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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
A relação íntima de afeto é aquela na qual o agressor e a vítima convivam (relação atual) ou tenham convivido
(relação pretérita – o “ex”). A lei expressamente prevê a dispensa de coabitação (relação sexual ou convivência sob
o mesmo teto) para a existência de relação íntima de afeto como, por exemplo, o namoro.
A respeito desse tema, o STJ estendeu a dispensa de coabitação para quaisquer dos incisos do art. 5º, da Lei:
ATENÇÃO: o STJ entende que, em caso de relação rompida basta a relação de causalidade entre a violência
praticada e a relação rompida para a aplicação da Lei Maria da Penha, pouco importando quanto tempo se passou
desde a cessação da relação (ou seja, não há limite de tempo entre o término da relação e a conduta do agente).
Obs.: o art. 5º, parágrafo único, da Lei prevê que “as relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual”.
Prevalece que a lei protege qualquer pessoa do gênero feminino e não apenas quem é biologicamente vista como
mulher, segundo o art. 5º, caput da Lei 11.340/06:
Magistratura e MP Estadual
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral ou patrimonial: (...)”.
Obs.: prevalece a tendência de que a Lei Maria da Penha tutela qualquer pessoa que pertença ao gênero feminino:
o critério fundamental seria a identificação da psique feminina, independentemente da condição biológica ou
morfológica da pessoa, de modo que prevalece que a tutela penal da Lei Maria da Penha deve ser estendida ao
transexual e ao transgênero. No caso do travesti, que é aquele que troca a veste, não é possível afirmar que possua
identidade feminina.
A Lei Maria da Penha retira de qualquer infração penal o seu menor potencial ofensivo, deslocando a competência
do JECRIM para uma vara especializada e, na sua falta, para a vara criminal.
O termo “juizado” significa vara (especializada ou, na falta, comum) – não há relação com o juizado especial.
Enquanto não criadas varas especializadas no país, aplica-se o disposto no art. 33 da Lei Maria da Penha, ou seja, o
eventual processo tramitará em vara criminal:
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