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RESUMO

WEISS, Raquel. Sociologia e direito na teoria Durkheimiana. In. Felipe


Gonçalves; RODRIGUEZ,
José Rodrigo. (Orgs.). Manual de sociologia jurídica. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p.
39-55.
David Émile Durkheim é considerado o fundador da sociologia devido ao trabalho que
realizou para que ela fosse reconhecida como disciplina e também por propor uma
metodologia para caracteriza-la como ciência. Ele investigou diversos aspectos da realidade
social como a moral, a religião, a família e principalmente o direito. O objeto de estudo da
sociologia são os fatos sociais, entendidos como a maneira de agir e pensar compartilhada
por vários indivíduos. Estes assumem caráter coercitivo sobre os pensamentos individuais,
que se submetem ao modo de pensar predominante devido a dupla natureza humana:
coletiva, visto que desde o nascimento o indivíduo é submetido a sistemas de crenças, e
individual, já que a personalidade vai ser formada a partir do modo como ele reage ao
entrar em contato com diversas formas de pensamento, formando sua própria identidade.
Durkheim traz o direito para o campo da sociologia ao caracteriza-lo como fato social: o
direito é uma criação social, pois sua razão de ser é continuidade da coesão social. Ele
afirma que o direito é a forma mais visível de solidariedade. A moral e o direito se
relacionam como expressão do ideal social que compartilhamos, aos quais os indivíduos se
submetem por considerar os valores que eles apresentam como bons e desejáveis,
aceitando as regras criadas por estes, com intuito de colaborar para que o ideal social seja
alcançado. Porém divergem quanto as características da sanção. Sanção é a mediação entre
a ação e a consequência gerada por ela, podendo ser positiva ou negativa. Na moral as
sanções não são bem definidas e podem ser aplicadas por qualquer pessoa, já no direito, as
sanções são específicas e aplicadas por um corpo de especialistas. A sanção pode ser
positiva, implicando em alguma forma de recompensa, ou negativa, sendo chamada de
pena. Dentro de sua investigação sobre a solidariedade social, o crime é visto como o
desrespeito à solidariedade implicando em uma pena. Sendo assim, a função da pena é
manter intacta a coesão social, restituindo o respeito à lei por meio da reparação do mal
que o crime fez à sociedade e mantendo a credibilidade dela como dispositivo responsável
por manter os valores sociais. Durkheim também faz reflexões a respeito do significado
social do crime, entendo o crime como uma ofensa a consciência coletiva. Ele é entendido
como um fato normal, ou seja, é um fato presente em todas as sociedades. Além disso,
alguns crimes são desejáveis, pois eles mostram que a sociedade é dinâmica, trazendo
novos conceitos e novas formas de pensar e por isso divergem da consciência moral
estabelecida até então, possibilitando a evolução da moral e do direito.

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