Você está na página 1de 191

CURSO DE

TÉCNICO DE APOIO À VÍTIMA

Módulo: Regime Jurídico da Violência Doméstica

Formadora: Ana Leonor Marciano


CURSO DE TÉCNICO DE APOIO À VÍTIMA
REGIME JURÍDICO DA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Ocorrências participadas na PSP/GNR – 30389
Suspensão provisória do processo – 7566
ESTATÍSTICAS Medidas de coação com VE – 3249
CRIMINAIS E Medidas de coação sem VE – 821
OUTRAS (Dados da Prisão Preventiva – 987
CIG relativos ao ano Pena de prisão efetiva - 3768
2022): Teleassistência – 16736
Mulheres acolhidas – 3254
Crianças acolhidas – 2909
Femicídios - 22
Conceito de crime
no nosso ordenamento jurídico

“Conjunto de pressupostos de que depende a


aplicação ao agente de uma pena ou de uma medida
de segurança criminais.” – Art. 1º, al. a) C.P.P.
O crime de violência doméstica –
análise sistemática
Enquadramento legal da problemática da violência
doméstica: evolução histórica do conceito no nosso sistema

Alteração introduzida pela Lei nº 7/2000, de 27 de Maio

• Natureza Pública do crime quaisquer que fossem as circunstâncias; já não


depende da vontade da vítima, nem esta pode pôr termo ao processo ainda
que o mesmo se tivesse iniciado sem a sua queixa.
• O campo da tutela passou também a abranger os progenitores de
descendente comum, passando o âmbito da proteção penal para fora da
casa de morada de família e do agregado familiar assim entendido.
• Previu-se nos arts. 281º e 282º do C.P.P. o instituto da suspensão provisória
do processo.
• Previu-se ainda a possibilidade de ser aplicada ao condenado a pena
acessória de proibição de contacto com a vítima, incluindo a obrigação de
afastamento da residência desta, até ao máximo de 2 anos.
Enquadramento legal da problemática da violência
doméstica: O conceito de Violência Doméstica
A Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto
Artigo 152º
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
1- Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo
castigos corporais, privações da liberdade, ofensas sexuais ou impedir o acesso ou
fruição aos recursos económicos e patrimoniais próprios ou comuns:
a)Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
b)A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha
mantido uma relação de namoro ou uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que
sem coabitação;
c)A progenitor de descendente comum em 1º grau; ou
d) A pessoa particularmente indefesa, nomeadamente em razão de idade, deficiência,
doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;
e) A menor que seja seu descendente ou de uma das pessoas referidas nas
alíneas a), b) e c), ainda que com ele não coabite;
Enquadramento legal da problemática da violência
doméstica: O conceito de Violência Doméstica
A Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto
é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força
de outra disposição legal.

2- No caso previsto no número anterior, se o agente praticar o:


a) facto contra menor, na presença de menor, no domicílio comum ou no domicilio da vítima;
b) difundir através da Internet ou de outros meios de difusão pública generalizada,
dados pessoais, designadamente imagem ou som, relativos à intimidade da vida
privada de uma das vítimas sem o seu consentimento;
é punido com pena de prisão de dois a cinco anos.

3- Se dos factos previstos no nº 1 resultar:


• Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito
anos;
• A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.
Enquadramento legal da problemática da violência
doméstica: do articulado
A Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto

4- Nos casos previstos nos números anteriores, incluindo aqueles em que


couber pena mais grave por força de outra disposição legal, podem ser
aplicadas ao arguido as penas acessórias de proibição de contacto com a
vítima e de proibição de uso e porte de armas, pelo período de seis meses a
cinco anos, e de obrigação de frequência de programas específicos de
prevenção da violência doméstica.
Enquadramento legal da problemática da violência
doméstica: do articulado
A Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto

5- A pena acessória de proibição de contacto com a vítima deve incluir o afastamento


da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento pode ser fiscalizado
por meios técnicos de controlo à distância.

6- Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta
gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser inibido do
exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela ou do exercício de medidas
relativas a maior acompanhado por um período de um a dez anos.
Violência Doméstica como crime de Natureza Pública
• Não depende de queixa;

• Pode ser denunciado por qualquer pessoa ou entidade;

• A denúncia deste crime é obrigatória para as entidades policiais e funcionários


(sendo entendido como tal o funcionário civil, o agente administrativo, quem
desempenhe uma actividade compreendida na função pública administrativa ou
jurisdicional ou quem desempenhe funções em organismos de utilidade pública
ou nelas participar, gestores, titulares de órgãos de fiscalização e trabalhadores
de empresas públicas e empresas concessionárias de serviços públicos) – art.
242º do Código de Processo Penal e art. 386º do Código Penal.
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática
• A proteção da pessoa individual e da sua dignidade humana. E o âmbito de
proteção vai além dos maus-tratos físicos, compreendendo, também, os
maus-tratos psicológicos (v.g., humilhações, provocações, ameaças, curtas
privações de liberdade de movimentos, ofensas sexuais, etc.)
• O bem jurídico protegido é a saúde (física, psíquica e mental).
• O crime de maus-tratos pressupõe um agente que se encontre em
determinada relação para com o sujeito passivo desses comportamentos. É
por isso mesmo, um crime específico.
• Quanto ao sujeito passivo, este pode ser a pessoa que se encontre em
relação para com o agente de dependência em razão da idade, estar sob
sua direção, educação a trabalhar ao seu serviço ou sob sua
responsabilidade.
• Este tipo de crime não pressupõe reiteração das condutas em causa, já que
prevê expressamente a conduta não reiterada.
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática

• Quanto ao elemento subjetivo do tipo, este é um crime fundamentalmente


doloso em uma qualquer das suas formas: directo, necessário e eventual.

• Crime de natureza pública.


O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática
• Abrangência do crime de violência doméstica :

1-cônjuges ou ex-cônjuge;

2-pessoas de outro ou do mesmo sexo que vivam ou tenham vivido em união de facto;

3-relações de namoro ou ex-namoro ainda que sem coabitação;

4-progenitor de descendente comum em 1º grau; e,

5-pessoas particularmente indefesas, em razão da idade, deficiência, doença, gravidez ou


dependência económica que com ele coabite (situações de economia comum);

6-menor descendente do agente do crime, das pessoas referidas em 1, 2, 3, 4, ainda que com ele
não coabite.
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática

• Moldura Penal – Pena de prisão de um a cinco anos que pode ser


agravada na seguintes situações:

• a) dois a cinco anos - se o facto for praticado contra menor, na presença de


menor, no domicilio comum ou no domicílio da vítima;

• b) dois a oito anos - se do crime praticado resultar uma ofensa à integridade


física grave;

• c) três a dez anos – quando da prática do crime resultar o dano morte.


O crime de Violência Doméstica: Análise
sistemática
Penas Acessórias – Podem ainda ser aplicadas as seguintes penas
acessórias:
• 1. Proibição de contacto com a vítima, pelo período de seis meses a cinco
anos e que deve incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho
da vítima, podendo o seu cumprimento ser fiscalizado por meios técnicos de
controlo à distância;
• 2. Proibição de uso e porte de arma pelo período de seis meses a cinco
anos;
• 3. Obrigação de frequência de programas específicos de violência
doméstica;
• 4. Possibilidade de inibição do exercício do poder paternal, tutela ou
curatela ou do exercício de medidas relativas a maior acompanhado
por período de um a dez anos.
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática

Dos crimes contra a integridade física – C.P.:


.Ofensa à integridade física – Art. 143º
.Ofensa à integridade física grave – Art. 144º
.Mutilação Genital Feminina – Art. 144º-A
.Ofensa à integridade física qualificada – Art. 145º
.Ofensa à integridade física privilegiada – Art 146º
.Ofensa à integridade física por negligência – Art. 148º
.Participação em rixa – Art. 151º
.Violência Doméstica – Art. 152º
.Maus tratos – Art. 152º-A
.Violação de regras de segurança – Art.152º-B
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática

Dos crimes contra a liberdade pessoal – C.P.:


.Ameaça – Art. 153º
.Coação – Art. 154º
.Perseguição – Art. 154º-A (natureza semi-pública)
.Casamento Forçado – Art. 154º-B
.Sequestro – Art. 158º
.Tráfico de Pessoas – Art. 160º
.Rapto – Art. 161º
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática
Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação
sexual – C.P.:
❖Coação sexual – Art. 163º
❖Violação – Art. 164º
.Lenocínio – Art. 169º
❖Importunação sexual – Art. 170º

❖ natureza semi-pública salvo se resultar o suicídio/morte


da vítima
O crime de Violência Doméstica: Análise sistemática

Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual (cont.)– C.P.:


.Abuso sexual de crianças – Art. 171º
.Abuso sexual de menores dependentes – Art. 172º
.Atos sexuais com adolescentes – Art. 173º
(…)
Dos crimes contra a vida – C.P.:
.Homicídio – Art. 131º
(…)
Denúncia

• Dirigida ao MP da área onde ocorreram os factos ou o último


facto
• Identificação do denunciante
• Identificação das partes envolvidas
• Localização temporal do inicio da relação abusiva
• Descrição factual partindo dos factos mais antigos para os
mais recentes
• Pedido de instauração do procedimento criminal e eventual
pedido de aplicação de medida de coação em função da
avaliação de risco efetuada
Novos modelos de Estatuto de
Vítima
Novos modelos de Estatuto de Vítima

Portaria 138-e/2021, de 01/07

Em 1-07-2021 foram publicados novos modelos de Estatuto de vítima que, pela primeira
vez, são mais claros, simples e compreensíveis que são entregues às vítimas pelos OPC
num momento em que estão particularmente frágeis e muitas vezes incapazes de interpretar
e compreender a complexidade da linguagem jurídica e da informação acerca dos direitos
que lhes assistem.

São documentos de capacitação da própria vítima.


ESTATUTO DE VÍTIMA
Portaria 138-e/2021, de 01/07

Teve como objetivo acabar com os constrangimentos decorrentes da atribuição de 2 estatutos às


vítimas (o Estatuto de vítima de VD e o Estatuto de Vítima Especialmente vulnerável)

Estabelece 3 modelos de Estatuto de Vítima:

1. Estatuto de vítima;

2. Estatuto de vítima especialmente vulnerável;

3. Estatuto de vítima atribuído pela CIG


ESTATUTO DE VÍTIMA
NA PERSPETIVA DE ATRIBUIÇÃO POR PARTE DA CIG
É um documento pensado na proteção das vítimas de VD.

Assim que assinado, a CIG informa os OPC ou o MP de que o Estatuto foi atribuído que vão
garantir os direitos relacionados com o processo em tribunal.

A CIG assegura as medidas de proteção urgentes.

Ao longo do tempo, a CIG e a RNAVVD vão avaliar se continua a reunir condições para ter
este Estatuto.
Estatuto entregue pela CIG - DIREITOS DAS VÍTIMAS

Direito a receber apoio urgente

✓Direito a obter ajuda para deixar a casa onde vive (cuidados médicos, retirada de pertences, etc.)

✓Receber um apoio financeiro (RSI com urgência, abono de família)

✓Direito a não pagar para usar o SNS

✓Direito a ter apoio relacionado com trabalho (licença laboral até 10 dias com subsídio de
reestruturação familiar)

✓Direito a apresentar denúncia


Estatuto entregue pela CIG - DIREITOS DAS VÍTIMAS

✓Direito a ter apoio para comunicar

✓Direito a ter proteção

✓Direito a receber proteção durante a recolha de provas

✓Direito a saber como funciona o processo

✓Direito a participar no processo diretamente

✓Direito a pedir uma indemnização

✓Direito a apresentar queixa das autoridades


REGIME DE ACESSO AO DIREITO E AOS TRIBUNAIS
Lei nº 34/2004, de 29/07 alterada pela lei nº 2/2020, de 31/03

A todos/as deve ser facultado o acesso ao direito e aos tribunais independentemente da sua
condição social, cultural ou económica.

Proteção Jurídica:

1. Consulta Jurídica

2. Apoio Judiciário
REGIME DE ACESSO AO DIREITO E AOS TRIBUNAIS

Lei nº 34/2004, de 29/07 alterada pela lei nº 2/2020, de 31/03

Art. 8º-C

No caso de atribuição do Estatuto de Vítima do crime de VD previsto no art. 152º CP, nos
termos da Lei nº 112/009, de 16 de setembro, presume-se, até prova em contrário, que a
vítima se encontra em situação de insuficiência económica.

A concessão do apoio tem natureza URGENTE.


A constituição de
assistente
A Constituição de Assistente

• O Código de Processo Penal não nos dá uma definição do


que é o assistente, sendo ela depreendida do conjunto de
direitos que lhe assistem – art. 69º do C.P.P.

• O assistente tem a posição de colaborador do Ministério


Público na sua actividade de promoção de aplicação da lei;

• O assistente contribui para que os interesses públicos


cometidos ao Ministério Público sejam melhor realizados.
A Constituição de Assistente

Legitimidade para a constituição de assistente nos crimes públicos – Art.


68º, nº 1 do C.P.P.

• 1. Os ofendidos, desde que maiores de 16 anos;

• 2. Nos casos em que o ofendido morrer, o cônjuge sobrevivo não separado


judicialmente de pessoas e bens, ou a pessoa de outro ou do mesmo sexo,
que com o ofendido vivesse em condições análogas às dos cônjuges, os
descendentes e adotados, ascendentes e adotantes, ou, na falta deles,
irmãos e seus descendentes, salvo se alguma destas pessoas houver
comparticipado no crime.
A Constituição de Assistente

A intervenção do assistente no processo

Depende do preenchimento cumulativo dos seguintes requisitos:

• Nos crimes públicos da existência de procedimento criminal

• Da constituição de advogado e da sua representação pelo mesmo

• Da apresentação de requerimento para o efeito

• Da autoliquidação da taxa de justiça


A Constituição de Assistente
Quando tem lugar a constituição de assistente nos crimes públicos e semi-
públicos

O assistente pode intervir em qualquer altura do processo, aceitando-o


no estado em que se encontrar desde que:

• O requeira ao Juiz no prazo para deduzir acusação subsidiária da do


M.P.
• Ou até 5 dias antes do início do debate instrutório ou do julgamento
• No prazo de 20 dias a contar da notificação da acusação ou do
arquivamento do Ministério Público com vista a requerer a abertura de
instrução e pelos factos relativamente aos quais o M.P. não tiver
deduzido acusação
A Constituição de Assistente
Atribuições do assistente nos crimes públicos e semi-
públicos
• Colaborar com o Ministério Público

• Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e


requerendo diligências

• Deduzir acusação independente da do M.P.

• Interpor recurso das decisões que os afetem, mesmo que o


M.P. o não tenha feito
O Processo-crime e as
Medidas de coação
O Processo-crime e as Medidas de Coacção

• O processo inicia-se com o conhecimento do crime que dá


lugar à abertura do procedimento criminal, no qual
encontramos várias fases.
O Processo-crime e as Medidas de Coacção

• Fases do Processo Comum:


- Auto de notícia
- Inquérito;
- Instrução (facultativa)
- Julgamento
- Recurso (facultativa)
O Processo-crime e a intervenção do MP

Diretiva 5/2019

O DIAP, nas secções especializadas integradas de VD (SEIVD) são compostas por Núcleos de Ação
Penal e Núcleos de Família e Crianças.

Estabelece procedimentos específicos para colmatar insuficiências de comunicação e articulação


entre a área criminal e a área de Família e Menores.

Visa a uniformização de procedimentos.


O Processo-crime e a intervenção do MP
Diretiva 5/2019
Focos de atuação:

➢ Avaliação de risco

➢ Atuação nas 72 horas

➢ Declarações para memória futura

➢ Vítimas acolhidas em Casas de Abrigo ou domicilio confidencial

➢ Medidas de coação

➢ Teleassistência

➢ Suspensão provisória do processo


O Processo-crime e as Medidas de Coacção
As Medidas de Coacção – art. 196º e seguintes do
C.P.P.
Medidas de coacção admissíveis:

• T.I.R.
• Caução
• Obrigação de apresentação periódica
• Suspensão do exercício de profissão, de função, de
actividade, de direitos
• Proibição e imposição de condutas
• Obrigação de permanência na habitação
• Prisão Preventiva
O Processo-crime e as Medidas de Coacção:
violência doméstica

Termo de Identidade e Residência – art. 196º do C.P.P.

- Aplica-se a toda a pessoa que for constituída arguido;

- É cumulável com qualquer outra medida de coacção;

- Traduz-se :
1) Obrigação do arguido comparecer perante autoridade
competente ou de se manter à disposição dela sempre que
a Lei o obrigar ou para tal for notificado;
O Processo-crime e as Medidas de Coacção: violência doméstica

2) Obrigação de não mudar de residência nem dela se ausentar por mais de


cinco dias sem comunicar a nova morada;

3) As posteriores notificações serão feitas por via postal simples para a morada
indicada pelo arguido;

4) O incumprimento do disposto nos nºs anteriores legitima a representação do


arguido pelo seu defensor em todos os atos processuais nos quais tenha o
direito ou o dever de estar presente e, bem assim, a realização da audiência
na sua ausência.
O Processo-crime e as Medidas de Coacção

Condições para aplicação da restantes medidas de coacção – art.


204º do CPP
• Fuga ou perigo de fuga do arguido;
• Perigo de perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do
processo e, nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou
veracidade da prova; ou
• Perigo, em razão da natureza e das circunstâncias do crime ou da
personalidade do arguido, de que este continue a actividade criminosa
ou perturbe gravemente a ordem e tranquilidade públicas.
O Processo-crime e as Medidas de
Coacção
Proibição e Imposição de condutas – art. 200º do C.P.P.

- Trata-se de uma medida aplicada sempre que existem


indícios da prática de um crime doloso punível com pena de
prisão de máximo superior a três anos e que, em caso de
urgência, pode ser requerida e decretada verbalmente,
lavrando-se cota no processo.
O Processo-crime e as Medidas de Coacção
- Consiste:
A) Obrigação de não permanecer, ou não permanecer sem
autorização, na área de uma determinada povoação, freguesia
ou concelho ou na residência onde o crime tenha sido
cometido ou onde habitem os ofendidos, seus familiares ou
outras pessoas sobre as quais possam ser cometidos novos
crimes;

B) Não se ausentar para o estrangeiro, ou não se ausentar


sem autorização;
O Processo-crime e as Medidas de Coacção
Proibição e Imposição de condutas – art. 200º do C.P.P.

C) Não se ausentar da povoação, freguesia ou concelho do


seu domicílio, ou não se ausentar sem autorização, salvo
para lugares predeterminados, nomeadamente para o local
de trabalho;

D) Não contactar, por qualquer meio, com determinadas


pessoas ou não frequentar certos lugares ou certos meios;
O Processo-crime e as Medidas de Coacção

E) Não adquirir, não usar ou, no prazo que lhe for fixado, entregar armas ou
outros objectos e utensílios que detiver, capazes de facilitar a prática de outro
crime;

F) O arguido pode sujeitar-se, mediante prévio consentimento, a tratamento


de dependência de que padeça e haja favorecido a prática do crime, em
instituição adequada.
O Processo-crime e as Medidas de Coacção

Prisão Preventiva – art. 202º do C.P.P.

É uma medida de carácter excecional e que só pode ser


aplicada quando todas as outras medidas de coacção se
mostram inadequadas ou insuficientes.
O Processo-crime e as Medidas de Coacção

Obedece aos seguintes requisitos:


1. Quando houver fortes indícios da prática de crime doloso punível com pena
de prisão de máximo superior a 5 anos;

2. Quando houver fortes indícios da prática de crime doloso de terrorismo,


criminalidade violenta ou altamente organizada punível com pena de prisão
de máximo superior a 3 anos; ou

3. Se se tratar de pessoa que tiver penetrado ou permaneça irregularmente


em território nacional, ou contra a qual estiver em curso processo de
extradição ou de expulsão.
Noção de Criminalidade Violenta

• Considera-se “criminalidade violenta as condutas que


dolosamente se dirigirem contra a vida, a integridade física
ou liberdade das pessoas e forem puníveis com pena de
prisão de máximo igual ou superior a cinco anos”; art. 1º, al.
J) do C.P.P.

-O crime de violência doméstica cabe neste conceito!


Medidas de proteção às vítimas de violência doméstica
Os instrumentos legais sobre meios e medidas de proteção a mulheres
vítimas de VD

Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro


Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto

Estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica, à proteção


e à assistência das suas vítimas e revoga a Lei n.º 107/99, de 3 de Agosto, e o
Decreto-Lei n.º 323/2000, de 19 de Dezembro
Alteração ao CPP – Art. 67º-A
Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto

Considera-se Vítima:

iii) A criança ou jovem até aos 18 anos que sofreu um dano causado por ação ou
omissão no âmbito da prática de um crime, incluindo os que sofreram maus tratos
relacionados com a exposição a contextos de violência doméstica.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Lei nº 57/2021, de 16 de Agosto2017L
Capítulo I – Disposições Gerais

Artigo 1.º

Objeto da Lei: Estabelecer o regime jurídico aplicável à


prevenção da violência doméstica e à proteção e assistência das
suas vítimas.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Apresenta conceitos como os de:

❖ Vítima, vítima especialmente vulnerável, técnico de


apoio à vítima, rede nacional de apoio às vítimas da
violência doméstica, organizações de apoio à vítima,
programa de autores de crimes no contexto da
violência doméstica (art. 2.º).
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

VÍTIMA
Art. 2º
“Pessoa singular que sofreu um dano, nomeadamente um atentado à sua integridade
física ou psíquica, um dano emocional ou oral, ou uma perda material, diretamente
causada por ação ou omissão, no âmbito do crime de violência doméstica previsto no
art. 152º do Código Penal, incluindo as crianças ou os jovens até aos 18 anos que
sofreram maus tratos relacionados com exposição a contextos de violência
doméstica”.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
– Princípios

Artigo 5.º e ss.

Igualdade

Respeito e reconhecimento

Autonomia da vontade

Confidencialidade

Consentimento

Informação

Acesso equitativo aos cuidados de saúde


Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
– Estatuto de Vítima

Artigo 14.º

A concessão do Estatuto de Vítima opera-se:

(Portaria nº229-A/2010, de 23 de Abril - Modelo)

✓ Uma vez apresentada a denúncia da prática do crime de VD

✓ Não existindo indícios de que a mesma seja infundada

Quem atribui o Estatuto?


✓ As autoridades judiciárias
✓ Os OPC
✓ Excepcionalmente a CIG – cfr. n.º 3 do artigo 14.º
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Art. 14º, nº 2
Atribuição do Estatuto de Vítima

➢ Sempre que existam filhos menores, o regime de


visitas do agressor deve ser avaliado, podendo ser suspenso
ou condicionado, nos termos da lei aplicável.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Art. 14º

Nº 6- Sempre que existam filhos menores, a atribuição do estatuto de vítima à criança e à pessoa adulta é
comunicada imediatamente pela autoridades judiciárias ou pelos órgãos de polícia criminal à comissão de
proteção de crianças e jovens e ao tribunal de família e menores territorialmente competentes.

Nº 7- Sempre que a comunicação supra referida tenha por destinatário o tribunal de família e menores
territorialmente competente, deve ser acompanhada de cópia do respetivo auto de notícia ou da
apresentação da denúncia, incluindo cópia da documentação relativa a diligências complementares

entretanto efetuadas.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Com o Estatuto de Vítima a vítima adquire o direito à
informação – Art. 15º:

a) O tipo de serviços ou de organizações a que pode dirigir


-se para obter apoio;

b) O tipo de apoio que pode receber;

c) Onde e como pode apresentar denúncia;


Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro

d) Quais os procedimentos sequentes à denúncia e qual o seu papel no


âmbito dos mesmos;

e) Como e em que termos pode receber proteção;


Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

➢ f) Em que medida e em que condições tem acesso a:

i) Aconselhamento jurídico; ou

ii) Apoio judiciário; ou

iii) Outras formas de aconselhamento;


Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

g) Quais os requisitos que regem o seu direito a


indemnização;

h) Quais os mecanismos especiais de defesa que


pode utilizar, sendo residente em outro Estado.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
➢ Sempre que a vítima o solicite junto da entidade competente para o
efeito, deve ainda ser -lhe assegurada informação sobre:

a) O seguimento dado à denúncia;

b) Os elementos pertinentes que lhe permitam ser inteirada do


estado do processo e da situação processual do arguido;

c) A sentença do tribunal.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Outros direitos consagrados na Lei:

✓ O direito à audição e apresentação de provas na medida do


necessário – art. 16º;

✓ O direito a consulta jurídica e aconselhamento sobre o seu papel


durante o processo e, se necessário o consequente apoio judiciário –
art. 18º;

✓ Ser reembolsada das despesas efetuadas em resultado da sua


legítima participação no processo penal, quando se constitua
assistente – art. 19.º;
Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro

✓ Proteção no que respeita à sua segurança e salvaguarda da


vida privada, da sua família ou pessoas em situação
equiparável, nos casos em que existe uma ameaça séria de
atos de vingança ou fortes indícios de que a sua privacidade
pode ser grave e intencionalmente perturbada – art. 20.º n.º 1
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
✓ O contacto entre vítimas e arguidos em todos os locais que
impliquem a presença em diligências conjuntas, nomeadamente nos
edifícios dos tribunais, deve ser evitado – (art. 20.º n.º 2)

✓ Às vítimas especialmente vulneráveis deve ser assegurado o direito


a beneficiarem de condições de depoimento que as protejam dos
efeitos do depoimento prestado em audiência pública – art. 20.º n.º 3
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
✓ O juiz, ou durante a fase de inquérito, o MP, com consentimento da vítima podem
determinar que lhe seja assegurado apoio psicossocial e proteção por teleassistência por
um período não superior a 6 meses, prorrogável se as circunstâncias associadas à
proteção da vítima o justificarem - art. 20.º n.º 4. (Portaria nº220-A/2010, de 16 de Abril).

✓ A proteção por teleassistência considera-se automaticamente extinta decorrido um


período equivalente ao inicialmente determinado, acrescido de duas prorrogações,
quando não tenha ocorrido a comunicação fundamentada da decisão de extinção ou
prorrogação ao organismo de Administração Pública responsável pelos sistemas
técnicos de teleassistência.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

✓ Obter uma decisão de indemnização por parte do agente do crime, dentro de


um prazo razoável - 21.º n.º 1

✓ Retirar da residência todos os seus bens de uso pessoal e, sempre que


possível, os bens móveis próprios e os bens pertencentes a filhos menores e a
pessoa maior de idade que se encontre na direta dependência da vítima em
razão de afetação grave, permanente e incapacitante, no plano psíquico ou
físico, devendo os bens constar de lista disponibilizada no âmbito do processo
sendo a vítima acompanhada, quando necessário, por autoridade policial - art.
21.º n.º 4.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

✓ Ser ouvida em ambiente informal e reservado devendo ser


criadas as adequadas condições para prevenir a vitimização
secundária e para que sofra pressões desnecessárias - art. 22.º
n.º 1

✓ Sempre que possível, e de forma imediata, dispor de adequado


atendimento psicológico e psiquiátrico por parte de equipas
multidisciplinares de profissionais habilitadas à despistagem e
terapia dos efeitos associados ao crime de violência doméstica
– art. 22.º n.º 2
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Cessação do Estatuto de Vítima - artigo 24.º

❑ Consequências da cessação do Estatuto de Vítima:

✓ A cessação do Estatuto de Vítima não prejudica, sempre que as


circunstâncias o justifiquem, a continuidade do apoio social que
tenham sido estabelecidas
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Cessação do Estatuto de Vítima - artigo 24.º

❑ Quando Cessa?

✓ Por vontade expressa da vítima

✓ Por verificação da existência de fortes indícios de denúncia


infundada

✓ Com o arquivamento do inquérito, do despacho de não pronúncia


ou após o trânsito em julgado da decisão que ponha termo à causa,
salvo se, a requerimento da vítima junto do MP ou do tribunal
competente, consoante os casos, a necessidade da sua proteção o
justificar.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Proteção Policial e Tutela judicial
Ainda previsto na Lei – artigos 25.º e ss:

✓ Prontidão na disponibilização de consulta jurídica a efetuar por


advogado

✓ Célere concessão de apoio judiciário, que passa a ter carácter de


urgência

✓ Nomeação do mesmo mandatário ou defensor oficioso à vítima para


os vários processos em curso
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Intervenção dos orgãos de polícia criminal – Art. 27º-A

As forças e serviços de segurança adotam os procedimentos necessários


para assegurar o acompanhamento e a proteção policial das vítimas

✓Daqui se extrai também a possível retirada do alegado agressor da


residência
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Art. 29º
A proteção policial de uma vítima de VD, no âmbito policial ou fora dele, deve assentar:

➢ na prestação de orientações de autoproteção


e/ou
➢num plano individualizado de segurança (elaborado pela autoridade de polícia localmente
competente, em função do nível de risco de revitimação que orienta o momento da
reavaliação desse risco)
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Art. 29º

A denúncia é de imediato elaborada pela entidade que a receber e, quando feita a


entidade diversa do MP, é a este imediatamente transmitida, acompanhada da 1ª
avaliação de risco da vítima efetuada pelos OPC , sendo igualmente remetidas ao MP
as reavaliações subsequentes que forem realizadas.
Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro

✓ Natureza urgente dos processos por Violência Doméstica

✓ Existência de formulários próprios, nomeadamente autos de notícia padrão - art. 29. n.º
1, o mesmo se aplicando à queixa eletrónica – art. 29.º n.º 2

✓ Assessoria e consultadoria técnicas nos Tribunais Judiciais, na área da violência


doméstica – art. 26.º
Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro

Medidas de Proteção à Vítima – Art. 29º-A:


Nº 1 – “Aquando do conhecimento da denúncia, o MP determina, pela via mais expedita,
a realização de atos processuais urgentes de aquisição de prova que habilitem, no mais
curto período de tempo possível sem exceder as 72 horas, à tomada de medidas de
proteção à vítima e à promoção de medidas de coação relativamente ao arguido”.

❖A lei obriga a um período curto de investigação com vista à tomada de medidas de


proteção
Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro

Nº 2 – “Com a denúncia, a vítima é sempre encaminhada para as estruturas locais de


apoio com vista à elaboração de plano de segurança quando não tenha sido elaborado
pelo orgão de polícia criminal e para efeitos do reconhecimento de demais apoios
legalmente previstos”.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Detenção
Art. 30º

▪ Em caso de flagrante delito por crime de VD, a detenção mantém-se até o detido ser
apresentado a audiência de julgamento ou a primeiro interrogatório judicial para eventual
aplicação de medida de coacção
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

A detenção fora de flagrante delito pode ser efectuada por ordem do Juiz ou
do MP, desde que:

❖haja perigo de continuação da actividade criminosa

❖tal se mostre imprescindível para a proteção da vítima


Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

As autoridades policiais podem ordenar a detenção fora de flagrante delito


por iniciativa própria, quando:

❖ há perigo de continuação da actividade criminosa


❖ tal se mostra imprescindível para a proteção da vítima
e
❖ não for possível dada a situação de urgência e perigo na demora
esperar pela intervenção da autoridade judiciária
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Medidas de coação urgentes – art. 31º:


1. Após a constituição de arguido pelo crime de VD, o juiz pondera, no prazo máximo
de 48 horas, a aplicação, com respeito pelos pressupostos gerais e específicos de
aplicação das medidas de coação previstas no CPP, de entre as seguintes medidas:

A)Não adquirir, não usar ou entregar armas ou objectos contundentes capazes de favorecer
a continuação da actividade criminosa

B)Sujeitar mediante consentimento prévio, a frequência de programa para arguidos em


crimes de VD
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Medidas de coacção urgentes – (cont.):

C)Não permanecer nem se aproximar da residência onde o crime tenha sido cometido ou
onde habite a vítima ou que seja casa de morada de família, impondo ao arguido a
obrigação de a abandonar;

D)Não contactar com a vítima, com determinadas pessoas ou frequentar certos lugares ou
certos meios, bem como não contactar, aproximar-se ou visitar animais de
companhia da vítima ou da família;

E)Restringir o exercício das responsabilidades parentais, da tutela, do exercício de


medidas relativas a maior acompanhado, da administração de bens ou da emissão
de títulos de crédito.
Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro

Art. 31º - Consequências da tomada de medidas de coação urgentes:

A medida ou medidas de coação que impliquem a restrição de contacto entre progenitores


ou entre estes e os seus descendentes são imediatamente comunicadas ao
representante do MP que exerce funções no Tribunal competente, para efeitos de
instauração, com caráter de urgência, do respetivo processo de regulação ou alteração
das responsabilidades parentais e/ou da providência tutelar cível entendida adequada.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
✓ Gabinetes de atendimento a vítimas a funcionar nos OPC’s e
sempre que possível também nos DIAP – art. 27.º n.º 3

✓ Possibilidade de recurso à teleconferência e videoconferência


quando, a requerimento da vítima, o Tribunal entenda que tal é
necessário, podendo pedir parecer aos profissionais da saúde que
acompanhem a evolução da situação da vítima e possibilidade da
vítima ser acompanhada no tribunal pelo seu profissional de saúde–
art. 32.º
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

✓Possibilidade da vítima prestar declarações para memória futura – art. 33º

✓A suspensão da execução da pena de prisão de condenado pela prática do crime de VD é


obrigatoriamente subordinada ao:
1. cumprimento de deveres
2. observância de regras de conduta (afastamento do condenado da vítima, afastamento
da residência e local de trabalho e proibição de contactos por qualquer meio)
3. Acompanhamento de regime de prova
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Art. 34º

Se por fundadas razões a vítima se encontrar impossibilitada de comparecer na


audiência, pode o tribunal ordenar, oficiosamente ou a requerimento, que lhe sejam
tomadas declarações no lugar em que se encontre, em dia e hora que lhe comunicará,
aplicando-se correspondentemente o disposto no art. 319º do CPP.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

Art. 34º-B
1- A suspensão da execução da pena pela prática de crime de VD é sempre
subordinada ao cumprimento de deveres ou à observância de regras de conduta,
impostos separadamente ou cumulativamente, ou ao acompanhamento de regime de
prova, em qualquer caso se incluindo regras de conduta que protejam a vítima,
designadamente o afastamento do condenado da vítima, da sua residência ou local de
trabalho e a proibição de contactos, por qualquer meio.
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

• Possibilidade de utilização de meios técnicos de controlo à


distância – arts. 35º e 36º (cabe ao serviços de reinserção
social e é executado em estreita articulação com os
serviços de apoio à vítima)

-Apenas quando se mostre imprescindível para a proteção da


vítima
e
-com o consentimento da vítima
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
A lei prevê ainda, …

✓ Que o Estado deve promover a criação das condições necessárias


ao apoio psicológico e psiquiátrico aos agentes condenados pela
prática de crimes de VD, bem como em relação aos quais tenha
recaído decisão de suspensão provisória do processo, obtido o seu
respetivo consentimento - artigo 38.º n.º1

✓ São definidos e implementados programas para autores de crimes


no contexto da VD, designadamente com vista à suspensão da pena
de prisão - 38.º n.º 2 (Medidas de apoio à reinserção do agente).
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Tutela social
✓ Considerar prioritários os pedidos de transferência de
trabalhadores vítimas de VD, assim como o seu pedido de
alteração de tempo parcial para tempo completo – art. 43.º, sendo
necessário que haja denúncia apresentada e que a saída de casa
se efetive no momento da transferência – artigo 42.º

▪ Tem de ser garantida a confidencialidade


Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

• Só não acontecerá por exigências imperiosas


ligadas ao funcionamento da empresa ou serviço ou
até que exista posto de trabalho
compatível/disponível

• Neste caso o trabalhador tem direito a suspender o


contrato de imediato até que ocorra a transferência

✓Considerar justificadas as faltas dadas por questões


relacionadas com a VD – art. 43.º
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

✓ Apoio ao arrendamento, à atribuição de fogo social ou a modalidade


específica equiparável, nos termos a definir, quando as necessidades de
afastamento da vítima do autor do crime de VD o justifiquem

✓ Possibilidade de requerer RSI nos termos da lei, com carácter de urgência


Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

✓ O abono de família opera-se a requerimento da vítima,


relativamente aos filhos menores que se encontrem
consigo

✓ À vítima de VD é reconhecido o acesso preferencial aos


programas de formação profissional existentes
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro

✓ Isenção de taxas moderadoras

✓ Serviço Nacional de Saúde com respostas especializadas quer para


atendimento e tratamento clínico, quer também com vista à prevenção do
fenómeno da VD
Lei n.º 112/2009, de 16 de Setembro
Rede Institucional
❑ A rede nacional de apoio às vítimas de VD compreende:

✓ A CIG

✓ As casas de abrigo

✓ Os centros de atendimento

✓ Os centros de atendimento especializado

✓ Núcleos de atendimento

✓ Os grupos de ajuda mútua devidamente certificados pela CIG

* Todos os serviços prestados pela Rede Nacional de apoio são


gratuitos.
Portaria n.º 229-A/2010, de 23 de Abril

✓ Revoga a Lei n.º 107/99, de 3 de Agosto e o,

✓ Decreto-lei n.º 323/2000, de 19 de Dezembro.

✓ Dá cumprimento ao n.º 2 do artigo 14.º da Lei n.º 112/2009, de


16 de Setembro, i.é., aprova o modelo de documento
comprovativo da atribuição do estatuto de vítima do crime de
violência doméstica.

✓ Enuncia direitos e deveres das vítimas atribuídos por via do


estatuto de vítima.
A Teleassistência
• Quadro legal
Proteção às
vítimas de -Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro
violência -Portaria nº 220-A/2010, de 16 de
doméstica por Abril
Teleassistência -Portaria nº 63/2011, de 3 de
Fevereiro
• Assenta na utilização de um equipamento
móvel que se encontra conectado
Serviço de
diretamente ao Centro de Atendimento
Teleassistência a
Telefónico da Cruz Vermelha Portuguesa
vítimas de violência
onde se encontram técnicos/as
doméstica
especificamente preparados/as para dar
uma resposta adequada a cada situação
Proteção por Teleassistência

• Sistema tecnológico que visa apoiar as vítimas com necessidades especiais


de proteção de forma permanente e gratuita.

• Assegura à vítima uma resposta rápida e eficaz perante situações de


perigo/risco e apoio emocional permanente, 24h por dia e 365 dias por ano.
Duração do serviço
A proteção por teleassistência poderá ser assegurada por um período de tempo não superior a seis
meses, salvo se circunstâncias excecionais impuserem a sua prorrogação.
Entidades envolvidas

• Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) – tem como missão


garantir a execução das políticas públicas no âmbito da cidadania e da
promoção e defesa da igualdade de género, bem como contribuir para a
integração da dimensão de género em todas as políticas governamentais
com vista a alcançar uma efetiva igualdade entre homens e mulheres.
Entidades envolvidas

• Cruz Vermelha Portuguesa – colabora nas áreas de proteção e socorro e da assistência


humanitária e social, sendo auxiliar/complementar dos poderes públicos, sem prejuízo da
sua independência e autonomia

• GNR/PSP

• Ministério Público – orgão do Estado que exerce a acção penal e defende a legalidade
democrática e que determina, durante a fase de inquérito, a proteção por teleassistência
sempre que tal se mostre imprescindível para à proteção da vítima e desde que recolhido
o seu consentimento.
O serviço de Teleassistência a vítimas de violência doméstica

Objetivos

• Aumentar a qualidade de vida das vítimas


• Minimizar a situação de vulnerabilidade em que as vítimas se encontram,
contribuindo para o aumento da sua autonomia e (re)inserção na sociedade
• Reforçar o sentimento de proteção e de segurança nas vítimas
• Garantir uma intervenção imediata e adequada em situações de emergência
• Mobilizar os recursos policiais proporcionais ao tipo de emergência
A Vigilância Eletrónica
A fiscalização por meios técnicos de controlo à distância para agressores de
violência doméstica – Vigilância eletrónica

• Quadro Legal

-Lei nº 112/2009, de 16 de Setembro


-Portaria nº 220-A/2010, de 16 de Abril
-Portaria nº 63/2011, de 3 de Fevereiro
A vigilância eletrónica

• Conjunto de meios de controlo e fiscalização à


distância que permite a fiscalização do cumprimento
pelo arguido de obrigações judiciais que impliquem a
sua permanência em determinado local nos períodos
fixados pelo Tribunal, detetando imediatamente os
incumprimentos
A vigilância eletrónica
• Consiste num conjunto de equipamentos, aplicações informáticas e sistemas de comunicação que
permitem detetar remotamente a presença ou ausência de uma pessoa em determinado local e ou
efetuar a sua identificação
A vigilância eletrónica
Usada na fiscalização da proibição de contactos entre
vítima e agressor e/ou na fiscalização do cumprimento
da pena acessória.

Funcionamento – Descrição
O agressor é portador de um dispositivo de
identificação pessoal (pulseira eletrónica) que passa a
ser o seu bilhete de identidade eletrónico.
A vigilância eletrónica
Execução – competência
A entidade competente para executar a VE é a Direção Geral da Reinserção Social que possui
uma rede de equipas de VE que cobre todo o território nacional.

O dispositivo de VE é de funcionamento permanente, 24 h por dia, 365 dias por ano.

Pressupõe uma supervisão intensiva durante a execução de medidas ou penas com VE.
A Vigilância Eletrónica

Consentimento
A VE depende do consentimento expresso do arguido ou condenado
prestado pessoalmente perante o Juiz, na presença do defensor e reduzido a
auto.

Quando a VE é requerida pelo arguido ou condenado, o consentimento


considera-se prestado por simples declaração pessoal no requerimento.
A Vigilância Eletrónica

Decisão
A utilização de meios de VE é decidida por despacho do Juiz, a requerimento
do Ministério Público ou do arguido, durante a fase do inquérito, e
oficiosamente ou a requerimento do arguido ou condenado, depois do
inquérito.
A Vigilância Eletrónica

• O Juiz solicita prévia informação aos serviços de reinserção social sobre a


situação pessoal, familiar, laboral e social do arguido ou condenado e a sua
compatibilidade com as exigências da VE.

• A decisão é sempre precedida de audição do Ministério Público, do arguido


ou condenado.
A Vigilância Eletrónica
Entidade encarregada da execução

Cabe à Direcção-Geral da Reinserção Social proceder


a execução da vigilância eletrónica que comunicam
aos serviços de apoio à vítima (e vice-versa) qualquer
circunstância suscetível de pôr em causa a proteção
da vítima.

Os serviços de reinserção social remetem à


autoridade judiciária relatórios trimestrais sobre a
execução das medidas.
Manual de
atuação – 72
horas
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
A importância de uma célere definição do
procedimento para o exercício da ação penal

Quando a investigação não é avocada pelo MP, o OPC, no prazo máximo de 72h, em cumprimento
do disposto no art. 29º-A da LVD, realiza os atos de aquisição de prova necessários para:
➢Verificar o fundamento da denúncia;
➢Definir as medidas de proteção que garantam a segurança da vítima;
➢Habilitar o MP a requerer medidas de coação relativamente ao arguido.
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
Deve o OPC, designadamente:
1. Diligenciar no sentido de identificar e proceder à inquirição de testemunhas presenciais ou não
presenciais dos maus tratos, do seu contexto e antecedentes;
2. Documentar fotograficamente todos os sinais relevantes do ocorrido, nas coisas, nas pessoas e
muito em particular nas vítimas;
3. Averiguar da existência de armas, quer tenham sido ou não utilizadas, procedendo à sua
apreensão;
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
4. Recolher toda a informação clínica já disponível sobre as lesões sofridas pela vítima e diligenciar
pela realização de exames médico-legais;

5. Recolher informação sobre comunicações, eletrónicas ou outras, existentes entre o arguido/a, a


vítima e terceiros, que sejam relevantes para o apuramento dos factos, juntando aos autos a
documentação disponibilizada e providenciando pela apreensão da restante e respetivos suportes
técnicos, com a respetiva transcrição imediata, se possível.
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
• O OPC deve fazer um levantamento de todas as ocorrências anteriores em que tiverem estado
envolvidos os sujeitos deste inquérito e as crianças identificadas, com documentação sobre o tema
tratado e o estado em que se encontram
Adoção de medidas de proteção à vítima
e de contenção à pessoa agressora
Avaliação de risco
✓A avaliação de risco será efetuada de acordo com a ficha atualmente em vigor.
✓Será sempre identificado o risco de vitimização da crianças que residam com o/a progenitor/a
vítima.
✓Deve ser feita e confirmada por profissional com formação específica
✓E o resultado deve ser sempre comunicado à vítima
✓A avaliação de risco é dinâmica e o plano de segurança ajustado em função da mesma
O adiantamento pelo
Estado da indemnização
devida a vítimas de
violência conjugal
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal

Âmbito de aplicação do regime:

A)Vítima do crime de violência doméstica previsto no art.152º do C.P. que tenha sido praticado em
território português ou no estrangeiro, desde que, neste caso, a vítima tenha nacionalidade
portuguesa e não tenha direito a indemnização pelo Estado em cujo território o crime ocorreu;


O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de violência
conjugal

B)Que a vítima incorra em situação de grave carência económica em consequência do


crime.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal

Legitimidade:

• Vítima
• As associações de proteção à vítima, a pedido e em representação desta
• O Ministério Público
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Como se processa:
❑ O pedido de concessão dever ser apresentado no prazo de 1 ano
a contar da data dos factos, salvo razões que justificadamente
tenham obstado à formulação do pedido em tempo útil;
❑ O menor à data da prática do facto pode apresentar o pedido até
1 ano depois de atingir a maioridade ou emancipação
❑Se tiver sido instaurado um processo criminal, os prazos podem
ser prorrogados até 1 ano sobre a sentença
O adiantamento pelo Estado da indemnização
devida às vítimas de violência conjugal
• Requerimento (Portaria n.º 403/2012, de 7 de Dezembro (MODELOS))

• Dirigido à Comissão e sempre que possível, acompanhado de relatório técnico sobre a


situação e o acompanhamento efectuado.

• Segue-se a instrução do processo e, uma vez concluída, emite um parecer com vista à
decisão é emitida decisão sobre a concessão do adiantamento e o respectivo montante.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal

1. Na instrução, a Comissão ouve as vítimas/os requerentes, acede às denúncias e


participações, acede a informações relativas à situação profissional, financeira e social da vítima.

2. Pode ainda solicitar informações que entenda necessárias: à administração fiscal,


estabelecimentos de crédito, quando a vítima ou o requerente se recuse a fornecê-las;

3. Exclusivamente para efeitos de averiguação da condição económica da vítima ou do


requerente, a Comissão pode proceder à consulta de bases de dados do registo predial,
comercial e automóvel e de outros registos semelhantes.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal

CRITÉRIOS PARA O ADIANTAMENTO E FIXAÇÃO DO MONTANTE INDEMNIZATÓRIO

• Juízos de equidade, dependendo da séria probabilidade de verificação dos


pressupostos da indemnização.

• O montante não pode exceder o equivalente mensal à retribuição mínima mensal


garantida, durante o período de 6 meses, prorrogável por igual período.

• Podem ainda ser conferidas às vítimas de VD, medidas de apoio social e educativo,
bem como terapêuticas adequadas à recuperação física, psicológica e profissional.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Prazo para a decisão:
• A instrução é concluída no prazo de um mês.
Reexame da situação:
• A vítima, bem como os requerentes por solicitação ou em representação, devem
comunicar à Comissão todas as alterações da sua situação socioeconómica ou
familiar, bem como quaisquer outras alterações anteriores ou posteriores à decisão
de concessão do adiantamento da indemnização que sejam susceptíveis de
influenciar o sentido da mesma.
• A violação do dever de informação implica o cancelamento das quantias concedidas
e a devolução das indevidamente recebidas.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Reembolso:
• No caso da vítima obter reparação total ou parcial, do dano sofrido, deve a
Comissão exigir o seu reembolso, total ou parcial das importâncias recebidas
por via do adiantamento.

Sub-rogação:
• Se não tiver havido reparação efectiva do dano, o Estado fica sub-rogado no
crédito da vítima sobre o responsável, até ao limite das importâncias
adiantadas.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal

Responsabilidade Criminal

Quem, com intenção de obter uma indemnização por adiantamento da indemnização


devida às vítimas de violência doméstica, prestar informações falsas ou inexactas será
punido com pena de prisão até três anos ou multa, sem prejuízo da obrigação de
restituir as importâncias recebidas e os respectivos juros de mora.
O adiantamento pelo Estado da indemnização devida às vítimas de
violência conjugal
Diplomas aplicáveis:
• Decreto-lei n.º 423/91, de 30 de Outubro
• Decreto Regulamentar n.º 4/93, de 22 de Fevereiro – Regulamentação do Decreto-lei n.º 423/91
• Lei n.º 129/99, de 20 de Agosto, 20 de Agosto
• Lei n.º 136/99, de 28 de Agosto – 1.ª alteração ao Decreto-lei n.º 423/91
• Lei n.º 104/2009, de 14 de Setembro (Revoga a Lei n.º 129/99 e o D-L n.º 423/91)
• Lei n.º 104/2009, de 14 de Setembro - Revoga a Lei n.º 129/99 e o D-L n.º 423/91
• Decreto-Lei n.º 120/2010, de 27 de Outubro
• Portaria n.º 403/2012, de 7 de Dezembro (MODELOS)
INTERVENÇÃO COM CRIANÇAS
ARTICULAÇÃO ENTRE A JUSTIÇA CRIMINAL E
O SISTEMA DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO

Lei nº 147/99, de 01/09, alterada pela Lei nº 26/2018, de 05/07

Art. 64º

Determinou a comunicação das situações de perigo pelas autoridades policiais


e judiciárias às Comissões de Proteção
ARTICULAÇÃO ENTRE A JUSTIÇA CRIMINAL E
O SISTEMA DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO

Lei nº 147/99, de 01/09, alterada pela Lei nº 26/2018, de 05/07

Art. 69º

Determinou a comunicação das CPCJ ao MP para efeitos de procedimento cível,


designadamente Regulação ou alteração das responsabilidades parentais e/ou inibição das
responsabilidades parentais
ARTICULAÇÃO ENTRE A JUSTIÇA CRIMINAL E
O SISTEMA DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO

Lei nº 24/2017, de 24 de Maio

Alterou o Código Civil promovendo a regulação urgente das responsabilidades parentais em


situações de violência doméstica e procedeu à quinta alteração à Lei n.º 112/2009, de 16 de
setembro, à vigésima sétima alteração ao Código de Processo Penal, à primeira alteração
ao Regime Geral do Processo Tutelar Cível e à segunda alteração à Lei n.º 75/98, de 19 de
novembro.
ARTICULAÇÃO ENTRE A JUSTIÇA CRIMINAL E
O SISTEMA DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO

Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (Lei nº 26/2018, de 05/07)

No seu art. 37º possibilita às CPCJ aplicarem medidas cautelares enquanto procedem ao
diagnóstico da situação da criança e à definição do seu encaminhamento subsequente, sem
prejuízo de poderem aplicar o art. 91º (retirada da criança na ausência de consentimento
dos progenitores) em situações de extrema perigosidade para a criança ou jovem.
DA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO CIVIL
«Artigo 1906.º-A

Regulação das responsabilidades parentais no âmbito de crimes de violência doméstica e


de outras formas de violência em contexto familiar
• Para efeitos do n.º 2 do artigo anterior, considera-se que o exercício em comum das
responsabilidades parentais pode ser julgado contrário aos interesses do filho se:
• a) For decretada medida de coação ou aplicada pena acessória de proibição de contacto
entre progenitores, ou
• b) Estiverem em grave risco os direitos e a segurança de vítimas de violência doméstica e
de outras formas de violência em contexto familiar, como maus tratos ou abuso sexual de
crianças.»
DA ALTERAÇÃO À LEI Nº 112/2009, DE 16 DE SETEMBRO
«Artigo 31.º
• [...]
• 1 - ...
• 2 - ...
• 3 - ...
• 4 - A medida ou medidas de coação que impliquem a restrição de contacto entre
progenitores são imediatamente comunicadas ao representante do Ministério Público que
exerce funções no tribunal competente, para efeitos de instauração, com caráter de
urgência, do respetivo processo de regulação ou alteração da regulação do exercício das
responsabilidades parentais.»
DA ALTERAÇÃO AO C.P.P.

«Artigo 200.º
• [...]
• 1 - ...
• 2 - ...
• 3 - ...
• 4 - A aplicação de obrigação ou obrigações que impliquem a restrição de contacto
entre progenitores são imediatamente comunicadas ao representante do Ministério
Público que exerce funções no tribunal competente, para efeitos de instauração,
com caráter de urgência, do respetivo processo de regulação ou alteração da
regulação do exercício das responsabilidades parentais.»
ADITAMENTO AO REGIME GERAL DO PROCESSO TUTELAR
CÍVEL
«Artigo 24.º-A
Inadmissibilidade do recurso à audição técnica especializada e à mediação
• O recurso à audição técnica especializada e à mediação, previstas nos artigos anteriores,
não é admitido entre as partes quando:
• a) For decretada medida de coação ou aplicada pena acessória de proibição de contacto
entre progenitores, ou
• b) Estiverem em grave risco os direitos e a segurança de vítimas de violência doméstica e
de outras formas de violência em contexto familiar, como maus tratos ou abuso sexual de
crianças.
ADITAMENTO AO REGIME GERAL DO PROCESSO TUTELAR
CÍVEL
Artigo 44.º-A
Regulação urgente
• 1 - Quando seja decretada medida de coação ou aplicada pena acessória de
proibição de contacto entre progenitores ou se estiver em grave risco os direitos e a
segurança das vítimas de violência doméstica e de outras formas de violência em
contexto familiar, como maus tratos ou abuso sexual de crianças, o Ministério
Público requer, no prazo máximo de 48 horas após ter conhecimento da situação, a
regulação ou alteração da regulação do exercício das responsabilidades parentais.
• 2 - Autuado o requerimento, os progenitores são citados para conferência, a realizar
nos 5 dias imediatos.
• 3 - Sempre que os progenitores não cheguem a acordo ou qualquer deles faltar, é
fixado regime provisório nos termos do artigo 38.º, seguindo-se-lhe os termos
posteriores previstos nos artigos 39.º e seguintes da presente lei.»
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

O termo “Responsabilidades Parentais” refere-se ao conjunto de


poderes/deveres que os progenitores têm sobre os filhos – artigo 1901º e
seguintes do C.C. (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 61/2008,
de 31 de Outubro)

Em caso de desacordo dos progenitores quanto ao exercício das


responsabilidades parentais, o Tribunal ouvirá o menor
independentemente da idade deste, quando anteriormente apenas
sucedia aos menores com mais de 14 anos da criança.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
CONTEÚDO (art. 1878.º C.C.)

• Compete aos pais, no interesse dos filhos:


• Velar pela sua saúde e segurança
• Prover ao seu sustento
• Dirigir a sua educação
• Representá-los
• Administrar os seus bens

• Os filhos devem obediência aos pais; estes devem, porém, de acordo


com a maturidade dos filhos, ter em conta a sua opinião nos assuntos
familiares importantes e reconhecer-lhes autonomia na organização da
própria vida.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

• QUANDO TEM LUGAR?

• Divórcio (separação judicial de pessoas e bens, anulação do


casamento)
• Separação de facto
• Sempre que os progenitores, independentemente do vínculo entre
ambos, não se entenderem quanto a questões relevantes na vida dos
menores
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

• O QUE ABRANGE?
• Destino do filho/a
• Alimentos devidos aos filhos e forma de os prestar
• FORMA DE REGULAÇÃO (art. 1905.º)
• Por acordo dos pais - homologado pelo tribunal/MP (Regime do Decreto-Lei n.º
272/2001, de 13 de Outubro)
• Por decisão judicial
• ATÉ QUANDO? (art. 1877.º)
• Até à maioridade ou emancipação.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

• EXERCÍCIO DAS RESPONSABILIDADES PARENTAIS EM CASO


DE DIVÓRCIO – art. 1906º do C.C.

- Passam a ser exercidas por ambos os progenitores de comum


acordo nos termos que vigoravam para a constância do matrimónio;

- Em casos de urgência manifesta, qualquer um dos progenitores


pode agir sozinho devendo prestar informações ao outro logo
que possível;
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

- O exercício das responsabilidades parentais relativa aos atos da vida corrente


do filho cabe ao progenitor que com ele reside habitualmente ou ao
progenitor que com ele se encontra temporariamente, não devendo neste
caso o progenitor contrariar as orientações educativas mais relevantes
definidas pelo progenitor com quem o filho reside habitualmente;
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

- O Tribunal determinará a residência do filho e os direitos de visita de


acordo com o interesse deste tendo em conta todas as circunstâncias
relevantes;

- O progenitor que não exerça, no todo ou em parte, as responsabilidades


parentais tem o direito de ser informado sobre o modo do seu
exercício, designadamente sobre a educação e condições de vida do
filho;
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

- O Tribunal decidirá sempre no sentido de promover


as relações de grande proximidade com os dois
progenitores, tomando decisões que favoreçam o
contacto com ambos e de partilha de
responsabilidades entre eles.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
◼ Quando a filiação de menor nascido fora de casamento
se encontrar estabelecida apenas quanto a um dos
progenitores, é a este que pertence o exercício das
responsabilidades parentais – Art. 1910º do C.C.

◼ Nas situações de progenitores que vivam em


condições análogas às dos cônjuges, sempre que a
filiação se encontre estabelecida relativamente a
ambos, o exercício das responsabilidades parentais é
comum, deixando assim de haver a presunção ilidível a
favor da mãe em caso de separação – Artigo 1911º do
C.C.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

• As responsabilidades parentais podem paternal pode em


determinados casos sofrer:
↳ LIMITAÇÃO
↳ INIBIÇÃO/INTERDIÇÃO

Ou seja, os titulares do poder paternal podem ser inibidos ou suspensos


do seu exercício – artigos 1913.º e ss. do código civil

V.J. os casos de condenação pela prática do crime de violência doméstica


AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS
• Quem pode ser inibido do exercício do poder paternal?

A lei considera de pleno direito inibidos do exercício do poder


paternal – art. 1913.º C. C.:
- os condenados definitivamente por crime a que a lei
atribua esse efeito (violência doméstica);
- os interditos e os inabilitados por anomalia psíquica;
- os ausentes, desde a nomeação de curador provisório.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

• Quem pode requerer a inibição?


• O M.P.;
• Qualquer parente do menor ou de pessoa a cuja guarda ele esteja confiado, de
facto ou de direito;

• Quando pode ser requerida a inibição?


- Quando qualquer dos pais infrinja culposamente os deveres para com
os filhos, com grave prejuízo destes, ou quando, por inexperiência,
enfermidade, ausência ou outras razões, não se mostre em condições de
cumprir aqueles deveres.
AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

• A inibição do exercício do poder paternal:


• - Pode ser total ou limitar-se à representação e administração dos bens dos filhos;
• - Pode abranger ambos os progenitores ou apenas um deles;
• - Pode referir-se a todos os filhos ou apenas a algum ou alguns.

• Contudo quando abranja todos os filhos, presume-se que abrangerá igualmente os filhos que
nascerem depois de decretada a inibição art. 1915.º C. C.


AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

- Pode ser levantada, quando cessem as causas que lhe deram origem,
sendo requerido pelo M.P., a todo o tempo, ou por qualquer dos pais,
passado um ano sobre o trânsito em julgado da sentença de inibição ou da
que houver desatendido outro pedido de levantamento – art. 1916.º C. C.

- Em nenhum dos casos isenta os pais do dever de alimentarem os filhos –


art. 1917.º C. C..
O divórcio
O divórcio

Dissolução legal e definitiva do vínculo de casamento em


vida de ambos os cônjuges, a requerimento de um deles
contra o outro (sem consentimento) ou de ambos (mútuo
consentimento), conferindo às partes o direito de voltarem
a casar.
O divórcio

O divórcio por mútuo consentimento

Modalidade de divórcio na qual ambos os cônjuges, de


comum acordo e sem revelarem a causa, requerem a
dissolução do seu casamento.
O divórcio
Descrição

• Tem por objetivo a dissolução do casamento.


• È da competência das Conservatórias do Registo Civil.
• Pode ser requerido e subscrito por ambos os cônjuges.
• Em qualquer momento após o casamento.
• Desde que haja comum acordo, não sendo necessária a
constituição de advogado para o efeito.
• O cônjuges podem escolher livremente a Conservatória
onde desejam que o processo corra.
O divórcio
Quem pode requerer?
• Qualquer cidadão casado.

Onde se requer?
• Através da internet
• No local (Conservatória do Registo Civil)

Quando se pode requerer?


• Não está dependente de qualquer prazo, podendo ser
requerido em qualquer altura, desde que ambos os
cônjuges estejam de acordo.
O divórcio
O QUE PRECISO PARA REQUERER?
Art. 1775º, nº1 do C.C. e Lei nº 61/2008, de 31 de Outubro

• Requerimento escrito ou declaração verbal na


Conservatória sendo aí o mesmo reduzido a auto;
• Acordo de exercício das responsabilidades parentais:
oquando existam filhos menores e
onão tenha previamente havido regulação judicial das
responsabilidades parentais;
O divórcio

• Acordo sobre o destino da casa de morada de família, caso exista;


• Acordo sobre a prestação de alimentos ao cônjuge que deles careça;
• Relação especificada de bens comuns e respetivo valor atribuído;

- Devem ainda juntar certidão da escritura de convenção antenupcial, se a


houver.
O divórcio
O divórcio por mútuo consentimento

PROCESSO NA CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL

• Aquando da receção do pedido, o Conservador


deve informar de imediato os cônjuges da existência
e objetivos do serviços de mediação familiar;

• Não havendo fundamento para indeferimento liminar


e após o parecer do Ministério Público quanto ao
acordo sobre o exercício das responsabilidades
parentais quando existam filhos menores, os
cônjuges são convocados para uma conferência;
O divórcio
O divórcio por mútuo consentimento

• Até à conferência ou no decurso da mesma pode


qualquer dos cônjuges desistir do pedido de divórcio
devendo o Conservador homologar a desistência;

• Após esta fase, o Conservador homologa os acordos e


decreta o divórcio;

• As decisões do Conservador no divórcio por mútuo


consentimento produzem os mesmos efeitos das
sentenças judiciais sobre idêntica matéria.
O divórcio O divórcio sem consentimento
Pressupõe a constituição/nomeação de um advogado
e decorre obrigatoriamente no Tribunal.

Fundamentos:

❖Separação de facto por um ano consecutivo


❖Rutura definitiva do casamento
❖Alteração das faculdades mentais do outro cônjuge
❖Ausência, sem que do outro cônjuge haja notícias,
por período de tempo não inferior a um ano
A União de Facto
A União de Facto
Diploma legal:
• Lei n.º 7/2001, de 11 de Maio
(alterada pela Lei n.º 23/2010, de 30 de Agosto)

• Objeto:

Adota medidas de proteção à união de fato.

• Noção de união de facto:

➢ Situação jurídica de duas pessoas que, independentemente do sexo, vivam em


condições análogas às dos cônjuges há mais de 2(dois) anos.
A União de Facto
Impedem a atribuição de medidas de proteção:
✓ Idade inferior a 18 anos à data do reconhecimento da união de fato;

✓ Demência notória, mesmo com intervalos lúcidos, a interdição ou inabilitação por


anomalia psíquica, salvo se se verificar em momento posterior ao do início da união de
fato;

✓ Casamento não dissolvido, salvo se tiver sido decretada separação de pessoas e bens;

✓ Parentesco na linha reta ou no 2.º grau da linha colateral ou afinidade na linha reta;

✓ Condenação anterior de uma das pessoas, como autor ou cúmplice por homicídio doloso
ainda que não consumado contra o cônjuge do outro.
A União de Facto

Prova da união de fato:


✓ Por qualquer meio legalmente admissível;

✓ No caso de se provar a união de fato por declaração emitida pela Junta de


Freguesia competente, o documento deve ser acompanhado de:

❑ declaração de ambos os membros, sob compromisso de honra, de que vivem há


mais de dois anos em união de facto e

❑ certidões de cópia integral do registo de nascimento de cada um deles.


A União de Facto
• Efeitos da união de facto:
Direito à proteção da casa de morada de família
Alínea a) do n.º 1 do art.º 3.º:
A) Em caso de morte

Em caso de morte do membro da união de facto proprietário da casa morada da


família e do respetivo recheio, o membro sobrevivo pode:

➢ Permanecer na casa, pelo prazo de cinco anos, como titular de um direito real
de habitação e de um direito de uso do recheio.

✓ Tem direito de preferência na venda enquanto residir no imóvel.


A União de Facto

• Efeitos da união de facto:


Direito à proteção da casa de morada de família

➢ No caso de a união de facto ter começado há mais de cinco anos


antes da morte, os direitos previstos são conferidos por tempo igual
ao da duração da união.
A União de Facto
• Efeitos da união de facto:
Direito à proteção da casa de morada de família

▪ Os prazos podem ser excecionalmente prorrogados


judicialmente considerando:

➢ Cuidados dispensados pelo sobrevivo à pessoa do falecido ou a


familiares deste;

➢ Especial carência em que o membro sobrevivo se encontre, por


qualquer causa.
A União de Facto
• Efeitos da união de facto:
Direito à proteção da casa de morada de família

▪ Esgotado o prazo em que beneficiou do direito de habitação, o


membro sobrevivo tem:

➢ O direito de permanecer no imóvel na qualidade de arrendatário,


nas condições gerais do mercado.
A União de Facto

• Efeitos da união de facto:


Direito à proteção da casa de morada de família

➢ No caso dos membros da união de facto serem comproprietários


da casa de morada de família e do respetivo recheio, o sobrevivo
tem os direitos anteriormente identificados, em exclusivo.
A União de Facto

• Efeitos da união de facto:


O direito real de habitação não é conferido se:

❑ O membro sobrevivo tiver casa própria na área do respetivo


concelho da casa de morada de família (nos concelhos de Lisboa e
Porto incluem-se os concelhos limítrofes);
A União de Facto

• Efeitos da união de facto:

Direito à proteção da casa de morada de família:

B) Em caso de separação:

✓ Em caso de separação, pode ser acordada entre os interessados a


transmissão do arrendamento em termos idênticos à situação de
separação/divórcio de cônjuges;
A União de Facto
❑ Outros efeitos da união de facto artigo 3.º n.º 1:
b) Beneficiar do regime jurídico aplicável a pessoas casadas em matéria de férias, feriados,
faltas, licenças e preferência na colocação dos funcionários da Administração Pública;

c) Beneficiar do regime jurídico equiparado ao aplicável a pessoas casadas vinculadas por


contrato de trabalho, em matéria de férias, feriados, faltas, licenças;

d) Aplicação do regime do IRS nas mesmas condições aplicáveis aos sujeitos passivos
casados e não separados de pessoas e bens;
A União de Facto
❑Efeitos da união de facto: cont.
e) Proteção social na eventualidade de morte do beneficiário, por aplicação
do regime geral ou de regimes especiais de segurança social e da lei;

f) Prestação por morte resultante de acidente de trabalho ou doença


profissional;

g) Pensão de preço de sangue e por serviços excecionais e relevantes


prestados ao país;
A União de Facto
Nota:
✓ O membro sobrevivo beneficia dos direitos previstos nas alíneas e), f)
e g) do artigo 3.º, independentemente da necessidade de alimento.

▪ A entidade responsável pelo pagamento das prestações pode, em


caso de dúvida sobre a existência da união de fato, intentar ação
judicial com vista à sua comprovação.

➢ Excetuam-se situações de união de fato que durem há pelo menos


4(quatro) anos.
A União de Facto
❑Dissolução da União de Facto:

✓ Com o falecimento de um dos membros;

✓ Por vontade de um dos seus membros, sem necessidade de ser


declarada judicialmente à exceção de se querer fazer vales direitos
da mesma dependentes;

✓ Com o casamento de um dos seus membros.


A União de Facto

❖ É reconhecido o direito o direito de adoção a pessoas de


sexo diferente que vivam em união de fato, sem prejuízo
das disposições respeitantes à adoção por pessoas não
casadas.

❖ Lei não carece de regulamentação.


Bibliografia
• Doyle, R. (1996). A mulher que ia contra as portas. Relógio D’ Água Editores
• Duarte, M. E.(2000). Violência Familiar. Colecção Flor de Lótus. Ambar
• Graham-Bermann, S.A. (1998). The impact of women abuse on children’s social
development: research and theorical perspectives. In G.W. Holden; Geffner, R. &
Jouriles, E. (Eds.), Children exposed to marital violence: theory, research and
applied issues (pp.21-54). Washington: American Psychological Association.
• Hirigoyen, M-F. (1998). El acoso moral: el maltrato psicológico en la vida
cotidiana, España: Paidós
• Holden, G.W. (1998). Introduction: the development of research into another
consequence of family violence. In G.W. Holden; Geffner, R. & Jouriles, E. (Eds),
Children exposed to marital violence: theory, research and applied issues (pp.1-
18). Washington: American Psychological Association
• Lisboa, Vicente & Barroso (2005). Saúde e Violência contra as mulheres: Estudo
sobre as relações existentes entre a saúde das mulheres e as várias dimensões
de violência de que tenham sido vítimas, Lisboa: Direcção-Geral de Saúde
Bibliografia
• Lisboa, M. (2005)Violência doméstica e violência contra as mulheres: diferentes
olhares sobre o entendimento dos problemas e das soluções in EMCVD, Seminário
Prevenção da Violência Doméstica: Politicas locais e intervenção de proximidade, pp.
45-51 Magalhães, Canotilho & Brasil (2007). Gostar de mim, gostar de ti: Aprender a
prevenir a violência de género, Lisboa:UMAR
• Matos, M. & Machado, C. (1999). Violência Conjugal e o modelo de intervenção em
crise. Psicologia: teoria, investigação e prática, 2, 373-388. Neves, S. (2002). A
Psicologia Feminista e a Violência contra as Mulheres na Intimidade: A
(Re)Construção dos Espaços Terapêuticos. Instituto de Educação e Psicologia,
Universidade do Minho
• Matos, M. (2002). Violência Conjugal. In C. Machado & R. Gonçalves (Coords.),
Violência e Vítimas de Crimes, Vol.1 – Adultos, (pp.82-130). Coimbra: Quarteto Editora
• Procuradoria Geral da República: Gabinete da Ministra para a Igualdade (2000).
Seminários: Violência Doméstica. Lisboa
• Sani, A. (2000). A experiência subjectiva de crianças vítimas e testemunhas de
crimes. Braga. Instituto de Educação e Psicologia.
Bibliografia
• Sani, A. (2002a). As crianças e a violência: narrativas de crianças vítimas e
testemunhas de crimes. Coimbra. Quarteto.
• Sani, A. (2002b). Crianças expostas à violência interparental. In Machado, C. &
Gonçalves, R. (Coords.), Violência e Vítimas de crimes: Vol. 2 – Crianças. Coimbra.
Quarteto Editora, pp. 95-167.
• Sani, A. I. (2004). As crenças, o discurso e a acção: as construções de crianças
expostas à violência interparental. Tese de doutoramento não publicada.
Universidade do Minho. Braga, Portugal.

• Wolak, J. & Finkelhor, D. (1998). Children exposed to partner violence, in J.


Jasinski e L. Williams (Eds.), Partner Violence – A comprehensive review of 20
years of research (pp. 73-112). London: Sage Publication.
• www.socinova.fcsh.unl.pt/textos/brochura%20custos.pdf
A Jurista,

Ana Leonor Marciano

• OBRIGADA!

analeonormarciano@gmail.com

Você também pode gostar