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VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA
DEFINIÇÃO
Violência doméstica é todo tipo de violência
que é praticada entre os membros que
habitam um ambiente familiar em comum.
ESTATÍSTICAS E PREVALÊNCIA DA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
LEIS E REGULAMENTOS

Lei Maria da Estatuto da


Criança e do Lei Henry Borel Estatuto do
Penha
Adolescente (Lei Nº Idoso (Lei
(Lei Nº 11.340,
(Lei Nº 14.344/2022) Nº10.141/2003)
2006)
8.069/1990)
TIPOS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA
Art. 7.º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I – a violência física (...);

II – a violência psicológica (...);

III – a violência sexual (...);

IV – a violência patrimonial (...);

V – a violência moral (...);


DENUNCIA
MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)
a) Medidas a cargo da autoridade policial (art. 11):

I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao


Poder Judiciário;

II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;

IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da


ocorrência ou do domicílio familiar;

V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.


MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)

b) Medidas protetivas de urgência:

b.1) Medidas protetivas destinadas ao agressor (art. 22):

I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos
termos da Lei 10.826, de 22.12.2003;

II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;


MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)

III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a)aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância
entre estes e o agressor;

b)contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c)frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da


ofendida;
MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)

IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento


multidisciplinar ou serviço similar;

V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação (medida incluída pela Lei


13.984/2020); e

VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo
(medida incluída pela Lei 13.984/2020).
MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)
b.2) Medidas protetivas destinadas à ofendida (arts. 23 e 24):

 providências de caráter pessoal (art. 23), estão

I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de


atendimento;

II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após


afastamento do agressor;

III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos
filhos e alimentos;
MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)
IV – determinar a separação de corpos.

V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais


próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga (incluído pela Lei 13.882/2019).

MEDIDAS PROTETIVAS
(ARTS. 11, 22, 23 e 24)
Providências de caráter patrimonial (art. 24)

I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de


propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
QUESTOES RELEVANTES

 E quanto ao delegado de polícia? Possui legitimidade para definir e aplicar


medidas protetivas de urgência?

 Estão sujeitas à impugnação as decisões judiciais que deferem e indeferem medidas


protetivas?

 Quais são as consequências advindas para o agressor na hipótese de


descumprimento de medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da
Penha?
MEDIDAS PROTETIVAS APLICADAS NO
CASO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

 Afastamento do agressor

 Medidas contra o agressor


DAS AUDIÊNCIAS CORRELATAS
A MEDIDAS PROTETIVAS

 Justificação;

 Acolhimento;

 audiência do art. 16 da Lei n. 11.340/2006.


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O PROCESSO
PENAL BRASILEIRO
1. COMPETÊNCIA
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher:
Art. 14: “Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal,
poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e
pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher.”
“Enquanto não estruturados os Juizados de Violência
COMPETÊNCIA Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais
acumularão as competências cível e criminal para conhecer e

DAS VARAS julgar as causas decorrentes da prática de violência


doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões
do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual
CRIMINAIS pertinente” (cf. art. 33, caput). E, ainda, será garantido o
direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e
ANTES DO julgamento de tais causas (cf. art. 33, parágrafo único).

JUÍZADOS
Art. 23, Lei 13.431/2017: Os órgãos
responsáveis pela organização
VIOLÊNCIA judiciária poderão criar juizados ou
varas especializadas em crimes contra
DOMÉSTICA a criança e o adolescente. Parágrafo
CONTRA único. Até a implementação do disposto
no caput deste artigo, o julgamento e
CRIANÇAS E a execução das causas decorrentes das
práticas de violência ficarão,
ADOLESCENTES preferencialmente, a cargo dos
juizados ou varas especializadas em
violência doméstica e temas afins.
E quando se tratar de processo por crime
doloso contra a vida cometido no contexto de
violência doméstica e familiar contra a
mulher?

STJ, HC 294.952/SC, DJ 04.05.2015


PROCEDIMENTO JUDICIAL
AÇÃO PENAL
A Lei nº 11.340/06, em seu artigo 41, vedou a Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa
incidência da Lei dos Juizados Especiais: ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é
Art. 41. Aos crimes praticados com violência pública incondicionada.
doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Nesse caso, todos os crimes em contexto de
violência doméstica vão ser de ação penal
pública incondicionada? Ação pública
condicionada à representação nos casos de
STF, ADI 4424: “o crime de lesão corporal em crimes alheios à Lei 9.099/95. Exemplo: Crime
contexto de violência doméstica é de ação pública de ameaça, CP.
incondicionada, que independe da vontade da
vítima para a persecução penal…”

ATENÇÃO: Projeto de Lei 355/21


A NÃO APLICAÇÃO DOS INSTITUTOS
DESPENALIZADORES DA LEI 9.099/1995 (ART. 41)

02
01 PROIBIÇÃO DE ALGUNS
BENEFÍCIOS
PRISÃO EM FLAGRANTE
Súmula 536 do STJ: “a suspensão condicional
do processo e a transação penal não se aplicam
Autorização da prisão em flagrante e
na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei
Maria da Penha”. a lavratura do respectivo auto

03 RECURSOS
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PROIBIÇÃO DE APLICAÇÃO DE PENAS DE MULTA E CESTAS
BÁSICAS (ART. 17):
Art. 17 É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

Súmula 588, STJ: “A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos”.

Súmula 589, STJ: “É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher
no âmbito das relações domésticas”.
O instituto da prisão preventiva nos crimes que
POSSIBILIDADE envolvam violência doméstica e familiar contra:

DE PRISÃO ●

Mulher
Criança
● Adolescente
PREVENTIVA ●

Idoso
Enfermo
(ART.20) ou da
● Pessoa com deficiência

to policial agressor,
er fa se d o inquéri n ti v a d o
m qualqu são prev e
Art. 20. E minal, caberá a pri querimento do
cri a re
instrução de ofício, ção da
pelo juiz, representa
decretada úblico ou mediante rá revogar a prisão preventiiervaemse,raznoões que a
curso do

in is té ri oP ico. O jui
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M . Parág subsista, bem como de no
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processo,
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justifiquem
A RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA
CONDICIONADA (ART. 16)

Art. 16: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público

RENÚNCIA À ESPONTANEIDADE
RETRATAÇÃO
= RETRATAÇÃO. NECESSÁRIA À DEVIDA
INADEQUAÇÃO LEGISLATIVA RETRATAÇÃO DA VÍTIMA

AUDIÊNCIA CRIMES
NÃO PODE O JUIZ DECRETAR CRIMES PREVISTOS EM LEIS
DE OFÍCIO DISTINTAS DA LEI 9.099/95
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Prova:
Prova primordial: Palavra da vítima,
corroborada por outras provas!
OBS: O que acontece se a vítima de violência doméstica
faltar a audiência de instrução e julgamento?

DEPOIMENTO:
Depoimento especial ou depoimento sem
dano : Oitiva de Criança ou adolescente.
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU
MEDIAÇÃO

Como proceder nos crimes de violência doméstica e familiar?


ATUALIZAÇÃO: LEI NOVA n° 14.713/2023!

CÓDIGO GUARDA
COMPARTILHADA
CIVIL Proíbe a guarda compartilhada de
crianças e adolescentes quando houver
risco de violência doméstica ou
ALTERAÇÃO familiar, que envolva o casal ou os
filhos.

CÓDIGO DE
PROCESSO JUIZ
CIVIL Impõe ao juiz o dever de indagar
previamente o MP e as partes sobre
ALTERAÇÃO situações de violência doméstica ou
familiar que envolvam o casal ou os
filhos, antes da audiência de
conciliação.
OBRIGADA!
BRUNA ALVEZ E HÍVINI PIANO
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Avena, Norberto Processo penal / Norberto Avena. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Método, 2023.

BRASIL. Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Secretaria
Especial dos Direitos Humanos, 2004.
.__. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal no 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro:
Imprensa Oficial, 20.
__. Código de Processo Penal. decreto lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del3689.htm.

.__., Lei nº. 11.340, de 7 de agosto de 2006, (Lei Maria da Penha).

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