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Penha
Precipuamente, os artigos 5 º, 6º e 7º da lei, são os que demonstram algumas formas
de violência contra mulher, ambos devem ser interpretados paralelamente.
Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial (…)
Tratando da relação íntima de afeto, pode ser qualquer sinal de troca de intimidade,
não precisando haver coabitação.
Violência doméstica é a que ocorre dentro de casa, nas relações entre as pessoas da
família, entre homens e mulheres, pais/mães e filhos, entre jovens e pessoas idosas.
Podemos afirmar que, independentemente da faixa etária das pessoas que sofrem
espancamentos, humilhações e ofensas nas relações descritas, as mulheres são o alvo
principal. (Telles e Melo, 2003, p. 19).
Violência
As infrações penais que configuram essa forma de violência são a lesão corporal e as
vias de fato. A ação penal é pública incondicionada.
Por esse motivo, o que traz expresso na Lei é apenas um parâmetro de exemplos para
identificar as agressões, podendo ocorrer de diversas formas, visto que, o conceito de
violência passa por diversas mutações, a depender do momento atual em que vive a
sociedade.
Desta forma, mulher que agride outra mulher com quem tenha relação íntima,
também pode ser enquadrada na Lei Maria da Penha.
A recente Lei nº 13.827/2019, foi designada para os casos em que a mulher corre risco
de morte, e a medida deve ser emitida com urgência.
No caso de não haver Delegado de Polícia, e o Município não for sede de comarca, o
policial está autorizado a concessão de medidas.
Nessas duas situações, deverá ser comunicado ao juiz em até 24h, que decidirá em
igual prazo, da manutenção ou revogação da medida aplicada.
As outras diversas protetivas, ainda continuam sendo exclusivas do juiz, nesses casos a
autoridade policial remete ao juiz em até 48 horas, o pedido da vítima para concessão
da medida protetiva.
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
Desta maneira, o acréscimo possibilitou certa segurança jurídica, contudo, a nova lei
deixa claro que a reeducação não livrará o cumprimento eventual da pena ao final do
processo.
– registro detalhado do relato que fizer em qualquer órgão público (no intuito
de evitar a revitimização e a necessidade de contar a história repetidas vezes);
Convém esclarecer que, a Lei 9.099/1995, dos Juizados Especiais, atribuía a todos os
crimes de lesões corporais, independente do sexo da vítima, a necessidade de
manifestação de vontade para a propositura da ação penal.
Contudo, a Lei veio afastar essa delimitação, e nesse resumo da Lei Maria da Penha
elucidaremos a controvérsia.
Logo quando do surgimento da Lei, o entendimento majoritário era de que, nas lesões
corporais a ação penal seria de natureza condicionada a representação.
Desse modo, poder-se-ia depreender que se mantinha o disposto na lei dos juizados
especiais.
Sendo assim, quando o delito for de lesão corporal praticada contra a mulher no
âmbito doméstico e familiar, a ação penal será sempre PÚBLICA INCONDICIONADA.
Portanto, não importa a extensão da lesão, seja ela leve, grave ou gravíssima, dolosa
ou culposa.
A resposta é NÃO!
Uma vez que a necessidade de representação foi afastada apenas nos casos de lesão
corporal.
O tema acima já foi cobrado em prova discursiva para cargo de Promotor de Justiça
Substituto, aplicada pela Cespe.
Outro ponto a destacar, neste resumo da Lei Maria da Penha, é em relação ao art. 20,
que tem a seguinte redação:
Com o advento do Pacote Anticrime, o qual alterou o art. 311 do CPP, passou a vedar
a decretação da prisão preventiva de ofício na fase pré-processual.
Em virtude disso, podemos dizer que o art. 20 da Lei Maria da Penha é uma exceção
expressa ao art. 311 do CPP.
“Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para
deferir as medidas protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das
intimidações”
Conclusão – Resumo Lei Maria da Penha
Sem dúvida, desde o seu surgimento, a Lei Maria da Penha tem cumprido seu papel,
apesar de ser necessário ações mais positivas pelos órgãos públicos.
Assim sendo, a Lei 11.340/2006, também abriu caminho para que fosse criada a Lei do
Feminicídio (Lei 13.104/15), e vem gradativamente sofrendo alterações.
Com o presente estudo, sabemos que a Lei veio para combater esse tipo de violência
contra a mulher, tendo como base a história de Maria da Penha Maia Fernandes.
A Lei Maria da Penha foi tão bem recebida que é considerada uma das melhores
legislações protetivas do mundo.
Porém, isso gera uma falsa sensação de dever cumprido pelo Estado.
Por fim, a verdade é que os altos índices de violência contra a mulher ainda resistem
até hoje.