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LEI ANTIDROGAS

( n. 11343/2006)

A Lei 11.343/2006 é a lei brasileira que estabelece o Sistema Nacional de Políticas


Públicas sobre Drogas (SISNAD) e dispõe sobre as medidas de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, bem
como sobre o combate ao tráfico ilícito de drogas e crimes correlatos.

● Porte para consumo: comprar, guardar ou portar drogas sem autorização


para consumo próprio. (Artigo 28).
OBS.: O consumo de drogas (porte), não deixou de ser crime, só não é apenável.
● Tráfico de drogas: vender, comprar, produzir, guardar, transportar, importar,
exportar, oferecer ou entregar para consumo, mesmo que de graça, dentre
outras condutas. (Artigo 33).

● Procedimento Penal da Lei 11.343/06:


➢ Fase policial: prisão em flagrante; comunicação ao juiz
competente em 24 horas; lavratura do Auto de Prisão em
Flagrante; juiz da vista ao MP, para a análise de legalidade.
(Artigo 50).
➢ Conclusão do IP: RÉU PRESO 30 DIAS; RÉU SOLTO 90 DIAS.
Os prazos podem ser duplicados pelo juiz. (Artigo 51)
➢ Remessa do IP ao juiz: deve conter as circunstâncias dos fatos;
qualificação do agente (Artigo 52).
➢ Instrução criminal: recebidos em juízo os autos do IP, dar-se-á
vista ao MP para no prazo de 10 dias, requerer o arquivamento,
requisitar diligências, oferecer denúncia, arrolar até 05
testemunhas e requerer provas pertinentes. (Artigo 54).
➢ Oferecida a denúncia notifica-se o acusado para se defender
no prazo de 10 dias.
➢ Quando o indiciado ainda não foi citado: defesa prévia ou
preliminar com as razões, documentos, provas e 05
testemunhas; nomear defensor para apresentar defesa em 10
dias. ( Após a defesa preliminar o juiz decide se aceita ou não
a denúncia).
➢ Apresentada, o juiz decidirá em 05 dias; em 10 dias realizará as
diligências (Artigo 55).
➢ Recebimento da denúncia e citação para resposta: designará
dia e horas para audiência; citação pessoal do acusado;
resposta à acusação: intimação do MP e assistentes; laudos
periciais (se necessário); Audiência realizada em 30 dias
(Artigo 56).
LEI Nº 9.099/95

A Lei 9.099/95 é uma lei brasileira que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais, que são órgãos da Justiça destinados a julgar causas de menor
complexidade e valor econômico, bem como a crimes de menor potencial ofensivo.

A lei estabelece que os Juizados Especiais são competentes para julgar causas cujo
valor não exceda a 40 salários mínimos, bem como aquelas que envolvam direitos
disponíveis de até 20 salários mínimos. Além disso, são considerados crimes de
menor potencial ofensivo aqueles cuja pena máxima não ultrapassa 2 anos de
prisão, como lesões corporais leves, ameaças, crimes de trânsito, entre outros.

Entre as principais disposições da Lei 9.099/95 estão:

● Simplificação dos procedimentos judiciais, com a eliminação de formalidades


e prazos excessivos;
● Estabelecimento de mecanismos de conciliação e mediação para solução
dos conflitos;
● Possibilidade de realização de audiências de instrução e julgamento em uma
única sessão;
● Previsão de penas alternativas à prisão para os crimes de menor potencial
ofensivo, como a prestação de serviços à comunidade, a limitação de fim de
semana e a multa;
● Proibição da prisão em flagrante nos casos de crimes de menor potencial
ofensivo, salvo em casos de reincidência, resistência ou em situações
excepcionais.
● IMPORTANTE: as instituições desta lei não se aplicam à lei 11.340/06 (Maria
da Penha).
➢ A Lei 9.099/95 determina que, nos casos de infração de
menor potencial ofensivo, a autoridade policial lavre o "termo
circunstanciado", encaminhando-o, imediatamente, ao
Juizado Especial. Note-se que, não se trata de uma opção da
autoridade policial (delegado).
➢ Elaboração do Termo Circunstanciado de Ocorrência: artigo
69; audiência preliminar de conciliação e aplicação de pena
restritiva de direito (arts. 72 a 76); denúncia ou queixa (art.77).

Obs.: A denúncia é interposta para os crimes que devem ser


processados por meio de ação penal pública, cujo titular é o
representante do Ministério Público. A queixa-crime é utilizada para
os casos de ação penal privada e é apresentada em juízo pelo
próprio ofendido ou representante legal, por meio de um advogado.
LEI 11.340/06

(Lei Maria da Penha)

Entre as principais disposições da Lei Maria da Penha estão:

● Ampliação da definição de violência doméstica e familiar contra a mulher, que


passa a incluir não apenas a violência física, mas também a psicológica,
sexual, patrimonial e moral;
● Criação de medidas protetivas de urgência, que visam garantir a segurança
da mulher em situação de violência doméstica, como o afastamento do
agressor do lar, a proibição de contato com a vítima e a suspensão da posse
ou restrição do porte de armas;
● Previsão de penas mais rigorosas para os agressores de mulheres, como a
detenção de 3 meses a 3 anos, além da possibilidade de aumentar a pena em
casos de lesão corporal grave, ameaça com arma de fogo ou
descumprimento de medidas protetivas;
● Criação de juizados especializados em violência doméstica e familiar contra
a mulher, que têm competência para julgar os casos previstos na lei;
● Criação de programas de recuperação e reeducação dos agressores, com o
objetivo de prevenir a reincidência.

➢ Artigo 5 da Lei 11.340/06:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual
ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de


pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação
dos direitos humanos.

➢ Artigo 7 da Lei 11.340/06:

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER


Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir
e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou
uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto
ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.

Obs.: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção


ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,
após afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica


mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

➢ Em caso de descumprimento de medida protetiva:

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as


medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.


(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído pela
Lei nº 13.641, de 2018)

DECRETO DE LEI N. 3688/41

(Lei de Contravenções penais)


Exemplo de contravenção penal: perturbação do sossego alheio; vias
de fato.

Lei 10.826/ 2003

(Estatuto do Desarmamento)

➢ Posse:

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido:

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou
dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

➢ Porte:

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo
estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1) (STF declarou
inconstitucionalidade deste p.u.)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito:

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

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