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COMPETÊNCIA

1. Conceito: é o critério de distribuir, entre os vários órgãos judiciários, as


atribuições relativas ao desempenho da jurisdição.
2. Fontes formais:
a) Constituição Federal.
b) Leis processuais.
c) Normas locais de organização judiciária.

3. Competência interna
➢ Justiça Federal – CF, artigo 109
➢ Justiça Estadual – residual
4. Competência da Justiça Federal (principal regra)
“CF, art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho”.

➢ CPC, artigo 45, caput e STJ, 150: “Compete à justiça federal decidir sobre a existência de
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou
empresas públicas”.

➢ CPC, 45, § 3° e STJ, 224: “Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o juiz
estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar
conflito”.

➢ STJ, 42: “Compete à justiça comum estadual processar e julgar causas cíveis em que
é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento”.

➢ STF, 556: “É competente a justiça comum [estadual] para julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista”.
➢ STJ, 254: “A decisão do juízo federal que exclui da relação processual ente
federal não pode ser reexaminada no juízo estadual”.

➢ STJ, 161: “É da competência da justiça estadual autorizar o levantamento dos


valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular
da conta”.

➢ STJ, 270: “O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal
em execução que tramita na justiça estadual, não desloca a competência para a
justiça federal”.

➢ CPC, 45, §§ 1° e 2°: cisão do processo para preservação da competência.


Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e
fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de
terceiro interveniente, exceto as ações:

I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;

II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.

§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do
juízo perante o qual foi proposta a ação.

§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da


incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
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Competência territorial da Justiça Federal - CF, artigo 109:


§ 1o As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2o As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3o Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem
parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na
justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal.
(Redação dada pela EC n° 103/2019)
§ 4o Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

Art. 15 da Lei n° 5.010/66, com a redação determinada pela Lei n° 13.876/19*:


“Quando a Comarca não for sede de Vara Federal, poderão ser processadas e
julgadas na Justiça Estadual:

...................................................................................................................................
III - as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado e que
se referirem a benefícios de natureza pecuniária, quando a Comarca de domicílio do
segurado estiver localizada a mais de 70 km (setenta quilômetros) de Município
sede de Vara Federal;
* A nova redação entrou em vigor em 1°/01/2020.

5. Critérios de competência adotados pelo CPC e outras fontes formais


infraconstitucionais:

a) territorial (CPC, 46 e ss.).

b) valor da causa (CPC, 63 e normas de organização judiciária).

c) matéria (CPC, 62 e normas de organização judiciária).

d) pessoa (CPC, 62 e normas de organização judiciária).

e) funcional (CPC, 62 e normas de organização judiciária):


✓ sistema alemão.
✓ sistema italiano.

Segundo a doutrina, diz respeito à distribuição das atividades jurisdicionais entre os


diversos órgãos que podem atuar no processo. Pode ser vertical (distribuição das
funções entre órgãos de instâncias diversas) ou horizontal (distribuição das funções
entre órgãos de mesma instância).
Exemplos: CPC – 516, II, 299, 553, 676, 914, §§ 1° e 2° etc; art. 2°, Lei 7.347/85(LACP).

RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE SUPRIMENTO JUDICIAL DE


AUTORIZAÇÃO PATERNA PARA QUE A MÃE POSSA RETORNAR AO SEU
PAÍS DE ORIGEM(BOLÍVIA) COM O SEU FILHO, REALIZADO NO BOJO DE
MEDIDA PROTETIVA PREVISTA NA LEI N. 11.340/2006 (LEI MARIA DA
PENHA). 1. COMPETÊNCIA HÍBRIDA E CUMULATIVA (CRIMINAL E CIVIL)
DO JUIZADO ESPECIALIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER. AÇÃO CIVIL ADVINDA DO CONSTRANGIMENTO
FÍSICO E MORAL SUPORTADO PELA MULHER NO ÂMBITO FAMILIAR E
DOMÉSTICO. 2. DISCUSSÃO QUANTO AO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA.
CAUSA DE PEDIR FUNDADA, NO CASO, DIRETAMENTE, NA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA SOFRIDA PELA GENITORA. COMPETÊNCIA DO JUIZADO
ESPECIALIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER 3. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. O art. 14 da Lei n. 11.340/2006
preconiza a competência cumulativa (criminal e civil) da Vara Especializada da Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher para o julgamento e execução das causas advindas do
constrangimento físico ou moral suportado pela mulher no âmbito doméstico e familiar.

1.1 A amplitude da competência conferida pela Lei n. 11.340/2006 à Vara Especializada tem
por propósito justamente permitir ao mesmo magistrado o conhecimento da situação de
violência doméstica e familiar contra a mulher, permitindo-lhe bem sopesar as repercussões
jurídicas nas diversas ações civis e criminais advindas direta e indiretamente desse fato.
Providência que a um só tempo facilita o acesso da mulher, vítima de violência familiar e
doméstica, ao Poder Judiciário, e confere-lhe real proteção. 1.2. Para o estabelecimento da
competência da Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher nas
ações de natureza civil (notadamente, as relacionadas ao Direito de Família), imprescindível
que a correlata ação decorra (tenha por fundamento) da prática de violência doméstica ou
familiar contra a mulher, não se limitando, assim, apenas às medidas protetivas de urgência
previstas nos arts. 22, incisos II, IV e V; 23, incisos III e IV; e 24, que assumem natureza
civil. Tem-se, por relevante, ainda, para tal escopo, que, no momento do ajuizamento da ação
de natureza cível, seja atual a situação de violência doméstica e familiar a que a demandante
se encontre submetida, a ensejar, potencialmente, a adoção das medidas protetivas
expressamente previstas na Lei n. 11.340/2006, sob pena de banalizar a competência das
Varas Especializadas.

2. Em atenção à funcionalidade do sistema jurisdicional, a lei tem por propósito


centralizar no Juízo Especializado de Violência Doméstica Contra a Mulher todas as
ações criminais e civis que tenham por fundamento a violência doméstica contra a
mulher, a fim de lhe conferir as melhores condições cognitivas para deliberar sobre
todas as situações jurídicas daí decorrentes, inclusive, eventualmente, a dos filhos
menores do casal, com esteio, nesse caso, nos princípios da proteção integral e do
melhor interesse da criança e demais regras protetivas previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente. 2.1 É direito da criança e do adolescente desenvolver-se
em um ambiente familiar saudável e de respeito mútuo de todos os seus integrantes.
A não observância desse direito, em tese, a coloca em risco, se não físico,
psicológico, apto a comprometer, sensivelmente, seu desenvolvimento. Eventual
exposição da criança à situação de violência doméstica perpetrada pelo pai contra a
mãe é circunstância de suma importância que deve, necessariamente, ser levada em
consideração para nortear as decisões que digam respeito aos interesses desse
infante.

No contexto de violência doméstica contra a mulher, é o juízo da correlata Vara


Especializada que detém, inarredavelmente, os melhores subsídios cognitivos para preservar
e garantir os prevalentes interesses da criança, em meio à relação conflituosa de seus pais. 3.
Na espécie, a pretensão da genitora de retornar ao seu país de origem, com o filho, que
pressupõe suprimento judicial da autorização paterna e a concessão de guarda unilateral à
genitora, segundo o Juízo a quo deu-se em plena vigência de medida protetiva de urgência
destinada a neutralizar a situação de violência a que a demandante encontrava-se submetida.
4. Recurso Especial provido. (REsp 1550166/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/11/2017, DJe 18/12/2017)
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aula 03

6. Competência absoluta:
a) matéria, funcional e pessoa (CPC, 62).
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.

b) regime jurídico:
interesse público.
➢ deve ser verificada de ofício (CPC, 64, § 1° + 10*).
“a regra do art. 10 do CPC, que consagra a proibição da decisão surpresa, não se aplica à
hipótese em que o juiz se declara absolutamente incompetente” (AgInt no RMS 61.732/SP,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 12/12/2019).

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.

§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição


e deve ser declarada de ofício.

§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de


incompetência.

§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo


competente.

§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão


proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

➢ alegação por meio de contestação (CPC, 337, II).

➢ aproveitamento dos atos, inclusive decisórios (CPC, 64, § 4°) – translatio iudicii

➢ ação rescisória (CPC, 966, II).


Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

7. Competência relativa:

a) territorial e valor da causa (CPC, 63).

Exceções: art. 47 (forum rei sitae) e casos de competência territorial/funcional (Ex: art.
2° ,LACP

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.

§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de
nunciação de obra nova.

§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.).

LEI DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA


Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
OBS1: a competência dos Foros Regionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre é
territorial-funcional, de forma que é absoluta.

OBS2: Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/95) => competência relativa

Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/01) e Juizados Especiais da


Fazenda Pública Estadual => competência absoluta

b) regime jurídico:

➢ interesse das partes => pode ser modificada mediante foro de eleição (CPC, 63).

➢ deve ser alegada pelo réu na contestação (CPC, 337, II).

➢ preclusão => prorrogação (CPC, 65).

➢ alegação pelo MP (CPC, 65, parágrafo único)


Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação.

Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.

OBS: CPC, 63, § 3° – nulidade da cláusula de eleição de foro abusiva, cognoscível de ofício;
não se trata de competência absoluta (ver 63, § 4°).

§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na


contestação, sob pena de preclusão.
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AULA 04
8. Estabilização da competência (perpetuatio jurisdictionis) – CPC, 43.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência
absoluta.

➢ exceção: CPC, 516, II e parágrafo único.


Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença
arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do
atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à
execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não
fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE


DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS. CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ.
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
EXEQUENTE QUE PODE OPTAR PELA REMESSA DOS AUTOS AO FORO DA
COMARCA DE DOMICÍLIO DO EXECUTADO. (...). 6. Como essa opção é uma
prerrogativa do credor, ao juiz não será lícito indeferir o pedido se este vier acompanhado da
prova de que o domicílio do executado, o lugar dos bens ou o lugar do cumprimento da
obrigação é em foro diverso de onde decidida a causa originária. 7. Com efeito, a lei não
impõe qualquer outra exigência ao exequente quando for optar pelo foro de processamento do
cumprimento de sentença, tampouco dispondo acerca do momento em que o pedido de
remessa dos autos deve ser feito - se antes de iniciada a execução ou se ele pode ocorrer
incidentalmente ao seu processamento. 8. Certo é que, se o escopo da norma é realmente
viabilizar a efetividade da pretensão executiva, não há justificativa para se admitir entraves ao
pedido de processamento do cumprimento de sentença no foro de opção do exequente, ainda
que o mesmo já tenha se iniciado. (...) (REsp 1776382/MT, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2019, DJe 05/12/2019)
9. Modificação da competência.

✓ Institutos/fenômenos que buscam evitar a ocorrência de decisões conflitantes:


conexão (55), continência (56), litispendência (337, §§ 1° e 3°), coisa julgada (337, § 1°) e
prejudicialidade externa (313, V, a).

➢ conexão:
✓ conceito (?): CPC, 55.
✓ CPC, 55, §§ 2° e 3° - conexão material e conexão por prejudicialidade

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.

§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles
já houver sido sentenciado.

§ 2º Aplica-se o disposto no caput :

I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;

II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.

§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo
sem conexão entre eles. “conexão por prejudicialidade”

➢ continência:
✓ conceito (CPC, 56).
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange
o das demais.

✓ preservação do juízo natural (CPC, 57)


Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem
resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.

OBS: O CPC prevê outras hipóteses de modificação de competência – cooperação nacional


(67 e ss., eleição de foro (63), IAC (947), IRDR (978)

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aula 05

CONEXÃO ou CONTINÊNCIA => REUNIÃO DAS AÇÕES PERANTE O JUÍZO


PREVENTO (CPC, 58) -> só em competência relativa

“salvo se um deles já houver sido sentenciado” (CPC, 55, § 1°).

PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA. SANÇÃO DE IMPEDIMENTO DE LICITAR E CONTRATAR.
LITISPENDÊNCIA. RECONHECIMENTO. 1. Ocorre litispendência quando existem dois
processos em curso com identidade de partes, pedido e causa de pedir (CPC/1973, art. 301,
III, §§ 1o a 3o, e CPC/2015, art. 337, VI, §§ 1o a 3o) e se reconhece tal fenômeno "ainda
que o polo passivo seja constituído de pessoas distintas; em um pedido mandamental, a
autoridade administrativa, e, no outro, a própria entidade de Direito Público" (AgRg no
MS 18.759/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 27/04/2016, DJe 10/05/2016). 2. Caso em que se constata a tríade de identidade a
configurar a litispendência, porquanto impetrado mandamus com o mesmo desiderato de ação
declaratória ajuizada: a suspensão dos efeitos de portaria que impôs à impetrante a pena de
impedimento de licitar e contratar com a União pelo prazo de 3 (três) anos. 3. Verificado que
a providência requerida na ação mandamental e aquela pleiteada em anterior ação ordinária
convergem, ao final, para o mesmo resultado prático pretendido e sob a mesma causa petendi,
há pressuposto processual negativo apto a obstar o regular processamento deste segundo
feito. 4. Mandamus extinto, sem resolução do mérito. Liminar cassada. Agravo regimental
prejudicado. (MS 21.734/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 23/11/2016, DJe 09/12/2016)
10. Prevenção:
➢ conceito: É o fenômeno que indica entre os juízos perante os quais tramitam ações
conexas ou continentes perante qual deles serão reunidas as ações para tramitação e
julgamento simultâneos .

➢ ocorrência (CPC, 59):


Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo

➢ reunião de ações (CPC, 58).:


Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão
decididas simultaneamente.

➢ distribuição por dependência (CPC, 286).


Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido,
ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus
da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º , ao juízo prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de
ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação
pelo distribuidor.

COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA NACIONAL

“Complexo de instrumentos e atos jurídicos pelos quais os órgãos judiciários brasileiros


podem interagir entre si, com tribunais arbitrais ou órgãos administrativos, com o propósito
de colaboração para o processamento e/ou julgamento de casos” (FDJ)

➢ Formas de cooperação:
✓ solicitação: mesma hierarquia. ex: carta precatoria
✓ delegação: juiz de hierarquia superior ordena para outro de hierarquia inferior prática de
determinado ato . ex: carta de ordem
✓ concertação: Harmonizar, decidir por acordo comum.
✓ outras (atipicidade)

CPC
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever
de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.

Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de
qualquer ato processual.

Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de
forma específica e pode ser executado como:
I - auxílio direto;
II - reunião ou apensamento de processos;
III - prestação de informações;
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código.

§ 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros,


no estabelecimento de procedimento para:
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III - a efetivação de tutela provisória;
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas;
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial;
VI - a centralização de processos repetitivos;
VII - a execução de decisão jurisdicional.
§ 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de
diferentes ramos do Poder Judiciário.

➢ Resolução CNJ n° 350/2020:


✓ Cooperação interinstitucional
✓ Cooperação entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário
✓ Exemplos de atos de cooperação:
▪ reunião ou apensamento de processos, inclusive a reunião de execuções contra um mesmo
devedor em um único juízo
▪ regulação de procedimento expropriatório de bem penhorado ou dado em garantia em
diversos processos
▪ definição do juízo competente para a decisão sobre questão comum ou questões
semelhantes ou de algum modo relacionadas
▪ produção de prova única relativa a fato comum
▪ facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial
▪ compartilhamento temporário de equipe de auxiliares da justiça, inclusive de servidores
públicos

✓ Pode haver concertação para reunião e julgamento de causas perante um único


juízo?
✓ Caso positivo, somente é possível modificar competência relativa.

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