Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
.
“Sua vida recomeça quando a
violência termina”
• Ao conhecer seus direitos legais e obter
informações sobre os locais onde podem
ser atendidas, as mulheres terão uma
possibilidade real de romperem o ciclo de
violência a que estão submetidas. Uma
ligação pode ser o diferencial na vida de
uma mulher.
Medidas Protetivas
• Art. 22. Constatada a prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de
imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas
protetivas de urgência, entre outras:
• I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,
com comunicação ao órgão competente, nos termos da
Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
• II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida;
Cont...
• III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
• a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
estes e o agressor;
• b) contato com a ofendida, seus familiares e
testemunhas por qualquer meio de comunicação;
• c) freqüentação de determinados lugares a fim de
preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
• IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
menores, ouvida a equipe de atendimento
multidisciplinar ou serviço similar;
• V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
Art. 42.
• Inseriu no CPP o inciso IV no artigo 313
que possibilita a prisão preventiva do
agressor:
• Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código,
será admitida a decretação da prisão
preventiva:
IV - se o crime envolver violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.
Descumprir medidas protetivas
é crime?
Havia certa controvérsia quanto à
possibilidade de o descumprimento das
medidas protetivas de urgência tipificar o
crime de desobediência previsto no art. 330
do Código Penal.
De um lado, havia quem dissesse que o
descumprimento injustificado de uma
medida protetiva de urgência subsumia-se
ao crime do art. 330 do CP, porquanto tinha-
se, in casu, a desobediência a uma ordem
legal emanada de um funcionário público.
.
• Entretanto, com o advento da Lei n.
13.641/18, que acrescentou à Lei Maria da
Penha o art. 24-A, este descumprimento
das medidas protetivas de urgência passou
a ser crime.
“Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que
defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018).”
Do Crime de Descumprimento de Medidas
Protetivas de Urgência
• Ainda no artigo 24 inseriu:
“ §1° A configuração do crime independe da
competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018).
§2° Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
autoridade judicial poderá conceder fiança.
(Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
• §3° O disposto neste artigo não exclui a aplicação
de outras sanções cabíveis. “
Decisões recentes aplicando a LMP:
Homossexual feminino
Art. 5º da Lei:
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste
artigo independem de orientação sexual.
• Medo do agressor
• Dependência financeira
• Preocupação com os filhos
• Descrédito no Sistema de Justiça
• Acreditar que será a ultima vez que ele vai
praticar agressão;
• Vergonha em revelar que esta sendo
vitima do agressor.
Aplica-se a lei para Travestis, Transexuais,
Transgêneros?
Quanto à diferença entre sexos e gênero, devemos
entender que o termo "mulher" pode se referir tanto ao sexo
feminino, quanto ao gênero feminino, o sexo é determinado
quando uma pessoa nasce, mas o gênero é definido ao
longo da vida.
Logo, não teria sentido sancionar uma lei que tivesse
como objetivo a proteção apenas de um determinado sexo
biológico.
De gênero entende-se que se refere às características
sociais, culturais e políticas impostas a homens e mulheres
e não às diferenças biológicas entre homens e mulheres.
Desse modo, a violência de gênero não ocorre apenas
de homem contra mulher, mas pode ser perpetrada também
de homem contra homem ou de mulher contra mulher.
(decisão proferida pelo TJ de Goiás, Proc.n. 20110387908)
.
• “(...)Lésbicas, transexuais, travestis e
transgêneros, quem tenham identidade social com
o sexo feminino estão ao abrigo da Lei Maria da
Penha. A agressão contra elas no âmbito familiar
constitui violência doméstica. Ainda que parte da
doutrina encontre dificuldade em conceder-lhes o
abrigo da Lei, descabe deixar à margem da
proteção legal aqueles que se reconhecem como
mulher. Felizmente, assim já vem entendendo a
jurisprudência(...)”
• (DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: A
efetividade da Lei 11.310/2006 de combate à violência
doméstica e familiar contra a mulher. 2ª ed, São Paulo:
Revista Dos Tribunais, 2010.)
Trecho da decisão:
• "O alcance da Lei Maria da Penha às mulheres
transgênero e transexuais, bem como o
reconhecimento de outros direitos, a exemplo do
uso de banheiro feminino, deve ser definido com
base na leitura moralizante da Constituição.
Nesse sentido devem ser lidas e interpretadas as
cláusulas constitucionais que definem os
pressupostos do Estado Democrático de Direito,
que integra, politicamente, os conceitos de
liberdade, igualdade e fraternidade (trecho da
decisão do proc. n. 0700654-37.2020.8.02.0058)
.