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Disciplina: Formação Humanística

Professor: Flávio Straus


Aula: 11 | Data: 05/04/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

Filosofia do Direito
1. Resolução CNJ 75/2009
2. Filosofia do direito grega: Sócrates, Platão e Aristóteles
2.1 Sócrates
2.2 Platão
2.3 Aristóteles
3. Filosofia do direito medieval: Santo Agostinho
3.1 Agostinho de Hipona
3.2 São Tomás de Aquino
3.3 Predomínio cristão-romano da filosofia medieval
4. Filosofia do Direito Moderna: Hobbes, Locke, Rousseau, Kant e Jeremy Bentham
4.1 Hobbes
4.2 Locke
4.3 Rousseau

Filosofia do Direito

 Bibliografia indicada

 ALMEIDA, Guilherme Assis de, e BITTAR, Eduardo C. B., Curso de Filosofia do Direito, 14ª Edição revista,
atualizada e ampliada, Atlas, São Paulo, 2019;
 BITTAR, Eduardo C. B., Introdução ao Estudo do Direito, humanismo, democracia e justiça, Saraiva, São Paulo,
2018;
 BOBBIO, Norberto, Jusnaturalismo e Positivismo Jurídico, Editora UNESP, São Paulo, 2016, Tradução de Jaime A.
Clasen;
 FARALLI, Carla, A filosofia contemporânea do direito – Temas e desafios, Martins Fontes, São Paulo, 2006;
 MAXIMILIANO, Carlos, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 18ª., Editora Forense, Rio de Janeiro, 2000.

1. Resolução CNJ 75/2009

No art. 47 incluiu questões relativas à Formação Humanística do Juiz entre aquelas da primeira prova escrita dos
concursos para ingresso na Magistratura, dentre elas, conforme o Anexo VI, conteúdos de Psicologia Judiciária:

“Art. 47. A primeira prova escrita será discursiva e consistirá:


I - de questões relativas a noções gerais de Direito e formação
humanística previstas no Anexo VI;
II - de questões sobre quaisquer pontos do programa específico do
respectivo ramo do Poder Judiciário nacional”.

d) Filosofia do Direito:
1. O conceito de justiça.
2. O conceito de Direito. Equidade. Direito e moral.

Magistratura e MP Estadual
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
2. Filosofia do direito grega: Sócrates, Platão e Aristóteles

Os Professores Guilherme Assis de Almeida e Eduardo Bittar explicam que:

“Se o resumo de autores abaixo elencados sequencializa uma série de principais nomes
do pensamento ocidental, nada autoriza a que se pense que a história do pensamento
responde a uma simples lógica de superação, quando o mais novo teria desabilitado o
pensamento do mais antigo. Isso não ocorre em filosofia. Isto é válido somente para a
ciência, e, nesse sentido, não há equivalências entre história da ciência e história da
filosofia. E isto porque pensamentos remotíssimos são eles mesmos de uma atualidade
impressionante, de uma vitalidade imorredoura .” (ALMEIDA, 2019, p. 31)

Faz-se uma diferenciação entre ciência e filosofia. Essa - etimologicamente falando - é a amizade ao conhecimento
(prática de livre pensamento) que acaba se opondo ao conceito de ciência (tudo aquilo que é empiricamente
comprovável).

2.1 Sócrates

“(469-399 a.C.) – Polêmico pensador que tumultuou a Atenas do século V a.C com sua
iluminação filosófica e sua maiêutica dialética. Dedicou sua filosofia à cidade-estado
(pólis), Atenas, que era o centro das atenções do período, bem como aos cidadãos,
enfocando sobretudo temas morais e antropocêntricos, sem deixar obra escrita, pois seus
diálogos eram travados em praça pública (agorá). Condenado a beber do veneno cicuta
em 399 a.C., acusado de perverter a juventude e de propalar adoração a outros deuses, à
sentença do tribunal popular resignou-se, tornando-se mártir histórico da filosofia”.
(ALMEIDA, 2019, p. 32).

2.2 Platão

Platão era discípulo de Sócrates.

“(427-347 a.C.) – Autor de inúmeros diálogos, com destaque para a República, foi
discípulo de Sócrates e fundador da Academia de Atenas. Sua filosofia ontológica e
dualista pressupõe a existência de uma (R)ealidade para além da (r)realidade mundana,
representando certa fusão da dialética e da ética socráticas com o orto-pitagorismo e o
sincretismo oriental. Sua doutrina do Estado revela o primeiro dos comunismos
possíveis”. (ALMEIDA, 2019, p. 32)

2.3 Aristóteles

Aristóteles era discípulo de Platão.

“(384-322 a.C.) – Discípulo de Platão, nascido na Macedônia, é autor de extensa obra em


forma de grandes tratados. Notabilizou-se pelo caráter científico de seus escritos, pela
fundação de vários saberes (lógica, biologia...) e pelo afinco ao estudo da natureza e da
causa das coisas e fenômenos. Considerado o pai das ciências operou a síntese da cultura
grega em desaparecimento em pleno século IV a.C”. (ALMEIDA, 2019, p.33).

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3. Filosofia do direito medieval: Santo Agostinho

3.1 Agostinho de Hipona

“Agostinho de Hipona (354-430 d.C.) – Tendo-se iniciado na retórica e no maniqueísmo,


converteu-se ao cristianismo, alcançando posteriormente a função de Bispo de Hipona.
Sua obra filosófica é de peso, e revela a união entre o platonismo e os ideais cristãos,
tendo-se tornado o principal representante do pensamento cristão do período da
patrística.” (ALMEIDA, 2019, p. 33)

3.2 São Tomás de Aquino

“Tomás de Aquino (1225-1274) – Reconhecido como o Doctor Angelicus, sua extensa obra
tornou-se o ícone da produção filosófica cristã e a referência obrigatória do Ocidente
medieval, após longos e turbulentos períodos atravessados em que a filosofia de
Aristóteles pendia entre a heresia total e o fascínio dogmático. Sua doutrina concilia
dogmas cristãos com ideias aristotélicas, destacando-se seu grande compêndio, a Summa
theologica”. (ALMEIDA, 2019, p. 33)

3.3 Predomínio cristão-romano da filosofia medieval

Note-se que o único filósofo relevante relacionado entre os dois Santos cristãos acima pelos Professores Almeida
e Bittar é Abelardo (1079-1142), “o maior protótipo do período escolástico”, justamente a escola fundada por Santo
Agostinho, e que o próximo, Francis Bacon (1561 a 1626), já está em pleno Renascimento, período que, aliás, aliás,
teve sua filosofia ignorada como relevante para a Filosofia do Direito pelo Edital do Concurso para a Magistratura
do Estado de São Paulo, único a listar filósofos determinados no conteúdo de temas de Filosofia do Direito neste
ano.

4. Filosofia do Direito Moderna: Hobbes, Locke, Rousseau, Kant e Jeremy Bentham

Obs.: o edital do TJSP salta da Idade Média para a Moderna, em especial o Iluminismo, ignorando a filosofia do
Renascimento, para encerrar a lista de filósofos relevantes com Kant, inspiração maior de Hans Kelsen, autor da
Doutrina Pura do Direito, e, finalmente, Jeremy Bentham.

4.1 Hobbes

“Thomas Hobbes (1588-1679) foi um teórico político, filósofo e matemático inglês. Sua
obra mais evidente é "Leviatã", cuja ideia central era a defesa do absolutismo e a
elaboração da tese do contrato social. Hobbes viveu na mesma época que outro teórico
político, John Locke, que era defensor dos princípios do liberalismo, ao passo que Hobbes
pregava um governo centralizador.” (e-biografia -
https://www.ebiografia.com/thomas_hobbes/ )

Hobbes defende que “o homem é o lobo do homem” (hommo hominis lupo).

4.2 Locke

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“John Locke (1632-1704) – O inglês Locke possui uma obra de notável significado político
e filosófico (Dois tratados sobre o governo civil e Ensaio sobre o entendimento humano).
Sua obra normalmente é contrastada à de Thomas Hobbes, no que tange às ideias sobre
o estado da natureza. Discorre sobre temas ligados à teoria do conhecimento e à origem
da sociedade, como meio de garantia e sobrevivência para os indivíduos.” (ALMEIDA,
2019, p. 34)

4.3 Rousseau

“Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) – o pensador de Genebra é o famoso autor de O


contrato social, onde discute a origem da sociedade, descreve o estado de natureza e
polemiza o estado cívico. O bucolismo de suas concepções decorre de sua interpretação
paradisíaca da vida no estado de natureza. Para Rousseau, a pena de morte jamais é um
ato legítimo do Estado contra o cidadão, pois este não aliena ao Estado, ao aderir ao pacto
social, o direito sobre sua vida.” (ALMEIDA, 2019, p. 34)

Rousseau não aceitava a democracia representativa, mas entendia que o cidadão estaria alienando seu papel
democrático. Para ele, a democracia deveria ser direta.

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