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PROCESSO TRIBUTÁRIO

Na confecção da petição inicial, podemos nos valer do artigo 319 do atual CPC,
pois este dispositivo demonstra, de forma lógica, o que deverá conter em uma petição.
Por isso, antes de iniciar qualquer peça, abra o Código de Processo Civil neste artigo e o
siga para não se esquecer de nenhum detalhe, lembrando que tudo será pontuado em
sua prova.
Art. 319. A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável,
a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o
domicílio e a residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de
conciliação ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá
o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua
obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações
tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Para uma melhor compreensão, vamos trabalhar com cada parte de nossa
petição de forma separada.

Endereçamento:

1ª etapa: 2ª etapa: 3ª etapa:

Identificar a Justiça Verificar se é caso para Apontar o foro


competente para julgamento nas Varas competente.
julgamento da lide. de Juizado Especial.

Primeira etapa: competência para julgamento.

Justiça
Federal
OU Justiça Estadual
(art. 109 CF)
Para definir a competência, deve-se verificar sempre QUEM É A PARTE
envolvida na lide, independentemente do tributo que está sendo discutido. Isso porque o
artigo 109 da CF determina que:

Art. 109. Sempre que a União, suas Autarquias ou Empresas Públicas


Federais forem parte na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, será competente
para julgar a JUSTIÇA FEDERAL.

Mesmo que haja litisconsórcio entre entes da União e outros entes municipais
ou estaduais, a competência será da Justiça Federal.
Exemplo: Houve cobrança de IRT pela União e IPTU pelo Estado sobre a
mesma propriedade. Nesse caso, deverá ser ajuizada ação em consignação
de competência da Justiça Federal.
Exemplo: Estado pode ficar com o Imposto de Renda retido na fonte dos
seus empregados, não precisa repassar para a União. Caso um servidor
público estadual aposentado seja portador de doença que o isenta de
pagamento do IR, deverá ser proposta ação para restituição e interrupção
da retenção do IR na fonte. Apesar da competência do IR ser da União, o
Estado faz a retenção do valor e fica com esses proventos. Portanto, a ação
de restituição deve ser ingressada em face do Estado, já que é ele quem
retém indevidamente tais valores. A união não será parte. – art. 157 da
Constituição Federal.
Súmula 447, STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na
ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus
servidores.
OBS: há regra de retenção para os municípios também, que ficarão com
100% da arrecadação de IR retido na fonte dos seus empregados. – Art. 158
da Constituição Federal.
Assim, não sendo parte a União, suas Autarquias e Empresas Públicas Federais,
será competente para julgamento da lide a Justiça Estadual.
Segunda etapa: vara comum ou juizados especiais.
Com a finalidade de verificar se é cabível o julgamento pelas varas do juizado
especial, a primeira constatação é com relação ao VALOR DA CAUSA, pois apenas as
demandas com valores de causa iguais ou inferiores a 60 salários-mínimos têm
chance de serem julgadaspelo juizado especial.
Observa-se, no entanto, que não basta apenas o valor da causa ser igual ou
inferior a 60 salários-mínimos para ser julgada no juizado especial, uma vez que só
podem ser parte autora: as pessoas físicas, microempresas e empresas de pequeno
porte. Logo, a segunda constatação é com relação à PARTE AUTORA.
São requisitos cumulativos para análise quanto ao cabimento de juizado
especial, tanto no âmbito federal quanto no estadual. Primeiro: valor da causa igual ou
inferior a 60 salários-mínimos; e segundo: a parte autora só pode ser pessoa física,
microempresa e empresa de pequeno porte. Nesse aspecto, temos os artigos 3º e 6º da
Lei nº 10.259/2001 (que trata sobre as varas do juizado especial na Justiça Federal) e os
artigos 2º e 5º da Lei nº 12.153/2009 (que discorre sobre as varas do juizado especial na
Justiça Estadual – Fazenda Pública).

Lei nº 10.259/2001 Lei nº 12.153/2009

Art. 3º Compete ao Juizado Art. 2º É de competência dos


Especial Federal Cível processar, Juizados Especiais da Fazenda
conciliar e julgar causas de Pública processar, conciliar e julgar
competência da Justiça Federal até causas cíveis de interesse dos
o valor de sessenta salários- Estados, do Distrito Federal, dos
mínimos, bem como executar as Territórios e dos Municípios, até o
suas sentenças. valor de 60 (sessenta) salários-
mínimos.

(…) (…)

Art. 6º Podem ser partes no Art. 5º Podem ser partes no


Juizado Especial Federal Cível: Juizado Especial da Fazenda
Pública:

I – como autores, as pessoas I – como autores, as pessoas


físicas e as microempresas e físicas e as microempresas e
empresas de pequeno porte, assim empresas de pequeno porte, assim
definidas na Lei nº 9.317, de 5 de definidas na LC nº 123, de 14 de
dezembro de 1996; dezembro de 2006;

II – como rés, a União, autarquias, II – como réus, os Estados, o


fundações e empresas públicas Distrito Federal, os Territórios e os
federais. Municípios, bem como autarquias,
fundações e empresas públicas a
eles vinculadas.

É microempresa aquela que aufere, em cada ano-calendário, receita bruta igual


ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); enquanto empresa de
pequeno porte é a que recebe, em cada ano-calendário, receita bruta superior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais).
Além de verificarmos os artigos 3º e 6º da Lei nº 10.259/2001 e os artigos 2º e 5º
da Lei nº 12.153/2009 para decidir se o endereçamento caberá ao juizado especial,
também é importante ressaltar que não poderá ser julgado pelas varas do juizado
especial:

Em âmbito Estadual, Em âmbito Federal,


Lei nº 12.153/2009, art. 2º, § 1º: Lei nº 10.259/2001, art. 3º, § 1º:

Art. 2º, § 1º (…) Art. 3º, § 1º (…)


I – as ações de mandado de I – as causas referidas no art. 109,
segurança, de desapropriação, de incisos II, III e XI, da Constituição
divisão e demarcação, populares, Federal, as ações de mandado de
por improbidade administrativa, segurança, de desapropriação, de
execuções fiscais e as demandas divisão e demarcação, populares,
sobre direitos ou interesses difusos execuções fiscais e por improbidade
e coletivos; administrativa e as demandas sobre
II – as causas sobre bens imóveis direitos ou interesses difusos,
dos Estados, Distrito Federal, coletivos ou individuais
Territórios e Municípios, autarquias homogêneos;
e fundações públicas a eles II – as causas sobre bens imóveis
vinculadas; da União, autarquias e fundações
III – as causas que tenham como públicas federais;
objeto a impugnação da pena de III – as causas para a anulação ou
demissão imposta a servidores cancelamento de ato administrativo
públicos civis ou sanções federal, salvo o de natureza
disciplinares aplicadas a militares previdenciária e o de lançamento
fiscal;
(Lei nº 12.153/2009, art. 2º, § 1º e IV – que tenham como objeto a
Lei nº 10.259/2001, art. 3º, § 1º). impugnação da pena de demissão
imposta a servidores públicos civis
ou de sanções disciplinares
aplicadas a militares.

Conclusão: Via de regra, será julgado pelo juizado especial quando a parte
autora for pessoa física, microempresa ou empresa de pequeno porte, desde que não
ultrapasse os 60 salários-mínimos vigentes no país.
Terceira etapa: foro competente.
O foro competente para julgar a demanda indica o município em que deve ser
ajuizada a petição inicial.
Na justiça federal, o foro competente é definido pelo artigo 109, §§ 1º e 2º, da
CF:
Art. 109. (…)
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção
judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver
ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada
a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

Atenção!

Nas demandas em face da i) domicílio do autor;


União, o autor terá 4 opções ii) local onde houver
para seu ajuizamento: ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda;
iii) local onde esteja a coisa;
ou
iv) Distrito Federal.

No mesmo sentido, destacamos a regra do artigo 109, §§ 1º e 2º, da CF


reproduzidos pelo atual CPC, em seu artigo 51:

Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que


seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato
que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.

Observe ainda que o processo em que intervier a União, suas empresas


públicas, entidades autárquicas e fundações ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte, tramitando em outro juízo, os autos serão remetidos
ao juízo federal, conforme disciplina o artigo 45 do atual CPC:

Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão


remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas
empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de
fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de
terceiro interveniente, exceto as ações:
I – de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de
trabalho;
II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação
seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos
em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não
examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas
entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído
do processo.
Na esfera estadual, o foro competente é, via de regra, o domicílio do
réu, consoante instituem os artigos 46 e 47 do atual CPC.

Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de
qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação
será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir
fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5ºA execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de
sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é


competente o foro de situação da coisa.

Destaca-se, também, o artigo 52 do atual CPC, que disciplina que será


competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o
Distrito Federal.
Já quando o Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Regra
idêntica àquela aplicada quando a União é parte.

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que


seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a
ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da
coisa ou na capital do respectivo ente federado.

Se a prova não mencionar o Município na proposta de peça, não podemos


inventá-lo ou presumi-lo, sob pena de identificação de prova. Nesse caso, deve-se redigir
o endereçamento de forma genérica, deixando o nome do Município, bem como do
Estado, com reticências. Exemplo: (Município ... – Estado ...).
Passadas as três etapas para identificação do endereçamento correto, será a
hora de transcrevê-lo para obtenção da pontuação integral, que em média tem sido
0,1/0,2 pontos nesse quesito.

Redação do endereçamento:
De acordo com o CPC/2015, a petição inicial deve ser dirigida ao órgão
jurisdicional competente. Pode-se afirmar que tecnicamente melhorou a redação do
CPC/1973, estabelecendo o endereçamento ao juízo (órgão jurisdicional) competente,
sem que isso signifique que a clássica forma de endereçamento esteja desde então
errada.
Nessa nova redação, aliás, entende-se dispensável quaisquer pronomes de
tratamento. Mas a histórica praxe de endereçamento ao “Juiz” não está errada, pois o
endereçamento é de fato ao Juízo, representado pelo seu atual titular funcional (o Juiz –
condutor do processo, o qual processa e decide a lide – art. 42 do CPC) da Vara (Juízo)
competente.
Assim, EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO (Juiz) DA
VARA (Juízo) DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DE = À VARA
(Juízo) DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DE, alcançando as duas
formas a finalidade de estabelecimento e indicação do juízo competente.
Até convencimento em contrário, entendo possível o uso regular das duas
formas de endereçamento, a forma clássica com profusão de pronomes de tratamento,
como a atual de simples e objetiva indicação do Juízo competente.
Segue abaixo sugestão de endereçamento para prova:
Na Justiça Federal, vara comum:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Federal Cível da


Subseção de ... Seção Judiciária do Estado do(e) ...
ou
Juízo da Vara Federal Cível da Subseção de ..., Seção Judiciária do
Estado de ...

Na Justiça Federal, vara juizado especial:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara do Juizado


Especial Federal da Subseção de ... Seção Judiciária do Estado do(e)...
ou
Juízo da Vara do Juizado Especial Federal da Subseção de ..., Seção
Judiciária do Estado do(e) ...

Na Justiça Estadual, vara comum:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara da Fazenda


Pública da Comarca de ... Estado do(e) ...
ou
Juízo da Vara da Fazenda Pública da Comarca de ... Estado do(e) ...

Qualificação das partes:


A qualificação sempre será de acordo com o artigo 319, II, do CPC, que
estabelece como requisito da petição inicial a indicação dos nomes, prenomes, estado
civil, a existência de união estável, profissão, número no Cadastro de Pessoas Físicas ou
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, domicílio e residência
do autor e do réu.
Ainda, que se a prova não fornecer dados específicos, como a profissão exercida
pela parte, nacionalidade e endereço, eles não podem ser inventados, mas devem ser
escritos de forma genérica para demonstrar ao examinador seu conhecimento jurídico,
conforme exemplos a seguir:
1) Pessoa física:

NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador(a) do RG nº..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., residente e domiciliado no endereço Rua ..., nº ..., bairro,
Cidade ..., Estado ..., CEP nº ...
a) Nome da parte (completo e sem abreviações);
b) Nacionalidade;
c) Estado Civil (se separado, colocar se é judicialmente);
d) Profissão (observar que desempregado não é profissão);
e) Portador de Cédula de Identidade RG nº ...;
f) Inscrito no CPF/MF sob o nº ...;
g) endereço eletrônico;
h) Residente e domiciliado no endereço – Rua ..., nº ..., bairro, Cidade,
Estado, CEP nº ...

2) Pessoa jurídica

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ sob o nº ..., endereço eletrônico, com sede na Rua ..., nº ...,
Cidade ..., Estado ..., CEP nº ....

Preâmbulo:
Após a qualificação da parte autora, passa-se para o preâmbulo da peça,
momento em que será indicado o nome e endereço do advogado, bem como a demanda
que se ajuíza, sempre acompanhada do dispositivo legal pertinente à parte processual e
indicação da pessoa em face da qual está sendo proposta a lide. Observe a demonstração
abaixo:

QUALIFICAÇÃO DO AUTOR, vem, respeitosamente, perante


Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado
(procuração anexa), com escritório na Rua ..., n° ..., Cidade ..., Estado
..., CEP nº ..., onde recebe intimações, com fulcro no artigo ..., propor a
presente ....
NOME DA DEMANDA

IMPORTANTE: Na hipótese de pedido de Tutela Provisória ou de liminar,


adicionar o pedido junto ao nome da demanda, por exemplo: ação declaratória de
inexistência de relação jurídico-tributária c/c tutela provisória de urgência.
Os dispositivos legais que devem ser mencionados no preâmbulo se referem tão
somente à parte processual, ou melhor, o artigo de lei relativo à medida adotada, como
no caso de ação declaratória, está previsto no artigo 19, I, do atual CPC; logo esse
dispositivo deverá estar no preâmbulo. Não há necessidade de apontar nesse momento
os artigos pertinentes ao direito material, pois estes estarão na parte do mérito.
Atenção! Não se esquecer de utilizar o verbo adequado para a propositura da
demanda cabível, conforme se demonstrará a seguir:

Propor Opor Impetrar Interpor Apresentar

Ação Embargos Mandado de Recursos Defesas, como


Segurança (Apelação, Contestação,
Recurso Impugnação etc.
Especial,
Recurso
Extraordinário,
entre outros)

Em face da União/Fazenda Pública Nacional, Estado/Fazenda Pública


Estadual, Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital ou
Município/Fazenda Pública Municipal, pessoa jurídica de direito público,
com sede na Rua ..., n°..., bairro, Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., pelas
razões de fato e de direito abaixo aduzidos.

Síntese fática:
O advogado do autor deverá descrever os fatos constitutivos do direito do seu
cliente. Na prova de exame de ordem devem-se relatar apenas os fatos que o enunciado
trouxer, nunca inventar dados, sob pena de anulação da prova, mas sempre procurando
seguir uma ordem lógica, com introdução, desenvolvimento e conclusão.
Após a narrativa dos fatos, sugere-se finalizar as informações trazidas da
seguinte forma:

Diante do exposto, não restou outra opção ao Autor senão


recorrer à tutela jurisdicional do Estado para ver resguardados os seus
interesses.

Do cabimento:
Verifica-se que a banca da FGV tem atribuído nota com relação ao cabimento da
demanda. No exame XXI, por exemplo, foi atribuído 0,4 ao candidato que abriu tópico para
mencionar sobre o cabimento da ação de restituição com menção ao dispositivo aplicável.
Por essa razão, sugiro que seja aberto esse tópico para todas as demandas.

Cabimento da ação de repetição do indébito (0,30), conforme o artigo


165, inciso I, do CTN (0,10) 0,00 / 0,30 / 0,40.

Nesse tópico, o candidato pode trabalhar com três parágrafos. No primeiro deve
fazer menção ao dispositivo legal que autoriza a propositura da demanda, no segundo,
alusão ao caso concreto e, no terceiro, demonstrar que a medida é cabível naquela
hipótese apresentada pela banca examinadora.
Como exemplo, retirado do exame XXI em que o contribuinte pagou
indevidamente o empréstimo compulsório, pois esse tributo fora criado por meio de lei
ordinária, o candidato poderia elaborar esse tópico da seguinte maneira:

Nos termos do artigo 165, I, do CTN, o sujeito passivo tem direito,


independentemente de prévio protesto, à restituição do tributo que pagar indevidamente
ou a maior.
No presente caso, verifica-se que o contribuinte pagou indevidamente o tributo,
pois trata-se de um tributo inconstitucional, pois deveria ter sido criado por meio de lei
complementar, de acordo com o artigo 148 da CF, no entanto, ingressou em nosso
ordenamento por meio de lei ordinária.
Por essa razão, é cabível a presente ação de restituição, conforme preceitua o
artigo 165, I, do CTN.
Do direito:
Na inicial deve-se demonstrar, com fundamentos jurídicos, o porquê da
pretensão do autor prosperar. Por conseguinte, as alegações apresentadas precisam ser
fundamentadas, assim como os motivos que levam o juiz a julgar procedentes os pedidos
da inicial claramente expostos.
Cada argumento deve ser desenvolvido em um tópico específico, o qual será
nominado de forma a evidenciar os interesses de seu cliente e conter os dispositivos
legais pertinentes, sempre com a devida subsunção do fato à norma.
Não é necessária a transcrição do artigo, o que se recomenda é comentar o conteúdo do
dispositivo.
O mais importante é seguir uma ordem esquemática, seguindo um raciocínio
lógico, unindo os fatos anteriormente narrados à norma. O ideal é sempre fazer três
parágrafos:

1º parágrafo: apresentar a norma;


2º parágrafo: descrever o caso concreto;
3º parágrafo: conclusão.

Da suspensão do crédito tributário:


Após a conclusão do mérito, devemos verificar se há possibilidade de suspender
a exigibilidade do crédito tributário, caso seja necessário, devemos trabalhar com esse
tópico.
Esse tópico é muito importante porque visa evitar a cobrança do crédito
tributário. O fato de o contribuinte ingressar com uma demanda na esfera judicial, por si
só, não tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, isso significa dizer
que haverá uma demanda proposta e o Fisco poderá realizar a cobrança daquele crédito
objeto de discussão na esfera judicial.
Logo, será necessário, então, que o contribuinte consiga suspender a
exigibilidade do crédito tributário, evitando assim sua cobrança.
As hipóteses de suspensão do crédito tributário se encontram no artigo 151 do
CTN:
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I – moratória;
II – o depósito do seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento
das obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo
crédito seja suspenso, ou dela consequentes.

Na esfera judicial há apenas três formas de suspender a exigibilidade do crédito


tributário:
1) concessão de liminar em mandado de segurança, artigo 151, IV, do CTN;
2) concessão de tutela antecipada ou liminar em qualquer tipo de ação, artigo
151, V, do CTN; e
3) realização do depósito do montante integral, artigo 151, II, do CTN.
Devemos pensar sempre no que é melhor para o nosso contribuinte, e o melhor,
sem dúvida, é a concessão, nas petições iniciais pelo procedimento comum, da tutela
provisória, ou liminar no mandado de segurança. Por essa razão, esta é a primeira opção
para “tentarmos” suspender a exigibilidade do crédito tributário.
A ideia é tentar suspender a exigibilidade por meio da tutela ou liminar, porque
não basta cumularmos esse pedido com a petição inicial; para realmente suspender a
exigibilidade será necessária a sua concessão pelo juiz que analisará se existem os
requisitos para tal.
O art. 151, V do CTN refere-se à tutela antecipada, porém com o CPC/15 tem-
se agora a tutela provisória.
Se o contribuinte não conseguir a tutela provisória ou liminar, de acordo com o
caso concreto, poderá, ainda assim, suspender a exigibilidade do crédito tributário,
realizando o depósito do montante integral, à luz do artigo 151, II, do CTN.
O depósito do montante integral é uma faculdade do contribuinte e, por isso, não
precisa de requerimento perante o Poder Judiciário. Basta sua realização e informação
mediante petição nos autos para que ocorra a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário.
O artigo 311 do CPC elucida as hipóteses gerais no procedimento comum para
a concessão da tutela provisória de evidência, sem a necessidade de demonstração de
perigo.
Para a prova da OAB, entendo que o examinador poderia trazer um caso assente
em fato que se possa comprovar documentalmente e com tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante.
Nessa hipótese, recomenda-se que o candidato, após discussão do mérito, faça
a abertura de um novo tópico denominado: “Tutela Provisória de Evidência – art. 311, II,
do CPC” e o desenvolva em três parágrafos.
No primeiro parágrafo, demonstre a previsão legal sobre a possibilidade de ser
concedida a tutela de evidência, independentemente da demonstração de perigo de dano
ou de risco ao resultado útil do processo.
No segundo, ratifique que o caso concreto (mencionado no enunciado da peça
prático-profissional) se comprova documentalmente e se refere à tese já firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
No terceiro, mencione a conclusão; dado o caso já ter sido julgado em casos
repetitivos ou se equiparar ao enunciado de súmula vinculante. O contribuinte fará jus à
concessão da tutela de evidência, nos termos do artigo 311, II, do CPC.
Por outro lado, se o candidato verificar que o caso narrado na peça prático-
profissional não se encaixa em nenhuma das hipóteses do artigo 311 do CPC, que lhe
autorizaria a tutela provisória de evidência, poderá requerer a tutela provisória de
urgência, nos termos do artigo 300 do CPC:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Para ser concedida a tutela provisória de urgência, o candidato deverá


demonstrar o preenchimento de três requisitos: i) probabilidade do direito
(tradicionalmente conhecida como fumus boni iuris; ii) perigo de dano ou de
comprometimento da utilidade do resultado final que a demora do processo representa
(periculum in mora) e iii) reversibilidade dos efeitos da decisão antecipatória.
O artigo 300, § 3º, do CPC esclarece que “a tutela de urgência de natureza
antecipatória não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão”.
Esse tópico terá necessariamente quatro parágrafos. No primeiro, o candidato
deverá demonstrar que há verossimilhança das alegações, há probabilidade do direito,
pois há um considerável grau de plausibilidade em torno da narrativa dos fatos trazida
pelo autor. No segundo, mencionar sobre o perigo da demora no oferecimento da
prestação jurisdicional ou o risco ao resultado útil do processo. No terceiro, atestar
que os efeitos da medida são reversíveis, pois o autor poderá pagar o crédito tributário,
cuja exigibilidade foi suspensa em razão da concessão da tutela; e, no quarto e último,
teremos a conclusão.

Dos pedidos:

Diante do exposto, requer-se:


a) a concessão da tutela provisória de urgência, uma vez que
estão presentes os requisitos do artigo 300 do CPC: probabilidade do
direito e perigo de dano, a fim de suspender a exigibilidade do crédito
tributário, nos preceitos do artigo 151, V, do CTN;
b) caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, pela
concessão da tutela provisória, seja dada ciência à parte contrária acerca
da realização do depósito judicial realizado em seu montante integral, a
fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos ditames do
artigo 151, II, do CTN e da Súmula nº 112 do STJ;
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação,
nos termos do artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para
comparecer à audiência de conciliação ou mediação a ser designada
por esse juízo; OU a citação do réu para que, caso queira, apresente
resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo
319, VII, do CPC, OU indicação do não cabimento de conciliação, nos
termos do artigo 334, § 4º, II, do CPC/2015 (realizar esse pedido de
acordo com a proposta);
d) seja julgada procedente a ação, para o fim de ...;
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos,
em especial a prova documental, nos termos do artigo 319, VI, do CPC;
f) a condenação do(s) réu(s) ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, conforme propõem os artigos 82
e 85 do CPC, em especial o artigo 85, § 3º, do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ ...
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº...

ESTRUTURA BÁSICA DE UMA PETIÇÃO INICIAL:

ENDEREÇAMENTO
QUALIFICAÇÃO DO AUTOR, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na
Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro
nos artigos ..., 300 e 319 do CPC, a presente

AÇÃO (...) COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face da ... (QUALIFICAÇÃO DO RÉU), pelos motivos de fato e de direito abaixo


aduzidos:
I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO
III) DO DIREITO
IV) DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
IV. 1) TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
IV. 2) DO DEPÓSITO
V) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a concessão da tutela provisória ...;
b) caso não seja este o entendimento de V. Exa., pela concessão da tutela
antecipada, seja dada ciência à parte contrária acerca da realização do depósito judicial
...;
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do
artigo 319, VII, do CPC ...
d) seja julgada procedente a ação, o pedido, para o fim de ...;
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do
artigo 319, VI, do CPC (especificar as provas);
f) a condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios, conforme artigo 85, § 3º, do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ ...

Nestes termos,
pede deferimento.

Local e data.
Advogado
OAB nº...

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO ou AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio


protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo
162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior
que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza
ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão
condenatória.

✓ Previsão Legal: arts. 165 a 169 do CTN.


✓ Cabimento: art. 165 e 166 do CTN.
Pagamento espontaneamente de tributo indevido ou pagamento a maior cabe
a restituição. Ex: pagamento de tributo inconstitucional, cabendo a restituição.

Pagamento Espontâneo (tributos sujeitos a lançamento por homologação):


Ainda assim, há direito de restituição em casos de pagamento indevido.

Exemplo: pagamento de tributo em que ocorreu a decadência do


crédito tributário. Fisco não constituiu o crédito dentro de 5 anos.
Decadência é hipótese de extinção do crédito tributário.
Pagamento de crédito prescrito também gera direito a restituição, pois
a prescrição também é causa de extinção do crédito tributário, gerando
direito a restituição do valor pago indevidamente.

Exemplo prático: em 2021, contribuinte recolheu IPI a menor. O fisco


tem 5 anos para constituir o valor remanescente, sob pena de
decadência. Porém, em 2021, o contribuinte declarou que deve o valor
remanescente e recolhe o valor que faltava.

A súmula 436 do STJ expõe que a declaração de devedor constitui o


crédito, desde que esteja no prazo para constituição, se passaram
mais de 5 anos, não há como ressurgir o crédito que já foi extinto. Essa
súmula se refere a obrigações tributarias acessórias, onde o
contribuinte declara ser devido um tributo, dispensando o fisco de
realizar a sua constituição, portanto. Logo, o tributo pago em 2021 foi
indevido, sendo possível a restituição.

O mesmo ocorre com o parcelamento de crédito que já sofreu


decadência. Por mais que confessou que devia, não há como assumir
algo que já foi extinto. Cabe também repetição do indébito.

Pagar um tributo extinto, é indevido, cabe restituição.

✓ Prazo: art. 168 do CTN.


✓ Juros e Correção Monetária: art. 167, parágrafo único do CTN.
✓ Legitimidade Ativa ad causam: art. 165 do CTN, apenas o Sujeito
Passivo: contribuinte de direito (aquele que pratica o fato gerador – art. 121, I do
CTN e responsável tributário, art. 121, II do CTN).
Contribuinte é quem realiza o fato gerador, possuindo ligação direta e imediata
com a situação que constitui o fato gerador. O responsável não realiza o fato gerador,
mas por possuir uma relação indireta com a situação que constitua o fato gerador, a lei
determina que pague o tributo.

Além da legitimidade, é necessário possuir o interesse de agir. Assim, é


possível que o responsável não tenha o interesse de agir, sendo impossibilitado de
propor ação de restituição.

Exemplo: O empregador retém IR dos salários, paga o IR por


determinação legal, sendo o responsável. O Empregado prática o fato
gerador, é o contribuinte do IR. Se o empregador for isento de IR,
quem deverá requerer é a restituição é o empregado, legitimado por
ser contribuinte de fato, e possui interesse em agir, pois foi quem
efetivamente pagou o tributo, sendo descontado do salário.

O empregador é responsável, sujeito passivo, mas não possui


interesse em agir, pois não poderá requerer a restituição de algo que
não é seu, esse valor não foi suportado por ele. Se assim fosse,
haveria enriquecimento ilícito, pois, o desconto foi feito do salário do
empregado.

O empregado possui legitimidade ativa, pois é sujeito passivo


(contribuinte) e possui interesse de agir, pois ele que suportou o
encargo financeiro do tributo.

Restituição de Tributo Indireto: art.166 CTN


Entre a ocorrência do fato gerador e o dever de pagar o tributo, existe a
intercalação de sujeitos. Há o repasse da obrigação tributária para o próximo sujeito da
cadeia. Ex: IPI, ICMS.

Para a banca, esse conceito é frágil, pois é possível que o tributo direto seja
repassado, assim como os tributos indiretos não serem repassados, por uma regra de
mercado. Ex: empresário com dificuldades financeiras, abaixa o preço de suas
mercadorias, ao não repassar para o consumidor o valor de IPI; O médico que ao prestar
serviços cobra um valor a mais para a emissão de recibo (por conta da declaração de
IR).

O STF entendeu que o ISS pode ser direto ou indireto, a depender da situação,
já que se relaciona a prestação de serviço. A FGV já admitiu o ISS como tributo indireto.

O CTN permitiu a restituição de tributos indiretos, desde que seja observado


uma das alternativas: i) provar que assumiu o referido encargo; ii) no caso de ter
transferido o encargo a terceiro, estar por este expressamente autorizado a receber:

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,


transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a
quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo
transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a
recebê-la.

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI.
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. DISTRIBUIDORAS DE BEBIDAS.
CONTRIBUINTES DE FATO. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM.
SUJEIÇÃO PASSIVA APENAS DOS FABRICANTES (CONTRIBUINTES
DE DIREITO). RELEVÂNCIA DA REPERCUSSÃO ECONÔMICA DO
TRIBUTO APENAS PARA FINS DE CONDICIONAMENTO DO EXERCÍCIO
DO DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE DE JURE À RESTITUIÇÃO
(ARTIGO 166, DO CTN). LITISPENDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO.
AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 E 356/STF. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. APLICAÇÃO.
1. O "contribuinte de fato" (in casu, distribuidora de bebida) não detém
legitimidade ativa ad causam para pleitear a restituição do indébito relativo
ao IPI incidente sobre os descontos incondicionais, recolhido pelo
"contribuinte de direito" (fabricante de bebida), por não integrar a relação
jurídica tributária pertinente.
2. O Código Tributário Nacional, na seção atinente ao pagamento indevido,
preceitua que: "Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente
de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162,
nos seguintes casos: (...)
3. Consequentemente, é certo que o recolhimento indevido de tributo implica
na obrigação do Fisco de devolução do indébito ao contribuinte detentor do
direito subjetivo de exigi-lo.
4. Em se tratando dos denominados "tributos indiretos" (aqueles que
comportam, por sua natureza, transferência do respectivo encargo
financeiro), a norma tributária (artigo 166, do CTN) impõe que a restituição
do indébito somente se faça ao contribuinte que comprovar haver arcado
com o referido encargo ou, caso contrário, que tenha sido autorizado
expressamente pelo terceiro a quem o ônus foi transferido.
5. A exegese do referido dispositivo indica que: "...o art. 166, do CTN,
embora contido no corpo de um típico veículo introdutório de norma
tributária, veicula, nesta parte, norma específica de direito privado, que
atribui ao terceiro o direito de retomar do contribuinte tributário, apenas nas
hipóteses em que a transferência for autorizada normativamente, as
parcelas correspondentes ao tributo indevidamente recolhido: trata-se de
norma privada autônoma, que não se confunde com a norma construída da
interpretação literal do art. 166, do CTN. É desnecessária qualquer
autorização do contribuinte de fato ao de direito, ou deste àquele. Por sua
própria conta, poderá o contribuinte de fato postular o indébito, desde que
já recuperado pelo contribuinte de direito junto ao Fisco. No entanto, note-
se que o contribuinte de fato não poderá acionar diretamente o Estado, por
não ter com este nenhuma relação jurídica. Em suma: o direito subjetivo à
repetição do indébito pertence exclusivamente ao denominado contribuinte
de direito. Porém, uma vez recuperado o indébito por este junto ao Fisco,
pode o contribuinte de fato, com base em norma de direito privado, pleitear
junto ao contribuinte tributário a restituição daqueles valores. A norma
veiculada pelo art. 166 não pode ser aplicada de maneira isolada, há de ser
confrontada com todas as regras do sistema, sobretudo com as veiculadas
pelos arts. 165, 121 e 123, do CTN. Em nenhuma delas está consignado
que o terceiro que arque com o encargo financeiro do tributo possa ser
contribuinte. Portanto, só o contribuinte tributário tem direito à repetição do
indébito. Ademais, restou consignado alhures que o fundamento último da
norma que estabelece o direito à repetição do indébito está na própria
Constituição, mormente no primado da estrita legalidade. Com efeito a
norma veiculada pelo art. 166 choca-se com a própria Constituição Federal,
colidindo frontalmente com o princípio da estrita legalidade, razão pela qual
há de ser considerada como regra não recepcionada pela ordem tributária
atual. E, mesmo perante a ordem jurídica anterior, era manifestamente
incompatível frente ao Sistema Constitucional Tributário então vigente."
(Marcelo Fortes de Cerqueira, in "Curso de Especialização em Direito
Tributário - Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros
Carvalho", Coordenação de Eurico Marcos Diniz de Santi, Ed. Forense, Rio
de Janeiro, 2007, págs. 390/393)
6. Deveras, o condicionamento do exercício do direito subjetivo do
contribuinte que pagou tributo indevido (contribuinte de direito) à
comprovação de que não procedera à repercussão econômica do tributo ou
à apresentação de autorização do "contribuinte de fato" (pessoa que sofreu
a incidência econômica do tributo), à luz do disposto no artigo 166, do CTN,
não possui o condão de transformar sujeito alheio à relação jurídica tributária
em parte legítima na ação de restituição de indébito.
7. À luz da própria interpretação histórica do artigo 166, do CTN, dessume-
se que somente o contribuinte de direito tem legitimidade para integrar o
polo ativo da ação judicial que objetiva a restituição do "tributo indireto"
indevidamente recolhido (Gilberto Ulhôa Canto, "Repetição de Indébito", in
Caderno de Pesquisas Tributárias, n° 8, p. 2-5, São Paulo, Resenha
Tributária, 1983; e Marcelo Fortes de Cerqueira, in "Curso de Especialização
em Direito Tributário - Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros
Carvalho", Coordenação de Eurico Marcos Diniz de Santi, Ed. Forense, Rio
de Janeiro, 2007, págs. 390/393).
8. É que, na hipótese em que a repercussão econômica decorre da natureza
da exação, "o terceiro que suporta com o ônus econômico do tributo não
participa da relação jurídica tributária, razão suficiente para que se verifique
a impossibilidade desse terceiro vir a integrar a relação consubstanciada na
prerrogativa da repetição do indébito, não tendo, portanto, legitimidade
processual" (Paulo de Barros Carvalho, in "Direito Tributário - Linguagem e
Método", 2ª ed., São Paulo, 2008, Ed. Noeses, pág. 583).
(…)
15. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo
543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 903.394/AL, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/03/2010, DJe 26/04/2010)

LC nº 87/96, art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito


à restituição do valor do imposto pago por força da substituição
tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se
realizar.

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM RECURSO


EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
"PARA FRENTE". ART. 10 DA LC 87/1996, C/C O ART. 150, § 7º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. VALOR DA OPERAÇÃO MENOR QUE O
PRESUMIDO. RESTITUIÇÃO. POSSIBILIDADE. TEMA 201/STF.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO
DO STF.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 593.849 RG/MS, em
repercussão geral (Tema 201/STF), firmou tese de que "é devida a
restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços - ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para a
frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida".
Agravo interno improvido.
(AgInt no RE no AgInt no RMS 30.103/GO, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/02/2018, DJe 28/02/2018)

Exceção: Consumidor final pode pedir a restituição do ICMS energia elétrica.


TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL.
CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA.
LEGITIMIDADE DO CONSUMIDOR DE FATO (CONTRIBUINTE FINAL)
PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÃO A FIM DE AFASTAR A INCIDÊNCIA
DO ICMS SOBRE A DEMANDA CONTRATADA E NÃO UTILIZADA.
REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ENTENDIMENTO FIRMADO
NO RESP 1.299.303/SC, REL. MIN. CESAR ASFOR ROCHA, DJE
14.8.2012, SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. NOVA ORIENTAÇÃO
DA PRIMEIRA SEÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL DO ESTADO DO
MARANHÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. A Primeira Seção desta Corte, no julgamento do Resp.1.299.303/SC,
representativo de controvérsia, realizado em 8.8.2012, da relatoria do ilustre
Ministro CESAR ASFOR ROCHA, firmou entendimento de que o
consumidor final tem legitimidade para o ajuizamento de ação a fim de
afastar a incidência do ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada
no tocante ao fornecimento de energia elétrica.
2. Agravo Regimental do Estado do Maranhão a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 253.309/MA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe 06/03/2018)

RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART.


543-C CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. CONCESSÃO DE SERVIÇO
PÚBLICO. ENERGIA ELÉTRICA. INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE A
DEMANDA "CONTRATADA E NÃO UTILIZADA". LEGITIMIDADE DO
CONSUMIDOR PARA PROPOR AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO
DE INDÉBITO.
Diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço
público e da peculiar relação envolvendo o Estado-concedente, a
concessionária e o consumidor, esse último tem legitimidade para propor
ação declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no
tocante ao fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a
demanda contratada e não utilizada.
Art. 9º, § 3º da Lei nº 8987/1995: Ressalvados os impostos sobre a renda, a
criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais,
após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto,
implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso"
Art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.987/1995, igualmente reproduzida, que garante
ao usuário do serviço público o direito de defender os seus interesses diante
do Estado-concedente e da concessionária, preservando os princípios da
ampla defesa e do acesso ao Poder Judiciário.
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR DE FATO.
LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. ICMS. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE
INDÉBITO. DEMANDA CONTRATADA DE ENERGIA ELÉTRICA. RESP
1.299.303/SC, PROCESSADO SOB O RITO ART. 543-C DO CPC.
AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp
1.299.303/SC, de relatoria do Min. CESAR ASFOR ROCHA, DJe 14/8/12,
processado sob o rito do art. 543-C, do CPC, assentou o entendimento de
que o consumidor detém legitimidade ativa para propor ação de repetição
de indébito quando se tratar de restituição de valores de ICMS incidente
sobre reserva de energia elétrica contratada e não utilizada.
2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 265.862/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 25/02/2013)

TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. DEMANDA CONTRATADA.


RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
CONCESSIONÁRIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
DEMONSTRAÇÃO. AUSÊNCIA.
1. Não se conhece de recurso especial por suposta violação do art. 535 do
Código de Processo quando não se verifica qualquer obscuridade, omissão
ou ausência de fundamentação no aresto atacado.
2. As concessionárias de energia elétrica não possuem legitimidade passiva
ad causam para as ações que tratam da cobrança de ICMS sobre demanda
contratada de energia elétrica, pois somente arrecadam e transferem os
valores referentes ao tributo para o Estado.
Precedentes.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1342572/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, julgado em 19/03/2013, DJe 25/03/2013)

TRIBUTÁRIO. ICMS. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. BASE


DE CÁLCULO.
TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (TUSD). INCLUSÃO.
1. O ICMS incide sobre todo o processo de fornecimento de energia elétrica,
tendo em vista a indissociabilidade das suas fases de geração,
transmissão e distribuição, sendo que o custo inerente a cada uma dessas
etapas - entre elas a referente à Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição
(TUSD) - compõe o preço final da operação e, consequentemente, a
base de cálculo do imposto, nos termos do art. 13, I, da Lei Complementar
n. 87/1996.
2. A peculiar realidade física do fornecimento de energia elétrica revela que
a geração, a transmissão e a distribuição formam o conjunto dos
elementos essenciais que compõem o aspecto material do fato gerador,
integrando o preço total da operação mercantil, não podendo qualquer um
deles ser decotado da sua base de cálculo, sendo certo que a etapa de
transmissão/distribuição não cuida de atividade meio, mas sim de
atividade inerente ao próprio fornecimento de energia elétrica, sendo dele
indissociável.
3. A abertura do mercado de energia elétrica, disciplinada pela Lei n.
9.074/1995 (que veio a segmentar o setor), não infirma a regra matriz de
incidência do tributo, nem tampouco repercute na sua base de cálculo, pois
o referido diploma legal, de cunho eminentemente administrativo e
concorrencial, apenas permite a atuação de mais de um agente econômico
numa determinada fase do processo de circulação da energia elétrica
(geração). A partir dessa norma, o que se tem, na realidade, é uma mera
divisão de tarefas - de geração, transmissão e distribuição - entre os agentes
econômicos responsáveis por cada uma dessas etapas, para a
concretização do negócio jurídico tributável pelo ICMS, qual seja, o
fornecimento de energia elétrica ao consumidor final.
4. Por outro lado, o mercado livre de energia elétrica está disponibilizado
apenas para os grandes consumidores, o que evidencia que a exclusão do
custo referente à transmissão/distribuição da base de cálculo do ICMS
representa uma vantagem econômica desarrazoada em relação às
empresas menores (consumidores cativos), que arcam com o tributo sobre
o "preço cheio" constante de sua conta de energia, subvertendo-se, assim,
os postulados da livre concorrência e da capacidade contributiva.
5. Recurso especial desprovido.
(REsp 1163020/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 21/03/2017, DJe 27/03/2017)

RECURSO FUNDADO NO CPC/2015. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL


CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. ICMS.
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. BASE DE CÁLCULO. TARIFA
DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (TUSD).
INCLUSÃO. TEMA AFETADO AO RITO DOS REPETITIVOS EM
PROCESSOS DIVERSOS (RESP 1.692.023/MT; RESP 1.699.851/TO E
ERESP 1.163.020/RS). EXEGESE DOS ARTS. 1.040 e 1.041 DO
CPC/2015.
DEVOLUÇÃO E SOBRESTAMENTO DO ESPECIAL NA CORTE DE
ORIGEM.
ACLARATÓRIOS ACOLHIDOS, COM EFEITOS INFRINGENTES.
1. No caso, quanto à matéria de fundo, qual seja, a inclusão ou não da Tarifa
de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica (TUST) e da Tarifa
de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica (TUSD) na base de
cálculo do ICMS, ressalta-se a recente afetação ao rito dos repetitivos, tendo
por representativos da controvérsia o REsp 1.692.023/MT; o REsp
1.699.851/TO e o EREsp 1.163.020/RS - Tema 986 dos Recursos
Repetitivos (Primeira Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 15/12/2017).
2. Em razão da afetação do tema em discussão ao rito dos recursos
especiais repetitivos, de rigor o retorno dos autos à origem, onde ficarão
sobrestados até a publicação dos acórdãos a serem proferidos no
julgamento dos noticiados recursos representativos da controvérsia.
3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para
determinar o cancelamento das decisões anteriores e a restituição dos autos
ao Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso.
(EDcl no AgInt no REsp 1623318/MT, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 20/02/2018)
➢ Legitimidade na substituição tributária para frente:

Primeiro ocorre o pagamento e depois ocorre o fato gerador.

Exemplo, cadeia da gasolina:


Refinaria > Distribuidora > Posto de Gasolina >
Consumidor Final

Para simplificar o processo de fiscalização e recolhimento, a refinaria recolherá


todo ICMS a ser devido na cadeia, como se o fato gerador já houvesse ocorrido. Como
não ocorreu o fato gerador, a base de cálculo será presumida pela autoridade.

Se houvesse o recolhimento do ICMS, mas ao chegar ao final da cadeia não


houver fato gerador, caberá restituição, conforme art. 165, CTN e art. 150, §7,
Constituição Federal.

No caso de ausência de venda ao consumidor final: A refinaria recolhe o tributo,


é sujeito passivo por realizar o fato gerador, mas não possui interesse em agir para
ingressar com pedido de restituição, pois repassou o valor do tributo, e não suportou
seu encargo. Assim, caberá ao posto de gasolina requerer a restituição, pois, apesar de
ser substituído na cadeia tributaria, ele realizou o fato gerador, sendo sujeito passivo, e
também possui interesse em agir, já que suportou o encargo financeiro do tributo.

Devemos analisar em que momento não ocorre o fato gerador, e que agente
da cadeia suportou o ônus do tributo, será ele o legitimado para requerer a restituição.

O mesmo ocorre se houver a venda a menor, caberá a restituição da diferença


recolhida.

PRAZO PARA RESTITUIR: art. 168, I do CTN.


Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o
decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do
crédito tributário;

LC nº 118/05 Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art.


168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário
Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo
sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento
antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei.

Art. 169 CTN. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão


administrativa que denegar a restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da
ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data
da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda
Pública interessada.

✓ Dos juros e Correção Monetária:


Tributos Estaduais/Distritais/Municipais:
Juros: a contar do trânsito em julgado, nos termos do art. 167, parágrafo
único, do CTN e Súmula nº 188 do STJ.
Correção Monetária: desde o pagamento indevido, Súmula nº 162 do STJ.
Lei nº 9.250/95, Art. 39 (…)
§ 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição
será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais,
acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento
indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou
restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo
efetuada. (Vide Lei nº 9.532, de 1997)

Modelo de Ação de Restituição (Ação de Repetição de Indébito


Tributário):
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL
FEDERAL DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
DO(E) ...
ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ...
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº ..., endereço eletrônico, com sede na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ...,
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ...,
CEP nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro nos artigos 319 do CPC e 165, I,
do CTN,
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO
em face da União/Estado/Município, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ
nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ...,
pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos:
I) DOS FATOS
Narrar os fatos de acordo com a proposta de peça da prova e finalizar com a
frase de fechamento.
“Assim, não restou outra alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional.”
II) DO CABIMENTO
III) DA TEMPESTIVIDADE
IV) DO DIREITO
V) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do
artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação
ou mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo,
apresentar resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 319, VII, do CPC
(realizar esse pedido de acordo com a proposta);
b) seja julgado procedente a ação/o pedido, a fim de condenar a Ré à restituição
das quantias pagas indevidamente;
c) seja calculada a restituição, juntamente com a correção monetária, nos
termos do artigo 167 do CTN e da Súmula nº 162 do STJ (se tributos municipais ou
estaduais) e com base no artigo 39, § 4°, da Lei nº 9.250/1995 (se tributos federais);

d) a condenação da Ré nas custas e honorários de sucumbência, de acordo com


os artigos 82 a 85 do CPC, em especial o artigo 85, § 3º, do CPC;
e) a produção de todas as provas em direito admitidas nos termos do artigo 319,
VI, do CPC, em especial a prova documental.
Dá-se à causa o valor de R$...
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº...

É possível pleitear a restituição na esfera administrativa ou na esfera judicial.


O prazo de 5 anos é o mesmo. Caso o contribuinte opte por requerer a restituição na
via administrativa, mas a decisão definitiva demore mais de 5 anos para ser proferida,
poderia o contribuinte levar o caso ao judiciário, mesmo que fora do prazo “original”?

Sim, tem até 2 anos para anular a decisão administrativa denegatória da


restituição. - Art. 169 CTN – AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA
QUE DENEGAR A RESTITUIÇÃO, com fulcro no art. 169 do CTN.

Assim, não seria uma ação de restituição, e sim uma ação anulatória de
decisão administrativa que denegar a restituição.
Modelo Ação Anulatória de decisão administrativa que denegou a
restituição- art. 169 CTN:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL FEDERAL
DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO(E) ...
ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA FAZENDA
PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


o nº..., com sede na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo
assinado (procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº..., Bairro ..., Cidade ..., CEP
nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro nos artigos 319 do CPC e art. 169 do
CTN,
AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA QUE DENEGOU A
RESTITUIÇÃO
em face da União/Estado/Município, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ
no ..., com sede na Rua ..., nº.., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ...,
pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos:
I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO
Nos termos do artigo 169 do CTN é cabível ação anulatória de decisão
administrativa que denega a restituição.
No presente caso o contribuinte requereu, primeiramente a restituição na
esfera administrativa, por te pago tributo indevidamente e segundo art. 165, I do CTN é
possível ao sujeito passivo requerer a restituição sempre que pagar o tributo
indevidamente ou a maior.
Ressalta-se, no entanto, que na esfera administrativa foi proferida decisão que
denegou a restituição, nesse caso, o contribuinte vem buscar a tutela jurisdicional, com
base no artigo 169 do CTN que deseja anular a decisão administrativa que denegou a
restituição, a fim de reaver os valores pagos indevidamente.
III) DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do artigo 169 do CTN, o sujeito passivo tem dois anos para anular
a decisão administrativa que denegou a restituição.
A presente é tempestiva.

IV) DO DIREITO
V) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do
artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação
ou mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo,
apresentar resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 319, VII, do CPC
(realizar esse pedido de acordo com a proposta);
b) seja julgado procedente a ação/o pedido a fim de condenar a Ré à anular a
decisão administrativa que denegou a restituição e consequentemente restituir as
quantias pagas indevidamente, conforme determina o art. 165 do CTN;
c) seja calculada a restituição, juntamente com a correção monetária, nos
termos do artigo 167 do CTN e da Súmula nº 162 do STJ (se tributos municipais ou
estaduais) e com base no artigo 39, §4°, da Lei nº 9.250/1995 (se tributos federais);
d) a condenação da Ré nas custas e honorários de sucumbência, de acordo
com os artigos 82 a 85 do CPC, em especial o artigo 85, § 3º do CPC;
e) a produção de todas as provas em direito admitidas nos termos do artigo
319, VI, do CPC, em especial a prova documental.

Dá-se à causa o valor de R$...

Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº...

✓ Decisões Importantes dos Tribunais Superiores


TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO
ESPECIAL.
ART. 535, II, DO CPC/1973. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. DENÚNCIA
ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO
CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO OU COMPENSAÇÃO. FACULDADE DO
CONTRIBUINTE QUANDO DO TRÂNSITO EM JULGADO.
(...)
3. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que, operado o
trânsito em julgado do acórdão que declarou o direito à repetição do indébito,
é facultado ao contribuinte manifestar a opção de receber o respectivo
crédito por meio de precatório regular ou compensação, eis que constituem,
ambas as modalidades, formas de execução do julgado colocadas à
disposição da parte quando procedente a ação.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1334112/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 21/03/2018, DJe 03/04/2018)

TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3/STJ. OFENSA AO
ARTIGO 1.022. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DO RECURSO ESPECIAL EM FACE DE
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA ANALISADA PERANTE O STF.
DESNECESSIDADE. CRÉDITOS DE ICMS. COMPENSAÇÃO COM
PRECATÓRIOS DO IPERGS. IMPOSSIBILIDADE.
PESSOAS JURÍDICAS DISTINTAS. AUSÊNCIA DE LEGISLAÇÃO
ESTADUAL ESPECÍFICA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Ausente qualquer dos vícios do art. 1.022 do CPC/15, impõe-se a rejeição
dos embargos de declaração.
2. "A jurisprudência desta Corte entende que o reconhecimento de
repercussão geral não enseja o sobrestamento de recurso especial em
trâmite perante o STJ, tendo em vista que não há decisão pelo Supremo
Tribunal Federal determinando a suspensão de todos os processos que
tratam do mesmo assunto". (AgRg no AREsp 675.318/SP, Rel. Ministra
Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 29/08/2017, DJe
04/09/2017) 3. A jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça já
se posicionou pela impossibilidade da compensação de créditos tributários
de ICMS com precatórios devidos por ente jurídico de natureza distinta, em
razão da ausência de legislação estadual autorizativa.
4. Não há falar em correspondência entre credor e devedor uma vez que os
titulares dos créditos em análise são pessoas jurídicas distintas. A
titularidade dos créditos tributários de ICMS é do Estado do Rio Grande do
Sul, e os créditos oriundos de precatório, de titularidade do IPERGS,
autarquia previdenciária, pessoa jurídica distinta com autonomia
administrativa e financeira.
5. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1194860/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 19/03/2018)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ART. 535, II, DO CPC/1973.


AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA COM PRECATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Inexiste contrariedade ao art. 535, II, do CPC/1973 quando o Tribunal de
origem decide fundamentadamente todas as questões postas ao seu
exame. Ademais, não se deve confundir decisão contrária aos interesses da
parte com ausência de prestação jurisdicional.
2. Esta Corte de justiça possui o entendimento firmado de que, inexistindo
específica lei autorizativa, o pedido de compensação de tributo com
precatório não suspende a exigibilidade do crédito tributário.
3. Recurso especial a que se nega provimento.
(REsp 1564011/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 03/04/2018, DJe 09/04/2018)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ART. 1.022 DO CPC/2015.
EXISTÊNCIA DE OMISSÃO.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA VIA ADMINISTRATIVA COM
SUPORTE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO ATO.
POSSIBILIDADE.
1. Os embargos declaratórios, nos termos do art. 1.022, e seus incisos, do
CPC/2015, são cabíveis quando houver: a) obscuridade; b) contradição; c)
omissão no julgado, incluindo-se nesta última as condutas descritas no art.
489, § 1º, que configurariam a carência de fundamentação válida; ou d) o
erro material. No caso dos autos, tais hipóteses não estão presentes. 2.
Assiste razão à recorrente no ponto em que sustenta ausência de
manifestação quanto à possibilidade de se realizar a compensação, na via
administrativa, com base na legislação atual.
3. Sobre o tema, tem-se que a "jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça consolidou o entendimento de que o pedido de compensação deve
ser apreciado à luz da legislação vigente à época do ajuizamento da ação,
sendo vedada a aplicação de diploma legal superveniente, ressalvando-se
o direito instituído pela nova legislação na hipótese de compensação pela
via administrativa" (AgInt no REsp 1342181/CE, Rel. Ministro Gurgel de
Faria, Primeira Turma, DJe 23/10/2017).
4. Embargos de declaração acolhidos com efeitos infringentes, mas apenas
para ressalvar o direito da contribuinte de proceder à compensação dos
créditos pela via administrativa, em conformidade com as normas
posteriores, desde que atendidos os requisitos próprios.
(EDcl no AgInt no REsp 1403271/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 19/03/2018)

✓ Compensação:
Na realidade a compensação, quando permitida por lei, é mais vantajosa ao
contribuinte, pois não há espera fila de precatório para restituição.

Quando requerer compensação e não restituição? Na prova, em regra o pedido


será de restituição, apenas será de compensação se houver expressamente indicado.

Compensação: art. 170 do CTN – mesmo credor e devedor, e lei autorizativa


da compensação.

A lei 9.430/97, art. 74, permitiu que fossem compensados tributos de espécies
distintas, desde que administrados pela secretaria da receita federal.

Em âmbito estadual ou municipal, deverá ser analisada a legislação local –


pode haver entrave de porcentagem, ou pode não autorizar.

Na prova, só iremos mencionar compensação de tributos estaduais e


municipais se houver menção de existir lei que autoriza a compensação. Caso contrário,
sem se deve optar pela restituição.

Em âmbito federal, como há autorização para compensar, devemos entrar com


pedido de compensação se a prova deixar claro que deseja compensação. De contrário,
a peça será de restituição.

É possível requerer compensação pela via administrativa (comunica a receita


pela DCTF e realiza a compensação pelo programa “PDCOMP”) ou judicial.

Se a administração não admite a compensação, e esgota a via administrativa


recursal, é possível levar a discussão ao judiciário (Art. 5, XXXV, Constituição Federal).
Conforme visto, a ação para discutir essa decisão administrativa irreformável é a ação
declaratória de existência de relação jurídica tributária de compensação.

AÇÃO DECLARATÓRIA
Art. 19 CPC. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação
jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

A ação declaratória é uma ação imprópria, de rito ordinário. Imprópria por estar
submetida ao regime jurídico geral de processo civil (art. 19 do CPC) e carecer de
disciplina legal própria de direito processual tributário. Será aforada sempre que o
contribuinte quiser ver reconhecida judicialmente a existência, o modo de ser ou a
inexistência de determinado vínculo obrigacional de caráter tributário, ou ainda para
obter a declaração sobre a autenticidade ou falsidade de um documento (art. 19, II, do
CPC), a fim de superar o estado de incerteza, de insegurança.
Se no caso não houver nada a ser cobrado, pois a norma é completamente
equivocada, o pedido é de inexistência da relação jurídica tributária. Se houver
obrigação de pagar tributo, mas não da forma que a lei determina, é declaração do modo
de ser da obrigação jurídico-tributária.

Modelo de Ação Declaratória:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL FEDERAL
DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO(E) ...

NOME DA PESSOA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do RG


nº ..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico, residente e domiciliado na
Rua..., nº ..., Cidade, Estado, CEP nº ..., vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com
escritório na Rua ..., nº ..., Bairro, Cidade, CEP nº ..., onde recebe intimações, propor,
com fulcro nos artigos19, 300 e 319 do CPC, a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-
TRIBUTÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
em face da União/Fazenda Pública Nacional ou Estado/Fazenda Pública Estadual ou
Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital ou Município/Fazenda Pública Municipal,
pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede na Rua ..., nº
..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., pelos motivos de
fato e de direito abaixo aduzidos:
I) Dos Fatos
II) Do Cabimento
III) Do Direito
Demonstrar ao examinador que você sabe fazer a “subsunção do fato à norma”.
Para tanto, desenvolver três parágrafos.
IV) Da Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário
IV. 1) Da Tutela Provisória de Urgência
A probabilidade de direito (fumus boni iuris) existe, segundo visto acima, uma
vez que .... (seguir de acordo com a proposta de peça).
O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo se justifica em razão
das consequências fiscais que o contribuinte pode vir a sofrer.
Não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão que conceder a tutela
provisória.
Assim, presentes os requisitos do artigo 300 do CPC, quais sejam:
probabilidade do direito, perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo e
inexistência de perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão o autor faz jus à
concessão da tutela provisória de urgência a fim de suspender a exigibilidade do crédito
tributário, nos termos do art. 151, V do CTN.
IV.2) Do depósito
Caso não seja este o parecer de Vossa Excelência, pela concessão da tutela
antecipada, informa o autor que realizará o depósito integral, nos termos da Súmula nº
112, do STJ, a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, à luz do artigo 151,
II, do CTN.
V) Dos Pedidos
Diante do exposto, requer-se:
a) A concessão da tutela provisória de urgência, uma vez que presentes os
requisitos do artigo 300 do CPC: quais sejam: probabilidade do direito, perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo e inexistência de perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão, para o fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos
termos do artigo 151, V, do CTN;
b) caso não seja este o entendimento de V. Exa., pela concessão da tutela
antecipada, que seja dada ciência à parte contrária acerca da realização do depósito
judicial, realizado em seu montante integral, a fim de suspender a exigibilidade do
crédito tributário, nos termos do artigo 151, II, do CTN e Súmula nº 112 do STJ;
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do
art. 319, VII, do CPC e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou
mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo,
apresente resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na
designação de audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII, do
CPC; (realizar esse pedido de acordo com a proposta);
d) que seja julgada procedente a ação, o pedido, para o fim de declarar a
existência/inexistência/modo de ser da relação jurídico-tributária... (adequar de acordo
com a proposta de peça);
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidas;
f) a condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios, conforme artigos 82 a 85 do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ ...

Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº ...

AÇÃO DECLARATÓRIA COM RESTITUIÇÃO:


O artigo 327 do CPC permite cumular pedidos em uma única demanda, ainda
que não haja conexão entre eles, mas desde que sejam atendidos os requisitos
previstos nesse dispositivo:
i) compatibilidade entre os pedidos;
ii) competência para conhecer deles o mesmo juízo;
iii) que o tipo de procedimento seja adequado a todos eles.
Com base no artigo 327, §2º do CPC, quando para cada pedido corresponder
tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento
comum.
Assim, sempre que o contribuinte pagar um tributo indevido ou a maior e não
quiser mais continuar com seu pagamento por considerá-lo inadequado, a fim de evitar
cobranças indevidas, poderá pleitear em uma única demanda a declaração de
inexistência (ou do modo de ser) da relação jurídica com a devida restituição do que já
foi pago.
A cumulação da ação declaratória com restituição (ou repetição de indébito,
como alguns preferem denominar a ação de restituição) é possível em razão do artigo
327 do CPC e do artigo 20 deste mesmo Diploma Legal.

✓ Suspensão da exigibilidade do crédito tributário na ação declaratória.


Como a ação declaratória é proposta antes do lançamento, é possível que
durante o seu andamento o fisco constitua o crédito tributário e busque cobra-lo. Por
isso, ao ajuizar a ação declaratória, é necessário requerer a suspensão de exigibilidade
do crédito tributário através do pedido de tutela cautelar ou por meio do depósito judicial.

Apesar de ainda não ter sido constituído o crédito tributário, sem saber qual
será o valor dele, para fim de deposito, o contribuinte verificará o valor do tributo, assim
como faz nos tributos sujeitos a lançamento por homologação. O crédito tributário será
constituído, sendo suspensa a exigibilidade, assim, o fisco não poderá cobrar aquele
tributo.

Caso concedida a tutela provisória, e, posteriormente, a decisão definitiva


denegar o pedido da ação, o contribuinte terá que arcar com todo o tributo suspenso,
somado aos juros recompensatórios.

Com o deposito judicial, os juros correrão por conta da instituição bancaria, e


assim, ao final da demanda, se houver improcedência do pedido, o cliente não arcará
com juros. Para o contribuinte será como se pagasse o tributo mês a mês, realizando o
recolhimento para o deposito. Essa é a vantagem do depósito judicial.

Entretanto, a tutela possui uma vantagem. É que, havendo tutela de suspensão


de exigibilidade, o fisco segue obrigado a realizar o lançamento tributário, devendo
constituir o crédito tributário. Se não realizar o lançamento, o tributo poderá sofrer
decadência. Assim, o contribuinte não terá que pagar nada, nem o tributo nem os juros,
pois o crédito tributário foi extinto pela decadência.

Isso não ocorre com o depósito judicial, pois se realizado o depósito, o Fisco
não precisará se preocupar em realizar o lançamento tributário, pois de acordo com o
posicionamento do STJ, o contribuinte, ao realizar o depósito, apura o montante devido
e o vincula ao resultado da demanda, sendo dispensável o ato formal de lançamento
por parte do Fisco, não se operando a decadência.

Haverá a decadência se o contribuinte realizar o deposito de um valor, mas o


fisco entender futuramente que o valor devido seria maior, assim, como não constitui o
valor a maior, terá sofrido decadência a diferença. PARA A PROVA, sempre é melhor
requerer a tutela provisória.

AÇÃO ANULATÓRIA

É uma ação de conhecimento de rito comum, prevista no artigo 38 da Lei no


6.830/80, movida com o propósito de se obter uma tutela jurisdicional que implique o
desfazimento de um ato administrativo que resulte em cobrança tributária eivado de
ilegalidade ou inconstitucionalidade. Também pode ser utilizada para anular ato de
aplicação de penalidades, como auto de infração ou apreensão de mercadorias.
Para o cabimento desta medida, deve-se partir do pressuposto da existência de
ato administrativo de cobrança, como lançamento tributário, autuação, notificação, CDA,
guias de pagamento, carnê de imposto, decisão administrativa ou mesmo apreensão de
mercadorias.
A ação anulatória poderá ser ajuizada inclusive se a Fazenda já tiver proposto a
execução fiscal para cobrar o crédito tributário, segundo posicionamento do STJ. Confira:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.
POSTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO ANULATÓRIA DO LANÇAMENTO.
POSSIBILIDADE.
1. O atual entendimento do STJ é de que o ajuizamento de Execução Fiscal
não obsta que o devedor exerça o direito constitucional de ação para ver
declarada a nulidade do título ou a inexistência da obrigação. Precedentes:
AgRg no REsp no 822.491/RR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, DJe de 13/03/2009; REsp no 786.721/RJ, Rel. Ministro Teori Albino
Zavascki, Primeira Turma, DJ de 09/10/2006.
2. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no AREsp nº 836.928/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, julgado em 19/04/2016, DJe de 27/05/2016).

O Superior Tribunal de Justiça tem admitido a propositura da ação anulatória


frente a existência de uma execução fiscal, ao considerar que muitas vezes o contribuinte
não pode se valer dos meios de defesa próprios da execução fiscal, que seriam a
propositura de embargos à execução e a exceção de pré-executividade.
Não é condição de admissibilidade da anulatória a realização de depósito da
quantia exigida pelo Fisco. Nesse prisma, mencionamos a Súmula Vinculante no 28 do
STF:
Súmula Vinculante nº 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário.
Ocorre que, muitas vezes, o contribuinte realiza o depósito do montante integral
para conseguir suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151,
II, do CTN.
Nos casos de ação anulatória antes do ajuizamento de execução fiscal, é
necessário buscar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, para que não seja
ajuizada a execução fiscal.

Modelo de Ação Anulatória:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL


FEDERAL DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
DO(E) ...
ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ...

NOME DA PESSOA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do RG nº


..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., Cidade ...,
Estado ..., CEP ..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de
seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº..., bairro
..., Cidade ..., CEP ..., onde recebe intimações, propor com fulcro no artigo 38 da Lei nº
6.830/80, Súmula Vinculante nº 28, artigos 300 e 319 do CPC a presente
AÇÃO ANULATÓRIA COM TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
em face da União/Fazenda Pública Federal ou Estado/Fazenda Pública Estadual ou
Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital ou Município/Fazenda Pública Municipal,
pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ nº ..., com sede na Rua ..., nº..., Bairro,
Cidade, CEP, endereço eletrônico ..., pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos:
I) Dos Fatos
II) Do Cabimento
III) Do Direito
IV) Da Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário
IV.1) Da Tutela Provisória de Urgência
IV.2) Do Depósito
V) Dos Pedidos
Diante do exposto, requer-se:
a) A concessão da tutela provisória de urgência (...);
b) Caso não seja este o posicionamento de V. Exa., pela concessão da tutela
antecipada, requer-se que seja dada ciência à parte contrária acerca da realização do
depósito judicial (...);
c) Que seja julgado procedente o pedido, para o fim de anular ... (lançamento,
ato administrativo eivado de ilegalidade ou inconstitucionalidade, de acordo com a
proposta de peça);
d) A designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do art.
319, VII, do CPC e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou
mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para, querendo, apresente
resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na designação de
audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC; (realizar esse
pedido de acordo com a proposta);
f) Produção de todos os meios de prova em direito admitidas nos termos do art.
319, VI do CPC (indicação das provas a serem produzidas);
g) Condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios, de acordo com o estabelecido nos artigos 82 a 85 do CPC,
em especial, art. 85, § 3º, do CPC

Dá-se à causa o valor de R$ ...

Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº ...

MANDADO DE SEGURANÇA

Lei nº 12.016-2009 e Art. 5º, LXIX, LXX da CF.


O mandado de segurança individual é uma ação constitucional posta à
disposição do contribuinte contra ilegalidade ou abuso de poder praticado por
autoridade administrativa fiscal competente.
Tem por finalidade proteger direito líquido e certo do contribuinte para que o
juiz conceda uma ordem contra a autoridade coatora, para que esta pratique, ou deixe
de praticar, determinado ato em razão da ocorrência da ilegalidade ou abuso do poder.

Trata-se de verdadeiro instrumento de proteção dos direitos e garantias


fundamentais do contribuinte contra o poder estatal, sendo cabível contra os atos
discricionários e os atos vinculados da Administração Pública Federal, estadual, distrital
e municipal.

Lei 12.016/2009, Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para


proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça.

Art.5 da CF (...) XIX - conceder-se-á mandado de segurança para


proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;

O Mandado de segurança é uma ação constitucional mandamental que tem por


objeto a proteção de direito líquido e certo, sempre que houver lesão ou ameaça de
lesão por ação ou omissão de autoridade pública.

Direito líquido e certo:


Quando não há dúvidas, nem controvérsia, quanto à ocorrência do fato do qual
decorre, podendo, naturalmente, haver controvérsia quanto às normas
correspondentes, sua interpretação, aplicação.

Súmula nº 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede


concessão de mandado de segurança.

Todo direito subjetivo decorre da incidência de uma norma sobre o fato. O que
deve ser incontroverso é o fato, sobre o qual a norma incide. A interpretação da norma
pode ser polêmica, complicada que nada interfirará na liquidez e certeza do direito
subjetivo.

✓ Espécies de Mandado de Segurança


Há duas espécies de mandado de segurança: o preventivo e o repressivo.

Mandado de Segurança Repressivo:


Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato impugnado.
Súmula 632 STF: É CONSTITUCIONAL LEI QUE FIXA O PRAZO DE
DECADÊNCIA PARA A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA.
Mandado de Segurança x Anulatória:
Na prática, podemos afirmar que toda vez que pensamos em mandado de
segurança repressivo para resolver o problema, é porque também poderíamos nos valer
da ação anulatória, porém a recíproca não é verdadeira, pois nem sempre que podemos
ingressar com anulatória podemos pensar no mandado de segurança repressivo.

Só podemos pensar em mandado de segurança repressivo se entre a ciência


do ato coator e o momento para impetração da medida não se passaram ainda 120 dias.
Assim, se já se passou mais de 120 dias da ciência do ato coator (geralmente ocorre a
ciência com a notificação do lançamento tributário) poderemos optar pela anulatória e
não mais pelo Mandado de Segurança.

Além disso, o mandado de segurança é sem dilação probatória, logo se houver


necessidade de produzir provas no curso da demanda, devemos optar pela anulatória
e não pelo mandado de segurança.

Na prova da OAB devemos tomar muito cuidado, pois se o examinador deixar


claro que quer corrigir um mandado de segurança, não adianta alegar que na prática
também caberia anulatória. Faz parte da avaliação a interpretação correta do
enunciado. O examinador, poderá deixar muito claro que quer mandado de segurança
e não anulatória, ao dizer, por exemplo, ingresse com a medida menos custosa, isso
porque o mandado de segurança não tem condenação em honorários de sucumbência.

Mandado de Segurança Preventivo:


O mandado de segurança preventivo tem por finalidade pôr fim à iminência de
constrangimento ilegal a direito líquido e certo. Há necessidade de demonstração de
atos ou situações que configurem ameaça ou risco de lesão ao direito subjetivo.

O mandado de segurança não pode se voltar contra lei em tese, mas sim contra
procedimento que fundamentadamente se receie venha a autoridade a assumir, em
razão de sua atividade plenamente vinculada à lei.

Súmula 266 do STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
É possível a impetração do mandado de segurança quando se cria uma lei
inconstitucional, pois não será o mandado de segurança contra a lei em tese, mas sim
em face do ato a ser praticado pela autoridade administrativa que presta atividade
plenamente vinculada à lei.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA


PREVENTIVO. (...)
2. A jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de que cabe Mandado de
Segurança preventivo em matéria tributária, se houver justo receio de o
Fisco exigir o tributo impugnado, o que se verifica, in casu.
(...)
(AgRg no AREsp 450.369/MA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 19/03/2014)

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ISS. ALÍQUOTA FIXA. MANDADO DE


SEGURANÇA PREVENTIVO. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA
7/STJ.
1. Nos termos da jurisprudência do STJ, "não se pode confundir mandado
de segurança preventivo com mandado de segurança impetrado contra lei
em tese [...] Isto porque a natureza preventiva do mandamus decorre da
constatação da incidência da norma jurídica, uma vez ocorrente seu
suporte fático, sendo o direito ameaçado por ato coator iminente [...] Por
seu turno, no writ dirigido contra lei em tese, a situação de fato, que enseja
a incidência da norma jurídica, ainda não restou configurada" (REsp
860.538/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18/9/2008,
DJe 16/10/2008).
2. No caso, o Tribunal Estadual atestou o caráter preventivo da impetração,
ante a iminência de ato coator, em razão "da inovação legislativa que
alterou o Direito Tributário Municipal".
3. A alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem de que a
impetrante apresenta natureza de organização individual, permitindo o
recolhimento do ISS sobre alíquota fixa, tal como colocada a questão nas
razões recursais, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo
fático-probatório constante dos autos, providência vedada em recurso
especial, conforme o óbice previsto na Súmula 7/STJ.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 543.226/PE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 10/12/2015)

No mandado de segurança preventivo não se fala no prazo do art. 23 da Lei n


12.016/09, de 120 dias:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ITBI. LANÇAMENTO. MANDADO


DE SEGURANÇA PREVENTIVO. PRAZO DE 120 DIAS PARA
IMPETRAÇÃO.
INAPLICABILIDADE.
1. Cuida-se, na origem, de Mandado de Segurança impetrado a fim de evitar
lançamento tributário relativo a ITBI.
2. Conforme a orientação do STJ, em se tratando de impetração preventiva,
é inaplicável o prazo decadencial de 120 dias previsto no art. 23 da Lei
12.016/2009.
3. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no AREsp 707.457/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2015, DJe 08/09/2015)

Exemplos de cabimento do MS em matéria tributária:

1) Impugnar lançamento tributário;


2) Afastar óbices indevidamente oferecidos à efetivação de uma compensação
(Súmula 213 STJ);
3) Afastar ato de cancelamento ou suspensão de isenção tributária;
4) Coibir ato ilegal e abusivo de negar o fornecimento de certidões negativas
de débito, ou certidões positivas com efeito de negativa.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE.
SUPOSTA OFENSA AO ARTIGO 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO
NO ACÓRDÃO RECORRIDO. ICMS.
MANDADO DE SEGURANÇA. IMPUGNAÇÃO DO AUTO DE
INFRAÇÃO. CARÁTER REPRESSIVO. DECADÊNCIA CONFIGURADA.
1. É vedado, em sede de agravo regimental, ampliar-se o objeto do recurso
especial, aduzindo-se questões novas, não suscitadas no momento
oportuno, em virtude da ocorrência da preclusão consumativa.
2. Inexiste no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não
fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC.
3. É firme o entendimento desta Corte, no sentido de que não é preventivo,
mas repressivo, o mandamus que apresenta, como causa de pedir, fatos
relacionados ao lançamento/auto de infração, e o pedido veiculado é de
anulação do crédito constituído.
4. Em se tratando de mandado de segurança contra ato praticado em
processo administrativo fiscal, como na presente hipótese, a impetração não
será cabível se transcorrido o prazo de 120 dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato impugnado, assim como não será cabível a impetração
que discute os elementos materiais que respaldaram o lançamento tributário
correspondente.
5. Agravo regimental parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.
(AgRg no REsp 1397248/BA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/12/2015, DJe 09/12/2015)

Vantagens do Mandado de Segurança:


1) Ação mais célere e mais simples (Não Há dilação Probatória);
2) Não há condenação em honorários de sucumbência;
3) Ação mais célere e mais simples (Não Há dilação Probatória);
4) Não há condenação em honorários de sucumbência.
✓ Da Liminar em Mandado de Segurança
No mandado de segurança para suspendermos a exigibilidade do crédito
tributário, devemos demonstrar os requisitos para a concessão de liminar, quais sejam:
fumaça do bom direito/fundamento relevante e perigo na demora, conforme previsto no
art. 7º, III da Lei nº 12.016/09.
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia
da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o
ressarcimento à pessoa jurídica.

O art. 151, IV do CTN determina que a concessão de liminar no mandado de


segurança irá suspender a exigibilidade do crédito tributário.

✓ Da não concessão da medida liminar no Mandado de Segurança

Lei nº 12.016/09 - Art. 7º (...)

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a


compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
(...)
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares
previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se
referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil.

E ainda com o Novo CPC, tais proibições permanecem:

CPC - Art. 1059 À tutela provisória requerida contra a fazenda pública


aplica-se o disposto nos arts. 1º a 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho
de 1992, e no art. 7º , § 2º da Lei nº 12.016/09, de 7 de agosto de
2009.

Decisões sobre a questão da concessão de liminar:

PROCESSUAL CIVIL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO


INOMINADO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMUNIDADE. ARTIGO
150, VI, C. EQUIPAMENTOS DE USO MÉDICO-HOSPITALAR. SAÚDE E
ASSISTÊNCIA SOCIAL.
EXIGÊNCIA DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E IMPOSTO
SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. DESPACHO
ADUANEIRO. LIMINAR. ARTIGO 7°, § 2°, DA LEI 12.016/09. ARTIGO 557,
CPC. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
1. Cabível o julgamento monocrático terminativo quando a decisão agravada
revelar-se manifestamente contrária ao texto legal, tendo o condão de
produzir dano irreparável, ao deixar de apreciar o "mérito" da controvérsia
de estatura constitucional, reiteradamente abordado em precedentes da
Suprema Corte.
2. A regra prevista no artigo 7°, §2°, da Lei 12.016/09, que veda a concessão
de medida liminar para o desembaraço de mercadorias provenientes
do exterior, deve ser aplicada com a análise caso a caso. A literalidade do
preceito não alcança a integralidade das hipóteses possíveis de ocorrência
e sujeitas à apreciação judicial.
A liminar ou antecipação de tutela, cujo efeito possa exaurir o objeto da
própria ação, dotada de irreversibilidade sob o prisma jurídico ou material,
deve ser, ordinariamente, negada. Mas sequer em tal situação é possível
acolher, de forma absoluta, a regra, a salvo de toda e qualquer exceção.
Assim é por conta da inserção sistemática de cada norma no contexto do
processo e da jurisdição, sujeito a princípios e vetores, sobretudo
axiológicos. Mesmo as hipóteses vedadas, lado a lado, no preceito
impugnado, não têm conteúdo e valor equivalente.
A compensação fiscal, o desembaraço e a reclassificação, equiparação ou
concessão de aumento ou extensão de vantagens ou pagamento a servidor
público, revelam, em si, situações jurídicas de alcance e conteúdo distinto,
a demonstrar que ao juiz, afinal, incumbe aplicar a regra geral de que
a liminar ou a antecipação de tutela deve ser negada em tais casos, mas
não sempre e sem qualquer análise do caso concreto.
3. A ponderação de valores prefixada pelo legislador atinge o comum das
situações jurídicas, não a absoluta integralidade do possível de ocorrer
diante da dinâmica própria da vida social, por isto que a jurisprudência,
mesmo diante de vedação equivalente, no sistema legal revogado, permitia,
sim, a delimitação de hipóteses permissivas da tutela de urgência, o que se
afigura correto não apenas à luz dos princípios da efetividade da jurisdição,
como sobretudo da celeridade e eficiência.
Não cabe, pois, invocar a regra genérica como solução para toda e qualquer
situação, pois tal aplicação, assim reducionista, é incompatível com os
princípios do devido processo legal, razoabilidade e proporcionalidade,
assim exigindo, pois, que, caso a caso, sejam analisados os fatos a fim de
excluir da regra proibitiva geral as situações, por exemplo, de patente
ilegalidade com risco ou lesão qualificada a direito líquido e certo.
4. Caso em que, fundada exclusivamente na vedação genérica à concessão
de liminar, a decisão proferida no Juízo agravado deixou de apreciar as
circunstâncias do caso concreto e, assim, de emitir valoração jurídica sobre
a controvérsia em si,
apesar da invocação de matéria constitucional de relevância e da
demonstração de risco de dano irreparável ou de difícil e incerta reparação.
5. Agravo inominado desprovido.
(AI – 406833, Des. Carlos Muta, TRF 3, DJ 21/01/2011)

✓ Efeitos da Liminar

Súmula 405 STF: Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no


julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo
os efeitos da decisão contrária.
Em relação aos tributos federais, a lei 9430/96, no art. 63, § 2º concede o prazo
de 30 dias a partir da denegação da segurança para que o contribuinte efetue
o recolhimento do tributo, sem multa.

✓ Do não cabimento do mandado de segurança

Lei nº 12.016/09:

Art. 1º § 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de


gestão comercial praticados pelos administradores de empresas
públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de
serviço público.

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.

Súmula 429 do STF: A existência de Recurso Administrativo com efeito


suspensivo não impede o uso de mandado de segurança contra omissão da
autoridade.

✓ Autoridades Coatoras:
a) Autoridade coatora Municipal:

Secretário do Departamento de Finanças e Rendas imobiliárias (para


ITBI/IPTU) ou mobiliárias (para ISS/Taxas).

b) Autoridade coatora Estadual:

Delegado da Delegacia da Receita Estadual ou Chefe de Arrecadação da


Delegacia da Receita Estadual

c) Autoridade coatora Federal:

Delegado da Delegacia da Receita Federal ou Chefe de Arrecadação da


Delegacia da Receita Federal;

Imposto Aduaneiro: Inspetor da Receita Federal do Brasil.

(...) que integra o quadro de servidores ..., pessoa jurídica de direito público,
inscrito no CNPJ n.º ..., com sede na Rua ..., nº..., Bairro, Cidade, CEP, pelos motivos
de fato e de direito abaixo aduzidos:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. ICMS. VENDAS PELA
INTERNET. ILEGITIMIDADE DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA
FAZENDA PARA FIGURAR, NO POLO PASSIVO, COMO AUTORIDADE
IMPETRADA. DECISÃO AGRAVADA QUE CONHECEU DO AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL E DEU PROVIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL, POR ESTAR O ACÓRDÃO RECORRIDO EM MANIFESTA
DIVERGÊNCIA COM A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO STJ.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
I. No tocante à questão federal em torno da ilegitimidade do Secretário
de Estado da Fazenda para figurar, como autoridade coatora, no polo
passivo do Mandado de Segurança, o Recurso Especial foi conhecido, pela
alínea a do inciso III do art. 105 da Constituição Federal, visto que
preenchidos os requisitos de admissibilidade recursal, inclusive o
prequestionamento da tese suscitada, pela impetrante, sob a alegação de
contrariedade ao art.
6º, § 3º, da Lei 12.016/2009.
II. No que diz respeito à questão processual referente à legitimidade
passiva ad causam, o Recurso Especial foi provido, por estar o acórdão
recorrido em divergência com a orientação jurisprudencial das Turmas que
compõem a Primeira Seção do STJ, as quais, nos julgados a seguir
relacionados, também conheceram e deram provimento a recursos
especiais, em casos similares: REsp 196.021/MT, Rel. Ministro GARCIA
VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, DJU de 10/05/1999; AgRg no REsp
1.027.909/GO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
DJe de 27/05/2010.
III. Com efeito, "o Secretário da Fazenda Estadual apenas edita
comandos gerais para a fiel execução da lei, não agindo diretamente na
execução da lavratura de auto de infração tributária, cabendo ao Delegado
Regional Tributário a tarefa de executar os comandos gerais editados na
Instrução Normativa estadual, razão pela qual a autoridade competente
para responder ao mandamus é o Delegado Regional Tributário e não
o Secretário da Fazenda" (STJ, AgRg no REsp 1.027.909/GO, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 27/05/2010).
IV. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no AgRg no AREsp 742.631/SE, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2016, DJe
29/03/2016)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS.
IMPORTAÇÃO. OPERAÇÃO REALIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA EC.
33/2001. EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS.
INCIDÊNCIA DO TRIBUTO DEFINIDA PELO ACÓRDÃO COM BASE NA
INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL, CONSTITUCIONAL E
INFRACONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC.
INOCORRÊNCIA.
1. Na hipótese em foco, o acórdão do TJRS reconheceu, por maioria, que,
após a EC 33/2001, o ICMS é devido na entrada do bem importado do
exterior, ainda que a pessoa física ou jurídica não seja contribuinte do
tributo, conforme interpretação temporal da EC 33/2001, da Lei Estadual
8.820/89, do art. 114, do CTN e do art. 60, § 4.º, da Constituição Federal.
2. Inexiste violação do art. 535, II, do CPC quando o acórdão questionado
apresenta, de forma inequívoca, fundamentação sobre as questões
necessárias ao deslinde da controvérsia.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1082814/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/10/2012, DJe 08/10/2012)

Modelo de Mandado de Segurança:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA FAZENDA


PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ...

NOME DA PESSOA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do RG nº


..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua ...,
nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração
anexa), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro... Cidade ..., CEP nº ..., onde recebe
intimações, impetrar, com fulcro no artigo 5º, LXIX, LXX, da CF e no artigo 1º da Lei nº
12.016/2009, o presente
MANDADO DE SEGURANÇA (especificar se é repressivo ou preventivo,
se não souber, deixar apenas da forma genérica) COM PEDIDO DE LIMINAR

contra ato do Secretário do Departamento de Finanças e Rendas Imobiliárias (para


ITBI/IPTU) ou Mobiliárias (para ISS)/Delegado da Delegacia da Receita Estadual ou
Chefe de Arrecadação da Delegacia da Receita Estadual/Delegado da Delegacia da
Receita Federal ou Chefe de Arrecadação da Delegacia da Receita Federal, que integra
o quadro de servidores da União/Estado/Distrito Federal/Município, pessoa jurídica de
direito público, inscrita no CNPJ nº ..., com sede na Rua ..., no ..., Bairro ..., Cidade ...,
CEP nº ..., endereço eletrônico ..., pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos:

I) DOS FATOS

II) DO CABIMENTO
III) DA TEMPESTIVIDADE
IV) DO DIREITO
V) DA LIMINAR
O fumus boni iuris, fundamento relevante do direito, está presente, conforme
visto anteriormente (descrever o fundamento legal que garante o direito do impetrante de
forma resumida).
O periculum in mora se justifica em razão das consequências fiscais que o
impetrante pode vir a sofrer (essa é a forma genérica, mas devemos sempre estar atentos
ao caso concreto da prova para demonstrá-lo nesse tópico).
Presentes os requisitos para concessão da liminar, nos termos do artigo 7º, III,
da Lei nº 12.016/2009: fumus boni iuris e periculum in mora, a impetrante faz jus à liminar,
a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário, consoante preceitua o artigo 151,
IV, do CTN.
Caso seja o entendimento de Vossa Excelência pela realização de depósito,
fiança ou apresentação de caução, de acordo com a parte final do artigo 7º, III, da Lei nº
12.016/2009, informa a impetrante que irá realizar a fim de obter a requerida liminar.
VI) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:

a) Concessão da liminar, uma vez que presentes os requisitos do art. 7º, III da
Lei 12.016/09, a fim de ..., bem como suspender a exigibilidade do crédito tributário,
nos termos do art. 151, IV, do CTN;
b) Notificação da autoridade coatora para apresentar suas informações na
forma do art. 7º, I da Lei 12016/09, informa-se, ainda, que opta pela não realização da
audiência de conciliação ou mediação;
c) dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito, na forma do art. 7º, II da lei 12016/09;
d) intimação do órgão do Ministério Público competente, nos termos do art. 12
da Lei nº 12.016/2009;
e) seja julgada procedente a ação para conceder a segurança ao efeito de
(...);
f) condenação do réu ao pagamento de custas.

Dá-se à presente causa, o valor de R$ ...

Termos em que,
pede deferimento.
Local e Data.
Advogado
OAB nº...

✓ MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO


Previsto no art. 5, LXX Constituição Federal.

Provoca resultado para toda a coletividade que a entidade impetrante


representa.

Deve ser acrescentado no cabimento da peça a legitimidade ativa ad causam.

Se entidade tiver como objetivo a proteção de um direito próprio, não será


mandado de segurança coletivo. Mas, se o direito for beneficiar todos os seus
participantes, será um mandado de segurança coletivo.

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Previsão legal: art. 164 CTN.

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada


judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento
de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação
acessória;

Ex: Recusa de recebimento - hipótese de denuncia espontânea, sem incidência


da multa tributária. Ocorre que a autoridade administrativa não recebe o pagamento
sem a multa. É possível ingressa ação de restituição, ou então entrar com consignação
em pagamento pelo valor que entende ser devido (principal e juros).

Subordinação do pagamento do tributo ao pagamento de outro tributo;

Ex: carnê de IPTU juntamente a cobrança de taxa de limpeza pública. O


contribuinte concorda com a cobrança do IPTU, mas não da taxa, pois é inconstitucional.
É possível consignar em pagamento a quantia que entende ser devida.

Na realidade, não é preciso discutir a inconstitucionalidade da taxa na


consignação em pagamento. Porém, na prova, é sugerido que já se alegue a
inconstitucionalidade da taxa.

Mesmo que o outro tributo cobrado em conjunto fosse constitucional, caberia


consignação em pagamento. Não há previsão no art. 164 de que o tributo deve ser
indevido para que seja possível a apresentação da consignação.
Ex: IPTU e taxa de coleta de lixo individual. Sem dinheiro para pagar tudo de
uma vez, realiza consignação em pagamento para recolher apenas o IPTU, para que
não corra juros pelo não pagamento dos dois.

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências


administrativas sem fundamento legal;

Ex: retificação de declaração de IR. Vai à autoridade administrativa para


recolher a diferença. Autoridade exige que junte extratos bancários dos últimos dez
anos. Consignação em pagamento.

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público,


de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

Não precisa ser tributo idêntico.

Refere-se a bitributação, que a cobrança de tributo por diferentes pessoas


jurídicas sobre o mesmo fato gerador. Há duas exceções, as quais é permitida a
bitributação:

- art. 155, §2, IX, ‘a’: ICMS na importação (competência Estados). Na


importação há incidência de diversos impostos, como o II (competência união). Os dois
entes tributam com base no mesmo fato gerador, a importação.

- Imposto extraordinário guerra: pode ser criado sobre fato gerador já existente.

Obs: o bis in idem é permitido, quando a mesma pessoa cobra tributo sobre o
mesmo fato gerador. Ex: IRPJ e CSLL; PIS e COFINS. Não há problema, apenas é
vedado quando os sujeitos ativos são diferentes.

Ex: cobrança de IPTU sobre imóvel pelo Município. Cobrança de ITR sobre o
mesmo imóvel pela União. Caso de bitributação, cabe consignação em pagamento.
Recolhe o valor da cobrança maior e requer que o juiz determine a quem o contribuinte
deve pagar.

§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante


se propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa
efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada
improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Obs: não há tutela provisória, pois não é preciso requerer a suspensão da


exigibilidade do crédito tributário, já que na consignação há depósito, e o deposito já
suspende o crédito tributário automaticamente.
Pode ser cobrada a tutela provisória, na hipótese em que o contribuinte não
pode recolher o valor integral, então requer tutela provisória para suspender a
exigibilidade do crédito tributário.
Obs: é recomendado recolher o maior valor cobrado, apesar de haver previsão
de se depositar o valor que entende ser devido. Isso por que, a realização do maior valor
ira possibilitar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Modelo de Ação de Consignação em Pagamento:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL
FEDERAL DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
DO(E) ...
ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... ESTADO DO(E) ...

NOME DA PESSOA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do RG


nº ..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., Cidade ...,
Estado ..., CEP nº ..., com endereço eletrônico, vem, respeitosamente perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), com
escritório na Rua ..., nº ..., Bairro, Cidade, CEP, onde recebe intimações, propor com
fulcro nos artigos 164 do CTN, 539 e seguintes do CPC a presente
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
em face da União/Estado/Município, pessoa jurídica de direito público, inscrito no CNPJ
nº ..., com endereço eletrônico, com sede na Rua ..., nº ..., Bairro, Cidade, CEP nº...,
pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos: I) Dos fatos
II) Do cabimento
Nesse tópico é importante ressaltar o artigo e inciso que permitem o
ajuizamento da consignação em pagamento, além de demonstrar ao examinador o
maior conhecimento sobre a matéria.
III) Do direito
IV) Do depósito
À luz do artigo 539, §1º do CPC e art. 164, §1º do CTN, deve-se depositar o
valor que se entende devido. O autor entende ser devido a quantia de R$ ..., porém irá
realizar o depósito da quantia a maior, a fim de suspender a exigibilidade do crédito
tributário, segundo o artigo 151, II, do CTN, e não incorrer no § 2º do artigo 164 do CTN,
tendo de pagar juros e multas caso seja julgada improcedente sua demanda.
V) Dos pedidos
Diante do exposto, requer-se:
a) A autorização para realizar o depósito na quantia recusada, no prazo de 5
(cinco) dias, a contar do deferimento, nos termos do artigo 542, I, do CPC;
b) a citação do(a) réu(ré) para levantar o depósito ou, querendo, contestar a
presente demanda, à luz dos artigos 542, II e 547 do CPC;
c) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme artigo 151, II, do
CTN;
d) que sejam julgados procedentes os pedidos, para o fim de converter em
renda o valor depositado, segundo o artigo 156, VI, do CTN, e extinguir o crédito
tributário, consoante artigo 156, VIII, do CTN;
e) para a comprovação do alegado, a produção de todas as provas admitidas
em direito;
f) condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios, de acordo com os artigos 82 a 85 do CPC.

Dá-se à presente causa o valor de R$ ...

Nestes termos,
Pede-se deferimento.

Local e data.
Advogado
OAB nº ...

RESPOSTAS NA EXECUÇÃO FISCAL:


Para ajuizar execução fiscal, é necessário título executivo, a Certidão de Dívida
Ativa - CDA. Então, o fisco deverá inscrever o débito em dívida ativa para depois ajuizar
a execução fiscal.
Há quatro defesas cabíveis na execução fiscal: exceção de pré-executividade;
embargos à execução fiscal; ação anulatória; mandado de segurança repressivo, se
dentro do prazo (120 dias da notificação de lançamento).
Ação anulatória e mandado de segurança devem ser utilizadas apenas quando
não houver como usar exceção de pré-executividade ou embargos.
Exceção de pré-executividade é a melhor opção, pois é uma simples petição,
enquanto as outras são ações novas.

EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE


Ação nova – autos apartados. Simples petição – protocolado nos autos
da execução fiscal.
Art. 16, §1 da Lei 6.830 – Precisa de Sem garantia do juízo
garantia do juízo

Cabe defesa de tudo quanto a todos. Cabimento: matéria de ordem pública,


Toda matéria processual ou material. conhecida de ofício, sem dilação
probatória.

Prazo de 30 dias a contar da garantia Não há prazo, já que a matéria é


efetuada conhecível de ofício, a qualquer tempo

O CPC será aplicado subsidiariamente a Lei de Execuções Fiscais - LEF. Como


a LEF prevê a necessidade de garantia do juízo, essa regra será aplicada as execuções
fiscais, que são as execuções ajuizadas pelo Poder público, de crédito tributário ou não
tributário.
Nas demais execuções, não será preciso garantir o juízo, de acordo com o
CPC.
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. GARANTIA DO JUÍZO.
NECESSIDADE.PREVISÃO ESPECÍFICA. LEI 6.830/80.1. Havendo
previsão expressa no § 1º, do art. 16, da Lei 6.830/80, mantém-se a
exigência de prévia garantia do juízo para que possa haver a oposição dos
embargos à execução fiscal.
2. Agravo regimental não provido.(AgRg no REsp 1257434/RS, Rel. Ministro
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2011, DJe
30/08/2011)

Lei nº 6.830/80, Art. 16 (...)


§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida
a execução.

Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa


de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o
executado poderá:
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento
oficial de crédito, que assegure atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia;
III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou
IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela
Fazenda Pública.
§ 1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel
à penhora com o consentimento expresso do respectivo cônjuge.

A garantia do juízo na execução fiscal deve ser no valor da execução, e pode


ser realizada por meio de penhora de bens (próprios ou de terceiros), deposito da
quantia devida, apresentação de carta fiança bancária e seguro garantia.

OBS: a súmula vinculante 28 apenas é aplicável aos processos de


conhecimento, como a ação anulatória. Na fase executiva, não se aplica a sumula,
sendo constitucional a exigência de garantia do juízo.
Súmula Vinculante nº 28: É inconstitucional a exigência de depósito
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz:


I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro
ou fiança bancária; e
I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro,
fiança bancária ou seguro garantia; e (Redação dada
pela Lei nº 13.043, de 2014)
II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por outros,
independentemente da ordem enumerada no artigo 11, bem como o
reforço da penhora insuficiente.

TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


EXECUÇÃO FISCAL.
EMBARGOS À EXECUÇÃO. GARANTIA DO JUÍZO. NECESSIDADE.
PREVISÃO ESPECÍFICA. LEI 6.830/1980. PENHORA INSUFICIENTE.
GARANTIA PARCIAL QUE NÃO OBSTA A ADMISSIBILIDADE DOS
EMBARGOS À EXECUÇÃO. 1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que,
em sede de execução fiscal, a oposição dos embargos depende de garantia
do juízo, nos termos do art. 16 da Lei 6.830/1980, não afetado pela alteração
do art. 736 do CPC/1973, a teor do julgamento proferido no REsp
1.272.827/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, submetido ao rito do
art. 543-C do CPC/1973. 2. No julgamento do REsp 1.127.815/SP, sob o rito
do art. 543-C do CPC/1973, esta Corte consolidou o entendimento de que
"não se deve obstar a admissibilidade ou apreciação dos embargos à
execução pelo simples fato de que o valor do bem constrito é inferior ao
valor exequendo, devendo o juiz proceder à intimação do devedor para
reforçar a penhora". Ressaltou-se, entretanto, que "a insuficiência
patrimonial do devedor é a justificativa plausível à apreciação dos embargos
à execução sem que o executado proceda ao reforço da penhora, [...], desde
que comprovada inequivocamente".
3. Na hipótese dos autos, o Tribunal a quo reformou a sentença e
determinou prosseguimento dos embargos à execução por entender que a
insuficiência da penhora não é causa suficiente para a sua extinção, sem
prejuízo da efetivação de novas diligências tendentes à penhora de outros
bens, para efetivação da garantia total daquele valor exequendo.
4. Agravo interno não provido.
(AgInt no REsp 1699802/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/03/2019, DJe 26/03/2019)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA NO ENUNCIADO ADMINISTRATIVO
3/STJ. SUPOSTA OFENSA AO ART. 1.022 DO CPC/2015. INEXISTÊNCIA
DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO.
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TERMO INICIAL DO
PRAZO PARA OPOSIÇÃO. INTIMAÇÃO DO EXECUTADO DO TERMO DE
ACEITAÇÃO DA GARANTIA.
PRECEDENTE.
1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade, contradição ou
erro material, não fica caracterizada ofensa ao art.
1.022 do CPC/2015.
2. "Não obstante o art. 16, I, da Lei 6.830/80 disponha que o executado
oferecerá embargos no prazo de 30 (trinta) dias, contados do depósito, a
Corte Especial, ao julgar os EREsp 1.062.537/RJ (Rel.
Min. Eliana Calmon, DJe de 4.5.2009), entendeu que, efetivado o depósito
em garantia pelo devedor, é aconselhável seja ele formalizado, reduzindo-
se a termo, para dele tomar conhecimento o juiz e o exequente, iniciando-
se o prazo para oposição de embargos a contar da data da intimação do
termo, quando passa o devedor a ter segurança quanto à aceitação do
depósito e a sua formalização" (REsp 1254554/SC, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2011, DJe
25/08/2011).
3. Agravo interno não provido.
(AgInt no REsp 1690497/AM, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/02/2019, DJe 26/02/2019)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRAZO PARA PAGAMENTO


OU OFERECIMENTO DE GARANTIA. INTEMPESTIVIDADE. SEGURO-
GARANTIA. SÚMULA 7/STJ. SUBSTITUIÇÃO DE PENHORA ON LINE.
AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL.
1. Trata-se, na origem, de Agravo de Instrumento interposto contra decisão
proferida nos autos de Execução Fiscal para a cobrança de R$ 154.632,96
(cento e cinquenta e quatro mil, seiscentos e trinta e dois reais E noventa e
seis centavos), em que o juízo da execução indeferiu penhora on line
requerida pela parte recorrente, em razão da anterior apresentação, pela
parte recorrida, de seguro-garantia.
2. Argumenta a parte recorrente que o seguro-garantia foi apresentado
intempestivamente, considerando que o termo inicial para contagem do
prazo para oferecimento da garantia à Execução Fiscal surge com a citação
do executado e não a partir da data de juntada aos autos do mandado de
citação.
3. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo
1.112.416/MG (Tema 131) fixou a tese de que "O termo inicial para a
oposição dos Embargos à Execução Fiscal é a data da efetiva intimação da
penhora, e não a da juntada aos autos do mandado cumprido".
4. Ocorre que o caso concreto difere do referido paradigma.
Aplica-se na hipótese analisada o prazo estabelecido pelo art. 16, II, da Lei
6.830/1980 que fixa o prazo para oferecer embargos em 30 (trinta) dias,
contados "da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia".
5. Em relação à intempestividade do seguro-garantia o Tribunal de origem
afirmou: "Determinada a citação da executada na forma do art.
8º da Lei n.° 6.830/80, a Sul América Companhia de Seguro Saúde foi citada
em 17 de novembro de 2016, sendo certo que o respectivo mandado
cumprido somente foi juntado aos autos em 09/12/2016. Assim sendo,
levando-se em consideração que a executada foi citada através de Oficial
de Justiça, a garantia da execução não foi intempestiva, tendo em vista que
o prazo de cinco dias, previsto no artigo art. 8o da Lei n.° 6.830/80, somente
iniciou-se em 09/12/2016, conforme dispõe o artigo 231, inciso II, do Código
de Processo Civil, e a apólice de seguro garantia n.° 14-0775-23-0160983
foi apresentada em 30/11/2016".
6. É inviável, portanto, analisar a tese defendida no Recurso Especial
relacionada à intempestividade da garantia ofertada, pois inarredável a
revisão do conjunto probatório dos autos para afastar as premissas fáticas
estabelecidas pelo acórdão recorrido.
Aplica-se, portanto, o óbice da Súmula 7/STJ. Nesse sentido: AgInt no
AREsp 1.085.304/MG, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira
Turma, DJe 24/10/2017; AgRg no AREsp 769.651/BA, Rel.
Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 10/12/2015; AgRg no
REsp 1.254.985/SC, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe
6/3/2012.
7. Ademais, a tentativa da parte recorrente de afastar o seguro-garantia
apresentado pelo devedor, mesmo que a destempo, para buscar a penhora
de valores depositados em instituições financeiras através do sistema
Bacenjud, sem que tenha a certeza do sucesso da substituição da garantia
em pecúnia, importa na ausência de interesse recursal (binômio
necessidade-utilidade), pois o deferimento da tutela recursal proposta não
colocará a Fazenda Pública em posição jurídica mais vantajosa.
8. Recurso Especial não conhecido.
(REsp 1773518/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 06/12/2018, DJe 08/03/2019)

Prescrição Intercorrente:
A prescrição intercorrente é aquela que ocorre no intervalo posterior a um
momento interruptivo. Portanto, refere-se à prescrição interrompida que recomeçou a
correr, extinguindo o direito de ação.
A prescrição que tiver seu prazo interrompido, a contagem dele se iniciará
novamente a partir do momento em que ocorreu a causa determinante da interrupção,
anulando-se o período de tempo decorrido entre o termo inicial e a data do
acontecimento que levou à interrupção.
O art. 174, parágrafo único do CTN determina as hipóteses em que se
interrompe a prescrição:
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em
cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução
fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe
em reconhecimento do débito pelo devedor.

OBS: O despacho de citação do juiz interrompe a prescrição de modo que o


prazo voltará inteirinho para a fazenda satisfazer seu crédito tributário, assim, se ocorrer
o despacho de citação no dia 05/05/2010, significa dizer que a Fazenda terá até
05/05/2015 para satisfazer seu crédito sob pena de ocorrer a prescrição intercorrente,
porém, o artigo 40 da Lei nº 6.830/80 permite que a fazenda requeira a suspensão da
execução por um ano, após esse prazo, os autos de execução serão arquivados por um
prazo de cinco anos e se a fazenda não se manifestar com relação aos bens
encontrados, o juiz, nos termos do art. 40, § 4º da Lei nº 6.830/80 irá decretar a
prescrição intercorrente de ofício, após ter ouvido a fazenda.

Art. 40 O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for


localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa
recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de
prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao
representante judicial da Fazenda Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja
localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz
ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os
bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da
execução.
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o
prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública,
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la
de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o
deste artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo
valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da
Fazenda. (Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009)

OBS: Nos termos do art. 332, §1º do CPC o juiz poderá decretar a decadência
e a prescrição de ofício. Súmula 409 do STJ, no mesmo sentido.

Súmula nº 409 do STJ: Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da


propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).
Atenção!!! A simples prescrição poderá ser decretada de ofício sem ouvir a
fazenda, mas a prescrição intercorrente, nos termos do art. 40, § 4º da Lei nº 6.830/80
só pode ser decretada após ouvir a fazenda!

Súmula 106 do STJ: PROPOSTA A AÇÃO NO PRAZO FIXADO PARA O SEU


EXERCICIO, A DEMORA NA CITAÇÃO, POR MOTIVOS INERENTES AO
MECANISMO DA JUSTIÇA, NÃO JUSTIFICA O ACOLHIMENTO DA ARGUIÇÃO DE
PRESCRIÇÃO OU DECADENCIA.

Segundo entendimento do STJ, RESP nº 1340.553:


1) O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo
prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da lei 6.830/80 - LEF tem início
automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não
localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço
fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o
magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução;

1.1) Sem prejuízo do disposto no item 1, nos casos de execução fiscal para
cobrança de dívida ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação
tenha sido proferido antes da vigência da LC 118/05), depois da citação válida, ainda
que editalícia, logo após a primeira tentativa infrutífera de localização de bens
penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.

1.2) Sem prejuízo do disposto no item 1, em se tratando de execução fiscal


para cobrança de dívida ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da
citação tenha sido proferido na vigência da LC 118/05) e de qualquer dívida ativa de
natureza não tributária, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do devedor
ou de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.

2) Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não


pronunciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão
inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável (de acordo com a natureza
do crédito exequendo) durante o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa
na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da lei 6.830/80 - LEF, findo o qual
o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição intercorrente e decretá-la de imediato;

3) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital)


são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o
mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos
financeiros ou sobre outros bens. Os requerimentos feitos pelo exequente, dentro da
soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo de prescrição
aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão ser processados,
ainda que para além da soma desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital)
os devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo – mesmo depois de escoados
os referidos prazos –, considera-se interrompida a prescrição intercorrente,
retroativamente, na data do protocolo da petição que requereu a providência frutífera.
4) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art.
245 do CPC/73, correspondente ao art. 278 do CPC/15), ao alegar nulidade pela falta
de qualquer intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar
o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial - 1.,
onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de
qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição.

5) O magistrado, ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá


fundamentar o ato judicial por meio da delimitação dos marcos legais que foram
aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao período em que a
execução ficou suspensa.

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE: SIMPLES PETIÇÃO

Tem cabimento quando o processo de execução se revela desprovido de causa


por ter vício que afeta o título a tal ponto, que impede o seguimento válido do processo,
que, de plano, se mostra inviável, desobrigando o executado a garantir a execução.
É meio processual que o Poder Judicial pode conhecer de ofício, em qualquer
tempo ou grau de jurisdição, não sujeito à preclusão, mesmo após a rejeição de
embargos, se, nesta última hipótese, a ação de execução ainda estiver em curso.
OBS: Não tem prazo, pode ser apresentada a qualquer tempo.
OBS: Não há pedido de tutela provisória na exceção de pré-executividade, o
pedido é de extinção da execução fiscal diretamente.

✓ Previsão legal:
Art. 5º - CF
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;

Súmula 393 do STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na


execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória.

✓ Matérias para defesa em EPE:


1) Art. 337 do CPC – Preliminares de mérito.
Art. 337 Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção; (...)
2) Causas de nulidade da Execução – Art. 803 CPC.
O título executivo não corresponde a obrigação líquida, certa e exigível, art.
803, I CPC.
O executado não é regularmente citado, art. 803, II c/c 214.
3) Causas extintivas do crédito tributário, art. 156 do CTN
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos
termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
(...)
4) Causas Impeditivas do crédito tributário:
Imunidade
Isenção
Anistia
5) Parcelamento
6) Tributos que o STF já declarou inconstitucional:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA NO ENUNCIADO ADMINISTRATIVO
03/STJ. TRIBUTÁRIO.
EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
VIABILIDADE. SÚMULA 393/STJ. DISCUSSÃO REFERENTE À
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.
QUESTÃO ATRELADA AO REEXAME DE MATÉRIA DE FATO. ÓBICE
DA SÚMULA 7/STJ.
1. "A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal
relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória" (Súmula 393/STJ).
2. O reexame de matéria de prova é inviável em sede de recurso especial
(Súmula 7/STJ).
3. Agravo interno não provido.
(AgInt nos EDcl no AREsp 917.802/SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/10/2016, DJe 08/11/2016)
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM QUE,
DIANTE DO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS, CONCLUIU PELA
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA PARA A COMPROVAÇÃO
DA PRESCRIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE FATOS E
PROVAS, NA SEARA DO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 7 DO STJ.
REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL CONTRA SÓCIO
GERENTE. ILEGITIMIDADE DA PESSOA JURÍDICA PARA
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. MATÉRIA JÁ APRECIADA, EM SEDE DE
RECURSO REPETITIVO (RESP 1.347.627/SP). AGRAVO INTERNO
IMPROVIDO.
I. Agravo interno interposto contra decisão publicada em 13/06/2016, que,
por sua vez, julgara recurso interposto na vigência do CPC/2015.
II. Na forma da jurisprudência do STJ, firmada sob o rito do art.
543-C do CPC/73, "a exceção de pré-executividade é cabível quando
atendidos simultaneamente dois requisitos, um de ordem material e outro
de ordem formal, ou seja: (a) é indispensável que a matéria invocada seja
suscetível de conhecimento de ofício pelo juiz; e (b) é indispensável que a
decisão possa ser tomada sem necessidade de dilação probatória" (STJ,
Resp 1.110.925/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA
SEÇÃO, DJe de 04/05/2009).
III. Nesse contexto, considerando a fundamentação do acórdão objeto do
Recurso Especial, no sentido de que, nestes autos, não havia elementos
probatórios suficientes para demonstrar, em Exceção de Pré-
executividade, a ocorrência da prescrição, os argumentos utilizados
pela parte recorrente, relativos à efetiva comprovação da prescrição,
somente poderiam ter sua procedência verificada mediante o necessário
reexame de matéria fática, não cabendo a esta Corte, a fim de alcançar
conclusão diversa, reavaliar o conjunto probatório dos autos, em
conformidade com a Súmula 7/STJ. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp
1.368.606/PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 15/06/2015; AgRg no AREsp 678.058/SP, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 05/08/2015.
IV. Na esteira do entendimento firmado nesta Corte, sob o rito do art. 543-
C do CPC/73, "a pessoa jurídica não tem legitimidade para interpor recurso
no interesse do sócio" (STJ, REsp 1.347.627/SP, Rel. Ministro ARI
PARGENDLER, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 21/10/2013). No mesmo
sentido: STJ, AgRg no REsp 1.528.758/RS, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 23/06/2015.
V. Estando a decisão ora agravada em consonância com a jurisprudência
desta Corte, já sedimentada, inclusive, em sede de recurso repetitivo, não
há como se reconhecer eventual afronta ao art. 499 do CPC/73.
VI. Agravo interno improvido.
(AgInt no AREsp 923.859/PR, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 20/10/2016, DJe 11/11/2016)

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE
PRÉ-EXECUTIVIDADE.
ACOLHIMENTO DA PRESCRIÇÃO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS.
CABIMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VERBA DE NATUREZA
ALIMENTAR. INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ OU MALÍCIA DO EXECUTADO.
INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 22 DO CPC. AGRAVO
REGIMENTAL IMPROVIDO.
I. A Primeira Seção do STJ, ao julgar o Recurso Especial 1.185.036/PE, de
relatoria do Ministro HERMAN BENJAMIN (DJe de 01/10/2010), submetido
ao rito do art. 543-C do CPC, proclamou o entendimento no sentido de que
"é possível a condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários
advocatícios em decorrência da extinção da Execução Fiscal pelo
acolhimento de Exceção de Pré-Executividade".
II. Na hipótese, a Corte de origem deu provimento ao Agravo de Instrumento
da executada, reconhecendo, no âmbito da Exceção de Pré-Executividade,
a ocorrência da prescrição dos créditos tributários. No entanto, deixou de
condenar a Fazenda Pública em honorários advocatícios, nos termos do art.
22 do CPC, afirmando que os recorrentes poderiam ter suscitado a
prescrição dos créditos tributários em oportunidade anterior, e, diante de sua
inércia, ocasionaram o indevido dilatamento no julgamento da lide.
III. Tal entendimento encontra-se em desarmonia com a orientação do STJ,
no sentido de que "é necessária a demonstração inequívoca da má-fé do
executado, em protrair com inspiração maliciosa a duração do feito, haja
vista que se cuida de verba de natureza alimentar" (STJ, REsp
1.165.780/PB, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de
23/04/2010). No mesmo sentido: STJ, REsp 242.151/MG, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe de 15/09/2008;
REsp 330.346/SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA
TURMA, DJU de 20/05/2002; REsp 277.929/SC, Rel. Ministro ANTÔNIO DE
PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, DJU de 30/04/2001.
IV. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no AREsp 322.478/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2016, DJe 17/03/2016)

Modelo de Exceção de Pré-Executividade:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DE


EXECUÇÕES FISCAIS DA SUBSEÇÃO DO MUNICÍPIO DE ... SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO(E) ...

Nº dos autos da Execução Fiscal ...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº...,


com sede na Rua ..., nº..., Bairro, Cidade, Estado, endereço eletrônico ...., vem,
respeitosamente perante Vossa Excelência, através de seu advogado abaixo assinado
(procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP
..., onde recebe intimações apresentar, com fulcro no artigo 5°, XXXIV, “a” e XXXV, da
CF e na Súmula nº 393 do STJ,
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
nos autos de execução fiscal n° ..., movidos pela(o) União/Estado/Município, pessoa
jurídica de direito público, inscrito no CNPJ nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro,
Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, pelos motivos de fatos e de direito abaixo
aduzidos.
I) Dos fatos
Narrar os fatos exatamente como apresentados na proposta prático-
profissional e finalizar esse tópico com a frase de fechamento:
“Conforme será demonstrado abaixo, a pretensão do(a) exequente não merece
prosperar”.
II) Do cabimento
Segundo entendimento do STJ, Súmula nº 393, é possível a apresentação da
exceção de pré-executividade sempre que estivermos adiante de matéria de ordem
pública e sem dilação probatória.
No presente caso, trata-se de matéria de ordem pública e sem dilação
probatória.
III) Do direito
IV) Dos pedidos
Diante do exposto requer-se:
a) o acolhimento da manifestação pela inexigibilidade do crédito tributário,
assim cominando na extinção da Certidão de dívida ativa, em virtude de ...;
b) a inversão do pagamento das custas processuais e dos honorários de
sucumbência, nos termos dos artigos 82 a 85 do CPC.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.

Local e data.
Advogado.
OAB nº...

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL


Embargos à Execução fiscal é uma nova ação, feito por meio de petição inicial.
A sua distribuição se dá por dependência aos autos da execução fiscal.
Tutela provisória/suspensão da execução fiscal: como já existe execução fiscal com
garantia do juízo, é possível que a fazenda dê continuidade a execução e leve a leilão
os bens dados em garantia pelo executado.
Por isso, deve-se requerer a suspensão da execução fiscal nos embargos,
apresentando os requisitos da tutela provisória (evidencia do direito e perigo de dano)
Art. 919, §1 do CPC – permite a suspensão da execução, se houver garantia de juízo e
requisitos da tutela provisória:
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito
suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a
concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja
garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.

Lei nº 10.522/02:
Art. 20-B. Inscrito o crédito em dívida ativa da União, o devedor será
notificado para, em até cinco dias, efetuar o pagamento do valor
atualizado monetariamente, acrescido de juros, multa e demais
encargos nela indicados (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
§ 1o A notificação será expedida por via eletrônica ou postal para o
endereço do devedor e será considerada entregue depois de
decorridos quinze dias da respectiva expedição. (Incluído pela Lei nº
13.606, de 2018)
§ 2o Presume-se válida a notificação expedida para o endereço
informado pelo contribuinte ou responsável à Fazenda
Pública. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
§ 3o Não pago o débito no prazo fixado no caput deste artigo, a
Fazenda Pública poderá: (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
I - comunicar a inscrição em dívida ativa aos órgãos que operam
bancos de dados e cadastros relativos a consumidores e aos serviços
de proteção ao crédito e congêneres; e (Incluído pela Lei nº 13.606,
de 2018)
II - averbar, inclusive por meio eletrônico, a certidão de dívida ativa
nos órgãos de registro de bens e direitos sujeitos a arresto ou penhora,
tornando-os indisponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)

Art. 20-C. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá


condicionar o ajuizamento de execuções fiscais à verificação de
indícios de bens, direitos ou atividade econômica dos devedores ou
corresponsáveis, desde que úteis à satisfação integral ou parcial dos
débitos a serem executados. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)

Parágrafo único. Compete ao Procurador-Geral da Fazenda Nacional


definir os limites, critérios e parâmetros para o ajuizamento da ação
de que trata o caput deste artigo, observados os critérios de
racionalidade, economicidade e eficiência. (Incluído pela Lei nº
13.606, de 2018)
Art. 20-D. Sem prejuízo da utilização das medidas judicias para
recuperação e acautelamento dos créditos inscritos, se houver
indícios da prática de ato ilícito previsto na legislação tributária, civil e
empresarial como causa de responsabilidade de terceiros por parte do
contribuinte, sócios, administradores, pessoas relacionadas e demais
responsáveis, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá, a
critério exclusivo da autoridade fazendária: (Incluído pela Lei nº
13.606, de 2018)
I - notificar as pessoas de que trata o caput deste artigo ou terceiros
para prestar depoimentos ou esclarecimentos; (Incluído pela Lei nº
13.606, de 2018)
II - requisitar informações, exames periciais e documentos de
autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e
entidades da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios; (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
III - instaurar procedimento administrativo para apuração de
responsabilidade por débito inscrito em dívida ativa da União, ajuizado
ou não, observadas, no que couber, as disposições da Lei no 9.784,
de 29 de janeiro de 1999. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)

No entanto, recentemente foi declarado a INCONSTITUCIONALIDADE, de


modo que deve prevalecer a previsão do art. 185-A do CTN.

Modelo de Embargos à Execução Fiscal:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DE
EXECUÇÕES FISCAIS DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..., SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DO(E) ...

Distribuição por dependência aos autos de execução fiscal n°...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


o nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço
eletrônico ..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado
(procuração e atos constitutivos anexos), com endereço profissional situado na Rua ...,
nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, no prazo legal
estabelecido, oferecer
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL
em face da execução fiscal em que contende com ...
I) Dos fatos
II) Do Cabimento
Nos termos do art. 16, § 1º da Lei nº 6.830/80 não são admissíveis embargos
do executado antes de garantida a execução.
No presente caso, como pode ser observado, houve garantia do juízo nos
termos do art. 9º da Lei nº 6.830/80.
Assim sendo, é possível realizar a defesa na presente execução fiscal por meio
dos embargos.
III) Da tempestividade
O prazo para opor os Embargos à Execução fiscal é de 30 dias, a contar do dia
do depósito, ou juntada da carta de fiança, ou da intimação da penhora, nos termos do
artigo 16 da Lei nº 6.830/80. No presente caso, os embargos são tempestivos.
IV) Do direito
V) Da suspensão da execução fiscal
Nos termos do artigo 919, § 1º do CPC, o juiz poderá suspender a execução
desde que atendidos os requisitos para concessão de tutela provisória e desde que a
execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
No presente caso, há garantia de juízo, há preenchimento de todos os
requisitos para concessão de tutela provisória, com base no art. 300 do CPC, uma vez
que há probabilidade do direito e risco de dano ou ao resultado útil do processo.
VI) Dos Pedidos
Diante do exposto requer-se:
a) a distribuição por dependência aos autos de execução fiscal nº ...;
b) a suspensão da execução fiscal, nos termos do artigo 919, § 1º, do CPC,
haja vista a garantia do Juízo e o perigo de dano irreparável e de difícil reparação;
c) que sejam conhecidos e recebidos os embargos;
d) a intimação da outra parte para apresentar defesa, à luz do artigo 17 da Lei
nº 6.830/80 e informa desde já o desinteresse na realização da audiência de conciliação
ou mediação, nos termos do art. 319, VII do CPC;
e) a procedência dos embargos à execução e a consequente liberação dos
bens penhorados ou do depósito realizado, extinguindo a execução fiscal, uma vez que
insubsistente o título executivo;
f) Condenação do pagamento de custas processuais e honorários de
sucumbência, nos ditames dos artigos 82 a 85 do CPC;
g) a produção de todas as provas em direito admitidas.

Dá-se à causa o valor de R$ ...

Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB nº ...

Redirecionamento da Execução Fiscal:


Há possiblidade do sócio (pessoa física) ser responsabilizado pela dívida da
empresa (pessoa jurídica).
i. Art. 50 CC. :
Desconsideração da personalidade jurídica. Quando há desvio de finalidade
(lesão a credores e prática de atos ilícitos) ou confusão patrimonial (ausência de
separação de fato entre os patrimônios).
Pode atingir bens de sócios e de administradores.
Ex: empresa cria diversas outras empresas para diluir o faturamento para se
enquadrar no simples ou no lucro presumido. Aqui há a confusão patrimonial. Ou não
há autonomia entre as empresas, utilizam o mesmo endereço. Todas as empresas
serão responsabilizadas, além do próprio sócio.
A mera existência de grupo econômico por si só não acarreta a
desconsideração da personalidade jurídica.
ii. 134, VII CTN
Liquidação de sociedade de pessoas.
Não é muito comum, por que não há muitas sociedades de pessoas, onde o
sócio responde de forma ilimitada pelas dívidas da empresa. Normalmente as pessoas
jurídicas são constituídas como sociedades limitadas ou s.a.
iii. 135 CTN
Sócios administradores respondem pessoalmente e sozinhos pela dívida da
empresa, deve ter dado causa ao crédito tributário por ter agido com excesso de
poderes, infração a lei ou infração ao contrato/estatuto social.
O mero inadimplemento do tributo não é infração da lei, não gera
responsabilidade para o sócio gerente, nos termos da súmula 430 STJ.
Se for mero sócio, sem participação na administração na empresa, não recairá
na responsabilidade desse artigo.
Quando a CDA é produzida, consta o nome da empresa devedora. A execução
fiscal será proposta em face da empresa. Se houver pedido de redirecionamento em
face ao sócio gerente, deve comprovar que ocorreu o previsto no art. 135, III do CTN.
Por causa dessa situação a Fazenda começou a prever na CDA tanto o nome
da empresa como o nome do sócio gerente, pois a CDA é prova pré-constituída e possui
presunção de liquidez e certeza (art. 204 CTN).
Assim, o STJ entende que se a CDA já conter nome do sócio gerente, não é
preciso que a Fazenda prove a conduta do art. 135, sendo possível o redirecionamento
direto.
Se o nome do sócio estiver na CDA, caberá a ele provar que não agiu conforme
nenhuma hipótese do art. 135 do CTN. Assim, não poderá utilizar exceção de pré-
executividade ou mandado de segurança, pois essas não admitem dilação probatória.
Sobra apenas embargos e anulatória.
➢ Nome do sócio na CDA: Embargos ou anulatória
➢ Sem nome do sócio na CDA: todas as defesas são
cabíveis, inclusive Exceção de pré-executividade

iv. Dissolução irregular


É infração a lei, então haverá responsabilidade ao sócio gerente.
Sumula 435 STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar
de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
Decisões do STJ:
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
REDIRECIONAMENTO. OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO.
I - Como a decisão recorrida foi publicada sob a égide da legislação
processual civil anterior, observam-se em relação ao cabimento,
processamento e pressupostos de admissibilidade dos recursos as regras
do Código de Processo Civil de 1973, diante do fenômeno da ultratividade e
do Enunciado Administrativo n. 2 do Superior Tribunal de Justiça.
II - O pedido de redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente
da pessoa jurídica executada deve ser realizado até cinco anos da citação
válida da empresa, sob pena de se consumar a prescrição. Nesse sentido:
AgRg no REsp 1120407/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/04/2017, DJe 04/05/2017; AgRg
no Ag 1239258/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe
06/04/2015.
III - Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1646402/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 05/04/2018, DJe 10/04/2018)

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.


REDIRECIONAMENTO PARA O SÓCIO-GERENTE. SÓCIO QUE NÃO
INTEGRAVA A GERÊNCIA DA SOCIEDADE À ÉPOCA DO FATO
GERADOR. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA.
POSSIBILIDADE.
I - A jurisprudência da Segunda Turma do STJ entendia que, para que fosse
possível o redirecionamento seria necessário demonstrar que o sócio era
detentor da gerencia tanto na época da dissolução irregular da sociedade,
como na época da ocorrência do fato gerador da obrigação.
II - Entretanto, a Segunda Turma/STJ, no julgamento do REsp
1.520.257/SP, de relatoria do Ministro Og Fernandes, alterou o seu
entendimento e passou a exigir, tão somente, a permanência do sócio na
administração da sociedade no momento de sua dissolução irregular,
tornando-se irrelevante a data da ocorrência do fato gerador da obrigação
tributária.
III - O simples exercício da gerência, naturalmente, não implica
responsabilidade para aquele dela encarregado. A sua responsabilidade
somente é irradiada em caso de prática do ato ilícito. No caso da dissolução
irregular, esse é o ato infracional, que é desvinculado da obrigação tributária.
O que desencadeia a responsabilidade tributária é a infração de lei
evidenciada na existência ou presunção de ocorrência da dissolução
irregular nos termos do enunciado n. 435 da Súmula do STJ. É justamente
essa desvinculação que torna irrelevante perquirir quem exercia a gerência
da empresa na data de ocorrência do fato gerador.
IV - Assim, o atual entendimento da Segunda Turma para autorizar o
redirecionamento da execução fiscal em face do sócio é de que basta a
verificação do responsável pela gerência da empresa ao tempo em que
ocorreu a dissolução irregular, ou seja, ainda que a gerência seja posterior
à data de ocorrência do fato gerador.
V - Agravo interno improvido.
(AgInt no AREsp 948.795/AM, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 15/08/2017, DJe 21/08/2017)

EMBARGOS DE TERCEIRO

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou


ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha
direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive
fiduciário, ou possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens
próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que
declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez
parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do
objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos
termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no


processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a
sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por
iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da
assinatura da respectiva carta.

Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo


que ordenou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta,
os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado
pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.

Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua


posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo
documentos e rol de testemunhas.

Modelo de Embargos de Terceiro:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DE EXECUÇÕES
FISCAIS DA SUBSEÇÃO DE... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE ....

Distribuição por dependência aos autos de nº...

Nome, nacionalidade, profissão, estado civil, portadora da cédula de identidade


nº ..., inscrita no CPF/MF sob no ..., residente e domiciliada na Rua, nº ..., Bairro, Cidade,
Estado, CEP nº ..., endereço eletrônico, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 674 e seguintes do CPC, opor

EMBARGOS DE TERCEIROS

em razão de constrição judicial sobre bem de sua propriedade, realizada nos autos de
execução fiscal promovida pela União/Fazenda Pública Nacional, pessoa jurídica de
direito público, com endereço na Rua ..., no ..., pelas razões de fato e de direito abaixo
aduzidas.

I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO E DA LEGITIMIDADE DA EMBARGANTE
Nos termos do artigo 674 do CPC, quem, não sendo parte no processo, sofrer
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha
direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.

Segundo o artigo 674, § 2o, I, do CPC, considera-se terceiro o cônjuge ou


companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação.

No presente caso, a embargante é esposa do Sr. João dos Anjos, que é parte na
execução fiscal no ... e teve bem de sua propriedade penhorado em razão dessa
demanda.

Requer-se, portanto, uma vez comprovada a posse e propriedade da


embargante sobre o bem penhorado (conforme documentos em anexo) a suspensão das
medidas constritivas sobre o bem litigioso objeto dos embargos, nos termos do artigo 678
do CPC, e consequente cancelamento do ato de penhora e manutenção definitiva do bem
ao embargante.

III) DA TEMPESTIVIDADE

IV) DO DIREITO

V) DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto requer-se:

a) suspensão das medidas constritivas sobre o bem litigioso objeto dos


embargos, nos termos do artigo 678 do CPC;

b) citação da União para que, caso queira, conteste os embargos no prazo de 15


dias, à luz do artigo 679 do CPC;

c) seja julgada procedente a ação para cancelar o ato de penhora e assim


reconhecer a manutenção definitiva do bem litigioso objeto dos embargos ao embargante,
com base no artigo 681 do CPC;

d) produção de todas as provas admitidas em direito;

e) condenação da outra parte ao pagamento de custas e honorários de


sucumbência.

Dá-se a causa o valor de R$ ...

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB nº...

ESFERA ADMINISTRATIVA

Base legal: decreto n. 7574/2011

Para que seja feita uma peça do processo administrativo, o examinador deverá
deixar claro que essa será a defesa apresentável. Ou seja, deve mencionar que não se
deve ingressar na esfera judicial, ou que o contribuinte deseja recorrer
administrativamente.

Vantagens da esfera administrativa: não precisa ser advogado; não tem custas;
não tem condenação em honorários de sucumbência; o recurso administrativo por si só
suspende a exigibilidade do crédito tributário; se perder, pode recorrer a esfera judicial,
mas deve seguir o mesmo argumento nas duas esferas.

Em resumo, da notificação de lançamento, o contribuinte tem 30 dias para


realizar impugnação administrativa, que será encaminhada para a Delegacia da Receita
Federal. Se a decisão for favorável ao contribuinte, haverá recurso de ofício por parte
Fazenda. Se a decisão for desfavorável, caberá recurso voluntário, no prazo de 30 dias,
ao CARF.

Se a decisão for desfavorável, poderá haver outro recurso, se em outra


turma/câmara, existir decisão divergente a respeito da aplicação da legislação tributária –
Recurso especial, prazo de 15 dias para a Câmara superior de recursos fiscais.

➢ Súmula vinculante 21. É inconstitucional a exigência de deposito para


apresentação de recurso na esfera administrativa.

Sugestão de impugnação:
ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO
BRASIL DE JULGAMENTO

Auto de Infração nº...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


o nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço
eletrônico ..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado
(procuração e atos constitutivos anexos), com endereço profissional situado na Rua ..., nº
..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, apresentar, com
fulcro no artigo nº 56 do Decreto nº 7.574/2011,

IMPUGNAÇÃO

ao Auto de Infração nº ..., promovido pela União, pessoa jurídica de direito público, com
sede na Rua ..., nº..., pelas razões de fato e de direitos a seguir aduzidas.

I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO

III) DA TEMPESTIVIDADE

Sabe-se que o prazo para impugnar é de 30 dias, conforme disposto no artigo


15 do Decreto nº 70.235/1972 e artigo 56 do Decreto nº 7.574/2011. Desse modo, tendo
em vista que o Auto de Infração n° ... foi recebido em ..., a Impugnação apresentada até
... é tempestiva.

IV) DO DIREITO

V) DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Tendo em vista a apresentação da presente Impugnação, requer-se que a Ilma.


autoridade administrativa reconheça a suspensão da exigibilidade do crédito tributário
discutido no Auto de Infração n° ..., em razão da existência do artigo 151, III, do CTN que
confere tal direito.

VI) DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer-se:


a) o recebimento da presente Impugnação, uma vez que tempestiva e
pertinente;
b) seja cancelado o Auto de Infração, em razão da ... (decadência, pagamento
etc.), conforme artigo ...;

c) seja reconhecida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, enquanto


estiver em discussão administrativa o presente Auto de Infração, conforme dispõe o artigo
151, III, do CTN;

d) caso não seja pelo cancelamento do Auto de Infração, o entendimento da Ilma.


autoridade administrativa, que este, então, seja revisado e que eventuais valores
remanescentes sejam lançados em novo Lançamento com novo prazo para apresentação
de defesa.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado
OAB nº...
Modelo de Recurso Voluntário:
(Folha de rosto):

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE


JULGAMENTO

ou

ILUSTRÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO DO(E) …

ou

ILUSTRÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DA FAZENDA DO MUNICÍPIO DO(E) ...

Auto de Infração nº...

Processo Administrativo n°...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


o nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço
eletrônico ..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado
(procuração e atos constitutivos anexos), com endereço na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade
..., Estado..., CEP nº..., onde recebe intimações, interpor, com fulcro no artigo 73 do
Decreto nº 7.574/2011,

RECURSO VOLUNTÁRIO
em face da decisão de folhas ..., proferida nos autos assinalados em epígrafe, em que
contende com ... (Recorrido – qualificar), requerendo:
a) o conhecimento do Recurso Voluntário, uma vez que tempestivo e pertinente;
b) o recebimento nos seus efeitos legais;
c) a intimação do Recorrido para que, caso queira, apresente resposta; e
d) seja juntado aos autos e remetidos ao ... (Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais – se tributos federais) para julgamento.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado
OAB nº ...

(Folha de razões de recurso voluntário):

Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

Recorrente: ...

Recorrido: ...

Razões do Recurso Voluntário

I) DOS FATOS

II) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE

III) DO DIREITO

IV) DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

V) DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer-se:

a) seja conhecido o presente Recurso Voluntário, haja vista sua tempestividade


e pertinência;

b) seja reconhecida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, enquanto


estiver em discussão administrativa o presente Auto de Infração, conforme dispõe o artigo
151, III, do CTN;

c) seja provido o recurso a fim de reformar a decisão de folhas ..., no sentido de


cancelar o Auto de Infração, visto ... (decadência, pagamento etc.). Ademais, que
eventuais valores remanescentes sejam lançados em novo Lançamento com novo prazo
para apresentação de defesa.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado
OAB nº...

RECURSO ESPECIAL
Cabível quando o CARF profere decisão desfavorável ao contribuinte, havendo
interpretação divergente em outra câmara (mesmo que o examinador não mencionar a
divergência, devemos presumir, pois há previsão legal).
Se o examinador deixar claro que não há entendimento divergente, cabe medida
judicial.
Há folha de rosto pois informará ao órgão recorrido a interposição de recurso, com
direcionamento a outro órgão.
Modelo de Recurso Especial na esfera administrativa:

(Folha de rosto):

Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

Auto de Infração nº...

Processo Administrativo n°...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o


no ..., com sede na Rua ..., nº ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço
eletrônico ..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado
(procuração e atos constitutivos anexos), com endereço profissional situado na Rua ..., nº
..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, interpor, com fulcro
no artigo ..., da Lei (Complementar/Lei/ Decreto) nº ...,

RECURSO ESPECIAL

em face da decisão de folhas ..., proferida nos autos assinalados em epígrafe, em que
contende com ... (Recorrido – qualificar), requerendo:

a) o conhecimento do Recurso Especial, uma vez que tempestivo e pertinente;

b) o recebimento nos seus efeitos legais;

c) a intimação do Recorrido para que, caso queira, apresente resposta; e

d) seja juntado aos autos e remetidos à ... (Câmara Superior de Recursos Fiscais
– se tributos federais) para julgamento.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado
OAB nº...

(Folha das razões de recurso):

Egrégia Câmara Superior de Recursos Fiscais

Razões do Recurso Especial

Recorrente: ...

Recorrido: ...

I) DOS FATOS

II) DA TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO

Nos termos do artigo 79 do Decreto nº 7.574/2011, o prazo para interposição de


recurso especial é de 15 dias. O presente recurso é tempestivo.

III) DO DIREITO

IV) DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Tendo em vista a interposição do presente Recurso, requer-se que a Ilma.


Autoridade administrativa reconheça a suspensão da exigibilidade do crédito tributário
discutido no Auto de Infração n° ..., em razão da existência do artigo 151, III, do CTN que
confere tal direito.

V) DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer-se:

a) seja conhecido o presente Recurso Especial, haja vista sua tempestividade e


pertinência, em razão da identificação de interpretação divergente entre as Turmas;

b) seja reconhecida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, enquanto


estiver em discussão administrativa o presente Auto de Infração, conforme dispõe o artigo
151, III, do CTN;

c) seja provido o recurso a fim de reformar a decisão de folhas ..., no sentido de


cancelar a decisão do Recurso Voluntário, visto ... (divergência de interpretação da lei
entre as turmas), consoante preceituado no artigo ...

Nestes termos,

pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB nº ...

MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE
Da decisão administrativa que negou o pedido de restituição caberá manifestação de
inconformidade, a ser julgada pela DRJ.
MODELO
ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE
JULGAMENTO
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço
eletrônico ..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado
(procuração e atos constitutivos anexos), com endereço na Rua ..., nº ..., Bairro ...,
Cidade ..., Estado..., CEP nº..., onde recebe intimações, vem, perante esta Douta
autoridade julgadora, em atenção a negativa do pedido de restituição, com fulcro no
artigo 61, P. único, II do Decreto nº 7.574/2011, apresentar
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE
em face da União, pessoa jurídica de direito público, CNPJ, endereço, pelos motivos de
fato e de direito abaixo aduzidos.
I. Síntese dos fatos
O contribuinte ingressou com pedido administrativo de restituição de tributo
pago indevidamente, de acordo com o art. 161 do CTN. Porém obteve decisão que
negou o seu direito a restituição.
Logo, em razão do art. 61, P. único, II do Decreto 7475/11, não lhe restou outra
alternativa senão apresentar a presente manifestação de inconformidade.
II. Do Cabimento e Tempestividade
Nos termos do art. 61, P. único, II do Decreto, cabe manifestação de
inconformidade... a ser julgada pela delegacia da receita federal de julgamento.
III. Do Direito
Subsunção do fato a norma.
IV. Dos Pedidos
Diante do exposto requer-se:
a) seja admitida a presente Manifestação de Inconformidade, haja vista sua
tempestividade e pertinência;
b) seja julgada procedente a presente Manifestação de Inconformidade, a fim
de reformar a decisão de folhas ..., e restituir os valores pagos indevidamente ou a
maior.
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado OAB nº...

CONSULTA TRIBUTÁRIA
Consulta perante a autoridade administrativa.
Dúvida se a atividade do contribuinte se sujeita a tributação. Se a fazenda já
mandou notificação para pagamento, não há dúvida quanto a incidência.
Art. 89 do Decreto 7574/11 - Enquanto não for solucionada a consulta, até o
30º dia, não pode ser instaurado procedimento de cobrança.
Da solução da consulta cabe recurso? Via de regra, não. – art. 95.
A única exceção em que cabe recurso é quando há interpretação divergente
da legislação tributária por parte de outra delegacia. – Recurso Especial. Não tem prazo
para apresentação, pode apresentar quando tiver conhecimento da decisão divergente.
Busca a unificação da jurisprudência administrativa.
MODELO DE CONSULTA:
Coordenação Geral de Tributação (COSIT) da Receita Federal do Brasil
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço
eletrônico ..., vem, respeitosamente, perante essa Douta Autoridade Julgadora, em
atenção aos artigos 88 e seguintes do Decreto nº 7.574/2011, apresentar uma
CONSULTA TRIBUTÁRIA.
O contribuinte apresenta consulta tributária, uma vez que possui dúvida a
respeito da sua situação frente a tributação brasileira. Trata-se de uma empresa que
comercializa livros eletrônico, e por isso pergunta-se se poderá valer-se da imunidade
tributária prevista na Constituição Federal ou terá que pagar tributo sobre esses
produtos.
Entende-se que a imunidade do art. 150, VI, d da Constituição Federal tem
finalidade difundir a cultura, educação e informação, e por essa razão, a menção ao livro
impresso nesse dispositivo é meramente explicativa, pois o livro eletrônico tem o mesmo
conteúdo e o mesmo valor teleológico do livro impresso.
Logo, entende-se que o livro eletrônico também tem imunidade tributária e não
deve pagar impostos. Eis aqui o objeto da nossa consulta.
Nesses termos, pede deferimento.
Local data
Advogado OAB nº...
RECURSOS NO PROCESSO JUDICIAL

APELAÇÃO
Recurso cabível contra a sentença e as decisões interlocutórias não
impugnáveis por agravo de instrumento.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a
seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas
pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Sentença é a decisão do juiz singular que encerra uma fase do procedimento.

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças,


decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência
das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de
coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível
por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de
decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou
na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Decisão Interlocutória é a decisão do juiz singular que não encerra o
procedimento na instância.

Art. 203 (…)


§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre no § 1o.

Três casos de Sentenças não apeláveis:

✓ Embargos Infringentes de Alçada


✓ Sentença que decreta falência
✓ Juizado Especial

✓ Embargos Infringentes de Alçada


Das sentenças proferidas em execução fiscal de valor igual ou inferior a 50
obrigações do Tesouro Nacional – ORTN, só se admitirão embargos infringentes de
alçada ou embargos de declaração, art. 34 da LEF.
Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções
de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do
Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de
declaração.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida
monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e de
mais encargos legais, na data da distribuição.
§ 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos
novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo
Juízo, em petição fundamentada.
§ 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos
conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou
reformará a sentença.

50 ORTN = 308, 50 BTN = 308, 50 UFIR = 328,27 a partir de janeiro/2001,


quando foi extinta a UFIR e desindexada a economia.

O Valor de alçada deve ser auferido, observada a paridade com a ORTN, no


momento da propositura da execução, levando em conta o valor da causa.
Lei nº 10.259/01, Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento
das partes, deferir medidas cautelares no curso do processo, para
evitar dano de difícil reparação.
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de
sentença definitiva.
Lei nº 12.153/09, Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento
das partes, deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias
no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta
reparação.
Art. 4o Exceto nos casos do art. 3o, somente será admitido recurso
contra a sentença.

✓ Sentença que decreta falência


Da decisão que decreta a falência cabe agravo de instrumento (art. 100,
primeira parte, da Lei nº 11.101/2005)

APELAÇÃO CONTRA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA:


✓ Somente são agraváveis as decisões nos casos expressamente previstos
em lei. As decisões não agraváveis devem ser atacadas na apelação.
Cuidado!!! Tal sistemática restringe-se à fase conhecimento, não se aplicando
às fases de liquidação e de cumprimento da sentença, nem ao processo de execução
de título extrajudicial. Nesses casos, toda e qualquer decisão interlocutória é passível
de agravo de instrumento. Também cabe agravo de instrumento contra qualquer
decisão interlocutória proferida em processo de inventário.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a
seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas
pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

A apelação visará a duas espécies de decisão: a sentença e a interlocutória


não agravável.

A parte eventualmente prejudicada por uma decisão interlocutória não


agravável poderá, tendo em vista a interposição de apelação pela outra parte, recorrer
contra esta decisão interlocutória, nas contrarrazões que apresentar à apelação da parte
adversária.

Regularidade Formal e Prazo:

A apelação deve ser interposta por meio de petição escrita dirigida ao juízo de
primeira instância que proferiu a sentença, no prazo de 15 dias nos termos do artigo
1.003, § 5º, do CPC, atentando-se aos casos em que o prazo do apelante é em dobro,
hipóteses dos artigos 183 (quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público)
e 229 (quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, de diferentes
escritórios), ambos também do CPC.
Art. 219 do CPC, Contam-se os prazos em dias úteis!
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de
primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão.
§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo
de 15 (quinze) dias.
§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o
apelante para apresentar contrarrazões.
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão
remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir
efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os
embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de
cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do §
1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação
e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser
suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de
provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação,
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
✓ Efeito de Retratação – Exceções:
❖ Apelação contra sentença que indefere a petição inicial (art. 331, CPC);
❖ Apelação contra sentença que julga liminarmente improcedente o pedido
(art. 332, § 3º do CPC)
❖ Apelação contra sentença que extingue o processo sem resolução do
mérito (art. 485, § 7º, CPC)
❖ Apelação contra sentença proferida nas causas que digam respeito a
direitos de criança ou adolescente (art. 198, VI, ECA)

Modelo de Apelação:
(Folha de rosto):
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ … (endereçamento complete do juízo
de origem)
Qualificação completa do Apelante e Apelado.
RECURSO DE APELAÇÃO

em face da decisão de folhas ..., proferida nos autos assinalados em epígrafe, em que
contende ..., pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua..., nº..., Cidade,
Estado, CEP, pelos motivos de fato e de direito que serão aduzidos. Requerendo:

a) que o presente recurso seja juntado aos autos e remetido ao EGRÉGIO


TRIBUNAL ... independentemente de juízo de admissibilidade, art. 1.010 do CPC, para
julgamento;

b) que seja intimado o Apelado para, querendo, apresentar resposta, art.


1.010, §1º do CPC.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local e Data.
Advogado
OAB nº ...

(Razões de recurso):
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO
ou
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ...

Apelante: ...
Apelado: ...
Nº dos autos de origem: ...

Razões de Recurso

I) Dos Fatos
II) Do cabimento
III) Da Tempestividade
IV) Do Direito
V) Dos Pedidos
Diante do exposto, requer-se:
a) Que a apelação seja recebida e conhecida;
b) Que seja admitida em seu duplo efeito;
c) Provimento do recurso para reformar a sentença a fim de declarar ...;
d) Inversão da condenação em custas e honorários de sucumbência;
e) Informa-se que as custas processuais estão anexas.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local e Data.
Advogado
OAB nº...

Nos juizados especiais, de acordo com o artigo 5º da Lei nº 10.259/2001 e artigo 4º


da Lei nº 12.153/2009, será admitido RECURSO contra a sentença. Não se fala em
apelação, apenas recurso, o que nos leva a crer ser um recurso inominado simplesmente,
conforme a legislação específica dos juizados especiais.

Modelo de Recurso no Juizado Especial:

(Folha de rosto):
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ... Juizado Especial da Fazenda
Pública de ...

Autos de Origem nº: ...

Nome do(a) recorrente, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) da


Cédula de Identidade RG nº ..., devidamente inscrito(a) no CPC/MF sob o nº ...,
residente e domiciliado(a) na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., vem,
respeitosamente, à presente de Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado
abaixo assinado (procuração e atos constitutivos anexos), com endereço profissional
situado na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., onde recebe intimações, no prazo
legal estabelecido por lei, irresignado com a r. sentença de fls. ..., interpor, na
conformidade do disposto no artigo 4º da Lei n.º 12.153/2009 e art.41 da Lei n.º
9.099/95, o presente
RECURSO
para a Egrégia Turma Recursal do ..., pelas razões que oferece em separado e
integrantes do presente apelo, requerendo seja o mesmo recebido, dando-se, ao final,
TOTAL PROVIMENTO ao mesmo, reformando assim a sentença de primeiro grau.
Requer, ainda, a juntada da anexa guia comprobatória do preparo do recurso
ora interposto.
Pede-se deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº ...

(Folha de razões de recurso, endereçada para o juízo competente):


EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO TRIBUNAL ...

Recorrente: ...
Recorrido: ...
Autos de origem n°: ...
Razões de Recurso
I) Dos Fatos
II) Do Cabimento
III) Da Tempestividade
IV) Preliminarmente
V) Do Direito
VI) Dos pedidos
Posto isto, e pelo muito mais que será suprido pelo elevado saber jurídico
desses ilustres e eméritos julgadores desse Pretório, requer que Vossas Excelências se
dignem em conhecer do presente recurso para lhe dar provimento nos termos da
fundamentação, reformando a sentença para ...
Nestes termos,
Pede-se deferimento.

Local e data.
Advogado
OAB nº…

RECURSO ADESIVO

Requisitos:
◆ Tenha havido sucumbência recíproca (vencidos parcialmente autor e
réu);
◆ Recorrido não tenha interposto recurso principal, conformando-se com a
decisão que lhe fora parcialmente adversa;
◆ O recurso principal seja de apelação, recurso especial ou extraordinário.
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no
prazo e com observância das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer
deles poderá aderir o outro.
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente,
sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos
de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal
diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora
interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso
especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou
se for ele considerado inadmissível.

O recurso adesivo seguirá o recurso principal, em relação aos requisitos para


propositura, como prazo e demais regularidades formais.
Para melhor compreensão sobre o recurso adesivo, vamos imaginar que houve
sucumbência recíproca entre as partes e uma delas (Parte A) decide não apelar da
sentença, pois obteve uma parte de seu pedido, porém a outra parte (Parte B) apresenta
recurso de apelação. Nesse momento, abre-se prazo para Parte A apresentar no prazo
de 15 dias resposta (contrarrazões) ao recurso de apelação apresentado pela Parte B,
e no mesmo prazo a possibilidade de apresentar recurso adesivo do trecho não
recorrido anteriormente da sentença.
MODELO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETIO DA VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE DO ESTADO DE … (endereçamento complete
do juízo de origem)
Autos n.
Empresa X, ...., vem interpor, com fulcro no artigo 997, §1 do CPC, o presente
RECURSO ADESIVO da sentença proferida nos autos assinalados em epígrafe, em
que contende ao Município, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua..., nº...,
Cidade, Estado, CEP, pelos motivos de fato e de direito que serão aduzidos.
Requerendo desde já que o presente recurso seja anexado aos autos e remetido ao
EGRÉGIO TRIBUNAL de Justiça.
Nestes termos, Pede-se deferimento.
Local e Data. Advogado OAB nº ...
(Razões de recurso):
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ...
Recorrente: empresa x
Recorrido: Município
Nº dos autos de origem: ...
Razões de Recurso Adesivo
I) Dos Fatos
Narrativa dos fatos. Deve trazer um trecho da sentença que está recorrendo.
Provimento parcial dos pedidos. Deixou de apresentar recurso de apelação. A
outra parte interpôs apelação, razão pela qual considerou oportuno apresentar o recurso
adesivo.
II) Do cabimento e Tempestividade
Art. 997,§1 CPC – cabimento. Tempestividade – prazo das contrarrazões.
IV) Do Direito
VI) Dos Pedidos
Diante do exposto, requer-se:
a) intimação da outra parte para apresentar resposta;
b) Provimento do recurso para reformar a sentença nesse ponto, a fim de
declarar
d) Inversão da condenação em custas e honorários de sucumbência;
e) Informa-se que as custas processuais estão anexas.
Nestes termos, pede-se deferimento. Local e Data. Advogado OAB nº...

CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO


Com a interposição do recurso de Apelação, a outra parte terá direito de
resposta, denominada de contrarrazões ao recurso de apelação, nos termos do artigo
1.010, §1º do CPC.
Modelo de Contrarrazões:
(Folha de rosto)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CÍVEL
FEDERAL DA SUBCRIÇAO DO MUNICÍPIO DE ... E SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
DO(E) ...
ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE ... ESTADO DO(E) ...

Autos n°...
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua ...,
nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., inscrita no CNPJ sob nº, vem, respeitosamente, por
meio de seu advogado abaixo assinado (procuração e atos constitutivos anexos), com
endereço profissional situado na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., onde recebe
intimações, apresentar, com fulcro no artigo 1.010, § 1º do CPC,
CONTRARRAZÕES
na apelação interposta pela União, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua
..., nº..., bairro, Cidade ..., Estado ..., CEP ..., pelos motivos de fato e de direito que serão
a seguir aduzidos.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local e data.
Advogado.
OAB nº...

(Folha de razões de recurso endereçada para o Tribunal)


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO
ou
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO(E) ...

Apelado: ...
Apelante: ...
Nº dos autos de origem ...
Razões de Recurso
I) Dos fatos
II) Do Cabimento
III) Da tempestividade
IV) Do mérito
V) Dos pedidos
Diante do exposto, requer sejam acolhidas as presentes contrarrazões com o
consequente improvimento do recurso de apelação, mantendo-se a sentença recorrida
por suas próprias razões. Por fim, requer-se a majoração dos honorários fixados
anteriormente na forma do art. 85, § 11 do CPC.

Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº...

AGRAVO DE INSTRUMENTO
Somente são agraváveis as decisões nos casos previstos em lei. As decisões
não agraváveis devem ser atacadas na apelação.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões
interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do
pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.

De acordo com o entendimento do STJ, o CPC traz uma taxatividade mitigada,


sendo cabível agravo de instrumento de decisão interlocutória sem menção expressa,
se houver urgência, quando o julgamento da questão em apelação seria inútil.
A definição de decisão interlocutória passou a ser residual: o que não for
sentença é decisão interlocutória. Se o pronunciamento judicial tem conteúdo decisório
e não se encaixa na definição do § 1º do art. 203, é, então, uma decisão interlocutória.

Todas as interlocutórias proferidas na fase de liquidação – ou se for o caso, no


processo de liquidação – são agraváveis, nos termos do parágrafo único do art. 1.015
do CPC.

O juiz pode decidir parcialmente o mérito, numa das hipóteses previstas no art.
356. Tal pronunciamento, por não extinguir o processo, é uma decisão interlocutória,
que pode já acarretar uma execução imediata.

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais


dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art.
355.
(...)
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por
agravo de instrumento.

✓ Outros casos previstos em lei:

❖ Art. 354, parágrafo único, do CPC;


❖ Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts.
485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a
apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de
instrumento.
❖ Art. 1.037, § 13, I do CPC
Agravo de instrumento contra decisão interlocutória que resolver o
requerimento de distinção, no caso de sobrestamento do processo em razão de
recursos repetitivos nos tribunais superiores.
✓ Regularidade Formal e Prazo
O Agravo de instrumento deve ser interposto no prazo de 15 dias por meio de
petição escrita dirigida ao próprio tribunal que irá examiná-lo.
1. Cópias obrigatórias – art. 1.017, I CPC
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da
petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada,
da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos
advogados do agravante e do agravado;
(…)
§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das
respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme
tabela publicada pelos tribunais.

Art. 425, IV do CPC – Autenticação pelo Advogado

✓ Comprovação da interposição do Agravo – art. 1.018 do CPC


Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do
processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do
comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que
instruíram o recurso.
O agravo é interposto diretamente no juízo ad quem, mas deve ser apresentada petição
informando ao juízo a quo, no prazo de três dias, para possibilitar que faça a retratação.
Efeito suspensivo ou tutela antecipada:
Efeito suspensivo – efeitos da decisão longe. Ex: decisão que negou exceção de pré-
executividade.
Tutela antecipada – efeitos da decisão para perto ex: decisão para liberar mercadorias
apreendidas.
Tem folha de rosto, apresentada ao presidente do tribunal. O relator, sozinho, pode
julgar o agravo de instrumento. Se o relator negar o seguimento do agravo, caberá
agravo interno contra essa decisão, que serve apenas para destrancar o recurso.
➢ Da decisão que inadmite ou já nega provimento ao agravo de
instrumento cabe agravo interno – art. 1.021 do CPC.

Modelo de Agravo de Instrumento:


(Folha de rosto):
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...
ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO

Autos de origem nº ...


JUÍZO (Estadual / Federal) – VARA ...

Nome da Empresa (agravante) ..., pessoa jurídica de direito privado, com sede
à Rua ..., n.º ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., inscrita no CNPJ sob n.º, vem,
respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado (procuração e atos
constitutivos anexos), com endereço profissional situado na Rua ..., n.º ..., Cidade ...,
Estado ..., CEP ..., onde recebe intimações, no prazo legal estabelecido, interpor, com
fulcro no art. 1.015 e seguintes, do Código de Processo Civil o presente recurso de
AGRAVO DE INSTRUMENTO
em face da decisão de folhas ..., proferida nos autos assinalados em epígrafe, em que
contende com ... (Agravado – qualificar), representado por seu advogado ..., inscrito na
OAB nº ..., com escritório na Rua ..., nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., pelas razões
inclusas.
Acompanha a petição recursal o comprovante do pagamento das respectivas custas de
preparo do recurso, conforme §1º do art. 1.017 do CPC, e os documentos considerados
pertinentes nos termos do 1.017, III e §5º, do CPC. Após concluídas os demais trâmites
legais, requer que o presente Agravo de Instrumento seja recebido no efeito devolutivo
e suspensivo, e, ao final, seja provido em sua integralidade.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local e Data.
Advogado
OAB nº ...
(Folha das razões de recurso):
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
OU
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO

Agravante: ...
Agravado: ...
Autos de origem nº ...
Razões de Recurso
I) Dos Fatos
II) Do Cabimento
III) Da Tempestividade
IV) Do Direito
V) Do Efeito Suspensivo ou Da tutela antecipada
Dos Pedidos
Diante do exposto, requer-se que:
a) seja recebido e conhecido do recurso, haja vista a sua tempestividade e
pertinência;
b) Concessão, do efeito suspensivo ou antecipação de tutela, com fundamento
no art. 995, parágrafo único e 1.019 do CPC (se cabível);
c) Seja intimada a outra parte para querendo apresentar resposta (ou contra-
minuta), conforme art. 1.019, II, do CPC;
d) Seja provido o Agravo para reformar a decisão;
e) Sejam juntadas as custas processuais, nos termos do art. 1.017, §1° do
CPC;
f) Juntada dos documentos, obrigatórios e necessários, constantes no art.
1.017, I do CPC. Importante especificar os documentos. (em caso de agravo de
instrumento);
Em conformidade com o disposto no art. 1.018, § 2 do CPC, informa a
Agravante que no prazo de 3 dias protocolará perante o juízo a quo petição cópia do
Agravo de Instrumento, bem como prova de sua interposição e os documentos que
foram anexados, que são, por mim, declarados autênticos, conforme art. 425, IV, do
CPC.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.

Local e Data.
Advogado
OAB nº ...

AGRAVO INTERNO

É recurso cabível contra as decisões unipessoais proferidas em tribunal, sejam


elas proferidas pelo relator, Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal, art. 1.021 do
CPC.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo
interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao
processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

➢ Possibilidades

❑ Decisão do Presidente ou Vice-Presidente de tribunal que negar


seguimento a recurso extraordinário que trate de controvérsia a que o Supremo Tribunal
Federal tenha negado repercussão geral (art. 1.030, I, “a” e § 2º, CPC);
❑ Decisão do Presidente ou Vice-Presidente de tribunal que negar
seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão em
conformidade com o precedente de repercussão geral ou de recurso especial em
questão repetitiva (art. 1.030, I, “a” e “b” e § 2º, CPC);
❑ Decisão do Presidente ou Vice-Presidente de tribunal que sobrestar o
recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo
tribunal superior (art. 1.030, III, § 2º, do CPC);
❑ Decisão do Presidente ou Vice-Presidente de tribunal que indeferir o
requerimento a que alude o § 6º do art. 1.035 do CPC (art. 1.035, § 7º, CPC;
❑ Decisão do Presidente ou Vice-Presidente de Tribunal que indeferir o
requerimento a que alude o § 2º do art. 1.036 do CPC (art. 1.036, § 3º do CPC)
❑ O art. 1.070 do CPC, que cuida da unificação do prazo do agravo interno,
fala em “outra decisão unipessoal” proferida em tribunal (além do relator)
ATENÇÃO!!!
✓ Ressalvada expressa regra especial, cabe agravo interno contra qualquer
decisão de relator ou Presidente ou Vice-Presidente do tribunal; assim, caberá agravo
interno contra decisão do relator em qualquer causa que tramite no tribunal, seja um
recurso, uma remessa necessária ou uma causa de competência originária (art. 937, §
3º do CPC).
Prazo:
✓ 15 dias – art. 1.070 do CPC
✓ Em dobro para Fazenda Pública – art. 183, CPC; Ministério Público – art.
180, CPC; Defensoria Pública – art. 186, CPC.
Súmula 116 do STJ: A Fazenda Pública e o Ministério Público tem prazo em
dobro para interpor agravo regimento no Superior Tribunal de Justiça.
Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os
fundamentos da decisão agravada (art. 1.021, § 1º, CPC).
O agravo interno será dirigido ao relator que poderá retratar-se; antes de
retratar-se, terá o relator de ouvir a parte agravada, que apresentará as suas
contrarrazões no prazo.
Interposto o agravo interno, há dois caminhos possíveis: ou o relator retrata-se,
podendo fazê-lo pir decisão isolada, ou o leva a julgamento pelo colegiado, no qual
poderá ser mantida ou reformada a decisão do relator.

Modelo de Agravo Interno:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...

Autos de origem nº...


Nome, sobrenome, portador da cédula de identidade nº..., inscrito no CPF/MF
no..., estado civil, profissão, com domicílio e residência na Rua ..., nº..., bairro, cidade,
estado, CEP nº..., endereço eletrônico ..., vem respeitosamente, perante Vossa
Excelência, por meio de seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), com
escritório na Rua..., nº..., bairro, cidade, estado, CEP nº..., onde recebe intimações,
com fulcro no art. 1.021 do CPC, interpor o presente
AGRAVO
contra a decisão monocrática de folhas... proferida por Vossa Excelência, no recurso
de ..., nos autos assinalados em epígrafe, em que contende com o Município/Fazenda
Pública Municipal), com endereço na Rua..., nº..., bairro, cidade, estado, CEP nº...,
representado por seu advogado..., pelas razões inclusas.
I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO
Tem-se no art. 1.021 do CPC a possibilidade de agravar decisão do relator
sob o equivocado fundamento de que o recurso era manifestamente improcedente.
III) DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do art. 1.003, § 5o do CPC e 1.070 do CPC, tem-se o prazo de 15
(quinze) dias para apresentar o presente agravo.
IV) DO DIREITO
V) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) que seja conhecido e recebido o presente recurso, haja vista a sua
tempestividade e pertinência;
b) a retratação da decisão agravada e provimento, pelo próprio Relator, do
recurso, uma vez que...,
c) subsidiariamente, caso não seja atendido o pedido anterior, requer seja
levado o presente recurso para apreciação do órgão colegiado, com inclusão em
pauta, nos termos do art. 1.021, § 2o do CPC e consequente provimento do presente
Agravo, para que tenha seguimento o recurso...
Nestes termos, pede-se deferimento
Local, data
Advogado
OAB nº...

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL OU EXTRAORDINÁRIO


Recurso cabível da decisão do Presidente ou Vice-Presidente do tribunal de
Justiça ou do tribunal Federal que inadmitir o recurso especial ou extrordinário.
CPC Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do
vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso
extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação
de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em
julgamento de recursos repetitivos.

CPC Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do


tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no
prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que
deverá: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016) (Vigência)
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual
o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de
repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão
geral; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente,
exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo
de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado,
conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos
repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter
repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria
constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016) (Vigência)
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia
constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art.
1.036; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao
Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde
que: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no
inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art.
1.042. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá
agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016) (Vigência)

ATENÇÃO!!!
O recurso especial ou extraordinário pode ser inadmitido pelo presidente ou
vice-presidente do tribunal de origem em razão da aplicação de precedente de recurso
especial repetitivo ou de repercussão geral.
Nesse caso, não cabe agravo em recurso especial ou em recurso extraordinário
a ser encaminhado, respectivamente, para o STJ ou para o STF. O que cabe, em tal
hipótese, é agravo interno para o plenário ou para o órgão especial do próprio tribunal
de origem, a fim de que se faça a distinção para deixar de aplicar o precedente ao caso.
✓ Procedimento
Nos termos do § 2º do art. 1.042 do CPC, o agravo em recurso especial ou
extraordinário não se sujeita ao prepare.
O agravo será interposto por petição escrita dirigida ao presidente ou vise-
presidente do tribunal de origem no prazo de quinze dias (art. 1.003, § 5º do CPC).
Interposto o agravo em recurso especial ou extraordinário e decorrido o prazo de
resposta, com ou sem ela, o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem irá
apreciá-lo para exercer ou não a retratação.
➢ Não exercida a retratação, a decisão mantém-se, com a remessa dos
autos ao tribunal superior (art. 1.042, § 4º, CPC)
Nos tribunais superiores o agravo em recurso especial ou extraordinário é
julgado pelo relator, cabendo da decisão deste agravo um agravo interno para a turma.
ATENÇÃO!!!
Da decisão do relator que não conhecer do agravo, negar-lhe provimento ou
decidir, desde logo, o recurso não admitido na origem, caberá agravo interno, no prazo
de quinze dias, ao órgão competente.
Modelo de Agravo em Recurso Especial ou Extraordinário:
(Folha de rosto:)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE ...

Autos de origem nº...


Nome, sobrenome, portador da cédula de identidade no..., inscrito no CPF/MF
nº..., estado civil, profissão, com domicílio e residência na Rua ..., nº..., bairro, cidade,
estado, CEP, endereço eletrônico ..., vem respeitosamente, perante Vossa Excelência,
por meio de seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), com escritório na
Rua..., nº..., bairro, cidade, estado, CEP, onde recebe intimações, com fulcro no art.
1.042 do CPC, interpor o presente
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
em razão da decisão de folhas... proferida por Vossa Excelência, em que inadmitiu o
recurso especial, em que contende com o Município/Fazenda Pública Municipal,
requerendo nesse momento:
a) que seja conhecido e recebido o presente recurso, haja vista a sua
tempestividade e pertinência;
b) a retratação, a fim de ser aceito e julgado o recurso especial, nos termos do
art. 1.042, § 2o do CPC;
c) caso não haja retratação que o agravo seja remetido ao tribunal superior
competente para julgamento, de acordo com o art. 1.042, § 4o do CPC.

Nesse termo pede-se deferimento.


Local, data.
Advogado
OAB nº...

(Folha das razões de recurso:)


EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Recorrente:
Recorrido:
Razões de recurso
I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO
Tem-se no art. 1.042 do CPC a possibilidade de agravar decisão que inadmitir
recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
III) DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do art. 1.003, § 5o do CPC, tem-se o prazo de 15 (quinze) dias
para apresentar o presente agravo.
Assim, demonstrado está que o presente recurso é tempestivo.
IV) DO DIREITO
V) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) que seja conhecido e recebido o presente recurso, haja vista a sua
tempestividade e pertinência;
b) seja dado provimento ao recurso de agravo reformando o despacho que
negou trânsito ao Recurso Especial para dar-lhe o devido seguimento e a permitir o seu
julgamento e o esperado provimento por este C. Superior Tribunal de Justiça.
Nestes termos, pede-se deferimento
Local, data
Advogado
OAB nº...

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Os Embargos de divergência constituem um recurso (CPC, art. 994, IX), com


a finalidade de uniformizar a jurisprudência interna do Supremo Tribunal Federal ou do
Superior Tribunal de Justiça.
Tem por finalidade afastar um conflito de entendimento na jurisprudência
interna do tribunal superior.
Cabimento: Apenas no âmbito do STJ e STF.
É preciso que o julgamento tenha sido proferido por uma Turma (no caso do
STF) ou por uma Turma ou Seção (no caso do STJ)
Pressupostos: a) Julgamento por Órgão fracionário do STJ ou STF e b) em
recurso especial ou em recurso extraordinário.
Ainda que tenha sido unânime, caberão os embargos se o acórdão divergir de
outro acórdão já proferido por outro órgão do tribunal.
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:
I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os
acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
II - revogado
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um
acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso,
embora tenha apreciado a controvérsia;
§ 1o Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em
julgamentos de recursos e de ações de competência originária.
§ 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de
divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do
direito processual.
§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma
for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que
sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus
membros.
§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação
de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em
mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a
reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores,
indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que
identificam ou assemelham os casos confrontados.

ATENÇÃO!!! Os embargos de divergência somente são cabíveis contra


acórdão.

Não cabe embargos de divergência contra acórdão que julga o agravo do art.
1.042 do CPC, que resulte no não conhecimento do recurso extraordinário ou recurso
especial.
Súmula nº 315 do STJ.
Súmula 168 do STJ: Não cabem embargos de divergência, quando a
jurisprudência do tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado.
Prazo: 15 dias, sendo igualmente 15 dias o prazo para responder-lhes
ATENÇÃO!!!! Inadmitidos os embargos de divergência, caberá agravo interno!
Modelo de Embargos de Divergência:

(Folha de rosto):
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO RELATOR DO EGRÉGIO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Autos nº...

Empresa X, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob no.., com
sede na Rua ..., no ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ...,
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado,
abaixo assinado, com escritório na Rua ..., no ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., onde
recebe intimações, com fulcro no artigo 1.043 do CPC, interpor
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
em face da decisão proferida em sede de Recurso Extraordinário em que contende com
..., pelas razões de fato e de direito a seguir arroladas.
Nesses termos,
Pede-se deferimento,
Local e data.
Advogado
OAB nº...

(Folha das razões do recurso):


Egrégio Supremo Tribunal Federal

Recorrente: ...
Recorrido: ...
Razões de Recurso
I) Dos fatos
(...)
Assim, não se conformando com o r. Acórdão e em atenção ao Acórdão
paradigma proferido ...
II) Do Cabimento
III) Tempestividade
Nos termos do artigo 1.003, § 5o do CPC, o prazo para embargar é de 15 dias,
por essa razão o presente recurso é tempestivo.
IV) Da existência de acórdão paradigma
O recorrente provará a divergência com cópia da decisão no prolatada no STF,
nos termos do art. 1.043, § 4o do CPC.
V) Do direito
Demonstrar a existência de subsunção do fato à norma em três parágrafos. No
primeiro, a norma; no segundo, o caso concreto; e no terceiro, a conclusão.
VI) Dos pedidos
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, uma vez que
tempestivo e pertinente para reformar o acórdão recorrido.
Nesses termos,
Pede-se deferimento.

Local e data.
Advogado
OAB nº...

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Somente são admissíveis quando se apontar a existência de erro material,
obscuridade, contradição ou omissão em questão (ponto controvertido) sobre a qual
deveria o juiz ou o tribunal pronunciar-se necessariamente.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão
judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao
caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias,


em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade,
contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no
prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual
acolhimento implique a modificação da decisão embargada.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


(…)
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

OBS: A prolação de decisão ultra ou extra petita equipara-se à decisão que


incorre em erro material. Por isso, é cabível embargos de declaração.

São cabíveis embargos de declaração contra qualquer decisão judicial!!!


Decisões na esfera administrativa também são recorríveis por embargos de
declaração – art. 15 CPC
Procedimento: Os embargos de declaração devem ser opostos por petição
escrita, dirigida ao próprio órgão prolator da decisão embargada, contendo o
pedido de complementação do julgado, a fim de que seja suprida a omissão,
eliminada a contradição, esclarecida a obscuridade e/ou corrigido o erro
material.
Modelo de Embargos de declaração:

ENDEREÇAMENTO
Autos nº ...
NOME DA EMPRESA ..., qualificação completa, por meio de seu advogado
(qualificar), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, opor, no prazo legal
estabelecido, com fulcro no artigo 1.022 do CPC o presente recurso de
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
em face da respeitável decisão de folhas, a fim de que haja por bem Vossa Excelência
sanar a obscuridade e/ou omissões, e/ou as contradições nela existentes, cuja
declaração se requer, como de direito.
I) Dos fatos
II) Do cabimento
III) Da tempestividade
IV) Do direito
V) Dos efeitos
VI) Dos pedidos
Diante do exposto, requer-se:
a) que seja recebido e conhecido o recurso, haja vista a sua tempestividade e
pertinência;
b) pelas razões expostas, requer a embargante sejam providos os presentes
embargos de declaração, sanando a contradição/obscuridade/omissão apontada, de
modo a complementar a entrega da prestação jurisdicional devida, adequando a decisão
de fundo para ...
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº ...

AÇÃO RESCISÓRIA
Trata-se de ação autônoma que tem por objeivo a descontituição de decisão
judicial transitada em julgado e, eventualmente, o rejulgamento da causa.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser
rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão
ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente
incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da
parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a
fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em
processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação
rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova
cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si
só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato
inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente
ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não
represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se
pronunciado.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito,
impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da
decisão.
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por
outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como
os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão
sujeitos à anulação, nos termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V
do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de
súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que
não tenha considerado a existência de distinção entre a questão
discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu
fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste
artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar,
fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por
hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor
outra solução jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016) (Vigência)

✓ Competência para Processar e julgar a Ação Rescisória:


A ação rescisória é de competência originária de tribunal, não devendo ser
ajuizada perante juízo de primeira instância. A regra de competência para
processamento e julgamento da ação rescisória é a seguinte:
os tribunais julgam as ações rescisórias de seus próprios julgados e dos
julgados dos juízes a ele vinculados.
A decisão proferida por juízes de primeira instância pode ser desconstituída,
igualmente, por ação rescisória, que deve ser processada e julgada pelo tribunal ao qual
está vinculado o juízo que a proferiu.
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou
singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a
intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de
colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória
a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será
intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for
parte.

Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos


requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento
do processo;
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa,
que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de
votos, declarada inadmissível ou improcedente.
§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao
Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e
fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados


do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o
prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses,
recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do
prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo
máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo
começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério
Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que
têm ciência da simulação ou da colusão.

✓ Procedimento da Ação Rescisória

Como qualquer outra é intentada por meio de uma petição inicial, que, além,
de observar os requisitos exigidos no art. 319 do CPC, deve estar acompanhada dos
documentos indispensáveis a sua propositura (art. 968, caput, CPC).
A intimação obrigatória do MP apenas se justifica se a causa subsumir-se a
uma das hipóteses gerais de intervenção, previstas no art. 178 do CPC.

Modelo de Ação Rescisória:

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

NOME DA PESSOA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador(a) do RG nº


..., inscrito(a) no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na Rua...,
nº ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
por intermédio de seu advogado abaixo assinado, com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro
..., Cidade ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, propor, com fulcro no artigo 966 do
CPC, a presente
AÇÃO RESCISÓRIA
em face da União/Fazenda Pública Nacional ou Estado/Fazenda Pública Estadual ou
Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital ou Município/Fazenda Pública Municipal,
pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o no ..., com sede na Rua ..., nº
..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., pelos motivos de fato
e de direito abaixo aduzidos:
I) DOS FATOS
II) DO CABIMENTO
A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando (i) se
verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; (ii)
for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; (iii) resultar de
dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de
simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; (iv) ofender a coisa julgada;
(v) violar manifestamente norma jurídica; (vi) for fundada em prova cuja falsidade tenha
sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação
rescisória; (vii) obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável; (viii) for fundada em erro de fato verificável do exame dos
autos.
No presente caso, a decisão de mérito transitada em julgado violou
manifestamente norma jurídica – art. ... da Lei nº ..., cabendo a sua rescisão na forma do
artigo 966, V do CPC.
III) TEMPESTIVIDADE
O trânsito em julgado da decisão rescindenda ocorreu em ..., conforme
certificado pela .... às fls. ... dos autos de origem.
Pois, tempestiva a presente ação rescisória protocolada na presente data, ante
o enunciado no artigo 975 do CPC.
IV) DO DIREITO
Deve-se apresentar os fundamentos jurídicos justificadores para a rescisão da
decisão de mérito transitada em julgado. Deve-se apontar os fundamentos da decisão de
mérito transitada em julgado e contrapô-los às hipóteses do artigo 966 do CPC. Por
exemplo, na hipótese do artigo 966, V, do CPC, deve-se apontar os fundamentos da
decisão de mérito transitada em julgado e contrapô-los à melhor interpretação da norma
jurídica tida por violada.
V) DO DEPÓSITO
Observar o requisito do artigo 968, II, do CPC, depositando a importância de
cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por
unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
VI) DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a citação do réu para, querendo, apresentar resposta, sob as penas da revelia;
b) seja julgada totalmente procedente a presente ação, rescindindo-se a decisão
prolatada pelo ... nos Autos no ..., proferindo-se novo julgamento, acolhendo-se todos os
pedidos iniciais da ação de original;
c) seja recebido o depósito da importância de cinco por cento sobre o valor da
causa, nos termos do artigo 968, II, do CPC;
d) a intimação do Ministério Público para todos os atos deste processo, conforme
estabelece o parágrafo único do artigo 967 c/c o artigo 178, ambos do CPC (se for o caso);
e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos;
f) a condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios, conforme os artigos 82 a 85 do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ ...
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB nº ...

CONTESTAÇÃO

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo


de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação,
nos demais casos.

Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de


defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:


I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como
preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
(...)

Modelo de Contestação:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE ... ESTADO DO (E)...

Autos nº ...

UNIÃO/ESTADO/MUNICÍPIO, pessoa jurídica de direito público, inscrita no


CNPJ sob o nº ..., com sede na Rua ..., n° ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ...,
endereço eletrônico ..., vem, respeitosamente, por intermédio de seu advogado abaixo
assinado (procuração e atos constitutivos anexos), com endereço profissional situado na
Rua ..., n° ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., onde recebe intimações, com
fundamento nos artigos 335 e seguintes. do CPC, apresentar a presente

CONTESTAÇÃO

nos autos assinalados em epígrafe, movidos por NOME DA PESSOA,


nacionalidade …, estado civil ..., profissão ..., portador da cédula de identidade RG n° ...,
inscrito no CPF sob o n° ..., residente e domiciliado na Rua ..., n° ..., Bairro ..., Cidade ...,
Estado ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., assim sendo, não merece prosperar os
argumentos do Autor.

I) DOS FATOS

Narrar os fatos exatamente como previstos na proposta de peça. E encerrar com a


seguinte frase:
“Contudo, conforme será demonstrado, a pretensão do Autor não merece ser
acolhida”.

II) DA TEMPESTIVIDADE

Consigne-se a tempestividade da presente manifestação, tendo em vista que o


artigo 183 estabelece que a Fazenda Pública tem prazo em dobro para contestar.

III) PRELIMINAR DE MÉRITO

Narrar a preliminar de mérito, se existente, e encerrar com o tópico:

“Sendo assim, requer-se a extinção do processo sem julgamento do mérito ou


sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485 do CPC”.

IV) DO DIREITO
Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, sendo superadas as
preliminares, em conformidade com o Princípio da Eventualidade, passa-se a demonstrar
que a pretensão do(s) Autor(es), também no tocante ao mérito, não merece ser acolhida.

V) DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

a) o acolhimento da preliminar de mérito, se admissível, e, assim, a extinção do


feito sem resolução do mérito, conforme o artigo 485 do CPC;

b) não sendo este o posicionamento de Vossa Excelência, o conhecimento da


presente Contestação, julgando improcedentes os pedidos formulados pela parte Autora,
uma vez que incabíveis;

c) a intimação da(s) parte(s) Autor(as) para que, caso queira, apresente


impugnação à presente Contestação;

d) a inversão das custas e honorários sucumbenciais, nos termos dos artigos 82


a 85 do CPC;

e) a produção de todas as provas em direito admitidas, art. 319, VI do CPC.

Nestes termos, pede deferimento

Local e data.

Advogado

OAB nº...

DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda


Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
§ 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que
os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em
favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da
Constituição Federal.
§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer
matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de
conhecimento.
§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos
534 e 535.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE
DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA:

Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda


Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.

Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu


representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para,
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar
a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o
processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde
que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica


será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando
lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica
observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de
desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases


do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na
execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao
distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração
da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em
que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na
hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos
pressupostos legais específicos para desconsideração da
personalidade jurídica.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será


citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de
15 (quinze) dias.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será


resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo
interno.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a


oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em
relação ao requerente.

CAUTELAR FISCAL

Lei nº 8397/92

Quando o fisco verifica que a contribuinte ira dilapidar o seu patrimônio, e não
poderá arcar com a dívida tributária, poderá requerer a cautelar fiscal, antes do
ajuizamento ou no curso da execução fiscal.

A cautelar é sempre dirigida para uma vara de execução fiscal, considerando


que é uma ação para resguardar o direito da fazenda de alcançar o seu crédito fiscal.

Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a


constituição do crédito, inclusive no curso da execução judicial da
Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e respectivas autarquias. (Redação dada pela Lei nº 9.532,
de 1997)
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na hipótese dos
incisos V, alínea "b", e VII, do art. 2º, independe da prévia constituição
do crédito tributário. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)

Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito


passivo de crédito tributário ou não tributário, quando o devedor:
(...)
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao
recolhimento do crédito fiscal:
(...)
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; (Incluída pela Lei
nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
(...)
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao
órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de
lei; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

Outrossim, a jurisprudência já se consolidou no sentido de que os créditos


tributários não necessitam estar definitivamente constituídos na via administrativa para
autorizar a propositura da cautelar fiscal, bastando que estejam constituídos pelo regular
lançamento fiscal.

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.497.290 - PR (2014/0300039-5)


5. A alegação do recorrente de que a ausência de crédito tributário
definitivamente constituído, porquanto pendente a análise de recurso
administrativo, inviabilizaria o ajuizamento da medida cautelar fiscal não
encontra amparo na jurisprudência do STJ, a qual reconhece no auto de
infração forma de constituição tal crédito, cujo recurso administrativo não é
óbice à efetivação da cautelar.
Precedentes.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1497290/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 20/02/2015)

Art. 11. Quando a medida cautelar fiscal for concedida em


procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a
execução judicial da Dívida Ativa no prazo de sessenta dias, contados
da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera
administrativa.

Art. 8° O requerido será citado para, no prazo de quinze dias,


contestar o pedido, indicando as provas que pretenda produzir.
Parágrafo único. Conta-se o prazo da juntada aos autos do mandado:
a) de citação, devidamente cumprido;
b) da execução da medida cautelar fiscal, quando concedida
liminarmente.

Art. 13. Cessa a eficácia da medida cautelar fiscal:


I - se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da Dívida
Ativa no prazo fixado no art. 11 desta lei;
II - se não for executada dentro de trinta dias;
III - se for julgada extinta a execução judicial da Dívida Ativa da
Fazenda Pública;
IV - se o requerido promover a quitação do débito que está sendo
executado.

Modelo de Medida Cautelar Fiscal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA … VARA DE


EXECUÇÕES FISCAIS... DA SUBSEÇÃO DE … SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE
A União/Fazenda Pública Nacional…, pessoa jurídica de direito público, com
sede na Rua …, Nº …, por seu advogado, abaixo assinado, procuração anexa, com
escritório na Rua ..., nº..., bairro, cidade, Estado, CEP nº..., vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, propor a presente MEDIDA CAUTELAR FISCAL

com fundamento na Lei nº 8.397/92, em face de …, pessoa jurídica de direito privado,


com sede nº …, na Rua …, nº..., Bairro …, cidade, estado, na pessoa de seu
representante legal, … e o faz pelas relevantes razões de fato e de direito seguinte:

I) DOS FATOS

(...)

Ocorre, porém, que, o requerido como possuidor de tal área está de fato
providenciando sua alienação a seu sócio …, conforme se infere da cópia da Guia de
Transmissão e Informação, para obstar e dificultar a satisfação do débito junto à
Fazenda Municipal.

II) DO DIREITO

O art. 1º da Lei nº 8.397 de 1992, que instituiu a medida cautelar fiscal, dispõe
que o procedimento cautelar fiscal pode ser instaurado antes ou no curso da execução
judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito federal, dos Municípios e
respectivas autarquias e dessa execução é sempre dependente.

Consoante o disposto no art. 4º, a decretação da medida produzida, de


imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da
obrigação.

III) CONCESSÃO DA LIMINAR - DO FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN


MORA, SEM A OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA

No caso concreto, embora seja a Fazenda Pública dispensada de justificação


prévia (art. 7 da Lei nº 8397), das razões apresentadas e da inclusa documentação,
emergem a conclusão de que, de qualquer forma, estão presentes os pressupostos para
a concessão da liminar, inaudita altera parte, eis que, para assegurar e atender à
necessidade de segurança colimada, quanto ao resultado eficaz ou útil da presente
medida.

IV) DOS PEDIDOS

Ex positis requer-se a Vossa Excelência:


a) a distribuição da presente medida por dependência e seu apensamento ao
Processo nº …, em curso perante esse DD. Juízo;

b) seja-lhe concedida a liminar, para a imediata indisponibilidade de declinado


imóvel, em face da urgência e relevância da medida, antes da citação do requerido, ou
seja, inaudita altera parte, máxime porque o periculum in mora, obviamente, ensejará a
transferência do imóvel já em curso;

c) a citação do requerido, para, querendo, no prazo legal de 15 dias, conteste


o pedido, indicando as provas que pretende produzir

Termos em que, pede deferimento.

Dá-se à causa o valor de R$ ...

Local e Data

Advogado

OAB nº …

PARECER

Modelo de Parecer:

Ementa: Reunião de forma lógica e coordenada das palavras-chaves,


utilizadas no parecer.

Relatório: Devemos indicar do que se trata à consulta enviada ao parecerista,


esclarecendo qual é a questão de fundo objeto de questiona mento.

Fundamentação.

Conclusão.

É o parecer.

Data, local.

Advogado

OAB nº...

HABEAS CORPUS
Trata-se de medida que visa proteger o direito de ir e vir. É concedido sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Quando há apenas ameaça
a direito, o Habeas corpus é preventivo.

A Constituição Federal de 1988 prevê em seu art. 5º, inciso LXVIII que
conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder.

O habeas corpus é uma ação constitucional de caráter penal e de procedimento


especial, isenta de custas e que visa evitar ou cessar violência ou ameaça na liberdade
de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. Não se trata, portanto de uma espécie
de recurso, apesar de regulamentado no capítulo a eles destinado no Código de
Processo Penal.

Habeas corpus preventivo (salvo-conduto):

Quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua


liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.

Assim, bastará, pois a ameaça de coação à liberdade de locomoção, para a


obtenção de um salvo conduto ao paciente, concedendo-lhe livre trânsito, de forma a
impedir sua prisão ou detenção pelo mesmo motivo que ensejou o habeas corpus.

Habeas corpus liberatório ou repressivo:

Quando alguém estiver sofrendo violência ou coação em sua liberdade de


locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. Pretende fazer cessar o desrespeito à
liberdade de locomoção.

Liminar em habeas corpus:

Em ambas as espécies haverá possibilidade de concessão de medida de


liminar, para se evitar possível constrangimento à liberdade de locomoção irreparável.

HIPÓTESES:

1) Ameaça, sem justa causa, à liberdade de locomoção;

2) Prisão por tempo superior estabelecido em lei ou sentença;

3) Cárcere privado;
4) Prisão em flagrante sem a apresentação da nota de culpa;

5) Prisão sem ordem escrita de autoridade competente;

6) Prisão preventiva sem suporte legal;

7) Coação determinada por autoridade incompetente;

8) Negativa de fiança em crime afiançável;

9) Cessação do motivo determinante da coação;

10) Nulidade absoluta do processo.

Pessoas do Processo:

Do processo de habeas corpus participam as seguintes pessoas:

O Impetrante: aquele que requer ou impetra a ordem de habeas corpus a favor


do paciente;

O Paciente: o indivíduo que sofre a coação, a ameaça, ou a violência


consumada;

O Coator é quem pratica ou ordena a prática do ato coativo ou da violência;

O Detentor é quem mantém o paciente sobre o seu poder, ou o aprisiona.

Competência:

Em regra, competirá conhecer o pedido de habeas corpus a autoridade


judiciária imediatamente superior à que pratica ou está em vias de praticar o ato ilegal.

Compete aos Juízes de Direito estaduais sempre que a coação for exercida por
particulares ou pelas autoridades policiais estaduais.

Os Tribunais de Justiça serão competentes originariamente, sempre que a


autoridade coatora for Juiz de Direito estadual ou secretário de estado (Código de
Processo penal, art. 650, II).

Compete ao Juiz Federal, quando o crime atribuído ao paciente tiver sido


praticado pela Polícia Federal. Caso seja o próprio Juiz Federal a autoridade coatora,
competirá ao Tribunal Regional Federal a que estiver ele subordinado.

Competirá ao Superior Tribunal de Justiça, quando o coator ou o paciente for


Governador de estado ou do Distrito federal; órgão monocrático dos Tribunais Estaduais
ou dos Tribunais Regionais Federais, art. 105, I, c da CF, membros dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Distrito Federal; dos Tribunais Regionais Eleitorais, dos
Tribunais Regionais do Trabalho; dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
e do Ministério Público da União que oficiem perante Tribunais ou quando o Coator for
Ministro de Estado.

CPC Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:


I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a
lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-
lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em
que a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade

CPP Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer
pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério
Público.
§ 1o A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência
ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de
simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não
souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas
residências.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício
ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem
que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.

CF Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Modelo de Habeas Corpus:

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Advogado, (qualificação completa) vem respeitosamente perante Vossa


Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal Constituição
e 647, 648, I e seguintes do CPP impetrar ordem de

HABEAS CORPUS

em favor de JOÃO DASDU (qualificação completa) contra ato do Ilustríssimo


Delegado de Polícia do Distrito de ... (quando estiver em fase de inquérito) OU
Meritíssimo Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ... (quando estiver no
curso da ação penal), pelos motivos e fatos a seguir aduzidos:

I) FATOS

II) ARGUMENTAÇÃO

III) PEDIDO

Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, de que é vítima o


paciente, vem requerer que, após solicitadas as informações à autoridade coatora, seja
concedida a ordem impetrada, conforme artigos 647 e 648, inciso ... do Código de
Processo Penal, decretando-se o trancamento da ação penal (se não tiver
sentença) ou a cassação da sentença (se tiver sentença), por medida de Justiça,
FALTA DE JUSTA CAUSA:

Termos em que,

pede deferimento.

Local, data

Advogado (a)

OAB nº...
Observação:

Se tratar-se de habeas corpus preventivo, deve-se pedir: "... a expedição de


salvo conduto..."

HABEAS CORPUS. ART. 1º, II, DA LEI Nº 8.137/1990. CONDENAÇÃO.


POSTERIOR PARCELAMENTO DO DÉBITO TRIBUTÁRIO.
PROCEDIMENTO ANTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO.
SUSPENSÃO DO PROCESSO. ORDEM CONCEDIDA.
1. Se o débito tributário foi parcelado em data posterior à sentença
condenatória, mas antes de seu trânsito em julgado, é de rigor a
suspensão do feito até o pagamento integral do debito. Deve ser
desconstituído o trânsito em julgado e anulado o acórdão dos embargos
de declaração. Precedentes.
2. Ordem concedida para desconstituir o trânsito em julgado e anular a ação
penal desde o julgamento dos embargos de declaração, inclusive,
devendo a ação penal ficar suspensa até o resultado definitivo do
parcelamento do débito administrativamente concedido pela Receita
Federal.
(HC 370.612/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 07/03/2017, DJe 17/03/2017)

Lei 9.430/96 - art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa
aos crimes contra a ordem tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei
no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a
Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), será
encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final,
na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário
correspondente. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)
§ 1o Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário,
a representação fiscal para fins penais somente será encaminhada ao
Ministério Público após a exclusão da pessoa física ou jurídica do
parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
§ 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes
previstos no caput, durante o período em que a pessoa física ou a
pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver
incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha
sido formalizado antes do recebimento da denúncia criminal. (Incluído
pela Lei nº 12.382, de 2011).
§ 3o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão
da pretensão punitiva. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
§ 4o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no caput quando
a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar
o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos, inclusive
acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de
parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
§ 5o O disposto nos §§ 1o a 4o não se aplica nas hipóteses de vedação
legal de parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).
TUTELA CAUTELAR EM CARÁTER ANTECEDENTE

Modelo de tutela cautelar em caráter antecedente:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DE EXECUÇÕES


FISCAIS DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE..., SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
DO(E)...

ou

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DE


EXECUÇÕES FISCAIS DA COMARCA DE... ESTADO(E)...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


o nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro, Cidade, Estado, CEP nº..., endereço eletrônico,
vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado (procuração e atos
constitutivos anexos), com endereço na Rua..., nº..., bairro, Cidade, Estado, CEP nº...,
onde recebe intimações, com fulcro nos artigos 305 e seguintes do CPC, apresentar

TUTELA CAUTELAR EM CARÁTER ANTECEDENTE PARA EXPEDIÇÃO


DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA

em face da União/Fazenda Pública Federal OU Estado/Fazenda Pública


Estadual OU Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital OU Município/Fazenda Pública
Municipal, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede na
Rua..., nº..., bairro, Cidade, Estado, CEP nº..., endereço eletrônico, pelos motivos de
fato e de direito abaixo aduzidos.

I. DOS FATOS

II. DO DIREITO

III. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) que seja deferida a possibilidade de a autora oferecer em garantia/caução


no valor de R$… referente à cobrança tributária ...;

b) caso este Douto juízo entenda que o pedido tenha natureza antecipada, que
seja observado o disposto no artigo 303 do CPC, conforme dispõe o artigo 305,
parágrafo único, do CPC;
c) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do
artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação
ou mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para que, caso queira,
apresente resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 319, VII, do CPC;
OU indicação do não cabimento de conciliação, nos termos do artigo 334, §4º, II, do
CPC (realizar esse pedido de acordo com a proposta);

d) seja, ao final, julgada procedente a presente medida cautelar, para o fim de


se determinar a expedição de certidão positiva com efeito de negativa;

e) a condenação do réu ao pagamento das verbas decorrentes de


sucumbência.

Dá-se à causa o valor de R$...

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB nº...

TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Modelo de tutela antecipada em caráter antecedente:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA DE EXECUÇÕES


FISCAIS DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE..., SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
DO(E)...

ou

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DE


EXECUÇÕES FISCAIS DA COMARCA DE...

NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob


o nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro, Cidade, Estado, CEP nº..., endereço eletrônico,
vem, respeitosamente, por meio de seu advogado abaixo assinado (procuração e atos
constitutivos anexos), com endereço na Rua..., nº..., bairro, Cidade, Estado, CEP nº...,
onde recebe intimações, com fulcro nos artigos 303 e seguintes do CPC, apresentar
TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE PARA
EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA

em face da União/Fazenda Pública Federal OU Estado/Fazenda Pública


Estadual OU Distrito Federal/Fazenda Pública Distrital OU Município/Fazenda Pública
Municipal, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede na
Rua..., nº..., bairro, Cidade, Estado, CEP nº..., endereço eletrônico, pelos motivos de
fato e de direito abaixo aduzidos.

I. DOS FATOS

II. DO DIREITO

III. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) que seja deferida a possibilidade de a autora oferecer em garantia/caução


no valor de R$… referente à cobrança tributária ...;

b) a designação de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do


artigo 319, VII, do CPC, e a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação
ou mediação a ser designada por esse juízo; OU a citação do réu para que, caso queira,
apresente resposta, sob as penas da revelia, declarando o autor o desinteresse na
designação de audiência de conciliação ou mediação, à luz do artigo 319, VII, do CPC;
OU indicação do não cabimento de conciliação, nos termos do artigo 334, §4º, II, do
CPC (realizar esse pedido de acordo com a proposta);

c) seja, ao final, julgada procedente a presente tutela antecipada em caráter


antecedente, para o fim de se determinar a expedição de certidão positiva com efeito
de negativa e posteriormente discutir sobre a anulação do lançamento tributário; ]

d) a condenação do réu ao pagamento das verbas decorrentes de


sucumbência.

Dá-se à causa o valor de R$...

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB nº...

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