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CURSO DE LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL I PARA

CARREIRA JURÍDICA
TOP 20 – LPE 2024
OS 20 PRINCIPAIS TEMAS DE CADA LEI PENAL ESPECIAL
Olá, pessoal.

Sou o professor Ivan Marques, responsável pelas aulas em vídeo de Legislação Penal Especial para Carreiras
Jurídicas.

Para ajudar vocês nessa difícil caminhada de preparação para a sua tão sonhada carreira, vou dar um curso
com as principais leis penais e processuais penais especiais em um formato diferente – o TOP 20.

Vou escolher os 20 principais temas de cada lei para explicar a vocês, com detalhes, o que mais é cobrado
em concursos públicos.

Em um dos nossos primeiros encontros, iremos tratar da Lei 11.340/2006 – A CAMPEÃ de incidência em
provas – A Lei Maria da Penha.

Trata-se de uma Lei com muitos detalhes e exceções, ou seja, um prato cheio aos examinadores.

Aguardo você em minhas redes sociais para continuarmos aprendendo juntos e para ir divulgando as datas
das aulas e temas.

Desejo a todos um excelente curso de LPE.

Professor Ivan Marques

Canal do Youtube – Ivan Luís Marques

Instagram - @prof.ivanmarques

LEI 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA


1. Lesão corporal contra a mulher

Toda lesão corporal contra a mulher, no âmbito de aplicação da lei, será processada mediante
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.

atenção: inclusive lesão leve e lesão culposa, pelo afastamento do art. 88 da Lei 9099 pelo art. 41 da Lei
11.340.

Súmula 542 do STJ a lesão corporal no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher será
processada mediante ação penal pública incondicionada.

E os demais crimes? Atenção aqui! Dependerá da regra de cada tipo penal específico.

Os crimes contra honra, por exemplo (138, 139 e 140) continuam sendo de ação penal privada.

O crime de ameaça (147, CP) continua sendo de ação penal pública condicionada à representação.

E assim por diante.

2. A audiência do art. 16 da LMP.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Repare que essa regra especial excepciona o art. 25 do CPP. Aqui, o limite para a retratação se dá com o
oferecimento da denúncia; Na LMP se dá com o recebimento da denúncia.

Outro ponto relevante: essa audiência só será obrigatória para as situações em que a mulher manifestar,
expressamente, o seu interesse em se retratar.

E só vale para crimes que se processam mediante ação penal pública condicionada à representação da
ofendida.

3. Conceito de mulher - STJ

Não se prenda ao conceito biológico.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu em 06.04.2022 que a Lei Maria da Penha se
aplica aos casos de violência doméstica ou familiar contra mulheres transexuais.

O texto da lei, cujo artigo 5º, ao definir seu âmbito de incidência, refere-se à violência "baseada no gênero",
e não no sexo biológico.

”A Lei nº 11.340/2006 (Maria da Penha) é aplicável às mulheres trans em situação de violência doméstica.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.977.124/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/4/2022 (Info 732).

Recomendação 128 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - "gênero é questão cultural, social, e significa
interações entre homens e mulheres", enquanto sexo se refere às características biológicas dos aparelhos

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reprodutores feminino e masculino, de modo que, para ele, o conceito de sexo "não define a identidade de
gênero".

QUESTÃO

No que concerne à violência doméstica familiar contra a mulher, aos crimes contra a pessoa com
deficiência e contra pessoa idosa e à proteção intelectual ao programa de computação, julgue os
itens a seguir, com base na legislação específica e na jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça.

A violência física praticada contra mulher transexual atrai a incidência da Lei Maria da Penha.

Certo.

Errado.

Gabarito: Certo.

A questão está correta, pois está de acordo com o entendimento do STJ. Veja: ”A Lei nº
11.340/2006 (Maria da Penha) é aplicável às mulheres trans em situação de violência doméstica.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.977.124/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/4/2022 (Info
732).”

4. Homem pode ser vítima?

Para os homens, vítimas de violência doméstica, não se aplicam as regras da Lei 11.340/2006.

Assim, se o filho pratica lesão corporal em seu pai responderá pelo art. 129, § 9º, do Código Penal, mas o pai
não terá, por exemplo, direito de pedir medidas protetivas de urgência da LMP.

QUESTÃO:

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) determina que casos de violência doméstica e
intrafamiliar que sejam tipificados como crime, devem ser apurados através de inquérito policial
e remetidos ao Ministério Público. Nesse sentido, diploma situações de violência doméstica,
proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena aplicável, dentre outras
medidas de tutela das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes.
Sobre a Lei Maria da Penha, é CORRETO afirmar:

É considerado constitucional o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –,


no que diz respeito à necessária proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a
cultura brasileira.

O conceito de “família”, tutelável pelo Direito constitucional brasileiro, adstringe-se à união entre
homem e mulher, celebrada pelo casamento civil.

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Sob a perspectiva de uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, a Lei
Maria da Penha pode ser considerada adequada ao modelo constitucional, se a proteção por ela
trazida destinar-se, igualmente, aos homens do núcleo familiar.

Trata-se de legislação inconstitucional, uma vez que trata com distinção as mulheres, colocando-
as em situação privilegiada perante os homens;

GABARITO: A

A alternativa A é a correta. Isso porque, de acordo com o STF, é constitucional o tratamento


diferenciado entre os gêneros, em virtude da aplicação do princípio da isonomia.

A alternativa B está incorreta, pois, a CRFB/1988 adota um conceito amplo de família,


englobando a união estável, desde que haja vínculos de permanência e continuidade.

A alternativa C está incorreta, tendo em vista que, como explicado, o STF entende que o
tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, se harmoniza com a Constituição
Federal.

A alternativa D está incorreta, pois o STF entendeu ser constitucional a distinção efetivada pela
Lei Maria da Penha.

5. Basta a vítima ser mulher para aplicarmos a lei maria da penha?

NÃO! CUIDADO!

HIPÓTESES DE APLICAÇÃO DA LEI:

1. ÂMBITO DOMÉSTICO

2. RELAÇÃO FAMILIAR

3. RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO

São critérios alternativos, mas, ao menos um deles é obrigatório no caso concreto.

6. Coabitação

Súmula 600 – STJ: Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da lei
11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima.

7. O agressor pode ser a agressora?

SUJEITO ATIVO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

O sujeito ativo da violência doméstica ou familiar contra a mulher pode ser homem ou mulher,

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bastando que fique evidenciado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, com ou sem
coabitação.

8. Presunção de vulnerabilidade

AGRESSOR HOMEM – ABSOLUTA

AGRESSORA MULHER – RELATIVA (STJ)

9. Formas de violência contra a mulher

ROL LEGAL EXEMPLIFICATIVO

FÍSICA (feminicídio)

SEXUAL (estupro)

PATRIMONIAL (roubo)

MORAL (injúria)

PSICOLÓGICA (ameaça)

OUTRAS: política – esportiva – religiosa – obstétrica

10. Atendimento policial

O atendimento policial e pericial deve ser especializado, ininterrupto e,

preferencialmente, realizado por pessoa do sexo feminino.

A autoridade policial deverá, entre outras providências:

• garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao


Poder Judiciário;

• encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

• fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;

• se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da


ocorrência ou do domicílio familiar;

• informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

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• determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames
periciais necessários;

• ouvir o agressor e as testemunhas;

• ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais,
indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;

• remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

Medidas protetivas de urgência

• SE a ofendida pedir para a delegada, o procedimento de concessão de medidas protetivas de urgência


será encaminhado ao juiz com o pedido da ofendida no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

QUESTÃO

A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), ao tratar do atendimento à mulher pela autoridade
policial, determina que

A) é direito da mulher, em situação de violência doméstica e familiar, o atendimento policial


ininterrupto e prestado por servidores de qualquer dos sexos, preferencialmente treinados ou
informados sobre a lei.

B) sejam colhidas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias,
abstendo-se de requisitar os serviços públicos, os quais serão acionados pela mulher em situação
de violência doméstica e familiar.

C) na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a


autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências
legais cabíveis.

D) seja remetido, no prazo de, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas, expediente apartado ao
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência.

E) ao inquirir a mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de testemunha de


violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, deverá evitar, quando possível,
que ela tenha contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas.

GABARITO:

Letra C

Alternativa totalmente em consonância com o disposto no art. 10 da Lei 11.340/2006 - Lei Maria
da Penha: Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra

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a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as
providências legais cabíveis.

11. Regras específicas

Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos
de saúde. Tal regra excepciona a perícia obrigatória em delitos que deixam vestígios – 158 do CPP.

12. Afastamento do agressor do lar conjugal

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em
situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será IMEDIATAMENTE
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:

I - pela autoridade judicial;

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento
da denúncia.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada,
devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.

§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência,
não será concedida liberdade provisória ao preso.

As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público
ou a pedido da ofendida.

As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência


das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

13. Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher

A Lei 11340/06 criou os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (JVD), órgãos da Justiça
Ordinária com competência cível e criminal.

Trata-se de uma Vara Especializada para o julgamento de crimes de violência doméstica e familiar contra a
mulher.

14. Quantificação da violência

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, das seguintes
penas:

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- Multa isolada

- Restritiva de prestação pecuniária

- Restritiva de cesta básica

Nenhum pena isolada pode ser cumprida apenas com o pagamento, para evitar a quantificação da violência
pelo agressor.

Ex. Agredir a mulher custa XX reais! Era um absurdo resolvido pela LMP.

Questão: É cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos?

NÃO.

Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça
no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.

15. Tipo penal do art. 24-A da LMP

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1o A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.

§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.

Exceção ao artigo 322 do CPP:

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

QUESTÃO

Nos termos da Lei no 11.340/2006 (Lei “Maria da Penha”), é correto afirmar que:

a) em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do


agressor, decretada pelo juiz, somente mediante requerimento do Ministério Público.

b) a conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, contra mulher, trata-se de uma forma
de violência doméstica caracterizada pela violência física.

c) A conduta de descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
tipifica um crime apenado com reclusão.

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d) na hipótese de prisão em flagrante por descumprimento de decisão judicial que deferiu
medidas protetivas de urgência, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.

e) é direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e


pericial especializado, prestado por servidores – exclusivamente do sexo feminino.

GABARITO: D

QUESTÃO

No que concerne ao crime de descumprimento das medidas protetivas do art. 24-A da Lei Maria
da Penha, é correto afirmar que

a) a configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as


medidas.

b) o tipo prevê causa especial de aumento de pena em caso de lesão grave ou morte.

c) por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, não se admite prisão em flagrante.

d) na hipótese de prisão em flagrante, tanto a autoridade judicial como a policial poderão


conceder fiança.

e) a tipificação expressamente prescinde de prévia notificação do agressor acerca do


deferimento das medidas protetivas.

GABARITO: A

RESPOSTA: A.

Alternativa A. CERTA. A assertiva está de acordo com o artigo 24-A, §1º da Lei Maria da Penha.

Alternativa B. ERRADA. Não há previsão de causa especial de aumento de pena.

Alternativa C. ERRADA. Não é possível considerar crime de menor potencial ofensivo, dado que é
inaplicável para os delitos da Lei Maria da Penha a inteligência da Lei 9.099/1995.

Alternativa D. ERRADA. No caso narrado, apenas a autoridade judicial pode conceder fiança.

Alternativa E. ERRADA. Para a configuração do crime previsto pelo art. 24-A da Lei 11.340 /06 é
imprescindível que o agente tenha consciência prévia da existência das medidas protetivas deferidas
contra si, sem a qual não é cabível a condenação pelo respectivo delito por ausência de comprovação
do dolo.

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16. Cuidado máximo com o art. 41 da LMP

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da
pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

E às contravenções penais? STJ - 6ª Turma (HC 280.788)

apesar do art. 41 da Lei Maria da Penha fazer referência apenas a “crimes”, a orientação do STJ é que não se
aplicam os institutos despenalizadores da Lei 9.099 a nenhuma prática delituosa contra a mulher no âmbito
doméstico e familiar, ainda que configure contravenção penal.

Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

17. Princípio da insignificância

Súmula 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados
contra a mulher no âmbito das relações domésticas.

18. LMP OU JÚRI

Questão: Qual é o órgão jurisdicional competente para processar e julgar um crime doloso contra a vida no
contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher?

Como é sabido, em caso de crime doloso contra a vida exsurge o Tribunal Popular do Júri como órgão
constitucional competente para processamento e julgamento, nos termos do art. 5º, XXXVIII, “d”, da
Constituição Federal. Em razão da sua posição constitucional, o Tribunal do Júri deve prevalecer em relação
a qualquer competência estabelecida em lei.

19. ANPP

Não cabimento do ANPP – 28-A do CPP

Art. 28-A. (...)

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:

(...)

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher
por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.

20. Novidades legislativas

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LEI n. 14.674 de 14 de setembro de 2023

Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para dispor sobre auxílio-aluguel a ser
concedido pelo juiz em decorrência de situação de vulnerabilidade social e econômica da ofendida afastada
do lar.

LEI n. 14.550, de 19 de abril de 2023

Art. 19. (...)

§ 4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em juízo de cognição sumária a partir do


depoimento da ofendida perante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações escritas e
poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física,
psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

§ 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas independentemente da tipificação penal da


violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro de boletim
de ocorrência.

§ 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir risco à integridade física, psicológica,
sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.” (NR)

Art. 40-A. Esta Lei será aplicada a todas as situações previstas no seu art. 5º, independentemente da causa
ou da motivação dos atos de violência e da condição do ofensor ou da ofendida.

QUESTÃO:

Sobre Lei nº 11.340/2006, a qual cria os mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, assinale a alternativa correta.

a) O crime de lesão corporal leve, praticado contra a mulher no âmbito das relações domésticas
e familiares, deve ser processado mediante ação penal pública condicionada à representação.

b) Presentes os requisitos, é possível a realização de transação penal nos crimes que envolvem
violência doméstica e familiar contra a mulher.

c) Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos delitos praticados com violência
ou grave ameaça no âmbito das relações domésticas e familiares contra a mulher.

d) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é apenas a mulher, e o
sujeito ativo é apenas o homem.

e) O descumprimento de medida protetiva de urgência configura o crime de desobediência em


face da inexistência de outras sanções previstas no ordenamento jurídico para a hipótese.

GABARITO: C

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Pelo disposto na Súmula 589-STJ, é inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.

Esses são os principais temas a respeito da Lei 11.340/2006 para concursos públicos.

Espero ter ajudado na compreensão da Lei Penal Especial que mais cai em concursos públicos no Brasil.

Aguardo você em minhas próximas aulas!

Forte abraço.

Professor Ivan Marques

Canal do Youtube – Ivan Luís Marques

Instagram - @prof.ivanmarques

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