar nessa discussão, algumas características que
especificam esse método são indicadas a seguir. Primeiramente, é importante enfatizar
sua ligação com o que Lévi-Strauss chamou de tecnologia descentralizada, o que
naturalmente tende a incliná-la para compreender outros contextos que não o Ocidente,
tornando-a, em princípio, mais inclinada à auto descentralização advinda de referências
empíricas e de categorias ocidentais.

4. AUTORES
A Antropologia jurídica se divide em grandes personagens que enriqueceram
grandemente sua história, um destes foi o Francês Émile Durkheim. Durkheim em sua
carreira formulou vários pensamentos acerca da filosofia teórica, na qual conseguiu
dissociar a sociologia das demais teorias sociais, sua obra mais famosa: As regras do
método Sociológico (publicado em 1895), em sua tese que os fatos socias como a língua
e religião são os principais agentes para a formação de leis.
No Brasil, Darcy Ribeiro cravou seu nome como um dos maiores antropólogos
de sua época. Pertencente a escola evolucionista, Darcy acreditava que os povos
passavam por um "processo civilizatório", começando como caçadores-coletores. Este
"processo civilizatório" teria sido marcado por algumas revoluções tecnológicas.
Em seu livro “O Povo Brasileiro”, Ribeiro propõe uma divisão empírica de
classes. Ou seja, não se baseia em divisões de níveis de renda, mas apenas em
observações da sociedade. Ribeiro critica a importação de tipologias de classes sociais
da Europa como se fossem automaticamente adaptadas às realidades latino-americanas.
Para preencher essa lacuna, ele criou sua tipologia de classe.
5. CONCLUSÃO

A partir do que foi escrito no texto, pode-se concluir que a antropologia, nascida
na segunda metade do século XX. XIX, busca o estudo do homem e sua imersão na
cultura, juntamente a sua diversidade. Nesse texto, podemos observar a antropologia e
sua importância no direito, levando em consideração sua história. Além disso, a
antropologia possui um papel fundamental na formação do jurista, visto que é um
elemento fundamental no estudo do homem e sociedade. Portanto, ressalta-se a
importância dessa disciplina, e também os indivíduos que contribuíram para a realização
e evolução.
REFERÊNCIAS:

1- VILLAS, Orlando. Antropologia Jurídica. 2017. Disponível em:


<<https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/42/edicao-1/antropologia-
juridica#:~:text=A%20antropologia%20jur%C3%ADdica%20%C3%A9%20uma,se%2
0inscreve%20a%20regula%C3%A7%C3%A3o%20jur%C3%ADdica.>>. Acesso em:
27 de Janeiro de 2023.

2- ARNAUD, André-Jean; FARIÑAS DULCE, María José. Introduction à


l’analyse sociologique des systèmes juridiques. Bruxelles: Bruylant, 1998.

ASAD, Talal. Introduction. In: ASAD, Talal (Ed.). Anthropology & the
Colonial Encounter. 7. ed. New Jersey: Humanities Press: Atlantic Highlands, 1995.

3- SOLLBERG, Rafael Gondim D`Halvor. Durkheim e a Sociologia Jurídica.


Portal Jurídico Investidura, Florianópolis/SC, 28 Nov. 2009. Disponível
em: investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/filosofia-do-direito/124073-
durkheim-e-a-sociologia-juridica. Acesso em: 26 Jan. 2023

4- VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. Antropologia jurídica. Enciclopédia


jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e
André Luiz Freire (coords.). Tomo: Teoria Geral e Filosofia do Direito. Celso
Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga, André Luiz Freire (coord. de
tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017.
Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/42/edicao-1/antropologia-
juridica

Você também pode gostar