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6- Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta
gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser inibido do
exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela ou do exercício de medidas
relativas a maior acompanhado por um período de um a dez anos.
Violência Doméstica como crime de Natureza Pública
• Não depende de queixa;
1-cônjuges ou ex-cônjuge;
2-pessoas de outro ou do mesmo sexo que vivam ou tenham vivido em união de facto;
6-menor descendente do agente do crime, das pessoas referidas em 1, 2, 3, 4, ainda que com ele
não coabite.
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática
Em 1-07-2021 foram publicados novos modelos de Estatuto de vítima que, pela primeira
vez, são mais claros, simples e compreensíveis que são entregues às vítimas pelos OPC
num momento em que estão particularmente frágeis e muitas vezes incapazes de interpretar
e compreender a complexidade da linguagem jurídica e da informação acerca dos direitos
que lhes assistem.
1. Estatuto de vítima;
Assim que assinado, a CIG informa os OPC ou o MP de que o Estatuto foi atribuído que vão
garantir os direitos relacionados com o processo em tribunal.
Ao longo do tempo, a CIG e a RNAVVD vão avaliar se continua a reunir condições para ter
este Estatuto.
Estatuto entregue pela CIG - DIREITOS DAS VÍTIMAS
✓Direito a obter ajuda para deixar a casa onde vive (cuidados médicos, retirada de pertences, etc.)
✓Direito a ter apoio relacionado com trabalho (licença laboral até 10 dias com subsídio de
reestruturação familiar)
A todos/as deve ser facultado o acesso ao direito e aos tribunais independentemente da sua
condição social, cultural ou económica.
Proteção Jurídica:
1. Consulta Jurídica
2. Apoio Judiciário
REGIME DE ACESSO AO DIREITO E AOS TRIBUNAIS
Art. 8º-C
No caso de atribuição do Estatuto de Vítima do crime de VD previsto no art. 152º CP, nos
termos da Lei nº 112/009, de 16 de setembro, presume-se, até prova em contrário, que a
vítima se encontra em situação de insuficiência económica.
Diretiva 5/2019
O DIAP, nas secções especializadas integradas de VD (SEIVD) são compostas por Núcleos de Ação
Penal e Núcleos de Família e Crianças.
➢ Avaliação de risco
➢ Medidas de coação
➢ Teleassistência
• T.I.R.
• Caução
• Obrigação de apresentação periódica
• Suspensão do exercício de profissão, de função, de
actividade, de direitos
• Proibição e imposição de condutas
• Obrigação de permanência na habitação
• Prisão Preventiva
O Processo-crime e as Medidas de Coacção:
violência doméstica
- Traduz-se :
1) Obrigação do arguido comparecer perante autoridade
competente ou de se manter à disposição dela sempre que
a Lei o obrigar ou para tal for notificado;
O Processo-crime e as Medidas de Coacção: violência doméstica
3) As posteriores notificações serão feitas por via postal simples para a morada
indicada pelo arguido;
E) Não adquirir, não usar ou, no prazo que lhe for fixado, entregar armas ou
outros objectos e utensílios que detiver, capazes de facilitar a prática de outro
crime;
Considera-se Vítima:
iii) A criança ou jovem até aos 18 anos que sofreu um dano causado por ação ou
omissão no âmbito da prática de um crime, incluindo os que sofreram maus tratos
relacionados com a exposição a contextos de violência doméstica.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto2017L
Capítulo I – Disposições Gerais
Artigo 1.º
VÍTIMA
Art. 2º
“Pessoa singular que sofreu um dano, nomeadamente um atentado à sua integridade
física ou psíquica, um dano emocional ou oral, ou uma perda material, diretamente
causada por ação ou omissão, no âmbito do crime de violência doméstica previsto no
art. 152º do Código Penal, incluindo as crianças ou os jovens até aos 18 anos que
sofreram maus tratos relacionados com exposição a contextos de violência
doméstica”.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
– Princípios
Igualdade
Respeito e reconhecimento
Autonomia da vontade
Confidencialidade
Consentimento
Informação
Artigo 14.º
Art. 14º, nº 2
Atribuição do Estatuto de Vítima
Art. 14º
Nº 6- Sempre que existam filhos menores, a atribuição do estatuto de vítima à criança e à pessoa adulta é
comunicada imediatamente pela autoridades judiciárias ou pelos órgãos de polícia criminal à comissão de
proteção de crianças e jovens e ao tribunal de família e menores territorialmente competentes.
Nº 7- Sempre que a comunicação supra referida tenha por destinatário o tribunal de família e menores
territorialmente competente, deve ser acompanhada de cópia do respetivo auto de notícia ou da
apresentação da denúncia, incluindo cópia da documentação relativa a diligências complementares
entretanto efetuadas.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Com o Estatuto de Vítima a vítima adquire o direito à
informação – Art. 15º:
i) Aconselhamento jurídico; ou
c) A sentença do tribunal.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Outros direitos consagrados na Lei:
❑ Quando Cessa?
✓ Existência de formulários próprios, nomeadamente autos de notícia padrão - art. 29. n.º
1, o mesmo se aplicando à queixa eletrónica – art. 29.º n.º 2
Detenção
Art. 30º
▪ Em caso de flagrante delito por crime de VD, a detenção mantém-se até o detido ser
apresentado a audiência de julgamento ou a primeiro interrogatório judicial para eventual
aplicação de medida de coacção
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
A detenção fora de flagrante delito pode ser efectuada por ordem do Juiz ou
do MP, desde que:
A)Não adquirir, não usar ou entregar armas ou objectos contundentes capazes de favorecer
a continuação da actividade criminosa
C)Não permanecer nem se aproximar da residência onde o crime tenha sido cometido ou
onde habite a vítima ou que seja casa de morada de família, impondo ao arguido a
obrigação de a abandonar;
D)Não contactar com a vítima, com determinadas pessoas ou frequentar certos lugares ou
certos meios, bem como não contactar, aproximar-se ou visitar animais de
companhia da vítima ou da família;
Art. 34º
Art. 34º-B
1- A suspensão da execução da pena pela prática de crime de VD é sempre
subordinada ao cumprimento de deveres ou à observância de regras de conduta,
impostos separadamente ou cumulativamente, ou ao acompanhamento de regime de
prova, em qualquer caso se incluindo regras de conduta que protejam a vítima,
designadamente o afastamento do condenado da vítima, da sua residência ou local de
trabalho e a proibição de contactos, por qualquer meio.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
✓ A CIG
✓ As casas de abrigo
✓ Os centros de atendimento
✓ Núcleos de atendimento
• GNR/PSP
• Ministério Público – orgão do Estado que exerce a acção penal e defende a legalidade
democrática e que determina, durante a fase de inquérito, a proteção por teleassistência
sempre que tal se mostre imprescindível para à proteção da vítima e desde que recolhido
o seu consentimento.
O serviço de Teleassistência a vítimas de violência doméstica
Objetivos
• Quadro Legal
Funcionamento – Descrição
O agressor é portador de um dispositivo de
identificação pessoal (pulseira eletrónica) que passa a
ser o seu bilhete de identidade eletrónico.
A vigilância eletrónica
Execução – competência
A entidade competente para executar a VE é a Direção Geral da Reinserção Social que possui
uma rede de equipas de VE que cobre todo o território nacional.
Pressupõe uma supervisão intensiva durante a execução de medidas ou penas com VE.
A Vigilância Eletrónica
Consentimento
A VE depende do consentimento expresso do arguido ou condenado
prestado pessoalmente perante o Juiz, na presença do defensor e reduzido a
auto.
Decisão
A utilização de meios de VE é decidida por despacho do Juiz, a requerimento
do Ministério Público ou do arguido, durante a fase do inquérito, e
oficiosamente ou a requerimento do arguido ou condenado, depois do
inquérito.
A Vigilância Eletrónica
Quando a investigação não é avocada pelo MP, o OPC, no prazo máximo de 72h, em cumprimento
do disposto no art. 29º-A da LVD, realiza os atos de aquisição de prova necessários para:
➢Verificar o fundamento da denúncia;
➢Definir as medidas de proteção que garantam a segurança da vítima;
➢Habilitar o MP a requerer medidas de coação relativamente ao arguido.
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
Deve o OPC, designadamente:
1. Diligenciar no sentido de identificar e proceder à inquirição de testemunhas presenciais ou não
presenciais dos maus tratos, do seu contexto e antecedentes;
2. Documentar fotograficamente todos os sinais relevantes do ocorrido, nas coisas, nas pessoas e
muito em particular nas vítimas;
3. Averiguar da existência de armas, quer tenham sido ou não utilizadas, procedendo à sua
apreensão;
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
4. Recolher toda a informação clínica já disponível sobre as lesões sofridas pela vítima e diligenciar
pela realização de exames médico-legais;
A)Vítima do crime de violência doméstica previsto no art.152º do C.P. que tenha sido praticado em
território português ou no estrangeiro, desde que, neste caso, a vítima tenha nacionalidade
portuguesa e não tenha direito a indemnização pelo Estado em cujo território o crime ocorreu;
•
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de violência
conjugal
Legitimidade:
• Vítima
• As associações de proteção à vítima, a pedido e em representação desta
• O Ministério Público
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Como se processa:
❑ O pedido de concessão dever ser apresentado no prazo de 1 ano
a contar da data dos factos, salvo razões que justificadamente
tenham obstado à formulação do pedido em tempo útil;
❑ O menor à data da prática do facto pode apresentar o pedido até
1 ano depois de atingir a maioridade ou emancipação
❑Se tiver sido instaurado um processo criminal, os prazos podem
ser prorrogados até 1 ano sobre a sentença
O adiantamento pelo Estado da indemnização
devida às vítimas de violência conjugal
• Requerimento (Portaria n.º 403/2012, de 7 de Dezembro (MODELOS))
• Segue-se a instrução do processo e, uma vez concluída, emite um parecer com vista à
decisão é emitida decisão sobre a concessão do adiantamento e o respectivo montante.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
• Podem ainda ser conferidas às vítimas de VD, medidas de apoio social e educativo,
bem como terapêuticas adequadas à recuperação física, psicológica e profissional.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Prazo para a decisão:
• A instrução é concluída no prazo de um mês.
Reexame da situação:
• A vítima, bem como os requerentes por solicitação ou em representação, devem
comunicar à Comissão todas as alterações da sua situação socioeconómica ou
familiar, bem como quaisquer outras alterações anteriores ou posteriores à decisão
de concessão do adiantamento da indemnização que sejam susceptíveis de
influenciar o sentido da mesma.
• A violação do dever de informação implica o cancelamento das quantias concedidas
e a devolução das indevidamente recebidas.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Reembolso:
• No caso da vítima obter reparação total ou parcial, do dano sofrido, deve a
Comissão exigir o seu reembolso, total ou parcial das importâncias recebidas
por via do adiantamento.
Sub-rogação:
• Se não tiver havido reparação efectiva do dano, o Estado fica sub-rogado no
crédito da vítima sobre o responsável, até ao limite das importâncias
adiantadas.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Responsabilidade Criminal
Art. 64º
Art. 69º
No seu art. 37º possibilita às CPCJ aplicarem medidas cautelares enquanto procedem ao
diagnóstico da situação da criança e à definição do seu encaminhamento subsequente, sem
prejuízo de poderem aplicar o art. 91º (retirada da criança na ausência de consentimento
dos progenitores) em situações de extrema perigosidade para a criança ou jovem.
DA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO CIVIL
«Artigo 1906.º-A
«Artigo 200.º
• [...]
• 1 - ...
• 2 - ...
• 3 - ...
• 4 - A aplicação de obrigação ou obrigações que impliquem a restrição de contacto
entre progenitores são imediatamente comunicadas ao representante do Ministério
Público que exerce funções no tribunal competente, para efeitos de instauração,
com caráter de urgência, do respetivo processo de regulação ou alteração da
regulação do exercício das responsabilidades parentais.»
ADITAMENTO AO REGIME GERAL DO PROCESSO TUTELAR
CÍVEL
«Artigo 24.º-A
Inadmissibilidade do recurso à audição técnica especializada e à mediação
• O recurso à audição técnica especializada e à mediação, previstas nos artigos anteriores,
não é admitido entre as partes quando:
• a) For decretada medida de coação ou aplicada pena acessória de proibição de contacto
entre progenitores, ou
• b) Estiverem em grave risco os direitos e a segurança de vítimas de violência doméstica e
de outras formas de violência em contexto familiar, como maus tratos ou abuso sexual de
crianças.
ADITAMENTO AO REGIME GERAL DO PROCESSO TUTELAR
CÍVEL
Artigo 44.º-A
Regulação urgente
• 1 - Quando seja decretada medida de coação ou aplicada pena acessória de
proibição de contacto entre progenitores ou se estiver em grave risco os direitos e a
segurança das vítimas de violência doméstica e de outras formas de violência em
contexto familiar, como maus tratos ou abuso sexual de crianças, o Ministério
Público requer, no prazo máximo de 48 horas após ter conhecimento da situação, a
regulação ou alteração da regulação do exercício das responsabilidades parentais.
• 2 - Autuado o requerimento, os progenitores são citados para conferência, a realizar
nos 5 dias imediatos.
• 3 - Sempre que os progenitores não cheguem a acordo ou qualquer deles faltar, é
fixado regime provisório nos termos do artigo 38.º, seguindo-se-lhe os termos
posteriores previstos nos artigos 39.º e seguintes da presente lei.»
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
• O QUE ABRANGE?
• Destino do filho/a
• Alimentos devidos aos filhos e forma de os prestar
• FORMA DE REGULAÇÃO (art. 1905.º)
• Por acordo dos pais - homologado pelo tribunal/MP (Regime do Decreto-Lei n.º
272/2001, de 13 de Outubro)
• Por decisão judicial
• ATÉ QUANDO? (art. 1877.º)
• Até à maioridade ou emancipação.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
• Contudo quando abranja todos os filhos, presume-se que abrangerá igualmente os filhos que
nascerem depois de decretada a inibição art. 1915.º C. C.
•
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
- Pode ser levantada, quando cessem as causas que lhe deram origem,
sendo requerido pelo M.P., a todo o tempo, ou por qualquer dos pais,
passado um ano sobre o trânsito em julgado da sentença de inibição ou da
que houver desatendido outro pedido de levantamento – art. 1916.º C. C.
Onde se requer?
• Através da internet
• No local (Conservatória do Registo Civil)
Fundamentos:
• Objeto:
✓ Casamento não dissolvido, salvo se tiver sido decretada separação de pessoas e bens;
✓ Parentesco na linha reta ou no 2.º grau da linha colateral ou afinidade na linha reta;
✓ Condenação anterior de uma das pessoas, como autor ou cúmplice por homicídio doloso
ainda que não consumado contra o cônjuge do outro.
A União de Facto
➢ Permanecer na casa, pelo prazo de cinco anos, como titular de um direito real
de habitação e de um direito de uso do recheio.
B) Em caso de separação:
d) Aplicação do regime do IRS nas mesmas condições aplicáveis aos sujeitos passivos
casados e não separados de pessoas e bens;
A União de Facto
❑Efeitos da união de facto: cont.
e) Proteção social na eventualidade de morte do beneficiário, por aplicação
do regime geral ou de regimes especiais de segurança social e da lei;
• OBRIGADA!
analeonormarciano@gmail.com